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aula 2 legislação tributaria

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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 
AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Marcella Gomes de Oliveira 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Esta aula está dividida em cinco temas: 
 Fiscalidade, parafiscalidade e extrafiscalidade; 
 Regra matriz de incidência tributária; 
 Obrigação jurídica tributária, obrigação tributária principal e obrigação 
tributária acessória; 
 Fato gerador; 
 Sujeito ativo e passivo da obrigação tributária. 
Após abordarmos noções sobre direito, Estado e tributo, podemos seguir 
nossos estudos abordando também a figura da administração pública como o 
exercício da função essencial da administração e também no sentido de sua 
regulação em conformidade com a Constituição Federal. 
A administração pública, em seu sentido formal, é o conjunto de órgãos 
instituídos para a realização dos objetivos do Governo e em sentido material 
mostra-se como conjunto das funções necessárias aos serviços públicos em 
geral. Ela pode ainda ser analisada em acepção operacional como desempenho 
perene e sistemático, legal e técnico dos serviços próprios realizados pelo 
Estado ou que por ele são assumidos para o benefício da coletividade (Meirelles, 
1993). 
Dessa forma, a administração, em um sentido mais amplo, aparece como 
todo aparelhamento do Estado preordenado à realização dos seus serviços, e 
visa à satisfação das necessidades da coletividade, por isso ela não pratica atos 
de governo, mas sim atos de execução com maior ou menor autonomia funcional 
definida pela competência do órgão ou de seus agentes, sendo tais atos 
denominados atos administrativos. 
Por ser uma atividade neutra, normalmente vinculada à lei ou à norma 
técnica, a administração se mostra como uma conduta hierarquizada, 
executando sem responsabilidade constitucional ou política, mas com 
responsabilidade técnica e legal pela execução. 
Agora que entendemos um pouco mais sobre a administração pública, 
vamos abordar o primeiro tema de nossa aula. 
 
 
3 
CONTEXTUALIZANDO 
Nesta aula, iremos entender um pouco mais sobre os objetivos fiscais dos 
tributos. 
A tributação está diretamente ligada à economia, mas será que ela 
poderia estar ligada ao comportamento das pessoas? 
Para essa reflexão, veremos que é possível dizer que a tributação tem 
ligação também com o comportamento das pessoas que vivem em sociedade. 
Já conhecemos a guerra fiscal, que é a competição entre estados ou 
municípios para que possam arrecadar mais recursos, por meio de benefícios 
fiscais direcionados a empresas e de modo que estas fixem sua sede em 
determinado local. Esse é um dos exemplos da extrafiscalidade. 
Saiba mais 
Para entendermos um pouco melhor, podemos ver em uma perspectiva 
que abrange os particulares também. Quanto a isso, outro exemplo é a isenção 
de IPVA para carros elétricos no Estado do Paraná, cujo objetivo é incentivar o 
uso de automóveis movidos à energia elétrica. Vejamos: 
GOVERNADOR sanciona isenção de IPVA para carros elétricos. Agência 
de Notícias do Paraná, 24 out. 2019. Disponível em: 
<http://www.aen.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=104339&tit=Gov
ernador-sanciona-isencao-de-IPVA-para-carros-eletricos>. Acesso em: 13 fev. 
2020. 
Depois de verificarmos esses dois exemplos de extrafiscalidade, agora 
vamos verificar quais são os objetivos fiscais dos tributos. 
TEMA 1 – FISCALIDADE, PARAFISCALIDADE E EXTRAFISCALIDADE 
Enquanto a regulação no direito se refere aos textos legais e 
especialmente o constitucional, a regulação administrativa refere-se ao que 
consta no art. 174, da Constituição Federal: “como agente normativo e regulador 
da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de 
fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor 
público e indicativo para o setor privado” (Brasil, 1988). 
 
 
4 
A função estatal é normativa e administrar é, em regra, realizar a edição 
de normas concretas, indicando a possibilidade de uma função administrativa 
normativa. Regular é efetuar ponderações no plano concreto. 
Dessa forma, a finalidade da regulação possui referência a uma atividade, 
edição de um ato normativo e produto dessa atividade, para os efeitos do ato 
administrativo editado e seu resultado jurídico produzido, sendo que tanto a 
atividade quanto o resultado são conceitos definidos pela finalidade (Martins, 
2011, p. 119). 
A regulação de que estamos falando envolve não somente a função de 
fiscalização, mas também de incentivo, com o objetivo de satisfazer, de forma 
indireta, as necessidades públicas. Há ainda a regulação presente no art. 173, 
da CF (Brasil, 1988), referente à exploração direta de atividade econômica pelo 
Estado, e também referente a intervenção do Estado na ordem econômica. 
O sistema jurídico brasileiro aparece assentado no valor fundamental da 
liberdade. Acerca da regulação administrativa, esta refere-se à atividade 
econômica, ou seja, à interferência da administração pública sobre a atividade 
econômica. 
E como isso acontece? 
Para analisar a atividade financeira do Estado, precisamos analisar 
também a capacidade de o Estado impor aos outros determinado tipo de 
comportamento. O exercício desse poder tem como finalidade principal a 
realização do bem comum. 
Para a manutenção do Estado, utilizam-se os tributos, porém, a função da 
cobrança dos tributos não é somente essa. Como verificamos na introdução 
deste tema, é possível que o Estado regule comportamentos e também interfira 
na ordem econômica. 
A cobrança de um tributo não depende necessariamente de sua 
finalidade, ou para que determinado tributo foi cobrado. A finalidade demonstra 
o que dá sentido ao tributo, e após estudarmos o que é tributo e também o 
Sistema Tributário Nacional, é possível classificar as finalidades dos tributos em 
três: fiscalidade, parafiscalidade e extrafiscalidade. 
1.1 Fiscalidade 
Os objetivos fiscais que formam a fiscalidade têm como premissa a 
arrecadação de receita para o erário. Os tributos fiscais são os que têm a 
 
 
5 
finalidade de arrecadar valores para a manutenção do Estado. São tributos 
cobrados respeitando o princípio da capacidade contributiva e destinando esses 
recursos para as despesas do Estado em geral. 
Em regra, os valores arrecadados pelos tributos fiscais não possuem 
destinação específica, pois são instrumentos de arrecadação do Estado. 
Como principais tributos abrangidos pela fiscalidade temos: Imposto de 
Renda (IR), Imposto sobre Propriedade Territorial Urbana (IPTU), Imposto sobre 
Circulação de Mercadorias (ICMS), Imposto Sobre Serviços (ISS). 
1.2 Parafiscalidade 
A parafiscalidade é a situação em que ocorre a delegação de capacidade 
ativa circunscrita em três atividades: a arrecadação, a fiscalização e a cobrança. 
As contribuições parafiscais são tributos que dizem respeito a finalidades 
específicas, gestão e fiscalização, sendo frequentemente atribuídas a entidades 
paraestatais, de acordo com Coêlho (2010): 
Para três fins são instituíveis: 
a. para acudir as necessidades financeiras dos sistemas oficiais de 
previdência e assistência social; 
b. para fornecer recursos às políticas de intervenção do Estado no 
econômico e no social; e 
c. para garantir o financiamento dos órgãos corporativos, tais como 
sindicatos e órgãos de representação classista (Ordem dos 
Advogados, v.g.). 
São, portanto, as contribuições parafiscais em nosso Direito 
Constitucional, de três espécies: sociais, interventivas e corporativas. 
Dessa forma, como contribuições sociais, podemos mencionar as 
contribuições destinadas ao financiamento da seguridade social, cuja 
competência é do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), que é uma 
autarquia e detém autonomia jurídica, administrativa e orçamentária. 
Sobre as contribuições interventivas, são as que se referem à intervenção 
no domínio econômico. Entre as contribuições denominadas CIDE (Contribuição 
de Intervençãono Domínio Econômico), podemos citar como exemplos a 
contribuição ao Sebrae (entidade privada sem fins lucrativos) que visa o 
desenvolvimento das Empresas de Pequeno Porte (EPP) e microempresas, ao 
Incra (autarquia federal), que busca executar a reforma agrária e realizar o 
ordenamento fundiário nacional. 
Por fim, as contribuições corporativas são as devidas pelos profissionais 
a seu órgão de registro e fiscalização. Como exemplo, temos o Conselho 
 
 
6 
Regional de Contabilidade (CRC) (entidade de registro e fiscalização do 
exercício profissional – Decreto-Lei n. 9.295/1946). 
Cumpre lembrar que essas contribuições se submetem às normas gerais 
de direito tributário. 
1.3 Extrafiscalidade 
Já os motivos extrafiscais, que configuram a extrafiscalidade, utilizam-se 
dos tributos para regular a conduta dos particulares, incitando a função 
promotora que parte da premissa de que o direito pode ser utilizado para 
promover, incentivar ou inibir comportamentos, ou seja, os tributos de 
arrecadação fiscal atingem a propriedade dos particulares e os considerados 
extrafiscais atingem a liberdade destes. 
A extrafiscalidade impõe a tributação de maneira que o Estado possa 
obter efeitos não somente arrecadatórios, mas também econômicos, políticos e 
sociais, buscando os fins que lhe são impostos pela Constituição Federal 
(Gouvêa, 2006). 
Como a extrafiscalidade visa regular condutas por meio de tributos para 
verificar sua ocorrência, citemos três exemplos: 
1. para fomentar a economia interna, aumenta-se o Imposto de Importação 
(II), o que faz com que os preços dos produtos importados subam, de 
modo a incentivar o consumo dos produtos nacionais; 
2. para diminuir o consumo de bebidas alcoólicas e cigarros, aumenta-se o 
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), buscando desestimular o 
consumo, analisando também os gastos com a saúde pública, bem como 
por esses produtos não serem considerados essenciais; 
3. para aumentar a receita em determinado Município, altera-se a alíquota 
do ISS, ou então altera-se a alíquota do ICMS no caso dos Estados, 
visando atrair a fixação de profissionais/empresas naquelas localidades. 
A importância da extrafiscalidade será analisada em outras aulas, pois a 
instituição de benefícios fiscais, seletividade, e demais conceitos, abrangem o 
caráter extrafiscal com base na utilização de determinados tributos para regular 
a economia e também o comportamento dos particulares. 
 
 
 
7 
TEMA 2 – REGRA MATRIZ DE INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA 
Em aulas anteriores, verificamos que uma norma determina uma hipótese, 
um mandamento, e, caso tal mandamento não seja cumprido, determina a 
aplicação de uma sanção. 
Trabalharemos agora com a regra matriz de incidência tributária (RMIT), 
que começa com a norma jurídica tributária e se desdobra na hipótese de 
incidência tributária e na consequente tributária. 
A fim de termos uma visualização mais clara quanto a esse tema, veremos 
o entendimento de Vieira (1993, p. 57): 
Sintaticamente, ponha-se grifo na tipificação da norma jurídica como 
juízo hipotético, em que se vincula certa consequência à realização 
condicional de um acontecimento, sendo que a previsão hipotética do 
evento e a consequência estão conectadas pelo princípio do dever-ser, 
diferentemente do que ocorre com as leis da natureza, em que a 
relação é promovida pelo princípio da causalidade (regra natural: Se A 
então B; regra jurídica: Se A então deve ser B). 
É possível entender que, no momento em que ocorre um fato que se 
enquadra na previsão da hipótese (prevista pela norma), instaura-se a 
consequência, nascendo assim a obrigação jurídica tributária. 
Dessa forma: 
Uma vez que temos a descrição de um fato na hipótese, 
necessariamente encontraremos aí um conjunto de critérios, aspectos, 
elementos ou dados que nos possibilitem identificar tal fato quando 
ocorrido no mundo das realidades tangíveis. E dede que na 
consequência temos uma relação prescrita, também aí precisamos 
encontrar igual conjunto que nos permita individualizar esta relação, 
quando concretizada a hipótese. (Vieira, 1993, p. 57) 
A RMIT parte de uma norma jurídica tributária composta pela hipótese ou 
antecedente e pelo consequente, bem como o elo de ligação entre os dois 
elementos. 
No momento em que ocorre um fato que se enquadra na previsão da 
hipótese, instaura-se a consequência, nascendo a obrigação jurídica tributária, 
ou seja, se ocorrer o fato x, deve ser a consequência y. 
Para isso, mostram-se necessários alguns critérios, quais sejam: 
 Critério material: núcleo fato gerador, núcleo da hipótese de incidência 
(verbo + complemento); ex.: ser proprietário de imóvel urbano – IPTU 
(Imposto Predial e Territorial Urbano); 
 
 
8 
 Critério espacial: especifica onde ocorreu o fato gerador, faz menção a 
um comportamento, no espaço e no tempo; 
 Critério temporal: especifica o tempo do fato gerador, do comportamento; 
 Critério pessoal: indica o credor (sujeito ativo) e o devedor (sujeito 
passivo); 
 Critério quantitativo: indica o valor a ser pago. Desdobra-se em: 
o Base de cálculo: grandeza econômica sobre a qual incide a 
alíquota definindo o quanto se deve pagar; 
o Alíquota: tributo imposto a quem aufere renda, expressa por meio 
de um percentual. 
Configura-se então a seguinte equação: 
• Ht Critério material (verbo + complemento) 
 Critério espacial 
 Critério temporal 
• Njt 
• Cst Critério pessoal Sujeito ativo 
 Sujeito passivo 
 Critério quantitativo Base de cálculo 
 Alíquota 
 
Analisando um tributo como exemplo, poderemos completar todos os 
critérios, o que permite uma fácil visualização de como ocorre a incidência e 
também a verificação do fato gerador (situação), especificamente no critério 
material, que se refere ao verbo mais o complemento: 
Norma Jurídica Tributária – RMIT 
 Critério material: ser proprietário de imóvel urbano – IPTU (Imposto 
Predial e Territorial Urbano); 
 Critério espacial: município (competência tributária privativa municipal); 
 Critério temporal: anual; 
 Critério pessoal: indica o credor (sujeito ativo – município) e o devedor 
(sujeito passivo – contribuinte – proprietário do imóvel); 
 Critério quantitativo: indica o valor a ser pago. Desdobra-se em: 
o Base de cálculo: valor venal do imóvel; 
 
 
9 
o Alíquota: percentual variável dependendo do município analisado. 
Abaixo o que consta sobre o IPTU, no Código Tributário Nacional: 
Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana 
Art. 32. O imposto, de competência dos municípios, sobre a 
propriedade predial e territorial urbana tem como fato gerador a 
propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou 
por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana 
do Município. 
§ 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a 
definida em lei municipal; observado o requisito mínimo da existência 
de melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos incisos 
seguintes, construídos ou mantidos pelo poder público: 
I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais; 
II - abastecimento de água; 
III - sistema de esgotos sanitários; 
IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para 
distribuição domiciliar; 
V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 
(três) quilômetros do imóvel considerado. 
§ 2º A lei municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou 
de expansão urbana, constantes de loteamentos aprovados pelos 
órgãos competentes, destinados à habitação, à indústria ou ao 
comércio, mesmo que localizados fora das zonas definidas nos termos 
do parágrafo anterior. 
Art. 33. A base do cálculo do imposto é o valor venal do imóvel. 
Parágrafo único.Na determinação da base de cálculo, não se 
considera o valor dos bens móveis mantidos, em caráter permanente 
ou temporário, no imóvel, para efeito de sua utilização, exploração, 
aformoseamento ou comodidade. 
Art. 34. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular do 
seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título. (Brasil, 1966, 
grifo nosso) 
Para uma análise mais detalhada, recomendamos que vocês busquem a 
legislação municipal para completarem a RMIT do IPTU do Município em que 
residem. 
TEMA 3 – OBRIGAÇÃO JURÍDICA TRIBUTÁRIA, OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 
PRINCIPAL E OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA ACESSÓRIA 
A obrigação jurídica tributária refere-se a uma prestação do contribuinte 
ao Estado, especificamente do sujeito passivo para o sujeito ativo. Portanto o 
contribuinte tem o dever de pagar e o Estado tem o direito de cobrar. 
Obrigação é relação jurídica que se estabelece entre um sujeito ativo 
(credor), que pode exigir de um sujeito passivo (devedor) uma prestação de 
caráter patrimonial (objeto), em virtude de uma causa que pode ser a vontade da 
parte (direito privado) ou a vontade da lei (direito público). 
 
 
 
10 
Vejamos: 
Ao tratar da obrigação tributária, interessa-nos a acepção da obrigação 
como relação jurídica, designando o vínculo que adstringe o devedor a 
uma prestação em proveito do credor, que, por sua vez, tem o direito e 
exigir essa prestação a que o devedor está adstrito. A obrigação 
tributária, de acordo com a natureza da prestação que tenha por objeto, 
pode assumir as formas que referimos (dar, fazer ou não fazer). 
Por conseguinte, a obrigação, no direito tributário, não possui 
conceituação diferente da que lhe é conferida no direito obrigacional 
comum. Ela se particulariza, no campo dos tributos, pelo seu objeto, 
que será sempre uma prestação de natureza tributária, portanto um 
dar, fazer ou não fazer de conteúdo pertinente a tributo. O objeto da 
obrigação tributária pode ser: dar uma soma pecuniária ao sujeito ativo, 
fazer algo (por exemplo, emitir nota fiscal, apresentar declaração de 
rendimentos) ou não fazer algo (por exemplo, não embaraçar a 
fiscalização). É pelo objeto que a obrigação revela sua natureza 
tributária. (Amaro, 2011, p. 271, grifo nosso) 
 Após o entendimento do que é uma obrigação jurídica tributária, agora é 
necessário diferenciar as obrigações tributárias principais das obrigações 
tributárias acessórias. 
3.1 Obrigação tributária principal 
O art. 113 do Código Tributário Nacional traz a seguinte redação: 
Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. 
§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem 
por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-
se juntamente com o crédito dela decorrente. 
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por 
objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no 
interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. 
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, 
converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade 
pecuniária. (Brasil, 1966) 
Entende-se como obrigação tributária principal aquela que ocorre com o 
fato gerador, por exemplo, ser proprietário de imóvel irá gerar a obrigação de 
pagar IPTU; auferir renda gerará a incidência do IR e assim por diante. 
Com a ocorrência do fato gerador, tem-se a obrigação tributária principal, 
destaca-se que a obrigação tributária principal irá se referir ao pagamento tanto 
de um tributo quanto de uma multa. Exemplo: não pagamento de ICMS, 
incidência de multa (obrigação tributária principal). 
Já a obrigação acessória não está relacionada ao pagamento de um 
tributo ou multa, mas sim a alguns deveres. Podemos citar como exemplo a 
emissão de nota fiscal, preenchimento de declaração de IR, escrituração de 
livros contábeis etc. 
 
 
11 
Para Amaro (2011, p. 273-274): 
A relação jurídica mais importante no direito tributário, obviamente, é a 
que tem por objeto o pagamento do tributo. Esse vínculo obrigacional 
se instaura com a ocorrência do fato gerador do tributo (situação 
material legalmente prevista, que configura o suporte fático da 
incidência tributária). 
O conceito estatuído pelo Código Tributário Nacional é, porém, mais 
amplo. O Código utiliza como critério de discriminação entre as 
obrigações tributárias principais e acessórias a circunstância de o seu 
objeto ser ou não de conteúdo pecuniário, ou seja, será principal a 
obrigação tributária que tiver como objeto uma prestação de dar 
dinheiro (a título de tributo ou de penalidade pecuniária). 
Temos então que a obrigação tributária principal possui necessariamente 
um conteúdo pecuniário (dar dinheiro) e que ela pode ser tanto em relação ao 
pagamento de um tributo quanto em relação ao pagamento de uma penalidade 
pecuniária (exemplo: multa). 
É importante destacar que a obrigação tributária, de acordo com o 
princípio da legalidade, não decorre da vontade das partes, mas sim 
exclusivamente da lei. 
3.2 Obrigação tributária acessória 
A obrigação tributária acessória versa sobre deveres instrumentais 
exigidos pelo sujeito ativo com o intuito de assegurar o interesse da arrecadação 
dos tributos e também para facilitar a atividade de fiscalização do sujeito passivo. 
Engloba, por exemplo, deveres administrativos, como emitir documentos 
fiscais, escriturar livros contábeis, preencher guias de recolhimento etc. 
As obrigações acessórias são obrigações de fazer ou de não fazer, não 
importam em pagamento de tributo. 
Atenção: o descumprimento de uma obrigação acessória pode ensejar a 
aplicação de uma penalidade pecuniária (exemplo: multa). Caso haja aplicação 
de multa, a obrigação é principal (dar dinheiro – pagamento), enquanto que a 
obrigação acessória sempre será uma obrigação de fazer ou não fazer. Uma 
obrigação principal pode decorrer do descumprimento de uma obrigação 
acessória, segundo o art. 113, parágrafo 3º, do CTN (a obrigação acessória, pelo 
simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal 
relativamente à penalidade pecuniária) (Brasil, 1966), portanto uma obrigação 
acessória não se tornará uma obrigação principal nem uma obrigação principal 
se tornará acessória, o que ocorre é que a inobservância (descumprimento) da 
 
 
12 
obrigação acessória ao que for relativo à penalidade pecuniária irá se converter 
em obrigação principal. 
Nas palavras de Coêlho (2010, p. 585): 
No parágrafo 2º cuidou das chamadas obrigações acessórias. Elas, 
vimos já, são destituídas de valor patrimonial. Não são pecuniárias. 
Substanciam deveres de fazer e não fazer previstos em lei. Ressalte-
se, todavia, que deverão decorrer de previsões legais em estrito senso, 
ou seja, de leis em sentido formal e material, até porque ninguém está 
obrigado a fazer ou deixar de fazer senão em virtude de lei, a teor da 
Constituição da República. A ressalva, fazemo-la por isso que o 
conceito de legislação tributária é elástico no CTN (art. 96), 
compreendendo não apenas as leis, eis que abarca também os 
decretos e outros atos administrativos. Tome-se a legislação referida 
no parágrafo como sinônimo de lei. 
É importante mencionar que o fato gerador da obrigação acessória se 
encontra no art. 115, do CTN, que dispõe que o fato gerador é qualquer situação 
que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou abstenção de ato que 
não configure obrigação principal (Brasil, 1966). 
Dessa forma, verificamos que a obrigação principal tem por objeto o 
pagamento do tributo, e é o não pagamento do tributo que origina uma multa 
como uma sanção (penalidade pecuniária), assim como a inobservância de uma 
obrigação acessória poderá se converter em principal no que se refere à 
penalidade pecuniária. 
TEMA 4 – FATO GERADOR 
A obrigação tributária surge de fato descrito previamente, ou seja, da 
ocorrência de um fato descrito por lei capaz de gerar determinada obrigaçãopodendo ser principal ou acessória. 
O fato gerador da obrigação tributária principal ocorre por meio da 
situação definida pela lei de forma necessária e suficiente (art. 114, CTN), 
enquanto o fato gerador da obrigação acessória decorre de qualquer situação 
que imponha a prática ou abstenção de ato que não configure obrigação 
principal, conforme a legislação aplicável (art. 115, CTN) (Brasil, 1966). 
De acordo com o art. 116 do CTN, cabe distinguir os fatos geradores que 
correspondem a uma situação de fato e os que exprimem uma situação jurídica 
(Brasil, 1966). Essa distinção busca identificar o momento em que se determina 
ocorrido o fato gerador e assim seus efeitos. Na situação de fato toma-se como 
ocorrido o fato gerador a partir do momento em que possam ser verificadas as 
 
 
13 
circunstâncias materiais necessárias a produzir efeitos que normalmente lhe são 
próprios (art. 116, I, CTN) (Brasil, 1966), ou seja, uma situação material existe 
desde que apta a produzir seus efeitos (Amaro, 2011). 
Acerca do fato gerador correspondente de uma situação jurídica, este 
ocorre quando a situação referida se mostra juridicamente aperfeiçoada (art. 
116, II, CTN), ou seja, no momento em que os requisitos legais necessários à 
existência da situação jurídica específica estiverem presentes, conforme o 
arranjo instrumental por lei exigido ou facultado (Brasil, 1966). 
O fato gerador (hipótese de incidência) possui os seguintes critérios: 
material, espacial, temporal, pessoal e quantitativo. O critério material configura 
o núcleo do fato gerador, ou seja, o verbo mais o complemento; já o critério 
espacial procura demonstrar onde ocorreu o fato gerador; o critério temporal visa 
especificar o tempo do comportamento, enquanto o critério pessoal indica os 
sujeitos ativo e passivo da relação tributária e, por fim, o critério quantitativo 
indica o valor a ser pago. 
Vejamos, como exemplo, o caso do IPTU: 
1. Critério material: ser (verbo) proprietário de imóvel rural ou urbano 
(complemento); 
2. Critério espacial: município em que o imóvel está localizado; 
3. Critério temporal: anual (o IPTU incide anualmente, basta ser proprietário 
do imóvel); 
4. Critério pessoal: indica o credor e o devedor 
a. Sujeito ativo: município – quem irá cobrar (a competência do IPTU é 
municipal, definida pela Constituição Federal – art. 156, I – e compete 
aos municípios instituir impostos sobre propriedade predial e territorial) 
(Brasil, 1988); 
b. Sujeito passivo: contribuinte – quem irá pagar (no caso, o proprietário 
do imóvel); 
5. Critério quantitativo: valor que deverá ser pago, base de cálculo x alíquota; 
a. Base de cálculo: valor venal do imóvel; 
b. Alíquota: variável de acordo com o município, a alíquota sempre será 
um percentual que recairá sobre a base de cálculo. 
Dessa forma, quando preenchidos os critérios da hipótese de incidência, 
verifica-se a ocorrência do fato gerador. 
 
 
14 
Outros integrantes da hipótese de incidência são a alíquota e a base de 
cálculo. Utilizando como exemplo o imposto de renda, o tributo é imposto a quem 
aufere renda (verbo + complemento -> núcleo do fato gerador), sendo a base de 
cálculo a renda auferida e a alíquota expressa através de um percentual, desta 
forma é definido o quanto se deve pagar. 
TEMA 5 – SUJEITO ATIVO E PASSIVO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 
A definição de sujeito ativo e passivo está disposta no Código Tributário 
Nacional: 
Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito 
público, titular da competência para exigir o seu cumprimento. 
Art. 120. Salvo disposição de lei em contrário, a pessoa jurídica de 
direito público, que se constituir pelo desmembramento territorial de 
outra, sub-roga-se nos direitos desta, cuja legislação tributária aplicará 
até que entre em vigor a sua própria. 
Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao 
pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. 
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se: 
I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação 
que constitua o respectivo fato gerador; 
II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua 
obrigação decorra de disposição expressa de lei. 
Art. 122. Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada 
às prestações que constituam o seu objeto. (Brasil, 1966) 
O sujeito ativo é o credor, a pessoa jurídica de direito público a quem a 
Constituição Federal deu competência para instituir e cobrar o tributo, objeto 
dessa relação jurídica de natureza tributária. Podem ser entes federativos ou 
autarquias (ex.: INSS). 
O sujeito passivo pode ser tanto o contribuinte quanto o responsável 
tributário. O contribuinte é aquele que tem relação pessoal e direta com a 
situação que constitui o fato gerador, por exemplo, o proprietário de imóvel 
territorial urbano será contribuinte. 
Analisa-se a responsabilidade em dois sentidos, um sentido amplo e outro 
restrito, sendo que neste, a palavra responsabilidade é a imposição atribuída ao 
contribuinte, aquele que está obrigado a recolher, relacionado diretamente com 
o fato gerador e também com a obrigação tributária. 
Em um sentido amplo, significa que aquele que não é contribuinte, ou seja, 
que não foi partícipe diretamente do fato gerador, mas que com ele se envolveu, 
de modo direto ou indireto, contribuiu por qualquer escala para a ocorrência do 
fato gerador, de modo que a lei permite que seja considerado participante da 
 
 
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relação de obrigação tributária, assumindo a posição de sujeito passivo tributário 
(Delgado, 2004). 
Nas palavras de Amaro (2011, p. 329): 
A presença do responsável como devedor na obrigação tributária 
traduz uma modificação subjetiva no polo passivo da obrigação, na 
posição que, naturalmente, seria o personagem a contracenar com o 
Fisco, se a lei não optasse por colocar outro figurante em seu lugar (ou 
a seu lado), desde o momento da ocorrência do fato ou em razão de 
certos eventos futuros (sucessão do contribuinte, por exemplo). 
Dessa forma, se alguém é devedor da obrigação principal e não é definível 
como contribuinte, ele será responsável. 
O Código Tributário Nacional versa sobre esse assunto, especificamente 
em seus arts. 128 a 138, de modo que é necessário identificar o liame dessa 
responsabilidade tributária (Brasil, 1966). 
O Código Tributário Nacional (art. 121, parágrafo único, II) aparentemente 
autoriza que qualquer indivíduo (que não tenha relação pessoal e direta com o 
fato gerador) possa ser posto na condição de responsável, desde que isso se dê 
por lei expressa (Brasil, 1966). 
O art. 128, do CTN, dispõe que a lei pode eleger o terceiro como 
responsável, se ele estiver vinculado ao fato gerador, verificando que não se 
pode responsabilizar qualquer terceiro, ainda que por norma legal expressa 
(Brasil, 1966). 
No entanto, mais do que isso, deve-se mencionar também que não é 
qualquer tipo de vínculo com o fato gerador que pode ensejar a responsabilidade 
de terceiro. Para isso ser possível, é necessário que a natureza do vínculo 
permita a esse terceiro, elegível como responsável, fazer com que o tributo seja 
recolhido sem onerar seu próprio bolso. 
Por exemplo, no caso do imposto de renda, o indivíduo que aufere renda 
seria, naturalmente, elegível como contribuinte. Se um terceiro for eleito como 
responsável, é preciso que a lei preveja mecanismos pelos quais o pagamento 
do tributo possa ser efetuado sem onerar esse terceiro. 
TROCANDO IDEIAS 
Ao verificarmos a diferença entre a obrigação tributária principal e 
acessória, é possível compreender qual a finalidade de cada uma. 
 
 
16 
A obrigação tributária acessória nem sempre será de responsabilidade 
somente do contribuinte, sendo assim, a responsabilidade poderá também ser 
do contador por obrigações tributárias do contribuinte. 
Saiba mais 
Para leitura, acesse o link a seguire leia o texto extraído do site do 
Sindicato das Empresas e Serviços Contábeis e das Empresas de 
Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas no Estado do Paraná 
(SESCAP-PR): 
PAOLA, L. A responsabilidade do contador por obrigações tributárias do 
contribuinte. SescapPR, 12 ago. 2016. Disponível em: <https://www.sescap-
pr.org.br/noticias/post/a-responsabilidade-do-contador-por-obrigacoes-
tributarias-do-contribuinte>. Acesso em: 13 fev. 2020. 
Discuta no fórum do seu ambiente virtual o que pensa sobre a 
responsabilidade do contador por obrigações tributárias do contribuinte, expondo 
sua visão de como deveria ser atribuída essa responsabilidade. 
NA PRÁTICA 
Trabalhamos vários temas que possibilitam verificar na prática como uma 
obrigação tributária se forma com base em uma norma jurídica que determina a 
hipótese e a consequência tributária, ensejando na regra matriz de incidência 
tributária com todos os seus critérios. 
Para tanto, vamos analisar a questão abaixo e responder identificando no 
problema os critérios da RMIT. 
(1º Exame OAB/MT – maio/2006) Orestes, casado em regime de comunhão 
parcial de bens, faleceu deixando 2 (dois) herdeiros, esposa e um patrimônio de 
R$1.000.000,00 (um milhão de reais), que foi adquirido durante a constância de 
seu matrimônio. Esse patrimônio é composto de 3 (três) imóveis situados em 
Cuiabá, no valor de R$900.000,00 (novecentos mil reais), e R$100.000,00 (cem 
mil reais) em depósitos bancários, na agência de Cuiabá do BANCO 
FINANCEIRO. Que tributo deverá ser pago nesse caso? Considerando alíquota 
de 2% (dois por cento), monte a regra matriz de incidência tributária e depois 
explique o quantum debeatur. 
 
 
 
17 
Resposta: será pago o imposto sobre transmissão causa mortis. A regra 
matriz será assim instituída: 
a. Critério material: herdar bens ou direitos; 
b. Critério espacial: em qualquer lugar do Estado de Mato Grosso; 
c. Critério temporal: momento do óbito; 
d. Critério quantitativo: base de cálculo: 50% do patrimônio elencado; 
alíquota: 2% 
e. Critério pessoal: sujeito ativo: Estado do Mato Grosso; sujeitos passivos: 
os herdeiros. Logo, o quantum debeatur será R$10.000,00. 
Saiba mais 
A título explicativo, a definição de quantum debeatur é a quantia devida. 
FINALIZANDO 
Nesta aula, vimos a figura da administração pública que se refere ao 
exercício da função essencial da administração e também o encargo que 
compete ao Poder Executivo ou o conjunto de pessoas jurídicas, órgãos e 
agentes públicos que realizam como objetivo a função administrativa. Assim, a 
administração pública deve ter sua regulação à luz da Constituição Federal, 
reportando-se ao art. 174 da CF, trazendo a função administrativa normativa 
(Brasil, 1988). 
Vimos também que o sistema de regras de conduta que disciplina o 
comportamento humano decorre do direito positivo, que constrói normas 
jurídicas provenientes de sua interpretação. O Estado, criado para efetivar as 
regras de conduta dispostas pelo Direito, se mantém em troca de pagamento de 
tributos aos que se encontram submetidos ao seu poder. 
Ressaltam-se as funções da fiscalidade, parafiscalidade e extrafiscalidade 
no direito tributário no sentido de arrecadar recursos para o Estado, a delegação 
da capacidade ativa (arrecadar, fiscalizar e cobrar tributos) e regular condutas, 
visando um fim econômico, político ou social, em conformidade com a 
Constituição Federal. 
A regra matriz de incidência tributária deve ser interpretada com base em 
uma norma jurídica tributária, podendo identificar na RMIT uma hipótese de 
incidência (critérios: material, espacial e temporal) e uma consequente tributária 
 
 
18 
(critérios: pessoal e quantitativo), de modo a ser possível estabelecer a 
obrigação tributária principal. 
Assim, a obrigação tributária principal decorre do fato gerador (núcleo da 
hipótese de incidência -> critério material -> verbo + complemento), que é a 
situação definida em lei de forma necessária e suficiente (art. 114, CTN) e a 
obrigação tributária acessória tem como fato gerador qualquer situação que 
imponha a abstenção ou prática de ato que não configure obrigação principal 
(art. 115, CTN) (Brasil, 1966). 
Verificado o fato gerador, é importante definir quem irá constituir a 
obrigação tributária, tanto como sujeito ativo (credor) quanto como sujeito 
passivo (devedor -> contribuinte ou responsável tributário). 
Com base no que estudamos, daremos continuidade aos estudos ao 
abordarmos os próximos temas. 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
AMARO, L. Direito tributário brasileiro. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Diário Oficial 
da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 5 out. 1988. 
BRASIL. Lei n. 5.172, de 25 de outubro de 1966. Diário Oficial da União, Poder 
Legislativo, Brasília, DF, 27 out. 1966. 
COÊLHO, S. C. N. Curso de direito tributário brasileiro. Rio de Janeiro: 
Forense, 2010. 
DELGADO, J. A. Conferência: responsabilidade tributária à luz do Novo Código 
Civil. Revista de Estudos Tributários, Porto Alegre: v. 7, n. 38, jul.-ago. 2004. 
GOUVÊA, M. F. A extrafiscalidade no direito tributário. Belo Horizonte: Del 
Rey, 2006. 
MARTINS, R. M. Regulação administrativa à luz da Constituição Federal. 
São Paulo: Malheiros, 2011. 
MEIRELLES, H. L. Direito administrativo brasileiro. 18. ed. São Paulo: 
Malheiros Editores, 1993. 
VIEIRA, J. R. A regra-matriz de incidência do IPI: texto e contexto. Curitiba: 
Juruá, 1993.

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