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Compliance Concorrencial - Módulo 3 - Implementação do programa de compliance na estrutura de uma organização

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Compliance 
Concorrencial
Implementação do programa de compliance na 
estrutura de uma organização3
M
ód
ul
o
2Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Enap, 2021 
Enap Escola Nacional de Administração Pública
Diretoria de Educação Continuada
SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Presidente 
Diogo Godinho Ramos Costa
Diretor de Desenvolvimento Pro issional
Paulo Marques
Coordenador-Geral de Produção de Web 
Carlos Eduardo dos Santos
Equipe
Alden Caribé (Conteudista, 2021).
Ana Beatrice Neubauer (Revisora, 2021)
Erley Ramos Rocha (Coordenador Web e Implementador Articulate, 2021).
João Paulo Albuquerque Cavalcante (Diagramação e produção gráfica, 2021).
Juliano Pimentel (Conteudista, 2021).
Lavínia Cavalcanti (Coordenadora de desenvolvimento, 2021).
Rodrigo Mady da Silva (Implementador Moodle, 2021)
Desenvolvimento do curso realizado no âmbito do acordo de Cooperação Técnica FUB / CDT / 
Laboratório Latitude e Enap.
3Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Unidade 1: O arranjo institucional do programa de compliance...............................................6
1.1. Tipos de governança de programas de compliance.................................................................6
1.2. O lócus institucional do programa de compliance....................................................................9
1.3. Estruturas de compliance em grandes organizações.............................................................10
1.4. Estruturas de compliance em pequenas e médias................................................................11
Unidade 2: O profissional de compliance...............................................................................13
Sumário
4Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
5Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Olá!
Desejamos boas-vindas ao módulo 3 do curso Compliance Concorrencial.
É um prazer ter você como participante e auxiliar na construção do seu conhecimento acerca 
desse tema.
Neste módulo abordaremos os seguintes tópicos:
Unidade 1: O arranjo institucional do programa de compliance
Unidade 2: O profissional de compliance
M
ód
ul
o Implementação do programa de compliance na estrutura 
de uma organização3
6Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Unidade 1: O arranjo institucional do programa de compliance
Objetivos de Aprendizagem
Ao final desta unidade, você será capaz de classificar os diferentes tipos de governança de um 
programa de compliance, com suas vantagens e desvantagens, e a forma como o programa se 
posiciona na estrutura da organização, seja ela de pequeno, médio ou grande porte. 
A estruturação de qualquer programa de compliance, incluindo o concorrencial, demanda a 
definição de um arranjo organizacional para a sua implementação.
A elucidação desse arranjo comporta a definição de uma unidade da organização ou funcionário 
responsável pelo programa, o estabelecimento de processos decisórios relacionados, assim 
como os mecanismos de monitoramento e detecção de condutas desviantes. 
Em outras palavras, a definição dessa governança de compliance responderá às seguintes 
questões:
• Quem será o responsável por implementar e gerir o programa de compliance?
• Como o programa de compliance será implementado? 
• Quais são os procedimentos a serem adotados?
• Quais as ferramentas serão empregadas para a condução do programa de 
compliance?
Existe uma grande variedade de possibilidades de respostas a essas perguntas. Para cada 
organização, de acordo com a sua cultura e características organizacionais, os mercados em que 
atua e os riscos a que se expõe, é que se poderá encontrar o melhor arranjo institucional para 
suas atividades de compliance.
1.1. Tipos de governança de programas de compliance
Reconhecendo a pluralidade de possibilidades, podemos trabalhar com três tipos gerais de 
governança de compliance, de acordo com o seu grau de complexidade: governança terceirizada; 
governança não especializada; e governança internalizada 1.1
Governança terceirizada
A governança terceirizada é a mais simples, ou menos complexa. Nesse caso, as atividades de 
compliance são terceirizadas a uma empresa, consultoria ou profissional externo contratado. 
Compreenda quais são suas vantagens e desvantagens:
Vantagens
• Menor custo relacionado à administração interna da governança de compliance.
Foco nas atividades finalísticas da empresa.
1_ As tipologias de governança de compliance foram trazidas do trabalho de Schapiro e Marinho (2019).
7Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Desvantagens
• O programa de compliance desenvolvido é menos aderente às necessidades 
específicas da empresa, com maior risco de adoção de um programa padronizado 
(programa de prateleira).
• Menor controle sobre o funcionamento e resultados do programa de compliance.
• Não desenvolve as competências de compliance internamente.
A governança terceirizada tende a ser adotada por organizações menores ou que estão submetidas 
a poucos riscos concorrenciais. 
Governança não especializada
A governança não especializada é mais complexa do que a terceirizada. Nesse caso, a governança é 
interna, mas sem especialização funcional. A administração do programa de compliance é 
atribuída a uma unidade da organização que também está encarregada de outras funções.
Por exemplo, o departamento jurídico pode assumir a atribuição de gerir o programa de 
compliance, sem abrir mão de suas atribuições originais. Analise quais são as vantagens e 
desvantagens desse modelo:
Vantagens
• Governança interna possibilita um programa de compliance mais adequado às
necessidades da organização.
• Desenvolvimento interno de competências de compliance concorrencial.
• Maior ganho de escala, com redução de custos.
Desvantagens
• Competição interna à organização por recursos (tempo e recursos humanos, por
exemplo) entre a atividade de compliance e outras atividades da organização.
A governança não especializada pode ser mais adequada para organizações um pouco mais 
complexas ou que estão expostas a riscos concorrenciais mais expressivos, mas que não contam 
com recursos para dispor de uma unidade especializada.
Quando a área de compliance acumula outras funções, deve ser avaliado eventual risco à 
independência da atividade de compliance e avaliada a necessidade de se adotar mecanismos 
para administrar possíveis conflitos de interesses.
Governança internalizada 
A governança internalizada é o arranjo institucional em que a formulação, a implementação e o 
8Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
monitoramento do programa de compliance ocorrem dentro da empresa e, ainda, as unidades 
responsáveis pelo programa dentro da empresa são especializadas e dedicadas a essa função.
Vantagens
• Maior especialização funcional, com customização do programa às especificidades
da organização e aos riscos concorrenciais a que está exposta.
• Desenvolvimento interno das competências.
• Destinação própria de recursos.
Desvantagens
• Menor ganho de escala e escopo, com estrutura mais custosa.
O arranjo de governança interno e especializado é mais adequado para grandes empresas e 
estruturas mais complexas, que estão submetidas a riscos concorrenciais maiores. Por exemplo, 
organizações multinacionais, com grande descentralização geográfica e que atuam em mercados 
reconhecidamente problemáticos em termos concorrenciais ou que já foram objeto de 
investigação da prática de cartel.
Em organizações com várias divisões regionais, é importante que exista um funcionário que atue 
como ponto focal junto à área central responsável pelo compliance.
Importante fixar que as possibilidades de formatação do arranjo institucional 
para administração do programa de compliance são inúmeras. A descrição
desses três tipos tem a finalidade didática de evidenciar os prós e contras 
envolvidos nas decisões relativasà definição desse arranjo.
Assim, uma organização pode decidir por diferentes arranjos de governança possíveis entre cada 
um desses tipos. Pode, por exemplo, decidir contratar apenas a elaboração do programa de 
compliance, capacitando colaboradores para a sua implementação interna.
Outra possibilidade é terceirizar apenas a execução de parte dos instrumentos de compliance. 
Assim, por exemplo, a empresa pode contratar os serviços de operação de um canal de denúncias.
Alguns temas de direito concorrencial também não são de simples compreensão e demandam 
um assessoramento por profissional especializado. A diferenciação entre a licitude e a ilicitude 
de alguma prática, em alguns casos, não é tão simples, e o auxílio de advogado ou consultor 
especializado pode ser essencial. 
No caso da conduta de cartel, é muito simples prever a proibição de contatos entre concorrentes 
que ajustem preços, quantidade ofertada ou a divisão de mercado (alocação de clientes ou áreas 
geográficas de atuação, por exemplo).
9Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Por outro lado, quando se trata de uma conduta unilateral, uma mesma prática comercial pode ou 
não ser considerada como abuso de posição dominante, a depender dos seus efeitos potenciais 
e de quem a pratica.
Saiba mais 
Uma forma de classificar as infrações à ordem econômica é pelo sujeito ativo da 
infração. Por essa classificação, existem as condutas coordenadas e as condutas 
unilaterais. Nas condutas coordenadas, a prática restritiva decorre de um acordo 
ou coordenação entre os agentes econômicos, como o cartel. Já as condutas 
unilaterais são práticas restritivas à concorrência, praticadas unilateralmente 
por um agente econômico, abusando de sua posição dominante no mercado, 
independente da atuação dos demais agentes.
Assim, quando uma empresa verifica a existência de riscos concorrenciais relevantes, pode 
ser necessária a contratação de serviços especializados até que se possa desenvolver essa 
competência internamente.
Um bom programa de compliance também evolui ao longo do tempo, a partir de seu 
monitoramento e sua avaliação permanente. De igual modo, o arranjo institucional para 
administração da atividade de compliance também deve ser ajustado a partir dos resultados 
verificados.
1.2. O lócus institucional do programa de compliance
Outro elemento a ser considerado no arranjo institucional do compliance é a forma como ele se 
posiciona na estrutura da organização.
A depender do lócus institucional do compliance, ele poderá ter maior ou menor autonomia e 
influência nos processos decisórios.
É recomendável que o funcionário responsável por desenvolver e supervisionar 
o programa de compliance seja de alto escalão e que possua amplo acesso à 
direção máxima da organização.
A unidade e o responsável pela área de compliance não podem ser subordinados aos colaboradores 
supervisionados. Uma estrutura de compliance subordinada à administração operacional de 
uma organização não terá condições suficientes de exercer suas atividades com autonomia e 
imparcialidade.
10Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Dessa forma, a depender das necessidades e riscos da organização, pode ser desejável que o 
responsável pelo compliance esteja diretamente ligado à direção máxima. Por exemplo, nesses 
casos, quando a organização contar com um Conselho de Administração, uma maior autonomia 
é assegurada ao profissional de compliance quando ele responde diretamente ao conselho e não 
aos diretores.
Em algumas organizações, a área de compliance pode se reportar ao responsável pela área de 
gestão de riscos, de auditoria interna ou do departamento jurídico. Novamente, o desenho mais 
adequado depende da realidade de cada organização.
Mesmo quando as áreas de compliance são separadas das áreas de auditoria interna ou jurídica, é 
fundamental uma interação entre elas, para assegurar uma abordagem consistente na avaliação 
de riscos, no monitoramento e na revisão do programa.
De acordo com a 4º edição da Pesquisa de Maturidade do Compliance no Brasil (2019) elaborada 
pela KPMG, cerca de metade das empresas pesquisadas possuem uma área específica para 
desempenhar as atividades de compliance. Segundo a pesquisa, a função de compliance é 
predominantemente executada pelas seguintes áreas ou departamentos: 
Pesquisa realizada com 240 empresas de diferentes regiões, portes e setores. O resultado não faz distinção 
por tipo de compliance, ou seja, não trata apenas do compliance concorrencial. Fonte: KPMG, 2019.
Verifica-se também um aumento da proporção de empresas que possuem um departamento 
de compliance específico. Da mesma forma, vem caindo significativamente a proporção de 
empresas que não possuem a função de compliance. 
Entre as empresas pesquisadas, também é rara a execução da função de compliance por 
consultorias terceirizadas.
1.3. Estruturas de compliance em grandes organizações
De acordo com a International Chamber of Commerce (ICC), empresas ou organizações com 
https://assets.kpmg/content/dam/kpmg/br/pdf/2019/10/br-pesquisa-de-maturidade.pdf
11Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
diversas unidades em estados ou diferentes países frequentemente têm que decidir se adotam 
uma estrutura de compliance centralizada ou descentralizada. Existem pontos positivos e negativos 
de cada uma das opções e a resposta mais adequada depende da estrutura organizacional mais 
ampla e dos riscos envolvidos.
Sistema de compliance centralizado
• Auxilia na definição de padrões e políticas consistentes e uniformes para toda a 
organização.
• Viabiliza uma linha direta com as atividades de decisão da alta gestão e com as 
atividades de monitoramento e resposta.
Sistema de compliance descentralizado ou local
• Permite o desenvolvimento de soluções customizadas e melhor adaptadas às 
necessidades de cada unidade.
• Favorece a promoção de uma cultura de compliance, ao invés de ser percebido 
como uma mera obrigação imposta de fora para dentro, sem verdadeira conexão 
com os problemas locais.
É possível também uma combinação entre esses diferentes sistemas. Por exemplo: podem ser 
definidos padrões de conduta, políticas e processos centralizados, na forma de um código de 
conduta único. Esse padrão centralizado pode ser adaptado para as necessidades locais, com 
ajustes aos diversos ambientes legais, aos diferentes mercados e riscos verificados, assim como 
podem ser adotadas diferentes formas de comunicação, a depender da localidade.
1.4. Estruturas de compliance em pequenas e médias organizações
Organizações menores, em geral, não dispõem de recursos para instituir uma estrutura de 
compliance com profissionais dedicados a essa atividade. Nesse caso, é possível designar um 
funcionário (de alto escalão) para essa função.
Esse profissional deve realizar a análise dos riscos concorrenciais da organização e pode 
desenvolver novas competências, estudar, fazer cursos e treinamentos em Direito da Concorrência 
e compliance concorrencial.
Um profissional geralmente escolhido para essas atividades é o responsável pela área jurídica. 
Se a organização não tiver um advogado próprio, pode avaliar a escolha do responsável pela área 
financeira. Esse profissional pode assumir a responsabilidade pelas atividades de compliance, 
como parte de seu trabalho.
12Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Referências
BRASIL. Ministério da Justiça. Conselho Administrativo de Defesa Econômica. Guia Programas 
de Compliance: orientações sobre a estruturação e benefícios da adoção de programas de 
compliance concorrencial. Brasília: CADE, 2016. Disponível em: https://cdn.cade.gov.br/
Portal/centrais-de-conteudo/publicacoes/guias-do-cade/guia-compliance-versao-oficial.pdf?_
ga=2.115214023.1762744349.1612482262-741839812.1586804804. Acesso em: 27 jan. 2021.
ICC. International Chamber of Commerce. The ICC Antitrust Compliance Toolkit: practical 
antitrust compliance tools for SMEs and larger companies.ICC Commission on Competition, 
2013. Disponível em: https://iccwbo.org/publication/icc-antitrust-compliance-toolkit/. Acesso 
em: 22 abr. 2021.
KPMG. Pesquisa Maturidade do Compliance no Brasil. 4. ed. Brasília: KPMG, 2019. Disponível 
em: https://assets.kpmg/content/dam/kpmg/br/pdf/2019/10/br-pesquisa-de-maturidade.pdf. 
Acesso em: 22 abr. 2021.
SCHAPIRO, M.; MARINHO, S. Compliance concorrencial: cooperação regulatória na defesa da 
concorrência. São Paulo: Almedina, 2019.
ZENKNER, M. Integridade Governamental e Empresarial: um espectro da repressão e da 
prevenção à corrupção no Brasil e em Portugal. Belo Horizonte: Fórum, 2019.
https://cdn.cade.gov.br/Portal/centrais-de-conteudo/publicacoes/guias-do-cade/guia-compliance-versao-oficial.pdf?_ga=2.115214023.1762744349.1612482262-741839812.1586804804
https://cdn.cade.gov.br/Portal/centrais-de-conteudo/publicacoes/guias-do-cade/guia-compliance-versao-oficial.pdf?_ga=2.115214023.1762744349.1612482262-741839812.1586804804
https://cdn.cade.gov.br/Portal/centrais-de-conteudo/publicacoes/guias-do-cade/guia-compliance-versao-oficial.pdf?_ga=2.115214023.1762744349.1612482262-741839812.1586804804
https://iccwbo.org/publication/icc-antitrust-compliance-toolkit/
https://assets.kpmg/content/dam/kpmg/br/pdf/2019/10/br-pesquisa-de-maturidade.pdf.
13Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Unidade 2: O profissional de compliance
Objetivos de Aprendizagem
Ao final desta unidade, você será capaz de reconhecer a importância do papel do profissional 
de compliance em uma organização.
Outro elemento a ser considerado na formulação e desenvolvimento do programa de compliance 
é a definição dos profissionais responsáveis pela sua aplicação.
Tão relevante quanto a definição do arranjo institucional do compliance é a definição do 
profissional (ou profissionais) que será responsável por conduzir o programa em uma organização.
Todos os funcionários de alto escalão devem ser responsáveis por promover uma cultura de 
integridade na organização. Ainda assim, é importante que a implementação do programa de 
compliance seja atribuída a um profissional.
Saiba mais 
De acordo com Marcelo Zenkner (2019, p. 46):
(...) integridade implica a exata correspondência entre os 
relevantes valores morais e a realização desses valores no 
momento em que, diante da situações-problemas do dia a dia, 
uma escolha é reclamada a fim de que uma ação ou uma omissão 
sejam realizadas. A integridade, já por esse aspecto, se diferencia 
da ética: enquanto esta traz conotações mais filosóficas e 
intangíveis, a primeira se preocupa mais com o comportamento 
diário das pessoas e com o processo de tomadas de decisões.
Esse profissional deve ser a autoridade interna em matéria de compliance. Sua posição na 
estrutura da organização é um indicador de prioridade e de supervisão adequada da atividade 
de compliance.
Assim, é recomendável designar essa responsabilidade a um funcionário de alto escalão, que deve 
se reportar diretamente à autoridade máxima. O funcionário deve ser respeitado internamente 
e possuir amplo acesso à direção máxima da empresa.
Em uma organização que possua um programa de compliance amplo que abranja dimensões 
não apenas concorrenciais (anticorrupção, regulatória, entre outras), é possível que um mesmo 
profissional seja responsável por todas essas áreas. A designação de profissionais específicos por 
áreas de compliance é uma possibilidade e dependerá das características, necessidades e riscos 
14Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
de cada organização. Em organizações menores, esse profissional pode se dedicar parcialmente 
à atividade de compliance.
O responsável pelo compliance, no desempenho de suas funções, deverá liderar a implementação 
das ações. Por outro lado, a definição de um profissional responsável pelo programa de 
compliance (em inglês, compliance officer) não significa que ele será o único responsável pelas 
ações do programa. Tarefas específicas podem ser divididas com outros profissionais, inclusive 
de outras áreas. Essa é uma estratégia usual para sensibilizar e mobilizar as diversas áreas para 
a cultura da integridade. 
Por exemplo, é possível definir um profissional diferente como ponto focal para desenvolver as 
atividades de gestão para cada um dos riscos concorrenciais mais relevantes (mais prováveis e de 
maiores impactos), trabalhando diretamente com o responsável pelo compliance.
O líder de compliance deve possuir competências técnicas e gerenciais que o habilite a avaliar os 
riscos internos e externos da organização. 
Nesses termos, o Guia de Compliance do Cade pontua:
Para liderar as atividades de compliance, é fundamental nomear 
uma pessoa ou equipe de pessoas que detenha competência e 
ocupe posição compatível com suas responsabilidades. Além de 
um conhecimento aprofundado dos aspectos técnicos ligados à 
defesa da concorrência, o líder do compliance concorrencial deve 
possuir a capacidade de influenciar as decisões da organização, o 
que somente se mostra possível se esse profissional ocupar uma 
posição de relevância na sua estrutura (CADE, 2016, p. 18).
No caso do compliance concorrencial, é importante que o profissional tenha conhecimento não 
apenas das técnicas de gestão de risco e compliance, mas também do negócio da empresa e da 
legislação de defesa da concorrência.
Trata-se também de uma função de confiança, com papel de liderança na organização. Para 
implementar o programa de compliance e promover uma cultura de integridade, o profissional 
responsável pelo programa deve participar do dia a dia da gestão e se relacionar com os atores 
centrais da organização para:
• Sensibilizar sobre a importância do compliance e da cultura de integridade
• Mobilizar para assegurar o comprometimento da gestão, em todos os seus níveis.
• Treinar os colaboradores em todos os níveis para assegurar que todos internalizem 
o padrão de comportamento considerado apropriado, saibam identificar e prevenir 
condutas inapropriadas, e adotem medidas para evitá-las e saber como agir em 
situações de risco.
• Aconselhar os gestores na tomada de decisão.
• Facilitar a gestão, oferecendo alternativas e meios adequados para a organização 
obter sucesso em sua missão, assegurando o cumprimento da legislação.
15Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Para o exercício das atribuições, é responsabilidade da organização conferir ao líder do compliance 
autonomia e independência suficientes para que, de maneira fundamentada, ele possa adotar 
medidas contrárias à convicção (inclusive da alta direção), e que as informações do compliance 
sejam levadas em consideração para a tomada de decisão nos níveis hierárquicos superiores.
Referências
BRASIL. Ministério da Justiça. Conselho Administrativo de Defesa Econômica. Guia Programas 
de Compliance: orientações sobre a estruturação e benefícios da adoção de programas de 
compliance concorrencial. Brasília: CADE, 2016. Disponível em: https://cdn.cade.gov.br/
Portal/centrais-de-conteudo/publicacoes/guias-do-cade/guia-compliance-versao-oficial.pdf?_
ga=2.115214023.1762744349.1612482262-741839812.1586804804. Acesso em: 27 jan. 2021.
ICC. International Chamber of Commerce. The ICC Antitrust Compliance Toolkit: practical 
antitrust compliance tools for SMEs and larger companies. ICC Commission on Competition, 
2013. Disponível em: https://iccwbo.org/publication/icc-antitrust-compliance-toolkit/. Acesso 
em: 22 abr. 2021.
KPMG. Pesquisa Maturidade do Compliance no Brasil. 4. ed. Brasília: KPMG, 2019. Disponível 
em: https://assets.kpmg/content/dam/kpmg/br/pdf/2019/10/br-pesquisa-de-maturidade.pdf. 
Acesso em: 22 abr. 2021.
SCHAPIRO, M.; MARINHO, S. Compliance concorrencial: cooperação regulatória na defesa da 
concorrência. São Paulo: Almedina, 2019.
ZENKNER, M. Integridade Governamental e Empresarial: um espectro da repressão e da 
prevenção à corrupção no Brasil e em Portugal. Belo Horizonte: Fórum, 2019.
https://cdn.cade.gov.br/Portal/centrais-de-conteudo/publicacoes/guias-do-cade/guia-compliance-versao-oficial.pdf?_ga=2.115214023.1762744349.1612482262-741839812.1586804804https://cdn.cade.gov.br/Portal/centrais-de-conteudo/publicacoes/guias-do-cade/guia-compliance-versao-oficial.pdf?_ga=2.115214023.1762744349.1612482262-741839812.1586804804
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https://iccwbo.org/publication/icc-antitrust-compliance-toolkit/
https://assets.kpmg/content/dam/kpmg/br/pdf/2019/10/br-pesquisa-de-maturidade.pdf.
	Unidade 1: O arranjo institucional do programa de compliance
	Unidade 2: O profissional de compliance
	1.4. Estruturas de compliance em pequenas e médias organizações
	1.3. Estruturas de compliance em grandes organizações
	1.2. O lócus institucional do programa de compliance
	1.1. Tipos de governança de programas de compliance