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Livro_Ciencias Biologicas_Sistematica Vegetal

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Comprometida com a formação de professores em todos os níveis e 
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ral e se articulam com as demandas de desenvolvi-
mento das regiões do Ceará. 
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Ciências Biológicas
Ciências Biológicas
Roselita Maria de Souza Mendes
Bruno Edson Chaves
Sistemática Vegetal
Noções básicas com enfoque em algumas famílias de 
angiospermas representativas no Brasil
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ComputaçãoQuímica Física Matemática Pedagogia
Artes 
Plásticas
Ciências 
Biológicas
Geografia
Educação 
Física
História
9
12
3
Ciências Biológicas
Roselita Maria de Souza Mendes
Bruno Edson Chaves
Sistemática Vegetal
Noções básicas com enfoque em algumas famílias de 
angiospermas representativas no Brasil
2ª edição
Fortaleza - Ceará
2015
ComputaçãoQuímica Física Matemática Pedagogia
Artes 
Plásticas
Ciências 
Biológicas
Geografia
Educação 
Física
História
9
12
3
Editora da Universidade Estadual do Ceará – EdUECE
Av. Dr. Silas Munguba, 1700 – Campus do Itaperi – Reitoria – Fortaleza – Ceará
CEP: 60714-903 – Fone: (85) 3101-9893
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Editor da EdUECE
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Revisora Ortográfica
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Gisafran Nazareno Mota Jucá
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Lucili Grangeiro Cortez
Luiz Cruz Lima
Manfredo Ramos
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Maria do Socorro Ferreira Osterne
Maria Salete Bessa Jorge
Silvia Maria Nóbrega-Therrien
Conselho Consultivo
Antônio Torres Montenegro (UFPE)
Eliane P. Zamith Brito (FGV)
Homero Santiago (USP)
Ieda Maria Alves (USP)
Manuel Domingos Neto (UFF)
Maria do Socorro Silva Aragão (UFC)
Maria Lírida Callou de Araújo e Mendonça (UNIFOR)
Pierre Salama (Universidade de Paris VIII)
Romeu Gomes (FIOCRUZ)
Túlio Batista Franco (UFF)
Editora Filiada à
M538s Mendes, Roselita Maria de Souza.
Sistemática vegetal : noções básicas com enfoque em algumas
famílias de angiospermas representativas no Brasil / Roselia Maria 
de Souza Mendes, Bruno Edson Chaves . – 2. ed. – Fortaleza : 
EdUECE, 2015.
220 p. : il. ; 20,0cm x 25,5cm. (Ciências Biológicas)
Inclui bibliografia.
ISBN: 978-85-7826-346-5
1. Botânica – Classificação. 2. Sistemática vegetal. 3. Angiospermas.
4. Morfologia. 5. Filogenia. 6. Taxonomia I. Chaves, Bruno Edson. 
II. Título.
CDD 581.012
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Sistema de Bibliotecas
Biblioteca Central Prof. Antônio Martins Filho
Francisco Welton Silva Rios – CRB-3 / 919
Bibliotecário
Sumário
Apresentação ........................................................................................ 5
Capítulo 1 – Sistemática Vegetal.......................................................... 7
1. Considerações gerais ...........................................................................9
2. Sistemas de classificação ...................................................................10
3. Escolas de classificação .....................................................................18
4. Nomenclatura botânica .......................................................................19
5. Identificação de material vegetal ........................................................22
Capítulo 2 – Diversidade das Angiospermas .................................... 29
1. Considerações gerais .........................................................................31
2. Aspectos históricos e filogenia das Angiospermas .............................31
3. Angiospermas basais ..........................................................................32
4. Monocotiledôneas ...............................................................................36
5. Eudicotiledôneas ................................................................................ 38
Capítulo 3 – Orchidaceae .................................................................... 43
1. Considerações gerais ........................................................................45
2. Características morfológicas...............................................................46
3. Filogenia e taxonomia .........................................................................47
4. Aspectos ecológicos ...........................................................................48
5. Aspectos econômicos .........................................................................50
Capítulo 4 – Arecaceae (Palmae) ....................................................... 57
1. Considerações gerais ........................................................................59
2. Características morfológicas...............................................................60
3. Filogenia e taxonomia .........................................................................61
4. Aspectos ecológicos ...........................................................................63
5. Aspectos econômicos .........................................................................64
Capítulo 5 – Bromeliaceae .................................................................. 73
1. Considerações gerais .........................................................................75
2. Características morfológicas...............................................................76
3. Filogenia e taxonomia .........................................................................76
4. Aspectos ecológicos ...........................................................................80
5.Aspectos econômicos ..........................................................................83
Capítulo 6 – Poaceae (Gramineae) ..................................................... 91
1. Considerações gerais ........................................................................932. Características morfológicas...............................................................94
3. Filogenia e taxonomia .........................................................................96
4. Aspectos ecológicos ...........................................................................98
5. Aspectos econômicos .........................................................................99
Capítulo 7 – Malpighiaceae ................................................................111
1. Considerações gerais ...................................................................... 113
2. Características morfológicas ............................................................ 114
3. Filogenia e taxonomia ....................................................................... 115
4. Aspectos ecológicos ......................................................................... 116
5. Aspectos econômicos ....................................................................... 117
Capítulo 8 –Euphorbiaceae .............................................................. 121
1. Considerações gerais .......................................................................123
2. Características morfológicas.............................................................124
3. Filogenia e taxonomia .......................................................................125
4. Aspectos ecológicos .........................................................................125
5. Aspectos econômicos .......................................................................126
Capítulo 9 – Fabaceae (Leguminosae) ............................................ 133
1. Considerações gerais .......................................................................135
2. Características morfológicas.............................................................136
3. Filogenia e taxonomia .......................................................................137
4. Aspectos ecológicos .........................................................................140
5. Aspectos econômicos .......................................................................142
Capítulo 10 – Myrtaceae .................................................................... 149
1. Considerações gerais .......................................................................151
2. Características morfológicas.............................................................152
3. Filogenia e taxonomia .......................................................................153
4. Aspectos ecológicos .........................................................................154
5. Aspectos econômicos .......................................................................154
Capítulo 11 – Malvaceae ................................................................... 163
1. Considerações gerais .......................................................................165
2. Características morfológicas.............................................................166
3. Filogenia e taxonomia .......................................................................166
4. Aspectos ecológicos .........................................................................168
5. Aspectos econômicos .......................................................................170
Capítulo 12 – Apocynaceae .............................................................. 175
1. Considerações gerais .......................................................................177
2. Características morfológicas.............................................................178
3. Filogenia e taxonomia .......................................................................178
4. Aspectos ecológicos .........................................................................180
5. Aspectos econômicos .......................................................................181
Capítulo 13 – Solanaceae ................................................................. 191
1. Considerações gerais ......................................................................193
2. Características morfológicas.............................................................194
3. Filogenia e taxonomia .......................................................................195
4. Aspectos ecológicos .........................................................................196
5. Aspectos econômicos .......................................................................198
Capítulo 14 – Asteraceae (Compositae) .......................................... 207
1. Considerações gerais ....................................................................... 209
2. Características morfológicas.............................................................210
3. Filogenia e taxonomia ....................................................................... 211
4. Aspectos ecológicos .........................................................................212
5. Aspectos econômicos .......................................................................214
Sobre os autores ............................................................................... 220
Apresentação 
A história nos mostra que várias tentativas de classificação das plantas têm 
sido propostas por sistematas ao longo dos tempos, sempre sendo revisadas 
ou substituídas por sistemas mais adequados às novas descobertas da ciên-
cia, associadas aos momentos históricos vigentes. Apresentamos neste livro 
alguns aspectos relevantes ao estudo da sistemática de angiospermas, alvo 
de estudo desse material.
Inicialmente abordamos a importância da Sistemática Vegetal e suas 
relações com outras ciências, os principais sistemas de classificação, algu-
mas normas de nomenclatura botânica e algumas ferramentas utilizadas para 
identificação de material vegetal.
O segundo capítulo destaca os aspectos históricos e a filogenia das 
angiospermas, assim com as características dos principais grupos (angios-
permas basais, monocotiledôneas e eudicotiledôneas).
Os capítulos 3, 4, 5 e 6 são dedicados a algumas famílias de mono-
cotiledôneas (Orchidaceae, Arecaceae, Bromeliaceae e Poaceae, respecti-
vamente), enquanto os capítulos 7 a 14 trazem informações de famílias de 
eudicotiledôneas (Malpighiaceae, Euphorbiaceae, Fabaceae, Myrtaceae, 
Malvaceae, Apocynaceae, Solanaceae e Asteraceae, respectivamente), to-
das bem representativas no Brasil, dando ênfase às características morfológi-
cas, aspectos gerais relativos à filogenia e taxonomia, importância ecológica 
e econômica.
Esperamos ao final deste livro possam compreender a importância da 
sistemática vegetal, além de estimulá-los ao conhecimento da biodiversidade 
vegetal brasileira, que é provavelmente a maior do mundo. E que a pequena 
parcela dos grupos vegetais aqui retratados, torne sua caminhada pelo mun-
do das plantas bem mais fácil e atrativa.
Os autores
Sistemática Vegetal 7
Capítulo 1
Introdução à 
Sistemática Vegetal
Sistemática Vegetal 9
Objetivos
l Mostrar a importância da Sistemática Vegetal e suas relações com outras ciências.
l Descrever suscintamente os principais sistemas de classificação botânica.
l Compreender as principais normas de nomenclatura botânica.
l Indicar ferramentas utilizadas para identificação de material vegetal.
1. Considerações gerais
A existência humana depende de muitas espécies vegetais para obter ali-
mento, vestimentas, papel, medicamentos, corantes, assim como para uma 
grande quantidade de outras finalidades. A domesticação delas alterou pro-
fundamente a organização e complexidade das sociedades, impulsionando 
mudanças na forma do homem viver, acentuando a ocupação do solo e resul-
tando em profundas mudanças ambientais (VAN DER BERG, 2005). 
Diante dessa constatação, a história nos mostra que várias tentativas de 
classificação têm sido propostas por sistematas ao longo dos tempos, sempre 
sendo revisadas ou substituídas por sistemas mais adequados às novas des-
cobertasda ciência, associadas aos momentos históricos vigentes. 
Desta forma a Sistemática Vegetal é a parte da Botânica que tem 
por finalidade agrupar as plantas dentro de um sistema, levando em con-
sideração suas características morfológicas e anatômicas, suas relações 
genéticas e suas afinidades.
Certos autores são discordantes na interpretação e no emprego das pa-
lavras Sistemática e Taxonomia (ou Taxinomia). Haywood (1970), por exem-
plo, diz que o “termo Sistemática é usado para designar o estudo científico da 
diversidade e diferenciação dos organismos e das relações existentes entre 
eles”, enquanto a Taxonomia seria “parte da Sistemática que trata do estudo 
da classificação, incluindo suas bases, princípios, procedimentos e regras”. 
Outros autores empregam esses termos indiferentemente, às vezes inversa-
mente (FERNANDES, 1996).
A Sistemática compreende: identificação (individualização), classifica-
ção e nomenclatura.
Identificação é a determinação de um táxon1 como idêntico ou semelhan-
te a outro já conhecido. Pode ser feita com o auxilio da literatura, utilizando chaves 
de identificação ou pela comparação de um táxon com outro de identidade co-
nhecida e em qualquer hierarquia. A identificação é dita biológica quando se che-
1Táxon (plural taxa): grupo 
de organismos em qualquer 
nível de uma hierarquia 
taxonômica (espécie, 
gênero, família, etc.); 
recebe um nome científico 
que deve ser claro, único e 
universal.
MENDES, R. M. DE S., CHAVES, B. ED. 10
ga ao nível de espécie, subespécie etc.; enquanto na identificação taxonômica 
chega-se somente até gênero. Tratando-se de material novo para a Sistemática, 
por conseguinte ainda não designado cientificamente, deve receber denomina-
ção própria e ser objeto de descrição, publicação em órgão especializado, obser-
vando-se o que preceitua o Código Internacional de Nomenclatura. 
Classificação é a ordenação das plantas em categorias hierárquicas, 
segundo as afinidades naturais ou graus de parentesco e de acordo com um 
sistema de classificação. Cada espécie é classificada como membro de um 
gênero, cada gênero pertence a uma família, as famílias estão subordinadas 
a uma ordem, cada ordem a uma classe, cada classe a uma divisão (ou filo).
Nomenclatura está relacionada com o emprego correto dos nomes das 
plantas e compreende um conjunto de princípios, regras e recomendações apro-
vados em Congressos Internacionais de Botânica e publicados num texto oficial.
A Sistemática Vegetal desempenha um papel de importância capital 
em favor de ciências que lidam com as plantas. No conceito antigo, era uma 
ciência que se restringia ao estudo de fragmentos de plantas, devidamente 
etiquetados e conservados em um Herbário, baseando-se no estudo morfoló-
gico desses espécimes. 
A Sistemática moderna, tanto estuda o comportamento da planta na na-
tureza, como se fundamenta na morfologia e na estrutura dos vegetais, seus 
caracteres genéticos, sua ecologia, distribuição geográfica etc., para compre-
ender e estabelecer as verdadeiras afinidades e graus de parentesco existen-
tes entre os diversos grupos de plantas (BARROSO et al., 2002). 
2. Sistemas de classificação
Ao longo da História, diversos sistemas de classificação foram propostos e 
servem como base para que possamos compreender as fases do desenvol-
vimento da Taxonomia Vegetal, sempre associadas ao nível tecnológico e 
às crenças de suas épocas. Considerando as ideias dominantes e os mé-
todos adotados, é possível estabelecer dois grandes períodos da classifica-
ção vegetal: Período Descritivo e Período de Sistematização. 
Período Descritivo: baseado na aparência ou hábito das plantas, que foram 
divididas em árvores, arbustos, subarbustos e ervas. Pertenceram no início 
a este período: Theophrastus (384-284 a.C.), Dioscórides, Plínio e Albertus 
Magnus (1193-1280). A este é atribuída às diferenças entre Dicotiledôneas e 
Monocotiledôneas. Posteriormente, surgiu Otto Brunfels, Hieronymus Bock, 
Leonard Funchs, Car. Clusius, Mathias de L’Obel e John Gerard. A organiza-
ção em grupos naturais resultou em classificações imprecisas do ponto de 
vista evolutivo (FERNANDES, 1996).
Sistemática Vegetal 11
Período de Sistematização: os sistemas deste período compreendem três 
tipos principais: artificiais, naturais e filogenéticos. 
Artificiais: agrupavam segundo caracteres arbitrários, essencialmente mor-
fológicos. Recebiam também influência das premissas filosóficas relativas 
ao principio de imutabilidade das espécies. Neste período destacaram-se: 
Andrea Caesalpino (1519-1603) – Figura 1A, que classificou as plantas 
quanto ao hábito e aos tipos de frutos e sementes, posteriormente reconhe-
ceu o uso e as características da posição do ovário e do número de lóculos, 
da ausência ou presença de bulbos e de sucos aquosos ou leitosos. 
 Jean Bauhin (1541-1631) tornou-se importante pela publicação por 
sua obra Historia Plantarum Universalis em que são descritos cerca de 
5.000 espécies. Seu irmão Gaspar Bauhin (1566-1624), publicou Pinax, um 
trabalho que possui os nomes e sinônimos de aproximadamente 6.000 es-
pécies, classificadas quanto à textura e à forma das folhas. 
John Ray (1628-1705) foi o primeiro a reconhecer a importância do 
embrião na sistemática e a presença de 1-2 cotilédones nas sementes. Jo-
seph Tournefort (1656-1708) – Figura 1B, desenvolveu um sistema baseado 
na forma das corolas. Muitos dos nomes genéricos por ele criados são utili-
zados até hoje como: Populus, Salix, Betula, Fagus, Verbena etc. 
Carl Linné (1707-1778) - Figura 1C, criador da nomenclatura binária e 
do sistema artificial clássico chamado “sistema sexual” de Lineu (Quadro 1), 
baseado no número e disposição dos estames. Lineu estabeleceu 24 classes 
baseadas no aparelho reprodutor. Destas, 23 classes abrangiam plantas com 
flores e uma, as Criptógamas, sem flores. As ordens, conforme as classes a 
que pertenciam, eram denominadas segundo critérios relacionados com o nú-
mero de ovários (existindo só um ovário, passou a considerar o número de es-
tiletes ou de estigmas), com o número de estames e com a natureza do fruto. 
Figura 1 – Principais autores do sistema artificial. (A) Andrea Caesalpino; 
(B) Joseph Tournefort; (C) Carl Linné. 
Fonte: http://bit.ly/TnkBeU;http://bit.ly/SiNmJZ; http://bit.ly/VvWFUn
A B C
MENDES, R. M. DE S., CHAVES, B. ED. 12
Quadro 1
Sistema sexual de Lineu – Classes
 I. PLANTAS COM FLORES 
1. Flores hermafroditas 
A. Estames não concrescidos com os carpelos 
 1. Estames livres 
 a) Filetes sem caráter diferencial 
1 estame ..................................................................................... I - Monandria 
 2 estames ................................................................................... II - Diandria 
 3 estames ................................................................................... III -Triandria 
 4 estames ................................................................................... IV – Tetrandria 
 5 estames ................................................................................... V – Pentandria 
 6 estames ................................................................................... VI – Hexandria 
 7 estames ................................................................................... VII – Heptandria 
 8 estames ................................................................................... VIII – Octandria 
 9 estames ................................................................................... IX – Eneandria 
 10 estames ................................................................................. X – Decandria 
 11-19 estames ........................................................................... XI – Dodecandria 
 20 ou mais estames ..........................Epíginos ......................... XII – Icosandria 
 20 ou mais estames ..........................Hipóginos ...................... XIII - Poliandria 
b) Filetescom caráter diferencial 
4 estames (2 maiores e 2 menores) .......................................... XIV - Didinamia 
 6 estames (4 maiores e 2 menores) .......................................... XV - Tetradnamia 
2. Estames soldados 
a) Pelos filetes 
1 feixe ..................................................................................... XVI – Monadelfia 
2 feixes ................................................................................... XVII – Diadelfia 
3 ou mais feixes ..................................................................... XVIII - Poliadelfia 
b) Pelas anteras ............................................................................. XIX - Sigenésia 
B. Estames concrescidos com os carpelos ............................................... XX- Ginandria 
2. Flores unissexuais 
A. Na mesma planta ................................................................................. XXI – Monécia 
B. Em plantas diferentes 
a) Sem flores hermafroditas ........................................................... XXII – Diécia 
b) Com flores hermafroditas .......................................................... XXIII – Poligamia 
II. PLANTAS SEM FLORES ....................................................................... XXIV - Criptogamia 
Naturais: baseados na afinidade natural das plantas, pela existência de ca-
racteres morfológicos e anatômicos comuns. O primeiro sistema natural de 
destaque foi o de Antoine Jussieu (1748-1836) Figura – 2A. Também artifi-
cial, porém fundamentado num maior conjunto de caracteres morfológicos, 
este sistema tenta agrupar os organismos numa sequência partindo dos mais 
primitivos e simples aos mais complexos morfologicamente. Considerou prin-
cipalmente o número de cotilédones, como caráter dominante nas Faneróga-
mas e dividiu o Reino Vegetal em 15 classes. 
Outro sistema natural foi o de Augustin P. de Candolle (1778-1841) - 
Figura 2B, o qual se baseou no sistema de Jussieu. Fez a distinção entre 
plantas vasculares e a separação das talófitas, no entanto, incluiu as Pteridófi-
tas entre as Monocotiledôneas. Muitos outros sistemas de classificação foram 
propostos, entre eles ressaltam-se os de: Robert Brown, Lindley, Endlicher, 
Brogniart, Alexander Braun, Bentham e Hooker.
Fonte: Fernandes (1996)
Sistemática Vegetal 13
Figura 2 – Principais autores do sistema natural. (A) Antoine Jussieu; 
(B) Augustin P. de Candolle. 
Fonte: http://bit.ly/SMy7q6;http://bit.ly/Th5izT
A B
Filogenéticos: a maioria dos sistemas filogenéticos fundamenta-se nas teo-
rias de Charles Darwin. O sistema de August Eichler (1839-1887) foi aperfei-
çoado por Adolf Engler (1844-1930) e já trazia claramente uma preocupação 
em organizar as Angiospermas conforme o seu grau de parentesco e evolu-
ção. O sistema de Engler subdivide as Angiospermas em duas classes: mono-
cotiledôneas e dicotiledôneas2, considerando a primeira mais primitiva. Pos-
teriormente, as monocotiledôneas já são tratadas como mais recentes que as 
dicotiledôneas (Subclasses: Archychlamideae e Sympetalae). 
Charles Bessey (1845-1915) – Figura 3A, discordava em parte das 
teorias de Engler, dividiu as Angiospermas em duas classes: Oppositifoliae 
e Alternifoliae e considerou a ordem Ranales a mais primitiva. Ele produziu 
uma série de diagramas para ilustrar as principais tendências de avanço (e, 
às vezes, também reversões) das angiospermas e mostravam grupos atuais 
ligados diretamente entre si – Figura 3B (JUDD et al., 2009). 
2•Dicotiledôneas mais 
primitivas (Subclasses):
 Dilleniidae 
(Flacourtiaceae), 
Magnoliidae (Annonaceae, 
Mgnoliaceae e 
Myristacaceae); Rosidae 
(Euphorbiaceae).
Dicotiledôneas mais 
evoluídas (Subclasse):
 Asteridae (Lamiaceae, 
Valerianaceae, 
Dipsicaceae e 
Verbenaceae). 
MENDES, R. M. DE S., CHAVES, B. ED. 14
Figura 3 – Charles Bessey (A) e uma de suas “árvores” isoladas de 
classificação (B).
Fonte: http://bit.ly/hRiszK; Bessey (1915).
Sua grande contribuição foi a formulação de 22 princípios, os quais são 
apresentados a seguir (BARROSO et al., 2002).
1. A evolução tanto pode ser uma progressão como uma regressão dos caracteres.
2. A evolução não abrange todos os órgãos ao mesmo tempo.
3. De modo geral, árvores e arbustos são mais primitivos que ervas.
4. Árvores e arbustos são mais primitivos que trepadeiras.
5. Plantas perenes são mais antigas que as bianuais e anuais.
6. Plantas aquáticas derivaram-se de ancestrais terrestres, e as epífitas, sa-
prófitas e parasitas são mais recentes que plantas de hábito normal.
7. Dicotiledôneas são mais primitivas que as Monocotiledôneas.
8. Folhas simples são mais primitivas que compostas.
Sistemática Vegetal 15
9. Disposição espiralada é mais primitiva que a cíclica.
10. Flores unissexuadas são mais avançadas que as hermafroditas; plantas 
dioicas mais recentes que monoicas.
11. Flores solitárias são mais antigas que as inflorescências.
12. Os tipos de pré-floração derivaram-se de contorcida a imbricada e valvar.
13. Flores apétalas derivaram-se de petalíferas.
14. Polipetalia é mais antiga que a gamopetalia.
15. Flor actinomorfa é mais primitiva que zigomorfa.
16. Hipoginia é mais antiga que periginia e epiginia a mais avançada.
17. Apocarpia é mais primitiva que sincarpia.
18. Gineceu de muitos carpelos precedeu o de poucos carpelos.
19. Sementes com endosperma e embrião pequenos são mais primitivos que 
sementes sem endosperma, com embrião bem desenvolvido.
20. Androceu de muitos estames precedeu o de poucos estames.
21. Anteras livres indicam mais primitividade que anteras ou filetes concrescidos.
22. Frutos múltiplos são mais evoluídos do que os simples; a cápsula precede 
a baga ou a drupa.
Richard Wettstein (1862-1931), ao contrário de Engler, considerou as 
Dicotiledôneas mais primitivas que as Monocotiledôneas. Por sua vez, o sis-
tema de Armen Takhtajan é considerado por muitos de alcance avançado, di-
vidido em duas classes: Magnoliatae (sete subclasses) e Liliatae (quatro sub-
classes). Merece ainda serem destacados os sistemas de Arthur Cronquist 
(1919-1992) e mais recentemente de Angiospermae Phylogeny Group - APG 
(1998), APG II (2003) e APG III (2009).
Cronquist foi o maior responsável pela nova classificação das Angios-
permas, tomando por base a de Takhtajan, com leves modificações. Para a 
sua classificação considerou caracteres anatômicos, ausência ou presença 
de endosperma, composição química, morfologia dos órgãos reprodutores, 
entre outros. Procurou comparar estruturas que considerava mais primitivas, 
dividindo o filo Magnoliophyta em duas classes: Magnoliopsida e Liliopsida. 
A primeira versão do seu sistema foi apresentada em 1968, posteriormente 
sofreu modificações em 1981 e em 1988 (Quadro 2).
MENDES, R. M. DE S., CHAVES, B. ED. 16
Quadro 2
SISTEMA DE CRONQUIST3 (1988) ENFOCANDO A DISTRIBUIÇÃO DAS ORDENS EM CADA SUBCLASSE
DIVISÃO MAGNOLIOPHYTA (Antophyta, Angiospermae)
A. CLASSE MAGNOLIOPSIDA (Magniolatae, Dicotyledoneae)
Subclasse I. Magnoliidae Ordem 10. Diapensiales
Ordem 1. Magnoliales Ordem 11. Ebenales
Ordem 2. Laurales Ordem 12. Primulales
Ordem 3. Piperales Ordem 13. Batales
Ordem 4. Aristolochiales Subclasse V. Rosidae
Ordem 5. Illiaciales Ordem 1. Rosales
Ordem 6. Nymphaeales Ordem 2. Fabales
Ordem 7. Ranunculales Ordem 3. Proteales
Ordem 8. Papaverales Ordem 4. Podostemales
Subclasse II. Hamamelidae Ordem 5. Haloragales
Ordem 1. Trochodendrales Ordem 6. Myrtales
Ordem 2. Hamamelidales Ordem 7. Rhizophorales
Ordem 3. Daphniphyllales Ordem 8. Cornales
Ordem 4. Didymelales Ordem 9. Santalales
Ordem 5. Eucommiales Ordem 10. Rafflesiales
Ordem 6. Urticales Ordem 11. Celastrales
Ordem 7. Leitneriales Ordem 12. Euphorbiales
Ordem 8. Juglandales Ordem 14. Linales
Ordem 9. Myricales Ordem 15. Polygalales
Ordem 10. Fagales Ordem 16. Sapindales
Ordem 11. Casuarinales Ordem 17. Geraniales
Subclasse III. Caryophyllidae Ordem 18. Apiales
Ordem 1. Caryophyllales Subclasse VI. Asteridae
Ordem 2. PolygonalesOrdem 1. Gentiales
Ordem 3. Plumbaginales Ordem 2. Solanales
Subclasse IV. Dilleniidae Ordem 3. Lamiales
Ordem 1. Dilleniales Ordem 4. Callitrichales
Ordem 2. Theales Ordem 5. Plantaginales
Ordem 3. Malvales Ordem 6. Scrophulariales
Ordem 4. Lecythidales Ordem 7. Campanulales
Ordem 5. Sarraceniales Ordem 8. Rubiales
Ordem 6. Violales Ordem 9. Dipsacales
Ordem 7. Salicales Ordem 10. Calycerales
Ordem 8. Capparales Ordem 11. Asterales
Ordem 9. Ericales
Continua...
3Para maiores detalhes 
das distribuições de 
família dentro das ordens 
no sistema de Cronquist, 
verificar em:
CRONQUIST, A. An 
integrated system of 
classification of flower 
plants. New York: Columbia 
Universit Press, 1981.
CRONQUIST, A. 
The evolution and 
classification of flowering 
plants. 2. ed. New York: 
Botanical Garden, 1988.
Ou na apostila de botânica 
agrícola da Profª. Drª. 
Adriana Graciela Desiré 
Zecca, disponível em 
http://pt.scribd.com/
doc/45792172/1/
BOTANICA-AGRICOLA.
Sistemática Vegetal 17
...continuação
B. CLASSE LILIOPSIDA (LILIATAE, MONOCOTYLEDONEAE)
Subclasse I. Alismatidae Ordem 2. Eriocaulales
Ordem 1. Alismatales Ordem 3. Restionales
Ordem 2. Hydrocharitales Ordem 4. Juncales
Ordem 3. Najadales Ordem 5. Cyperales
Ordem 4. Triuridales Ordem 6. Hydatellales
Subclasse II. Arecidae Ordem7. Typhales
Ordem 1. Arecales Subclasse IV. Zingiberidae
Ordem 2. Cyclantales Ordem 1. Bromeliales
Ordem 3. Pandanales Ordem 2. Zingiberales
Ordem 4. Arales Subclasse V. Liliidae
Subclasse III. Commelinidae Ordem 1. Liliales
Ordem 1. Commelinales Ordem 2. Orchidales
Fonte: Cronquist (1988) - modificado
Após o estabelecimento da sistemática filogenética, os taxa passaram 
a ser definidos por compartilharem características derivadas herdadas de um 
ancestral comum, as sinapomorfias, e as classificações tentam buscar o re-
conhecimento exclusivo de grupos monofiléticos (ou clados, daí o nome cla-
dística para essa escola da sistemática).
Análises cladísticas não confirmam a tradicional divisão das Angiosper-
mas em Monocotiledôneas (Liliopsida) e Dicotiledôneas (Magnoliopsida). O 
cladograma apresentado por APG III (2009) – Figura 4, evidenciou que todas 
as Monocotiledôneas pertencem a um mesmo clado, constituindo-se assim 
em um grupo monofilético, enquanto que as demais plantas, que não estão 
neste clado, são aquelas que tradicionalmente foram classificadas como Di-
cotiledôneas, não havendo, portanto, um clado que inclua somente as Dico-
tiledôneas (SOUZA; LORENZI, 2008). Desta forma a tradicional divisão em 
mono e dicotiledôneas não encontra sustentação nas análises filogenéticas.
Hoje, admite-se que as Angiospermas estão divididas em angiospermas 
basais (cerca de 3% das angiospermas existentes), onde está incluído o clado 
das magnolídeas (RAVEN; EVERT; EICHHORN, 2007); o clado das mono-
cotiledôneas (cerca de 22% das angiospermas), um grupo monofilético que 
deve ser classificado como superordem Lilianae, com 11 ordens e inclui famí-
lias importantes como Poacae (= Gramineae), Orchidaceae, Bromeliaceae e 
Arecaceae. Por último, encontra-se o grupo monofilético das Eudicotiledôneas 
(tricolpadas), com cerca de 75% das angiospermas, com nove superordens, 
divididas em 34 ordens, sendo que alguns grupos ainda apresentam proble-
mas de posicionamento (FORZZA et al., 2010).
MENDES, R. M. DE S., CHAVES, B. ED. 18
Figura 4 – Inter-relações entre as ordens e algumas famílias de angiospermas baseadas 
em APG III. As ordens reconhecidas recentemente encontram-se marcadas com (†). 
Fonte: APG III (2009).
Saiba mais
Termos frequentes para estudos em Sistemática Filogenética
Monofilético: têm o mesmo ancestral em comum.
Parafilético: ancestrais comuns diferentes, para se tornar monofilético é necessário a inclusão de 
mais um grupo monofilético (ex.: dicotiledôneas). 
Polifilético: ancestrais comuns diferentes, para se tornar monofilético é necessário a inclusão de 
dois ou mais grupos monofiléticos.
Sinapomorfia: compartilhamento de uma condição apomórfica (sin = união + apomorfia). É o 
indicativo de proximidade na relação filogenética e se constitui a base da construção dos clados.
Simpleisiomorfia: compartilhamento de caracteres ancestrais (pleisomórfica); pouco revela so-
bre relações filogenéticas (Ex.: folhas compostas em leguminosas). 
Autapomorfia: um estado de caráter derivado encontrado em apenas um terminal de determi-
nado clado.
Grupo irmão: nome aplicado ao táxon que é mais próximo filogeneticamente que outro.
Sistemática Vegetal 19
3. Escolas de classificação
As escolas de classificação refletem o meio histórico em que os taxonomistas 
estavam vivendo, sendo claramente um retrato dos sistemas de classifica-
ções da época. De acordo com os objetivos e o ponto de vista dos taxonomis-
tas, atualmente, podem ser divididos em três escolas: 
Classificação fenética: consiste em uma identificação rápida do organismo, 
sem considerar relações de parentesco. Nesta escola, os taxonomistas privi-
legiavam as características fenotípicas e em sua descrição eram inclusos o 
maior número possível de dados morfológicos. Esta classificação é dita está-
tica ou horizontal, pois não é considerado o tempo evolutivo das espécies. A 
representação dos grupos é feito através de um dendograma (Figura 5).
Classificação filética ou cladística: considera mais a filogenia, deixando 
para segundo plano os aspectos morfológicos. Separa as características em 
primitivas (ancestrais) e derivadas. Este é um sistema vertical, pois considera 
o fator tempo. A representação dos grupos é feito através de um cladogra-
ma (Figura 5), nesta forma os pontos de divergência dos ramos representam 
grupos irmãos dentro de um grupo de organismos e quanto mais distante os 
ramos, maior a separação filogenética entre eles.
Classificação evolutiva clássica: concilia critérios fenéticos, filéticos e ca-
racterísticas genéticas.
Figura 5 – Representação de um dendograma (esquerda) e um cladograma (direita). 
Fonte: http://curlygirl.no.sapo.pt/classe.htm
4. Nomenclatura botânica
Com o objetivo de firmar seus preceitos normativos, a Nomenclatura Botâ-
nica é atualizada em cada cinco anos, nos Congressos Internacionais de 
Botânica, atualmente em vigor o Código Internacional de Nomenclatura de 
Algas, Fungos e Plantas (Código de Melbourne). As últimas alterações em 
ralação ao Código de Viena (MCNEILL, et al., 2006), podem ser vistas em 
Prado, Hirai e Giulietti (2011). 
MENDES, R. M. DE S., CHAVES, B. ED. 20
O Código posiciona-se fundamentalmente em três pontos básicos: Prin-
cípios, Regras e Recomendações.
Seis Princípios constituem a base do documento oficial:
1. A nomenclatura botânica é independente da nomenclatura zoológica e 
bacteriológica.
2. A aplicação de nomes para grupos taxonômicos é realizada por meio de 
tipos nomenclaturais4.
3. A nomenclatura dos grupos taxonômicos baseia-se no princípio de priorida-
de de publicação.
4. Cada táxon deve ter apenas um nome correto, o mais antigo e que esteja de 
acordo com as regras, exceto em casos previstos.
5. Os nomes científicos são em latim ou latinizados, independente de sua origem.
6. As regras de nomenclatura são retroativas, exceto quando expressamen-
te indicado.
Algumas Regras de nomenclatura botânica:
Artigo 1 – Os grupos taxonômicos de qualquer categoria constituem os taxa;
Artigo 2 – Cada indivíduo é tratado como pertencente a um número deter-
minado de taxa de classificação e de forma hierárquica, sendo a 
espécie a categoria mais básica.
Artigo 3 – As categorias principais de táxon hierarquizadas de forma descenden-
te são: reino, filo ou divisão, classe, ordem, família, gênero e espécie.
Artigo 4 – As categorias secundárias de taxa são organizadas de forma de-
crescente: tribo (entre família e gênero), secção e série (entre gê-
nero e espécies) e variedade e forma (abaixo de espécies). Se há 
necessidade de um maior número de categorias de taxa, seu nome 
se forma pela adição do prefixo “sub” ao nome da categoria ou, pela 
introduçãode novos termos.
Artigo 11 – Toda família ou táxon de categoria inferior só possui um nome cor-
reto; excetuam-se somente nove famílias para as quais se permite 
utilizar nomes alternativos.
Artigo 18 – Quando o nome de uma família foi publicado com uma terminação 
latina imprópria, a terminação deve ser modificada de acordo com 
a regra, sem mudança do nome do autor. Os nomes seguintes 
consagrados pelo uso são tratados como válidos:
Compositae ..... Asteraceae Labiatae ........... Lamiaceae
Crussiferae ...... Brassicaceae Leguminosae ... Fabaceae
Guttiferae ........ Clusiaceae Palmae ............. Arecaceae
Gramineae ...... Poaceae Umbeliferae ..... Apiaceae
4Tipos nomenclaturais
Chama-se tipo o 
espécime conservado 
num herbário, do qual se 
fez uma diagnose original. 
Compreende:
a. Holótipo (Holotypus): 
exemplar escolhido pelo 
autor como modelo para 
descrição da espécie e 
mencionado por ele na 
descrição original. 
b. Neótipo (Neotypus): 
espécime eleito para 
substituir o holótipo, 
no caso deste ter sido 
perdido ou destruído. 
c. Isótipo (Isotypus): 
espécime duplicata do 
holótipo.
d. Lectótipo (Lectotypus): 
síntipo escolhido como 
holótipo, quando o autor 
deixou de mencionar o 
holótipo.
e. Síntipo (Sintypus): 
qualquer exemplar de 
uma série de exemplares 
citados pelo autor sem 
especificação do lidótipo.
f. Parátipo (Paratypus): 
qualquer exemplar citado 
ao lado do lidótipo, numa 
descrição original, mas 
que não seja da mesma 
série dele (número de 
coletor diferente).
Sistemática Vegetal 21
Artigo 20 – O nome de um gênero é substantivo no singular, ou palavra trata-
da como tal, podendo ter qualquer origem e ser formado arbitra-
riamente e escrito com inicial maiúscula;
Artigo 23 – O nome de uma espécie é uma combinação binária, constituí-
do do nome do gênero seguido do epíteto específico. Deve ser 
acompanhado do nome do autor. Nomes de autores podem ser 
abreviados, mas não de maneira aleatória, pois para isso existem 
normas específicas;
Artigo 29 – Uma publicação é considerada como efetiva, quando se trata de 
matéria impressa distribuída por venda, permuta, doação ou pela 
distribuição eletrônica do material em formato de documento por-
tátil (.pdf) e com ISSN ou ISBN.
Artigo 36 – A publicação válida de nomes de novos taxa deverá ser acompa-
nhada de uma descrição ou diagnose em latim ou inglês.
Outros aspectos importantes devem ser lembrados como quando uma 
espécie muda sua denominação, neste caso o autor do primeiro nome dado à 
espécie deve ser citado entre parênteses, seguido pelo nome do autor que fez a 
nova combinação. Ex.: Tabebuia alba (Cham.) Sadw., basônimo5: Tecoma alba 
Cham.; Vigna unguiculata (L.) Walp., basônimo: Vigna sinensis L.; Assim como su-
bespécies ou variedades devem ser citadas: Cassia catartica var. tenuicaulis Irwin.
Saiba mais
Casos especiais – Plantas cultivadas
As plantas cultivadas se desenvolvem como populações artificiais, mantidas e propa-
gadas pelo homem. Por esta razão, a hierarquia botânica de categorias infraespecificas 
baseia-se na categoria Cultivar, sendo às vezes chamadas erroneamente de varieda-
des. O nome do cultivar se escreve com inicial maiúscula e precedido pela abreviação 
cv., ou coloca-o entre aspas. Por exemplo: Phaseolus vulgaris L. cv. Carioca.
Casos especiais – Híbridos
Os híbridos de duas espécies do mesmo gênero devem ser listados em ordem alfabéti-
ca e separados pelo símbolo “x”, por exemplo: Verbascum lychnitis x V. nigrum. Alter-
nativamente tal híbrido pode ser descrito e pode-lhe ser conferido um epíteto próprio, 
precedido do símbolo “x” como: Verbascum x schiedeanum (=Verbascum lychnitis x V. 
nigrum) tais nomes devem ser validamente publicados. Híbridos feitos por enxertia 
(quimeras) são designados pelos nomes das espécies parentais separados pelo símbo-
lo “+” como: Crataegus + Mespilus.
Os taxa, em correspondência com as categorias são reconhecidos por 
suas terminações resultantes do acréscimo de sufixos, como se segue:
5Basiônimo ou basônimo: 
nome específico, conferido 
pela primeira vez na 
nomenclatura botânica.
MENDES, R. M. DE S., CHAVES, B. ED. 22
Quadro 3
CATEGORIAS TERMINAÇÕES TAXA
Filo phyta Magnoliophyta, Briophyta
Subfilo phytina Magnoliophytina, Licophytina
Classe opsida Magnoliopsida, Licopodiopsida
Subclasse idae Magnoliidae, Liliidae
Ordem ales Malvales, Rosales, Liliales
Subordem ineae Rosineae, Convolvulineae
Família aceae Poaceae, Rutaceae, Fabaceae
Subfamília oideae Faboideae, Coffeoideae
Tribo eae Phaseoleae, Astereae
Subtribo inae Malvinae, Saccharinae
5. Identificação de material vegetal 
As amostras vegetais podem ser identificadas de diversas formas: por consul-
ta ao especialista; em comparação com materiais de herbário, fotos ou ilustra-
ções; ou através de consulta em chaves de classificação, sendo esta última a 
mais recomendada.
Existem diversas chaves de identificação baseadas no grupo taxonômi-
co (classe, família, gênero ou espécie) e de acordo com a parte da planta uti-
lizada para identificação (partes reprodutivas ou vegetativas). As chaves são 
muito úteis em trabalhos de revisões de um determinado grupo (ex.: Revisão 
taxonômica do gênero Paspalum L.) ou em flora de uma determinada região 
(ex.: Flora da APA do Rio Vermelho) servindo para a identificação de um deter-
minado grupo vegetal naquela localidade. 
No momento da identificação o pesquisador recorre a diversas cha-
ves, uma vez que estas são específicas para cada grupo. Normalmente, as 
chaves são constituídas por um conjunto de caracteres contraditórios estru-
turados dicotomicamente para facilitar seu manuseio. Chaves dicotômicas 
sempre apresentam estruturas em diagrama de fluxo e podem ser escritas de 
duas maneiras: podem ser indentadas ou pareadas (JUDD et al., 2009), como 
mostrado a seguir.
Chave agrupada: agrupa as duas opções de cada dicotomia. 
1. Flor com dez estames, folhas inteiras ........................................................... 2
1. Flor com quatro a seis estames, folhas pinatissectas.................................... 3 
2. Folha lanceolada e com margem inteira, estames livres entre si.................. 4
2. Folha obovada e com margem serrada, estames adnatos ............... Planta A
Sistemática Vegetal 23
3. Estames didínamos ............................................................................. Planta E 
3. Estames tetradínamos .................................................................................... 5
4. Folhas opostas, ovário unilocular ....................................................... Planta C
4. Folhas alternas, ovário plurilocular ..................................................... Planta B
5. Flores unissexuais ............................................................................... Planta D
5. Flores hermafroditas ............................................................................ Planta F
Chave indentada: as dicotomias são separadas, facilitando a visualização e 
as relações entre os grupos.
1. Flor com dez estames, folhas inteiras ........................................................... 2
2. Folha lanceolada e com margem inteira, estames livres entre si ...... 4
4. Folhas opostas, ovário unilocular ................................ Planta C
4’. Folhas alternas, ovário plurilocular ............................. Planta B
2’. Folha codiforme e com margem serrada, estames adnatos ..... Planta A
1’. Flor com quatro a seis estames, folhas pinatissectas................................... 3 
3. Estames didínamos ................................................................ Planta E 
3’. Estames tetradínamos ....................................................................... 5
5. Flores unisexuais ........................................................ Planta D
5’. Flores hermafroditas .................................................. Planta F
Durante a construção de uma chave dar-se preferência para característi-
cas constantes ao invés de efêmeros;medidas são utilizadas sempre que pos-
síveis, entretanto, não são utilizados os termos “grande” e “pequeno”; os dilemas 
são apresentados sempre em paralelo, iniciando com as mesmas palavras, po-
rém sem afirmações negativas como se pode observar nos exemplos dados. 
Além das chaves dicotômicas podem-se encontrar chaves de acesso 
múltiplo. Neste tipo de chave qualquer seleção de caracteres pode ser usada 
em qualquer ordem para identificar o material. Mesmo que a informação não 
seja o suficiente para identificar um táxon, o usuário poderá restringir as possi-
bilidades de taxa. A vantagem deste tipo de chave é que ela possui muito mais 
informações que uma chave dicotômica tradicional. Entretanto, ainda são pou-
co utilizadas. Alguns softwares como o DELTA (Descriptive Language for Taxo-
nomy) ou o LUCID são utilizados para construir tais chaves (JUDD et al., 2009).
MENDES, R. M. DE S., CHAVES, B. ED. 24
Saiba mais
Serviço Florestal produz sistema digital para identificação de madeiras
A partir de abril de 2010, agentes de órgãos ambientais e produtores florestais terão uma 
ferramenta que pode aprimorar a fiscalização do transporte de madeira e os planos de ma-
nejos das indústrias madeireiras. O Laboratório de Pesquisas Florestais do Serviço Florestal 
Brasileiro elaborou um sistema digital para facilitar a identificação das espécies de madeira 
comercializadas no Brasil.
O sistema Madeiras Comerciais do Brasil catalogou 59 caracteres gerais e macroscópicos 
(cheiro, cor, aneis de crescimento, porosidade...) de 160 espécies de madeiras comercializa-
das no país. Esses caracteres podem ser identificados a olho nu ou com o auxílio de instru-
mentos simples e de baixo custo. Depois de identificada, é possível descobrir se a espécie 
está ameaçada de extinção, se pode ser comercializada no Brasil e no exterior, onde pode ser 
encontrada no país, entre outras informações. [...] A partir do segundo semestre de 2010, o 
sistema estará disponível na internet.
"Procuramos desenvolver um sistema fácil de usar e funcional. Por isso, optamos por ca-
racteres macroscópicos, que não necessitam de laboratórios com equipamentos sofistica-
dos para serem reconhecidos.", explica a Dra. Vera Coradin, bióloga do LPF. [...] "O sistema 
será de grande utilidade para estudantes, professores, empresas madeireiras, órgãos de 
fiscalização e interessados em geral", avalia Vera, que coordenou a elaboração do sistema 
junto com os pesquisadores do LPF José Arlete Camargo, Tereza Cristina Pastore e Alexan-
dre Christo (consultor).
Todos os dados das espécies catalogadas no sistema foram obtidos pelos pesquisadores 
do LPF a partir da coleção de madeiras (xiloteca) do órgão. "A confiabilidade das informações 
encontradas é outro aspecto importante desse sistema", completa Vera. [...]
Um dos principais beneficiários do sistema "Madeiras Comerciais do Brasil" deve ser a Polícia 
Federal e o Ibama, que agilizará a elaboração dos laudos necessários para resolver crimes 
ambientais. Os policiais e fiscais do Ibama têm recebido treinamento do LPF para identifi-
cação de madeiras. Com o sistema, poderão identificar mais facilmente, por exemplo, se 
uma espécie de madeira usada na construção de móveis está ameaçada de extinção. [...] O 
sistema também será especialmente útil na fiscalização do transporte de madeira ilegal, já 
que uma fraude comum é declarar o nome de uma espécie na nota e transportar outra. [...]
As indústrias florestais também se beneficiarão com o programa, que facilitará o trabalho 
dos técnicos responsáveis pelo manejo florestal, mesmo quando estiverem em campo.
Eles poderão identificar rapidamente se uma espécie encontrada está em extinção ou se 
está entre as mais comercializadas, pois o sistema pode ser instalado em um computador 
portátil sem acesso à internet. Os nomes populares também podem ser usados para auxiliar 
no reconhecimento das espécies.
"A identificação correta da espécie de madeira no plano de manejo é primordial para 
garantir a legalidade de todo o trabalho da empresa que vende a madeira e das empresas 
que compram", ressalta Vera Coradin. [...].
Fonte: http://www.florestal.gov.br/noticias-do-sfb/servico-florestal-produz-sistema-digital-para-identificacao- 
de-madeiras
Sistemática Vegetal 25
Síntese do capítulo
Sistemática Vegetal é a parte da Botânica que tem por finalidade agrupar as 
plantas dentro de um sistema, levando em consideração suas características 
morfológicas e anatômicas, suas relações genéticas e suas afinidades. 
A Sistemática compreende: identificação (individualização), classificação 
e nomenclatura. Cada indivíduo pertence a certo número de categorias orga-
nizadas hierarquicamente, sendo a espécie a categoria mais elementar. Cada 
espécie é classificada como membro de um gênero, cada gênero pertence a 
uma família, as famílias estão subordinadas a uma ordem, cada ordem a uma 
classe, cada classe a uma divisão (ou filo). 
O nome de uma espécie é uma combinação binária, constituído do nome 
do gênero seguido do epíteto específico e deve ser acompanhado do nome do 
autor. As amostras vegetais podem ser identificadas por consulta ao especialis-
ta; em comparação com materiais de herbário, fotos ou ilustrações; ou através 
de consulta em chaves de classificação (dicotômicas ou de múltipla entrada), 
sendo esta última a mais recomendada. 
Atividades de avaliação
1. Diferencie os termos abaixo:
a) Dendograma e cladograma;
b) Monofilético e parafilético;
c) Holótipo e neótipo;
d) Sistema artificial e sistema natural.
2. Atualmente existem três principais escolas de classificação. Comente cada 
uma delas.
3. Diferencie:
a) Chave de identificação pareada de chave de identificação indentada.
b) Chave de identificação dicotômica de chave de identificação de acesso 
múltiplo.
4. Associe a categoria taxonômica ao táxon correspondente:
MENDES, R. M. DE S., CHAVES, B. ED. 26
CATEGORIA TAXONÔMICA TÁXON
(1) Filo ( ) Crotonoideae
(2) Subfilo ( ) Rosidae
(3) Classe ( ) Convolvulineae
(4) Subclasse ( ) Malvinae
(5) Ordem ( ) Vernoneae
(6) Subordem ( ) Poales
(7) Família ( ) Pteridophytina
(8) Subfamília ( ) Liliopsida
(9) Tribo ( ) Ginkophyta
(10) Subtribo ( ) Fabaceae
5. Atividade prática:
l Construa uma tabela comparativa para cinco plantas hipotéticas, ressaltando 
as seguintes características: número de pétalas, soldadura das pétalas, sime-
tria da corola, número de estames, posição relativa do ovário e filotaxia. 
l Construa uma chave de identificação dicotômica para estas plantas.
Leituras, filmes e sites
@
Leituras
VELOSO, H. P. et al. Manual técnico da vegetação brasileira. Rio de Janeiro, 
RJ: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, 1992 (Série 
manuais técnicos em Geociências, 1), 92p. 
ROTTA, E.; BELTRAMI, L. C. C.; ZONTA, M. Manual de prática de coleta e 
herborização de material botânico. Colombo, PR: EMBRAPA Florestas, 2008 
(Série: documentos, 173). Disponível em: pt.scribd.com/doc/49958687/TECNI-
CAS-DE-HERBORIZACAO
Sites
Página do Código Internacional de Nomenclatura Botânica (Código de Viena): 
http://ibot.sav.sk/icbn/main.htm 
l Lista de espécies da flora do Brasil:
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/
Glossário botânico on-line: 
Sistemática Vegetal 27
http://www.anbg.gov.au/glossary.html
http://mitglied.lycos.de/GBechly/glossary.htm
Links sobre Sistemática Filogenética: 
http://www.ucmp.berkeley.edu/clad/clad4.html
http://www.ucmp.berkeley.edu/alllife/threedomains.html
Base de dados sobre o nome de plantas:
http://www.ipni.org/ipni/plantnamesearchpage.do
Sites com chaves interativas.
http://www2.ib.unicamp.br/profs/volker/chaves/
Demais sites sobre taxonomia:
http://www.tropicos.org/
http://www.theplantlist.org/
http://www.nybg.org/
Referências
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ciety, v. 161, n. 2, p.105-121, out. 2009.
BARROSO, G. M. et al. Sistemática de angiospermas do Brasil. 2. ed. Viço-sa: Editora UFV, 2002. 1v. 309p. 
BESSEY, C. E. The Phylogenetic Taxonomy of Flowering Plants. Annals of the 
Missouri Botanical Garden, v.2, n. 1/2, p. 109-164, 1915.
CRONQUIST, A. The evolution and classification of flowering plants. 2. ed. 
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Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2010. 1v. 871p. 
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(Vienna Code): adopted by the Seventeenth International Botanical Congress 
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Disponível em: <http://ibot.sav.sk/icbn/main.htm>. Acesso em: 23 set. 2012.
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Lavras, Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão, 2005. 59p.
2
Diversidade das Angiospermas
Capítulo
Sistemática Vegetal 31
Objetivos
l Compreender os aspectos históricos e a filogenia das angiospermas.
l Mostrar como estão organizados (subdivididos) os principais grupos de angiospermas.
l Caracterizar os principais grupos de angiospermas: angiospermas basais, 
monocotiledôneas e eudicotiledôneas.
1. Considerações gerais
As angiospermas (Antophyta) representam a maior parte das plantas atuais 
do mundo visível, é de longe o maior filo de organismos fotossintetizantes 
(RAVEN; EVERT; EICHHORN, 2007). São divididas em 589 famílias, 13.678 
gêneros e 257.400 espécies (JUDD et al. 2009). No Brasil há 31.900 espécies 
de angiospermas divididas em 2.852 gêneros e 227 famílias (FORZZA et al., 
2012). É o país com a maior diversidade vegetal do mundo, representando 
cerca de 7,4 - 13% da flora mundial, com muitos representantes endêmicos 
(17.985 espécies), sendo considerado a 8ª maior taxa de endemismo (56%) 
do mundo (FORZZA et al., 2010; FORZZA et al., 2012).
Considerando as regiões geográficas brasileiras, Sudeste (16.000 spp.), 
Norte (12.371 spp.) e Nordeste (10.579 spp.) são as regiões com maior núme-
ro de angiospermas. Por fisionomia, a Mata Atlântica (14.509 spp.), Cerrado 
(11.715 spp.) e Amazônia (11.630 spp.) são as que possuem maior número 
(FORZZA et al., 2012).
Dentre as famílias mais representativas no Brasil encontram-se: Fabaceae, 
Orchidaceae, Asteraceae, Poaceae, Rubiaceae, Melastomataceae, Bromeliaceae, 
Myrtaceae, Euphorbiaceae e Apocynaceae, estas dez famílias equivalem a 53% da 
flora na Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga (FORZZA et al., 2010). 
2. Aspectos históricos e filogenia das Angiospermas
O grupo pode ter tido origem no Jurássico (cerca de 140 milhões de anos), embo-
ra, o registro fóssil mais antigo remonte do Cretácio inferior (135 milhões de anos) 
(JUDD et al. 2009). E a partir da região equatorial teriam dispersado em direção 
aos polos (RAPINI, 2012).
São organismos extremamente diversos, em tamanho, hábito (RAVEN; 
EVERT; EICHHORN, 2007) e estrutura floral. Constitui um grupo monofilético ba-
seado em dados morfológicos, anatômicos e moleculares.
MENDES, R. M. DE S., CHAVES, B. ED. 32
Segundo APG a tradicional divisão das angiospermas6 em dicotiledô-
neas (Dicotyledonae7) e monocotiledôneas (Monocotyledonae7) foi refutada, 
o trabalho confirma a monofilia das monocotiledôneas, entretanto, mostra 
que as dicotiledôneas são parafiléticas, tornando-se importante o reconheci-
mento das eudicotiledôneas, fortemente sustentada em análises cladísticas 
e reconhecida pelos grãos de pólen tricolpados e derivados deste (RAPINI, 
2012) e as angiospermas basais (GUIMARÃES et al., 2009) – Figura 6. 
Figura 6 – Filogenia das Angisopermas baseado em APG III. Clados destacados são 
monofiléticos e bem sustentados.
Entretanto, a relação entre os grupos citados no cladograma (Figura 6) ain-
da permanecem incertos, é o caso de Chlorantales e Ceratophylales, estes em 
algumas análises aparecem de forma basal em relação às magnoliídeas, mo-
nocotiledôneas e eudicotiledôneas (este três grupos sendo irmãos). É certo que 
maiores progressos serão feitos por meio de análises combinando dados de mui-
tas fontes, morfológicas e moleculares (JUDD et al., 2009).
3. Angiospermas basais
Várias linhagens evolutivas de angiospermas surgiram antes da separação de 
monocotiledôneas e eudicotiledôneas. Todos estes grupos eram vistos como 
“dicotiledôneas”, porém a relação deste grupo só foi esclarecida recentemen-
te (RAVEN; EVERT; EICHHORN, 2007). 
7Os nomes Dicotyledonae 
e Monocotyledonae foram 
empregados pela primeira 
vez por Jonh Ray (Historia 
Plantarum, 1686).
6O termo angiospermia foi 
empregado por Linnaeus 
(Hortus Uplandicus, 1732) 
para uma de suas ordens 
em que dividiu a classe XIV 
do seu sistema: Didynamia 
Angiospermia.
Sistemática Vegetal 33
As flores das angiospermas basais diferem das eudicotiledôneas por 
apresentar angiospermia frequentemente por secreção (e não por fusão 
pós-genital), carpelos não unidos (gineceu apocárpico), pétalas ausentes, 
numerosas peças florais, filotaxia floral frequentemente espiralada, ou va-
riações entre espiralado e verticilado (SANTOS; CHOW; FURLAN, 2008; 
GUIMARÃES et al., 2009). 
Pertencem a este grupo as espécies anteriormente alocadas no Grado 
ANITA e as magnoliídeas, e são os que possuem o maior número de caracte-
res pleisomórficos dentre as Angiospermas. Estes grupos basais são pobres 
em número de espécies, e não existem evidências fósseis de que eles teriam 
sido mais diversos no passado (RAPINI, 2012).
O Grado ANITA7 é um grupo parafilético (Figura 6) que possui como ca-
racterísticas em comum gametófito feminino 4-nucleados e endosperma di-
ploide, exceto Amborellaceae, que possui gametófito feminino 9-nucleado e 
endosperma triploide. As demais angiospermas possuem gametófito feminino 
8-nucleado e endosperma triploide. 
Neste Grado o perianto é composto por tépalas, o carpelo cresce como 
um tubo, há pouca diferenciação entre antera e filete, grão de pólen nor-
malmente monossulcado e, em geral, faltam columelas bem desenvolvidas 
(JUDD et al., 2009). Neste clado está incluído Amborellaceae (monotípica, 
Amborella trichopoda Baill.), Nymphaeaceae (ninfeias) – Figura 7A, Illiciaceae 
e Schisandraceae8 (GUIMARÃES et al., 2009). 
A maioria das angiospermas9 não-eudicotiledoneas e não monocotiledô-
neas pertencem à Magnolianae (clado das Magnoliídeas). Neste grupo estão 
incluídas as ordens: Magnoliales (Magnoliaceae, Annonaceae), Laurales (Lau-
raceae), Canellales e Piperales (Piperaceae e Aristolochiaceae) – Figura 7B-F 
(GUIMARÃES et al., 2009). 
Este grupo possui hábito variado, folhas com venação geralmente peni-
nérvia, coriáceas e com estômatos paracíticos. As flores apresentam muitas pe-
ças periânticas dispostos de forma espiralada ou em número de três; estames 
frequentemente laminares, com filete pouco diferenciado da antera e conectivo 
geralmente bem desenvolvido (JUDD et al., 2009). 
7O nome ANITA provém das 
iniciais dos taxa contidos 
no Grado (Amborellaceae, 
Nymphaeaceae, 
Illiciaceae, Trimeniaceae, 
Autrobaileyaceae). No início 
da sistemática filogenética 
o grupo foi considerado um 
clado por diversos autores, 
porém por não se tratar de 
um grupo monofilético, do 
ponto de vista cladítico o 
conceito de “GradoANITA” 
está sendo abandonado, 
o grupo possui as ordens 
Amborellales, Nymphaeales, 
Austrobaileyales, que 
nas análises filogenéticas 
encontram-se como grupos-
irmãos sucessivos das 
demais angiospermas.
8Com o abandono do nome 
Illiciales para se referir a 
Illiciales+Schisandraceae 
(Austrobaileyales) em 
APG II, ANITA já não 
corresponde ao acrônimo 
dos taxa envolvidos.
9A julgar pelas 
características florais das 
Angiospermas basais, 
acredita-se que as primeiras 
Angiospermas devem ter 
sido polinizadas por insetos, 
simetria radial, bissexuais, 
hipóginas, com numerosas 
peças florais arranjadas de 
forma espiralada e livres. 
MENDES, R. M. DE S., CHAVES, B. ED. 34
Figura 7 – Exemplos de Angiospermas basais. Nymphaeaceae – Victoria amazonica (Poepp.) J. E. Sowerby, Vitória 
régia (A), Magnoliaceae – Magnolia sp. (B), Annonaceae – Annona squamosa L., fruta do conde (C), Lauraceae – 
Persea americana Mill., abacate (D), Piperaceae – Piper sp. (E), Aristolochiaceae – Aristolochia gigantea Mart., papo 
de peru (F). 
Fonte: http://snipurl.com/2598hl7/; http://snipurl.com/2598hws; http://snipurl. com/2598ir7; http://snipurl.com/2598i6g; Edson-Chaves (2010), http://
www.photomazza.com/?Aristolochia-gigantea. 
Saiba mais
Uma flor de 125 milhões de anos – conheça as espécies chinesas que 
podem estar na origem das plantas angiospermas atuais
Alguém pode imaginar um mundo sem flores? [...] Um dos fósseis mais importantes relaciona-
dos a essa questão foi encontrado há alguns anos na província de Liaoning, China (Figura 8), e 
recebeu o nome de Archaefructus liaoningensis. Posteriormente, exemplares mais completos 
desta e de uma outra espécie (Archaefructus sinensis) – Figura 8, foram descobertos [...]. Os fós-
seis dessas duas plantas procediam das camadas da Formação Yixian, cuja idade é atualmente 
estimada em torno de 125 milhões de anos. [...].
Sistemática Vegetal 35
Figura 8 – À esquerda, uma possível cena em Liaoning (China) há 125 milhões de 
anos: uma planta Archaefructus atrai um inseto, que por sua vez atrai um pteros-
sauro insetívoro Dendrorhynchoides, A interação entre as primeiras angiospermas 
e estes animais seria responsável pelo sucesso dessas plantas, que dominam as 
paisagens dos dias de hoje (arte: Maurílio Oliveira / Museu Nacional). À direita, fóssil 
de Archaefructus sinensis (Foto: Ge Sun et al., Science).
O fato de a Archaefructus possuir na mesma haste os órgãos reprodutivos femininos (car-
pelos, envolvendo as sementes) e masculinos (estames), feição típica das angiospermas, faz 
com que os paleobotânicos (pesquisadores que estudam os vegetais fósseis) considerem es-
sas plantas como as angiospermas mais primitivas conhecidas até o momento, classificadas 
em um grupo a parte, denominado de Archaefructaceae.
Tal interpretação não está livre de crítica e existem alguns pesquisadores que não estão 
certos de que as Archaefructus seriam realmente angiospermas. No entanto, é importante 
ter em mente que, ao longo da evolução, as feições morfológicas das angiospermas atuais 
não deveriam ter surgido todas de uma vez. Aliás, é muito comum que se encontrem no re-
gistro fóssil organismos que apresentam estágios "intermediários" dessas características. [...].
Outro ponto interessante na pesquisa de Archaefructus indica [...] que angiospermas ainda 
mais primitivas poderiam ter sido plantas aquáticas totalmente submersas.
Um outro aspecto importante sobre as primeiras angiospermas está ligado à sua repro-
dução. Atualmente essas plantas se reproduzem pela polinização [...]. Não está certo se as 
Archaefructus se reproduziriam desta maneira, visto que a polinização também pode ser 
feita com a ação do vento. Em todo caso, os sedimentos de Liaoning possuem inúmeros 
restos de insetos e aves, que certamente poderiam ter agido como agentes polinizadores. 
Além dos pterossauros (répteis voadores), alguns insetívoros que, ao atacar insetos, pode-
riam ter espalhado pólens que poderiam fecundar plantas vizinhas.
Possivelmente devemos à interação entre os animais da época com as plantas do tipo 
Archaefructus a evolução das angiospermas, que dominam as paisagens atualmente. [...].
Fonte: KELLNER, A. Disponível em: http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/cacadores-de-fosseis/uma-flor- 
de-125-milhoes-de-anos.
MENDES, R. M. DE S., CHAVES, B. ED. 36
4. Monocotiledôneas
Monocotiledôneas10 (Liliopsida) é um grupo monofilético (Figura 6) sustentado 
por caracteres morfológicos e moleculares. Morfologicamente eles possuem 
o seguinte conjunto de caracteres: um cotilédone, hábito herbáceo-arbustivo, 
não lenhoso, apenas um cotilédone, feixes atactostélicos, flores trímeras na 
maioria dos casos (RAPINI, 2012), células crivadas com plastídios conten-
do muitos cristais de proteína em formato cuneado, venação paralela. Alguns 
destes caracteres, entretanto, podem aparecer em outros grupos de plantas, 
como algumas angiospermas basais (JUDD et al., 2009).
A origem deste grupo remonta de cerca de 100 milhões de anos, próximo 
ao surgimento das angiospermas e diferenciando-se bastante de seu grupo- 
irmão. O grupo é composto por 11 ordens mais a família Dasypogonaceae. 
Depois da ordem monoespecífica Acorales, Alismatales havia sido confirma-
da como a ordem mais basal dentre as monocotiledôneas. As ordens lilioides 
(Dioscorales, Liliales, Pandalales e Asparagales) caracterizado por tépalas peta-
loides, formavam provavelmente um grado de onde as comelinóides (Arecales, 
Commelinales, Zingiberales, Dasypogonaceae e Poales) derivaram – Figura 9 
(RAPINI, 2012).
Figura 9 – Relações filogenéticas em Liliopsida, baseado em Chase et al. (2000) (a) e em 
Chase et al. (2004) (b). A diferença entre os cladogramas deve-se aos plastídeos utilizados 
na análise. Note que nas duas análises o clado das Commelinídeas é monofilético e as 
ordens Lilioides é parafilético, inclusive quando melhor explicado a relação entre os grupos 
(b). Os asteriscos indicam o percentual de bootstrap (nível de confiança da análise). 
Fonte: Chase et al. (2004) 
As comelinoides formam um grupo monofilético sustentado por muitas 
regiões de DNA, possíveis sinapomorfias incluem ceras epicuticulares do tipo 
Strelitzia, pólen amiláceo e com compostos UV-fluorescentes nas paredes ce-
lulares, maioria apresenta endosperma amiláceo, exceto Arecaceae (JUDD 
et al., 2009), destas ordens Arecales é a mais basal (RAPINI, 2012).
Sistemática Vegetal 37
Monocotiledôneas possuem famílias de grande importância econômica 
e/ou ecológica (Quadro 4), alguns exemplos de sua diversidade encontra-se 
na Figura 10.
Quadro 4
ALGUMAS FAMÍLIAS REPRESENTATIVAS DE MONOCOTILEDÔNEAS
Alliaceae (Família do alho e cebola) Liliaceae (Fam. dos lírios e tulipas)
Araceae (Fam. do copo de leite e antúrios) Musaceae (Fam. das bananeiras)
Arecaceae (Fam. das palmeiras) Orchidaceae (Fam. das orquídeas)
Bromeliaceae (Fam. das bromélias) Poaceae (Fam. das gramíneas)
Cyperaceae (Fam. da tiririca e do papiro) Pondeteriaceae (Fam. do aguapé)
Eriocaulaceae (Fam. das sempre-vivas) Velloziaceae (Fam. da canela-de-ema)
Heliconiaceae (Fam. das helicônias) Zingiberaceae (Fam. do gengibre)
Figura 10 – Variação da morfologia de floral e/ou hábito e formas de crescimento de algumas famílias de mono-
cotiledôneas: Araceae (A), Musaceae (B), Bromeliaceae (C-D), Aracaceae (E), Poaceae (F-G), Orchidaceae (H), 
Cannaceae (I), Heliconiaceae (J), Costaceae (K), Zingiberaceae (L), Liliaceae (M) e Eriocaulaceae (N).
Fonte: Edson-Chaves (2009; 2010)
MENDES, R. M. DE S., CHAVES, B. ED. 38
5. Eudicotiledôneas
As Eudicotiledôneas (Figura 11) formam o maior grupo das Angiospermas e seu 
monofiletismo é fortemente sustentado por dados moleculares (RAPINI, 2012). 
Tem como principal sinapomorfia o pólen tricolpado (ou condições derivadas 
deste). Entretanto, outras características como: perianto diferenciado em péta-
las e sépalas; flores cíclicas, isto é, peças florais arranjadas em verticilo interno 
(pétala) e externo (sépala); filetes geralmente finos,portando anteras bem dife-
renciadas; além disso, a maioria dos grupos possuem plastídeos dos elementos 
do tubo crivado com grãos de amido (JUDD et al., 2009).
A grande maioria das ordens está incluída dentro de um grande clado 
denominado Eudicotiledôneas núcleo (ou nucleares), definidas pelas flores 
predominantemente 5-meras (menos frequentemente 4-meras) e placenta-
ção geralmente axial (JUDD et al., 2009; RAPINI, 2012). Dentro deste grupo 
há dois grandes clados Rosidae e Asteridae, além de algumas ordens que não 
pertencem a estes grupos (Figura 11A-B).
As Rosídeas cerca 30% das angiospermas (GUIMARÃES et al., 2009), 
é um grupo compostas por ordens bem heterogêneas, porém monofilético, 
bem sustentado por dados moleculares; a maioria de seus representantes 
pertencem aos dois principais subclados: Fabídeas (Zygophyllales, Celastra-
les, Malpighiales, Oxilidales, Fabales, Rosales, Curcubitales e Fagales) - Fi-
gura 11C-L, e Malvídeas (Brassicales, Malvales e Sapindales e uma família 
de posicionamento incerto, Tapiscaceae) – Figura 11M-P (JUDD et al., 2009). 
Asterídeas possui de 25-33% de todas as angiospermas é composta 
por 10 ordens e mais de 100 famílias (GUIMARÃES et al., 2009). Como sina-
pomorfia mais marcante as corolas gamopétalas (ocasionalmente encontrada 
em outros grupos: Curcubitaceae, Zingiberales). Ela é dividida em três clados: 
Cornales, Ericales e Euasterídeas (Asterídeas núcleo) (RAPINI, 2012). 
Este último é dividido em dois subclados: Lamiídeas (Garryales, Gen-
tianales, Lamiales, Solanales, Boraginales) – Figura 11Q-X, e Campanulíde-
as (Aquifoliales, Asterales, Escalloniales, Bruniales, Apiales, Paracryphiales, 
Dipsacales) – Figura 11Y-Z. O primeiro subclado geralmente caracterizado 
pelas folhas opostas, flores hipóginas e “simpetalia precoce”, com primórdio 
da corola em forma de anel, enquanto o segundo subclado geralmente apre-
sentam folhas alternas, flores epígenas e “simpetalia tardia”, com primórdios 
de pétalas diferenciadas (JUDD et al., 2009).
Sistemática Vegetal 39
Figura 11 (A - Q) – Variação da morfologia floral e/ou hábito de algumas famílias de eudicotiledôneas. Famílias não 
pertencentes aos dois grandes clados de eudicotiledôneas: Balonophoraceae (A) e Droseraceae (B). Fabídeas – Clu-
siaceae (C), Euphorbiaceae (D-E), Malpighiaceae (F-G), Passifloraceae (H), Fabaceae-Cercideae (I), Mimosiideae 
(J) E Papilonoideae (K) e Rosaceae (L). Malvídeas – Anacardiaceae (M), Melastomataceae (N), Bixaceae (O), Mal-
vaceae (P). Lamiídeas – Apocynaceae (Q). 
Fonte: Pinheiro (2010); Edson-Chaves (2009; 2010)
MENDES, R. M. DE S., CHAVES, B. ED. 40
Figura 11 (R - Z) – Variação da morfologia floral e/ou hábito de algumas famílias de eudicotiledôneas. Rubiaceae 
(R-S), Acanthaceae (T), Bignoniaceae (U), Verbenaceae (V), Solanaceae (W), Boraginaceae (X). Campanulídeas – 
Asteraceae (Y-Z).
Fonte: Edson-Chaves (2009; 2010)
Síntese do capítulo
As angiospermas (Antophyta) representam a maior parte das plantas atuais 
do mundo visível, sendo o maior filo de organismos fotossintetizantes; cons-
titui um grupo monofilético. Segundo APG dividem-se em: angiospermas ba-
sais (parafiléticas), monocotiledôneas e eudicotiledôneas (monofiléticas) e 
algumas ordens de posição incerta. 
As angiospermas basais são as que possuem maior número de caracte-
res pleisomórficos dentre as angiospermas e são divididas em: Grado ANITA e 
magnoliídeas. As monocotiledôneas dividem-se em: Acorales e Alismatales (or-
dens basais), “ordens lilioides” (Dioscorales, Liliales, Pandalales e Asparagales) 
e comelinoides. 
As eudicotiledôneas formam o maior grupo das angiospermas e a maio-
ria das suas ordens está incluída no clado eudicotiledôneas núcleo e divide-se 
principalmente em: Rosidae e Asteridae. As rosídeas (30% das angiospermas) 
dividem-se em dois subclados: fabídeas e malvídeas. As asterídeas (25-33% 
de todas as angiospermas) dividem-se em três clados: Cornales, Ericales e 
Euasterídeas (Asterídeas núcleo). Este último é dividido em dois subclados: 
lamiídeas e campanulídeas.
Sistemática Vegetal 41
Atividades de avaliação
1. Em relação à diversidade das Angiospermas, responda o que se pede:
a) Quais as 10 famílias com maior número de espécies no Brasil? 
b) Quais das 10 maiores famílias de Angiospermas são angiospermas basais, 
monocotiledôneas e eudicotiledôneas?
2. Baseado na leitura do texto e no cladograma da filogenia das Angiospermas 
apresentado na Figura 6, assinale V (verdadeiro) ou F (falso) para as sentenças:
( ) A tradicional divisão das Angiospermas em Dicotyledonae e Monocotyledonae 
sob o ponto de vista filogenético está incorreto devido às dicotiledôneas serem 
parafiléticas.
( ) Monocotiledôneas é um grupo parafilético, apesar de possuírem caracte-
rísticas morfológicas comuns.
( ) Chlorantales e Ceratophylales são grupos que ainda permanecem com 
localização incerta na atual análise filogenética das Angiospermas.
( ) As ordens Amborellales, Nymphaeales e Autrobaileyales compõem um 
grupo parafilético. 
( ) Monocotiledôneas encontram-se mais próximo filogeneticamente às Mag-
noliídeas que as Eudicotiledôneas.
3. Sobre as angiospermas basais responda o que se pede:
a) Que características diferenciam as angiospermas basais das eudicotile-
dôneas?
b) De acordo com o APG III, cite quatro ordens das angiospermas basais, 
sendo duas do Grado ANITA e duas pertencentes à Magnolianae.
4. Monocotiledônea é um grupo monofilético composto por diversas ordens, a 
respeito das ordens que se encontram no quadro abaixo, responda:
Acorales Arecales Asparagales
Liliales Zingiberales Poales
a) Qual destas ordens é a mais basal dentre as monocotiledôneas?
b) Quais destas ordens pertencem ao grupo das commelinídeas?
c) Qual destas ordens é a mais basal entre as commelinídeas?
d) Em que ordem encontra-se a família Liliaceae?
5. As eudicotiledôneas são o maior grupo das Angiospermas e são divididos 
em dois grandes clados principais. Que clados são estes? Que ordens par-
ticipam de cada um dos clados citados e seus respectivos subclados? Cite 
como exemplo pelo menos uma família de cada um dos subclados citados 
e uma família que não pertence a estes subclados.
MENDES, R. M. DE S., CHAVES, B. ED. 42
Leituras, filmes e sites
@
Leitura 
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Filmes
O poder das flores: http://www.youtube.com/watch?v=MSMvTmSDfOs
http://www.youtube.com/watch?v=zFYPlnmoAa0
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SANTOS, D. Y. A. C.; CHOW, F.; FURLAN, C. M. A botânica no cotidiano. 
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em: 05 out. 2012.
3
Orchidaceae
Capítulo
Sistemática Vegetal 45
Objetivos
l Apresentar características morfológicas que distinguem orquidáceas das 
demais angiospermas.
l Descrever os aspectos gerais relacionados à filogenia e taxonomia.
l Diferenciar as várias subfamílias pertencentes à família Orchidaceae.
l Mostrar os aspectos ecológicos e econômicos relativos à família Orchidaceae.
1. Considerações gerais 
Orchidaceae, por APG III, pertence à ordem Asparagales. Apresenta

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