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Fundação Biblioteca Nacional
ISBN 978-85-387-3099-6
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mais informações www.iesde.com.br
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Márcia Londero
Ciências Sociais nas Organizações
IESDE Brasil S.A.
Curitiba
2012
Edição revisada
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mais informações www.iesde.com.br
© 2008 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor 
dos direitos autorais.
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ 
__________________________________________________________________________________
L838c
 
Londero, Márcia
 Ciências sociais nas organizações / Márcia Londero. - 1.ed., rev. - Curitiba, PR : IESDE 
Brasil, 2012. 
 156p. : 28 cm
 
 Inclui bibliografia
 ISBN 978-85-387-3099-6
 
 1. Sociologia organizacional. I. Título. 
12-6855. CDD: 302.35
 CDU: 3.07
20.09.12 08.10.12 039329 
__________________________________________________________________________________
Capa: IESDE Brasil S.A.
Imagem da capa: Shutterstock
IESDE Brasil S.A.
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 
Batel – Curitiba – PR 
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
Todos os direitos reservados.
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Sumário
O surgimento da Sociologia e suas principais contribuições | 7
O desenvolvimento da Sociologia e a Sociologia do Desenvolvimento | 12
A Sociologia do Desenvolvimento | 13
Sociologia do Desenvolvimento, Sociologia do Trabalho e Sociologia das Organizações | 19
As contribuições da Sociologia clássica | 19
A evolução histórica do pensamento econômico no Brasil | 20
Diferentes formas de organização do trabalho | 22
Analisando racionalmente as organizações | 24
Conceitos básicos para a compreensão da vida social | 33
O objeto de estudo da Sociologia das Organizações | 33
Sociabilidade e socialização | 34
Convívio social, isolamento e contato | 34
Interação | 37
Relação indivíduo-sociedade | 40
Características e tipologias dos principais grupamentos sociais | 47
Grupos sociais | 48
Os agregados sociais | 50
Mecanismos de sustentação dos grupos sociais | 52
Organizações e sociedade | 59
Conceito de organizações | 59
Teorias das organizações: o enfoque sociológico | 60
Classificação e objetivos das organizações | 63
Novas abordagens teóricas das organizações | 69
A teoria das relações humanas | 70
A teoria dos sistemas | 74
A teoria contingencial | 75
O poder nas organizações | 81
O conceito de poder | 82
O poder organizacional | 83
As principais fontes de poder nas organizações | 85
Liderança nas organizações | 86
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O estudo das empresas pela compreensão de sua cultura | 93
Definindo cultura | 93
Mudança social | 93
Cultura organizacional | 94
As subculturas organizacionais | 96
A mudança organizacional | 97
A inovação | 98
Grau de resistência à mudança | 100
As organizações e suas relações com o entorno | 105
A influência das culturas nacionais nas organizações | 105
As interdependências institucionais da empresa | 107
A empresa e a estrutura educacional | 107
A empresa e as relações com a estrutura hierárquica nacional | 108
A empresa e a família | 108
A empresa e o Estado | 109
Democracia e estrutura hierárquica nas organizações modernas | 110
Concluindo | 111
Aprendizagem organizacional | 119
As relações entre ator e empresa: a força do coletivo | 119
A empresa como produtora de cultura | 120
A aprendizagem cultural | 121
Quatro tipos de identidades no trabalho | 122
As organizações que aprendem | 123
Inovação tecnológica e organizacional | 131
As transformações impulsionadas pela implementação de novas tecnologias na empresa | 131
A influência da tecnologia para uma boa organização | 132
As relações entre tecnologia e estrutura | 133
A previsão das mudanças nas organizações | 135
Novas tecnologias, novos horizontes | 136
Novas perspectivas para a inovação nas organizações | 137
A globalizaçãoe as organizações | 143
As novas formas de organização | 144
As organizações em rede | 145
A organização pós-moderna | 146
A responsabilidade social | 147
Referências | 153
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Apresentação
Uma fronteira não é o ponto onde algo termina, mas, como os gregos 
reconheceram, a fronteira é o ponto a partir do qual algo começa a se fazer presente.
Martin Heidegger (apud BHABHA, 1998, p. 19)
Deparamos-nos hoje com imensas transformações políticas e econômicas de 
alcance mundial que abalam as formas mais íntimas de nos relacionarmos com 
o planeta. As noções de tempo e espaço relativizadas pelos avanços tecnológicos, 
principalmente nas áreas de informática e telemática, nos colocam grandes 
questões. As informações e os contatos com as pessoas feitos através dessas novas 
tecnologias vêm revolucionando o nosso modo de vida como um todo. Visões 
dicotômicas sobre o que é moderno e o que é arcaico, o que é real ou virtual, o perto 
e o distante, o possível e o impensável se revelam ultrapassadas.
As novas tecnologias impulsionam modificações profundas e nos impelem 
para caminhos incertos, ainda não traçados. Perdemos o apoio das tradições, mas 
vivemos hoje em um cenário de possibilidades.
As organizações, nessa conjuntura, sustentam e fazem crescer a globalização 
transformando-se em uma estrutura cada vez mais aberta e permeável às situações 
da sociedade como um todo. 
Apesar de tantas incertezas, as ciências continuam contribuindo para iluminar 
os novos caminhos ainda em construção. A realidade dinâmica de hoje nos ajuda 
a refletir sobre o novo, e o que era impensável até pouco tempo, hoje pode ser 
realizável. 
Por isso, esperamos que essa nova realidade global sirva de referência para a 
construção de novas atitudes e valores mundiais que devam ser assumidos por 
todos, mas destacamos neste trabalho o papel das organizações que objetivam 
construir uma sociedade mais justa e responsável.
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O surgimento 
da Sociologia e suas 
principais contribuições
Márcia Londero*
Ciência é um conceito presente em muitas de nossas falas e ao longo da história tem sido defini-
da de diferentes formas. Em qualquer explicação que se dê ao termo, encontraremos: certeza, previsão, 
lei. Por mais distintas que sejam as explicações, todas elas convergem para a indicação de alguns quesi-
tos indispensáveis para a sua compreensão. Ciência é conhecimento provado através da observação e 
da experimentação. Nesta definição entendemos que:
os conhecimentos articulados entre si formam uma teoria que constantemente está sendo ::::
posta à prova;
essa teoria ou conjunto de conhecimento foi gerada através de uma investigação criteriosa, ::::
metodológica com respeito à lógica ou à coerência;
a investigação é realizada de forma objetiva, sem opiniões pessoais dos pesquisadores que ::::
possam interferir no resultado;
investigação empírica significa que o conhecimento é obtido a partir de experiências e tenta-::::
tivas repetitivas, que podem assegurar os seus resultados.
É possível existir conhecimento que não seja científico? 
Sim, se considerarmos que é possívelassimilar um conjunto de informações acerca de fenôme-
nos da natureza e de fenômenos que ocorrem na sociedade e na vida das pessoas em geral. No entanto, 
mesmo as experiências mais marcantes como, por exemplo, o nascimento de um filho ou a participa-
ção de um grupo de bombeiros em um incêndio, por serem exclusivas de uma pessoa ou de um grupo, 
* Mestre em Sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Graduada em Ciências Sociais pela UFRGS.
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não poderão ser reproduzidas sempre com o mesmo resultado. Um pescador pode, por exemplo, saber 
bem onde estão os melhores cardumes, um agricultor pode saber, pela experiência acumulada ao lon-
go de anos de observação e trabalho, das melhores colheitas e do tempo, mas esta experiência é subje-
tiva, pessoal, não pode ser reproduzida por outras pessoas. 
Diante disso, podemos entender que a Ciência se diferencia do senso comum, do saber que o in-
divíduo acumula tendo como base informações de seu grupo, crenças pessoais. Todas as experiências 
que acumulamos são chamadas de conhecimento, mas nem todo conhecimento é científico, pois não 
advém da busca sistemática, metodológica e nem podem ser repetidas com o mesmo resultado.
Contexto histórico do desenvolvimento das ciências: 
o surgimento da Sociologia
Encontramos na Filosofia grega importantes subsídios para a divisão das ciências. Não poderia 
ser diferente, uma vez que a Filosofia antiga é a gênese de muitas ciências. Na Antiguidade, a Filosofia 
abarcava todos os conhecimentos. A primeira classificação das ciências foi dada por Aristóteles (384-
322 a.C.). Ele esquematiza as ciências da seguinte forma:
ciências teóricas (Física, Matemática, Metafísica);::::
ciências práticas (lógica e moral).::::
As obras O Elogio da Loucura, de Erasmo de Rotterdam (1466-1536), O Leviatã, de Thomas 
Hobbes (1588-1679) e outras que as precederam, surgidas do Renascimento, tais como O Príncipe, 
de Maquiavel (1469-1527), Utopia, de Thomas Morus (1478-1535) e Nova Atlântida, de Francis Bacon 
(1561-1626), foram de suma importância para as Ciências Sociais e contribuíram para o desenvol-
vimento desta porque marcaram os primórdios das preocupações da ciência com o mundo social. 
Esses autores construíram análises sobre as diferentes formas de organização da política; estudos 
sobre o Estado e as formas de governar e também trabalharam teoricamente propondo compara-
ções e requisitos para a construção de sociedades ideais, como foi o caso da obra de Francis Bacon, 
Nova Atlântida.
Alguns anos depois, Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), reconhece a decisiva influência da so-
ciedade sobre o indivíduo em sua obra O Contrato Social (1762), ressaltando o poder da sociedade em 
transformar o homem, que, segundo ele, ao nascer, é por essência um homem bom e a vida social é que 
o corrompe.
Mas foi no final do século XVIII, início do século XIX, com Auguste Comte (1798-1857), Herbert 
Spencer (1820-1903), Jean Gabriel de Tarde (1843-1904) e principalmente com Émile Durkheim (1858- 
1917), Max Weber (1864-1920) e Karl Marx (1818-1883), que a investigação dos fenômenos sociais ga-
nhou um caráter verdadeiramente científico.
Auguste Comte, referendado pelo crescimento das explicações científicas, baseia-se num princí-
pio mais rigoroso para classificar a Ciência. Subdivide as ciências segundo sua complexidade crescen-
te e sua generalidade decrescente, o que resulta no seguinte: Matemática, Mecânica, Física, Química, 
Biologia, Psicologia e Sociologia. Essas classificações ilustram como historicamente as concepções de 
ciência foram se configurando. Atualmente sabemos que não abarcam a totalidade das diferentes for-
mas sistematizadas do conhecimento. 
8 | O surgimento da Sociologia e suas principais contribuições
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9|O surgimento da Sociologia e suas principais contribuições
A crescente credibilidade alcançada pelo pensamento científico contribuiu para o surgimento 
da Sociologia. Sob a perspectiva da população da Europa da época, eram vitoriosas as mudanças que a 
Revolução Industrial e a era dos inventos trazia para o modo de vida cotidiana. As ideias de progresso 
e avanço do controle da natureza pelo homem encantavam e aceleravam o crescimento científico com 
os investimentos dos próprios capitalistas industriais deste período nesta área. Se o homem pode con-
trolar cada vez mais os fenômenos da natureza, por analogia poderá controlar também os fenômenos 
sociais. A Ciência volta-se então à análise do mundo social.
Métodos sociológicos mais relevantes
A preocupação em compreender o meio social trouxe à tona a necessidade de encontrar também 
o meio racionalmente mais adequado para chegar a este objetivo. Foi daí que vieram as primeiras dis-
cussões sobre o método científico das ciências sociais.
O campo de estudos das ciências sociais recém constituído define, de forma ambiciosa, um con-
junto de saberes acerca de aspectos da vida social ou da realidade social concreta. As disciplinas como 
Antropologia, Sociologia, Economia, Geografia, Psicologia, Etnologia, História e Ciência Política formam 
um conjunto sistemático, aceito como o bojo estrutural das Ciências Sociais.
Nesse sentido, apresenta-se também para todas as Ciências Sociais a importância do quadro me-
todológico, válido indistintamente para cada uma das disciplinas elencadas. Veremos brevemente algu-
mas características neste capítulo. A metodologia nas Ciências Sociais compõe um amplo conjunto de 
procedimentos usados para se chegar ao conhecimento com segurança e rapidez.
São considerados os diferentes princípios e técnicas para a realização de uma investigação:
a indução;::::
a dedução;::::
a observação;::::
a coleta de dados;::::
os questionários;::::
a análise e interpretação de dados.::::
 A indução é o método que concebia o conhecimento como resultado da experimentação suces-
siva e da utilização da manipulação empírica, ou seja, concreta, pregada por Francis Bacon (1561-1626) 
desde o fim do Renascimento. A Ciência é conhecimento objetivo porque podemos prová-la concreta-
mente.
Por outro lado, René Descartes (1596-1650) defendia a validade do método dedutivo, ou seja, 
aquele que possibilitava descobertas através do encadeamento lógico de hipóteses elaboradas a partir 
da atividade primordial da razão.
Podemos dizer que a Ciência começa com a observação e que a observação produz uma base se-
gura de onde deriva o conhecimento. A teoria é baseada na maneira rigorosa com que obtemos os dados 
a partir da observação e da experimentação. A Ciência é baseada naquilo que podemos observar com 
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nossos sentidos, ver, ouvir, tocar etc. Mas também podemos dizer que para tornar mais preciso o nosso 
olhar, a observação científica da realidade necessita da teoria, uma não pode prescindir da outra.
A coleta de dados orientada pela teoria e perpassada pela observação é o passo seguinte, em que 
selecionamos os dados relevantes para explicar o fenômeno que estudamos.
Questionários, formulários, ou entrevistas fechadas e abertas são técnicas utilizadas pelos dife-
rentes métodos e vão ser escolhidas a partir das características dos dados a serem coletados e do obje-
to a ser analisado. Esses dados podem ser levantados através de pesquisa bibliográfica, em documentos 
históricos ou através de material coletado por nós mesmos em entrevistas ou questionários.
A análise e interpretação dos dados coletados aparece como o último passo a ser realizado para 
se chegar a uma conclusão sobre o fenômeno estudado.
A pesquisa, portanto, engloba um conjunto de instrumentos para a investigação, cujo objetivo é 
tentar solucionar e explicar um problema ou um fenômeno. Em Ciências Sociais são usados diferentes 
métodos, alguns comunsa outras ciências, outros específicos das Ciências Sociais, a saber: Empirismo, 
Positivismo, Estruturalismo, Funcionalismo, Marxismo.
O Empirismo acredita que a Ciência é baseada na observação dos fenômenos concretos, em opo-
sição à influência religiosa que propunha a fé como explicação maior. 
O Positivismo, criado por Auguste Comte, baseia-se na suposição de que é possível observar a vida 
social e reunir conhecimentos válidos sobre como ela funciona. Esses conhecimentos então seriam utili-
zados para aperfeiçoar a vida social. A Sociologia deveria interessar-se apenas pelo que pode ser obser-
vado com os sentidos, de maneira que os críticos desta corrente apontam a falha da análise em não levar 
em consideração a subjetividade do real que não pode ser percebida pela mera observação dos fatos.
O estruturalismo defende que existem, na sociedade, estruturas subjacentes, que não podem ser 
observadas diretamente, mas que são concretas e modelam a vida social, como por exemplo a estrutu-
ra social e a cultura.
Pode-se também conceber o método como o referencial teórico ou conhecimento prévio a orien-
tar a busca científica. Nas Ciências Sociais, utilizamos duas grandes correntes metodológicas ou dois 
grandes métodos: o Funcionalismo e o Marxismo.
Funcionalismo:::: : também chamado de organicismo. Deriva da palavra “organismo”, que é a for-
ma como entende a sociedade, tal como um organismo vivo, onde as partes estão integradas 
num todo, harmoniosamente vinculadas entre si. Qualquer problema ocasional que surja é tido 
como uma patologia, um caso anormal que a sociedade terá de sanar. Um autor clássico desse 
método é Émile Durkheim (1858-1917). O método funcionalista predominou como instrumento 
teórico até meados de 1950, e marcou trabalhos importantes na Antropologia e na Linguística.
O Funcionalismo interpreta a realidade social pela harmonia e funcionamento equilibrado entre 
todas as instituições sociais.
Marxismo:::: : também chamado de dialético e histórico-crítico. Embora considerado ao mesmo 
tempo uma filosofia da história, um método de investigação e, em alguns sistemas políticos, 
um dogma, a produção de Karl Marx (1818-1883) marca a introdução de conceitos obtidos 
da Filosofia, no sentido de estudar a vida social e sua dinâmica própria. A dialética compreen-
de uma tese e uma antítese que se chocam constantemente e resultam em uma outra tese. O 
marxismo interpreta uma realidade social estimulada pelo conflito ou luta de classes.
10 | O surgimento da Sociologia e suas principais contribuições
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11|O surgimento da Sociologia e suas principais contribuições
Principais pensadores e leituras clássicas das Ciências Sociais
Os clássicos das Ciências Sociais interpretaram a sociedade e os problemas dela oriundos, cada 
um a seu tempo e momento histórico-cultural. Atualmente, as Ciências Sociais avançaram tanto em 
metodologia quanto em teoria, que compartilham o cosmopolitismo do universo científico, ou seja, 
hoje se pode adotar, com facilidade, diversos recursos metodológicos de diferentes correntes ao mes-
mo tempo, fazendo uso da melhor combinação entre eles para alcançar a compreensão do fenômeno 
estudado. 
Paulatinamente, está se construindo o conceito de que pertencemos a um mesmo grupamen-
to e a uma mesma espécie, a espécie humana que, para os pessimistas, parece não estar dando certo. 
Sabemos que pensamos da mesma forma, mas encontramos no mundo social tantos problemas que 
é preciso encontrar respostas coerentes ou pelo menos que aliviem e tornem a existência humana um 
pouco mais compreensível.
A leitura dos clássicos é de fundamental importância para alunos que se dediquem ao estudo da 
sociedade. Cada leitura ou obra postula uma seguinte, pois vislumbra mais aberta e ampla a paisagem.
Para efeito de estudos num curso de Ciências Sociais, e tendo em vista o objetivo desta discipli-
na que enfoca organizações em particular, elencamos obras e autores de diferentes matizes que se 
tornaram clássicas pela abordagem que oferecem aos estudos nesse campo, mas é importante frisar 
que não pretendemos esgotar toda a gama de pensadores que contribuíram de forma importante na 
constituição do campo de estudos desta ciência. Embora classificados em uma delas, os pensadores, 
como já dissemos, incorporam no bojo de seus escritos o contexto histórico e político da época em 
que viveram.
Na Sociologia, destacamos:
Émile Durkheim (1858-1917): principais obras – :::: O Suicídio (1897) e da Divisão do Trabalho 
Social (1893);
Karl Marx (1818-1883): principal obra – :::: O Capital (1867-1879);
Max Weber (1864-1920): principais obras – :::: A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo (1904-
1905) e Economia e Sociedade (1922).
Na Antropologia, deve-se consultar:
Michel de Montaigne (1533-1592) – em sua obra :::: Ensaios (1588) o capítulo “Dos canibais” ;
Roger Bastide:::: (1898-1974) – Brasil, terra de contrastes (1957);
Lévi-Stra:::: uss (1908-2009) – As Estruturas Elementares do Parentesco (1949).
Na Ciência Política destacamos:
John Stuart Mill (:::: 1806-1873): Princípios de Economia Política (1848);
Vilfredo Pareto (:::: 1848-1923): Curso de Economia Política (1896-97);
Herbert:::: Spencer (1820-1903): O Indivíduo Contra o Estado (1884).
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O desenvolvimento da Sociologia 
e a Sociologia do Desenvolvimento
Ao aprofundarmos nossos estudos em direção ao objetivo deste curso, que é o de compreender 
a Sociologia das Organizações, focalizamos a preocupação dos teóricos das Ciências Sociais na questão 
econômica, ou seja, no próprio desenvolvimento do capitalismo industrial, pano de fundo do surgimen-
to da Sociologia. Essa preocupação deu origem a uma disciplina chamada Sociologia Econômica, bas-
tante comum no início do ensino acadêmico da Sociologia e posteriormente da chamada Sociologia do 
Desenvolvimento. As críticas ao evolucionismo, embutido neste conceito de desenvolvimento, fez com 
que recentemente esta nomenclatura fosse abandonada, mais precisamente no final dos anos 1980, 
quando surgiu a Sociologia do Trabalho de onde se derivou a Sociologia das Organizações.
O quadro histórico do desenvolvimento do capitalismo
Problemas conjunturais como as guerras mundiais, o monopólio das grandes empresas em lugar 
da livre concorrência e a intensificação da organização dos trabalhadores culminando com as revolu-
ções socialistas revelavam as imperfeições do capitalismo e colocavam abaixo as esperanças de alguns 
sociólogos de democratização deste sistema.
Em consequência, a burguesia se distanciava de um projeto de igualdade e fraternidade se com-
portando de forma mais conservadora e utilizando aparatos de repressão físicos e ideológicos para as-
segurar sua dominação.
No cenário internacional surgem duas grandes potências econômicas: os Estados Unidos e a 
União Soviética, cada uma delas representando uma corrente política diferente, a saber, o capitalismo 
e o socialismo, respectivamente.
O conhecimento também passa a submeter-se aos interesses dessa ordem e as Ciências Sociais 
são utilizadas como técnica de manutenção das relações dominantes, tanto em um sistema como no 
outro. Mas é com investimentos provenientes do capitalismo que a Sociologia vai se desenvolver atra-
vés do surgimento da Escola de Chicago nos Estados Unidos onde os grandes pensadores da Europa, 
refugiados da Primeira Guerra Mundial, vão desenvolver os métodos de investigação de campo que se-
rão plenamente testados na realidade. 
No século XX, a aceleração do processo de industrialização e o aumento de nações concorrentes 
na corrida imperialista fizeram com que um novo surto de modernização e formação de novos estados 
independentes atingisse os continentes asiáticos, africanos e também as recentemente independenti-
zadas nações latino-americanas. Esse processo revelava a constanteinternacionalização do processo de 
industrialização e a expansão do modo de produção capitalista. As novas nações então adotaram um 
modelo de desenvolvimento baseado na expansão do capitalismo industrial ditado pelos países líderes 
do capitalismo na Europa.
O papel dessas nações periféricas era, neste momento, o de possibilitar a expansão necessária, ao 
aumento da produção na Europa e nos Estados Unidos, dos mercados consumidores de produtos in-
dustrializados produzidos nestes países e também fornecer matéria-prima para estas indústrias.
12 | O surgimento da Sociologia e suas principais contribuições
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13|O surgimento da Sociologia e suas principais contribuições
Para consumir esses produtos e fornecer as matérias-primas necessárias ao avanço da produção 
capitalista central, essas novas nações necessitaram passar por um processo de modernização de seus 
meios de transporte e produção de matérias-primas semelhante ao dos países industrializados, o que 
as aproximava do modelo capitalista industrial europeu.
A partir dessa aproximação passou-se a interpretar o desenvolvimento da economia dessas na-
ções novas como uma mera cópia do modelo do capitalismo central, concebendo como única diferen-
ça o grau de desenvolvimento e não de qualidade deste sistema. Nessa perspectiva, todas as nações do 
mundo pareciam marchar rumo ao desenvolvimento industrial.
A Sociologia para interpretar estas mudanças
As ex-colônias transformadas em nações capitalistas, consumidoras dos produtos industrializa-
dos dos países do capitalismo central e fornecedoras de matérias-primas para os mesmos, não podiam 
mais ser classificadas em categorias evolucionistas dos tipo “civilizadas” e “primitivas”. A Sociologia cria 
então novos conceitos para interpretar o recente processo de internacionalização do capitalismo.
Junto com esse movimento de industrialização foi necessário a criação de técnicas nacionais e 
a importação de modelos, não só de industrialização, como também de conhecimento. Surgem novas 
universidade e novas teorias para explicar a situação específica dos países recém-industrializados ou 
dos países do chamado Terceiro Mundo.
O objeto de estudo da Sociologia neste contexto, passa a ser justamente o desenvolvimento, que 
neste período era o foco das políticas econômicas nacionais e internacionais. 
As categorias de análise da sociologia do desenvolvimento buscam definir estas mudanças. O 
mundo passa a ser dividido em nações desenvolvidas, nações em desenvolvimento e nações subdesen-
volvidas. 
A Sociologia continua a ampliar seus campos de análise, porém, as teorias sobre desenvolvimen-
to e subdesenvolvimento passam a ser centrais principalmente para os países do capitalismo periférico 
e dentro deles localizamos os sociólogos brasileiros.
A Sociologia do Desenvolvimento
Na ânsia de explicar esta conjuntura em que as novas nações capitalistas buscavam copiar o mo-
delo de desenvolvimento das nações do velho mundo, e não apenas isso, reproduzir também os mo-
delos de organização das instituições políticas e econômicas, surge na Sociologia um novo tipo de evo-
lucionismo chamado por alguns sociólogos como modelo desenvolvimentista.
Estas análises acreditavam que as diferenças entre estas sociedades, chamadas então de desen-
volvidas, para as conhecidas como subdesenvolvidas, estavam localizadas apenas no grau de desen-
volvimento. Ou seja, os países subdesenvolvidos alcançariam os padrões dos desenvolvidos bastando 
seguir os passos que os últimos tinham percorrido.
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Assim, as Ciências Sociais contribuíram com suas análises no sentido de alcançar instituições que, 
aos moldes das que já existiam nos países da Europa Central e nos Estados Unidos, garantiriam uma 
transição segura do subdesenvolvimento para o desenvolvimento e do progresso prometido pelo capi-
talismo. As nações que apareciam como centros de dominação política e econômica passaram a cons-
truir modelos superiores a serem almejados por todos os povos para que alcançassem o progresso.
A teoria desenvolvimentista difundia-se como explicação para os diferentes estágios de desen-
volvimento econômico dos países capitalistas e servia como modo de manter a submissão dos países 
considerados subdesenvolvidos aos padrões e modelos dos chamados desenvolvidos.
O norte americano William Wilber Rostow, em seu livro Etapas do Desenvolvimento (1974, p. 16) formu-
la em 1967 uma teoria em que classifica as diferentes sociedades em cinco etapas de desenvolvimento:
as sociedades tradicionais;::::
as sociedades em processo de transição;::::
as sociedades em início de desenvolvimento;::::
as sociedades em maturação;::::
as sociedades de produção em massa.::::
Este autor, portanto, acredita que todas as sociedades devem estar localizadas em algum desses 
estágios desconsiderando a possibilidade de diferentes caminhos para alcançar o desenvolvimento. 
Essa subdivisão, que serve de exemplo clássico da teoria desenvolvimentista, fundamenta-se na ideia 
de que o desenvolvimento do capitalismo e o modelo de organização da civilização ocidental europeia 
é o único modelo a ser seguido. Cada estágio entre esses cinco apresentados seriam lentamente alcan-
çados através do desenvolvimento econômico do capitalismo. 
Muitos teóricos adeptos deste modelo buscavam identificar as causas do subdesenvolvimento 
nas formas tradicionais de organização das sociedades mais atrasadas e em explicações muitas vezes ra-
cistas e preconceituosas. Isso porque estes estudiosos ligavam as causas do subdesenvolvimento de pa-
íses da América Latina e da África, por exemplo, às características étnicas e culturais destes povos. Índios 
e negros foram responsabilizados pelo atraso de uma civilização baseada em moldes europeus que eles 
nem conheciam e tampouco foram convidados a fazer parte.
As teorias desenvolvimentistas, portanto, oportunizaram a proliferação desses preconceitos para 
explicar as causas do subdesenvolvimento, não reconhecendo aquilo que era o próprio efeito de um 
modelo de exploração capitalista colonial por eles mesmos praticada. Um crescimento baseado no im-
perialismo colonial que eles praticavam nos países mais pobres e da periferia do capitalismo.
14 | O surgimento da Sociologia e suas principais contribuições
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15|O surgimento da Sociologia e suas principais contribuições
Textos complementares
De que se ocupam as Ciências Sociais
(OLIVEIRA, 2001)
O comportamento humano é muito diversificado. Cada indivíduo recebe influências de seu 
meio, forma-se de determinada maneira e age no meio social de acordo com sua formação. O indi-
víduo aprende com o meio, mas também pode transformá-lo em sua ação social.
Há comportamentos como andar, respirar, dormir – estritamente individuais que se originam 
na pessoa enquanto organismo biológico. São comportamentos estudados pelas ciências físicas e 
biológicas. Por outro lado, receber salário, fazer greve, participar de eventos, casar-se, educar os fi-
lhos são comportamentos sociais, pois se desenvolvem no contexto da sociedade.
Ao longo da história, a espécie humana organizou sua vida em grupo. As Ciências Sociais (a So-
ciologia é um de seus ramos) pesquisam e estudam o comportamento social humano e suas várias 
formas de organização. Como ciência voltada para o social, tem um amplo corpo de conhecimento. 
O conhecimento teórico e técnico das Ciências Sociais é de tal forma amplo que pode ser aplicado 
tanto para entender um fato social como para elaborar e implementar desde pequenos projetos até 
estudos de política de governo.
Objeto e objetivo das Ciências Sociais
Pode-se dizer que as Ciências Sociais são o estudo sistemático do comportamento social do ser 
humano. Ocupando-se sistematicamente docomportamento social humano, o objeto das Ciências 
Sociais é, portanto, o ser humano em suas relações sociais.
Tendo como objeto de interesse o ser humano em suas relações sociais, o objetivo das Ciências 
Sociais é ampliar o conhecimento sobre o ser humano em suas interações sociais.
Assim, as Ciências Sociais contribuem para um melhor entendimento da sociedade em que vi-
vemos e dos fatos e processos sociais que nos rodeiam.
A investigação científica é o método usado pelas Ciências Sociais em suas atividades. 
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Os índices do subdesenvolvimento
(PEREIRA, 1970)
As formulações mais elementares e vulgares recorrem, basicamente, à disposição num conti-
nuum de países ou religiões de baixa renda per capita, e de alta renda per capita; e tomam, explícita 
ou implicitamente, além da própria renda per capita, indicadores dessa baixa renda per capita, no 
caso dos países ou regiões ditos subdesenvolvidos. De fato, a renda per capita é tomada pelo lado do 
consumo de bens e serviços: precárias ou insuficientes condições de salubridade, de escolarização, 
de residência, dieta alimentar etc.; e tomada pelo lado da produção quando se apontam fatores pró-
ximos responsáveis por esta baixa renda per capita: estrutura pouco diferenciada do aparelho pro-
dutivo (predominância do setor primário), baixa produtividade, baixa taxa de investimento etc.
Atividades
1. Pesquise em jornais, na internet ou em revistas, exemplos de comportamentos sociais. Não es-
queça de referendar o título do assunto, a data e nome do veículo de comunicação que você 
usou. Escreva em uma folha, um resumo do texto. Depois, faça um comentário pessoal sobre o 
tema pesquisado.
2. Elabore com suas palavras o conceito, o objetivo e o objeto das Ciências Sociais.
16 | O surgimento da Sociologia e suas principais contribuições
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17|O surgimento da Sociologia e suas principais contribuições
3. Houve modificações nas análises evolucionistas da Sociologia com o surgimento das novas na-
ções? Por quê?
4. Qual a crítica de Luiz Pereira em relação aos índices escolhidos para medir o grau de desenvolvi-
mento ou subdesenvolvimento dos países, apresentada no segundo Texto complementar? 
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Gabarito
1. É esperado que o aluno inicie o processo de pesquisa em fontes primárias, use os conceitos expli-
cados e reflita sobre o significado das interações que os indivíduos estabelecem no convívio com 
seus semelhantes.
2. As Ciências Sociais realizam estudos sistemáticos do comportamento social do ser humano. As 
Ciências Sociais contribuem para um melhor entendimento da sociedade em que vivemos e dos 
fatos e processos sociais que nos rodeiam. O objeto das Ciências Sociais é, portanto, o ser huma-
no em suas relações sociais.
3. Não, porque as análises do surgimento das novas nações apenas reproduziram um modelo que 
deveria ser alcançado através do cumprimento de etapas e passos já percorridos pelos países 
considerados desenvolvidos.
4. A crítica do autor está relacionada ao fato de que não se pode medir o grau de desenvolvimento 
ou subdesenvolvimento de um país meramente comparando suas rendas per capita. Estas devem 
servir para interpretar dados mais complexos da economia.
18 | O surgimento da Sociologia e suas principais contribuições
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Sociologia do 
Desenvolvimento, 
Sociologia do Trabalho 
e Sociologia das Organizações
As contribuições da Sociologia clássica
A Sociologia surge para compreender as mudanças ocorridas na sociedade do final do século XIX, 
permeada por duas revoluções que transformaram radicalmente o modo de organização da vida social, 
política e econômica, as Revoluções Francesa e Industrial as quais marcam esta conjuntura. Desde en-
tão a Sociologia procura explicar as grandes questões com as quais os atores sociais de cada época se 
defrontam.
As obras de Karl Marx, Émile Durkheim e Max Weber alicerçam a Sociologia do século XIX. É neste 
período que os fenômenos econômicos marcam fortemente a reflexão sociológica. 
A preocupação com os fenômenos ligados à economia da época, que se apresentava em profun-
da transformação, está fortemente presente na vida e obra de Karl Marx que trabalha durante toda sua 
vida em uma grande obra chamada O Capital. Para Marx a sociedade se divide em infra e superestrutu-
ra. A infraestrutura é a estrutura econômica, formada pelas relações de produção e pelas forças produ-
tivas. Já a superestrutura pode ser dividida em dois níveis: a estrutura jurídico-política, que é formada 
pelas normas e leis que correspondem à sistematização das relações já existentes; e a estrutura ideoló-
gica (filosofia, arte, religião etc.), que é formada por um conjunto de ideias de determinada classe social, 
a qual através de sua ideologia, defende seus interesses.
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Nos trabalhos de Émile Durkheim, em sua primeira obra publicada: Da Divisão do Trabalho Social 
de 1893, o autor estabelece uma relação entre o aumento da divisão social do trabalho nas sociedades 
industriais e a criação de um novo tipo de solidariedade que vem a fortalecer a coesão social entre seus 
membros. Para ele, o equilíbrio e a ordem sociais obtidos com a divisão do trabalho social geram a so-
lidariedade social. A solidariedade social aparece aqui como uma consequência da própria divisão do 
trabalho social que necessita da união e da aproximação dos indivíduos para realizar-se. A mesma inter-
dependência necessária para realizar o trabalho social é a que sustenta os indivíduos coesos dentro da 
sociedade em que vivem.
A preocupação com os fenômenos econômicos orienta também os trabalhos de Max Weber que 
considerava estes fenômenos como profundamente ligados às instâncias da vida social, influenciando- 
-as e, por sua vez, sendo influenciados pelos diferentes aspectos da vida social. Max Weber distingue 
três tipos de fenômenos econômico-sociais:
os fenômenos econômicos propriamente ditos – são aqueles centrados na importância que ::::
possuem na luta material pela existência;
os fenômenos economicamente importantes – aqueles que têm importância econômica em si ::::
mesmos, mas podem gerar efeitos econômicos;
os fenômenos economicamente condicionados – os que têm pouca importância econômica ::::
em si, mas são influenciados pela economia. 
Sabemos que nos primórdios da Sociologia como disciplina nas universidades havia uma Sociologia 
econômica como parte do currículo formador básico do sociólogo. 
Hoje a Sociologia contemporânea começa a perceber novamente a necessidade de se preocupar 
com a chamada esfera da vida econômica e é nessa tradição forte que se incluem os trabalhos de alguns 
autores que vamos desenvolver ao longo de nosso curso. 
A evolução histórica do pensamento econômico no Brasil
Durante o período de 1930 a 1970 o Brasil cresceu e se industrializou através principalmente dos 
incentivos do Estado aos setores industriais e agrícolas com o objetivo de modernizar a indústria para 
a exportação. O Estado passava a se empenhar em criar condições para essa industrialização através, 
principalmente, da regulamentação das leis trabalhistas, fixação de preços, subsídios e investimentos 
em infraestrutura para a criação das indústrias de base, como, por exemplo, a siderurgia e também a im-
plantação da indústria de bens de produção ou bens de capital, (máquinas, equipamentos etc.).
A partir da década de 1970 passa-se a considerar o Brasil como um país industrializado e as ques-
tões centrais que envolviam o desenvolvimento do capitalismo vão se localizando no desenvolvimento 
das empresas. Estas questões podemser resumidas na participação fundamental do Estado, em termos 
de incentivo da produção nacional e nos entraves da relação entre um modelo tradicional baseado na 
produção agrícola familiar e o modelo industrial moderno. 
20 | Sociologia do Desenvolvimento, Sociologia do Trabalho e Sociologia das Organizações
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21|Sociologia do Desenvolvimento, Sociologia do Trabalho e Sociologia das Organizações
A Sociologia do Desenvolvimento foi o principal marco teórico deste período. Voltada para os 
problemas macroestruturais do desenvolvimento e influenciada pela corrente funcionalista, compre-
endia os problemas do desenvolvimento brasileiro através de uma perspectiva que contrastava os atra-
sos do modelo de uma economia tradicional com as necessidades de modernização das relações sociais 
de produção. A cultura nacional clientelista e o populismo são considerados entraves a um desenvolvi-
mento racional necessário ao modelo capitalista das empresas baseado no desenvolvimento científico 
e tecnológico e nas relações de trabalho assalariadas.
Neste período as Ciências Sociais partiam das análises sobre o trabalho e se dedicavam a estu-
dar a classe operária, o sindicalismo brasileiro e a constituição do empresariado industrial, ou seja, como 
a sociedade empresarial convivia com os valores do Brasil “arcaico”. O papel dos empresários no desen-
volvimento social e econômico do país e suas relações com o Estado, ou seja, o capitalismo no Brasil e 
seus atores sociais. 
No entanto, o processo de industrialização brasileiro não trouxe, como era de se esperar, a re-
dução da pobreza e nem a integração da população nestes novos setores. Pelo contrário, o fosso entre 
as classes dirigentes e empresariais e a massa de assalariados aumentava, pois o crescimento econômi-
co estava baseado na aquisição de grandes empréstimos internacionais, no incentivo à instalação de 
grandes empresas multinacionais no país e numa produção e modernização orientada para a exporta-
ção. Estes eram setores que economizavam mão de obra e, portanto, não geravam empregos suficien-
tes para a população economicamente ativa do país. Este modelo de desenvolvimento não absorvia a 
mão de obra disponível resultando em desemprego em larga escala e empurrando os salários para ní-
veis cada vez mais baixos.
Reagindo criticamente a esta conjuntura de superexploração da classe trabalhadora, as pesqui-
sas sociológicas no Brasil, fortemente influenciadas pelo marxismo, passam a privilegiar o estudo da 
classe operária enfocando as indústrias como espaço privilegiado do conflito de classes.
Assim, a Sociologia do Trabalho vai se firmando através das análises da economia, principalmen-
te pelo viés da classe trabalhadora, ficando o estudo das elites, tanto empresarial como agrária, pratica-
mente de fora dos temas de interesse das Ciências Sociais no Brasil.
Na década de 1980 os problemas econômicos pioraram muito a situação da população. As em-
presas e os empresários passam a fazer parte das análises dos sociólogos que começam a perceber os 
problemas da flexibilização da produção e do trabalho. Com a crise do modelo fordista de produção e 
a ascensão do modelo taylorista, os pesquisadores dividiram-se em dois blocos: os que aceitavam a as-
censão do modelo pós-fordismo e os que acreditavam em diferentes modelos de modernização tecno-
lógica. A empresa é ainda estudada sob a óptica do trabalho, ou seja, as transformações ocorridas no 
processo de produção, gestão e organização do trabalho.
Nesta conjuntura de mudanças radicais que se apresenta para todo o planeta a partir do pro-
cesso de globalização das economias, que teve início na década de 1990, o Estado brasileiro negocia 
com o setor privado a venda de setores estratégicos como as telecomunicações e a eletricidade, e abre 
à competição alguns serviços monopolizados por grupos privados. Esta política de liberalização da eco-
nomia e de menor intervenção estatal afetou profundamente a economia brasileira que se internacio-
nalizou rapidamente. 
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A Sociologia enfatiza então, em seus estudos, a flexibilização ou a precarização do trabalho no 
contexto pós-fordista. 
Diferentes formas de organização do trabalho
O que entendemos por flexibilização da produção e do trabalho? O que é Fordismo, Taylorismo e 
Toyotismo? Estes conceitos foram elaborados ao longo do tempo, motivados pelo crescimento das em-
presas capitalistas. O pleno funcionamento dessas empresas era o foco central das análises científicas 
interessadas no desenvolvimento do sistema capitalista. Soluções organizacionais e modelos racionais 
foram, a partir daí, formulados e postos em ação ao longo da história da indústria. Vamos compreender 
como isto ocorreu para depois estudarmos cada um destes conceitos.
As indústrias e fábricas que nasceram na França, Inglaterra e Alemanha no período da Revolução 
Industrial partiram de modelos de organizações preexistentes. Para exemplificar vamos citar aqui os 
principais.
A organização da igreja representava um modelo de hierarquia que era baseado na crença dos 
mesmos valores, construídos por uma doutrina de que todos faziam parte. As organizações militares de 
soldados mantinham uma disciplina através de regulamentos e regras que variavam conforme a mis-
são. As armas que utilizavam e o poder era centralizado por uma motivação: vencer a guerra. 
O comércio e a agricultura eram, nos seus primórdios, tarefa de pequenas empresas familiares que 
ofereciam um modelo baseado na autoridade patriarcal. Na era dos inventos e das máquinas, por outro 
lado, a estrutura produtiva deixa de se basear no poder familiar e passa a ser mais técnica, mais racio-
nal. Tal estrutura das organizações, baseada, por analogia, no encadeamento das peças, o chamado ma-
quinismo industrial, segue a lógica do encaixe perfeito de todas as peças, o que traria melhor resultado 
na produção; ou seja, o trabalho de cada homem devia funcionar como uma peça dentro da máquina, 
formando um mecanismo único, o trabalho humano considerado como simples sequência do funcio-
namento de uma máquina.
 Até mesmo os estudos antropológicos de diferentes populações e tribos indígenas do começo do sécu-
lo XX serviram para a compreensão da importância dos valores e da cultura para a organização de agru-
pamentos humanos. As ideias de cultura da empresa, valores, hierarquias e disciplina, centralização de 
decisões, chefia, funcionamento racional da empresa, entre outras, tem essas origens mais longínquas. 
No entanto, estes modelos, que são importantes porque continuam até hoje inspirando diferen-
tes formas de organizações, necessitaram de aprofundamento na medida em que as sociedades come-
çaram a se complexificar. As organizações passam, então, a ser estudadas cientificamente enquanto 
microssociedades com o objetivo de produção econômica. 
Um dos primeiros objetivos de uma abordagem sociológica das empresas é marcar, classificar e 
reconhecer as práticas normativas e as regras sobre as quais os modos de racionalização de suas estru-
turas funcionam.
Para isso foram analisados os diferentes modos de organizar o trabalho na prática, o que deu ori-
gem a diferentes teorias utilizadas pela Sociologia do Trabalho, que nos ajudam a compreender as eta-
pas pelas quais passaram as formas de organização do trabalho dentro da indústria. Em outras palavras, 
22 | Sociologia do Desenvolvimento, Sociologia do Trabalho e Sociologia das Organizações
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23|Sociologia do Desenvolvimento, Sociologia do Trabalho e Sociologia das Organizações
os modos de organização da produção dentro das empresas (de Taylor, de Ford e da Toyota) deram ori-
gens às teorias taylorista, fordista e toyotista ou da flexibilização. O foco das análises de Weberforam as 
regras e procedimentos legais e a autoridade dentro das empresas, o que deu origem à teoria racional 
legal ou burocrática. Podemos dizer, portanto, que além de modos de organizar as empresas, eles tam-
bém viraram teorias. 
Vejamos os principais:
Taylorismo::::
 Frederick Taylor (1856-1915)
 Teoria que surgiu em 1911, repousa em uma análise científica da tarefa do trabalhador, a me-
lhor maneira, em um tempo organizado, para se atingir um modo operatório melhor e mais 
produtivo, conhecido como One best Way. Taylor comparou o corpo humano com uma máqui-
na e analisou o tempo e os movimentos sucessivos realizados pelo homem para produzir. O 
trabalho era fragmentado em tarefas para obter uma adaptação melhor do trabalhador que 
acaba se concentrando em uma especialidade limitada da tarefa. Isso vai trazer a divisão do 
trabalho por competências onde uns vão executar e os outros vão pensar, analisar e preparar 
as condições de seu trabalho. É considerado o pai da administração científica.
Fordismo::::
 Henry Ford (1863-1947)
 Henry Ford, o fabricante americano de automóveis buscava formas de aumentar a produtivi-
dade de sua linha de montagem com a ideia de que, produzindo carros idênticos que só ti-
nham o número de série para os diferenciar, baratearia o custo da matéria-prima e do trabalho. 
Seu método se apoia, portanto, na organização do trabalho em série introduzido pela inven-
ção da esteira que transportava as peças em um circuito dentro das fábricas, sendo que os tra-
balhadores é que ficavam em lugares fixos. Nasce assim o trabalho em linhas de montagem e 
a produção em série. Além do processo do trabalho repetitivo imposto ao trabalhador a linha 
de montagem possibilitava um controle bem maior dos supervisores e administradores sobre 
as tarefas do operário. 
Burocracia::::
 Max Weber (1864-1920)
 No mesmo momento em que Taylor realizava seus estudos, o sociólogo Max Weber analisa-
va o trabalho de escritório e problematizava com isso o campo da informação e das competências 
necessárias para o exercício da autoridade que aparecia paralelamente às questões diretamen-
te ligadas à produção. Para Weber, não é suficiente que haja a autoridade de um chefe, é preci-
so que essa autoridade seja aceita, quer dizer, que ela seja legítima. Assim, o autor se dedica a 
estudar o problema da organização, que considera como um problema ligado à informação e 
às competências necessárias para o exercício da autoridade em um mundo econômico novo.
 Para ele, a autoridade se divide em três tipos diferentes de poder:
o poder tradicional – arraigado através dos costumes e hábitos enraizados. Ex.: o poder paterno;::::
o poder carismático – fundado na pessoa e nas suas características extraordinárias. Ex.: o ::::
poder de um líder religioso, como Dalai Lama, ou de um político, como Fidel Castro;
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 o poder legal – que se dá em virtude da crença no valor de leis existentes ou de uma com-::::
petência fundamentada sobre regras estabelecidas racionalmente. Ex.: o poder de um pre-
sidente da República.
 Esta divisão, didaticamente descrita por Weber, permite opor o funcionamento do poder na 
sociedade tradicional com o poder que se fundamenta na legitimidade racional.
 No primeiro caso, a legitimidade baseia-se em uma ordem estabelecida pelas tradições e, por 
isso, suficiente em si mesmo, como, por exemplo, o poder dos reis que é herdado. No segun-
do caso, o poder na sociedade de massa só é legitimo porque é racional, ou seja, os proce-
dimentos pelos quais as regras são fixadas são legais e, portanto, se a autoridade segue os 
procedimentos legais, sua autoridade não é contestada. Como podemos notar, os tipos de au-
toridades entre os dois casos são diferentes. A do primeiro caso é mais forte porque é devi-
da ao indivíduo que herdou esse poder. No segundo é mais frágil, porque essa autoridade fica 
presa ao cumprimento das regras preestabelecidas. A obediência é devida não ao indivíduo, e 
sim, às leis e regulamentos.
 O tipo de autoridade legal ou racional é o tipo que mais se adapta às sociedades industriais e é 
esse estudo da questão da legitimidade no exercício da autoridade desenvolvida por Weber 
que dará origem ao que ele chamou de burocracia ou administração racional legal.
Toyotismo::::
 Surgiu em 1950, na fábrica da Toyota no Japão, e ficou conhecido mundialmente a partir dos 
anos 1970. Este modelo, ao contrário do Fordista, que se baseava em uma linha de montagem 
em que o trabalhador ficava fixo realizando sempre a mesma tarefa, contava com menos mão 
de obra e por isso o sistema investia na qualificação profissional desta mão de obra e na flexi-
bilização da produção. Produzindo menos, mas com modelos mais variados e utilizando mão 
de obra mais qualificada, possibilitava que o trabalhador realizasse também o que foi chama-
do de trabalho flexível, sendo requisitado em diferentes etapas do processo produtivo. 
Analisando racionalmente as organizações
Segundo Renaud Sainsaulieu (2006, p. 59), a análise científica da organização das empresas tem 
origem na sociologia compreensiva de Max Weber:
[...] o nascimento de um pensamento sobre a racionalidade das empresas apoia-se nas categorias da sociologia compre-
ensiva de Max Weber (1965). Seu estudo trata da compreensão que se pode adquirir de um comportamento humano 
e do tipo de interpretação que se pode dar a ele. Para este autor, o objeto específico de uma sociologia compreensiva 
é a “atividade”, isto é, um comportamento relativo a objetos que é especificada de maneira mais ou menos consciente 
por um sentido qualquer [...] Esta atividade orientada não pode compreender-se a si mesma sem introduzir o compor-
tamento do outro visado pelo sentido desse ato e, ele próprio, influenciado por essa relação significativa. 
Ou seja, Max Weber ressalta que é necessário compreender a ação do homem e considera como 
objeto da Sociologia a ação social, aquela que tem um significado não apenas para ele próprio, 
mas também para outros membros da sociedade. A importância desta interpretação para a 
Sociologia das organizações seria a capacidade de prever prováveis ações a partir de determina-
das situações padrão, o que se poderia esperar como uma ação racional para cada situação da re-
alidade social.
24 | Sociologia do Desenvolvimento, Sociologia do Trabalho e Sociologia das Organizações
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25|Sociologia do Desenvolvimento, Sociologia do Trabalho e Sociologia das Organizações
A utilização de teorias taylorianas, fordistas e weberianas, por exemplo, nos princípios que vimos 
anteriormente, são a base para o desenvolvimento de modelos racionais de organização das empresas 
ao longo de séculos. Porém, estes modelos também sofreram muitas críticas.
Vantagens e desvantagens do modelo racional de organização
As vantagens podem ser agrupadas em cinco:
a substituição da intuição pelo saber científico. Através de um método de análise é possível ::::
encontrar soluções para os problemas da organização, explicá-los e corrigi-los;
a substituição do “dom” do artesão pela competência do profissional. As competências técnicas ::::
são buscadas em cada profissional para situá-lo onde elas possam ser melhor aproveitadas;
a substituição da informalidade da rotina de trabalho pela disponibilidade de regras escritas ::::
que podem ser consultadas tornando mais impessoais as relações de trabalho;
a facilidade de realizar mudanças nas estruturas de trabalho quando as regras são claramen-::::
te definidas é maior, pois estas podem ser mais facilmente identificadas e transformadas nos 
pontos necessários;
a facilidade de transpor ou comparar um modelo racional de uma indústria para outra ou com ::::
outras indústrias. 
Por isso essa organização da empresa em métodos racionais é até hoje almejada por muitas em-
presas contemporâneas que aindanão chegaram lá. 
Porém, há também muitas críticas feitas a esse modelo racional de organização. Estas críticas co-
meçaram na França de 1950 e podem ser resumidas em quatro principais:
A crítica sociológica:::: – esta tratou de dois pontos principais. Em primeiro lugar foi de encon-
tro ao termo One best way, ideia criada por Taylor que significava um modo operatório ótimo, 
ou seja, a mais eficiente maneira de produzir, aquela que busca a produtividade máxima do 
trabalhador; em segundo lugar criticou-se também a impessoalidade do modelo racional.
 Essa crítica levantava o problema do surgimento de fatores imprevisíveis que podem entrar em 
jogo e modificar a pertinência das estruturas em ação. Por exemplo: acasos econômicos, con-
tingências tecnológicas, políticas e sociais, motivações pessoais e a complexidade dos polos 
decisórios e de comunicação dentro de uma empresa. Por outro lado, a impessoalidade acarre-
taria um empobrecimento do conhecimento da realidade humana composta de indivíduos (li-
deranças ou não), conflitos, valores profissionais e de identidades coletivas complexas.
A crítica econômica:::: – dá-se em função da fraca possibilidade de mudança oferecida à gran-
de maioria dos trabalhadores de base, os quais estariam mais submetidos às regras. As posi-
ções fixas que ocupavam dentro das empresas dando margens inclusive ao aparecimento de 
graves problemas psíquicos e mentais. (Ver filme de Charles Chaplin – Tempos Modernos). Há, 
portanto, um efeito contraproducente no excessivo processo de racionalização formal da pro-
dução, limitando a capacidade criativa do trabalhador.
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A crítica política :::: – formulada por autores franceses influenciados pelo marxismo e depois re-
tomada pelos sindicalistas italianos, questionava a proibição feita aos operários de participar da 
análise de suas próprias condições de trabalho. Fundamentava-se em dois pontos principais: 
os sindicatos e os defensores dos operários são excluídos do organograma da empresa;::::
a divisão extrema do trabalho entre planejadores e executores cria uma nova alienação dos ::::
tempos atuais e abre uma contradição crescente com as capacidades intelectuais e profis-
sionais adquiridas durante o tempo livre de uma sociedade avançada. Ou seja, a organiza-
ção social do trabalho é criticada aqui por reproduzir a divisão social do trabalho do início 
do capitalismo, pois mantém as vantagens econômicas e culturais daí resultantes para as 
gerações subsequentes. A burocracia e a Organização Social do Trabalho – OST, aparente-
mente fundamentadas na ciência, servem de fato a ideologias não igualitárias de grupos 
tecnocratas no poder das estruturas econômicas.
A crítica cultural:::: – aponta, por um lado, para a deformação do modelo racional diante de sua 
extensão para o resto dos países em função das diferentes culturas sociais. As variações com-
plexas de diferentes modos de organização e gestão das empresas em função das culturas na-
cionais.
 Por outro lado, a crítica cultural relaciona-se ao caráter fechado da organização racional, pois a 
estrutura de uma empresa depende fortemente de seus ambientes educativos, sindicais e polí-
ticos, ou seja, a microssociedade empresa não pode ser isolada da grande sociedade nacional.
 Concluindo, podemos dizer que a organização racional proposta como modelo foi importan-
te no período de crescimento industrial e ganhou espaço de destaque dentro das teorias que 
analisavam as organizações na época, mas trouxe à tona o problema de sua aplicação na di-
versidade dos contextos existentes.
 Neste sentido, a Sociologia das organizações no Brasil vai dedicar-se a analisar o desenvolvi-
mento econômico e social da empresa, entendida esta como uma estrutura social formada por 
atores da produção e seus dirigentes.
Textos complementares
Os três tipos puros de dominação legítima
(WEBER, 1986)
A dominação, ou seja, a probabilidade de encontrar obediência a um determinado mandato 
pode fundar-se em diversos motivos de submissão. Pode depender diretamente de uma conste-
26 | Sociologia do Desenvolvimento, Sociologia do Trabalho e Sociologia das Organizações
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27|Sociologia do Desenvolvimento, Sociologia do Trabalho e Sociologia das Organizações
lação de interesses, ou seja, de considerações utilitárias de vantagens e inconvenientes por parte 
daquele que obedece. Pode também depender de mero costume, do hábito cego de um compor-
tamento inveterado. Ou pode fundar-se, finalmente, no puro afeto, na mera inclinação pessoal do 
súdito. Não obstante, a dominação que repousasse apenas nesses fundamentos seria relativamente 
instável. Nas relações entre dominantes e dominados, por outro lado, a dominação costuma apoiar-
-se internamente em bases jurídicas, nas quais se funda a sua “legitimidade”, e o abalo dessa crença 
na legitimidade costuma acarretar consequências de grande alcance. Em forma totalmente pura, as 
“bases de legitimidade” da dominação são somente três, cada uma das quais se acha entrelaçada – 
no tipo puro – com uma estrutura sociológica fundamentalmente diversa do quadro e dos meios 
administrativos.
Dominação Legal
A dominação legal se dá em virtude de estatuto. Seu tipo mais puro é a dominação burocrática. 
Sua ideia básica é: qualquer direito pode ser criado e modificado mediante um estatuto sancionado 
corretamente quanto à forma. A associação dominante é eleita ou nomeada, e ela própria e todas 
as suas partes são empresas. [...] O quadro administrativo consiste de funcionários nomeados pelo 
senhor, e os subordinados são membros da associação (cidadãos, camaradas).
Obedece-se não à pessoa em virtude de seu direito próprio, mas à regra estatuída, que estabe-
lece ao mesmo tempo a quem e em que medida se deve obedecer. [...]
Dominação Tradicional
A dominação tradicional se dá em virtude da crença na santidade das ordenações e dos pode-
res senhoriais há muito existentes. Seu tipo mais puro é o da dominação patriarcal. A associação do-
minante é de caráter comunitário. O tipo daquele que ordena é o “senhor”, e os que obedecem são 
“súditos”, enquanto o quadro administrativo é formado por “servidores”. Obedece-se à pessoa em 
virtude de sua dignidade própria, santificada pela tradição: por fidelidade. O conteúdo das ordens 
está fixado pela tradição. [...]
Dominação Carismática
A dominação carismática se dá em virtude de devoção afetiva à pessoa do senhor e a seus dotes 
sobrenaturais (carisma) e, particularmente, a faculdades mágicas, revelações ou heroísmo, poder in-
telectual ou de oratória. O sempre novo, o extracotidiano, o inaudito e o arrebatamento emotivo que 
provocam constituem aqui a fonte da devoção pessoal. Seus tipos mais puros são a dominação do 
profeta, do herói guerreiro e do grande demagogo. A associação dominante é de caráter comunitário, 
na comunidade ou no séquito. O tipo que manda é o líder. O tipo que obedece é o apóstolo. Obedece- 
-se exclusivamente à pessoa do líder por suas qualidades excepcionais e não em virtude de sua po-
sição estatuída ou de sua dignidade tradicional; e, portanto, também somente enquanto essas quali-
dades são atribuídas, ou seja, enquanto seu carisma subsiste. [...] O quadro administrativo é escolhido 
segundo carisma e vocação pessoais e não devido à sua qualificação profissional (como o funcionário), 
à sua posição (como no quadro administrativo estamental) ou à sua dependência pessoal, de caráter 
doméstico ou outro ( como é o caso do quadro administrativo patriarcal).
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Toyotismo
(NOTÍCIASBR, 2008)
O Japão foi o berço da automação flexível pois apresentava um cenário diferente do dos Estados 
Unidos e da Europa: um pequeno mercado consumidor, capital e matéria-prima escassos, e grande 
disponibilidadede mão de obra não especializada, impossibilitavam a solução taylorista-fordista de 
produção em massa. A resposta foi o aumento na produtividade na fabricação de pequenas quanti-
dades de numerosos modelos de produtos, voltados para o mercado externo, de modo a gerar divi-
sas tanto para a obtenção de matérias-primas e alimentos, quanto para importar os equipamentos e 
bens de capital necessários para a sua reconstrução pós-guerra e para o desenvolvimento da própria 
industrialização. O sistema pode ser teoricamente caracterizado por quatro aspectos:
mecanização flexível, uma dinâmica oposta à rígida automação fordista decorrente da ::::
inexistência de escalas que viabilizassem a rigidez; 
processo de multifuncionalização de sua mão de obra, uma vez que, por se basear na ::::
mecanização flexível e na produção para mercados muito segmentados, a mão de obra 
não podia ser especializada em funções únicas e restritas como a fordista. Para atingir 
esse objetivo os japoneses investiram na educação e qualificação de seu povo e o toyo-
tismo, em lugar de avançar na tradicional divisão do trabalho, seguiu também um cami-
nho inverso, incentivando uma atuação voltada para o enriquecimento do trabalho; 
implantação de sistemas de controle de qualidade total, nos quais através da promoção ::::
de palestras de grandes especialistas norte-americanos, difundiu-se um aprimoramento 
do modelo norte-americano, em que, ao se trabalhar com pequenos lotes e com matérias-
-primas muito caras, os japoneses de fato buscaram a qualidade total. Se, no sistema for-
dista de produção em massa, a qualidade era assegurada através de controles amostrais 
apenas em pontos do processo produtivo, no toyotismo, o controle de qualidade se de-
senvolve por meio de todos os trabalhadores em todos os pontos do processo produtivo; 
sistema :::: just-in-time que se caracteriza pela minimização dos estoques necessários à pro-
dução de um extenso leque de produtos, com um planejamento de produção dinâmico. 
Como indicado pelo próprio nome, o objetivo final seria produzir um bem no exato mo-
mento em que é demandado. 
O Japão desenvolveu um elevado padrão de qualidade que permitiu a sua inserção nos lucra-
tivos mercados dos países centrais e, ao buscar a produtividade com a manutenção da flexibilidade, 
o toyotismo se complementava naturalmente com a automação flexível.
A partir de meados da década de 1970, as empresas toyotistas assumiriam a supremacia produ-
tiva e econômica, principalmente pela sua sistemática produtiva que consistia em produzir bens pe-
quenos, que consumissem pouca energia e matéria-prima, ao contrário do padrão norte-americano. 
Com o choque do petróleo e a consequente queda no padrão de consumo, os países passaram a de-
mandar uma série de produtos que não tinham capacidade e, a princípio, nem interesse em produzir, 
o que favoreceu o cenário para as empresas japonesas toyotistas. A razão para esse fato é que devi-
do à crise, o aumento da produtividade, embora continuasse importante, perdeu espaço para fatores 
tais como a qualidade e a diversidade de produtos para melhor atendimento dos consumidores. 
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Atividades
1. Tendo em vista o contexto histórico de surgimento da Sociologia, explique por que a Sociologia 
econômica foi tão marcante na Sociologia e como ela aparece em cada um dos autores clássicos.
2. No Brasil, qual era o principal foco da Sociologia do trabalho e por quê?
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3. Cite e explique as diferentes formas de organização do trabalho.
4. A partir do processo de globalização do planeta a flexibilização do trabalho e do trabalhador é 
crescente. Consultando o segundo Texto complementar, explique o que significa a flexibiliza-
ção do trabalho.
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Gabarito
1. As grandes transformações ocorridas nas sociedades no período de surgimento da Sociologia fo-
ram em grande medida determinadas pelas modificações econômicas. Assim, a Sociologia, bus-
cando compreender e explicar tais modificações, passou a dar ênfase às análises econômicas. 
Marx divide a sociedade em super e infraestrutura e destaca as implicações da segunda sobre 
a primeira. Durkheim analisa a divisão social do trabalho e seus resultados na vida social. Weber 
considera que os fenômenos econômicos influenciam os fenômenos sociais e são também in-
fluenciados pelos mesmos.
2. O foco era o estudo dos trabalhadores, da classe operária, ficando as elites de fora. Isso porque a 
Sociologia brasileira foi fortemente influenciada pela teoria marxista.
3. Taylorista: analisa a melhor maneira, em um tempo organizado, para se atingir um modo opera-
tório melhor, mais produtivo conhecido como One best Way.
 Fordista: organização do trabalho em série introduzido pela invenção da esteira que transportava 
as peças em um circuito dentro das fábricas, onde os trabalhadores tinham lugares fixos.
 Burocrática: Weber analisava o trabalho de escritório e problematizava com isso o campo da in-
formação e das competências necessárias para o exercício da autoridade que aparecia paralela-
mente às questões diretamente ligadas à produção. O tipo de autoridade legal ou racional é o 
tipo que mais se adapta às sociedades industriais e é esse estudo da questão da legitimidade no 
exercício da autoridade desenvolvida por Weber que dará origem ao que ele chamou de burocra-
cia ou administração racional legal.
 Toyotista: produzir menos, mas com uma maior variedade de modelos (a chamada flexibilização da 
produção) e utilizando mão de obra mais qualificada possibilitando que o trabalhador realize o que 
foi chamado de trabalho flexível, sendo requisitado em diferentes etapas do processo produtivo.
4. É o processo pelo qual a empresa passa a utilizar os trabalhadores em diferentes setores produ-
tivos e não mais em posições fixas (processo de multifuncionalização de sua mão de obra); em 
decorrência disso, o produto também sofre uma diversificação ao invés de ser produzida uma 
grande quantidade de produtos iguais, “em série”(minimização dos estoques necessários à pro-
dução de um extenso leque de produtos).
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Conceitos básicos 
 para a compreensão 
 da vida social
A vontade de organizar melhor as empresas pôs em evidência a complexidade do fator humano. 
Quanto mais se buscava organizar o trabalho, mais se desembocava numa série de manifestações indi-
viduais e coletivas que até então não entravam na organização científica. Como analisar vontades, dese-
jos e intenções? Subjetividades que envolviam conflitos os quais aos poucos se tornavam entraves para 
o bom funcionamento destas organizações.
O fator humano aparecia assim de forma preponderante e ressaltava os aspectos da moral, os 
conflitos, a comunicação insuficiente, os grupos, as classes ou camadas, os imprevistos, a insubordina-
ção, a rotina, a falta de iniciativas e as críticas.
Em torno destas questões, o período de 1950 a 1990 foi marcado pelo desenvolvimento de uma 
nova corrente centrada na integração do fator humano aos diversos contextos da produção, da comu-
nicação e da organização geral da empresa.
O objeto de estudo da Sociologia das OrganizaçõesA Sociologia das Organizações se propõe a estudar os grupos de indivíduos que interagem den-
tro das organizações e toda a complexidade que provém de suas inter-relações e de sua relação com o 
meio. O desenvolvimento social é a base da mudança porque para se desenvolver é necessário contar 
com o fator humano. Nesse sentido, o estudo das organizações trouxe recentemente para o centro das 
discussões a importância de analisar o fator humano e suas relações que são permeadas também pelos 
fatores sociais externos à própria organização.
Para estudar as relações humanas no trabalho é necessário analisarmos algumas das categorias 
principais, necessárias para a compreensão da vida social.
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Sociabilidade e socialização
Anthony Giddens (2004, p. 28-29)refere-se ao processo de socialização comumente analisado pe-
los sociólogos como algo que ocorre em duas fases:
[...] a socialização primária decorre durante a infância e constitui o período mais intenso de aprendizagem cultural. É a 
altura em que a criança aprende a falar e aprende os mais básicos padrões comportamentais que são os alicerces de 
aprendizagens posteriores. Nesta fase, a família é o principal agente de socialização. A socialização secundária decor-
re desde um momento mais tardio na infância até a idade adulta. Nesta fase, outros agentes de socialização assumem 
alguma da responsabilidade que pertencia à família. As escolas, os grupos de pares, instituições, os meios de comuni-
cação e eventualmente o local de trabalho, tornam-se forças de socialização de um indivíduo. Nestes contextos, as inte-
rações sociais ajudam as pessoas a aprender as normas, valores e crenças que constituem os padrões da sua cultura. 
Porém, o conceito de socialização para este autor é mais dialético; assim como o agente aprende 
os valores, normas e crenças que são padrões na sociedade em que vive, ele também intervém na cria-
ção desses padrões, ou seja, o indivíduo não apenas desempenha um papel social dentro daquilo que 
aprende, mas é sim um agente social em intensa interação com o seu meio. 
Na verdade a socialização é um processo pelo qual os seres humanos se tornam agentes. Eles não são simplesmente 
sujeitos passivos à espera de serem instruídos ou programados. Os indivíduos concebem e assumem papéis sociais, no 
decurso de um processo de interação social. (GIDDENS, 2004, p. 29)
Já para Guy Rocher, socialização é o processo que se dá ao longo da vida, pelo qual a pessoa apren-
de e interioriza os elementos socioculturais de seu meio integrando-os na sua personalidade. (ROCHER, 
1976 In: DUARTE, 1998, p. 12). Esse processo de socialização pode ser dividido em três partes:
a aquisição da cultura:::: – a partir do nascimento o indivíduo, ao longo de sua vida, começa a 
adquirir as maneiras de pensar, agir e sentir de seu grupo. Esse processo constitui o principal 
canal de transmissão da cultura através do tempo e das gerações;
a integração da cultura na personalidade:::: – quando há o processo de socialização, os ele-
mentos da cultura e da sociedade integram-se na personalidade do indivíduo. Quanto maior 
for esse processo de interiorização, menor será a pressão do grupo no indivíduo;
a adaptação ao ambiente social:::: – é a consequência do processo de socialização, fazendo 
com que a pessoa compartilhe ideias, crenças e sentimentos com os membros de seu grupo.
Convívio social, isolamento e contato
A liberdade é uma das condições para o convívio humano, outra é a responsabilidade, ou seja, 
responder pelos seus atos, sofrer as consequências das resoluções. A solidariedade também é um valor 
que condiciona a vida social, é um vínculo recíproco sendo que é o sentido moral que vincula o indiví-
duo aos interesses de um grupo social, de uma nação ou da humanidade.
34 | Conceitos básicos para a compreensão da vida social
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35|Conceitos básicos para a compreensão da vida social
Tipos de isolamento
Os processos sociais derivam da interação, ou seja, da ação exercida constantemente por indiví-
duos ou grupos, uns sobre os outros, causando reações mútuas.
O isolamento pode ser definido como a oposição a isso, ou seja, a falta de contato entre indivídu-
os ou grupos é, portanto, um tipo de interação negativa. Para o homem que vive em sociedade não há 
isolamento absoluto, mas podemos falar em graus diferenciados de isolamento. Quando falamos em 
uma comunidade isolada queremos dizer que esta tem pouco ou quase nenhum contato com outras 
sociedades ou comunidades. Mas o isolamento pode referir-se também a um indivíduo dentro de seu 
grupo ou sociedade.
Esta categoria pode ser dividida teoricamente em:
isolamento espacial ou físico:::: – dá-se por fatores geográficos como montanhas, rios, florestas 
e pela distância das comunidades que funcionam como isolantes. O desenvolvimento tecno-
lógico é que pode diminuir estes obstáculos. O isolamento individual pode ocorrer entre pre-
sos em solitária ou voluntariamente, no caso dos eremitas;
isolamento estrutural:::: – este tipo constitui-se por diferenças biológicas, como por exemplo, 
etnia, sexo e idade. A sociedade pode atribuir diferença de funções e atividades partindo des-
tas características biológicas. Como no passado recente, tínhamos a escravidão entre os ne-
gros, hoje temos o isolamento relativo dos guetos formados principalmente por imigrantes 
provindos de vários pontos do mundo em direção aos grandes centros como Europa e Estados 
Unidos. Como por exemplo, os guetos de latinos, nos Estados Unidos, Harlem negros em Nova 
York, nos Estados Unidos, de judeus em vários países do mundo, a segregação de mulheres 
nas religiões muçulmanas e em menor grau nas sociedades industriais, evidenciadas pelas lu-
tas do movimento feminista e o aculturamento dos índios pela evangelização que ainda hoje 
é prática de muitas igrejas dos países desenvolvidos; 
isolamento funcional:::: – origina-se de deficiências físicas individuais as quais acarretam ne-
cessidades especiais que, se não forem atendidas, afastam estes indivíduos do convívio com 
outros e com a própria sociedade. Por exemplo, a surdez, a cegueira e outras limitações físicas 
exigem condições especiais, que só nas sociedades atuais têm sido levadas em consideração, 
para que os indivíduos possam diminuir a distância imposta a eles na vida cotidiana, ou seja, 
no trabalho, no lazer etc;
isolamento psíquico:::: – origina-se em fundamentos da própria personalidade individual em 
indivíduos da mesma cultura, como por exemplo, os gostos, temperamentos, pontos de vista, 
atitudes e sentimentos. Isto ocorre pelo fato de que dentro de uma mesma sociedade existem 
grupos sociais diversos, cada um com sua experiência. Como exemplo temos o isolamento en-
tre o analfabeto e o cientista, o religioso e o cético etc. A sociedade de consumo hoje contribui 
muito para o isolamento psíquico porque dependendo do poder aquisitivo de determinado 
grupo haverá um conjunto correspondente de valores a ele associados, valores de consumo, 
de lazer etc.
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Contatos sociais
As relações sociais são processos dinâmicos porque, através delas, os indivíduos podem se apro-
ximar ou afastar-se, dando origem a formas de associação ou dissociação. Um primeiro aspecto funda-
mental destas relações é o contato social. Do contato social dependem todos os outros processos ou 
relações sociais. As relações resultantes do contato são chamadas de interação. 
Os contatos podem ser divididos em: físicos, que são apenas os instrumentos, a forma de se fazer 
o contato – o aperto de mão, o sinal de cabeça, o assobio, o piscar de olhos etc; e os contatos que envol-
vem significados, ou seja, a transmissão de ideias, valores e atitudes. Portanto, o importante do contato 
social é

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