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Português
Curso Extensivo – E
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Sintaxe e Morfologia (I)11
Leia o trecho extraído de uma notícia veiculada na internet:
1. (FUVEST-2020) – No português do Brasil, a função sintática do
sujeito não possui, necessariamente, uma natureza de agente, ainda
que o verbo esteja na voz ativa, tal como encontrado em:
a) “O carro furou o pneu”.
b) “e bateu no meio fio”.
c) “O refém conseguiu acionar a população”.
d) “tentaram linchar eles”.
e) “afirmou o major”.
RESOLUÇÃO:
A oração que apresenta sujeito sem natureza de agente, apesar de estar na
voz ativa, é “o carro furou o pneu”, uma vez que o sujeito “carro” não é
o agente da ação do verbo “furar”. Resposta: A
Texto para as questões 2 e 3.
2. (FUVEST-2020) – É correto afirmar que o poema
a) aborda o tema da memória, considerada uma faculdade que torna
o ser humano menos amargo e sombrio.
b) enfoca a hesitação do eu lírico diante das palavras, o que vem
expresso pela repetição da palavra “talvez”.
c) apresenta natureza romântica, sendo as palavras “amora” e
“amargo” metáforas do sentimento amoroso.
d) possui reiterações sonoras que resultam em uma tensão inusitada
entre os termos “amor” e “amar”.
e) ressalta os significados das palavras tal como se verificam no seu
uso mais corrente.
RESOLUÇÃO:
As interações sonoras entre “amora”, “amor”, “amargo” e “amar”
configuram assonância (repetição do fonema vocálico a), aliteração
(repetição dos fonemas consonantais m e r), paranomásia (“amor” e
“amar”), em que as palavras têm sonoridade parecida, mas a primeira se
refere a um sentimento e a segunda, a uma ação. Esse jogo sonoro cria
tensão semântica entre “amor”, palavra doce, e “amar”, palavra menos
doce, segundo as acepções utilizadas pelo poeta. 
Resposta: D
3. (FUVEST-2020) – Tal como se lê no poema,
a) a palavra “amora” é substantivo, e “amargo”, adjetivo.
b) o verbo “amar” ameniza o amargor da palavra “amargo”.
c) o substantivo “corpo” apresenta sentido denotativo.
d) o substantivo “amor” intensifica o dulçor da palavra “amora”.
e) o verbo “amar” e o substantivo “amor” são intercambiáveis.
RESOLUÇÃO:
Na primeira estrofe do poema, a palavra “amora” poderia ser menos
doce, caso não tivesse “em seu corpo” a “memória da palavra amor”.
Resposta: D
4. (SANTA CASA-2020) – O termo sublinhado em “Proponho
uma reforma no estilo político” exerce a mesma função sintática do
termo sublinhado em:
a) “A isto responderá o algarismo com a maior simplicidade”
b) “São sinceros, francos, ingênuos.”
c) “A Constituição é para eles uma coisa inteiramente
desconhecida.”
d) “Quando uma Constituição livre pôs nas mãos de um povo o seu
destino”
e) “Gosto dos algarismos, porque não são de meias medidas”
RESOLUÇÃO:
O termo sublinhado “uma reforma” exerce a função sintática de objeto
direto do verbo “propor”. A passagem “o seu destino” exerce a mesma
função em relação ao verbo “pôr”. Em a, a função sintática é de sujeito;
em b e c, predicativo do sujeito; em e, objeto indireto. 
Resposta: D
“O carro furou o pneu e bateu no meio fio, então eles foram
obrigados a parar. O refém conseguiu acionar a população, que
depois pegou dois dos três indivíduos e tentaram linchar eles. O
outro conseguiu fugir, mas foi preso momentos depois por uma
viatura do 5º BPM”, afirmou o major.
Disponível em https://www.gp1.com.br/.
AMORA
a palavra amora
seria talvez menos doce
e um pouco menos vermelha
se não trouxesse em seu corpo
(como um velado esplendor)
a memória da palavra amor
a palavra amargo
seria talvez mais doce
e um pouco menos acerba
se não trouxesse em seu corpo
(como uma sombra a espreitar)
a memória da palavra amar
(Marco Catalão, Sob a face neutra.)
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Textos para a questão 5.
5. (UNICAMP-2020) – Embora os dois textos tratem do termo
“maratonar” a partir de perspectivas distintas, é possível afirmar que
o Texto II retoma aspectos apresentados no Texto I porque
a) esclarece o significado do neologismo “maratonar” como
esforço físico exaustivo, derivado de “maratona”.
b) deprecia a definição de “maratona” como ação contínua de
superação de dificuldades e melhoria da saúde.
c) reflete sobre o impacto que a falta de exercícios físicos e a
permanência em casa provocam na saúde.
d) menospreza o uso do termo “maratonar” relacionado a um estilo
de vida sedentário, antagônico a maratona.
RESOLUÇÃO:
Ambos os textos apontam o sentido negativo do neologismo “maratonar”
que, em oposição ao signifi ca do tradicional que lhe dá origem (maratona),
refere-se ao sedentarismo daquele que assiste inin ter rup tamente aos
episódios de uma série.
Resposta: D
6. (UNESP-2020) – Em “mas, rigorosamente, não há morte, há
vida, porque a supressão de uma é condição da sobrevivência da
outra” e “As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos”,
os termos sublinhados estabelecem relação, respectivamente, de
a) consequência e conformidade.
b) causa e conformidade.
c) conformidade e consequência.
d) causa e finalidade.
e) consequência e finalidade.
RESOLUÇÃO:
No primeiro trecho, a relação que se estabelece entre a oração iniciada
pela conjunção porque com a anterior é de causa. No segundo trecho, a
oração iniciada pela preposição “para” estabelece relação de finalidade
com a oração anterior.
Resposta: D
TEXTO I
Os idiomas e suas regras são coisas vivas, que vão se
modificando de maneira dinâmica, de acordo com o momento em
que a sociedade vive. Um exemplo disso é a adoção do termo
“maratonar”, quando os telespecta dores podem assistir a vários ou
a todos os episódios de uma série de uma só vez. Contudo, ao que
parece, a plataforma Netflix não quer mais estar associada à
“maratona” de séries. A maior razão seria a tendência atual que as
gigantes da tecnologia têm seguido para evitar o consumo
excessivo e melhorar a saúde dos usuários.
(Adaptado de Claudio Yuge, “Você notou? Netflix parece estar evitando
o termo ‘maratonar’.” Disponível em https://www.tecmundo.com.br/
internet/133690-voce-notou-net flix-pareceevitando-termo-
maratonar.htm. Acessado em 01/06/2019.)
TEXTO II
(Disponível em http://www.willtirando.com.br/anesia-417/. 
Acessado em 01/06/ 2019.)
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Para responder à questão 7, leia o trecho de uma carta de Charles
Darwin ao biólogo Joseph Hooker em 11.01.1844.
7. (UNIFESP-2020) – “Deus me livre das bobagens de Lamarck
como ‘tendência ao progresso’, ‘adaptações a partir do esforço dos
animais’, — porém minhas conclusões não diferem muito das dele —
embora a forma da mudança difira inteiramente — creio que descobri
(que presunção!) a maneira simples pela qual as espécies se adaptam
a várias finalidades.”
No contexto em que se insere, o trecho sublinhado expressa ideia de
a) comparação.
b) causa.
c) conclusão.
d) consequência.
e) concessão.
RESOLUÇÃO:
A oração introduzida pela conjunção “embora” é subordinada adverbial
concessiva em relação à anterior. Esse conectivo pode ser substituído por
“ainda que”, “mesmo que”, “se bem que”.
Resposta: E
Leia a crônica “Inconfiáveis cupins”, de Moacyr Scliar, para
responder às questões de 8 a 10.
8. (UNIFESP-2020) – Em “Mediante cruzamentos sucessivos,
obteve um tipo de cupim que só queria comer Van Gogh” (5.°
parágrafo), o cronista recorre à figura de linguagem denominada:
a) metonímia.
b) hipérbole.
c) eufemismo.
d) personificação.
e) pleonasmo.
RESOLUÇÃO:
O trecho “comer Van Gogh” configura uma metonímia, em que se
emprega o nome do autor “Van Gogh” pela obra (tela). Resposta: A
Além de um interesse geral pelas terras meridionais, desde que
retornei tenho me dedicado a um trabalho muito ambicioso que
nenhum indivíduo que conheço deixaria de considerar muito
bobo. Fiquei tão impressionado com a distribuição dos
organismosnas Galápagos e com a natureza dos fósseis de
mamíferos americanos, que resolvi recolher todo tipo de coisa que
pudesse ter alguma relação com alguma espécie. Li montanhas de
livros sobre agricultura e horticultura e não paro de coletar
informações. Por fim surgiu uma luz, e estou quase convencido
(ao contrário do que achava inicialmente) de que as espécies (é
como confessar um homicídio) não são imutáveis. Deus me livre
das bobagens de Lamarck como “tendência ao progresso”,
“adaptações a partir do esforço dos animais”, — porém minhas
conclusões não diferem muito das dele — embora a forma da
mudança difira inteiramente — creio que descobri (que
presunção!) a maneira simples pela qual as espécies se adaptam a
várias finalidades.
(Shaun Usher (org.). Cartas extraordinárias, 2014.)
Havia um homem que odiava Van Gogh. Pintor
desconhecido, pobre, atribuía todas suas frustrações ao artista
holandês. Enquanto existirem no mundo aqueles horríveis
girassóis, aquelas estrelas tumultuadas, aqueles ciprestes
deformados, dizia, não poderei jamais dar vazão ao meu instinto
criador.
Decidiu mover uma guerra implacável, sem quartel, às telas
de Van Gogh, onde quer que estivessem. Começaria pelas mais
próximas, as do Museu de Arte Moderna de São Paulo.
Seu plano era de uma simplicidade diabólica. Não faria como
outros destruidores de telas que entram num museu armados de
facas e atiram-se às obras, tentando destruí-las; tais insanos não
apenas não conseguem seu intento, como acabam na cadeia. Não,
usaria um método científico, recorrendo a aliados absolutamente
insuspeitados: os cupins.
Deu-lhe muito trabalho, aquilo. Em primeiro lugar, era
necessário treinar os cupins para que atacassem as telas de Van
Gogh. Para isso, recorreu a uma técnica pavloviana. Reproduções
das telas do artista, em tamanho natural, eram recobertas com uma
solução açucarada. Dessa forma, os insetos aprenderam a
diferenciar tais obras de outras.
Mediante cruzamentos sucessivos, obteve um tipo de cupim
que só queria comer Van Gogh. Para ele era repulsivo, mas para
os insetos era agradável, e isso era o que importava.
Conseguiu introduzir os cupins no museu e ficou à espera do
que aconteceria. Sua decepção, contudo, foi enorme. Em vez de
atacar as obras de arte, os cupins preferiram as vigas de
sustentação do prédio, feitas de madeira absolutamente vulgar. E
por isso foram detectados.
O homem ficou furioso. Nem nos cupins se pode confiar, foi
a sua desconsolada conclusão. É verdade que alguns insetos foram
encontrados próximos a telas de Van Gogh. Mas isso não lhe
serviu de consolo. Suspeitava que os sádicos cupins estivessem
querendo apenas debochar dele. Cupins e Van Gogh, era tudo a
mesma coisa.
(O imaginário cotidiano, 2002.)
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9. (UNIFESP-2020) – Expressam ideia de negação e ideia de
repetição, respectivamente, os prefixos das palavras
a) “deformados” e “repulsivo”.
b) “insuspeitados” e “repulsivo”.
c) “deformados” e “recobertas”.
d) “repulsivo” e “recobertas”.
e) “insuspeitados” e “deformados”.
RESOLUÇÃO:
O termo “deformados” é formado por um prefixo de negação (des-), pois
significa, no texto, “tortos, desfigurados, que não apresentam a forma do
aspecto original”. O termo “recobertas” também é formado por derivação
prefixal, em que o prefixo “re-” tem sentido de repetição, “cobrir de novo”.
Resposta: C
10. (UNIFESP-2020) – Tendo em vista a ordem inversa da frase,
verifica-se o emprego de vírgula para separar um termo que exerce a
função de sujeito em:
a) “Deu-lhe muito trabalho, aquilo.” (4.° parágrafo)
b) “Em vez de atacar as obras de arte, os cupins preferiram as vigas
de sustentação do prédio, feitas de madeira absolutamente
vulgar.” (6.° parágrafo)
c) “Para ele era repulsivo, mas para os insetos era agradável, e isso
era o que importava.” (5.° parágrafo)
d) “Não, usaria um método científico, recorrendo a aliados
absolutamente insuspeitados: os cupins.” (3.° parágrafo)
e) “Para isso, recorreu a uma técnica pavloviana.” (4.° parágrafo)
RESOLUÇÃO:
O sujeito “aquilo” está separado por vírgula da forma verbal “deu-lhe”.
Deve-se observar, porém, que não se usa vírgula separando o sujeito do
verbo, segundo a gramática normativa.
Resposta: A 
11. (SANTA CASA-2020) – Considere a tirinha de André Dahmer.
(www.folha.uol.com.br)
O efeito de humor da tirinha decorre, sobretudo, do fato de 
a) o segundo personagem ignorar completamente a fala do
primeiro.
b) as falas dos dois personagens se contradizerem.
c) o primeiro personagem valer-se da concretização de uma ideia
abstrata.
d) o primeiro personagem assumir uma postura que exemplifica a
fala do segundo.
e) o segundo personagem confirmar, em sua fala, o que foi dito pelo
primeiro.
RESOLUÇÃO:
“Empatia" é um substantivo derivado do verbo empatizar que significa
"colocar-se no lugar do outro, comportando-se ou pensando da mesma
forma como ele pensaria ou agiria nas mesmas situações". A empatia,
portanto, pressupõe afeição, afinidade, identidade, vinculação, e tudo isso
foi eliminado no país conforme o primeiro personagem. O segundo
personagem, com a afirmação "antes ela do que eu", comprova que
realmente não há mais o sentimento de empatia no país. Resposta: E
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Leia o início do conto “Luís Soares”, de Machado de Assis, para
responder às questões 12 e 13.
12. (FAMERP-2020) – Assinale a alternativa que apresenta um
trecho do texto e uma figura de linguagem que nele ocorre.
a) “O calor do sol está dizendo aos homens que vão descansar e
dormir” (1.o parágrafo) – personificação.
b) “a frescura relativa da noite é a verdadeira estação em que se
deve viver” (1.o parágrafo) – eufemismo.
c) “Trocar o dia pela noite, dizia Luís Soares, é restaurar o império
da natureza corrigindo a obra da sociedade” (1.o parágrafo) –
gradação.
d) “Olhava para todas as grandes cousas com a mesma cara com
que via uma mulher feia” (3.o parágrafo) – pleonasmo.
e) “Podia vir a ser um grande perverso; até então era apenas uma
grande inutilidade” (3.o parágrafo) – paradoxo.
RESOLUÇÃO:
Há personificação ou prosopopeia, pois se atribuem características do ser
humano, no caso a ação de dizer, ao “calor do sol”.
Resposta: A
13. (FAMERP-2020) – No primeiro parágrafo, o trecho “Livre em
todas as minhas ações, não quero sujeitar-me à lei absurda que a
sociedade me impõe” é parte da fala do personagem Luís Soares. O
mesmo trecho, em discurso indireto, seria:
a) Luís Soares dizia que, livre em todas as suas ações, não quer
sujeitar-se à lei absurda que a sociedade lhe impõe.
b) Luís Soares dizia, livre em todas as suas ações, que não quer
sujeitar-se à lei absurda que a sociedade o impõe.
c) Luís Soares dizia que, livre em todas as suas ações, não queria
sujeitar-se à lei absurda que a sociedade o impunha.
d) Luís Soares dizia, livre em todas as suas ações, que não quis
sujeitar-se à lei absurda que a sociedade o impôs.
e) Luís Soares dizia que, livre em todas as suas ações, não queria
sujeitar-se à lei absurda que a sociedade lhe impunha.
RESOLUÇÃO:
Emprega-se o verbo de elocução “dizer” que está, no início do excerto, na
passagem para o discurso indireto. Os verbos que, no discurso direto,
estão no presente, passam no discurso indireto para o pretérito
imperfeito: “queria” e “impunha”. O pronome de primeira pessoa “me”
vai para a terceira pessoa “lhe”, pois o verbo impor é transitivo indireto,
nesse caso.
Resposta: E
Trocar o dia pela noite, dizia Luís Soares, é restaurar o
império da natureza corrigindo a obra da sociedade. O calor do sol
está dizendo aos homens que vão descansar e dormir, ao passo que
a frescura relativa da noite é a verdadeira estação em que se deve
viver. Livre em todas as minhas ações, não quero sujeitar-me à lei
absurda que a sociedade me impõe: velarei de noite, dormirei de
dia.
Contrariamente a vários ministérios, Soarescumpria este
programa com um escrúpulo digno de uma grande consciência. A
aurora para ele era o crepúsculo, o crepúsculo era a aurora.
Dormia 12 horas consecutivas durante o dia, quer dizer das seis da
manhã às seis da tarde. Almoçava às sete e jantava às duas da
madrugada. Não ceava. A sua ceia limitava-se a uma xícara de
chocolate que o criado lhe dava às cinco horas da manhã quando
ele entrava para casa. Soares engolia o chocolate, fumava dois
charutos, fazia alguns trocadilhos com o criado, lia uma página de
algum romance, e deitava-se.
Não lia jornais. Achava que um jornal era a cousa mais inútil
deste mundo, depois da Câmara dos Deputados, das obras dos
poetas e das missas. Não quer isto dizer que Soares fosse ateu em
religião, política e poesia. Não. Soares era apenas indiferente.
Olhava para todas as grandes cousas com a mesma cara com que
via uma mulher feia. Podia vir a ser um grande perverso; até então
era apenas uma grande inutilidade.
(Contos fluminenses, 2006.)
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Texto para a questão 1.
1. (FUVEST-2020) – Considerando o contexto, o trecho “E não se
pense que este nome a alegrou, posto que a lisonjeasse” (L.13-14)
pode ser reescrito, sem prejuízo de sentido, da seguinte maneira: E
não se pense que este nome a alegrou,
a) apesar de lisonjeá-la.
b) antes a lisonjeou.
c) porque a lisonjeava.
d) a fim de lisonjeá-la.
e) tanto quanto a lisonjeava.
RESOLUÇÃO:
A locução conjuntiva “posto que” é concessiva e pode ser substituída
adequadamente por “apesar de, embora, mesmo que, ainda que,
conquanto, se bem que”. Em b, “antes” indica tempo; em c, “porque”,
causa; em d, “a fim de”, finalidade; em e, “tanto quanto”, comparação.
Resposta: A
O poema abaixo vem impresso na orelha do livro Psia, de Arnaldo
Antunes.
2. (UNICAMP-2020) – Na orelha do livro, Antunes apresenta ao
leitor seu processo de criação poética. É correto dizer que o autor se
propõe a
a) revelar a primazia da comunicação oral sobre a escrita das
palavras.
b) discutir a flexão de gênero, que torna a palavra “psia” um
substantivo.
c) defender a conversão das palavras em coisas, mudando seu
estatuto.
d) explorar o poder de representação da interjeição exclamativa
“psiu!”.
RESOLUÇÃO:
O autor se propõe a explorar o processo de formação de palavras,
alterando-as morfológica e semantica men te: “Psia” / “Psiu”; “calos” /
“calar”; “piscina” / “pia”. Além disso, associa-as por semelhança sonora,
enfati zan do seu uso em novos contextos.
Resposta: C
Repito, comia bem, dormia largo e fofo. Chegara ao fim da
comissão das Alagoas, com elogios da imprensa; a Atalaia
chamou-lhe “o anjo da consolação”. E não se pense que este nome
a alegrou, posto que a lisonjeasse; ao contrário, resumindo em
Sofia toda a ação da caridade, podia mortificar as novas amigas, e
fazer-lhe perder em um dia o trabalho de longos meses. Assim se
explica o artigo que a mesma folha trouxe no número seguinte,
nomeando, particularizando e glorificando as outras comissárias –
“estrelas de primeira grandeza”.
(Machado de Assis, Quincas Borba.)
Psia é feminino
de psiu;
que serve para chamar a atenção
de alguém, ou para pedir
silêncio.
Eu berro as palavras
no microfone
da mesma maneira com que
as desenho, com cuidado,
na página.
Para transformá-las em coisas,
em vez de substituírem
as coisas.
Calos na língua; de calar.
Alguma coisa entre a piscina e a pia.
Um hiato a menos.
(Arnaldo Antunes, Psia. 
São Paulo: Iluminuras, 2012.)
22 Sintaxe e Morfologia (II)
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Texto para as questões 3 e 4.
3. (FAMEMA-2020) – O sentido original do texto está mantido
com a reescrita do trecho:
a) As cidades com liberdade para destinação dos recursos recebem
fatia maior do ICMS, obtendo assim resultados melhores.
b) São Paulo desenvolve projeto de ensino médio que permite ao
estudante escolher disciplinas optativas, o qual se replica em
Pernambuco.
c) Um dos motivos do êxito é a parceria com os principais
encarregados dos primeiros anos de escolarização, isto é, os
municípios.
d) Apesar de algumas medidas, como formação de professores e
material didático estruturado, o governo cearense acionou um
incentivo financeiro.
e) Destaca-se em alfabetização o Ceará devido às restrições de
renda da parceria com os municípios.
RESOLUÇÃO:
No texto original, a expressão “os principais encarregados dos primeiros
anos de escolarização” é aposto explicativo do substantivo “municípios”.
Na alternativa reescrita, há uma inversão dessa função, pois o termo
“municípios” passa a ser o aposto explicativo.
Resposta: C
4. (FAMEMA-2020) – A forma verbal sublinhada expressa ideia
de ação em processo no trecho:
a) “e está sendo implantado ou avaliado por Alagoas, Amapá,
Espírito Santo e São Paulo” (3.o parágrafo).
b) “o governo cearense acionou um incentivo financeiro” (2.o
parágrafo).
c) “O Ceará, apesar de restrições de renda, destaca-se em
alfabetização” (1.o parágrafo).
d) “Replicam-se igualmente as boas iniciativas do ensino médio em
Pernambuco” (4.o parágrafo).
e) “essa rede multilateral e multipartidária pela educação é exemplo
de como a sociedade pode se mobilizar” (5.o parágrafo).
RESOLUÇÃO:
A locução verbal “está sendo implantado” apresenta o verbo “ser” no
gerúndio, expressando ação em processo, em desdobramento.
Resposta: A
Leia o texto de Newton Bignotto para responder às questões 5 e 6.
5. (SANTA CASA-2020) – No final do texto, a passagem
“precisamos nomear os bárbaros, para podermos encontrar nosso
próprio nome” pode ser assim entendida:
a) o encontro com o diferente, quando percebemos o que nos
distingue dele, é o que nos permite entender quem somos.
b) o vencedor de um combate deve prestar homenagens ao
derrotado para que não seja visto como um mau vencedor.
c) aquele que participa de uma guerra, se vencê-la, tem o direito de
contar a história sobre aquele que perdeu, sem questionamentos,
como se fosse verdade.
d) o ser humano se repete ao longo da história, tanto em suas
características positivas quando nas negativas, como a guerra.
e) um povo diferente nos considera tão estranhos quanto nós os
consideramos também estranhos.
RESOLUÇÃO:
A construção da identidade provém também do relaciona mento com o
outro. Disso resulta a percepção das diferenças e do autoconhecimento.
Resposta: A
O Ceará, apesar de restrições de renda, destaca-se em
alfabetização. Um dos motivos do êxito é a parceria com os
municípios, os principais encarregados dos primeiros anos de
escolarização.
Além de medidas que incluem formação de professores e
material didático estruturado, o governo cearense acionou um
incentivo financeiro: as cidades com resultados melhores recebem
fatia maior do ICMS, com liberdade para destinação dos recursos.
O modelo já foi adotado em Pernambuco e está sendo
implantado ou avaliado por Alagoas, Amapá, Espírito Santo e São
Paulo.
Replicam-se igualmente as boas iniciativas do ensino médio em
Pernambuco, baseado em tempo integral, que permite ao estudante
escolher disciplinas optativas, projeto acolhido em São Paulo.
Auspiciosa, essa rede multilateral e multipartidária pela
educação é exemplo de como a sociedade pode se mobilizar em
torno de propostas palpáveis.
(“Unidos pelo Ensino”. 
Folha de S.Paulo, 27.08.2019. Adaptado.)
Em uma urna funerária romana exposta no Palazzo Massimo
em Roma, está gravada em baixo-relevo a cena de uma batalha
entre os soldados romanos e um exército de bárbaros. Os
primeiros ocupam a parte de cima da urna e estão vestidos com
uniformes elegantes, espadas e instrumentos de guerra. Na parte
de baixo estão os bárbaros, com olhos esgazeados e postura
desorganizada. Em uma das cenas, um soldado segura a mão já
desarmada de um inimigo e levanta seu rosto como a procurar o
segredo de um povo inferior, que, ainda assim, havia tentado
desafiar os conquistadores. Essa cena, longede representar algo
especial na cultura romana do século III, fazia parte de uma
representação corrente do mundo e da posição ocupada pelos
romanos. Ela integrava a ação de busca pela identidade de um
império que ambicionava por uma posição que fosse eterna. Para
isso, era preciso olhar profundamente os olhos do inimigo, para
talvez descobrir a própria essência do ser romano e daquilo que o
negava e ameaçava sua existência. De alguma maneira,
continuamos a olhar dentro dos olhos do diferente para
afirmarmos nossa identidade e expurgarmos nossos medos. Da
Antiguidade até hoje foram muitos os momentos em que
precisamos nomear os bárbaros, para podermos encontrar nosso
próprio nome.
(Adauto Novaes (org.). 
Mutações: entre dois mundos, 2017.)
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6. (SANTA CASA-2020) – Considerado o modo como se
estrutura, o texto possui características de
a) uma descrição subjetiva que incorpora elementos narrativos.
b) uma descrição objetiva com finalidade documental.
c) uma narrativa histórica com finalidade opinativa.
d) uma dissertação expositiva com finalidade moralizante.
e) uma dissertação argumentativa que incorpora elementos
descritivos.
RESOLUÇÃO:
A urna funerária romana traz em baixo-relevo uma cena de batalha entre
romanos e um exército bárbaro. O autor se fixa no soldado romano que
levanta o rosto do inimigo e o olha nos olhos tentando compreender como
esse bárbaro, mas que também é um homem, ousou enfrentar os que lhe
eram superiores. O autor usa esse trecho descritivo como metáfora para
justificar o fato de se encarar e perceber o outro, tanto na antiguidade
quanto na contem po raneidade. Assim, nessa relação com o diferente,
constrói-se a própria identidade.
Resposta: E
7. (FAMEMA-2020) – Transpondo-se a forma de tratamento para
“você”, os versos “Embarca, pobre de ti, / que há já muito que te
espero!” e “Pois digo-te que não quero!” assumem, de acordo com a
norma-padrão, as seguintes redações:
a) “Embarque, pobre de você, / que há já muito que lhe espero!” e
“Pois digo-lhe que não quero!”
b) “Embarque, pobre de você, / que há já muito que o espero!” e
“Pois digo-lhe que não quero!”
c) “Embarque, pobre de você, / que há já muito que o espero!” e
“Pois digo-o que não quero!”
d) “Embarque, pobre de você, / que há já muito que lhe espero!” e
“Pois digo à você que não quero!”
e) “Embarque, pobre de você, / que há já muito que espero você!”
e “Pois digo-o que não quero!”
RESOLUÇÃO:
“Você” é um pronome de tratamento que exige a terceira pessoa do
singular. Na passagem para o imperativo, essa pessoa gramatical é
formada a partir do presente do substantivo: embarque. Os pronomes “o”
e “lhe” são de terceira pessoa. O verbo esperar é transitivo deireto, por
isso emprega-se o. O verbo dizer é transitivo direto e indireto, esse último
exige o uso do pronome “lhe”.
Resposta: B
Texto para a questão 8.
8. (FUVEST-2020) – No período “Nem mesmo comparando com
outros robozinhos: tanto os que espalham informações men tirosas
quanto aqueles que divulgam dados verdadeiros alcançaram o mesmo
número de pessoas.”, os dois-pontos são utilizados para introduzir
uma
a) conclusão.
b) concessão.
c) explicação.
d) contradição.
e) condição.
RESOLUÇÃO:
Os dois pontos no trecho em questão introduzem uma explicação sobre a
informação dada anteriormente (“esses robôs não são os grandes
responsáveis por disseminar notícias falsas. Nem mesmo comparando
com outros robozinhos”), pois ambos espalham não só dados falsos, como
também verdadeiros, que chegam ao mesmo número de pessoas.
Resposta: C
O Twitter é uma das redes sociais mais importantes no Brasil
e no mundo. (...) Um estudo identificou que as fake news são 70%
mais propensas a serem retweetadas do que fatos verdadeiros. (...)
Outra conclusão importante do trabalho diz respeito aos famosos
bots: ao contrário do que muitos pensam, esses robôs não são os
grandes responsáveis por disseminar notícias falsas. Nem mesmo
comparando com outros robozinhos: tanto os que espalham
informações mentirosas quanto aqueles que divulgam dados
verdadeiros alcançaram o mesmo número de pessoas.
(Super Interessante, “No Twitter, fake news se espalham 6 vezes 
mais rápido que notícias verdadeiras”. Maio/2019.)
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Examine a tira de André Dahmer para responder à questão 9.
(Malvados, 2008.)
9. (UNESP-2020) – Constituem exemplos de linguagem formal e
de linguagem coloquial, respectivamente, as seguintes falas:
a) “Ah, estou morrendo de pena...” e “Ainda vou trabalhar a noite
inteira no Iraque, meu rapaz.”
b) “Me adianta essa, vai...” e “É cedo para mim.”
c) “O importante é trabalhar com o que a gente gosta.” e “Posso lhe
dar um emprego bem melhor...”
d) “É cedo para mim.” e “Posso lhe dar um emprego bem melhor...”
e) “Posso lhe dar um emprego bem melhor...” e “Me adianta essa,
vai...”
RESOLUÇÃO:
A oração “Posso lhe dar um emprego” é repre sen ta tiva da norma culta,
em que “um emprego” é objeto direto e o pronome “lhe” funciona como
objeto indireto, sendo ambos complementos verbais do verbo “dar”. A
segunda oração exemplifica a linguagem oral tanto sintática, iniciando-se
com pronome oblíquo, quanto semanticamente, com o uso de expressão
popular “adianta essa, vai”, que significa pedido de ajuda ou concessão.
Resposta: E
Texto para as questões de 10 a 12.
10. (FGV-2020) – As informações do texto permitem concluir que
a) a exploração da terra na região amazônica tem prejudicado a
biodiversidade local, mas não se pode afirmar categoricamente
que tenha relação com as queimadas de 2019.
b) a Amazônia sofre regularmente com as queimadas, mas a de
2019 não se configura como a maior, já que incêndios anteriores
na região devastaram 84% de mata nativa.
c) o prejuízo causado à região amazônica em 2019 decorreu da
combinação de seca severa, desmatamento e prática de
queimadas pelo homem, associados ao El Niño.
d) a comoção internacional não se justifica, consideran do-se que o
índice de queimadas na Amazônia em 2019 é o menor desde
2013, quando começaram os registros.
e) as queimadas na Amazônia despertaram a preocupação de
pessoas em todo o mundo, considerando-se a relevância dessa
floresta como a maior reserva de biodiversidade da Terra.
RESOLUÇÃO:
A alternativa sintetiza as principais informações do texto.
Resposta: E
São Paulo – Os olhos do Brasil e do mundo se voltam para a
maior floresta tropical e maior reserva de biodiversidade da Terra.
Milhares de mensagens de alerta em diferentes línguas circulam
nas redes sociais com a hashtag #PrayForAmazonia. A razão não
poderia ser pior: a Amazônia arde em chamas.
O bioma é o mais afetado pela maior onda de incêndios
florestais no Brasil em sete anos. Não há novidade no fenômeno
em si. A Amazônia sempre sofreu com queimadas ligadas à
exploração de terra. Mas como isso chegou tão longe? 
Segundo dados do Inpe, o número de focos de incêndio
florestal aumentou 83% entre janeiro e agosto de 2019 na
comparação com o mesmo período de 2018. Desde 1.o de janeiro
até a terça-feira [20.08.2019] foram contabilizados 74 155 focos,
alta de 84% em relação ao mesmo período do ano passado. É o
número mais alto desde que os registros começaram, em 2013. A
última grande onda é de 2016, com 66 622 focos de queimadas
nesse período. 
Combinado a períodos de seca severa, o desmatamento e a
prática de queimadas podem gerar um saldo final incendiário. O
que causa estranheza aos especialistas nos eventos de 2019,
porém, é que a seca não se mostra tão severa como nos anos
anteriores e tampouco houve eventos climáticos extremos, como
o El Niño, que justifiquem um aumento considerável nos focos de
incêndio. Além disso, os tempos de seca mais severos ocorrem
geralmente no mês de setembro. Ou seja: a mão do homem pesou,
e muito, para a alta neste ano.
(Vanessa Barbosa. “Inferno na floresta: o que sabemos sobre osincêndios na Amazônia”. https://exame.abril.com.br, 23.08.2019.
Adaptado.)
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11. (FGV-2020) – Na organização das informações textuais, as
expressões sublinhadas em “A razão não poderia ser pior: a Amazônia
arde em chamas” (1.o parágrafo) e “Ou seja: a mão do homem pesou,
e muito, para a alta neste ano” (4.o parágrafo) têm, respectivamente, a
função de:
a) ampliar o sentido do termo “pior”; concluir, em um enunciado
comparativo, as informações precedentes. 
b) sintetizar o sentido da oração precedente; contestar, em um
enunciado adversativo, as informações prece dentes.
c) explicitar o sentido do termo “razão”; explicar, em um enunciado
inferencial, as informações precedentes.
d) contestar o sentido da oração precedente; comparar, em um
enunciado conclusivo, as informações precedentes.
e) retomar o exposto na expressão “não poderia ser pior”; ratificar,
em um enunciado explicativo, as informações precedentes.
RESOLUÇÃO:
O trecho depois dos dois-pontos é aposto explicativo do termo antecedente
“razão’. O texto trata das queimadas da Amazônia e do último período
infere-se que há responsabilidade humana nessa tragédia.
Resposta: C
12. (FGV-2020) – No período do quarto parágrafo “O que causa
estranheza aos especialistas nos eventos de 2019, porém, é que a seca
não se mostra tão severa como nos anos anteriores e tampouco houve
eventos climáticos extremos, como o El Niño, que justifiquem um
aumento considerável nos focos de incêndio”, as orações sublinhadas
estabelecem, respectivamente, sentido de:
a) adversidade; comparação; causa.
b) concessão; consequência; restrição.
c) condição; consequência; explicação.
d) adversidade; comparação; explicação.
e) concessão; condição; consequência.
RESOLUÇÃO:
A primeira oração estabelece uma relação de oposição com a seguinte,
expressa pela conjunção “porém”; “tão severa como nos anos anteriores”
é uma com paração; “que justifiquem um aumento considerável nos foros
de incêndio” é uma explicação da oração anterior.
Resposta: D
Leia um trecho da letra da canção “Amazônia”, de Roberto Carlos,
para responder à questão 13.
13. (FGV-2020) – Os versos “Avalanches de desatinos / Numa
ambição desmedida / Absurdos contra os destinos / De tantas fontes
de vida” estão tematicamente relacionados à seguinte passagem do
texto. “Inferno na floresta”:
a) “Milhares de mensagens de alerta em diferentes línguas circulam
nas redes sociais com a hashtag #PrayForAmazonia.” (1.o
parágrafo)
b) “Não há novidade no fenômeno em si. A Amazônia sempre
sofreu com queimadas ligadas à exploração de terra.” (2.o
parágrafo)
c) “O que causa estranheza aos especialistas nos eventos de 2019,
porém, é que a seca não se mostra tão severa” (4.o parágrafo)
d) “Tampouco houve eventos climáticos extremos [...] que
justifiquem um aumento considerável nos focos de incêndio.”
(4.o parágrafo)
e) “Além disso, os tempos de seca mais severos ocorrem
geralmente no mês de setembro.” (4.o parágrafo)
RESOLUÇÃO:
Tanto o trecho do poema “Amazônia” quanto o texto “Inferno na
floresta” denunciam a persistência das queimadas que destroem os
biomas da Amazônia, visando “à exploração da terra”.
Resposta: B
AMAZÔNIA
A lei do machado
Avalanches de desatinos
Numa ambição desmedida
Absurdos contra os destinos
De tantas fontes de vida
Quanta falta de juízo
Tolices fatais
Quem desmata, mata
Não sabe o que faz
Como dormir e sonhar
Quando a fumaça no ar
Arde nos olhos de quem pode ver
Terríveis sinais, de alerta, desperta
Pra selva viver
Amazônia, insônia do mundo
Amazônia, insônia do mundo
(www.vagalume.com.br)
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Examine o cartum de Steinberg, publicado em seu Instagram em
06.04.2019.
1. (UNESP-2020) – Para o cartunista, a diferença entre estar ou
não estar de dieta limita-se a um sentimento de
a) culpa. b) euforia. c) tristeza.
d) vazio. e) satisfação.
RESOLUÇÃO:
O fato de o personagem manter o mesmo comportamento, estando ou não
de dieta, indica que a dieta afeta apenas sua consciência, manifestada pelo
sentimento de culpa, e não por suas atitudes.
Resposta: A
Leia o soneto “VII”, de Cláudio Manuel da Costa, para responder à
questão 2.
2. (UNESP-2020) – Está reescrito em ordem direta, sem prejuízo
de seu sentido original, o seguinte verso:
a) “Quem fez tão diferente aquele prado?” (1.a estrofe) → Quem
aquele prado fez tão diferente?
b) “Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço” (2.a estrofe) → Uma
fonte houve aqui; eu não me esqueço.
c) “Ali em vale um monte está mudado:” (2.a estrofe) → Ali está
mudado um monte em vale.
d) “Tudo outra natureza tem tomado,” (1.a estrofe) → Tudo tem
tomado outra natureza.
e) “Nem troncos vejo agora decadentes.” (3.a estrofe) → Nem
troncos decadentes vejo agora.
RESOLUÇÃO:
A oração em ordem direta obedece ao seguinte esquema: sujeito + verbo
+ complemento verbal (objeto direto). A frase que se encontra nessa
ordem é: “Tudo” (sujeito), “tem tomado” (locução verbal) e “outra
natureza” (objeto direto).
Resposta: D
Texto para as questões 3 e 4.
3. (FUVEST-2020) – Considerando que se trata de um texto
literário, uma interpretação que seja capaz de captar a sua
complexidade abordará o poema como
a) uma defesa da natureza.
b) um ataque às forças armadas.
c) uma defesa dos direitos humanos.
d) uma defesa da resistência civil.
e) um ataque à passividade.
RESOLUÇÃO:
A sociedade civil é metaforizada pela figura da “planta” que, apesar de
sua aparente distração (sesta), é despertada pela pisada da bota, que, em
linguagem conotativa representa o opressor, gradativamente fragilizado
pela resistência civil, representada pela planta. Resposta: D
4. (FUVEST-2020) – O ditado popular que se relaciona melhor
com o poema é:
a) Para bom entendedor, meia palavra basta.
b) Água mole em pedra dura tanto bate até que fura.
c) Quem com ferro fere, com ferro será ferido.
d) Um dia é da caça, o outro é do caçador.
e) Uma andorinha só não faz verão.
RESOLUÇÃO:
No poema, a planta, que sofre a agressão, não se enfraquece, ao contrário,
é a bota quem perde força a cada ofensiva, assim, chega-se ao provérbio
expresso na alternativa b, o qual demonstra que a resiliência vence até
mesmo elementos mais vigorosos. Resposta: B
Onde estou? Este sítio desconheço:
Quem fez tão diferente aquele prado?
Tudo outra natureza tem tomado,
E em contemplá-lo, tímido, esmoreço.
Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço
De estar a ela um dia reclinado;
Ali em vale um monte está mudado:
Quanto pode dos anos o progresso!
Árvores aqui vi tão florescentes,
Que faziam perpétua a primavera:
Nem troncos vejo agora decadentes.
Eu me engano: a região esta não era;
Mas que venho a estranhar, se estão presentes
Meus males, com que tudo degenera!
(Cláudio Manuel da Costa. Obras, 2002.)
Uma planta é perturbada na sua sesta* pelo exército que a pisa.
Mas mais frágil fica a bota.
(Gonçalo M. Tavares, 1: poemas.)
*sesta: repouso após o almoço.
33 Sintaxe e Morfologia (III)
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Texto para as questões 5 e 6.
5. (UNIFESP) – No período Uma parcela expressiva destas
mortes, que varia de região para região, é atribuída à ação da polí -
cia, que se respalda na impunidade para continuar cometendo seus
crimes, as palavras sublinhadas referem-se, respecti va mente,
a) à palavra parcela e tem a função de sujeito; à palavra polícia e
tem a função de sujeito.
b) à palavra mortes e tem a função de sujeito; à palavra polícia e
tem a função de sujeito.
c) à palavra parcela e tem a função de objeto; à palavra polícia e
tem a função de objeto.
d) à palavra parcela e tem a função de objeto; à palavra ação e tem
a função de sujeito.
e) à palavra parcela e tem a função de sujeito; à palavra ação e tem
a função de sujeito.
RESOLUÇÃO:
Os pronomes relativos em questão referem-se,respec tivamente, a parcela e a
polícia e funcionam sintatica mente como sujeitos das orações que introduzem. 
Resposta: A
6. (UNIFESP) – Considere as afirmações.
As ideias apresentadas no texto encontram-se em
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
RESOLUÇÃO:
O último parágrafo do texto apresenta as afirmações contidas em II e III. 
Resposta: D
Tirinha para a questão 7.
(Bill Watterson. In O mundo é mágico – As aventuras de Calvin e Haroldo.
2.ª Edição. São Paulo: Conrad Editora, 2010, p. 27.)
7. (FUVEST-transferência-2020) – O efeito de humor se
depreende, principalmente,
a) da interpretação de Calvin para o choro da mãe.
b) do emprego de uma palavra complexa por uma criança.
c) da ambiguidade contida na resposta dada pela mãe.
d) do contraste entre a serenidade do filho e a emoção da mãe.
e) do fato de a mãe assoar o nariz sobre a comida.
Resposta: A
Nos últimos três anos foram assassinadas mais de 140 mil
pessoas no Brasil. Uma média de 47 mil pessoas por ano. Uma
parcela expressiva destas mortes, que varia de região para região,
é atribuída à ação da polícia, que se respalda na impunidade para
continuar cometendo seus crimes. São 25 assassinatos ao ano por
cada 100 mil pessoas, índice considerado de violência epidêmica,
segundo organismos internacionais. 
Se os assassinatos com armas de fogo são uma face da
violência vivida na nossa sociedade, ela não é a única. Logo atrás,
em termos de letalidade, estão os acidentes fatais de trânsito, com
cerca de 33 mil mortos em 2002 e 35 mil mortes por ano em 2004
e 2005. Isto, sem falar nos acidentados não fatais socorridos pelo
Sistema Único de Saúde, que multiplicam muitas vezes os
números aqui apresentados e representam um custo que o IPEA
estima em R$ 5,3 bilhões para o ano de 2002.
A lista da violência alonga-se incrivelmente. Sobre as mulheres,
os negros, os índios, os gays, sobre os mendigos na rua, sobre os
movimentos sociais etc. Uma discussão num botequim de periferia
pode terminar em morte. A privação do emprego, do salário digno,
da educação, da saúde, do transporte público, da moradia, da
segurança alimentar, tudo isso pode ser compreendido, conside -
rando que incide sobre direitos assegurados por nossa Constituição,
como tantas outras formas de violência.
(Silvio Caccia Bava. Le Monde Diplomatique Brasil, 
agosto 2010. Adaptado.)
I. A falta de empregos, a baixa remuneração e o déficit habita -
cional raramente são compreendidos como forma de violência.
II. O não-oferecimento de educação, saúde e transporte público
a toda a população também pode ser visto como uma forma
de violência.
III. Uma briga de bar que resulta em morte é um ingre diente a
mais a engrossar o caldo da violência no país.
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Texto para as questões 8 e 9.
8. (UNICAMP-2020) – Considerando a matéria apresentada no
jornal, o uso da conjunção adversativa seguido da expressão “a boa
notícia é que” permite ao jornalista
a) apontar a gravidade da notícia e compensá-la.
b) expor a neutralidade da notícia e reforçá-la.
c) minimizar a relevância da notícia e acentuá-la.
d) revelar a importância da notícia e enfatizá-la.
RESOLUÇÃO:
A matéria apresentada ao vivo pela jornalista refere-se a uma situação de
violência contra a mulher. O uso da conjunção adversativa “mas”
anteposta à expressão “a boa notícia é que” indica oposição ao que foi
expresso anteriormente sobre o ato praticado contra a mulher e seu
estado físico, embora o efeito retórico da conjunção “mas” não minimize
a gravidade da ação. 
Resposta: A
9. (UNICAMP-2020) – Para se referir a matérias jornalísticas
televisivas que informam e, ao mesmo tempo, entretêm os
espectadores, o autor cria um neologismo por meio de
a) derivação prefixal.
b) composição por justaposição.
c) composição por aglutinação.
d) derivação imprópria.
RESOLUÇÃO:
O enunciado refere-se a um neologismo usado pelo autor do texto:
“infotenimento”. Essa palavra é formada a partir de “informação” e
“entretenimento”, o que configura um processo de composição por
aglutinação, surgindo daí um novo termo em que os dois significados
coexistem. 
Resposta: C
O telejornalismo é um dos principais produtos televisivos. Sejam
as notícias boas ou ruins, ele precisa garantir uma experiência
esteticamente agradável para o espectador. Em suma, ser um
“infotenimento”, para atrair prestígio, anunciante e rentabilidade.
Porém, a atmosfera pesada do início do ano baixou nos telejornais:
Brumadinho, jovens atletas mortos no incêndio do CT do Flamengo,
notícias diárias de feminicídios, de valentões armados matando em
brigas de trânsito e supermercados. Conjunções adversativas e
adjuntos adverbiais já não dão mais conta de neutralizar o tsunami
de tragédias e violência, e de amenizar as más notícias para garantir
o “infotenimento”. No jornal, é apresentada matéria sobre uma
mulher brutalmente espancada, internada com diversas fraturas no
rosto. Em frente ao hospital, uma repórter fala: “mas a boa notícia é
que ela saiu da UTI e não precisará mais de cirurgia reparadora na
face...”. Agora, repórteres repetem a expressão “a boa notícia é
que...”, buscando alguma brecha de esperança no “outro lado” das
más notícias.
(Adaptado de Wilson R. V. Ferreira, Globo adota 
“a boa notícia é que...” para tentar se salvar do baixo astral nacional.
Disponível em https://cinegnose. Blogs pot.com/2019/02/
globo-adotaboa-noticia-e-que-para.html. 
Acessado em 01/03 /2019.)
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Texto para as questões 10 e 11.
10. (FGV-2020) – No texto, a variedade formal da língua, flagrada
na passagem “Só mesmo no totalitarismo soviético, pensei, assistindo
à série” (4.o parágrafo), coexiste com a variedade informal, presente
em: 
a) “cientistas exasperados tentam convencer os superiores na usina
e no governo soviético de que um dos reatores nucleares
explodiu” (1.o parágrafo)
b) “A resposta dos superiores, exemplar da estupidez surrealista de
uma burocracia totalitária, é sempre a mesma: impossível, um
‘reator RBMK não explode.’” (2.o parágrafo)
c) “Apenas quando a radioatividade é detectada na Suécia, Mikhail
Gorbatchov encara seus ministros com uma expressão de
‘camarada, deu ruim…’” (3.o parágrafo)
d) “Então fui ler na revista Piauí o trecho do livro A Terra
inabitável: uma história do futuro, do jornalista David Wallace-
Wells” (4.o parágrafo)
e) “Impossível terminar as 11 páginas sobre o aquecimento global
sem ficar apavorado feito um cientista em Chernobyl ”. (4.o
parágrafo)
RESOLUÇÃO:
A expressão “deu ruim”, que indica que algo deu errado em “camarada,
deu ruim”, marca a presença da variedade informal da língua.
Resposta: C
11. (FGV-2020) – Nas expressões “cientistas exasperados”,
“exemplar da estupidez surrealista” e “burocracia totalitária”, os
termos sublinhados podem ser substituídos, sem alteração de sentido,
respectivamente, por: 
a) exaltados; modelo; que não admite oposição.
b) irritados; cópia; que abarca diferentes opiniões.
c) desesperados; lição; que segue uma única ideia.
d) excitados; base; que apregoa a subserviência.
e) arrebatados; contraponto; que se presta à servidão.
RESOLUÇÃO:
Segundo o dicionário Houaiss, “exasperado” significa “exaltado,
irritado”; “exemplar” significa “que pode servir de exemplo, de modelo”;
totalitário “significa “que não admite divisão”, “regime político que, sem
admitir qualquer forma legal de oposição, tolera apenas um partido,
exigindo usualmente completa subserviência do cidadão ao Estado”.
Resposta: A
Nos dois primeiros episódios da série Chernobyl, da HBO,
cientistas exasperados tentam convencer os superiores na usina e
no governo soviético de que um dos reatores nucleares explodiu e
está jorrando radioatividade sobre a Europa.
A resposta dos superiores, exemplar da estupidez surrealista
de uma burocracia totalitária, é sempre a mesma: impossível,um
“reator RBMK não explode”. A posição oficial é que havia
somente um pequeno incêndio no telhado.
“Eu fui lá, eu vi!”, repetem os cientistas, um após o outro,
antes de vomitarem, verterem sangue pelos poros ou caírem
duros. Apenas quando a radioatividade é detectada na Suécia,
Mikhail Gorbatchov encara seus ministros com uma expressão de
“camarada, deu ruim...” — naquela altura, a radioatividade
liberada já era superior à de vinte bombas de Hiroshima.
Só mesmo no totalitarismo soviético, pensei, assistindo à
série. Então fui ler na revista Piauí o trecho do livro A Terra
inabitável: uma história do futuro, do jornalista David Wallace-
Wells, que sairá pela Companhia das Letras no mês que vem.
Impossível terminar as 11 páginas sobre o aquecimento global
sem ficar apavorado feito um cientista em Chernobyl. 
(Antonio Prata. “Bem-vindos a Chernobyl”.
www.folha.uol.com.br, 16.06.2019. Adaptado.)
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Leia o texto de Carlos Ranulfo Melo para responder às questões 12 e 13.
12. (FAMERP) – No mundo contemporâneo, a representação política é
a) o modo encontrado pelas democracias para, em sociedades
grandes e com questões complexas, garantir a participação na
vida pública de todo o eleitorado adulto.
b) o caminho encontrado pelas democracias para garantir aos
cidadãos os direitos especiais baseados na tradição e na origem
de classe de cada eleitor.
c) um discurso que, em sua superfície, defende a inclusão de todos
os cidadãos no processo político, mas que esconde o interesse de
perpetuar os processos de corrupção no Estado.
d) uma alternativa viável, mas difícil de implantar, aos processos de
corrupção que ocupam o Estado e todo o espaço público como se
eles fossem propriedade privada.
e) a maneira de eliminar a necessidade de uma Justiça Eleitoral,
com poderes autônomos, o que geraria a possibilidade de
corrupção no Estado.
RESOLUÇÃO:
As democracias atuais garantem a participação da sociedade nas
representações políticas por meio dos processos eleitorais.
Resposta: A
13. (FAMERP) – “Ao se dirigirem às urnas os cidadãos reafirmam
sua condição de igualdade perante um ato fundamental do Estado.”
(1.° parágrafo)
Em seu contexto, o verbo destacado, na forma em que foi empregado,
indica uma ação
a) usual, reiterada, no passado.
b) habitual, regular.
c) feita no instante em que o enunciado é apresentado.
d) contínua, extensa, no presente.
e) pontual, corriqueira, ordinária e sem importância.
RESOLUÇÃO:
A forma verbal “reafirmam” está no presente do indicativo e indica ação
habitual, frequentativa em processo durativo.
Resposta: B
CORRUPÇÃO ELEITORAL
As democracias contemporâneas são arranjos repre sentativos.
A representação foi a “solução encontrada” para um dilema. Tão
logo firmado o princípio da igualdade política entre os indivíduos,
regimes políticos baseados na tradição, na origem de classe ou na
condição de status perderam a legitimidade. Por outro lado, o
tamanho das sociedades e a complexidade cada vez maior das
questões em discussão – demandando acesso a informações,
disponibilidade de tempo e condições de negociação – tornaram
proibitiva a ideia de que todos participassem das decisões a serem
coletivizadas. A escolha de um corpo de representantes em eleições
livres, justas e periódicas – e que incluam a todo o eleitorado
adulto – passou a ser algo que, sem esgotar a noção contemporânea
de democracia, firmou-se como sua pedra angular. Ao se dirigirem
às urnas os cidadãos reafirmam sua condição de igualdade perante
um ato fundamental do Estado. Ao organizar as eleições e
transformar os votos em postos executivos e/ou legislativos, o
aparato institucional das democracias permite que, em maior ou
menor grau, os mais diversos interesses, opiniões e valores sejam
vocalizados no curso do processo decisório. Tal processo, no
entanto, pode apresentar problemas que ameacem corromper o
corpo político constituído, comprometendo sua legitimidade e
diminuindo sua capacidade de oferecer à coletividade os resultados
esperados.
A corrupção eleitoral ou a reiterada incidência de fenômenos
capazes de desvirtuar o processo de constituição de um corpo de
representantes sempre significou um problema para as
democracias. A condição para que seu enfrentamento se tornasse
possível foi a constituição de uma Justiça Eleitoral dotada de
autonomia face aos poderes político e econômico, com recursos
suficientes para organizar e poderes necessários para
regulamentar os processos eleitorais. Mas mesmo as democracias
consolidadas não conseguiram impedir de forma cabal que
determinados interesses pudessem, utilizando os recursos que
tivessem à mão, obter vantagens diferenciadas em função de sua
participação nas eleições.
(Corrupção, 2008. Adaptado.)
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Texto para a questão 1.
1. (FUVEST-2020) – O trecho que melhor define a
“incompreensão fundamental” (L.6) referida pela autora é:
a) “não que eu buscasse respostas para tudo” (L.6-7).
b) “não tinha consciência de mim” (L.8).
c) “Por que eu ficava isolada na hora do recreio” (L.11).
d) “me esforçando para não ser notada” (L.15).
e) “sentia vergonha de levantar a mão” (L.9).
RESOLUÇÃO:
O trecho que melhor define a “incompreensão funda men tal” a que se
refere a autora é “não tinha cons ciência de mim”, uma vez que a
afirmação expressa o desconhecimento de sua condição de mulher e
negra.
Resposta: B
Leia a charge do cartunista Duke para responder à questão 2.
(www.otempo.com.br)
2. (FAMEMA-2020) – Nas perguntas do médico “Tem praticado
atividades físicas? Mudou hábitos alimentares?”, o sujeito das
orações remete a “você”. Se os sujeitos fossem “atividades físicas” e
“hábitos alimentares”, essas perguntas assumiriam, em conformidade
com a norma-padrão, a seguinte redação:
a) Têm sido praticado atividades físicas? Mudaram-se hábitos
alimentares?
b) Vêm-se praticando atividades físicas? Mudou-se hábitos
alimentares?
c) Têm sido praticadas atividades físicas? Mudaram hábitos
alimentares?
d) Atividades físicas tem sido praticadas? Mudou-se hábitos
alimentares?
e) Atividades físicas vem sendo praticadas? Mudou hábitos
alimentares?
RESOLUÇÃO:
Considerando que “atividades físicas” e “hábitos alimentares” são
sujeitos, os verbos devem ficar no plural. A primeira oração está na voz
passiva analitica sendo “atividades físicas” o sujeito paciente. A segunda
oração está na voz ativa, com sujeito posposto ao verbo.
Resposta: C
O feminismo negro não é uma luta meramente identitária,
até porque branquitude e masculinidade também são
identidades. Pensar feminismos negros é pensar projetos
democráticos. Hoje afirmo isso com muita tranquilidade,
mas minha experiência de vida foi marcada pelo incômodo
de uma incompreensão fundamental. Não que eu buscasse
respostas para tudo. Na maior parte da minha infância e
adolescência, não tinha consciência de mim. Não sabia por
que sentia vergonha de levantar a mão quando a professora
fazia uma pergunta já supondo que eu não saberia a resposta.
Por que eu ficava isolada na hora do recreio. Por que os
meninos diziam na minha cara que não queriam formar par
com a “neguinha” na festa junina. Eu me sentia estranha e
inadequada, e, na maioria das vezes, fazia as coisas no
automático, me esforçando para não ser notada.
(Djamila Ribeiro, Quem tem medo do feminismo negro?)
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44 Sintaxe e Morfologia (IV)
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Textos para a questão 3.
3. (UNICAMP-2020) – Considerando o tweet e o texto acima, é
correto afirmar que a atleta
a) enfrentou o time adversário com chuteiras pretas, mesmo que
não tenha sido influenciada pelo futebol “raiz”.
b) usou chuteiras sem logotipo e luta pela igualdade de gênero no
esporte, mesmo sendo considerada seis vezes a melhordo
mundo.
c) não recebeu patrocínio de nenhuma grande empresa, embora a
chuteira preta sem logotipo simbolize o futebol “raiz”.
d) optou por lutar contra o machismo no esporte, embora as
propostas de patrocínio não tenham considerado seu valor.
RESOLUÇÃO:
Ambos os textos salientam a desigualdade de gênero no futebol feminino,
a partir do fato de Marta, seis vezes eleita como a melhor jogadora do
mundo, não ter recebido uma proposta de patrocínio que fizesse jus à sua
relevância no esporte, em comparação aos patrocínios milionários dos
jogadores de futebol masculino.
Resposta: B
Textos para a questão 4.
4. (UNICAMP-2020) – Considerando a relação entre os textos I e
II, conclui-se que a charge
a) resgata a temática do cordel, rompendo com o impasse vivido
pelos personagens.
b) reafirma o dilema dos personagens da peça, parafraseando os
versos iniciais do cordel.
c) evidencia a tradição popular nordestina, utilizando a imagem
para sofisticar os versos.
TEXTO I
TEXTO II
O que levou Marta, seis vezes a melhor do mundo, a enfrentar
a Austrália de chuteiras pretas? Adianto, não foi o futebol “raiz”.
Marta não fechou patrocínio com nenhuma das gigantes do
mercado esportivo. Não recebeu nenhuma proposta à altura do seu
futebol. Isso diz muito sobre o machismo no esporte. A partir
disso, a atleta decidiu calçar a luta pela diversidade.
(Fonte: https://www.hypeness.com.br/2019/06/chuteira-sem-logo-e-com-
simbolo-de-igualdade-de-genero-foi-mais-um-golaco-de-marta/. 
Acessado em 18/06/2019.)
TEXTO I
Leia os versos iniciais da peça Se correr o bicho pega, se ficar
o bicho come (1966), de Oduvaldo Vianna Filho e Ferreira Gullar.
Em formato de cordel, os versos são cantados por todos os atores.
Se corres, bicho te pega, amô.
Se ficas, ele te come.
Ai, que bicho será esse, amô?
Que tem braço e pé de homem?
Com a mão direita ele rouba, amô,
e com a esquerda ele entrega;
janeiro te dá trabalho, amô,
dezembro te desemprega;
de dia ele grita "avante”, amô,
de noite ele diz: "não vá":
Será esse bicho um homem, amô,
ou muitos homens será?
(Oduvaldo Vianna Filho e Ferreira Gullar, Se correr o bicho pega, se
ficar o bicho come. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1966, p. 3.)
TEXTO II
Observe a charge de Laerte que fez parte da mostra Maio na
Paulista, em 2019.
(Laerte, Exposição Maio na Paulista, de Laerte e Angeli, 2019.
Disponível em https://gq.globo.com/Cultura/ noticia/2019/05/ laerte-e-
angeli-participam-de-exposicao-ao-arlivre-na-avenida-paulista.html.
Acessado em 02/06/2019.)
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d) confirma a força transformadora da versificação popular,
reproduzindo-a em imagens.
RESOLUÇÃO:
A máxima popular “se correr, o bicho pega; se ficar, o bicho come” foi
empregada nos dois textos, embora no texto I haja um impasse que é
solucionado no último quadrinho do texto II. Se no primeiro texto, o casal
não encontra solução para uma situação adversa; na charge, a
representação da união dos trabalhadores sugere uma força de
enfrentamento que afugenta o impasse: “se unir o bicho foge”.
Resposta: A
Texto para as questões de 5 a 7.
5. (FUVEST-transferência-2020) – O estilo e os recursos
linguísticos utilizados na construção do texto caracterizam-no como
próprio do gênero
a) crônica.
b) editorial.
c) artigo de divulgação científica.
d) relatório de pesquisa.
e) ensaio.
Resposta: A
6. (FUVEST-transferência-2020) – A conexão exercida pelo
“que” em “pesquisadores da USP observaram que moradores do
interior tanto do Brasil quanto de Portugal” (L. 34-36) também é
encontrada, da mesma maneira, em
a) “... que fazem o urubu de São Paulo ” (L. 2-3).
b) “... que parece valer por dois ou três” (L. 8-9).
c) “... que veio com os portugueses” (L. 22).
d) “... que o S chiado” (L. 25).
e) “... que os portugueses” (L. 26).
Resposta: D
7. (FUVEST-transferência-2020) – Em “Mesmo os portugueses
não eram originais: os especialistas argumentam que o S chiado, que
faz da esquina uma shquina, veio dos nobres franceses, que os
portugueses admiravam.” (L. 24-26), os dois pontos estabelecem a
mesma relação expressa por:
a) haja vista que.
b) contanto que.
c) conquanto que.
d) de modo que.
e) enquanto que.
Resposta: A
ORA POIS, UMA LÍNGUA BEM BRASILEIRA
A expansão do português no Brasil, as variações regionais
com suas possíveis explicações, que fazem o urubu de São
Paulo ser chamado de corvo no Sul do país, e as raízes das
inovações da linguagem estão emergindo por meio do
trabalho de cerca de 200 linguistas. De acordo com estudos da
Universidade de São Paulo (USP), uma inovação do
português brasileiro, por enquanto sem equivalente em
Portugal, é o R caipira, às vezes tão intenso que parece valer
por dois ou três, como em porrrta ou carrrne.
Associar o R caipira apenas ao interior paulista, porém, é
uma imprecisão geográfica e histórica, embora o R
desavergonhado tenha sido uma das marcas do estilo matuto
do ator Amácio Mazzaropi em seus 32 filmes, produzidos de
1952 a 1980. Seguindo as rotas dos bandeirantes paulistas em
busca de ouro, os linguistas encontraram o R supostamente
típico de São Paulo em cidades de Minas Gerais, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e oeste de Santa Catarina
e do Rio Grande do Sul, formando um modo de falar similar
ao português do século XVIII. Quem tiver paciência e ouvido
apurado poderá encontrar também na região central do Brasil
– e em cidades do litoral – o S chiado, uma característica hoje
típica do falar carioca que veio com os portugueses em 1808
e era um sinal de prestígio por representar o falar da Corte.
Mesmo os portugueses não eram originais: os especialistas
argumentam que o S chiado, que faz da esquina uma shquina,
veio dos nobres franceses, que os portugueses admiravam.
A história da língua portuguesa no Brasil está trazendo à
tona as características preservadas do português, como a troca
do L pelo R, resultando em pranta em vez de planta. Camões
registrou essa troca em Os Lusíadas – lá está um frautas no
lugar de flautas – e o cantor e compositor paulista Adoniran
Barbosa a deixou registrada em diversas composições, em
frases como “frechada do teu olhar”, do samba Tiro ao
Álvaro. Em levantamentos de campo, pesquisadores da USP
observaram que moradores do interior tanto do Brasil quanto
de Portugal, principalmente os menos escolarizados, ainda
falam desse modo.
Carlos Fioravanti. “Ora pois, uma língua bem brasileira”. 
Pesquisa FAPESP, 04/2015, ed. 230.
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Leia o texto de Luiz Eduardo Soares para responder às questões 8 e 9.
8. (FAMERP-2020) – A “diferença importante”, citada no último
período do texto, corresponde
a) à distância entre as posições sociais do traficante e do Secretário
de Segurança.
b) à alegação do traficante de que ele não seria um bandido, mas um
comerciante.
c) ao respeito com que o traficante tratou o Secretário de
Segurança.
d) à maneira cordial como os traficantes tratam a comunidade onde
vivem.
e) ao modo seguro como o traficante se dirigia ao Secretário da
Segurança.
RESOLUÇÃO:
O traficante da Rocinha, Luciano, considera-se um comerciante na
mensagem que escreve à autoridade pública. Essa é a distinção que o
emissor faz, não se considera transgressor do código penal. 
Resposta: B
9. (FAMERP-2020) – A frase “A violência, ele a usara apenas na
medida necessária à proteção de seus negócios” expressa uma opinião
a) do autor do texto, baseada no relato de Luciano.
b) do autor do texto, baseada em relatos da comunidade em que
Luciano vivia.
c) da comunidade em que Luciano vivia.
d) de Luciano, sobre a qual o autor faz ponderações.
e) de Luciano, com a qual o autor do texto concorda.
RESOLUÇÃO:
Luiz Eduardo Soares reflete sobre as justificativasdo traficante em
relação à violência empregada para manter o domínio sobre o comércio
ilegal de drogas. Considera esse ponto de vista idealizado, edulcorado.
Resposta: D
Considere a tirinha Garfield, de Jim Davis.
(www.folha.uol.com.br)
10. (FAMERP-2020) – O pronome “este”, no terceiro quadrinho,
a) refere-se ao presente do personagem, em que não há diversão.
b) retoma o sentido das palavras “o mundo”.
c) refere-se ao período em que o mundo diverte o personagem.
d) aponta para um momento em que o desejo do personagem se
realizaria.
e) retoma o sentido da frase “o mundo existe para me divertir”.
RESOLUÇÃO:
O pronome demonstrativo este refere-se ao que está próximo da pessoa
que fala, no caso, o tempo presente para Garfield, em que ele alude a um
intervalo (3.o quadrinho) porque nada acontece, ou seja, não há diversão
(1.o quadrinho).
Resposta: A
Logo depois que assumi a Secretaria Nacional de Segurança,
em 2003, recebi, por vias transversas, uma mensagem de Luciano,
da Rocinha. Ele desejava deixar a vida de traficante e viajar para
longe. Tinha chegado à conclusão de que seu caminho era a
perdição: morreria cedo, de modo cruel, em mãos inimigas.
Queria começar de novo e pedia uma chance. Tratara com respeito
a comunidade, que era, afinal de contas, sua família. A violência,
ele a usara apenas na medida necessária à proteção de seus
negócios. Esse era seu ponto de vista, sem dúvida demasiado
edulcorado. Não obstante a possível autoidealização, o fato é que
explicitá-la, naquele contexto, não deixava de ser significativo,
indicando a valorização positiva do lado certo da vida. Era um
negociante clandestino, dizia, não um criminoso selvagem: alguns
traziam uísque do Paraguai; ele vendia outras drogas.
Reivindicava uma diferença importante, no mundo do crime
carioca.
(Cabeça de porco, 2005.)
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Texto para a questão 11.
11. (UNICAMP-2020) – Considerando que a comparação entre
modos de falar pode ser fonte de preconceito, o exemplo citado por
uma das personagens da crônica
a) reforça o preconceito em relação às turmas de jovens de um
mesmo bairro, com base nos significados de “amostrado” e
“exibido”.
b) explicita o preconceito, valendo-se de “amostrado” e “exibido”
para distinguir dois grupos de jovens do mesmo bairro.
c) dissimula o preconceito e reconhece que “se amostrar” é, de fato,
um verbo que não está de acordo com as normas gramaticais.
d) refuta o preconceito e confirma o desconhecimento da regra de
formação do particípio passado do verbo “se amostrar”.
RESOLUÇÃO:
Na crônica de Cidinha da Silva, um dos personagens, ao exemplificar a
sutileza da diferença entre amostrar e exibir, evidencia não só o
preconceito linguístico, mas também social entre jovens de um mesmo
bairro: vendedores de um shopping x meninos dos rolezinhos.
Resposta: B
Leia o trecho inicial do conto “O cobrador”, de Rubem Fonseca, para
responder às questões de 12 a 14.
12. (ALBERT EINSTEIN-2020) – O trecho “Só rindo. Esses caras
são engraçados” (3.° parágrafo) sugere que o narrador considera a
pergunta do dentista
a) irrelevante.
b) dissimulada.
c) ambígua.
d) ofensiva.
e) divertida.
RESOLUÇÃO:
O narrador considera que ter deixado os dentes chegarem a um estado
deplorável era irrelevante diante de sua precariedade financeira e
existencial.
Resposta: A
— Pela milionésima vez, por favor, “se amostrar” não existe. 
Não pega bem usar uma expressão incorreta como essa.
— Ora veja, incorreto para mim é o que não faz sentido, “se
amostrar” faz sentido para boa parte do país.
— Por que você não usa um sinônimo mais simples da
palavra? Que tal “exibido”? Todo mundo conhece.
— Não dá, porque quem se exibe é exibido, quem se amostra
é amostrado. Por exemplo: quando os vendedores de shopping
olham com desprezo para os meninos dos rolezinhos e moram no
mesmo bairro deles, são exibidos. Eles acham que a roupa de
vendedor faz deles seres superiores. Por outro lado, as meninas e
os meninos dos rolezinhos vão para os shoppings para se amostrar
uns para outros, e são, portanto, amostrados. Percebeu a sutileza
da diferença?
— Entendo, mas está errado.
— Como é que está errado se você entende? Você não aceita
a inventividade linguística do povo. “Amostrar” é verbo torto no
manual das conjugações e “amostrado” é particípio de amostra
grátis! Captou?
(Adaptado de Cidinha da Silva, Absurdada. 
Disponível em http://notarodape. blogspot. com/ search/label/Cotidiano.
Acessado em 22/05/2019.)
Na porta da rua uma dentadura grande, embaixo escrito Dr.
Carvalho, Dentista. Na sala de espera vazia uma placa, Espere o
Doutor, ele está atendendo um cliente. Esperei meia hora, o dente
doendo, a porta abriu e surgiu uma mulher acompanhada de um
sujeito grande, uns quarenta anos, de jaleco branco.
Entrei no gabinete, sentei na cadeira, o dentista botou um
guardanapo de papel no meu pescoço. Abri a boca e disse que o
meu dente de trás estava doendo muito. Ele olhou com um
espelhinho e perguntou como é que eu tinha deixado os meus
dentes ficarem naquele estado.
Só rindo. Esses caras são engraçados.
Vou ter que arrancar, ele disse, o senhor já tem poucos dentes
e se não fizer um tratamento rápido vai perder todos os outros,
inclusive estes aqui — e deu uma pancada estridente nos meus
dentes da frente.
Uma injeção de anestesia na gengiva. Mostrou o dente na
ponta do boticão: A raiz está podre, vê?, disse com pouco caso.
São quatrocentos cruzeiros.
Só rindo. Não tem não, meu chapa, eu disse.
Não tem não o quê?
Não tem quatrocentos cruzeiros. Fui andando em direção à
porta.
Ele bloqueou a porta com o corpo. É melhor pagar, disse. Era
um homem grande […]. E meu físico franzino encoraja as
pessoas. Odeio dentistas, comerciantes, advogados, industriais,
funcionários, médicos, executivos, essa canalha inteira. Todos
eles estão me devendo muito. Abri o blusão, tirei o 38 [...]. Ele
ficou branco, recuou. Apontando o revólver para o peito dele
comecei a aliviar o meu coração: tirei as gavetas dos armários,
joguei tudo no chão, chutei os vidrinhos todos como se fossem
balas, eles pipocavam e explodiam na parede. Arrebentar os
cuspidores e motores foi mais difícil, cheguei a machucar as mãos
e os pés. O dentista me olhava, várias vezes deve ter pensado em
pular em cima de mim, eu queria muito que ele fizesse isso para
dar um tiro naquela barriga grande […].
Eu não pago mais nada, cansei de pagar!, gritei para ele,
agora eu só cobro!
(O melhor de Rubem Fonseca, 2015.)
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13. (ALBERT EINSTEIN-2020) – “Ele [...] perguntou como é que
eu tinha deixado os meus dentes ficarem naquele estado” (2.°
parágrafo)
Ao se transpor o trecho para o discurso direto, o termo sublinhado
assume a seguinte forma:
a) deixaria.
b) deixa.
c) deixou.
d) deixava.
e) deixara.
RESOLUÇÃO:
A questão propõe que o trecho transcrito seja transposto para o discurso
direto, que tem como sua característica principal a reprodução de
maneira direta e literal do diálogo, introduzido por travessão. Assim, a
transposição do trecho “ele perguntou como é que eu tinha deixado os
meus dentes ficarem naquele estado” se daria pela ação direta e pontual
do verbo: 
“Ele perguntou:
— Como você deixou seus dentes ficarem nesse estado?”
Resposta: C
14. (ALBERT EINSTEIN-2020) – O primeiro verbo atribui ideia
de futuro ao segundo na locução verbal sublinhada em:
a) “Fui andando em direção à porta” (8.° parágrafo).
b) “Apontando o revólver para o peito dele comecei a aliviar o meu
coração” (9.° parágrafo).
c) “Todos eles estão me devendo muito” (9.° parágrafo).
d) “Na sala de espera vazia uma placa, Espere o Doutor, ele está
atendendo um cliente” (1.° parágrafo).
e) “o senhor já tem poucos dentes e se não fizer um tratamento
rápido vai perder todos os outros” (4.° parágrafo).
RESOLUÇÃO:
No texto, as alternativas a e b referem-se a fatosvivenciados no passado.
Em c, o verbo indica um evento em presente durativo. Em d, é uma ação
em processo. Assim, a alternativa e traz o verbo “ir” no presente,
indicando, na locução verbal, ação que ocorrerá no futuro.
Resposta: E
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Leia o soneto “Aquela triste e leda madrugada”, do poeta português
Luís de Camões (c. 1524-1580), para responder aos testes 1 e 2: 
1. (UNIFESP) – O pronome “ela”, que se repete no início de três
estrofes, refere-se a
a) “piedade”.
b) “mágoa”.
c) “saudade”.
d) “claridade”.
e) “madrugada”.
RESOLUÇÃO:
O pronome “ela” retoma o termo “madrugada”, expresso no primeiro
verso do soneto.
Resposta: E
2. (UNIFESP) – Observa-se a elipse (supressão) do termo “vontade”
no verso:
a) “viu apartar-se de uma outra vontade” (2.a estrofe)
b) “cheia toda de mágoa e de piedade” (1.a estrofe)
c) “quero que seja sempre celebrada” (1.a estrofe)
d) “Ela só viu as lágrimas em fio” (3.a estrofe)
e) “que puderam tornar o fogo frio” (4.a estrofe)
RESOLUÇÃO:
No verso apresentado na alternativa a, há elipse do primeiro emprego da
palavra “vontade”: “viu apartar-se de uma [vontade] outra vontade”.
Resposta: A
Texto para o teste 3.
3. (UNICAMP-2020) – Considerando-se o segundo “Sermão de
Quarta-Feira de Cinza” (1673), de Antônio Vieira, é correto afirmar
que a presunção de confiança por parte do auditório cristão do século
XVII decorre da
a) habilidade política do pregador.
b) atenção disciplinada dos ouvintes.
c) crença na salvação e na danação eternas.
d) defesa institucional da Igreja Católica feita pelo clero.
RESOLUÇÃO:
O texto de Olivier Reboul aborda o conceito de verossimilhança, o aspecto
de veracidade como resultado da confiança que decorre de se presumir
como verdadeira uma premissa. Nesse sentido, a credibilidade do segundo
“Sermão de Quarta-Feira de Cinza” é garantida por ideias preconcebidas
que fazem parte da crença dos ouvintes: a salvação eterna para os
virtuosos, os que se afastam dos valores terrenos, e a condenação ao
inferno para os pecadores, os que se apegam a valores mundanos. Um
público que não acreditasse nessas ideias não seria convencido pelo
sermonista.
Resposta: C
Aquela triste e leda madrugada,
cheia toda de mágoa e de piedade,
enquanto houver no mundo saudade
quero que seja sempre celebrada.
Ela só, quando amena e marchetada
saía, dando ao mundo claridade,
viu apartar-se de uma outra vontade,
que nunca poderá ver-se apartada.
Ela só viu as lágrimas em fio
que, de uns e de outros olhos derivadas,
se acrescentaram em grande e largo rio.
Ela viu as palavras magoadas
que puderam tornar o fogo frio,
e dar descanso às almas condenadas.
(Sonetos)
O que é então o verossímil? Para encurtar: tudo aquilo em que
a confiança é presumida. Por exemplo, os juízes nem sempre são
independentes, os médicos nem sempre capazes, os oradores nem
sempre sinceros. Mas presume-se que o sejam; e, se alguém
afirmar o contrário, cabe-lhe o ônus da prova. Sem esse tipo de
presunção, a vida seria impossível; e é a própria vida que rejeita o
ceticismo.
(REBOUL, Olivier. Introdução à Retórica. 
São Paulo: Martins Fontes, 1998. p. 97-98.)
55 Literatura e Análise de Textos Literários – I
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Texto para os testes 4 e 5.
4. Padre Antônio Vieira é um autor que possui um estilo próprio, e o
trecho acima apresenta dois elementos desse estilo que são constantes
não só no texto do qual foi retirado, mas também nos outros dois
sermões que Vieira planejou para a Quarta-Feira de Cinzas, a saber: 
a) o jogo de contrastes e a reinterpretação da Bíblia.
b) a oposição semântica e o paralelismo sintático.
c) o padrão cultista ou gongórico e o antidogmatismo.
d) a interrogação retórica e a reiteração constante.
RESOLUÇÃO:
O estilo de Vieira é marcado pelo uso de interrogações ou perguntas
retóricas, que servem para orientar a exposição das ideias de seus
sermões, como se percebe nos três sermões de Quarta-Feira de Cinza. É o
que ocorre, por exemplo, em “como o pode alcançar o entendimento, se os
olhos estão vendo o contrário?”, “O pó vive?”, “Pois como é pó o
vivente?”, “O pó sente?”, “Pois como é pó o sensitivo?”, “O pó entende e
discorre?”. Outro traço de estilo de sua prosa é o emprego da reiteração
— veja-se a repetição do termo “pó” —, que serve para encaminhar a
progressão do assunto, bem como manter a unidade temática.
Resposta: D
5. Os três sermões que Vieira compôs para a Quarta-Feira de Cinzas
são coerentes com o espírito do Barroco, pois desenvolvem como
tema
a) a submissão da política imperialista portuguesa aos ditames do
Cristianismo.
b) o ataque às vaidades e a pregação sobre os desenganos e a
efemeridade da vida.
c) a enumeração dos riscos de uma riqueza alienada dos problemas
da sociedade.
d) o niilismo existencial diante do caráter inútil das atividades
humanas.
RESOLUÇÃO:
“O Sermão de Quarta-Feira de Cinza” (tanto o de 1672, quanto o de 1673,
assim como o que não foi proferido) tematiza a efemeridade da vida,
metaforizada na imagem bíblica do pó. Coerente com essa concepção é a
ideia de que a existência estaria, portanto, vulnerável às vaidades, a
valores que costumeiramente são enaltecidos, mas que, no fundo, são vãos.
A vida apegada ao mundo terreno seria, na visão do Cristianismo, errada.
A tomada de consciência dessa falha configura o desengano, outro tema
caro ao Barroco. A vida deve ser ascética, uma preparação para a
eternidade, para o pós-morte.
Resposta: B 
(...) De sorte que, para eu crer que hei de ser pó, não é
necessário fé, nem entendimento, basta a vista. Mas que me diga,
e me pregue hoje a mesma Igreja, regra da fé e da verdade, que
não só hei de ser pó de futuro, senão que já sou pó de presente:
Pulvis es? como o pode alcançar o entendimento, se os olhos estão
vendo o contrário? É possível que estes olhos que veem, estes
ouvidos que ouvem, esta língua que fala, estas mãos e estes braços
que se movem, estes pés que andam e pisam, tudo isto já hoje é
pó: Pulvis es? Argumento à Igreja com a mesma Igreja: Memento
homo. A Igreja diz-nos que supõe que sou homem; logo não sou
pó. O homem é uma substância vivente, sensitiva, racional! O pó
vive? Não. Pois como é pó o vivente? O pó sente? Não. Pois como
é pó o sensitivo? O pó entende e discorre? Não. Pois como é pó o
racional? Enfim, se me concedem que sou homem: Memento
homo, como me pregam que sou pó: Quia pulvis es? 
(VIEIRA, Antônio. “Sermão de Quarta-Feira de Cinza – Ano de 1672”. 
In: A Arte de Morrer. São Paulo: Nova Alexandria, 1994. p. 48.)
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Textos para o teste 6.
6. (FUVEST-2020) – O soneto de Gregório de Matos e o samba de
Noel Rosa, embora distantes na forma e no tempo, aproximam-se por
ironizarem
a) o processo de composição do texto.
b) a própria inferioridade ante o retratado.
c) a singularidade de um caráter nulo.
d) o sublime que se oculta na vulgaridade.
e) a intolerância para com os gênios.
RESOLUÇÃO:
Gregório de Matos compõe um soneto que deveria elogiar “certa
personagem desvanecida”, mas, ironicamente, não há o que elogiar, pois
se trata de uma pessoa presunçosa, além de nula, vazia. A letra de Noel
Rosa aproxima-se do sentido do soneto de Gregório de Matos, por se
referir a um indivíduo que, de tanto assimilar todos os tipos, é alguém
nulo (um “tipo zero”), sendo justamente essa sua singularidade. 
Resposta: C
A CERTA PERSONAGEM DESVANECIDA
Um soneto começo em vosso gabo: louvor
Contemos esta regra por primeira,
Já lá vão duas, e esta é a terceira,
Já este quartetinho está no cabo.
Na quinta torce agora a porca o rabo;
A sexta vá também desta maneira:
Na sétima entro já com grã canseira, grande
E saio dos quartetos muito brabo.
Agora nos tercetos que direi?
Direi que vós, Senhor, a mim me honrais
Gabando-vos a vós, e

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