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Bol. Inst. Pesca, São Paulo, 41(2): 227 – 237, 2015 UTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS DE FRUTAS EM DIETAS PARA PIAVA* Rafael LAZZARI1; Juliano UCZAY1; Rômulo Batista RODRIGUES1; Dirleise PIANESSO2; Taida Juliana ADORIAN2; Patricia Inês MOMBACH2 RESUMO A piava (Leporinus obtusidens) é um peixe nativo das regiões sudeste e sul do Brasil, de hábito alimentar onívoro e com grande potencial para a piscicultura nacional. Neste estudo, foi avaliado o crescimento, atividade de enzimas digestivas e composição corporal de piavas alimentadas com dietas contendo resíduos de frutas: uva, laranja, goiaba e figo. Foram utilizados 180 peixes (peso médio inicial = 9,53 ± 1,82 g), alimentados durante 45 dias, duas vezes ao dia (5% PV). Não houve diferença no crescimento dos peixes em relação aos resíduos de frutas avaliados. A atividade da lipase foi significativamente maior (p = 0,0001) nos peixes alimentados com as dietas contendo resíduo de uva em 5,52%, 24,41% e 47,25% em relação aos alimentados com resíduos de figo, goiaba e laranja, respectivamente. A atividade de tripsina foi 28,88% significativamente menor (p = 0,02) nos peixes alimentados com a dieta contendo resíduo de laranja em relação aos alimentados com resíduo de uva. A quimotripsina e glicose plasmática não diferiram nos peixes alimentados com os resíduos nos diferentes tratamentos. Não foram observadas diferenças na gordura e na proteína bruta corporal dos peixes. Os resíduos de frutas avaliados podem ser ingredientes alternativos em potencial em dietas para juvenis de piava. Palavras chave: Leporinus obtusidens; subprodutos; fontes alternativas; atividade enzimática USE OF FRUITS WASTE IN DIETS FOR PIAVA ABSTRACT The piava (Leporinus obtusidens) is an omnivorous native fish of southeastern and southern Brazil and has great potential for national fish farming. In this study, were evaluated growth, digestive enzyme activity and body composition of piavas fed diets containing fruit waste: grape, orange, guava and fig. They were used 180 fish (initial weight = 9.53 ± 1.82 g), fed 45 days, twice a day (5% BW). There was not difference between fruit wastes evaluated in the diet on growth parameters. Lipase activity was higher (p = 0.0001) in fish fed diets containing grape in 5.52%, 24.41% e 47.25% then fish fed with fig, guava and orange, respectively. Trypsin activity was 28.88% lower (p = 0.02) in fish fed with diet containing orange waste then fed with grape waste. Chymotrypsin and plasma glucose did not differ between fish fed with diets containing different fruit wastes. No differences were observed in body fat and crude protein of fish fed the different diets. The fruit waste evaluated may be alternative ingredients in diets for piava juveniles Keywords: Leporinus obtusidens; food waste; alternative sources; enzymatic activity Artigo Científico: Recebido em 04/05/2014 – Aprovado em 18/03/2015 1 Laboratório de Piscicultura, Departamento de Zootecnia e Ciências Biológicas, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Av. Independência, 3751 – CEP: 98.300-000 – Palmeira das Missões – RS – Brasil. e-mail: rlazzari@ufsm.br (autor correspondente) 2 Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Av. Roraima, 1000 – CEP: 97.105-900 – Santa Maria – RS – Brasil * Apoio Financeiro: FAPERGS – RS (Processo 11/1626-6, Edital ARD 01/2011). 228 LAZZARI et al. Bol. Inst. Pesca, São Paulo, 41(2): 227 – 237, 2015 INTRODUÇÃO A piscicultura constitui importante fonte de produção de proteína de origem animal com alto valor biológico. Pode ser uma ótima fonte de renda, desde que sejam adotadas metodologias racionais de criação, utilizando processos alternativos de alimentação (SANTOS et al., 2009). Segundo levantamento estatístico, a produção mundial de pescado tem crescido constantemente nas últimas cinco décadas, aumentando, em média, 3,2% ao ano (FAO, 2014). A otimização da nutrição dos peixes, buscando ingredientes alternativos para a produção de dietas, é um aspecto fundamental para melhorar a rentabilidade da atividade (SANTOS et al., 2009). A piava (Leporinus obtusidens) é uma espécie nativa da região sul e sudeste do Brasil. Pertencente à família Anastomidae é um peixe migrador (TAITSON et al., 2008). Apresenta hábito alimentar onívoro de amplo espectro, alimentando-se de insetos, restos de peixes e vegetais (RADÜNZ NETO et al., 2006; LAZZARI et al., 2007). É uma espécie com grande potencial para criação em cativeiro, pois apresenta bom desempenho e aceita dietas fabricadas. Além disso, desde a fase de pós-larvas, pode aproveitar ingredientes de origem vegetal, sem afetar seu desenvolvimento inicial (FILIPETTO et al., 2005). Para melhorar o desempenho e saúde dos peixes em criações comerciais, além de minimizar os impactos ambientais na piscicultura, é fundamental obter maiores informações sobre o valor nutritivo dos alimentos fornecidos. Isto é requisito indispensável para o preparo de dietas e melhora do manejo alimentar, principalmente para espécies nativas. Para que sistemas de piscicultura intensivos sejam sustentáveis e lucrativos, a adoção de estratégias de produção adequadas e projetos responsáveis de manejo na emissão de efluentes são importantes (CYRINO et al., 2010). A fruticultura é um dos segmentos da economia brasileira com maior destaque e em contínua evolução, movimentando um volume financeiro maior que 1 bilhão de dólares, incluindo exportações (878 milhões) e importações (856 milhões) (MARQUES, 2014). As frutas são fontes importantes de minerais, vitaminas e fibras (JAYARAMAN e DAS GUPTA, 1992), além de compostos bioativos habitualmente encontrados também em hortaliças, tais como substâncias fenólicas e carotenoides, as quais são conhecidas pelo poder antioxidante e por serem antagonistas naturais de patógenos (CHINNICI et al., 2004). A área destinada à fruticultura no Brasil é de aproximadamente 1,9 milhão de hectares. As frutas que mais contribuíram no volume total da produção brasileira foram a laranja, banana, abacaxi, melancia e mamão, que, juntas, somaram, entre 2010 e 2011, aproximadamente 30 milhões de toneladas (FACHINELLO et al., 2011). De janeiro a julho de 2013, foram exportados pelo Brasil 1,8 milhão de litros de suco de uva concentrado (IBRAVIN, 2014). Além disso, em regiões específicas, como a serra gaúcha e a região de Petrolina (PE), há significativa utilização de uva para produção de vinhos e espumantes. A produção brasileira estimada de laranjas, no ano de 2014, foi de 18 milhões de toneladas, sendo que deste quantitativo, 80% foi destinado à produção de suco (MAPA, on line). A produção de figos no Rio Grande do Sul, no ano de 2013, esteve na ordem de 10.000 toneladas, enquanto que a de goiabas foi de aproximadamente 6.000 toneladas (FEE, on line). Nesse contexto, são gerados grandes e variáveis volumes de subprodutos (bagaços e cascas) a partir da industrialização, principalmente para a produção de vinhos, geleias e descarte de frutas fora do padrão comercial. Isto, para várias indústrias, além de representar custo, são um passivo ambiental. Por isso, estes subprodutos podem ser utilizados como ingredientes para a confecção de dietas para peixes. A procura por alimentos alternativos para dietas na piscicultura tem encontrado nos coprodutos da agroindústria de frutas uma possibilidade para substituir cereais tradicionais, visando uma redução nos custos com a alimentação (SANTOS et al., 2009), reduzindo oimpacto ambiental causado pelo descarte inadequado desses resíduos a céu aberto (LEMOS et al., 2011). Resíduos oriundos da fruticultura podem ser alternativas interessantes em dietas para peixes. Para tilápia (Oreochromis niloticus), o farelo de coco (20,35% PB) como fonte proteica e o resíduo de Utilização de resíduos de frutas em dietas... 229 Bol. Inst. Pesca, São Paulo, 41(2): 227 – 237, 2015 goiaba (5.389 kcal kg-1 de EB) como fonte enérgica são alimentos potenciais, devido à composição química e boa digestibilidade apresentada (SANTOS et al., 2009). O farelo de coco também pode ser utilizado em até 25% na dieta de tambaqui, não causando prejuízos ao desempenho zootécnico do peixe, mostrando-se alternativa interessante para diminuição de custos da dieta (LEMOS et al., 2011). A inclusão de até 33% de farinha de manga como fonte energética pode ser utilizada em dietas para tilápia sem afetar o desempenho e a composição corporal (SOUZA et al., 2013). O crescimento é um dos parâmetros mais utilizados para medir a resposta dos animais em relação à mudança de um ingrediente na dieta, entretanto, outras variáveis, como as atividades das enzimas digestivas, podem refletir a capacidade adaptativa de espécies de peixes frente à manipulação de componentes das dietas (ALMEIDA et al., 2006). Relacionar estas variáveis torna-se fundamental para compreender a capacidade digestiva e absortiva e seus reflexos sobre o desempenho dos animais. Para a avaliação de ingredientes alternativos é interessante verificar o perfil enzimático do peixe estudado, pois a partir destes dados, é possível visualizar a habilidade que a espécie tem em utilizar os nutrientes presentes nestas fontes (LUNDSTEDT et al., 2004). Porém, de acordo com os autores, há necessidade de relacionar estas respostas bioquímicas com o desempenho do animal, que é a proposta deste trabalho. Levando-se em consideração a busca de alternativas para fontes tradicionais utilizadas em rações, este trabalho foi realizado para avaliar a utilização de resíduos de frutas em dietas para juvenis de piava (L. obtusidens). MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido no Laboratório de Piscicultura, do Departamento de Zootecnia e Ciências Biológicas, da Universidade Federal de Santa Maria, campus de Palmeira das Missões – RS (altitude de 639 m, longitude oeste 53°18'49'', latitude sul). O ensaio teve duração de 45 dias. Utilizou-se, para a criação dos peixes, um sistema de recirculação de água, composto por 12 tanques de polipropileno (capacidade de 100 L), entrada e saída de água individual, integrados a um biofiltro (pedra britada) e providos de termostatos para controle de temperatura da água. A água de abastecimento foi proveniente de poço artesiano. Foram utilizados 180 juvenis de piava (peso inicial = 9,53 ± 1,82 g), totalizando 15 peixes por tanque, com quatro tratamentos (dietas com diferentes fontes de resíduos de frutas) e três repetições. Todos os procedimentos experimentais foram autorizados pelo Comitê de ética no uso de animais (CEUA) da UFSM – RS (parecer 024/2013). Avaliou-se a utilização de resíduos de uva, laranja, goiaba e figo (tratamentos). Todos os resíduos de frutas utilizados nas dietas foram obtidos no setor de fruticultura do Colégio Politécnico da Universidade Federal de Santa Maria – RS. Os resíduos de uva e laranja foram obtidos a partir do bagaço, após extração do suco. Foram utilizados goiabas e figos inteiros que não estavam em condições de serem comercializados ou processados. Os resíduos foram triturados em cortador elétrico (Metvisa, modelo CUT 2.5, 1.650 rpm), com exceção do resíduo de uva, e secos em estufa a 50°C; posteriormente foram moídos em micro moinho (Marconi, modelo MA-630/1). A formulação das dietas experimentais foi composta somente por ingredientes vegetais (Tabela 1), adaptada de RADÜNZ NETO et al. (2006). Todos os ingredientes foram analisados no Laboratório de Bromatologia da UFSM/Campus Palmeira das Missões - RS. Os níveis de inclusão dos resíduos de frutas foram adicionados para reduzir o teor de milho das dietas, tentando manter um equilíbrio energético. Para a fabricação das dietas, os ingredientes de cada ração experimental foram pesados e posteriormente misturados, através de amassadeira, até completa homogeneização. Após, foi adicionada água na mistura e realizada a peletização, sendo depois levada para secagem em estufa de circulação de ar forçado por 48 h a uma temperatura de 55 ºC. Depois da secagem, as rações foram novamente moídas e, posteriormente, peneiradas para a obtenção de grânulos de acordo com o tamanho dos peixes. 230 LAZZARI et al. Bol. Inst. Pesca, São Paulo, 41(2): 227 – 237, 2015 Tabela 1. Formulação e composição das dietas experimentais com diferentes fontes de resíduos de frutas para juvenis de piava, Leporinus obtusidens. Ingredientes (%) DIETAS* Uva Figo Laranja Goiaba Farelo de soja 38 38 38 38 Uva 7 -- -- -- Figo -- 10 -- -- Laranja -- -- 8 -- Goiaba -- -- -- 7 Glúten de trigo 15 15 15 15 Milho 15 12 15 14 Farelo de arroz 17 17 17 17 Óleo de soja 3 3 3 3 Vitaminas e minerais 3 3 3 3 Fosfato 1 1 1 1 Sal 1 1 1 1 Composição (%)** Matéria Seca (MS) 94,16 93,16 93,53 93,87 Proteína Bruta (PB) 31,80 30,16 31,35 31,09 Matéria Mineral (MM) 9,65 9,82 9,69 9,86 Lipídios (LIP) 8,41 8,81 7,53 7,63 Fibra em detergente Neutro (FDN) 18,71 16,49 17,56 17,35 Extrativo não nitrogenado (ENN)*** 31,43 34,72 33,87 34,07 Energia bruta (EB; kcal kg-1)*** 3.857,945 3.937,82 3.854,58 3.857,19 *Formulação adaptada de RADÜNZ NETO et al. (2006); **Valores analisados. ***Valores determinados por cálculo: ENN = 100 – (PB + MM + lip + FDN) e EB = (PB x 5,65) + (EE x 9,4) + (ENN x 4,15)] x 10. Composição analisada das fontes de resíduos: uva (6,98% PB, 6,7% lipídios); figo (4,86% PB, 1,72% lipídios); goiaba (7,0% PB, 5,3% lipídios); laranja (6,42%PB, 2,4% lipídios). Para manutenção da qualidade da água (Tabela 2), foram realizadas limpezas semanais dos encanamentos que compõe o sistema de criação, sifonagem diária dos resíduos dos tanques e do biofiltro. Diariamente foi mensurada a temperatura (ºC), pela manhã e tarde. A cada dois dias, foi mensurada amônia total (mg L-1), nitrito (mg L-1), oxigênio dissolvido (mg L-1) e pH. Semanalmente, foram avaliadas a alcalinidade (mg CaCO3 L-1) e dureza (mg CaCO3 L-1). Para a aferição da temperatura, foi utilizado termômetro com bulbo de mercúrio; para o oxigênio, oxímetro digital (Marca/modelo: YSI ProDO®); para o pH, foi usado um pHmetro digital (marca/modelo: YSI F1100®) e, para as demais análises, foi utilizado kit colorimétrico (marca: Alfa- Tecnoquímica®). A água utilizada para a realização das análises foi sempre coletada na entrada do primeiro filtro biológico, antes da sifonagem diária. Tabela 2. Parâmetros físico-químicos da água (média ± desvio padrão) do sistema de criação de piava, Leporinus obtusidens. Parâmetro Média ± DP Temperatura manhã (ºC) 22,00 ± 4,20 Temperatura tarde (ºC) 23,04 ± 4,06 Oxigênio dissolvido (mg L-1) 7,00 ± 0,75 Amônia total (mg L-1) 1,31 ± 0,87 Nitrito (mg L-1) 0,065 ± 0,04 Alcalinidade (mg CaCO3 L-1) 63,33 ± 14,06 Dureza (mg CaCO3 L-1) 62,33 ± 4,80 pH 7,34 ± 0,47 Utilização de resíduos de frutas em dietas... 231 Bol. Inst. Pesca, São Paulo, 41(2): 227 – 237, 2015 Os peixes foram alimentados duas vezes por dia (9:00 h e 16:00 h), numa proporçãode 5% do peso vivo. Semanalmente, para o ajuste da quantidade de fornecimento da dieta, tomou-se a medida de biomassa de todos os peixes de cada unidade experimental. Para avaliação do crescimento dos peixes, foram realizadas duas biometrias, no início e ao final do experimento, onde se coletou medidas de todos os peixes. Os dados coletados foram: peso (P; g), comprimento total (CT; cm) e comprimento padrão (CP; cm), com o auxílio de ictiômetro graduado. Também foram avaliados os seguintes parâmetros: - sobrevivência (%); - taxa de crescimento específico (TCE; % dia-1): TCE = [ln (peso final) – ln (peso inicial)] /dias) x 100; - ganho em peso relativo (GPR; %): GPR = ((peso final – peso inicial) /peso inicial) x 100; - fator de condição (FC): FC = [(Peso x 100) / (Comprimento total3)]. Em todos os procedimentos, os peixes foram previamente submetidos à sedação utilizando o anestésico benzocaína (35 mg L-1) diluído em água. Ao final do experimento, os peixes foram abatidos por secção medular, medidos e pesados, e foram realizadas coletas de 1 mL de sangue de 6 peixes por tratamento, por punção na veia caudal, para determinação de glicose plasmática através de leitura com aparelho medidor portátil (Accu- check Active®). Coletaram-se amostras de intestino de outros seis peixes por tratamento para análises enzimáticas, os quais foram posteriormente homogeneizados com solução tampão pH 7,0 e centrifugados (1.000 g, 10 min). O sobrenadante foi armazenado (-18 ºC) para a realização dos ensaios enzimáticos. As atividades de tripsina e quimotripsina foram determinadas segundo o método descrito por HUMMEL (1959). Foram usados N-p-Tosyl-L-arginine methyl ester hydrochloride (TAME) e N-Benzoyl-L-tyrosine ethyl ester (BTEE) como substratos para determinar tripsina e quimotripsina, respectivamente. Uma unidade de ambas as enzimas foi definida como a quantidade de enzima necessária para hidrolisar 1 g de substrato (TAME ou BTEE) por min mg-1 proteína. A atividade da lipase foi mensurada utilizando-se o substrato p-fenil meristato, de acordo com GAWLICKA et al. (2000). Uma unidade desta enzima foi definida como 1 µg de substrato min-1, sendo a atividade da enzima expressa em min mg-1 de proteína. Foram realizadas análises de composição química corporal de nove peixes por tratamento, para determinar a quantidade de cinzas, matéria seca, lipídios e proteína bruta. A umidade foi determinada pela perda de peso após 4 h a 60 ºC em estufa com circulação forçada de ar, seguida de 8 h a 105 ºC. Por diferença, determinou-se a matéria seca. O conteúdo de cinzas foi determinado a 550 ºC (método 923.03) de acordo com AOAC (1995). A proteína bruta (N x 6,25) foi determinada pelo método de micro Kjeldahl (método 960.52) (AOAC, 1995). Os lipídios foram quantificados seguindo o método de BLIGH e DYER (1959). Todas as análises foram realizadas em duplicata. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com quatro tratamentos (laranja, uva, figo e goiaba) e três repetições. Os dados obtidos foram submetidos a teste de normalidade (Shapiro-Wilk) e, posteriormente, à Análise de Variância. Quando as médias apresentaram diferença significativa (p<0,05), foram comparadas pelo teste de Duncan. Para todos os procedimentos estatísticos, foi utilizado o software “Statistical Analysis System” (SAS®, 2011). RESULTADOS As dietas contendo os resíduos de frutas avaliados (laranja, uva, goiaba e figo), não influenciaram (p>0,05) o desempenho dos peixes (Tabela 3). Foram observadas diferenças (p<0,05) nas atividades de lipase e tripsina entre os tratamentos avaliados. A atividade da lipase foi maior nos peixes submetidos a dietas contendo resíduo de uva e figo. A atividade de tripsina foi menor nos peixes alimentados com resíduo de laranja. Não foram verificadas diferenças (p>0,05) na atividade de quimotripsina e glicose plasmática dos peixes que receberam as diferentes dietas (Tabela 4). 232 LAZZARI et al. Bol. Inst. Pesca, São Paulo, 41(2): 227 – 237, 2015 Tabela 3. Parâmetros de crescimento de piavas, Leporinus obtusidens, alimentadas com rações contendo diferentes fontes de resíduos de frutas (média ± desvio padrão). Parâmetros Dietas Figo Laranja Goiaba Uva p PI (g) 9,93 ± 0,30 8,65 ± 1,15 9,56 ± 0,12 9,42 ± 0,49 0,42 PM (g) 14,23 ± 1,23 11,88 ± 1,59 13,33 ± 0,24 13,74 ± 0,81 0,17 CTM (cm) 10,80 ± 0,79 9,88 ± 0,38 10,29 ± 0,05 10,40 ± 0,22 0,53 COM (cm) 8,74 ± 0,44 8,11 ± 0,33 10,51 ± 1,97 8,50 ± 0,22 0,57 FC 1,15 ± 0,08 1,21 ± 0,03 1,22 ± 0,04 1,22 ± 0,01 0,45 TCE (% dia-1) 0,78 ± 0,12 0,70 ± 0,01 0,73 ± 0,03 0,83 ± 0,03 0,47 GPR (%) 42,76 ± 8,02 37,35 ± 0,83 39,37 ± 1,68 45,85 ± 1,89 0,47 PI = Peso médio inicial; PM = Peso médio final; CTM = Comprimento total médio; COM = Comprimento padrão médio; FC = Fator de condição; TCE = Taxa de crescimento específico; GPR = Ganho em peso relativo; p = significância. As medidas de desempenho foram tomadas de todos os indivíduos ao final do ensaio (n = 45). Tabela 4. Atividade de enzimas digestivas e glicose de juvenis de piavas, Leporinus obtusidens, alimentados com rações com diferentes fontes de resíduos de frutas (média ± desvio padrão) (n = 6). Variáveis1 Dietas Figo Goiaba Laranja Uva p Lipase 4,80 ± 0,35ª 3,84 ± 0,30b 2,68 ± 0,17c 5,08 ± 0,27a 0,0001 Quimotripsina 2.708,69 ± 212,42 2.908,96 ± 183,83 2.553,58 ± 101,4 3062 ± 267,04 0,32 Tripsina 4,05 ± 0,25ª 3,56 ± 0,14ab 3,03 ± 0,15b 4,26 ± 0,44a 0,02 Glicose plasmática 69,16 ± 5,78 71,75 ± 4,31 77,00 ± 4,91 65,80 ± 4,97 0,54 1Lipase = µg substrato hidrolisado por minuto/mg proteína; Quimotripsina = µmol BTEE hidrolisado por minuto/mg proteína. Tripsina = µmol TAME hidrolisado por minuto/mg proteína; Glicose plasmática = (g dL-1). p = significância. Médias com letras subscritas diferentes, na linha, apresentam diferença significativa pelo teste de Duncan. Não foram observadas diferenças significativas (p>0,05) na matéria seca, gordura corporal, proteína bruta e matéria mineral dos peixes (Tabela 5). Tabela 5. Parâmetros de composição corporal (%) de piavas, Leporinus obtusidens, alimentadas com rações com diferentes fontes de resíduos de frutas (média ± desvio padrão) (n = 9). Dietas Figo Goiaba Laranja Uva P Matéria Seca (%) 29,12 ± 0,07 29,93 ± 0,03 29,49 ± 0,24 29,61 ± 0,23 0,06 Cinzas (%) 3,62 ± 0,05 3,66 ± 0,10 4,18 ± 0,19 3,68 ± 0,16 0,06 Proteína Bruta (%) 16,63 ± 0,44 16,60 ± 0,40 16,57 ± 0,07 16,45 ± 0,27 0,98 Lipídios (%) 10,69 ± 0,50 11,17 ± 0,22 10,20 ± 1,53 10,44 ± 1,04 0,88 p = significância (Teste de Duncan). DISCUSSÃO Com os dados obtidos neste estudo, observou-se uma boa perspectiva de inclusão dos resíduos de frutas avaliados em dietas para juvenis de piava, sendo importante salientar que são as primeiras informações neste tema com a espécie. O crescimento das piavas obtidos no presente estudo corroborou resultados obtidos em outros trabalhos com esta espécie (RADÜNZ-NETO et al., Utilização de resíduos de frutas em dietas... 233 Bol. Inst. Pesca, São Paulo, 41(2): 227 – 237, 2015 2006). Ensaios experimentais demonstram que a inclusão de ingredientes como farinha de carne e ossos ou farelo de soja pode ser utilizada na formulação de dietas para piava sem comprometer o crescimento (FILIPETTO et al., 2005; RADÜNZ-NETO et al., 2006). A utilização de 25% e 50% de inclusão de glúten de trigo em substituição ao fígado bovino aumentou a taxa de crescimento específico de piavas (FILIPETTOet al., 2005), indicando que o uso de ingredientes vegetais proporciona bons resultados no desempenho da espécie. Piavas alimentadas com dietas contendo farelo de linhaça em substituição ao farelo de soja, com composição das dietas similares às utilizadas no presente estudo, apresentaram fator de condição entre 1,14 a 1,17 (PIANESSO et al., 2013; RADÜNZ NETO et al., 2006; FILIPETTO et al., 2005). A utilização dos resíduos de frutas não alterou o desempenho zootécnico dos peixes. Isto pode estar relacionado ao hábito alimentar onívoro da espécie (RADÜNZ NETO et al., 2006). Peixes do gênero Leporinus, como o piavuçú, apresentam boa digestibilidade dos ingredientes de origem vegetal (GONÇALVES e FURUYA, 2004). O bom crescimento obtido nos peixes, em todos os tratamentos, pode estar associado com as estruturas especializadas encontradas no intestino anterior da piava, os cecos pilóricos, que possuem características histológicas e histoquímicas semelhantes às do intestino adjacente (ROTTA, 2003). Estas estruturas servem para aumentar a superfície de contato com o alimento, resultando em maior aproveitamento. Estas características da espécie podem explicar o bom aproveitamento das dietas experimentais. A manipulação de fontes proteicas das dietas pode influenciar no crescimento e na composição corporal (PIANESSO et al., 2013). Juvenis de piava alimentados com dieta contendo farelo de soja apresentaram maior peso aos 60 dias, quando comparado aos peixes que receberam dietas contendo levedura de cana e farinha de carne e ossos, evidenciando a capacidade desta espécie em aproveitar alimentos de origem vegetal (RADÜNZ NETO et al., 2006). Nas dietas utilizadas no trabalho supracitado, a fonte energética utilizada foi o milho, ingrediente com custo muito variável, vinculado ao mercado internacional. A possibilidade de incluir resíduos de frutas em dietas para a piava pode auxiliar na redução de custo da dieta, substituindo parcialmente o milho, bem como também minimizar os passivos ambientais nas agroindústrias. Estes subprodutos, na maioria das vezes, não são aproveitados na cadeia da fruticultura, pois não apresentam valor comercial e são potenciais contaminantes do ambiente, pelo acúmulo de grandes quantidades, como observado na indústria vitivinícola. Para outras espécies de peixe, a inclusão de resíduos de frutas na dieta também não influenciou no ganho em peso. A utilização de farelo de resíduo de manga para tilápia-do-nilo (Oreochromis niloticus) (LIMA et al., 2011), e a inclusão de farelo de coco em dietas para tambaqui (Colossoma macropomum) (LEMOS et al., 2011) não afetaram os parâmetros de crescimento. Para o tambaqui, a inclusão de 50 % farinha de manga e 23% de proteína, tendo como fonte principal o farelo de soja na dieta, promove um maior desempenho (BEZERRA, et al., 2014). Estes resultados reforçam a possibilidade do uso de resíduos oriundos da fruticultura como alternativa na formulação de dietas para piavas. Entretanto, estudos precisam ser conduzidos para determinar o melhor nível de inclusão de cada fonte de resíduo para cada espécie de peixe. A inclusão em um nível excedente pode causar prejuízos ao desempenho. Para a tilápia, o uso de farinha de manga como fonte de carboidrato nas dietas afetou negativamente o peso final dos peixes, quando a substituição foi superior a 33% do milho (SOUZA et al., 2013). A quantidade de fibras de uma fruta, ou até mesmo algum fator antinutricional, podem ser responsáveis por esse efeito negativo no desempenho. No presente trabalho, os teores de fibra em detergente neutro (FDN) das dietas foram muito similares, o que provavelmente não influenciou na velocidade de passagem e, por consequência, não alterou o aproveitamento das rações. A substituição do farelo de soja pelo farelo de linhaça para piava (PIANESSO et al., 2013) e o cozimento de dietas contendo farinha de trigo e de milho em dietas para a mesma espécie (LAZZARI et al., 2007) não causaram efeito sobre o comprimento total e padrão dos peixes. Os autores constataram que um melhor desempenho 234 LAZZARI et al. Bol. Inst. Pesca, São Paulo, 41(2): 227 – 237, 2015 dos peixes dos tratamentos onde se utilizou o cozimento dos ingredientes era esperado, pela maior digestibilidade de carboidratos, melhorando, inclusive, o aproveitamento da proteína. Porém os resíduos de frutas utilizados no presente trabalho não foram submetidos a nenhum processo envolvendo calor. A atividade da tripsina dos peixes foi maior quando se utilizou resíduos de figo e uva nas dietas, comparada aqueles submetidos a dietas que continham resíduo de laranja. Esta observação pode ser explicada pelo fato da variação na atividade enzimática desta protease alcalina estar associada à adaptação bioquímica às dietas e não ao desempenho (BEZERRA et al., 2014). De modo geral, estas alterações da atividade enzimática são decorrentes dos nutrientes, além dos hábitos alimentares das espécies (MELO et al., 2006). A lipase é mais influenciada pela temperatura da água, porém, também pode aumentar quando há maior consumo de ração, uma vez que a maior concentração de substrato pode estimular o pâncreas a produzir maiores quantidades desta enzima, aumentando a eficiência de aproveitamento dos lipídeos (MOURA et al., 2012). No presente estudo, a maior atividade de lipase foi observada nas piavas alimentadas com as dietas contendo resíduos de uva e figo, coincidindo com a maior quantidade de lipídios das rações formuladas com esses resíduos. Alguns alimentos, como a soja, possuem fatores antinutricionais que são inibidores de tripsina, que impedem a completa utilização de suas proteínas pelo organismo, paralisando a ação desta enzima. A composição da dieta e o hábito alimentar de cada espécie pode influenciar a atividade enzimática dos peixes (RAY, 1988). A inclusão de farelo de soja como fonte proteica em dietas para o jundiá reduziu a atividade da quimotripsina e tripsina (LAZZARI et al., 2010). A inclusão de farelo de algodão em dietas para piavuçu (Leporinus macrocephalus) acarretou em diminuição da deposição de proteína na carcaça, pois a presença do gossipol no farelo de algodão faz com que ocorra menor aproveitamento dos aminoácidos pelo peixe (SOUZA et al., 2004). A substituição de farelo de soja pelo farelo de gergelim em tilápias também ocasionou uma baixa digestibilidade dos nutrientes, devido ao ácido fítico presente na fonte alternativa testada (GUO et al., 2011). Estes fatores podem também explicar a diminuição da atividade enzimática da tripsina quando adicionado resíduo de laranja na dieta e a diminuição da lipase nas dietas contendo resíduo de goiaba e laranja. A determinação da glicose plasmática é importante para avaliar como as alterações nas dietas podem alterar o metabolismo dos peixes, além de servir como indicativo de saúde (KUMAR et al., 2010). Da mesma forma que neste presente trabalho, a substituição do farelo de soja por farelo de linhaça (um ingrediente alternativo) para piavas não modificou os níveis da glicose plasmática (PIANESSO et al., 2013). A composição corporal das piavas não foi afetada por nenhuma das fontes de resíduos de frutas incorporadas nas rações. Os resíduos de algumas frutas podem trazer melhoras nos parâmetros de composição corporal como a substituição de 66% do milho da dieta por farinha de manga para tilápia, que acarretou em aumento na proteínabruta retida na carcaça (SOUZA et al., 2013). O farelo de coco pode ser utilizado em até 30% de substituição ao farelo de soja nas dietas de tilápias, não modificando a composição centesimal do filé, mantendo o valor nutricional e a qualidade para o consumo humano (OMENA et al., 2010). Sendo assim, a inclusão de resíduos de frutas pode melhorar ou prejudicar os parâmetros de composição corporal de peixes cultivados, dependendo do nível de resíduo presente na dieta, do hábito alimentar e da capacidade de adaptação fisiológica da espécie. De maneira geral, as dietas para as espécies do gênero Leporinus e demais espécies nativas não atendem as exigências nutricionais, o que afeta diretamente a velocidade de crescimento, conversão alimentar, custo de produção, qualidade da carne e, ainda, predisposição a doenças (REYNALTE-TATAJE e ZANIBONI- FILHO, 2010). Para tanto, torna-se necessário mais pesquisas envolvendo a temática nutrição para essas espécies, em especial a piava, de forma que esta possa ser cultivada e comercializada, contribuindo, assim, para a piscicultura nacional. Da mesma forma, a determinação mais apurada de exigências nutricionais, limites de utilização de Utilização de resíduos de frutas em dietas... 235 Bol. Inst. Pesca, São Paulo, 41(2): 227 – 237, 2015 fontes na formulação, ensaios de digestibilidade, disponibilidade e custo são importantes para otimizar o manejo alimentar e a fabricação de rações completas para a espécie. A utilização de diferentes fontes de resíduos de frutas para piava não ocasionou diferenças nos parâmetros de crescimento e de composição corporal. Os resíduos de figo, uva e goiaba aumentaram a atividade de algumas enzimas ligadas ao metabolismo proteico e lipídico, o que pode proporcionar melhor eficiência alimentar a longo prazo. Para elucidar estas dúvidas, mais estudos deverão ser conduzidos. CONCLUSÕES É possível a utilização dos resíduos de uva, figo, laranja e goiaba em 7, 10, 8 e 7% de inclusão, respectivamente, em dieta de juvenis de piava. REFERENCIAS ALMEIDA, L.C.; LUNDSTEDT, L.M.; MORAES, G. 2006 Digestive enzyme responses of tambaqui (Colossoma macropomum) fid on different levels of protein and lipid. Aquaculture Nutrition, 12(6): 443-450. 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