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1 REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DE PROPRIEDADES RURAIS CLÁUDIO MARTINS GARCIA FELIPE VILLEGAS VIEIRA THALES RIBEIRO TEIXEIRA WANDERLEY ANDERSON DE CAMPOS Jacareí – SP 2021 2 CLAUDIO MARTINS GARCIA FELIPE VILLEGAS VIEIRA THALES RIBEIRO TEIXEIRA WANDERLEY ANDERSON DE CAMPOS REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DE PROPRIEDADES RURAIS Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso Técnico em Agrimensura, da instituição de ensino Etec Cônego José Bento, orientado pela professora Rangelma Nascimento, como requisito para obtenção do título de técnico em Agrimensura. Jacareí- SP 2021 3 AGRADECIMENTOS Gostaríamos de agradecer a todos que participaram de alguma forma em nosso processo de formação, em especial aos professores que nos prepararam para podermos fazer nossa conclusão de curso, e por fim estarmos prontos para trilhar uma nova trajetória em nossas vidas. 4 DEDICATÓRIA Queremos dedicar este trabalho as nossas famílias que nos apoiam sempre que necessário, fortalecendo o nosso objetivo de alcançar novos horizontes. 5 RESUMO O geoprocessamento é um conjunto de tecnologias e técnicas que vem sendo amplamente difundida e utilizada de forma multidisciplinar. Na regularização dentre outras maneiras, o geoprocessamento pode ser utilizado com GPS e sistema de informações Geográficas – SIG, em que se incorporam funções de banco de dados espaciais e convencionais. No presente trabalho foram aplicadas as técnicas de geoprocessamento com o objetivo de facilitar e propiciar as melhores condições para otimização do processo de georreferenciamento em pequenas propriedades rurais e a inclusão social de moradias localizadas em assentamentos irregulares, provendo de informações importantes sobre a área com coordenadas através de vértices de fácil acesso e localização. Palavras – chave GEORREFERENCIAMENTO, CAR, INCRA. 6 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS APP Área de Preservação Permanente ART Anotação de Responsabilidade Técnica CAR Cadastro Ambiental Rural CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente CAR Cadastro Ambiental Rural CCIR Certificado de Cadastro de Imóveis Rurais CNIR Cadastro Nacional de Imóveis Rurais GPS Global Positioning System HÉ Hectare IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística INCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária ITR Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural MP Medida Provisória NTGIR Norma Técnica para Georreferenciamento de Imóveis Rurais PC Ponto de Controle PRA Programas de Regularizações Ambientais RL Reserva Legal SIG Sistema de informações Geográficas SIGEF Sistema de Gestão Fundiária SINIMA Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente SISCAR Sistema de Cadastro Ambiental Rural UTM Projeção Universal Transversa de Mercator 7 Sumário 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 8 2. JUSTIFICATIVA ................................................................................................................ 9 3. OBJETIVOS ...................................................................................................................... 9 3.1 GERAIS .......................................................................................................................... 9 3.2 ESPECÍFICOS ............................................................................................................. 10 4. METODOLOGIA DE PESQUISA ................................................................................. 10 5. PESQUISAS BIBLIOGRÁFICA .................................................................................... 11 5.1 INCRA ........................................................................................................................... 11 5.2 GEORREFERENCIAMENTO ................................................................................... 11 5.3 SIGEF ........................................................................................................................... 12 5.4 CAR ............................................................................................................................... 13 5.5 SICAR ........................................................................................................................... 15 5.6 LEIS E DECRETOS .................................................................................................... 17 5.7 MANUAL TÉCNICO DE LIMITES E CONFRONTAÇÕES ................................... 18 6. CONCLUSÃO .................................................................................................................... 20 7. REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 21 8 1. INTRODUÇÃO Problemas vinculados ao domínio da propriedade sempre existiram e por isso a necessidade de buscar novas estratégias para realizar a regularização fundiária. A regularização fundiária consiste no conjunto de medidas jurídicas, ambientais e sociais com o objetivo de assentar e titular as pessoas ocupantes de terras em áreas rurais nesta ação o proprietário tem a garantia de função social rural e direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. As medidas sociais, por sua vez, especialmente nas ocupações por famílias de baixa renda, (mas não excluindo as demais populações), de forma a propiciar o exercício digno do direito à moradia e à cidadania, proporcionando qualidade de vida. Recentemente, foram criados mecanismos que tratam de agilizar o processo de regularização fundiária, modernizando alguns aspectos da lei, visando beneficiar cerca de 300.000 famílias com títulos da terra. De acordo com esta nova legislação, imóveis de até 15 módulos fiscais poderão ser declarados pelo próprio ocupante da propriedade, estando sujeito as responsabilidades penais, civis e administrativas, porém a maioria dos proprietários não tem conhecimento suficiente para fazer tal pedido. Porém, ainda, relata-se que desde a criação do INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) na década de 70, foram implantados 9.649 assentamentos para 974.073 famílias, porém apenas 5% dessas famílias foram consolidadas e somente 6% receberam os títulos da terra. Sendo assim o profissional de agrimensura encontra um nicho de mercado a ser explorado, podendo oferecer este trabalho de forma completa e satisfatória. Uma das exigências é o CAR (Cadastro Ambiental Rural) que pode ser feito pelo dono da propriedade, porém exige o uso das novas tecnologias e neste caso nem sempre estas pessoas têm conhecimento suficiente para fazê-lo. Em caso de necessidade, o proprietário deverá aderir ao programa de regularização ambiental (PRA), contudo, para isso a lei permite autilização de drones e outras ferramentas de tecnologia para fazer a checagem da área. O processo ocorrerá de forma digital e será enviado os dados de forma on-line para agilizar na hora de ocorrer a emissão do CCIR (Certificado de Cadastro de Imóveis Rurais) 9 Portanto, neste trabalho forneceremos aos proprietários de imóveis rurais as informações necessárias para uma completa regularização, fazendo o Georreferenciamento, Memorial Descritivo, CAR, CCIR, e demais serviços que se fizerem necessário para agilizar o processo, trazendo resultados rápidos para os clientes e bom retorno de trabalho e remuneração para nós profissionais da área de atuação. 2. JUSTIFICATIVA A regularização fundiária objetiva garantir não apenas direitos fundamentais, mas também a condição social, tudo isso faz parte de uma política fundiária que também investe no bem-estar econômico das famílias que poderão obter autonomia financeira juntos aos bancos, oferecendo como caução os direitos reais sobre imóveis públicos (FARIAS; ROSENVALD, 2009). Diante da citação acima e pesquisas realizadas, foi observado a necessidade de profissionais capacitados para atender a demanda burocrática, agilizando todo o processo de títulos de posse da propriedade, desde o início do mesmo com o georreferenciamento do imóvel rural e terminando com o registro da área no Cartório de Registro de Imóveis e outras necessidades que poderão surgir, pois umas das principais dificuldades para a execução dos projetos de regularização fundiária de interesse social é a falta de uma metodologia que seja aplicada atendendo as especificações, normas e legislação de uma forma clara, com relação aos seus processos e eficiente na sua execução. Entretanto, com o apoio de profissionais capacitados realizando esta função, a regularização fundiária dessas áreas promoverá uma reestruturação física, social e ambiental, possibilitando melhor qualidade de vida para seus ocupantes e a sua relação com o meio ambiente por meio de práticas sustentáveis 3. OBJETIVOS 3.1 GERAIS A Regularização Fundiária no contexto em que será discutido neste trabalho pode ser considerada um processo de inclusão social por meio da titularidade da posse da terra para as comunidades de baixa renda, ocupantes de terras públicas, seja em áreas da 10 União, seja em áreas estaduais e municipais, podendo ser aplicada em áreas privadas nos casos de desapropriação amigável ou não entre o poder público e o privado. O presente trabalho tem como objetivo a análise do contexto fundiário rural, e suas peculiaridades, pois já se sabe que a tempos a disputa por terras geram conflitos e até mortes, tudo porque as pessoas não têm a titularidade da terra para provar que aquilo lhes pertence. 3.2 ESPECÍFICOS 3.2.1 Identificar e caracterizar os instrumentos legais para a regularização Fundiária. 3.2.2 Discutir a importância da Regularização Fundiária e analisar alternativas técnicas para o aperfeiçoamento do processo de regularização. 3.2.3 Analisar os procedimentos utilizados para o levantamento de dados em campo. 4. METODOLOGIA DE PESQUISA Para a coleta e o processamento dos dados aeroespaciais e descritivos, foram utilizados equipamentos de alto desempenho, compatíveis com as especificações técnicas exigidas pelas normas NBR 13133, execução de levantamento topográfico (ABNT, 1994) e a NBR 14166, rede de referência cadastral municipal-procedimentos (ABNT, 1998). As pesquisas cartoriais e a aquisição de publicações e de outras bases cartográficas foram limitadas aos órgãos públicos por se tratar de fontes de dados oficiais. Equipamentos utilizados para a coleta de dados: • Estação total com precisão de 2” • GPS RTK e Rover • Programa topográfico • Imagens do aplicativo google Earth • Marcos de concreto • Câmera digital • Trena 11 5. PESQUISAS BIBLIOGRÁFICA 5.1 INCRA O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) é uma autarquia do Governo Federal, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), criada a partir do decreto nº 1,110, de 09 de julho de 1970. Sua estrutura regimentar foi criada a partir do decreto nº 5.735, de 27 de março de 2006, com a redação alterada e atualizada pelo decreto nº 6.812, de 03 de abril de 2009. O INCRA tem por missão principal promover a reforma agrária de maneira justa e sistematizada, a médio e longo prazo, manter e gerir o cadastro nacional de imóveis rurais, administrar terras públicas, além de identificar e registrar, demarcar e titular terras destinadas a assentamentos e comunidades tradicionais quilombolas. As diretrizes do INCRA englobam uma democratização do acesso e do direito a terra de maneira a implementar a reforma agrária por meio de estratégia que envolvem a implantação de assentamentos sustentáveis em áreas compradas pela da União, regularizando terras públicas a serem destinadas para esses assentamentos, promovendo uma gestão mais organizada e justa da estrutura fundiária do Brasil; tudo isso, contribuindo para um desenvolvimento sustentável, para que ocorra uma desconcentração da estrutura fundiária, atualmente composta em sua imensa maioria por latifúndios. Assim, o INCRA visa também a redução da violência e da pobreza, promovendo a equidade na distribuição de terras, evitando conflitos que venham a prejudicar e causar dolo às pessoas no decorrer de disputas decorrentes da posse de terras. 5.2 GEORREFERENCIAMENTO O Georreferenciamento de Imóveis Rurais é uma ferramenta utilizada nos casos de desmembramento, parcelamento e remembramento e em qualquer situação de registro de transferência do imóvel rural, gerando uma localização real para o imóvel no planeta Terra. Ele utiliza coordenadas Georreferenciadas, com precisão posicional estabelecida pelo INCRA. Obtido através de um memorial descritivo e 12 assinado por profissional habilitado e com a devida Anotação de Responsabilidade Técnica – ART. Após a elaboração do memorial descritivo do imóvel, é necessária à sua apresentação ao INCRA, através do Sistema de Gestão Fundiária, denominada SIGEF, para que o órgão certifique que a poligonal georreferenciada não se sobrepõe a nenhuma outra constante de seu cadastro. Caso haja sobreposição no sistema, a certificação para o segundo solicitante não será emitida. Tendo que buscar alternativas que comprovem a inexatidão da certificação originária e requerer administrativa ou judicialmente o cancelamento de tal certificação, para que assim, viabilize a certificação de sua área. As principais sobreposições que ocorrem são elas: • 1ª Sobreposição com área indígena. • 2ª Sobreposição com área de interesse ambiental federal. • 3ª Sobreposição com imóveis previamente certificados. De acordo com a Lei n° 10.267 de 2001, a certificação e a procura por áreas Georreferenciadas gera uma questão de necessidade. Desde 20/11/2016 é obrigatório para propriedades com áreas a partir de 100 hectares, a partir de 20/11/2023 para propriedades a partir de 25 hectares e a partir de 20/11/2025 para todos os imóveis, sendo o SIGEF a ferramenta para a certificação da propriedade junto ao INCRA. 5.3 SIGEF Em 23 de novembro de 2013 entrou em vigor o Sistema de Gestão Fundiária (SIGEF), no qual o credenciando adquiri um certificado digital e tem acesso as funcionalidades correspondentes ao seu perfil, podendo certificar a propriedade eletronicamente, após realizar todo o procedimento de campo e processamento dos dados em programas específicos a aparelhos geodésico utilizados. (INCRA, 2013). Para o levantamento com fins de certificação, é utilizado o GPS de dupla frequência (L1/L2), com os quais se realiza a materialização dos pontos dos vértices do perímetro, em seguida do processamento dos pontos, em programas específicos, ao fim de se montar o processo juntamentecom a documentação exigida pelo INCRA. Hoje os avanços da tecnologia se dão na ciência geodésica, cartográfica e sensoriamento remoto, na qual cada vez mais se busca reduzir erros, desta forma proporcionando resultados mais seguros e precisos. 13 A aplicação do uso do GPS se restringe praticamente, ao número mínimo de satélites intervisiteis pelas duas estações, ou seja, existe um número mínimo de satélite com seus sinais capturados, o que viabilizara o seu uso a qualquer momento, sob condição atmosférica adversas, outra vantagem para a medição de áreas que ao contrário dos teodolitos e outros equipamentos manuais, este não é preciso ter contato visual com os pontos coletados. O geoprocessamento é feito da soma de um conjunto de ferramentas, que quando aplicada com uma metodologia e técnica, irá gerar leituras de pontos geograficamente posicionados. O sistema Global Positioning System (GPS), se embasa de informações fornecidas por satélites e bases fixas em pontos estratégicos, que se comunicam, informando coordenadas geográficas do globo terrestre como um todo, com maior precisão, as quais fomentam uma valiosa tecnologia de definições de métodos Cartográficos, Geodésicos, Topografia convencional entre outras. Tendo em vista o grande desenvolvimento do agronegócio no oeste baiano, a certificação e procura por áreas georreferenciadas se torna uma necessidade, sendo o SIGEF uma ferramenta criada para facilitar a certificação da propriedade junto ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). Com base nessas informações, o presente trabalho tem como objetivo relacionar os fatores positivos da implantação do Sistema de Gestão Fundiária (SIGEF) em todo território nacional que entrou em vigor em 23 de novembro de 2013, em relação a como se fazia antes a certificação e demonstrar os fatores positivos e negativos desse sistema. 5.4 CAR Criado pela Lei nº 12.651/2012, no âmbito do Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente - SINIMA, e regulamentado pela Instrução Normativa MMA nº 2 de 5 de maio de 2014, o Cadastro Ambiental Rural – CAR é um registro público eletrônico de âmbito nacional, obrigatório para todos os imóveis rurais, com a finalidade de integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais referentes à situação das Áreas de Preservação Permanente - APP, das áreas de Reserva Legal, das florestas e dos remanescentes de vegetação nativa, das Áreas de Uso Restrito e das áreas consolidadas, compondo base de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico e combate ao desmatamento. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm 14 A inscrição no CAR é o primeiro passo para obtenção da regularidade ambiental do imóvel, e contempla: dados do proprietário, possuidor rural ou responsável direto pelo imóvel rural; dados sobre os documentos de comprovação de propriedade e ou posse; e informações georreferenciadas do perímetro do imóvel, das áreas de interesse social e das áreas de utilidade pública, com a informação da localização dos remanescentes de vegetação nativa, das Áreas de Preservação Permanente, das áreas de Uso Restrito, das áreas consolidadas e das Reservas Legais. A inscrição no CAR possibilita o planejamento ambiental e econômico do uso e ocupação do imóvel rural. Representa o primeiro passo para obtenção da regularidade ambiental. Além disso, constitui-se em requisito para os seguintes programas, benefícios e autorizações: • O registro da Reserva Legal no CAR desobriga a averbação no Cartório de Registro de Imóveis; • Acesso ao Programa de Apoio e Incentivo à Conservação do Meio Ambiente e aos Programas de Regularização Ambiental – PRA; • Obtenção de crédito agrícola, em todas as suas modalidades, com taxas de juros menores, bem como limites e prazos maiores que o praticado no mercado, em especial após 31 de dezembro de 2017, quando o CAR será pré-requisito para o acesso a crédito; • Contratação do seguro agrícola em condições melhores que as praticadas no mercado; • Geração de créditos tributários por meio da dedução das Áreas de Preservação Permanente, de Reserva Legal e de uso restrito da base de cálculo do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR; • Linhas de financiamento para atender iniciativas de preservação voluntária de vegetação nativa, proteção de espécies da flora nativa ameaçadas de extinção, manejo florestal e agroflorestal sustentável realizados na propriedade ou posse rural, ou recuperação de áreas degradadas; • Isenção de impostos para os principais insumos e equipamentos, tais como: fio de arame, postes de madeira tratada, bombas d’água, trado de perfuração do solo, dentre outros utilizados para os processos de recuperação e manutenção das Áreas de Preservação Permanente, de Reserva Legal e de uso restrito, 15 • Suspensão de sanções e novas autuações em função de infrações administrativas por supressão irregular de vegetação em áreas de preservação permanente, de Reserva Legal e de uso restrito, cometidas até 22/07/2008, e suspensão da punibilidade dos crimes previstos nos art. 38, 39 e 48 da lei de crimes ambientais (lei nº 9.651/1998) associados a essas áreas; - Condição para autorização da prática de aquicultura e infraestrutura a ela associada nos imóveis rurais com até 15 (quinze) módulos rurais, localizados em áreas de preservação permanente; • Condição para autorização de supressão de floresta ou outras formas de vegetação nativa no imóvel rural; • Condição para aprovação da localização da Reserva Legal; • Condição para cômputo das Áreas de Preservação Permanente no cálculo da Reserva Legal do imóvel; • Condição para autorização da exploração econômica da Reserva Legal mediante manejo sustentável; • Condição para constituição de servidão ambiental e Cota de Reserva Ambiental, e acesso aos mecanismos de compensação da Reserva Legal; • Condição para autorização de intervenção e supressão de vegetação em Áreas de Preservação Permanente e de Reserva Legal para atividades de baixo impacto ambiental; e • Condição para autorização da continuidade das atividades agrossilvi pastoris, de ecoturismo e de turismo rural em áreas rurais consolidadas até em 22 de julho de 2008 localizadas em Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal. 5.5 SICAR Os órgãos gestores do SICAR nos Estados e no DF são responsáveis por: • Receber as inscrições dos imóveis no CAR • Definir os procedimentos para inscrição dos imóveis rurais e de assentamento de responsabilidade do Estado; • Adotar campanhas de divulgação e fornecer o apoio técnico e operacional às entidades parceiras envolvidas no atendimento e no cadastramento dos proprietários e posseiros rurais; • Realizar a análise do CAR, solicitar informações adicionais e realizar vistorias de campo, quando necessário; 16 • Habilitar instituições parceiras, estaduais e municipais, quando julgarem necessário, para a análise de cadastros e aprovação da localização da Reserva Legal proposta na inscrição do imóvel no CAR; • Gerir a base de dados estadual dos imóveis rurais; • Utilizar a base de dados do CAR para fins de controle, monitoramento ambiental, facilitação dos processos de licenciamento das atividades rurais, gestão integrada dos territórios e acompanhamento dos ativos ambientais das propriedades; • Regulamentar os Programas de Regularização Ambiental – PRA de acordo com suas especificidades. É de responsabilidade dos entes federativos que já disponham de sistema para cadastramento de imóveis rurais integrar sua base de dados ao SICAR. A inscrição do imóvel rural no CAR deverá ser feita junto ao órgão estadual competente. O cadastramento não será considerado título para fins de reconhecimento do direito de propriedade ou posse, tampouco para a necessidade de cumprimentodo disposto no Art. 2° da Lei nº 10.267, de 28 de agosto de 2001. • Módulo de Cadastro: Os entes federativos que não disponham de sistema para o cadastramento de imóveis rurais poderão utilizar o Módulo de Cadastro do SICAR, disponível no portal www.car.gov.br. O primeiro passo para cadastrar um imóvel rural no CAR, por meio do Módulo de Cadastro, consiste em selecionar, na aba “Baixar”, a sigla do Estado em que o imóvel está localizado e, caso esteja de acordo com os termos de uso apresentado, baixar e instalar o Módulo de Cadastro. É importante atentar se o computador atende aos requisitos mínimos necessários para a instalação e operação do Módulo de Cadastro. Na tela inicial, estão disponíveis as opções para efetuar o cadastro: “Baixar Imagens”, “Cadastrar”, “Gravar para Envio”, “Enviar” e “Retificar”. Após baixar as imagens, clique no botão “Cadastrar Novo Imóvel” na opção “Cadastro de Imóveis”, e selecione o tipo de imóvel que irá cadastrar, lembrando que os imóveis rurais de Povos e Comunidades Tradicionais e de Assentamentos da Reforma Agrária serão cadastrados pelos órgãos ou instituições competentes. Após identificar o cadastro, proceda à declaração dos dados e informações referentes a: identificação do proprietário ou possuidor; comprovação da propriedade ou posse; e identificação do imóvel, incluindo a localização dos remanescentes de vegetação nativa, das áreas de preservação permanente, de uso restrito, das áreas consolidadas 17 e de Reserva Legal, quando existir. Responda ao questionário fornecendo informações complementares sobre a situação do imóvel. Ao terminar o cadastro, selecione “Finalizar” e confira se as informações apresentadas no resumo estão corretas. Por fim, acesse a opção “Gravar para Envio”, efetue a gravação do cadastro finalizado e armazene o Protocolo de Preenchimento para Inscrição no CAR e o arquivo com extensão "car." gerados pelo Módulo de Cadastro. Importante: Antes de gravar o cadastro para envio, verifique se existem correções a serem realizadas. Após gravados, os cadastros não podem ser editados. Neste caso, se o arquivo com extensão “car.” não tiver sido enviado ao SICAR, com a consequente geração do Recibo de Inscrição, deverá ser preenchido um novo cadastro, em que todas as informações deverão ser novamente declaradas. Caso contrário, eventuais correções poderão ser realizadas acessando a opção "Retificar" no Módulo de Cadastro, aproveitando as informações já declaradas por meio da utilização do arquivo com extensão "car." já enviado para o SICAR, desde que o cadastro não esteja sendo analisado pelo órgão competente. 5.6 LEIS E DECRETOS • Lei nº 13.465/2017 Dispõe de novas regras para regularização fundiária e facilita a usucapião extrajudicial. O Colégio Notarial do Brasil - Seção São Paulo (CNB/SP) disponibiliza a Lei nº 13.465, publicado no Diário Oficial da União no dia 11 de julho de 2017, e reproduz abaixo: Lei nº 13.465, de 11 de julho de 2017 Conversão da Medida Provisória nº 759, de 2016 Dispõe sobre a regularização fundiária rural e urbana, sobre a liquidação de créditos concedidos aos assentados da reforma agrária e sobre a regularização fundiária no âmbito da Amazônia Legal; institui mecanismos para aprimorar a eficiência dos procedimentos de alienação de imóveis da União; altera as Leis nos 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, 13.001, de 20 de junho de 2014, 11.952, de 25 de junho de 2009, 13.340, de 28 de setembro de 2016, 8.666, de 21 de junho de 1993, 6.015, de 31 de dezembro de 1973, 12.512, de 14 de outubro de 2011, 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil), 11.977, de 7 de julho de 2009, 9.514, de 20 de novembro de 1997, 11.124, de 16 de junho de 2005, 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 10.257, de 10 de julho de 2001, 12.651, de 25 de maio de 2012, 13.240, de 30 de dezembro de 2015, 9.636, de 15 de maio de 1998, 8.036, de 11 de maio de 1990, 13.139, de 26 de junho de 2015, 11.483, de 31 de maio de 2007, e a 12.712, de 30 de agosto de 18 2012, a Medida Provisória no 2.220, de 4 de setembro de 2001, e os Decretos-Leis nos 2.398, de 21 de dezembro de 1987, 1.876, de 15 de julho de 1981, 9.760, de 5 de setembro de 1946, e 3.365, de 21 de junho de 1941; revoga dispositivos da Lei Complementar no 76, de 6 de julho de 1993, e da Lei no 13.347, de 10 de outubro de 2016; e dá outras providências.” 5.7 MANUAL TÉCNICO DE LIMITES E CONFRONTAÇÕES O novo conjunto de normas para execução de serviços de Georreferenciamento de imóveis rurais é constituído por este documento, pelo Manual Técnico de Posicionamento e pela Norma Técnica para Georreferenciamento de Imóveis Rurais (NTGIR). • O novo conjunto de normas para execução de serviços de Georreferenciamento de imóveis rurais é constituído por este documento, pelo Manual Técnico de Posicionamento e pela Norma Técnica de Georreferenciamento de Imóveis Rurais (NTGIR). • Este Manual contém as seguintes definições: - Linha Ideal: É uma linha reta (imaginária) que é apenas idealizada, mas não está associada diretamente a nenhum elemento físico. Limites com faixas de domínio não materializados e linha entre marcos implantados para fins de desmembramento são exemplos. - Corpos D’Água: Qualquer acúmulo significativo de água. Lagos, lagoas, são exemplos. - Cursos D’Água: Águas correntes, Rios, córregos, riacho, são exemplos - Canal: Canal é uma vala escavada artificialmente para a passagem da água, podendo ou não ser revestida por material que lhe dê sustentação. - Elementos Físicos: São os elementos que caracterizam em campo os limites entre imóveis, englobando aqueles constituídos por ação antrópica ou por ação natural (limite natural). - Limite de Respeito: Linha fronteiriça respeitada de forma pacífica pelos proprietários e/ou simples ocupantes, como linha divisória entre os imóveis. 19 • O imóvel rural a ser considerado nos serviços de georreferenciamento é aquele objeto do título de domínio, será atribuída uma certificação a cada imóvel, e está será descrita em matrícula própria no registro de imóveis. • Imóvel constante em documento que formaliza a aquisição da sua titularidade, podendo ser: - Área inscrita (matriculada ou transcrita1) no cartório de registro de imóveis; - Área descrita em documento ainda não registrado, mas suscetível de registro com efeito translativo de domínio ou constitutivo da propriedade formal. • Imóvel rurais passíveis de titulação são aqueles correspondentes a: - Área pública ocupada por particular, incluída em ação de regularização fundiária promovida por órgão público; - Área particular sobre a qual é exercida a posse ad (área cuja propriedade pode ser adquirida por usucapião). • Os limites devem ser identificados, levantados e descritos de forma a retratar de forma fidedigna o imóvel rural. A identificação e a descrição serão efetuadas de acordo com os parâmetros seguintes. O levantamento, por sua vez, obedecerá às regras contidas no Manual Técnico de Posicionamento. • Todo o material que subsidiou o credenciado na identificação dos limites deve ser arquivado e mantido sob a sua guarda. Faz-se necessária a manutenção desse material para sanar possíveis dúvidas ou divergências quanto à localização dos limites apresentados pelo credenciado. Tais informações poderão ser requeridas pelo INCRA, quando julgar necessário. • Dentre esses materiais, devem ser considerados: - Cópia da certidão da matrícula ou transcrição do imóvel; - Cópias das certidões das matrículas ou transcrições dos imóveis confrontantes; - Cópias de títulos de domínio. Exemplo: escritura públicas de compra e venda, formal de partilha, carta de arrematação, sentença de usucapião, dentre outros. - Cópias de peças técnicas (plantas, memoriais, cadernetas de campo, dentre outros) relacionadas ao imóvele/ou confrontantes; - Cópias de peças técnicas existentes em órgãos oficiais que 20 tratam de limites de imóveis. 6. CONCLUSÃO O referido trabalho buscou explanar que há mecanismos para sanar a situação de milhares de brasileiros de baixa renda que vivem em moradias irregulares. Como sabido, o direito à moradia como ela é a garantia constitucional a proteção e ao direito à moradia. Tendo em vista esta questão sobre os assentamentos irregulares e a inclusão social, por intermédio do trabalho exposto, apresentamos algumas ferramentas possíveis para a melhoria desta, como a regularização das propriedades ocupadas, através de fundamentos legais. 21 7. REFERÊNCIAS BRASIL, Lei Federal nº 13.465, de 11 de julho de 2017. Disponível em <https://www.in.gov.br/materia//asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/19169484 /do1-2017-07-12-lei-no-13-465-de-11-de-julho-de-2017-19169182.> BRASIL, Medida provisória nº 910, de 2019. Diário Oficial da União, Pode Executivo, Brasília, DF, 13 dez. 2019. disponível em: <https://www.congressonacional.leg.br/materias/medidas-provisorias/-/mpv/140116> FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Direitos reais. 6. ed. Rio de Janeiro: Lúmen Juris, 2009. IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 1984. Anais do Simpósio Internacional de Experiencia fundiária. disponível em <https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/bibliotecacatalogo?view=detalhes&id=21613 4> INCRA, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – Regularização Fundiária: Entenda como funciona as últimas atualizações. Disponível em https://www.google.com/amp/s/blog.aegro.com.br/regularizacao-fundiaria/amp : INCRA, Desburocratiza Processo de Regularização Fundiária no País: https://www.canalrural.com.br/noticias/incra-desburocratiza-regularizacao-fundiaria
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