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Caça as Bruxas na era Moderna Resumo

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A grande virada da Inquisição: heresias, tribunais e judeus na Península Ibérica – séculos XV-XVIII.
Marcos Schulz.
Mestrando no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Preâmbulo	
Quando se pensa em heresias, bruxas e fogueiras, logo se forma a imagem mental de uma cena tipicamente medieval, recuada tanto no tempo que até parece nunca ter acontecido – seria só mais um conto de fadas legado pelo romantismo que criou sua própria lente para olhar para a Idade Média, consagrando alguns estereótipos que cabe a nós, historiadores, destrinchar para encontrar o que não está aparente na documentação que sobreviveu até nossos dias.
Teremos ocasião, ainda, de analisar um pouco mais a fundo o papel destravador da radicalização do antijudaísmo na grande virada operada no início da era moderna a respeito das práticas inquisitoriais na Espanha e em Portugal.
Origens medievais da Inquisição
A perseguição à heresia na Europa começa desde que a Igreja Católica se afirma como mediadora legítima entre os poderes espirituais e os poderes terrenos, isso logo nos primeiros séculos da Era Cristã. [...] Para tal, é mister fazer menção à centralização da Igreja enquanto instituição, que começa a tomar forma por essa mesma época – logo se percebe que os dois movimentos estão interligados.
[...] o Concílio de Verona de 1184, é por muitos considerado o fundador da Inquisição, por isso é parada obrigatória. Ele estabelece que bispos seriam nomeados para visitar paróquias suspeitas de heresia, pelo menos duas vezes por ano. Esses bispos passaram a ser designados “inquisidores ordinários.
Caça às heresias e Sto. Domingo
Pedro Monteiro, padre dominicano português que escreveu uma “História da Inquisição”, afirmava que Domingos condenou judeus e mouros por apostasia [renegação da religião, abandono da fé] em Burgos, Castela, em 1218. Segundo ele, isso ia ao encontro da função do Santo delegada pela Santa Sé: uma vez convertidos, mas não persistentes na fé cristã, mereciam castigo. Isso teria ocorrido de forma truculenta, sobretudo na França.
Um novo policiamento e a grande virada intolerante
[...] a decisão de Latrão IV, de que o judeus deviam usar um distintivo para serem reconhecidos entre os cristãos, não foi acatada na Península. Se isso se mostrava problemático para em relação a pequenas, mas fundamentais regras, o que dizer sobre o controle de uma instituição que crescia acima da própria Igreja?
Inquisição nas mãos de reis 
[...] a Inquisição geralmente é diretamente associada ao poder da Igreja sobre tudo e todos. Veremos como isso não se sustenta totalmente.
[...] a Inquisição teria sido “uma instituição vinculada ao Estado”, apesar de seu “aparato religioso”. A lógica da relação entre Igreja e Estado reside, então, mais na questão da defesa de um sistema tradicional no qual a “heresia religiosa e a heresia política caminharam juntas.
A trajetória de Isaac Martin
[...] Portugal e Espanha serem mais de uma vez citados como lugares onde judeus não encontram misericórdia, algo que, pelo avançado do tempo, reforça o caráter progressivo da intolerância iniciada com o preconceito aos conversos no século XV
Considerações finais
As Inquisições de Navarra, da Itália e da França deram mais atenção à perseguição das bruxas, por exemplo, enquanto essa foi uma questão de somenos importância na Península. O Santo Ofício ibérico encerrou investigações sobre bruxaria em 1614 e ninguém mais foi queimado por isso, nem em Portugal nem na Espanha. As superstições e sortilégios ainda eram perseguidos e penitenciados, mas a atenção da Inquisição cada vez mais se centrou nos conversos judaizantes, até por darem um retorno mais lucrativo.
De fato, o herege queimado na fogueira não é aquele que se desviava da leitura católica da palavra revelada, mesmo quando nisso estava contido o risco de cisma, nem mesmo era o indivíduo que oferecia alternativas à Igreja enquanto mediadora entre o sagrado e o profano, mas sim, o apóstata máximo, aquele que tinha pacto com diabo, o “alumbrado” que se comunicava com Deus e desdenhava dos sacramentos, sobretudo quando se achavam em situações que levavam outros com eles.
Heréticas à margem: os estabelecidos inquisidores e as bruxas outsiders
Geraldo Pieroni doutor em História pela Université Paris-Sorbonne e Alexandre Martins doutorando em Filosofia pela PUC-PR.
Resumo
O presente artigo analisa historicamente os hereges e as heresias, particularmente a feitiçaria perseguida pela Inquisição portuguesa no período Tardo Medieval e Idade Moderna. Muitas mulheres foram acusadas de práticas desviantes que maculavam a ortodoxia religiosa. Quem determinava estas condutas consideradas fora da lei? O que legitima a criminalização de um grupo acusado de heterodoxo? As leis são filhas do tempo no qual foram produzidas e, portanto, é inequívoco o embate entre duas visões de mundo, de um lado, a concepção erudita dos juristas e teólogos os quais definem situações e comportamentos como “certos” ou “errados”; e do outro, a da cultura popular do povo supersticioso. Neste embate, as feiticeiras não tinham a mínima chance de saírem ilesas. As bruxas acuadas e punidas pelos tribunais do Santo Ofício eram mulheres que não se enquadravam na sociedade normativa imposta pela Igreja e pelo Estado? Viveram elas à margem das convenções sociais e determinaram ao seu bel prazer o próprio estilo de vida através de suas crenças e valores? Seriam as feiticeiras proscritas outsiders?
Corpo do texto
Entre as muitas heresias praticadas no tardo medievo e no início da Idade Moderna, figurava a bruxaria. O combate dos homens da lei na manutenção da ordem social se chocava com a desordem da feitiçaria.
A doutrina da Igreja católica não abria mão do primeiro mandamento da Lei de Deus: “Amar a Deus sobre todas as coisas [...] Eu sou o Senhor teu Deus. Não terás outros deuses além de mim. Não te prostrarás diante deles, nem prestarás culto, pois eu sou o Senhor teu Deus” (Ex. 20, 1-17). As feiticeiras, no entanto, ignoraram esta recomendação. Mas existem as feiticeiras? Indagam os autores do Dicionário dos Inquisidores publicado em 1494. Pergunta retórica evidentemente, pois a intenção era demonstrar que elas são verdadeiras e estão espalhadas nos quatro cantos da Europa. Este prontuário que serviu de recurso normativo tratou a feitiçaria como manifestação tipicamente feminina: É preciso dizer antes de tudo que mulheres celeradas, pervertidas por Satanás, dizem-se e crêem-se seduzidas por mentiras e enganos dos demônios [...] e as mulheres que sustentam tais propósitos? [...] E voltemos a essas feiticeiras, a essas mulheres que crêem se encontrar à noite com inúmeras outras mulheres ao lado de Diana, deusa dos pagãos... (Le Dictionnaire des Inquisiteurs, 1494, p. 410-11). Para estes juízes, a mulher é naturalmente maléfica, uma presa que, com facilidade, cai nas armadilhas e ilusões do demônio.
Em nossas pesquisas em 98 processos referentes à feitiçaria e práticas mágicas, realizadas no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Lisboa, encontramos poucas alusões aos rituais noturnos realizados para adoração ao diabo, no entanto em alguns desses processos é perceptível a efetivação destes agrupamentos.
A bruxa ameaçadora e medonha, temida pela população, é uma construção dos inquisidores os quais exageraram nas suas descrições. Excessos evidentemente aos olhos dos estudiosos de hoje, pois ao escrever a história não é admissível analisar o passado com as categorias mentais de cinco séculos posteriores. Os notários registraram, nas atas dos processos, somente aquilo que os juízes ordenavam. Uma vez nos cárceres as feiticeiras não mais representaram nenhuma ameaça aos dogmas religiosos, ao contrário, se mostraram fracas e submissas aos padres que as julgavam.
Certas acusadas, face aos juízes inquisitoriais, afirmavam que não sabiam que estavam sendo iludidas por Satanás. Ingenuidade ou esperteza? Frequentemente, elas são realmente ignorantes com relação à fé católica; entretanto, diante dos juízes edas ameaças dos enfadonhos castigos, podiam fingir-se simplórias e ingênuas. O que elas não tinham conhecimento era que os inquisidores não se deixavam impressionar pelos comportamentos das acusadas durante os interrogatórios, pois eles conheciam muito bem “as dez astúcias dos hereges para responder sem confessar” [...].
Considerações finais
Nos tempos inquisitoriais as normas eram ditadas pelos mais velhos, os legistas e eruditos teólogos. Homens da lei que defendiam energicamente a manutenção da ordem social definida por eles. Esta imposição chocava com a “desordem” da feitiçaria
Estas histórias macabras, os sortilégios profanos e as curas supersticiosas, aos olhos da lógica estabelecida dos inquisidores, revelavam pelo menos dois pontos cruciais para a condenação das feiticeiras: a negação da fé católica e a invocação ou pacto com o demônio
Era impossível não encontrar o mínimo de heresia em qualquer dos suspeitos que caíam nas redes do Santo Ofício.
A FEITIÇARIA NA EUROPA MODERNA
Laura de Mella e Souza 
Professora de História Moderna da Universidade de São Paulo
Editora ática – 1987.
O palco
Nesse horizonte de crenças, Deus e o Diabo eram onipresentes e se justificavam mutuamente, Se o monoteísmo cristão foi construído sobre a imagem positiva de Deus, como explicar a parcela de maldade que grassava pelo mundo? O Diabo era, assim, elemento complementar e indispensável à certeza da existência de Deus, "Não pode haver Deus sem o Diabo", repetiam à exaustão os demonólogos e teólogos do final da Idade Média e início da Época Moderna. P 8.
A personagem 
O substrato dessas práticas magicas era acentuadamente pagão, e a presença de animais, como o bode, remetia antes a ritos dionisíacos do que o satanismo propriamente dito. Foi na Baixa Idade média, um pouco antes de os escritos de São Tomás de Aquino ganharem notoriedade, que a magia pagã se atrelou a prática demonológica, surgindo o Príncipe das Trevas como divindade máxima a ser cultuada. A partir do século XIV, a feitiçaria clássica – maneira pela qual se designa essa nova forma de magia – ganhou configuração precisa, desenvolvendo-se com intensidade nos três séculos subsequentes para, afinal, declinar no século das Luzes. P 12.
Ultimamente, tornou-se hábito fazer distinção entre bruxa e feiticeira com base na explicação antropológica: a feiticeira invoca forças maléficas e trabalha com elas; a bruxa, por sua vez, é a própria fonte do mal, que dela emana. A diferenciação entre bruxa e feiticeira não é, entretanto, desprovida de problemas. Há línguas, como o francês, que não distinguem uma da outra, não possuindo termos adequados para tal: ambas são designadas sorciére. Por outro lado, a documentação de língua portuguesa faz uma diferenciação formal, mas não se refere a bruxas e feiticeiras como essencialmente distintas entre si: antes surgem como sinônimos, e a referência a uma ou outra parece aleatória. P 13.
A personagem – práticas
[Estereótipo de bruxa feia, medonha, nojenta, velha, exemplo: cuca]
Quem na infância não brincou de colocar ingredientes no caldeirão da bruxa, acrescentando sempre uma sujeira ou porcaria nova - taturanas esmagadas, baratas fritas, croquetes de cabelo, rabos de lagartixas? Essa figura estereotipada da bruxa já se encontrava' definida no início da Época Moderna. Mulheres sozinhas, solteironas ou viúvas constituíam a maioria das acusadas nos processos que se desenrolaram na Europa de então. Se fossem feias e velhas, a suspeita ficava ainda mais forte. P15
[A bruxa não ter honra, ligada a atos de prostituição na Espanha no século XVI] P 16.
[Diferença da bruxa da cidade e bruxa rural, na rural ela poderia ser jovem e bonita, e era responsável por trazer a seca e a improdutividade, além da incapacidade do homem de trabalhar]. Assim, quando alguém começava a prosperar inesperadamente, despertava de imediato suspeitas de bruxaria. P17 
Dinastias de bruxas: Numa sociedade pautada pela hereditariedade, havia hereditariedade diabólica. A filha de uma bruxa tinha grandes probabilidades de também se tornar bruxa. P 18.
[A bruxaria surgia para explicar eventos naturais, como a morte de crianças, a fome, peste]
Gatos e corujas eram bichos demoníacos por excelência; dependendo, da região, a bruxa tomava de empréstimo a forma de outros animais, como borboletas negras ou cães, que, no meio camponês, frequentemente tinham significado negativo. O zoomorfíssimo visava disfarçar a identidade real da rnalfeitora e possibilitar-lhe maior liberdade nas ações perniciosas. P 19.
Nutrir afeição especial por um gato chamado Germany ou Vinegar Tom, possuir pássaros ou cachorros e tratá-los com carinho chegou a custar vidas. P 20.
Perfumistas e fabricantes de filtros do amor, como as Celestinas do Renascimento; conhecedoras dos poderes curativos de certas ervas e raízes, como muitas das feiticeiras da Europa rural; assassinas de crianças e detentoras de forças negativas que lesavam plantações e colheitas, como Françouneto, existiram desde a Antiguidade. A diferença moderna residia no fato de que essas práticas, antes consideradas maIeficios, passaram a ser vistas como crime de bruxaria, realizado sob intervenção demoníaca e passível de ser punido com a forca ou a fogueira. P 20.
[sabbat, orgias com homens animais que acreditavam serem demônio, sexualização violenta que mulheres normalmente saiam sangrando] p21-23
A personagem – perseguições
A caça às bruxas foi um fenômeno moderno, e como já se disse acima, indissociável da figura da bruxa configurada a partir do século XIV. É possível tentar buscar suas origens na Alta Idade Média, em bulas papais e determinações de bispos que condenavam a utilização de amuletos, de bonecos de cera que, com fins perniciosos, enterravam-se sob as soleiras das portas, de simpatias para impedir a consumação de relações sexuais. Entretanto, destacar a continuidade não é esclarecedor: a construção da imagem da bruxa e a concomitante perseguição que contra ela se votou têm perfil moderno, específico, e se inserem num corte profundo. P 26.
[Elaboração de literaturas contra bruxas como o manual do inquisitor].
Tanto o Manual do inquisidor como o Malleus Maleficarum tiveram grande influência sobre os procedimentos adotados no final do século XV e na primeira metade do século XVI pelas inquisições ibéricas, que em Portugal e na Espanha encetaram a perseguição a hereges – mouros, judeus, conversos, bruxos, magos adivinhos. P 29.
Henningsen estima que 20.000 pessoas foram queimadas na Europa Moderna, as diferentes regiões conhecendo surtos de intensidade variável em momentos diversos. A perseguição incidiu basicamente sobre as mulheres. Em 1585, duas aldeias alemãs teriam ficado com um único habitante do sexo feminino cada. P 29-30.
A Época Moderna torturou muito mais do que a Idade Média, por tanto tempo denominada Idade das Trevas. No caso da bruxaria, havia que confessar o pacto demoníaco. P 32.
[as fogueiras não tinham o intuito de salvar a alma das bruxas, mas de colocar medo na população]. P. 33.
A crença em crimes de bruxaria cedeu lugar ao ceticismo, que passou a ridicularizá-Ia. Acreditar em bruxas tornou-se algo risível, próprio de pessoas ignorantes, incultas, desprovidas de discernimento e de razão, Esta, por sua vez, tornava-se instrumento de poder. Os philosophes da República das Letras não veriam nas bruxas os seres aterrorizadores de antes. Achavam- -nas grotescas, e as desprezavam: afinal, como diz o historia dor Lynn Thorndike, as bruxas não tinham biblioteca, eram tributárias da cultura popular e basicamente oral. Foi assim que o século XVIII deixou de temer as bruxas. P 34-35.
As teorias
[vertentes teorizam sobre a bruxaria, alguns acreditam que realmente houvem seitas e sabbats, outros que a feitiçaria realmente existiu, alguns relacionam a feitiçaria como revolta camponesa, e outros que a bruxaria é uma construção social, política e nunca existiu de fato bruxas].
Em Os demônios familiares da Europa (1975), Norman Cohn também endossa a tese de que sabbats e bruxas só existiramna imaginação dos europeus. Nessas elaborações mentais, projetavam seus demônios internos, medos e frustrações. P 47
[Repressão sexual, na minha opinião também, os sabatts são a prova disto]
[...] a caça às bruxas teria sido fenômeno exclusivamente ocidental, conhecendo o ápice em fins do século XVI e se encerrando um século depois. P 48.
A bruxaria achava-se associada às transformações do mundo rural e aos problemas de mudança ou de continuidade social e cultural. As bruxas não eram mulheres marginais ou desconhecidas; moravam nas aldeias, e todos sabiam quem eram elas. P 50
Na verdade, o que os juízes e demonólogos enxergaram como bruxaria não era senão o malefício secular, velho conhecido das aldeias e campos ingleses. P 50.
Elementos para uma conclusão
O tempo em que os animais falavam e as bruxas voavam em vassouras ficava para trás, perdido na fronteira entre a vigília e o sono. P 54.
A segunda possibilidade é antes uma glosa a Einstein, e uma provocação. Costumava ele dizer que, para enveredar no caminho da ciência, era necessário se afastar de Deus; mas que para afundar nele de corpo e alma havia que se reconciliar com o Criador: nem sempre ciência e descrença são amigos inseparáveis. P 56.
Anotações
Institucionalização da inquisição na Idade média para afirmar o poder da igreja e perseguir a heresia. 
A inquisição como poder político. 
Os queimados na inquisição eram ligados a “amantes do diabo”.
Misoginia relacionando mulheres com bruxaria.
A bruxaria foi uma Construção social diante que ela era totalmente exagerada e criada pela instituição inquisitora.
Contexto, sobre a “importância do Diabo” para o cristianismo. 
O que são as bruxas e feiticeiras. 
Sabbat
Caça as bruxas.
ceticismo
Apresentação
A FEITIÇARIA NA EUROPA MODERNA (LIVRO)
Laura de Mella e Souza -Professora de História Moderna da Universidade de São Paulo. Editora ática – 1987.
A grande virada da Inquisição: heresias, tribunais e judeus na Península Ibérica – séculos XV-XVIII.
Marcos Schulz. - Mestrando no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Heréticas à margem: os estabelecidos inquisidores e as bruxas outsiders
Geraldo Pieroni doutor em História pela Université Paris-Sorbonne e Alexandre Martins doutorando em Filosofia pela PUC-PR.

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