Buscar

Anamnese Pediatrica

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Habilidades Clínicas P3 
 
➢ Anamnese Pediátrica 
 
- Identificação: 
● Nome completo - Data de nascimento - Idade atual; 
● Sexo; 
● Origem ética - Naturalidade - Procedência; 
● Nome do informante + relação de parentesco com a criança; 
● Data de consulta; 
 
- QPD: 
● Registrar a(s) queixa(s) usando as palavras do informante; 
● Enumerar as queixas respeitando uma prioridade; 
● Identificar com a expressão “sic” o uso de diagnósticos ou afirmativas que não 
tenham sido comprovadas objetivamente; 
 
- HDA: 
● Início: época de aparecimento “ como começou?” 
● Características: localização; intensidade (0-10); frequência; tipo: irradia, pontada, 
fisgada, aperto 
● Fatores de melhora (atenuantes)/piora(agravantes) 
● Sintomas associados 
● Evolução: “essa dor se modificou nesses três dias?” 
● Situação atual: registrar como o sintoma está no momento da anamnese 
● Se possível e ​se tiver relação com a doença atual​, deve registrar consultas médicas 
anteriores, diagnóstico(s) dado(s), exames realizados e medicação usada. 
*Utilizar terminologia médica. 
 
- IS: 
● Antecedentes pessoais fisiológicos e patológicos 
● Histórico familiar 
● Hábitos de vida 
● Condições socioeconômicas e culturais 
 
- Supervisão de Saúde: 
● Recebe ​acompanhamento médico​ regular? 
● Testes de triagem​: visão, audição, do pezinho, orelhinha, etc; 
● Exames laboratoriais realizados recentes; 
● Prática de exercício físico; frequência; tipo de exercício; 
● Dieta do dia anterior (ou último dia em que estava com saúde); 
● Hábitos de segurança; 
● Cuidados dentários​; 
● Se adolescente: recebeu orientação sobre prevenção de doenças sexualmente 
● transmissíveis, contracepção, drogadição; 
● Imunizações​; 
 
- Crescimento: 
● Uso de curvas padronizadas para monitorização do crescimento; 
● Velocidade do crescimento; 
● Tendência à obesidade ou emagrecimento; 
● Caracteres sexuais secundários 
- Desenvolvimento: 
● Idade de aquisição dos marcos mais importantes do desenvolvimento; 
● Rendimento escolar. 
 
- Antecedentes: 
● Perinatais: gestação; parto; dados antropométricos ao nascer; período neonatal 
imediato. 
● Mórbidos (doença na infância; alguma cirurgia) 
● Alimentares; 
● Familiares(alguma doença hereditária); 
 
- Condições socioambientais: 
● Tipo e condições da habitação; 
● Número de pessoas no domicílio; 
● Estado de saúde dos ocupantes; 
● Local onde dorme o paciente; 
● Quem toma conta da criança e onde? 
● Pais e irmãos (grau de instrução, tipo de emprego, 
● rendimento familiar médio, uso de drogas); 
● Adoção na família; 
● Situação conjugal dos pais; 
● Tipo de relacionamento com os pais, irmãos, empregados; colegas e professores; 
● Escola (pública ou privada, tamanho, distância, transporte); 
● Atividades para-escolares (esporte, música, artes); 
● Quantas horas diárias assiste TV?; 
● Acesso a praças e piscina; 
● Contato com animais; 
● Contato com substâncias tóxicas; 
● Contato com delinqüentes; 
● Atividade sexual. 
 
 
➢ Exame Clínico Pediátrico Geral 
 
● Abordagem 
 
❖ LACTENTE (0 - 02a) 
 
- Ambiente com temperatura agradável; 
- Criança completamente despida → remove-se as roupas gradativamente; 
- Iniciado com a criança no colo da mãe, vestida e dormindo; 
- Procedimentos desagradáveis ou os mais temidos são deixados para o final; 
- Recomendável que as fraldas somente sejam retiradas no momento em que for 
examinada a região correspondente; 
 
❖ PRÉ-ESCOLAR (02a - 04a): 
 
- Maior resistência à execução do exame; 
- Desafio para o médico → completar o exame evitando o choro, luta física ou pais 
perturbados; 
- Saber como "quebrar o gelo" através de uma conversa amigável, uma brincadeira, com 
o uso de brinquedos ou os próprios objetos de exame; 
- Avisar sobre todos os procedimentos → se possível, demonstrando em si mesmo ou em 
algum boneco; 
- Conversar durante o exame, evitando períodos prolongados de silêncio; 
- A ordem do exame é variável, adaptando-se à situação. 
- Decúbito apenas para os procedimentos necessários; 
- Contenção → só em extrema necessidade e explicar aos pais a técnica mais adequada 
de contenção e assegurar-lhes que a reação da criança é normal para a idade. 
 
❖ ESCOLAR (05a - 10a) 
 
- A resistência ao exame será mínima; 
- Conversa amigável com a criança sobre assuntos variados, tais como escola ou 
amigos; 
- Explicações sobre os procedimentos do exame físico; 
- Atentar para o pudor da criança; 
- As crianças preferem os irmãos e/ou o progenitor do sexo oposto fora da sala; 
- A ordem do exame pode ser a mesma usada em adultos; 
 
❖ ADOLESCENTE (11a - 19a) 
 
- Preferem que o exame seja feito na ausência dos pais; 
- Apreciam ser tratados como adultos e esperam isso do médico; 
- Orientar sobre mudanças corporais típicas da adolescência; 
- Pudor do paciente no tocante ao exame dos genitais, sempre pesando o benefício e o 
desconforto ou constrangimento causados. 
 
● Avaliação Inicial 
- A primeira avaliação, rápida e objetiva, cuja finalidade é a detecção rápida de situações 
de emergência; 
- A avaliação inicial pode ser resumida nas letras ​ABC​, conforme se segue: 
 
A. Aparência; 
B. Breathing ou Respiração; 
C. Circulação 
➔ Aparência → avaliar estado geral, nível de consciência, presença de dor, 
desconforto respiratório, sinais de desidratação, sinais indicativos de trauma, 
entre outros; 
 
➔ Respiração → identificar alterações na frequência respiratória e sinais 
indicativos de desconforto respiratório ou falência respiratória iminente; 
 
➔ Circulação → identificar alterações na perfusão tecidual, com a presença de 
cianose, palidez, pele rendilhada ou marmórea, sangramentos etc. 
 
- Inspeção Geral: 
 
- Avaliação da atividade, intensidade e características do choro, responsividade, 
postura, movimentação espontânea, e da fácies; 
- Impressão geral → Avaliação geral do grau de doença ou de bem-estar da 
criança 
 
➢ ATITUDE; 
➢ FÁCIES; 
➢ ESTADO NUTRITIVO. 
 
➢ Sinais Vitais 
 
- Temperatura​; 
 
- Frequência de pulso: 
(a) Palpação dos pulsos periféricos (femoral, radial e carotídeo); 
(b) Ausculta cardíaca direta; 
(c) Observação da pulsação das fontanelas. 
 
- Frequência respiratória: ​Observar também a amplitude e a facilidade ou 
dificuldade dos movimentos respiratórios: 
(a) Observação das incursões abdominais; 
(b) Ausculta do tórax; 
(c) Colocação do estetoscópio diante da boca e das narinas; 
(d) Observação direta ou palpação do movimento torácico. 
 
- Pressão arterial 
➢ Manguito apropriado para cada criança é essencial na mensuração adequada da 
pressão arterial; 
➢ Preparação adequada: a criança precisa ser avisada do procedimento e estar 
tranquila. 
 
OBS: Ao registrar o exame físico, descrever o manguito utilizado e a posição em que foi 
mensurada a pressão arterial; 
Registrar os percentis correspondentes aos níveis tensionais sistólico e diastólico, 
consultando as tabelas de níveis normais de pressão arterial para idade e altura. 
 
➢ Antropometria 
 
CRESCIMENTO​: aumento físico; aumento da massa corporal; macroscopicamente → 
hiperplasia e hipertrofia celulares; quantitativo → avaliação de peso e altura da criança ao 
longo do tempo → considerado um dos indicadores de saúde mais importantes da criança; 
 
DESENVOLVIMENTO​: ganho de funções; habilidades neuropsicomotoras adquiridas nos 
primeiros anos de vida + funções reprodutivas adquiridas durante a puberdade; um 
parâmetro avaliado qualitativamente. 
 
 
- Realização de medidas de peso, estatura ou comprimento e do perímetro craniano; 
- Calcular o índice de massa corporal (IMC); 
- Utilizar as curvas de crescimento. Atualmente, são recomendadas as curvas de 
crescimento da Organização Mundial da Saúde (OMS); 
- Avaliar o crescimento e o estado nutricional do paciente. 
 
● Peso 
- Uso de balança infantil, despidos; 
- A pesagem deve ser ser feita com o mínimo possível de roupa. 
- A criança dobra o peso de nascimento aos 4-5 meses, triplica aos 12 meses e quadruplica 
com 2-2 anos e seis meses; 
- De dois até oito anos, cada criançaganha em média 2 kg/ano; 
- Fórmula para cálculo aproximado do peso (crianças de três até onze anos): 
Peso (kg) = Idade (anos) x 2 + 9 
 
● Comprimento/Altura 
 
Comprimento → usado para determinar o crescimento linear em crianças até dois anos; 
- Até os dois anos o comprimento deverá ser medido com a criança na posição deitada, 
colocando-se a régua antropométrica em contato com o vértice da cabeça e sobre a sola 
dos pés posicionados a um ângulo de 90º; 
- Após os dois anos, a estatura é medida com a criança na posição de pé, apoiando-se a 
região occipital e os calcanhares sobre a régua vertical (estadiômetro). 
- A partir dos dois anos, usamos o termo altura; 
-​ O comprimento médio das crianças ao nascimento é de 50 cm; 
- 1º semestre de vida cresce 15 cm e no segundo semestre 10 cm; ao final do primeiro 
ano a criança cresce 25 cm, ou seja, cerca de 50% do seu comprimento ao nascimento; 
- Com quatro anos a criança mede em torno de 1 metro; 
- Fórmula da altura de acordo com a idade de três aos 11 anos: 
Altura (cm) = (Idade – 3) x 6 + 95 
 
 
 
● Perímetro Cefálico 
 
- Representa o crescimento do cérebro, Nos primeiros meses de vida é muito útil para 
identificação de desvios do desenvolvimento neurológico; 
- Deve ser medido regularmente durante os dois primeiros anos; 
- Usar fita métrica de boa qualidade, não distensível, passando-a sobre a glabela e a 
protuberância occipital. 
 
 
● Auxogramas 
- São os GRÁFICOS de crescimento pondero estatural padronizados que nos fornecem 
uma definição estatística da normalidade, comparando crianças do mesmo sexo e idade. 
- O crescimento infantil é um excelente parâmetro para se avaliar o desenvolvimento 
socioeconômico de uma região, pois a infância é um período de singular susceptibilidade às 
variações ambientais da sociedade. 
 
 
➢ Pele e Mucosas 
- Alterações na coloração e textura da pele; 
- Descrever as lesões identificadas, bem como sua localização; 
- A pele do recém-nascido possui muitas características especiais → textura macia e lisa 
+ coloração rosa-pálido; 
OBS: Outra peculiaridade é a presença de áreas azul-escuro mal definidas, localizadas 
sobre as nádegas e a região lombo-sacra, denominadas manchas mongólicas. São mais 
comuns em bebês negros e orientais e desaparecem entre um e cinco anos. 
 
Três condições dermatológicas são observadas em recém-nascidos com alguma 
frequência e merecem descrição: 
(a) milium; 
(b) miliária rubra (“brotoeja”); 
(c) eritema tóxico. 
 
- Observar as mucosas conjuntival e oral, registrando qualquer alteração de coloração 
(icterícia, cianose, palidez) e umidade, bem como presença de ulcerações, fissuras e 
outras lesões; 
OBS: Levar em consideração que o choro e infecções respiratórias causam hiperemia 
adicional da mucosa conjuntival; 
- Fâneros:​ Observar quantidade, distribuição, características e alterações dos pelos, 
considerando os padrões normais para cada idade. Verificar alterações nas unhas. 
 
➢ Tecido Subcutâneo 
- Avaliado através do pinçamento de uma prega abdominal ou da coxa, devendo-se 
observar o volume e o turgor (resistência firme e elástica à compressão); 
- Pesquisar presença e localização de edemas (Sinal de Cacifio ou Sinal de Godet), 
classificando sua intensidade. 
 
Exame Físico Específico Pediátrico 
 
➢ PELE E MUCOSAS 
● Alterações na:​ coloração; textura da pele. 
- A luz do dia ou a luz amarela são preferíveis; 
- Descrever as lesões e sua localização. 
- Lesões permanentes → medi-las nos seus dois maiores eixos (acompanhamento). 
OBS: ​Grande parte dos recém-nascidos desenvolve icterícia no segundo ou terceiro dia de 
vida,que persiste por cerca de uma semana (icterícia fisiológica). 
 
 
● ​Mucosas conjuntival e oral ​→ registrar alteração de coloração e umidade, presença de 
ulcerações, fissuras e outras lesões; 
● ​Fâneros​ → quantidade, distribuição, características e alterações dos pêlos e unhas, 
considerando os padrões normais para cada idade. 
 
 
➢ TECIDO SUBCUTÂNEO 
-​ Pinçamento de uma prega abdominal ou da coxa​ → observar o volume e o turgor 
(resistência firme e elástica à compressão); 
- Pesquisar presença e localização de ​edemas​, classificando sua intensidade (​Sinal de 
Cacifo/ Godet → +1 (2mm); +2(4mm); +3(6mm); +4(8mm)) 
 
➢ CABEÇA 
- Registrar formato e simetria do crânio e da face; 
- Alterações do tamanho da cabeça são evidenciadas pela medida do perímetro cefálico; 
 
 
● Fontanela 
- Anterior (bregma) → ​4 a 6 cm no diâmetro fronto-parietal, e fecha entre 4 e 26 meses; 
- Posterior (lambda​) mede 1 a 2 cm, e costuma fechar por volta dos 2 meses de idade; 
OBS: ​A pressão intracraniana se reflete no grau de tensão e plenitude da fontanela anterior. 
 
● Olhos 
- Avaliar presença e aspecto de secreção, lacrimejamento, fotofobia, nistagmo, anisocoria, 
exoftalmia ou enoftalmia, microftalmia, hipertelorismo, cor da esclerótica, estrabismo ou 
outras alterações; 
- Avaliação da visão: 
● RECÉM-NASCIDO: ​Avaliar aspecto e simetria dos olhos; Estrabismo ou opacidade do 
olho. Avaliar presença de visão através da observação de reflexos visuais: constricção 
visual direta e consensual à luz; pestanejamento em resposta à luz brilhante; 
● PRÉ-ESCOLAR: ​Avaliar estrabismo; Avaliar a acuidade visual utilizando o teste do “E” ou 
cartaz com figuras; 
● ESCOLAR E ADOLESCENTE: ​Realizar teste de acuidade visual utilizando quadros 
apropriados para a idade (letras ou figuras). 
 
● Ouvidos 
- Forma, alterações e implantação das orelha; 
OBS: ​A porção superior do pavilhão auditivo se implanta ao nível ou acima de uma linha 
que cruza os cantos interno e externo dos olhos. 
- Avaliação da acuidade auditiva: 
Lactente → ​pestanejamento dos olhos, susto ou direcionamento da cabeça em resposta a 
um estímulo sonoro; 
Crianças maiores → ​sussurrar ordens a uma distância aproximada de 240 cm. 
OBS: ​A avaliação da acuidade auditiva pode ser feita pelo próprio pediatra se este dispuser 
de aparelhagem adequada, mas terá sempre caráter de triagem; 
 
● Lactentes contenção adequada (delicada e firme) →​ examinados deitados; 
● Crianças maiores → ​contidas no colo; 
- Na criança até um ano, o lobo da orelha deve ser tracionado para baixo; 
- Entre um e cinco anos, tracionar o canal para cima e para trás. 
- ​Avaliar o aspecto do conduto auditivo externo quanto à presença de hiperemia, 
descamação, lesões, corpo estranho, etc; 
- ​Quanto à membrana timpânica, observar perda de transparência, hiperemia, abaulamento 
ou retração, bolhas, presença de secreção, ruptura, etc. 
 
● Nariz 
- Presença e aspecto de secreção (hialina, sero-mucosa, purulenta, sanguinolenta); 
- ​Inspeção e palpação​ → desvio de septo nasal ou outras deformidades; 
- Para olhar profundamente → espéculo com orifício calibroso preso ao otoscóiipio → 
coloração da mucosa, condições dos cornetos, calibre da via aérea, secreção. 
● ​OBS:​ A porção interna anterior do nariz pode ser visualizada facilmente com iluminação, 
empurrando sua ponta para cima. 
 
● Boca e Faringe 
- Inspeção dos dentes, gengiva, face interna das bochechas, língua e abóbada palatina; 
-​ Dentes​ → avaliar oclusão dentária, defeitos de alinhamento, presença de cáries, tártaro e 
placa bacteriana; 
- ​Aspecto da língua ​→ alterações fisiológicas (língua geográfica) ou que sugiram 
patologias (língua em morango da escarlatina) → Observar inserção do freio da língua: não 
haverá dificuldade na amamentação ou fala se a língua puder ser projetada até a crista 
alveolar; 
-​ Lactentes​ → faringe é visualizada facilmente durante o choro; 
- ​Acima de um ano​ → exame com dificuldade → contenção → abaixador de língua deve 
ser segurado como uma caneta, próximo à ponta que vai ser introduzida, e o dedo mínimo 
do examinador deve estar em firme contato com a face da criança de modo a neutralizar os 
movimentos da cabeça; 
- Observar tamanho e aspecto das amígdalas, hiperemia, petéquias e gota pós-nasal. 
 
➢ PESCOÇO 
 
- ​Avaliar se há cistos, fístulas, torcicolo congênito ou anormalidades da tireóide​→ ​palpação 
da glândula de modo sistemático a partir da idade escolar; 
- ​LINFONODOS:​ Inspeção e palpação de gânglios cervicais, submandibulares e 
retroauriculares → tamanho, consistência, dor, mobilidade, aderência; 
OBS: ​RIGIDEZ DE NUCA: Flexionar a cabeça da criança ou pedir que ela encoste o queixo 
ao peito. 
 
➢ TÓRAX 
- GERAL: 
Observar forma, simetria, sinais de raquitismo; 
Observar as mamas e realizar exame das mamas nas adolescentes (priorizando o pudor). 
 
 
● Pulmão 
● INSPEÇÃO: ​Observar presença de tiragem, tipo respiratório, ritmo, expansibilidade 
torácica e uso de músculos acessórios; 
● PALPAÇÃO: ​pesquisa de frêmito tóraco-vocal (pedir para a criança contar “1,2,3”, “33” ou 
“44”, ou durante o choro); 
- Frequência respiratória em crianças e adolescentes, de acordo com a idade: 
0–28 dias/30–60; 
6 meses/25–40; 
1–3 anos/20–30; 
6 anos/18–25; 
10 anos/15–20. 
 
● PERCUSSÃO: ​Percutir face anterior, lateral e posterior do tórax; 
● AUSCULTA: ​Se a criança chora moderadamente, pode auxiliar na ausculta, pois o choro 
equivale à voz, e a inspiração profunda auxilia a ausculta do murmúrio vesicular. Procurar 
alterações dos sons respiratórios e sua localização; 
- Sinais de desconforto respiratório: ​tiragem (intercostal, supraesternal, subesternal, 
supraclavicular) + uso de musculatura acessória + batimentos da asa do nariz. 
 
- ​O sistema respiratório da criança apresenta particularidades que a tornam especialmente 
suscetível ao desenvolvimento de problemas respiratórios: 
- língua maior; 
- mandíbula menor; 
- respiração nasal; 
- formato da laringe ("funil"); 
- musculatura menos desenvolvida; 
- diafragma horizontal; 
- maior frequência respiratória; 
- maior suscetibilidade à fadiga. 
* Peculiaridades → ​percussão hiperressonante, ausculta com sons mais altos e rudes; rara 
supressão completa do murmúrio vesicular, e elevada frequência de sibilos e roncos. 
 
● Coração 
● ​INSPEÇÃO:​ Ver impulso apical (ao nível do quarto espaço intercostal até os sete anos); 
●​ PALPAÇÃO:​ Palpar ictus; presença de frêmitos; 
● ​AUSCULTA:​ As bulhas são mais facilmente audíveis do que em adultos (parede é mais 
fina); B1 é mais forte que B2 no ápice. Mais do que 70% das crianças normais pode 
apresentar sopros sistólicos inocentes, sem evidências de cardiopatias. 
 
➢ ABDÔMEN 
● ​INSPEÇÃO:​ Observar alterações globais de forma e volume e abaulamentos localizados; 
Durante o choro, pode-se também perceber se há hérnias umbilicais, ventrais, ou diástases 
dos retos. 
● ​PALPAÇÃO:​ geral, superficial e profunda, do fígado e baço. Lactente, geralmente, é 
possível palpar o fígado, a ponta do baço e, às vezes, os rins e globo vesical quando 
distendido. Sempre registrar a extensão total do fígado utilizando palpação e percussão. 
Dor abdominal e sua localização, defesa ou rigidez da parede. Avaliar visceromegalias ou 
massas. 
●​ PERCUSSÃO:​ Através da percussão pode-se delimitar o tamanho do fígado, confirmar 
presença de ascite (macicez móvel) ou hipertimpanismo (como nas distensões de alças). 
●​ AUSCULTA: ​Os ruídos hidroaéreos estão aumentados nas gastroenterites ou na 
obstrução mecânica do delgado e diminuídos no íleo paralítico. Sopros abdominais também 
podem ser detectados. 
 
➢ GENITÁLIA E RETO 
 
● MENINOS:​ observar presença de fimose e testículos na bolsa escrotal. 
- Reflexos cremastéricos hiperativos podem dar origem a uma criptorquidia aparente. 
- Observar também hidrocele (é a presença de líquido dentro do escroto), hipospádia 
(abertura da uretra em localização anormal) ou hipogonadismo (as gônadas não produzem 
quantidades adequadas de hormônios sexuais). 
 
● MENINAS:​ ver orifício himenal, presença de secreção vaginal e sinéquia de pequenos 
lábios. 
- Enquadrar a criança em um dos cinco estágios de desenvolvimento sexual segundo os 
critérios de Tanner. 
OBS:​ RN pode haver secreção mucóide ou às vezes sanguinolenta nos primeiros dias de 
vida, devido a uma influência estrogênica materna. 
 
➢ EXTREMIDADES 
● GERAL: ​Observar deformidades, hemiatrofia, valgismo/varismo, paralisias, edema, 
alterações da temperatura, postura, assimetria, alterações da marcha. 
 
 
● PULSOS:​ Palpar pulsos radiais, femorais e pediosos. 
OBS: ARTICULAÇÕES:​ Observar sinais inflamatórios (edema, calor, rubor e dor), 
alterações da mobilidade (limitação ou hipermobilidade), nódulos. 
 
● ARTICULAÇÃO DO QUADRIL: RN →​ realizar a manobra de Ortolani: posicionar a 
criança com as coxas flexionadas em ângulo reto e realizar manobras de abdução. 
Suspeita-se de luxação quando há limitação da abdução, assimetria ou percepção tátil da 
fuga da cabeça do fêmur do acetábulo. Nos lactentes comparar a simetria da abdução, das 
pregas glúteas e da fossas poplíteas. 
 
● MÃOS E PÉS:​ dedos extra-numerários, baqueteamento digital, linha simiesca, 
clinodactilia, sindactilia. Examinar os pés sob o ponto de vista estático e dinâmico 
(observação da marcha). Fazer manipulação passiva para avaliar a flexibilidade dos pés. 
 
➢ COLUNA VERTEBRAL 
- Examinar → rigidez, postura, mobilidade, curvaturas, etc; 
- Registrar presença de espinha bífida, fosseta ou cisto pilonidal, tufos de pelos, 
hipersensibilidade; 
- Se há escoliose, pode-se achar deformidade costal e proeminência da musculatura lombar 
em um dos lados, que se acentua com a inclinação do corpo para frente. Lembrar que a 
escoliose pode ser causada por uma desigualdade do comprimento das pernas. 
 
➢ AVALIAÇÃO PSIQUIÁTRICA BÁSICA 
● Deve ser sempre feita durante o exame físico, assim como durante a anamnese. A 
avaliação dos seguintes ítens poderá dar um perfil psiquiátrico da criança, acrescido da 
história relatada pelo responsável: 
- (a) atitude frente ao ambiente e ao 
examinador; 
- (b) temperamento; 
- (c) desenvolvimento perceptivo; 
- (d) nível intelectual; 
- (e) comportamento emocional; 
- (f) expressão verbal. 
 
➢ Desenvolvimento Neurológico 
 
3ª​ semana → aparecimento da ​placa neural​ → um espessamento do ectoderma que 
progressivamente → ​tubo neural. 
-Tubo neural → SNC 
-Crista neural → SNP 
 
*​ Ao final da 5ª semana a divisão básica do SNC está completa: 
-Prosencéfalo: originará o telencéfalo(cerebro) e o diencéfalo(tálamo e hipotálamo) 
-Mesencéfalo: não originará nada 
-Rombencéfalo:originará o metencéfalo(cerebelo e ponte) e o mielencéfalo(bulbo) 
 
*​A mielinização começa no meio da gestação e se completa ao final do 2º ano de vida; 
 
*​Existem dois picos de DNA, pré e pós-natal: 
-O ​primeiro​ em torno da​ 20ª semana​ corresponde à ​proliferação de neurônios​; 
-O​ segundo​ em torno do​ terceiro mês ​de vida ​extrauterina​ corresponde à 
proliferação da glia. 
 
● Plasticidade Neural: ​capacidade de modulação das sinapses de acordo com o 
estímulo externo. A experiência externa (ambiente) é capaz de influenciar as 
propriedades físicas do cérebro (genética). 
*Aos 03 anos de idade → 100 bilhões de neurônios e cada um → 15.000 sinapses → 
permanece mais ou menos constante até os 10 anos → processo de reorganização e 
remodelamento dos circuitos sinápticos → reforço das redes mais utilizadas + 
enfraquecimento e “poda” das sinapses menos utilizadas. 
 
● Desenvolvimento Neuropsicomotor: ​Conjunto de todas as reações da criança → 
comportamento →​ funções e habilidades cada vez mais específicas​ → reações 
reflexas e estereotipadas → vão se tornando voluntárias e aprendidas. 
*​Bases fisiológicas →​ evolução neuropsicomotora: ​mielinização, formação e 
remodelamento sinápticos → vias motoras, sensitivas, sensoriais, de linguagem, raciocínio 
e memória dos sistemas nervoso central e periférico →​ crescimento somático e 
desenvolvimento​. 
 
➔ Reflexos Primitivos: ​são chamadas “primitivos” porque não são voluntários ou 
aprendidas, e estão sob controle de centros subcorticais, tronco encefálico e 
medula; São respostas motoras estereotipadas deflagradas por estímulo externo do 
examinador, e representam as primeiras reações do neonato ao meio; Caráter 
transitório; O desaparecimento do reflexoprimitivo permite o surgimento de uma 
conduta motora voluntária, aprendida e sob controle cortical. 
 
Reflexo de Moro (Reflexo do “Abraço”) 
-Posição supina eleva-se o bebê pelo tronco acima do plano da mesa e repentinamente o 
solta, apoiando-o em seguida para que não caia → abdução seguida da adução e flexão 
das extremidades superiores, flexão do pescoço e choro; 
-Aos 03 meses ele desaparece em sua forma “típica” ou completa; 
-Aos seis meses desaparece definitivamente; 
 
Reflexo Tônico Cervical Assimétrico (Magnus de Kleijn) 
-O bebê na posição supina sofre uma rotação da cabeça para um lado por 15 
segundos → resposta esperada é a extensão das extremidades do lado do queixo e flexão 
das extremidades do lado occipital; 
-Aos 03-04 meses desaparece 
 
Reflexo de Preensão Palmar 
-Na posição supina, o examinador coloca o dedo na face palmar do bebê → flexão dos 
dedos e fechamento da mão; 
-Surge com 27 semanas de idade gestacional; 
-Aos 04 meses desaparece. 
 
Reflexo de Preensão Plantar 
-Na posição supina, o examinador comprime o seu polegar sobre a face plantar, abaixo dos 
dedos → flexão dos dedos do pé; 
- Aos 15 meses desaparece. 
 
Reflexo de Galant 
-Coloca-se o bebê em prona, com o tronco apoiado sobre o braço do examinador. Com o 
dedo da mão contralateral estimula-se a pele do dorso, fazendo um movimento linear 
vertical que parte do ombro até as nádegas a cerca de 2 cm da coluna → flexão do tronco, 
com a concavidade virada para o lado estimulado.7 
-Aos 04 meses desaparece; 
 
Reflexo de Marcha 
-Se segura o recém-nascido de pé pelas axilas e ao colocar seus pés apoiados sobre uma 
superfície, imediatamente ele retificará o corpo e iniciará a marcha reflexa; 
-Aos 02 meses desaparece; 
 
Reflexo de Landau 
-Com uma das mãos suspendemos o lactente pela superfície ventral. Com a outra mão 
flexionamos a cabeça rapidamente e todo o corpo entra em flexão; 
-Surge aos 03 meses e desaparece ao final do 2º ano; 
 
Reflexo de Babkin (Reflexo mão-boca) 
-Pressionamos a mão do lactente e o que verificamos a abertura da boca; 
-Desaparece do 3º ao 4º mês. 
 
Reflexo de Busca e Sucção 
-Ao tocar os lábios de um lactente com o cotonete, verificamos movimentos de sucção ou 
ao tocar a sua bochecha ele irá em busca do toque; 
-Entre o 4º e 6º mês desaparece. 
 
Reflexo cutaneoplantar 
-É obtido ao se estimular a sola do pé com um objeto de ponta romba, fazendo-se um risco 
do calcanhar à base do quinto dedo; 
-Até o quarto mês de vida, 100% dos lactentes têm uma resposta de extensão do hálux com 
ou sem abertura em leque dos dedos, e isto não deve ser interpretado como um achado 
anormal; 
-No 12º mês, a resposta passa a ser a flexão dos dedos, e assim permanece por toda a vida 
 
Reflexo do Paraquedista 
-Se segura o lactente pela região ventral e o aproxima da mesa de exame 
bruscamente, para dar-lhe a impressão de que está caindo → extensão dos braços e abre 
as mãos na tentativa de proteger-se. 
-Surge aos 8-9 meses e permanece por toda a vida. 
 
Avaliar o ganho de funções e habilidades nas cinco grandes áreas ou condutas: 
1. Conduta adaptativa: 
-Reações frente aos estímulos apresentados → dependem da interação da capacidade 
motora,sensorial, de coordenação e cognitiva → adequada exploração e aprendizagem; 
-Precursora da inteligência → capacidade da criança em “resolver” problemas e aprender a 
partir de novas experiências. 
 
2. Conduta motora fina: 
-Habilidades cada vez mais precisas e específicas → uso da mão e dedos → exploração 
cada vez mais delicada do objeto; 
-Observada juntamente com a conduta adaptativa. 
 
3. Conduta motora grosseira: 
-Habilidades motoras gerais → sustentar cabeça, tronco, sentar-se, rolar, m mmmm.m 
ono,, andar, pular,... 
-Dependente da interação das vias motoras centrais e periféricas. 
 
4. Conduta de linguagem: 
-Capacidade de compreender e exprimir sensações e pensamentos; 
-Incluem as reações de comunicação não verbal (sorriso, riso alto, choro, apontar, 
expressões faciais) e verbal (sons guturais, balbulcio, lalação, primeiras palavras, frases, 
histórias). 
 
5. Conduta pessoal-social: 
-Reações da criança frente às outras pessoas (mãe, pai, examinador, brincadeiras com 
outras crianças) e frente às situações de vida diária (alimentação, sono, higiene, vestimenta, 
controle esfincteriano). 
 
 
 
 
O lactente adquire primeiro o controle de cabeça → depois o controle de tronco → sentar → 
engatinhar → andar 
 
● Marcos do Desenvolvimento: 
 
De acordo com as recomendações do Ministério da Saúde, as consultas pediátricas 
deverão ocorrer com a seguinte periodicidade: 
1º semana de vida → 1 mês → 2 meses → 4 meses → 6 meses → 9 meses → 15 meses → 
18 meses → 24 meses → anualmente 
 
É importante que em todas as consultas o clínico/pediatra observe: 
-Crescimento:​ peso, altura e perímetro cefálico (este até dois anos); 
-Desenvolvimento neuropsicomotor: ​conduta motora grosseira, conduta motora fina, 
conduta adaptativa, conduta de linguagem e conduta pessoal-social; 
-​Alimentação da criança; 
-Vacinas; 
-Prevenção de acidentes; 
-Identificação de problemas e riscos para a saúde.

Continue navegando