Buscar

217927080620_SIMULADO_I_CIVIL_GABARITO

Prévia do material em texto

Simulados 
OAB 
Simulado OAB Página 1 de 
7 
 
 
PADRÃO DE RESPOSTA – PEÇA PROFISSIONAL 
 
 
 Resposta Ideal 
 
O candidato deve ajuizar ação de reconhecimento e dissolução de união estável cumulada com 
pedido de alimentos transitórios, expondo as razões de fato e de direito que justificam a 
pretensão. A petição inicial deve ser endereçada a vara de família e se submeter ao procedimento 
previsto nos artigos 693 e seguintes do CPC. Além de postular o reconhecimento e a dissolução 
da união estável, Amanda deverá postular alimentos transitórios, pelo período de um ano e 
formular pedido de antecipação dos efeitos da tutela jurisdicional. Na causa de pedir, Amanda 
deverá demostrar o preenchimento dos requisitos configuradores da união estável, fazendo 
referência ao §3º do art. 226 da CF, ou ao artigo 1.723 do CC, evidenciando a habitualidade, a 
ausência de qualquer impedimento, a publicidade e o ânimo de constituir família. 
Em arremate, a agravante deverá requerer a citação de Igor Falcão para, querendo, comparecer à 
audiência de conciliação e mediação, de modo que, não havendo acordo, postular a abertura de 
prazo de 15 dias úteis para apresentar contestação, prosseguindo-se o feito até sentença final, 
concluindo a peça com o local, a data, o advogado e a OAB. 
 
 
Simulados 
OAB 
Simulado OAB Página 2 de 
7 
 
 
A peça Ideal 
 
EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA VARA DE 
FAMÍLIA DA COMARCA DE ... 
 
 
AMANDA, estado civil..., nacionalidade..., profissão..., RG..., CPF..., residente e domiciliada na 
rua..., número ..., bairro..., cidade...estado..., por seus advogado, conforme procuração anexa, 
para onde as intimações e comunicados processuais deverão ser dirigidos, sob pena de nulidade, 
na forma dos arts. 105 e 272 do Código de Processo Civil, com endereço profissional na rua..., 
nº..., bairro..., cidade..., estado..., com endereço..., vem mui respeitosamente à presença de 
Vossa Excelência, com fulcro no artigo 226, § 3º da Constituição Federal, 1.723 a 1.726 do 
Código Civil e 693 a 699 do Código de Processo Civil, propor ação de 
 
RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL 
CUMULADA COM ALIMENTOS E TUTELA ANTECIPADA 
 
em face de IGOR FALCÃO, estado civil..., nacionalidade..., profissão..., RG..., CPF..., residente e 
domiciliado na rua..., número ..., bairro..., cidade...estado..., expondo e requerendo o seguinte. 
 
I - DA JUSTIÇA GRATUITA. 
 
A autora é dependente econômica do réu, que arcava, mensalmente, com o pagamento de uma 
quantia certa para sua renda. Portanto, a autora não pode arcar com gastos atípicos ao seu já 
comprometido orçamento financeiro mensal, razão pela qual requer gratuidade, com fundamento 
no princípio do acesso a Justiça previsto no artigo 5º, inciso XXXV, da Constituição Federal, da 
Lei 1.060/50 e do art. 98 e seguintes do CPC1. O artigo 99, §3º do CPC é categórico ao afirmar 
que “presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa 
natural”. Isto posto, pede-se o deferimento da gratuidade da justiça. 
 
II - DOS FATOS 
 
A autora iniciou a relação afetiva com o réu no dia 20 de maio de 2018 de forma pública, contínua 
e duradoura. Além disto, autor e réu possuíam o animus de constituir família, de modo que a 
referida relação afetiva se apresenta como verdadeira entidade familiar. 
 
No dia 5 de junho de 2020, Igor Falcão informou à Amanda que não desejava mais permanecer 
no aludido relacionamento razão pela qual desejava desfazer o relacionamento diante da ruptura 
do afeto. Ocorre que Amanda sempre dependeu financeiramente de Igor que, aliás, sempre exigiu 
dela que não trabalhasse, de modo a cuidar da casa. 
 
1
 CPC. Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas 
processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei. 
 
Simulados 
OAB 
Simulado OAB Página 3 de 
7 
 
 
Desta maneira, Amanda necessita de algum pagamento temporário para que possa se 
restabelecer, ao menos pelo período de um ano, lapso temporal necessário para reingresso da 
mesma no mercado de trabalho. 
 
Ocorre que o réu se nega a ajudar autora sob o fundamento no sentido de que não há justificativa 
jurídica que autorize qualquer pagamento, sugerindo, incorretamente, que a sua relação seria de 
mero namora e não de união estável. 
 
III - DO DIREITO; 
 
DA UNIÃO ESTÁVEL; 
 
A Constituição Federal, em seu art. 226, §3º, confere status de entidade familiar à união estável, 
gozando, portanto, de proteção estatal. Outrossim, o art. 1.723 do Código Civil também reconhece 
a união estável como entidade familiar diante da presença da “convivência pública, contínua e 
duradoura e estabelecida com o objetivo de constituir família”2. 
 
Como visto acima, o regime de bens na união estável é o da comunhão parcial, tendo em vista a 
inexistência de qualquer contrato escrito em sentido contrário celebrado entre autora e réu
,
 na 
forma do art. 1.725 do Código Civil. 
 
O cotejo entre os fatos acima narrados e os artigos de lei descritos evidencia a inequívoca união 
estável no caso concreto, que se configurou de forma pública, contínua, duradoura e com o 
animus de constituir família. A relação dos conviventes possuía o elemento mais importante para 
a caracterização definitiva da união estável, qual seja o intuito familiae ou também chamado de 
affectio maritalis. 
 
DA PARTILHA DE BENS; 
 
Na forma do art. 5º da Lei Federal nº 9.278/96 os bens adquiridos na constância da união estável 
à título oneroso presumem-se em comunhão de esforços. Esta presunção jurídica decorre 
diretamente da norma, senão veja-se: 
 
“Os bens móveis e imóveis adquiridos por um ou por ambos os conviventes, na constância da 
união estável e a título oneroso, são considerados fruto do trabalho e da colaboração comum, 
passando a pertencer a ambos, em condomínio e em partes iguais, salvo estipulação contrária em 
contrato escrito”. 
 
Portanto, o patrimônio onerosamente adquirido pelo réu durante a união estável há de ser 
identificado, apurado, levantado e amealhado. Acresça-se a isto que o art. 1.658 do CC é 
expresso ao afirmar que “comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal na constância do 
 
2
 CC. Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência 
pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família. 
 
Simulados 
OAB 
Simulado OAB Página 4 de 
7 
 
 
casamento”, sendo este o regime patrimonial aplicável ao caso concreto. O próprio artigo 1.660 
do CC afirma que “Entram na comunhão” os bens adquiridos durante a relação afetiva “por título 
oneroso, ainda que só em nome de um dos cônjuges”. 
 
Bens adquiridos por fato eventual “com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior”, 
como também as “benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge” e, finalmente, os “frutos dos 
bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge” percebidos durante a relação afetiva ou 
“pendentes ao tempo de cessar a comunhão” também devem ingressar na comunhão. 
 
Veja-se, ademais disto, que na comunhão parcial “presumem-se adquiridos na constância do 
casamento os bens móveis, quando não se provar que o foram em data anterior”, na forma do art. 
1.662 do CC. 
 
Sob o ponto de vista jurídico, portanto, há de se apurar, liquidar e partilhar os conjuntos de 
aquestos durante a união estável. 
 
DOS ALIMENTOS. 
 
De acordo com o Código Civil, em seu art. 1.694: “Podem os parentes, os cônjuges ou 
companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo 
compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação”. 
Tais alimentos“devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos 
da pessoa obrigada”. Com efeito, “São devidos os alimentos quando quem os pretende não tem 
bens suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem se 
reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu sustento” (CC, art. 1695). 
 
Na forma do art. 4º da Lei de Alimentos “As despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos 
provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles não 
necessita. Parágrafo único. Se se tratar de alimentos provisórios pedidos pelo cônjuge, casado 
pelo regime da comunhão universal de bens, o juiz determinará igualmente que seja entregue ao 
credor, mensalmente, parte da renda líquida dos bens comuns, administrados pelo devedor”. 
 
De igual sorte, o art. 300 do CPC autoriza o magistrado a antecipar os efeitos da tutela 
jurisdicional nas hipóteses ali indicadas. 
 
Diante do exposto, a autora necessita urgentemente de alimentos provisórios para que possa 
viver com o mínimo de decência e dignidade. Para tanto, com base na condição financeira do réu, 
diante dos fatos devidamente comprovados, faz-se mister a concessão imediata de alimentos 
provisórios em valor de... 
 
IV - DOS PEDIDOS; 
 
Ante o exposto, a autora requer: 
 
Simulados 
OAB 
Simulado OAB Página 5 de 
7 
 
 
a) LIMINARMENTE, A FIXAÇÃO DE ALIMENTOS PROVISÓRIOS em valor de... 
 
b) A CITAÇÃO do réu nos termos do art. 222, “a” e 224 do CPC para, querendo, apresentar 
resposta no prazo legal, sob pena de revelia e confissão quanto aos fatos aqui aduzidos, sem não 
antes ser designada audiência de mediação e conciliação, na forma do art. 695 do CPC. 
 
c) Ao final seja JULGADA TOTALMENTE PROCEDENTE a ação, para: 
 
c.1) Declarar reconhecida e dissolvida por sentença a UNIÃO ESTÁVEL entre os conviventes. 
 
c.2) determinar a partilha dos aquestos e de todos os bens adquiridos durante a união estável. 
 
c.3) a confirmação dos alimentos definitivos em... 
 
d) Os BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA, nos termos do art. 5º, LXXIV da CF/88, da Lei 
1.060/50 e do art. 98 e seguintes do CPC; 
 
e) A CONDENAÇÃO do réu no pagamento de custas e honorários advocatícios de 20%, na forma 
do art. 85 do CPC. 
 
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, especialmente pela 
produção de prova documental, testemunhal e depoimento do réu, sob pena de confissão. 
 
Dá-se a causa o valor de R$ ... 
 
LOCAL, DATA 
 
ADVOGADO 
OAB 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Simulados 
OAB 
Simulado OAB Página 6 de 
7 
 
 
Espelho de Correção 
 
ITEM AVALIADO PONTUAÇÃO COMENTÁRIO EXPLICATIVO AO ALUNO 
A peça adequada nesta situação 
é ação de reconhecimento e 
dissolução de união estável 
cumulada com partilha de bens. 
 Havendo por parte de Igor Falcão o 
entendimento de que sua relação afetiva 
com Amanda seria namoro e se negando à 
partilhar qualquer bem, ou até mesmo 
pagar alimentos, deverá a mesma postular 
o reconhecimento e dissolução de união 
estável cumulada com alimentos e partilha 
de bens. 
Endereçamento 
1. Vara de Família (0,10). 0,00/0,10 As ações de família, como a união estável, 
devem ser dirigidas à Vara de Família. 
2. Indicar Amanda como parte 
autora (0,10). 
0,00/0,10 Amanda, cliente e autora do pedido, é a 
parte acionante. 
3. Indicar Igor Falcão como réu 
(0,10). 
0,00/0,10 Igor Falcão é a pessoa em face de quem 
se deve postular o reconhecimento e a 
dissolução da união estável. 
4. Indicar a gratuidade (0,30) e o 
artigo 5º, inciso XXXV, da 
Constituição Federal OU a Lei 
1.060/50 OU o art. 98 e seguintes 
do CPC (0,20). 
 
0,00/0,20/0,30/0,50 
 Sendo a hipótese uma ação de alimentos, 
é de se esperar que a parte autora do 
pedido não tenha condição de arcar com 
as despesas para o ajuizamento da ação 
sem prejuízo da manutenção do próprio 
sustento. Desta maneira, o pedido de 
gratuidade se faz legítimo e necessário. 
5. Formular do pedido de 
antecipação dos efeitos da tutela 
jurisdicional indicando o art. 4º da 
Lei de Alimentos OU o art. 300 do 
CPC (0,40). 
 
0,00/0,40 Amanda não poderá aguardar o desfecho 
do processo sem obter, antes disto, uma 
medida antecipatória dos efeitos da tutela 
jurisdicional tendo em vista que os 
alimentos para a mesma se mostram 
imprescindíveis à própria sobrevivência da 
mesma, de modo que se trata de um 
relevante pedido. 
Fundamentos de mérito 
6. Indicar, inicialmente, o 
fundamento constitucional tendo 
em vista que a união estável é 
reconhecida como entidade 
familiar (0,40), de acordo com o 
art. 226, §3º da CF (0,20) 
 
0,00/0,20/0,40/0,60 
O primeiro fundamento jurídico a ser 
utilizado pela parte autora deve ter 
natureza jurídica na Constituição Federal, 
seja diante do princípio da proteção a 
família, seja porque o texto constitucional 
expressamente reconhece a união estável 
para efeito de proteção do Estado. 
7. Indicar que a relação era 
habitual (0,10) E indicar o art. 
1.723 do CC (0,10). 
 
0,00/0,10/0,20 O candidato deve desenvolver os 
pressupostos da união estável sendo, o 
primeiro deles, a habitualidade, o que 
ocorreu no caso em tela, eis que Amanda e 
Igor se relacionavam afetivamente deste 20 
de maio de 2018. 
 
 
Simulados 
OAB 
Simulado OAB Página 7 de 
7 
 
 
8. Alegar o requisito da 
publicidade da relação, como uma 
das exigências cumulativas para 
configurar a união estável (0,20). 
 
 
0,00/0,20 
Um segundo requisito configurador da 
união estável é a publicidade, também 
denominada de ostensibildiade. A união 
estável tem como característica o fato de 
ser a mesma assim reconhecida 
socialmente. Não se trata de uma relação 
secreta, mas pública. 
9. Discorrer sobre o ânimo de 
constituir família. 
0,00/0,30 O art. 1.723 do CC em sua parte final 
exige, como um dos requisitos para a 
configuração da união estável o ânimo de 
constituir família, assim denominado pela 
doutrina de requisito subjetivo. 
. 
10. Informar que, na falta de 
contrato escrito em sentido 
contrário, o regime de bens é o da 
comunhão parcial (0,10). 
0,00/0,10 Trata-se de informação prévia a fim de, 
viabilizando a configuração do regime da 
comunhão parcial de bens, permitir à 
Amanda formular o pedido de meação do 
patrimônio adquirido durante a vigência da 
referida relação afetiva. 
11. Sustentar que a autora tem 
direito à meação dos bens 
adquiridos durante a união 
estável (0,40) E indicar o art. 
1.725 do CC (0,10). 
0,00/0,10/0,40/0,50 Demonstrado o regime da comunhão 
parcial de bem, o candidato deveria 
sustentar na sequência a comunicabilidade 
do patrimônio onerosamente adquirido 
durante a união estável para, com isto, 
justificar juridicamente o direito à meação. 
12. Sustentar que a autora possui 
direito a receber alimentos do réu 
diante da solidariedade familiar 
OU do dever de assistência 
mútua (0,40) E indicar o art. 1.724 
do CC OU o art. 1.694 do CC 
(0,10). 
0,00/0,10/0,50 O dever de assistência e a solidariedade 
familiar autorizam o pedido de alimentos 
entre os companheiros, devendo a autora 
demonstrar ser dependente econômica do 
réu, necessitando receber, por 
determinando período, pensão alimentícia 
a fim de se restabelecer. 
13. Destacar que o réu também 
deverá ser condenado no 
pagamento de honorários 
advocatícios sucumbenciais 
(0,30) na forma do art. 85 do CPC 
(0,10). 
 
0,00/0,10/0,30/0,40 
Durante a fundamentação competirá a 
parte autora, também, demonstrar pela 
teoria da causalidade que o réu haverá de 
ser o sucumbente no processo judicial em 
destaque e, em razão disto, deverá ser 
condenado no pagamento de honorários 
advocatícios. 
Pedidos 
14. Pedir citação do réu para, 
querendo, contestar os pedidos 
sob pena de revelia, o 
deferimento da gratuidade da 
Justiça, a confirmação do pedido 
liminar OU da antecipação de 
tutela (0,20), assim como o 
reconhecimento e a dissolução da 
uniãoestável, bem como a 
condenação do réu no pagamento 
 
0,00/0,20/0,30/0,50 
O candidato deve estar atento para 
formular todos os pedidos vestibulares 
necessários, desde a citação da parte ré, 
até a condenação em honorários 
advocatícios, postulando, inclusive, a 
confirmação da antecipação dos efeitos da 
tutela jurisdicional e a gratuidade da 
Justiça. 
Simulados 
OAB 
Simulado OAB Página 8 de 
7 
 
 
de honorários advocatícios 
(0,30). 
15. Pedir a produção de todos os 
meios de prova em direito 
admitidos (0,20) inclusive o 
depoimento pessoal do réu, 
juntada de documentos e oitiva de 
testemunhas (0,20). 
 
0,00/0,20/0,40 Em se tratando de procedimento que se 
submeterá à necessária instrução, deve-se 
atentar para o pedido de depoimento 
pessoal do réu, sob pena de confissão, 
assim como juntada de documentos e 
oitiva de testemunhas. 
Fechamento 
16. Indicar o local, a data, o 
advogado e a OAB (0,10). 
0,00/0,10 Como de rotina, o candidato deverá fazer 
referência, tendo cuidado para não 
identificar a peça, ao local, a data, ao 
advogado e a OAB. 
Simulados 
OAB 
Simulado OAB Página 9 de 
7 
 
 
PADRÃO DE RESPOSTA – QUESTÃO 01 
 
 Resposta Ideal 
 
A) É vedada a venda de garagem sem matrícula própria tendo em vista que neste caso o bem 
não é considerado autônomo, mas parte integrante da residência, na forma da súmula 449 do 
STJ. 
 
B) Em regra não é possível a alienação de vaga de garagem, na forma do art. 1.331 do CC, salvo 
se houver expressa autorização na convenção do condomínio. 
 
 
Distribuição dos Pontos 
 
ITEM PONTUAÇÃO COMENTÁRIO EXPLICATIVO AO 
ALUNO 
A. Não é possível a penhora de vaga 
de garagem sem matrícula própria 
(0,55), na forma da súmula 449 do STJ 
(0,10). 
 
0,00/010/0,55 
/0,65 
Inexistindo matrícula própria e 
destacada do bem principal, a vaga 
de garagem será vista como parte 
integrante da própria residência, 
sendo considerada impenhorável 
pela jurisprudência do STJ. 
 
B. O Código Civil autoriza a venda ou 
alienação da vaga de garagem apenas 
para os condôminos, como regra, salvo 
se a convenção do condomínio 
disciplinar em sentido contrário (0,50), 
na forma do art. 1.331 do CC (0,10). 
 
 
0,00/0,10/0,50/ 
0,60 
A vaga de garagem deve ser, em 
regra, vendida ou alugada apenas 
ao condônimo tendo em vista que a 
intenção do legislador é manter a 
unidade e impedir que terceiros 
também se envolvam na relação 
condominial. Entretanto, em 
respeito a autonomia privada 
também se admitirá que por 
convenção condominial seja 
autorizada a venda ou alienação a 
terceiro 
Simulados 
OAB 
Simulado OAB Página 10 de 
7 
 
 
PADRÃO DE RESPOSTA – QUESTÃO 02 
 
 Resposta Ideal 
 
A) Jorgina estará sujeira à curatela por não puder exprimir a sua vontade, na forma do art. 1.767, 
inciso I do Código Civil. O curador de Jorgina também será o curador de Josete, tendo em vista a 
morte de Hamilton, na forma do art. 1.779, parágrafo único do Código Civil. 
 
B) De acordo com o art. 747 do CPC, a interdição poderá ser promovida, na falta do cônjuge ou 
companheiro, pelos parentes ou tutores, pelo representante da entidade em que se encontra 
abrigado o interditando e pelo Ministério Público. No caso concreto, a curadoria poderá ser 
promovida por demais parentes eventualmente existentes, ou pelo Ministério Público. 
 
 
 Distribuição dos Pontos 
 
ITEM PONTUAÇÃO COMENTÁRIO EXPLICATIVO 
AO ALUNO 
A. Jorgina estará sujeira à curatela por 
não puder exprimir a sua vontade, sendo 
que o curador de Jorgina também será o 
curador de Josete (0,60), na forma dos 
artigos 1.767m inciso I e 1.779 do CC 
(0,10). 
 
 
0,00/0,10/0,60/0,7
0 
O instituto assistencial de direito 
de família aplicável ao caso em 
destaque é o da interdição. O 
Código Civil expressamente 
afirma que se o nascituro não 
tiver genitor, em caso de 
interdição da mulher grávida, o 
curador desta também será do 
nascituro. 
B. De acordo com o art. 747 do CPC a 
interdição poderá ser promovida, na falta 
do cônjuge ou do companheiro, pelos 
parentes ou tutores, pelo representante 
da entidade em que se encontra abrigado 
o interditando e pelo Ministério Público 
(0,45), conforme art.747 do CC (0,10). 
 
 
 
0,00/0,10/0,45/0,5
5 
A interdição poderá ser 
promovida, na falta do cônjuge ou 
companheiro, pelos parentes ou 
tutores, pelo representante da 
entidade em que se encontra 
abrigado o interditando e pelo 
Ministério Público, conforme art. 
747 do CPC. 
Simulados 
OAB 
Simulado OAB Página 11 de 
7 
 
 
 
PADRÃO DE RESPOSTA – QUESTÃO 03 
 
Resposta Ideal 
 
A) Renata Alexandrina poderia se utilizar da tomada de decisão apoiada, instaurando processo 
judicial, informando ser deficiente e indicando Luciano e Jesualdo para prestar-lhe apoio e 
fornecer elementos e informações necessárias para que possa exercer os referidos atos da vida 
civil, na forma do art. 1.783-A do Código Civil. 
 
B) A decisão tomada por pessoa apoiada terá validade e efeitos sobre terceiros, sem restrições, 
desde que esteja inserida nos limites do apoio acordado, na forma do §4º, do art. 1.783-A do 
Código Civil. 
 
 Distribuição dos Pontos 
 
ITEM PONTUAÇÃO COMENTÁRIO EXPLICATIVO 
AO ALUNO 
A. Renata Alexandrina deverá se utilizar 
da tomada de decisão apoiada, por ser 
esta a medida judicial adequada (0,60) 
na forma do art. 1.783-A do Código Civil 
(0,10). 
 
 
0,00/0,10/0,60 
/0,70 
A tomada de decisão apoiada é a 
medida judicial cabível disponível 
no ordenamento jurídico para que 
deficientes possam obter 
elementos, apoio e informações 
necessárias ao exercício de atos 
da vida civil, sendo no caso a 
mais adequada opção jurídica, 
especialmente quando a questão 
indica a existência de duas 
pessoas que já mantinham 
vínculo com Renata, além de 
serem idôneas. 
B. A decisão tomada por pessoa 
apoiada terá validade e efeitos sobre 
terceiros (0,30), na forma do §4º, do art. 
1.783-A do Código Civil. (0,25). 
 
 
 
0,00/0,25/0,30/ 
0,55 
Emitida a decisão judicial, após o 
devido procedimento, com a oitiva 
do Ministério Público, dos 
apoiadores, da equipe 
multidisciplinar e de Renata 
Alexandrina, os efeitos da decisão 
apoiada terá validade e efeitos 
sobre terceiros. 
Simulados 
OAB 
Simulado OAB Página 12 de 
7 
 
 
PADRÃO DE RESPOSTA – QUESTÃO 04 
 
 Resposta Ideal 
 
A) De acordo com o art. 928 do CC o incapaz possui responsabilidade civil condicional, 
subsidiária e equitativa. Dentro destes limites é possível reconhecer a responsabilidade civil de 
Eduarlinda, especialmente porque seu pai não é vivo e sua mãe tem poucos recursos financeiros. 
 
B) O direito de regresso não é cabível quando o autor do dano é descendente incapaz de quem 
realizou o pagamento, na forma do art. 934 do CC. Desta maneira, a genitora de Eduarlina não 
poderá ajuizar ação de regresso contra sua filha. 
 
Obs: a mera indicação dos artigos da legislação é insuficiente para fins de pontuação. 
 
 Distribuição dos Pontos 
 
ITEM PONTUAÇÃO COMENTÁRIO EXPLICATIVO 
AO ALUNO 
A. Eduarlina Amaral terá 
responsabilidade civil subsidiária, 
condicional e equitativa (0,50) na forma 
do art. 928 do CC (0,15). 
 
 
0,00/0,10/0,50/0,65 
O incapaz responde civilmente 
de acordo com o Código Civil. 
Esta responsabilidade civil é 
subsidiária, condicional e 
equitativa. Desta maneira, 
demonstrada a inexistência de 
condições econômicas da 
genitora de Eduarlina, será 
possível postular indenizar 
contra a própria criança. 
B. Não há direito de regresso no caso 
concreto porque dano foi causado por 
descendente incapaz de quem pagou 
(0,50) na forma do art. 934 do Código 
Civil (0,10). 
 
0,00/0,10/0,50/ 0,60 Apesar de em regra o Código 
Civil admitir direito de regresso 
no caso da responsabilidade civil 
por ato de terceiro, existe 
previsão expressa afastando a 
possibilidade do regresso 
quando o autor do ilícito é 
descendente incapaz de quem 
realizou o pagamento da 
indenização. No caso, Eduarlina 
é descendente incapaz, daí 
porque não cabe o direitode 
regresso.

Continue navegando