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Montes Claros/MG - 2014
Elisângela Chaves
Fernanda de Souza Cardoso
dança em Educação 
Física
2014
Proibida a reprodução total ou parcial.
Os infratores serão processados na forma da lei.
EDITORA UNIMONTES
Campus Universitário Professor Darcy Ribeiro
s/n - Vila Mauricéia - Montes Claros (MG)
Caixa Postal: 126 - CEP: 39.401-089
Correio eletrônico: editora@unimontes.br - Telefone: (38) 3229-8214
Catalogação: Biblioteca Central Professor Antônio Jorge - Unimontes
Ficha Catalográfica:
Copyright ©: Universidade Estadual de Montes Claros
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS - UNIMONTES
REITOR
João dos Reis Canela
VICE-REITORA
Maria Ivete Soares de Almeida
DIRETOR DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÕES
Humberto Velloso Reis
EDITORA UNIMONTES
Conselho Editorial
Prof. Silvio Guimarães – Medicina. Unimontes.
Prof. Hercílio Mertelli – Odontologia. Unimontes.
Prof. Humberto Guido – Filosofia. UFU.
Profª Maria Geralda Almeida. UFG.
Prof. Luis Jobim – UERJ.
Prof. Manuel Sarmento – Minho – Portugal.
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Prof. Antônio Alvimar Souza - Unimontes.
Prof. Fernando Lolas Stepke. – Univ. Chile.
Prof. José Geraldo de Freitas Drumond – Unimontes.
Profª Rita de Cássia Silva Dionísio. Letras – Unimontes.
Profª Maisa Tavares de Souza Leite. Enfermagem – Unimontes.
Profª Siomara A. Silva – Educação Física. UFOP.
CONSELHO EDITORIAL
Ana Cristina Santos Peixoto
Ângela Cristina Borges
Betânia Maria Araújo Passos
Carmen Alberta Katayama de Gasperazzo
César Henrique de Queiroz Porto
Cláudia Regina Santos de Almeida
Fernando Guilherme Veloso Queiroz
Jânio Marques Dias
Luciana Mendes Oliveira
Maria Ângela Lopes Dumont Macedo
Maria Aparecida Pereira Queiroz
Maria Nadurce da Silva
Mariléia de Souza
Priscila Caires Santana Afonso
Zilmar Santos Cardoso
REVISÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA
Carla Roselma
Waneuza Soares Eulálio
REVISÃO TÉCNICA
Karen Torres C. Lafetá de Almeida 
Viviane Margareth Chaves Pereira Reis
DESIGN EDITORIAL E CONTROLE DE PRODUÇÃO DE CONTEÚDO
Andréia Santos Dias
Camilla Maria Silva Rodrigues
Fernando Guilherme Veloso Queiroz
Magda Lima de Oliveira
Sanzio Mendonça Henriiques
Wendell Brito Mineiro
Zilmar Santos Cardoso
Diretora do Centro de Ciências Biológicas da Saúde - CCBS/
Unimontes
maria das mercês borem Correa machado
Diretor do Centro de Ciências Humanas - CCH/Unimontes
Antônio Wagner Veloso rocha
Diretor do Centro de Ciências Sociais Aplicadas - CCSA/Unimontes
Paulo Cesar mendes barbosa
Chefe do Departamento de Comunicação e Letras/Unimontes
Sandra ramos de Oliveira
Chefe do Departamento de Educação/Unimontes
Andréa lafetá de melo Franco
Chefe do Departamento de Educação Física/Unimontes
rogério Othon Teixeira Alves
Chefe do Departamento de Filosofi a/Unimontes
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Chefe do Departamento de Geociências/Unimontes
Antônio maurílio Alencar Feitosa
Chefe do Departamento de História/Unimontes
Francisco Oliveira Silva
Jânio marques dias
Chefe do Departamento de Estágios e Práticas Escolares
Cléa márcia Pereira Câmara
Chefe do Departamento de Métodos e Técnicas Educacionais
Helena murta moraes Souto
Chefe do Departamento de Política e Ciências Sociais/Unimontes
maria da luz Alves Ferreira
Ministro da Educação
Aloizio mercadante Oliva
Presidente Geral da CAPES
Jorge Almeida Guimarães
Diretor de Educação a Distância da CAPES
João Carlos Teatini de Souza Clímaco
Governador do Estado de Minas Gerais
Antônio Augusto Junho Anastasia
Vice-Governador do Estado de Minas Gerais
Alberto Pinto Coelho Júnior
Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
narcio rodrigues da Silveira
Reitor da Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes
João dos reis Canela
Vice-Reitora da Universidade Estadual de Montes Claros - 
Unimontes
maria ivete Soares de Almeida
Pró-Reitor de Ensino/Unimontes
João Felício rodrigues neto
Diretor do Centro de Educação a Distância/Unimontes
Jânio marques dias
Coordenadora da UAB/Unimontes
maria Ângela lopes dumont macedo
Coordenadora Adjunta da UAB/Unimontes
betânia maria Araújo Passos
Autoras
Elisângela Chaves
Graduada em Educação Física, pela Universidade Federal de Viçosa - UFV, 
Mestre e Doutora em Educação pela Universidade Federal de Minas 
Gerais – UFMG. 
Fernanda de Souza Cardoso
Graduada em Educação Física, pela Universidade Estadual de Montes 
Claros – UNIMONTES, Mestre em Educação Física pela Universidade 
Federal de Juiz de Fora – UFJF e doutoranda em Ciências da Religião pela 
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP.
Sumário
Apresentação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9
Unidade 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11
Contextualização histórica da dança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11
1.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11
1.2 O que é dança?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11
1.3 Algumas considerações sobre a dança e sua trajetória . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .12
Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .16
Unidade 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .17
Introdução à consciência corporal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .17
2.1 Introdução. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .17
2.2 Dança e consciência corporal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .17
Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .20
Unidade 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .23
Música, ritmo e movimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.2 O movimento e a dança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.3 Música, ritmo e dança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .24
3.4 Ritmo, dança e educação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .27
Unidade 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .29
Fundamentos básicos para dança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .29
4.1 Introdução. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .29
4.2 O corpo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
4.3 O movimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .32
Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . .35
Unidade 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37
Estudo do movimento e estética corporal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37
5.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37
5.2 Alguns apontamentos sobre os estudos de Rudolf Laban. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
Unidade 6 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .41
Noções coreográficas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .41
6.1 Introdução. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .41
6.2 Coreografar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .42
6.3 Ensaios e a preparação para a apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .47
Resumo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .49
Referências básicas e complementares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .51
Atividades de Aprendizagem - AA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .53
9
Educação Física - Dança em Educação Física
Apresentação
Caro (a) acadêmico (a), elaborar um material sobre a dança para um curso de Educação a 
Distância foi um interessante desafio para nós. Acostumadas a demonstrar corporalmente muitas 
das informações constantes neste material, expressá-las em palavras foi um exercício pedagógi-
co e um repensar constante. Esperamos que, além da clara exposição dos conteúdos, estes textos 
consigam traduzir os conhecimentos básicos e a sensibilização necessários à compreensão da 
importância da dança na educação e sua grande contribuição para o ensino da Educação Física 
na escola. Nesse sentido, desejamos a todos e a todas boas leituras dançantes. 
As autoras.
11
Educação Física - Dança em Educação Física
UnidAdE 1
Contextualização histórica da 
dança
Fernanda de Souza Cardoso
1.1 Introdução
Prezados acadêmicos, anteriormente a qualquer atribuição, objetivo ou conhecimento que 
venhamos a ter sobre a dança, é essencial que conheçamos como esta prática do corpo se de-
senvolveu e se constituiu na história da humanidade. Dessa maneira, nesta unidade iremos tra-
balhar com alguns conceitos e ideias importantes para reconhecermos como a dança se desen-
volveu e acompanhou os acontecimentos de cada tempo, re(criando) diferentes códigos e/ou 
ações corporais. 
1.2 O que é dança?
Antes de iniciarmos esta longa trajetória da dança, vale refletirmos um pouco sobre a ques-
tão: O que é dança? Antes de lermos alguns conceitos construídos por diferentes pesquisado-
res, pensemos nós mesmos sobre a dança, sobre como compreendemos a ação de dançar. Talvez 
você tenha pensado em algumas palavras isoladas: arte, movimento, atividade física, corpo, ex-
pressão, entre outros. A partir dessas e de muitas outras palavras, tentemos agora construir uma 
definição sobre o que é dança nas apresentações a seguir. Dantas afirma que 
a dança é a manifestação do corpo em movimento. Ela se revela através de mo-
vimentos que se instauram no corpo, surgem e desaparecem contínua e rapi-
damente, criando infinidades de formas corporais transfigurando este corpo. 
(DANTAS 1996, p. 68)
PArA SAbEr mAiS
Para melhor entendi-
mento recomendamos 
que assistam aos 
vídeos “O que é dança” 
(três partes) 
Parte 1 http://www.
youtube.com/
watch?v=8vgzmxfzjuE 
Parte 2 http://www.
youtube.com/
watch?v=1A6XAQgN
SOA
Parte 3 http://www.
youtube.com/
watch?v=fu-RzCqMkSI
◄ Figura 1: História 
da dança- Domínio 
Público.
Fonte: Disponível em 
<http://vivaitaborai.
blogspot.com.br/2011/10/
eventos-de-danca-itabo-
rai.html> Acesso em 07 de 
set. de 2013.
12
UAB/Unimontes - 2º Período
Para Tokoe e Harf (1987), a dança está baseada naquilo que todos temos, nosso corpo e seus 
movimentos funcionais, mas com uma categoria a mais: a criatividade, por isso, consideramos 
que ela não está distante das possibilidades de nenhuma pessoa, já que é uma criação pesso-
al. Ela também encerra a possibilidade de dar corpo a imagens, fantasias, ideias, pensamentos e 
sentimentos, é a expressão corporal da poesia latente em todo ser humano.
Importante ressaltar que a dança possui uma infinidade de definições, sendo possível, por-
tanto, que vários enfoques sejam dados a ela, levando em consideração desde aspectos psico-
lógicos até fisiológicos, ou intelectuais e emocionais. Porém, enquanto atividade humana, esta 
linguagem gestual chamada dança se fez e se faz presente na história da humanidade, surge da 
cultura como uma das manifestações do ser racional. Desponta como uma das mais significati-
vas expressões, pois através dela é possível conhecer os hábitos e os costumes da sociedade. Por 
meio de evidências gravadas em cavernas, através de pinturas nas rochas, vasos e pertences do-
mésticos, foi possível a comprovação de que a dança acompanha homens e mulheres desde os 
tempos mais remotos, indo da pré-história até os dias atuais (RANGEL, 2002). 
1.3 Algumas considerações sobre 
a dança e sua trajetória
De acordo com Nanni (1995), a dança presidia a todos os momentos e acontecimentos da 
vida do homem primitivo. Vale destacar a divisão proposta por Faro (1986), que apresenta a dan-
ça em três formas distintas: a étnica, a folclórica e a teatral, uma descendendo da outra, exata-
mente na ordem citada. E estas formas são assim conceituadas: 
a. dança étnica tem, de acordo com Faro (1986), vinculação com o ato religioso e, como ma-
nifestação religiosa, algumas características podem ser apontadas: ocorria nos templos, ou 
seja, tinha lugar em recintos especiais; era privilégio dos sacerdotes; era realizada dentro de 
cerimônias específicas, devendo haver razões de base para a forma e as datas em que cada 
dança acontecia; 
b. a dança folclórica reflete a necessidade do homem de expressar seus hábitos e costumes. 
Seria uma forma de expressão popular que perdura ao longo do tempo, passando de gera-
ção em geração, na busca de preservar as raízes e essência de sua história; 
c. a dança teatral surge na Idade Média e envolve uma gama imensa de estilos (RANGEL, 
2002).
Para Faro (1986), a dança folclórica surge a partir do momento em que o significado reli-
gioso das danças foi desaparecendo. Já em relação à dança teatral, também chamada de dança 
cênica, temos, por exemplo: o ballet clássico; o neoclássico; o moderno; o jazz; o sapateado e 
muitos outros que surgiram em busca de renovação, de melhor aperfeiçoamento técnico e/ou 
de novas possibilidades de exploração dos movimentos e experiências com e do corpo (RAN-
GEL, 2002).
A dança de salão, ou dança social, seria o elo de ligação entre a dança folclórica e a dança te-
atral. Essas danças floresceram entre a nobreza europeia, mas descendem das danças populares. 
Transferidas das praças das aldeias para os salões nobres, as danças de salão foram modificadas e 
ressignificadas pelas classes que se julgavam superiores (FARO, 1986).
Com relação à dança cênica ou dança teatral, propomos a vocês, acadêmicos, aprenderem 
um pouco mais sobre os estilos ou linhas de dança e algumas de suas principais características. 
Apresentamos a seguir um pouco mais sobre algumas mudanças e/ou permanências na história 
da dança.
GlOSSáriO
movimentos funcio-nais: são movimentos 
fundamentais reali-
zados pelo homem e 
que são executados 
também no cotidiano 
como: agachar, avançar, 
abaixar, puxar, empur-
rar, levantar e girar.
13
Educação Física - Dança em Educação Física
BOX 1
Os estilos de dança ou suas principais linhas
A dança clássica, com origem no séc. XVII, buscava traduzir uma bela postura, leveza e 
rigor na reprodução de seus movimentos, proporcionando um certo controle da fluência, exi-
gindo dos bailarinos até mesmo um domínio de movimentos não muito comuns ao ser hu-
mano, como é o caso da posição “en dehors” (posição que exige rotação da articulação coxo-
-femural em abdução).
Foram criadas nesta época, as famosas cinco posições básicas dos pés, e a utilização de 
sapatilhas de ponta, dando o efeito de que as bailarinas flutuavam. As histórias desenvolvidas 
nas coreografias eram repletas de fantasias, envolvendo sempre fadas, ninfas e príncipes.
No final do séc. XIX, surgem algumas tendências inovadoras, como a dança neoclássica 
que, sem abandonar as características técnicas do clássico, procura explorar as formas abstra-
tas como conteúdo de expressão, utilizando-se de mais espaço em suas execuções. O domínio 
da fluência controlada é ainda bastante valorizado.
A dança livre, assim denominada, surge, por sua vez, com Isadora Duncan no início do 
séc. XX. Apesar de possuir formação técnica clássica, Isadora não se rende aos princípios artifi-
ciais e tradicionais do clássico. Este estilo tinha o intuito de resgatar a essência da dança, pro-
curando atingir diretamente a alma e as emoções, fugindo do rigor e do virtuosismo técnico 
que a dança clássica propunha. Isadora buscava inspiração na natureza, observando os seus 
elementos e também os detalhes contidos nos vasos gregos. Seus trajes eram leves e seus pés 
descalços, demonstrando seu apreço pela liberdade.
Um estilo denominado de dança moderna teve sua origem no séc. XX, tendo como ca-
racterística básica movimentos de contração do tronco, braços e pernas, refletindo o sofri-
mento e a interiorização do homem. As qualidades de contração e expansão, utilizadas neste 
estilo, traduzem uma energia que tem origem na região umbilical, associando-se um trabalho 
respiratório para melhor domínio e execução dos mesmos.
O ballet contemporâneo, como referenda Godoy (1995), surgiu com a tentativa de se 
buscar novas possibilidades de movimentos, viabilizando o envolvimento de todas as técnicas 
já existentes. Originado no séc. XX, esta linha não tem a pretensão de excluir qualquer que 
seja a manifestação desejada pelo executante, pois ela dá grande ênfase à expressividade, 
além do nível técnico.
Godoy (1995) menciona que a dança contemporânea emerge no final do séc. XX, a par-
tir dos anos 60 até as últimas décadas, apresentando como diferença básica desta linha do 
ballet contemporâneo a preocupação de se relacionar a dança com temas que permeiam a re-
alidade do homem na sociedade atual. Ou seja, a dança contemporânea, através de qualquer 
tipo de movimento, sejam eles técnicos ou não, busca expressar, relatar, criticar ou refletir so-
bre as ideias atuais.
Finalizando a classificação das principais linhas ou estilos de dança, Godoy (1995) apre-
senta a dança prospectiva, também do séc. XX, mas já de olho no séc. XXI. Esta dança busca 
identificar-se com a arte, buscando um convívio com o cinema, a pintura, a música, o teatro e 
a escultura.
Fonte: GODOY citado por RANGEL. In: RANGEL, N. B. C. Dança, educação, educação física: propostas de ensino da dança 
e o universo da educação física. Jundiaí, SP: Fontoura, 2002.
Logo a seguir, temos as figuras 2, 3 e 4, exemplificando três tipos de dança teatral: a dança 
clássica, a dança moderna e a dança contemporânea. Ao observarmos com atenção as três ima-
gens, poderemos perceber muito sobre suas características e respectivas propostas.
14
UAB/Unimontes - 2º Período
Figura 2: Dança clássica- 
Domínio Público.
Fonte: Disponível em 
<http://veja.abril.com.br/
blog/gps/tag/bale/> Aces-
so em 07 de set. de 2013.
►
◄ Figura 4: Dança 
contemporânea- 
Domínio Público.
Fonte: Disponível 
em <http://jornaltri-
bunadonorte.net/
noticias/pinda-recebera-
-workshop-de-danca-
-contemporanea-em-
-maio/> Acesso em 07 de 
set. de 2013.
Figura 3: Dança 
moderna- Domínio 
Público.
Fonte: Disponível em 
<http://jornaltribuna-
donorte.net/noticias/
pinda-recebera-workshop-
-de-danca-contempora-
nea-em-maio/> Acesso em 
07 de set. de 2013.
►
15
Educação Física - Dança em Educação Física
A dança é, então, um patrimônio histórico que permeia a cultura corporal de homens e de 
mulheres, seres sociais, que estão sempre em transformação, assim como as sociedades, des-
ta maneira, também as danças. Como produto e fator da cultura humana, estampa desde seu 
surgimento nos tempos primitivos até a atualidade, uma linguagem corporal moldurada e in-
fluenciada pelos contextos econômicos, sociais, políticos, religiosos e econômicos, presentes no 
desenrolar de regimes histórico-sociais, evocando suas necessidades, suas crenças, tradições, 
convenções, rebeldias (GARCIA; HAAS, 2006). 
Para Vargas (2007, p. 43), “a dança representou um alto valor de importância no transcorrer 
do desenvolvimento da humanidade, presenteando-se como produto e fator da cultura huma-
na”, aparecendo em todos os momentos solenes da existência do ser; este dançou a guerra e a 
paz, o casamento e os funerais, a semeadura e a colheita (GARAUDY, 1980). E, como qualquer 
produção humana, a dança foi e é sempre revista, reformulada.
Ao longo da história, a dança, que nasceu como um fenômeno comunitário, 
vai se tornando uma atividade artística profissional, descolada, mas por vezes 
inspirada nas tradicionais manifestações anônimas de caráter coletivo que se 
configuravam como um reflexo de um povo, transformando-se em reflexão au-
toral, em formatos expressivos grupais e subjetivos, atingindo outro patamar 
de consciência e de domínio técnico interpretativo. A dança migra dos espaços 
públicos ou sagrados e ocupa um espaço próprio (...). A dança deixa de ser um 
meio de celebração para tornar-se um fim em si mesma (ROBATTO, 2012, p. 37).
Podemos ampliar nosso acervo sobre a dança trazendo as contribuições da pesquisadora 
Lia Robatto, que nos esclarece sobre a função da mesma na sociedade, sobre como ela está liga-
da a diferentes aspectos da vida, como está direcionada para inúmeros intuitos e possui muitos 
significados.
BOX 2
As funções da dança na sociedade
Segundo Garaudy (1980), desde a origem das sociedades, é pelas danças e pelos cantos 
que o homem se afirma como membro de uma comunidade que o transcende.
Todas as culturas desenvolvem diversas linguagens, conforme sua concepção de vida, 
sua forma de simbolizar o mundo. No mundo todo, desde sempre, as pessoas dançam para 
se comunicar, expressando o indivíduo e principalmente o grupo a que pertence. Porém to-
das as culturas manifestam-se através do corpo, que é, antes de tudo, o seu conteúdo. As ma-
nifestações através da linguagem do movimento vêm, desde as danças tribais primitivas até 
as danças urbanas atuais, apresentando algumas vertentes básicas, como a necessidade de o 
dançarino se comunicar com o outro, com o coletivo, com o mistério, com o divino e, princi-
palmente, consigo mesmo, podendo, até nos dias de hoje, atender a diversas funções ances-
trais, tais como: danças como uma explosão de êxtase e possessão, danças mágicas em busca 
do domínio de desígnios da natureza, danças propiciatórias para as atividades da comunida-
de e momentos cíclicos da vida, danças como rito sagrado ou danças profanas celebrando a 
alegria coletiva, danças em comemorações cívicas ou danças dramáticas como forma de ma-
nutenção da memória de uma cultura, entre outras, sendo que muitas danças ainda têm fun-
ções sociais múltiplas.
Essas manifestações, de uma forma ou de outra, acontecem em todas as culturas, mesmo 
naquelas onde a dança é um interdito. As danças são próprias de todos os povos, conformeo momento de sua história – com características peculiares, configurando-se em formas ori-
ginais e que tendem a se transformar; e, conforme a dinâmica de cada época, sofrendo mo-
dificações de acordo com as múltiplas influências de outros povos. Há que identificar cada 
manifestação cultural considerando as condições circunstanciais da sua criação, produção e 
circulação.
Fonte: ROBATTO, L. A dança como via privilegiada de educação: relato de uma experiência. Salvador: EDUFBA, 2012.
Dando continuidade ao tema da dança e suas muitas funções sociais, seus diferentes aspec-
tos, consideramos de grande importância, para você, aluno e aluna, uma rápida reflexão sobre a 
dança e sua função educacional, a dança e seus aspectos pedagógicos (este tema será retomado 
na Unidade IV). “A aprendizagem aqui alcança a ação e o pensamento ou o fazer pensar, porque 
diCA
Uma importante fonte 
para compreensão 
sobre a História da dan-
ça, como surgiu e se 
desenvolveu a mesma, 
está na seguinte obra: 
FARO, Antonio José. 
Pequena história da 
dança. Rio de Janeiro: 
Jorge Zahar, 1986.
16
UAB/Unimontes - 2º Período
existe a necessidade de entendermos o que fazemos e por que fazemos dança na escola” (TADRA 
et al, 2009, p. 52). Enquanto instrumento educativo, a dança se relaciona a muitas possibilidades: 
pesquisa e consciência do corpo; comunicação; expressividade; criatividade; ludicidade; ritmici-
dade; e o professor precisa acreditar na importância da aprendizagem do movimento e da explo-
ração da capacidade de se movimentar (VERDERI, 2009). 
Dança é muito mais do que sua própria palavra inspira para muitos. Ela deve 
ser descoberta, vivenciada, pensada e sentida. Se nossa proposta é ensinar 
dança para a criança, temos que conhecer nossas crianças, entendê-las, veri-
ficar seus anseios e necessidades para somente depois pensarmos na elabora-
ção de um programa adequado (VERDERI, 2009, p. 58).
Então, para que nossas propostas pedagógicas, usando a dança como instrumento educati-
vo, sejam eficientemente aproveitadas por nossos acadêmicos e acadêmicas, antes de qualquer 
coisa, precisamos realizar um trabalho coerente, levando sempre em consideração para quem 
ensinamos e por que ensinamos, para então nos concentrarmos no que ensinamos.
Referências
DANTAS, M. F. dança, forma, técnica e poesia do movimento. Dissertação de mestrado, Uni-
versidade Federal do Rio Grande do Sul: Porto Alegre, 1996.
FARO, Antonio José. Pequena história da dança. 2. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1986. 
GARAUDY, R. dançar a vida. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980.
GARCIA, Ângela; HAAS, Aline Nogueira. ritmo e dança. Canoas: Ulbra, 2006.
NANNI, D. dança Educação: Princípios, Métodos e Técnicas. Rio de Janeiro: Sprint, 1995.
RANGEL, N. B. C. dança, educação, educação física: propostas de ensino da dança e o universo 
da educação física. Jundiaí, São Paulo: Fontoura, 2002.
ROBATTO, L. A dança como via privilegiada de educação: relato de uma experiência. Salvador: 
EDUFBA, 2012.
TADRA, et. al. linguagem da dança. Curitiba: IBPEX, 2009.
TOKOE, Patrícia; HARF,  Ruth. Expressão corporal na pré-escola. São Paulo: Summus Editorial, 
1987.
VARGAS, L. A. M. de. Escola em dança: movimento, expressão e arte. Porto Alegre: Mediação, 
2007.
VERDERI, E. dança na escola: uma proposta pedagógica. São Paulo: Phorte, 2009. 
PArA SAbEr mAiS 
Com o intuito de am-
pliar a reflexão sobre 
temas importantes 
tratados nesta unidade, 
sugerimos que assista 
ao vídeo “O que pode 
o corpo” e logo após 
elabore um resumo 
colocando as principais 
ideias apresentadas no 
mesmo 
Endereço eletrônico: 
http://www.youtu
be.com
/watch?v=oE3ao
W2xp4w
17
Educação Física - Dança em Educação Física
UnidAdE 2
Introdução à consciência corporal
Fernanda de Souza Cardoso
2.1 Introdução
Nesta unidade, iremos estudar um conceito que consideramos importante dentro do traba-
lho com a dança: consciência corporal. Abordaremos como a definição de consciência corporal 
aparece na literatura e de que maneira essa estrutura está intimamente relacionada à dança.
2.2 Dança e consciência corporal
Dançar é um registro de vida, de força, expressão, empenho, vontade e paixão que aprofun-
da cada vez mais nossos conhecimentos corporais. Observando com atenção o andamento e as 
modificações na estrutura óssea, no equilíbrio, no tônus muscular, nos diferentes movimentos 
das articulações, aguçamos a percepção sobre nós (MILLER, 2012, p. 9). E tudo isso tem a ver com 
consciência, de nossos corpos e, por isso, de nós mesmos.
Consciência corporal, como bem nos apresenta Nanni (2003), é uma estrutura percepto-mo-
tora, que tem por base componentes internos como: atenção visual, dimensão espacial, laterali-
dade e identificação com as partes do corpo e outras; e ainda componentes externos: direcionali-
dade, orientação espacial, sentido do movimento total/parcial cinestésico, por exemplo.
Figura 5: Consciência 
corporal- Domínio 
público.
Fonte: Disponível em 
<http://www.metodober-
tazzo.com/Aulas> Acesso 
em 9 de set. de 2013.
▼
18
UAB/Unimontes - 2º Período
Acreditando no homem como o sistema mais desenvolvido entre os que conhecemos, po-
demos conceber o mesmo como uma “máquina” que se aperfeiçoa cada vez mais, sendo que 
as transformações na posição de suas articulações e em seu sistema locomotor estão intima-
mente ligadas às etapas de seu desenvolvimento, a “tomadas de consciência” que levaram o 
seu aparelho locomotor a novos patamares. “A consciência serviu-se do gesto para presenti-
ficar seu novo estado e, por sua vez, o gesto estimulou novos estados de consciência” (BERTA-
ZZO, 1998, p. 20).
Para Merleau-Ponty (1990), toda consciência é perceptiva, mesmo a consciência de nós 
mesmos. Ter ampliada esta percepção do que somos, ou seja, de como somos um corpo, nos 
possibilita alcançar novas e mais experiências, nos permite conhecer sobre nossas limitações 
e nossas tantas possibilidades. A dança aparece dessa maneira como um instrumento deste 
acesso, uma prática corporal constituída de muitos elementos a serem explorados. 
Assim como coloca Marques (2009, p. 6), “a dança se propõe a criar na criança uma consci-
ência exigente e ativa em relação ao meio ambiente e à qualidade de vida cotidiana”.
Leal (2006, p. 46) contribui ao constatar que “na medida em que reconhecemos nosso 
corpo sem receitas ou estereótipos, aprendemos a lidar com suas dificuldades e encontramos 
suas possibilidades, aceitando-o, antes de tudo”. A dança exerceria, então, uma importância 
efetiva na formação do ser humano porque, possivelmente, pelo desenvolvimento de atitudes 
emocionais e estruturação da identidade do homem, desencadeia um sentido de singularida-
de neste processo (NANNI, 2003).
Nesse sentido temos, por exemplo, em uma sala de aula, a repetição dos movimentos que 
leva, ou deveria levar, à observação de nossas dificuldades. Nossas articulações são como ala-
vancas que conduzem nossos movimentos. “Se faço um movimento e coloco a tensão em um 
ponto que não é o ideal, meu corpo faz uma compensação de força. Somente a consciência do 
gesto me fará levar essa tensão para o ponto certo” (VIANNA, 2005, p. 76).
Nanni (2003) esclarece que a consciência das partes do corpo, de como movimentar seus 
segmentos corporais de forma unilateral, bilateral, alternada, fragmentada, entre outras, dará a 
este corpo um repertório vasto e grandes vantagens na aprendizagem de atividades psicomo-
toras em níveis crescentes, tanto qualitativa quanto quantitativamente. 
As vivências e experiências decorrentes do sentir e perceber as partes do corpo 
constituem para um melhor controle adaptativo: ao diferenciar as diversas par-
tes do corpo, sentir a importância das mesmas, atingir uma independência de 
movimentos, dispor seu corpo, a interação e ação com o mundo e no mundo 
darão disponibilidades à criança para uma ação melhor vivenciada de seu uni-
verso (NANNI, 2003, p. 79).
E esta consciência de si, das partes e da unidade do corpo, é processualmente adquirida,ela não acontece rapidamente, mas em etapas, e diz respeito à maneira pela qual nos relacio-
namos com o mundo, com os objetos, com as pessoas. 
A dança tem, desta forma, “a missão de desenvolver o conhecimento do corpo pela sensi-
bilidade, partindo do fato de que a criança sente um enorme prazer em se movimentar”, levan-
do-a a investigar o mundo ao seu redor, explorar objetos e aprender sobre o meio ambiente. 
Quando se movimenta, a criança percebe inúmeras direções do espaço em volta de si, envol-
vendo-se nesta relação com outras pessoas e consigo mesma (MARQUES, 2009).
Nesse sentido é que vale termos atenção à importância da pele, da projeção dos ossos, 
do estado de tonicidade adequado, que nos auxilia no processo de nos tornarmos indivíduos 
mais integrados. Dançar possibilita maior prazer, deixando fluir elementos novos e criativos e 
permite o expandir dos movimentos (MILLER, 2012, p. 9). “A dança se faz não apenas dançan-
do, mas também pensando e sentindo: dançar é estar inteiro”, sem ignorar as emoções em sala 
de aula, sem reprimir essas coisas todas que trago dentro de mim (VIANNA, 2005, p. 32). 
A seguir, apresentamos um quadro elaborado sucintamente a partir da proposta de Dio-
nísia Nanni em seu livro “Ensino da dança”, no qual ela traz quatro estágios relacionando a 
consciência corporal com a dança, ou seja, a referida autora apresenta o que denomina de es-
tágios operacionais, mostrando as características dos mesmos e ainda sugere atividades (apli-
cação) para cada estágio.
PArA SAbEr mAiS 
Sugerimos visitar o site 
do coreógrafo Ivaldo 
Bertazzo, cujo endere-
ço eletrônico é http://
www.metodobertazzo.
com/, para conhece-
rem um pouco sobre o 
Método Bertazzo, uma 
proposta de reeduca-
ção corporal criada por 
ele, que muito tem a 
ver com algumas ques-
tões estudadas nesta 
unidade.
19
Educação Física - Dança em Educação Física
QUADRO 1
Consciência corporal – Estágios Operacionais em Dança
Estágios Características
10 Consciência das partes do corpo.
20 Consciência das articulações, ligamentos e grupos musculares – aparelho locomotor.
30 Consciência dos principais fluxos energéticos (plexo solar, externo, outros).
40 Consciência da dinâmica de movimento – concentração de energia para produção do movimento com qualidades, nuances.
Fonte: Elaboração própria a partir de texto de Nanni (2003, p. 80-84).
BOX 3
Consciência corporal e dimensão existencial
A descoberta do “eu” interior, de um ser único, individual e criativo é indispensável ao 
exercício da Dança enquanto forma de expressão da comunidade humana. Isto porque o nos-
so corpo possui a dimensão existencial (dúvidas, questionamentos, suposições, etc.) que nas-
cem da relação deste com o mundo exterior. 
Como em todo processo de ensino-aprendizagem, também na Dança é fundamental 
considerar a relação mundo-eu. É a partir desta dinâmica (relação eu-mundo) que emergem 
as singularidades e particularidades pessoais do ser. É quando o “eu” interior desabrocha im-
pulsionado pelo “eu” social = Forma de Relação com o Mundo exterior. Isto valoriza a consci-
ência de nossa existência cotidiana e faculta o processo de auto-conhecimento – o encontro 
do ”ser consigo mesmo”.
A capacidade energética da relação homem-mundo é canalizada pelo nosso corpo. Este 
possui uma capacidade energética-vital que potencializa todas as relações e todas as propor-
ções universais nas infinidades de atributos, funções e possibilidades do nosso corpo. O fluxo 
desta energia é analisado pelo processo criativo de Dança. Seria uma forma de nossa experi-
ência revelar a presença de nossa dimensão transcendental de forma materializada pela ener-
gia vital.
Em Dança-Educação o Ensino-Aprendizagem, canalizado por um processo criativo, po-
derá potencializar e canalizar esta energia de forma positiva para o encontro do ser com ele 
mesmo, com o mundo e com o universo. É a revitalização da onipotência do homem através 
de sua potência cuja base seria o fluxo de energia vital pelo movimento vivido intensamente, 
expresso em comunicação consigo, com o mundo, com o universo. Desta forma, o homem se 
inscreve no universo como também atua como síntese deste universo.
À medida que esta energia vital cresce, uma consciência corporal torna-se mais presente. 
Quanto mais presente em mim mesmo eu estiver, maior poderá ser a minha produção e con-
ceituação de energia vital para o movimento expressivo da Dança.
A percepção dos espaços interiores (eu-corpo), de localização do fluxo vital é que eu pos-
so ter uma consciência corporal mais intensa. A consciência corporal amplamente dimensio-
nada em suas várias estruturas me possibilita expressar-me e comunicar-me melhor através 
da Dança. 
Fonte: NANNI, D. Ensino da dança: enfoques neurológicos, psicológicos e pedagógicos na estruturação/ expansão da 
consciência corporal e da auto-estima do educando. Rio de Janeiro: Shape, 2003.
Apesar de ser atribuída à dança um valor físico-performático maior enquanto perspectiva 
artístico-cultural, ela também se apresenta como possibilidade educacional. Nossa perspectiva 
é de que a dança pode prestar significativa contribuição para a melhoria da consciência cor-
poral, com correspondência no desenvolvimento da auto-imagem e possibilidade de melhor 
autoconhecimento e auto-estima do educando (NANNI, 2000, p. 28).
Uma interessante colocação de Klauss Vianna (2005) em seu livro A dança nos faz pensar 
sobre o tipo de educação a qual fomos submetidos ou a que muitas vezes submetemos nos-
sos alunos; uma educação que, em alguns momentos, nega a condição corporal do indivíduo. 
Desta maneira, “a primeira coisa que um professor precisa fazer é dar um corpo ao aluno. Mas 
PArA SAbEr mAiS
Para ampliar seu 
acervo sobre o tema 
dança e consciência 
corporal, assista ao 
vídeo referencia-
do a seguir: http://
www.youtube.com/
watch?v=jdb8vAzwdu0
GlOSSáriO
Orientação espa-
cial: capacidade de 
avaliar com precisão a 
relação entre o corpo 
e o meio ambiente ou 
a relação física entre 
dois objetos, incluin-
do a compreensão 
das mudanças dessas 
relações físicas com o 
movimento.
Articulação: é a junção 
entre uma ou mais 
peças esqueléticas e 
têm como principal 
função manter em con-
tacto todos os ossos do 
esqueleto.
20
UAB/Unimontes - 2º Período
como dar um corpo a alguém?” Embora todos nós saibamos que o corpo existe, só nos lem-
bramos dele quando algum problema aparece, uma dor, uma febre, por exemplo. Porém, para 
acordar o corpo, é preciso desestruturar, fazer com que a pessoa sinta e descubra a existência 
desse corpo, para então ser criado um código pessoal (VIANNA, 2005).
E na dança, neste processo expressivo de “se deixar mostrar”, 
“teremos o movimento criativo, quando houver consciência corporal, isto é, 
quando o corpo se conscientizar da pele, dos músculos, das articulações, do 
seu afastamento ou da aproximação e suas relações, do alinhamento corpo-
ral, da respiração e do seu ritmo; quando o ouvido perceber os sons; quando 
o olhar enxergar o gesto, enfim quando ativarmos todos os nossos sentidos” 
(TADRA, et al., 2009, p.84).
Ao final desta unidade, vale, mais uma vez, fazermos uso do pensamento de Bertazzo 
(1998, p. 12) que assim afirma: antes de tudo, “devemos provocar uma mudança de qualida-
de em nossa relação com o movimento. Sem duvida nenhuma, é sempre um relacionamento 
consciente que poderá mudar nossa disposição corporal”.
Referências
BERTAZZO, I. Cidadão corpo: identidade e autonomia do movimento. São Paulo: Summus, 1998.
MARQUES, M. G. Consciência corporal: o que é? Revista ensaio geral, Belém, v.1, n.1, jan-jun, 
2009.
MERLEAU-PONTY, M. O primado da percepção e suas conseqüências filosóficas. Campinas: 
Papirus, 1990.
MILLER, J. Qual é o corpo que dança?: dança e educação somática para adultos e crianças. São 
Paulo: Summus, 2012.
NANNI, D. Ensino da dança: enfoques neurológicos, psicológicos e pedagógicos na estruturação/ 
expansão da consciência corporal e da auto-estima do educando. Rio de Janeiro: Shape, 2003.NANNI, D. O ensino da dança na estruturação/expansão da consciência corporal e da auto-esti-
ma do educando. revista mineira de Educação Física, Viçosa, v. 8, n. 1, 27-43, 2000.
ATiVidAdE
Após a leitura da 
Unidade 2, liste aquelas 
palavras que você 
considerou que são 
essenciais para o enten-
dimento do referido 
item.
Figura 6: Dança e 
consciência corporal.
Fonte: Disponível em 
<http://vivenciasdebai-
larina.blogspot.com.
br/2012/08/importancia-
-da-expressao-corporal-
-na.html> Acesso em 09 
de set. de 2013.
►
21
Educação Física - Dança em Educação Física
OKEAL, P. respiração e expressividade: práticas corporais fundamentadas em Graham e Laban. 
São Paulo: Fapesp; Annablume, 2006. 
TADRA, et. al. linguagem da dança. Curitiba: IBPEX, 2009.
VIANNA, K. A dança. São Paulo: Summus, 2005.
23
Educação Física - Dança em Educação Física
UnidAdE 3
Música, ritmo e movimento
Fernanda de Souza Cardoso
3.1 Introdução
Prezados estudantes, nesta unidade, trataremos sobre três elementos de grande importân-
cia no estudo da dança: ritmo, música e movimento. De maneira objetiva, abordaremos esse as-
sunto nos apropriando de concepções valiosas que possam nos orientar em nosso trabalho com 
este conteúdo da cultura corporal de movimento: a dança. O movimento, gerador da dança, 
aquele que por meio do corpo permite que a dança seja também uma linguagem; o ritmo, es-
trutura ordenada, ligada à fluência do dançante; e a música, que pode estar ou não acoplada à 
dança, já que esta última existe independentemente do estímulo musical. Veremos ainda como 
estes três elementos se relacionam entre si. Vamos conferir?
3.2 O movimento e a dança
Mover é viver. Por meio do movimento, nos expressamos, nos comunicamos, nos alimen-
tamos, trabalhamos; enfim, dele necessitamos para sobreviver. O movimento é uma alteração 
do corpo em diferentes segmentos do espaço (VERDERI, 2009, p. 62). Na dança, o corpo e o 
movimento são os elementos fundantes e é atra-
vés deles que a dança acontece, se realiza no 
tempo e no espaço. Como bem nos lembra Var-
gas (2007, p. 65), “dançar é imprimir movimento 
ao corpo”, ou seja, quando dançamos realizamos 
movimentos por meio de nossa corporeidade, 
sendo que esta última vai muito além de um ato 
físico.
Nesse sentido, temos as contribuições de Ta-
dra et. al (2009), ao afirmar que é importante en-
tendermos o movimento como objeto central, ou 
melhor, como a base para o estudo da dança.
Rangel (2002) destaca que o movimento 
relaciona-se à definição de dança, abrange códi-
gos ou símbolos como outra forma de linguagem 
e comunicação diferenciada das linguagens fala-
da ou escrita, onde o ato de transmitir e até de 
receber mensagens procede por intermédio da 
ação corporal. E como qualquer outra linguagem, 
a dança também proporciona comunicação, e as 
mensagens que permitem que esta comunicação 
aconteça fazem uso de instrumentos próprios: 
os gestos. Todas as formas que o corpo adquire 
quando explora o espaço, demonstrando dife-
rentes tipos de esforço, vão criar variadas inten-
ções e muitos sentidos.
Na dança, temos, então, “o movimento como 
resultado da captação de energia pela mente e 
Figura 7: Ritmo e dança.
Fonte: Disponível em 
<http://www.dicasdedan-
ca.com.br/historia-do-
-jazz-dance.html> Acesso 
em 9 de set. de 2013.
▼
24
UAB/Unimontes - 2º Período
da emanação pela emoção e pelo físico, que podem provocar ou não deslocamento. Este pode 
ser de um ou mais segmentos do corpo” (TADRA et.al, 2009).
3.3 Música, ritmo e dança
Como bem colocado por Vargas (2007, p. 67), “ritmo e música sempre influenciaram a vida 
do ser humano e, junto à dança, serviram como meio de comunicação e expressão”. Possível per-
ceber, portanto, similaridades e ainda uma íntima e valiosa relação ligando esses três elementos.
Diversas são as definições para conceituar ritmo (ARTAXO; MONTEIRO, 2008), podendo o 
mesmo ser designado como “tudo o que flui e o que se move no universo” (GARCIA; HAAS, 2006), 
ou ainda como percepção e disposição segundo um espaço, tempo, ordem e dinâmica (TAUBE, 
1998). 
O ritmo seria um dos três elementos básicos que constituem a música; a melodia e a harmo-
nia, os outros dois. Temos, portanto, a melodia sendo definida como sequência de sons tocados 
um após outro e que nos possibilita reconhecer a música. A harmonia, por sua vez, é a combina-
ção simultânea de dois ou mais sons, ou combinação das notas em um conjunto coerente (AR-
TAXO, MONTEIRO, 2008). Já o ritmo, na música, é determinado pela melodia, podendo ser lento, 
moderado ou acelerado. Para que seja possível dançarmos ou cantarmos uma melodia, precisa-
mos compreender, antes de tudo, as variações rítmicas que podem ocorrer (VERDERI, 2009).
Pode-se compreender a música como um dos símbolos mais expressivos do 
ritmo, pois toda forma e ou estilo musical (desde que surgiu na história da 
humanidade), está submetido ao ritmo, considerado o elemento fundamen-
tal dessa arte (GARCIA; HAAS, 2006, p.36). 
O ritmo, além de fazer parte da música, também está ligado ao movimento (ANDRADE, 
1999). Para Verderi (2009, p. 62), “por meio do movimento podemos expressar o ritmo, dançar a 
melodia e nos entregarmos na harmonia”; e a música, desta maneira, exerce grande influência 
no movimento, chegando alguns autores a dizer que os dois caminham juntos, um completan-
do o outro 
Nesse sentido, é importante destacar a contribuição de Vargas (2007, p. 67): “o ritmo no 
movimento está caracterizado pela alternância da tensão e do relaxamento, pela ação e con-
tra-ação, resultando na sua continuidade e fluência”.
O movimento corporal pode ser uma possibilidade de vivenciarmos o universo musical, 
sendo que o corpo em ação, sincronizado pela música e pelo movimento, é capaz de mani-
festar todo potencial expressivo destas duas artes (BUNDCHEN, 2005), e esta relação pode ser 
pensada pela manifestação do ritmo através deste movimento do corpo (RODRIGUES, 2007). 
Alguns educadores modernos afirmam que a contribuição do ritmo na formação física, 
intelectual, emocional e social das crianças é essencial. Ele pode atuar como facilitador do 
desenvolvimento de movimentos fundamentais, buscando seu domínio, graduando sua for-
ça, amplitude, elasticidade, levando ainda o indivíduo a criar novas formas de movimentar-se 
(VARGAS, 2007).
BOX 4
A frase musical e o bloco musical
Conti apud Monteiro e Artaxo (2000) comenta o que “popularmente se denomina de oito 
tempos”; na “verdade”, corresponde a dois compassos de quatro pulsos cada (pulso – marca-
ção). Isso significa que dois compassos quaternários (“4/4”) somados constituem oito bati-
mentos ou tempos. 
Na arte da dança, assim como da música, é preciso “criar frases” (no caso da dança, as fra-
ses expressadas com o corpo podem ser consideradas como uma sequência de movimentos 
executados (especialmente, através da música), caracterizados “com início, meio e fim”, deno-
minada coreografia (nessa os movimentos, quase sempre, são organizados a partir da frase 
musical, isto é, em oito tempos ou oito batimentos, ou, ainda, como alguns coreógrafos cha-
mam, oito marcações).
GlOSSáriO
Esforço: na teoria do 
esforço de Laban, o es-
forço pode ser definido 
como a atitude interior 
que dá origem a um 
movimento (TADRA, 
2009, p. 61).
Corporeidade: é o 
resultado complexo da 
articulação do univer-
so físico (physis), do 
universo da vida (bios) 
e do universo antro-
possocial. É constituída, 
então, de três dimen-
sões: física (estrutura 
orgânica-biofísica-
-motora organizadora 
de todas as dimensões 
humanas), emocional-
-afetivo (instinto-pul-
são-afeto), mental-
-espiritual (cognição, 
razão, pensamento, 
idéia, consciência) e a 
sócio-históricocultural 
(valores, hábitos, costu-
mes, sentidos, signifi-
cados, simbolismos). 
Todas essas dimensões 
estão indissociadas na 
totalidade do ser hu-
mano, constituindo sua 
corporeidade.
JOÃO, Renato Bastos; 
BRITO, Marcelo de. Pen-
sando a corporeidade 
na prática pedagógi-
ca em educaçãofísica 
à luz do pensamento 
complexo. Rev. bras. 
Educ. Fís. Esp., São Pau-
lo, v.18, n.3, p.263-72, 
jul./set. 2004.
PArA SAbEr mAiS
Com o intuito de 
ampliar seu conheci-
mento sobre a música, 
o ritmo e o movimento, 
sugiro a leitura da obra: 
GARCIA, Ângela; HAAS, 
Aline Nogueira. ritmo 
e dança. Canoas: Ulbra, 
2006.
25
Educação Física - Dança em Educação Física
A frase musical começa e termina como qualquer outra frase escrita ou falada. Uma frase, 
por exemplo, termina, normalmente, quando ocorre uma cadência (término do trecho musi-
cal – dois ou mais acordes que se seguem). Isso pode ser percebido, por exemplo, quando 
acontece uma mudança na música, geralmente, acentuada pelo som de um instrumento que 
se destaca em relação aos outros ou quando os cantores de back vocal entram com suas vo-
zes como apoio ao cantor principal.
O bloco musical é composto por quatro frases musicais, isto é, por trinta e dois tempos, 
pois cada frase musical é constituída por oito tempos (calculando-se matematicamente, con-
clui-se essa constatação).
O compasso quaternário, por exemplo, apresenta dois compassos binários (“2x2”).
OBS.: Pode-se considerar como uma “prática de entendimento, especialmente, da frase 
musical e do bloco musical” o seguinte “esquema”:
•	 ½ Frase Musical – 4 tempos
•	 1 Frase Musical – 8 tempos
•	 1 Bloco Musical – 32 tempos – 4 frases – 4 x 8 = 32
•	 Dois tempos – Compasso binário
•	 Três tempos – Compasso ternário
•	 Quatro tempos – Compasso quaternário
Fonte: GARCIA, A; HAAS, A N Ritmo e dança. Canoas: Ed. ULBRA, 2006.
3.4 Ritmo, dança e educação
O ritmo, juntamente com o andamento, referenciais temporais, são fundamentais para o tra-
balho corporal (SOUZA; PEREIRA, 2010). Assim, a educação rítmica corporal é parte das propostas 
a serem desenvolvidas na Educação Física, desde a infância (RODRIGUES, 2009).
Desde a primeira infância, o trabalho rítmico expressivo é muito importante, por ser a época 
mais favorável ao desenvolvimento da sensibilidade; coordenação e associação de gestos e mo-
vimentos (VARGAS, 2007, p. 66). 
Artaxo e Monteiro (2008, p. 61) colaboram ao declararem que, “em praticamente todas as 
atividades corporais, visualiza-se um trabalho rítmico, não podendo este ser dissociado de ati-
vidades motoras ou da própria vida”. Por isso se espera que as atividades rítmicas educacionais 
recebam maior atenção da Educação Física.
A escola, como espaço de atuação do professor de Educação Física, tem nessa disciplina a 
possibilidade de um trabalho com o senso rítmico juntamente com a expressão corporal e inú-
meras experiências de movimento (PEREZ; RIBEIRO; JUNIOR, 2001). 
Nesse sentido, temos as Atividades Rítmicas e Expressivas aparecendo como um dos blocos 
de conteúdo dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) de Educação Física, sendo a sensibi-
lidade rítmica experimentada por meio dessas atividades, o que pode auxiliar sobremaneira o 
trabalho com os demais conteúdos da cultura corporal de movimento, uma vez que o ritmo não 
se encontra apenas na dança (BRASIL, 1997).
Este bloco de conteúdos inclui as manifestações da cultura corporal que têm 
como características comuns a intenção de expressão e comunicação median-
te gestos e a presença de estímulos sonoros como referência para o movimen-
to corporal (BRASIL, 1997, p. 51).
Tubino (1984, p. 180) aponta que “o ritmo é a qualidade física, explicada pelo encadeamento 
de tempo ou pelo encadeamento energético, pela mudança de tensão e de repouso”, e ainda 
pela variação com repetições periódicas, se fazendo presente em todas as modalidades espor-
tivas, ou seja, sua importância não se resume à dança. Um trabalho rítmico usando a dança, ou 
qualquer outro conteúdo da cultura corporal de movimento como estratégia metodológica, au-
xiliará o educando de forma integral, uma vez que o ritmo está presente também nas demais 
atividades do seu cotidiano.
De acordo com texto presente nos PCN’s de Educação Física, “todas as culturas têm algum 
tipo de manifestação rítmica e/ou expressiva” e em nosso país existe grande variedade dessas 
manifestações: danças trazidas pelos africanos, danças referentes a rituais, danças trazidas pelos 
imigrantes ou pelas mídias, entre outras (BRASIL, 1997, p. 52).
PArA SAbEr mAiS
Assista ao filme “Dança 
Comigo”, do diretor Liz 
Friedlander, com Anto-
nio Banderas no papel 
principal, inspirado 
em uma história real, 
do dançarino de salão 
Pierre Dulane. O filme 
gira em torno de um 
profissional de dança 
que se voluntaria para 
ensinar no sistema de 
ensino público de Nova 
York. Mas quando seu 
modo clássico bate de 
frente com os instintos 
do hip-hop incutido 
nos alunos, ele se junta 
a eles para criar um 
novo estilo de dança 
e se tornar o mentor 
dos alunos durante o 
processo (http://www.
filmesdecinema.com.
br/filme-vem-dan-
car-5068/).
26
UAB/Unimontes - 2º Período
De forma a auxiliar a aplicabilidade deste elemento rítmico no trabalho pedagógico, sugeri-
mos estimulá-lo na criança por meio de batidas, de palmas, assobios, estalos de dedos, também 
pelo bater das mãos nas coxas ou em tantas outras partes do corpo. A criança, antes mesmo do 
nascimento, é dotada de ritmo, cabe então aos educadores trabalhar no sentido de aperfeiçoar 
essa qualidade e ainda adaptá-lo em muitas oportunidades (VERDERI, 2009).
A expressão do movimento é a interpretação da música em forma dinâmica, 
vigorosa e rítmica. Sendo assim, percebemos que o que dá valor artístico e 
funcional à musica são as sensações auditivas, principalmente, a musica para 
o trabalho de integração e apoio às aulas de Educação Física, Dança, Expressão 
Corporal, entre outras. O movimento e o corpo são inseparavelmente integra-
dos ao fazer musical. A motivação, o prazer, os aspectos lúdicos do aprendiza-
do passam a ser valorizados e considerados fatores fundamentais na educação 
(ARTAXO; MONTEIRO, 2008, p. 23).
BOX 5
Sentido rítmico
O ritmo manifesta-se em todos os movimentos ou exercícios físicos, mesmo no trabalho 
estático, condicionando as contrações musculares a amplitude do movimento, a intensidade, 
a duração e a repetição.
Para se executar um ritmo com precisão corporal, não é suficiente ter compreendido in-
telectualmente esse ritmo e possuir um aparelho muscular capaz de assegurar-lhe a boa in-
terpretação, mas é preciso estabelecer comunicações rápidas entre o cérebro que percebe e 
analisa e o corpo que o executa.
Naturalmente, tudo depende de um bom funcionamento do sistema muscular, que se 
aperfeiçoa com a constante educação para a aquisição do instinto rítmico.
Nota-se que a educação do sentido rítmico é importante na Educação Física e, desde a 
infância, já deve ser praticada, porque, como já salientamos, essa educação permite o aperfei-
çoamento dos sistemas nervoso e muscular, favorecendo o desejo de expressar-se.
A criança que vivenciou e que integrou as estruturas rítmicas e espaciais facilmente in-
corporará as noções cognitivas da linguagem verbal, da coordenação, da leitura ritmada, etc.
Esse entendimento será de grande importância para a área de formação e de performan-
ce (desportiva).
Fonte: ARTAXO, I; MONTEIRO, G. de. A. Ritmo e movimento: teoria e prática. São Paulo: Phorte, 2008.
ATiVidAdE
Após a leitura do item 
Ritmo, dança e educa-
ção construa uma lista 
para o seu uso, conten-
do palavras e/ou ideias 
que você considerou 
mais importantes 
nesta parte do nosso 
material.
Figura 8: Ritmo, dança 
e educação.
Fonte: Disponível em 
<http://revistaescola.abril.
com.br/educacao-fisica/
pratica-pedagogica/
danca-escola-educacao-
-pra-la-fisica-424014.
shtml> Acesso em 9 de 
set. de 2013.
►
27
Educação Física - Dança em Educação Física
O ritmo, a música, a variedade de situações proporcionam constante prazer, por isso di-
zemos que a dança colabora na formação do caráter do sujeito. A dança é mais uma opção de 
linguagem da qual pode fazer uso todo ser humano, é uma forma de conscientizar o corpo e 
o movimento, o que nos leva a sugerir e acreditarna prática da dança na instituição escolar 
(VARGAS, 2007).
Referências
ANDRADE, M. de. dicionário musical brasileiro. Rio de Janeiro: Itatiaia, 1999. 
ARTAXO, I. ; MONTEIRO, G. de. A. ritmo e movimento: teoria e prática. São Paulo: Phorte, 2008.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares nacionais: Educação 
Física / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997.
BUNDCHEN, D. B. S. A relação ritmo-movimento no fazer musical criativo: uma abordagem 
construtivista na prática de canto coral. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de 
Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2005. 
GARCIA, Ângela; HAAS, Aline Nogueira. ritmo e dança. Canoas: Ulbra, 2006.
PERES, A. T.; RIBEIRO, D. M. D. B.; JUNIOR MARTINS, J. A dança escolar de 1ª a 4ª série na visão dos 
professores de educação física das escolas estaduais de Maringá. revista da Educação Física/
UEM Maringá, v. 12, n. 1, p. 19-26, 1. sem. 2001.
RANGEL, N. B. C. dança, educação, educação física: propostas de ensino da dança e o universo 
da educação física. Jundiaí, São Paulo: Fontoura, 2002.
RODRIGUES, A. C. ritmo e consciência corporal: a criança e o ritmo. Belo Horizonte, 2009. Dis-
ponível em http://luserv.homedns.org:8080/Fumec/fumec%204%20periodo/Ritmo%20e%20
Consciencia%20Corporal/Ritmo_e_Consciencia_Corporal-06.pdf. Acesso em 9 de ago. de 2013.
RODRIGUES, M. C. P. O ensino-aprendizagem em dança na construção das noções de espaço 
e de tempo. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Fede-
ral do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007. 
SOUZA, M. I. G. reflexões sobre dança: possibilidades de investigação e contribuições para a 
educação física. Revista digital da Universidade Castelo Branco, 2005. Disponível em www.caste-
lobranco.br/sistema/novoenfoque/files/02/maria_patricia.doc- Acesso em 9 de ago. de 2013.
TAUBE, M. L. Estudo qualitativo do desenvolvimento da capacidade rítmica da criança. In: movi-
mento, v. 5, n. 9, p. 4-16. 1998/2. Disponível em http://seer.ufrgs.br/index.php/Movimento/arti-
cle/viewArticle/2382 Acesso em 9 de ago. de 2013.
TADRA, et. al. linguagem da dança. Curitiba: IBPEX, 2009.
TUBINO, Manoel José Gomes. metodologia científica do treinamento desportivo. 3. ed. São 
Paulo: Ibrasa, 1984.
VARGAS, L. A. M. de. Escola em dança: movimento, expressão e arte. Porto Alegre: Mediação, 
2007.
VERDERI, E. dança na escola: uma proposta pedagógica. São Paulo: Phorte, 2009.
29
Educação Física - Dança em Educação Física
UnidAdE 4
Fundamentos básicos para dança
Elisângela Chaves
4.1 Introdução
Nesta unidade, abordaremos informações que consideramos básicas para o ensino da dan-
ça. Partimos assim de uma pergunta inicial: o que é necessário para que a dança aconteça?
Para refletirmos, recorremos às colocações de Tandra (2009, p.60), ao discutir a linguagem 
da dança para o ensino na escola. Ela argumenta que “é importante compreendermos o movi-
mento como sendo a base para o seu estudo, seu objeto central (...) olhar para compreensão 
do movimento humano, levando em conta não só a sua natureza biológica- anterior ao nasci-
mento-, mas também seus aspectos sociais e as relações que a dança estabelece com o mun-
do.” Voltando a nossa pergunta, para que a dança aconteça precisamos do corpo em movimento. 
A dança é o movimento corporal, e a ação é a sua base. Mas que movimento? Aí depende! Os 
movimentos são selecionados e expressados na dança de acordo com o estilo, história e obje-
tivos que esta manifestação busca. Assim, existe uma grande variação de códigos de movimen-
to relacionada à preparação corporal e às técnicas corporais dos diferentes estilos, como: balé, 
dança moderna, dança contemporânea, sapateado, dança afro, dança do ventre, dança de salão, 
dança de rua, etc. Ou seja, a cada estilo temos exigências corporais e expressivas diferenciadas, 
que apresentam propostas de ensino e aprendizagem que seguem metodologias de mestres e 
estudos ligadas à história e tradição do estilo de dança. Nas danças folclóricas, por exemplo, esse 
processo ocorre na transmissão dos conhecimentos de geração em geração, entre as famílias e 
comunidades que fazem dessa manifestação um ritual coletivo e tradicional para seu povo. No 
hip hop e na dança de rua ou street dance, a performance corporal exige flexibilidade corporal, 
agilidade, força, enfim, um condicionamento físico que permita a execução dos movimentos e 
acrobacias característicos dessa expressão.
Não buscaremos aqui desenvolver uma abordagem fechada em determinada técnica ou có-
digo específico. Nossa proposta é pensar o fenômeno da dança amplamente, em suas matrizes 
básicas que possibilitam o movimento dançado em qualquer estilo ou proposta de manifesta-
ção. Esta proposta passa pela análise do movimento corporal, da exploração das capacidades 
físicas e motoras, da identificação das ações corporais presentes na expressão e na consciência 
do próprio corpo. Como cita Katz (2000), “a dança é o pensamento do corpo”. Porque somos di-
ferentes e pensamos o mundo e a vida de formas diferentes, é que dançamos e representamos 
corporalmente as diferenças. Portanto, aqui pensaremos no que nos é comum, ou seja, a estrutu-
ra corporal e os movimentos básicos que, ordenados e executados de diversas formas e arranjos, 
propiciam também diversos significados, percepções e produtos estéticos. Essa abordagem se li-
mita a ideia de despertar a expressão dançante no sujeito e não se dedica ao aprimoramento ou 
aperfeiçoamento técnico. O intuito é abordar os fundamentos que possibilitam construir aulas 
para que qualquer pessoa possa dançar, independentemente de sua estética corporal, experiên-
cias com a dança e história corporal de movimento. Buscamos sensibilizar o olhar do professor e 
a capacidade expressiva do aluno para despertar a dança intrínseca em todo indivíduo. 
A dança está no início de cada cultura. Os povos que guardaram o verdadei-
ro sentido da cultura, guardaram o sentido da dança. Se começarmos a dizer 
clássica, moderna, popular, folclórica, não chegaremos a lugar nenhum. Existe 
a dança, isso é tudo (BÉJART, 2000, p. 23).
GlOSSáriO
Performance: designa 
as apresentações de 
dança, canto, teatro, 
mágica, mímica, ma-
labarismo, referindo-
-se ao seu executante 
como performer.
30
UAB/Unimontes - 2º Período
4.2 O corpo
O corpo é um assunto amplamente discutido na contemporaneidade. São muitos os proble-
mas de pesquisa na filosofia, antropologia, sociologia, história, medicina, engenharia, genética, 
artes cênicas, educação física, psicologia e comunicação, entre outras áreas, que analisam o cor-
po a partir de distintos referenciais teóricos. Historicamente, o corpo já foi visto como o suporte 
da mente e do espírito, mas na atualidade parece estar propenso a ser entendido como conjunto 
que reúne pensamento e percepção, carne e abstração, sem que estas coisas sejam separadas, e 
sim compreendidas em um contexto cultural (SIQUEIRA, 2006, p.39). Ainda segundo essa autora, 
o corpo é suporte de identidades e, ao mesmo tempo, matriz de significados.
Visualmente é o corpo que concretiza a dança. São os movimentos por ele executados com 
expressão e sensibilidade que materializam aos nossos olhos a dança. Conhecê-lo, percebê-lo 
e senti-lo é primordial para a expressão em dança. Como argumentado na Unidade 2, a cons-
cientização corporal, que também pode ser denominada de propriocepção, é fundamental para 
a aprendizagem da dança. Este autoconhecimento pode ser propiciado através da Educação 
Física na abordagem de atividades que despertem e desenvolvam noções básicas de prepara-
ção corporal (aquecimento), vivências rítmicas e exploração de qualidades físicas e motoras que 
possibilitem a melhoria da coordenação motora, da mobilidade corporal, da percepção temporo-
-espacial,como veremos a seguir.
BOX 6
miSSÃO dO COrPO
Carlos Drummond de Andrade
Claro que o corpo não é feito só para sofrer,
mas para sofrer e gozar.
Na inocência do sofrimentocomo na inocência do gozo,
o corpo se realiza, vulnerável
e solene.
Salve, meu corpo, minha estrutura de viver 
e de cumprir os ritos do existir!
Amo tuas imperfeições e maravilhas,
amo-as com gratidão, pena e raiva intercadentes.
Em ti me sinto dividido, campo de batalha
sem vitória para nenhum lado
e sofro e sou feliz
na medida do que acaso me ofereças.
Será mesmo acaso,
será lei divina ou dragonária
que me parte e reparte em pedacinhos?
Meu corpo, minha dor,
Meu prazer e transcendência,
És afinal meu ser inteiro e único.
Fonte: DRUMMOND DE ANDRADE, Carlos. Farwell. 3ª. Ed. São Paulo: Editora Record, 1997. (p. 71)
4.2.1 A propriocepção
A percepção de seu corpo, a tomada de consciência de seu próprio corpo, com suas limita-
ções e possibilidades, é uma importante aquisição para a prática da dança. As infinitas possibi-
lidades de movimento só poderão se desenvolver expressiva e fisicamente a partir da proprio-
cepção. Perceber articulações, músculos, ossos, amplitudes de movimentos, apoios, eixos, enfim, 
todo o conjunto corporal gerador do movimento humano, permite-nos a criação das mais dife-
rentes formas corporais, como podemos ver abaixo.
31
Educação Física - Dança em Educação Física
São infinitas as combinações de movimentos possíveis e explorar essa multiplicidade é uma 
prática enriquecedora de nosso repertório ou vocabulário corporal. Selecionamos a partir de 
nossa experiência profissional, percepções importantes para a dança:
1. A respiração é alterada durante o movimento, é importante que não aconteçam bloqueios e 
tensões respiratórias, para que o fluxo de ar se integre ao movimento harmonicamente.
2. Cinesfera ou Kinesfera: espaço global do corpo, está a nossa volta, delineando as partes de 
nosso corpo.
3. Centro de leveza: na região do osso externo, entre os mamilos. Esse centro irradia e equilibra 
a energia dos movimentos do tronco e dos membros superiores.
4. Centro de gravidade: na região pubiana, entre o umbigo e a genitália. Esse centro irradia e 
equilibra a energia dos movimentos do quadril e dos membros inferiores. Local de base do 
nosso equilíbrio corporal.
5. As partes do corpo e articulações que as movem. Compreender as diferentes mobilidades e 
sua amplitude de movimento.
6. Os tipos de movimentos possíveis com cada parte do corpo (flexão, extensão, rotação, cir-
cundução, contração e expansão, etc.).
7. Bases de sustentação do corpo: de pé, ajoelhado, sentado, deitado, em parada de mão, com-
binações de partes como cotovelo e lateral da coxa, etc.
8. A identificação do eixo corporal. O eixo é uma linha imaginária, que perpassa o corpo em 
sentido vertical passando do topo da cabeça, passa pela coluna e vai em direção ao chão. É 
ele que nos proporciona a noção de equilíbrio, de alinhamento.
9. Os alinhamentos corporais, a coluna alongada, a postura dos ombros, o encaixe do quadril.
10. Para os movimentos do quadril serem soltos, como nos rebolados, é fundamental man-
ter os joelhos flexionados, para que o quadril tenha maior condição de movimentar-se.
◄ Figura 9 : Pesquisa 
por imagem de Leida 
Nogueira.
Fonte: Disponível em 
http://desenhetudo.blo-
gspot.com.br/p/anatomia-
-humana-e-animal.html, 
Acesso em 01 de out. de 
2013.
32
UAB/Unimontes - 2º Período
QUADRO 2
O corpo, subdivisões necessárias à observação de ações corporais 
 Fonte: LABAN, 1978, p.57
4.3 O movimento
Os movimentos utilizados para compor as danças variam de gestos a elaborações comple-
xas de coordenação, flexibilidades e desafios às leis da física através de elementos acrobáticos. 
Quando assistimos a apresentações de dança em nível profissional, de qualquer estilo, vemos ha-
bilidades desenvolvidas e exploradas coreograficamente. Essas performances exigem uma pre-
paração corporal específica, que passa pela aprendizagem de técnicas, condicionamento físico, 
aperfeiçoamento artístico. 
Para nós na Educação Física, é interessante notar a eficiência do aparato corporal se expres-
sando na dança. Mas nossas possibilidades de exercício profissional na dança se limitam à pre-
paração física de dançarinos ou à apropriação das potencialidades educacionais desse conteúdo 
Figura 10: Equilíbrio, 
eixo, postura, força
Fonte: Disponível em 
https://www.google.com.
br/search?q=imagens+d
ança+de+dominio+publ
ico, Acesso em 10 de out. 
de 2013.
►
PArA SAbEr mA iS
Assista aos vídeos 
indicados abaixo e 
observe as coreografias 
buscando identificar 
as capacidades físicas 
e motoras exploradas 
artisticamente pelos 
dançarinos.
https://www.google.
com.br/#q=Australian+
Dance+Festival+09+Ka
du+and+Larissa+Zouk
http://www.
youtube.com/
watch?v=k6GkCjcZ5RA
http://www.
youtube.com/
watch?v=BjzPEeGdORY
http://www.
youtube.com/
watch?v=xxGI4k2vlas
http://www.
youtube.com/
watch?v=LqKibOUJdoI 
http://www.
youtube.com/
watch?v=wu0grjZGXRc
33
Educação Física - Dança em Educação Física
na escola. No caso deste curso, voltamos nossos conhecimentos para pensar a dança como um 
conteúdo da Educação Física escolar, que implica uma abordagem muito distante de uma dança 
performática e aprimorada tecnicamente. A dança na ambiência escolar busca atender e atingir 
a todos, sem distinções e classificações de habilidades, estética corporal, gênero, idade ou cren-
ças. Assim pensamos os movimentos em grandes agrupamentos que podem ser explorados de 
forma livre ou direcionada, de acordo com a proposta do professor. Nanni (1995, p.189) chama 
de famílias da dança os elementos básicos em que encaixamos as variações do movimento dan-
çado. São elas: 
•	 Transferências de peso (transferir o peso do corpo de um apoio para outro, ex: de um pé 
para o outro, dos glúteos (sentado) para os pés, etc).
•	 locomoções e deslocamentos: andadas, corridas, deslizamentos, rolamentos (passando 
pelas posições e bases de apoio).
◄ Figura 11: 
Transferência de peso, 
de um pé para outro
Fonte: Disponível em 
<http://dancaemjogo.
wordpress.com. Acesso 
em 10 de out. de 2013.
◄ Figura 12: 
Deslocamentos, 
andadas
Fonte: Disponível em 
http://rochedodeouro.
maracatu.org.br/sobre/
historico/ Acesso em 10 
de out. de 2013.
34
UAB/Unimontes - 2º Período
•	 Giros: com um pé no chão (piruetas), com dois pés, saltando, com parceiro (danças a 
dois),etc.
•	 Saltos: pequenos (pouca altura e amplitude), grandes (com fase aérea, altos e com grande 
extensão).
Figura 13: Giros
Fonte: Disponível em 
<http://espacoxisto.wor-
dpress.com/2013/09/27/
cia-jovem-de-danca-da-
-funceb-se-apresenta-
-na-abertura-do-festival-
-xistinho-ano2/ Acesso 
em 10 de out. de 2013.
►
Figura 14: Saltos
Fonte: Disponível em <ht-
tps://www.google.com.br/
search?q=imagen
s+dan%C3%A7a+de. 
Acesso em 10 de out. de 
2013.
►
35
Educação Física - Dança em Educação Física
•	 Quedas: caídas no chão, descidas rá-
pidas sempre com amortecimento do 
corpo para não machucar.
Esses elementos podem ser identifica-
dos em qualquer estilo de dança. Cabe aos 
professores possibilitar exercícios que auxi-
liem a consciência, percepção e execução 
de diferentes formas de girar, saltar, deslo-
car no espaço, cair no chão, mudar de for-
ma corporal. Esses exercícios podem estar 
relacionados a um estilo, ou a criatividade 
dos alunos de inventar formas de executá-
-los. As perguntas são uma boa diretriz para 
despertar a criatividade dos alunos. Por 
exemplo:
•	 De que forma posso cair sem me ma-
chucar e olhando para frente?
•	 Como podemos girar mais rápido, o 
que é preciso para conseguir velocida-
de durante o giro?
•	 O que é importante para saltar? Dar ên-
fase à flexão dos joelhos para o impul-
so e o amortecimento na queda.
•	 Como andar dançando ao ritmo de determinada música?
Os desafios devem ser respondidos corporalmente, através de movimentos. A experiência 
de criação do movimento amplia o vocabulário corporal e auxilia a compreensão de que os mo-
vimentos são diversos e que a capacidade de executá-los está relacionada à oportunidade de 
experimentá-los.
4.3.1 As relações do corpo em movimentoAo se movimentar, o corpo cria relações com o próprio corpo, com outros corpos (pessoas), 
com objetos. Essas relações podem ser quanto à(ao):
•	 Proximidade - perto, médio, distante.
•	 Forma - Solo (sozinho), dupla, trio, grupo.
•	 Toque - contato com pessoas e coisas (objetos ou elementos cênicos).
Referências
BEJART, Maurice. In: Documentário em vídeo: O que é dança? Módulo I. Roteiro: Marcus Vinícius 
A. Nascimento. Belo Horizonte: EM vídeo, 2000.
DRUMMOND DE ANDRADE, Carlos. Farwell. 3. ed. São Paulo: Editora Record, 1997. 
KATZ, Helena. In: Documentário em vídeo: O que é dança? Módulo I. Roteiro: Marcus Vinícius A. 
Nascimento. Belo Horizonte: EMvídeo, 2000.
LABAN, Rudolf. domínio do movimento. São Paulo: Summus, 1978.
NANNI, D. Dança Educação: Princípios, métodos e Técnicas. Rio de Janeiro: Sprint, 1995.
SIQUEIRA, Denise C. O. Corpo, comunicação e cultura: a dança contemporânea em cena. Cam-
pinas, SP: Autores Associados, 2006.
TADRA, Débora S.A. et. al. linguagem da dança. Curitiba: IBPEX, 2009.
◄ Figura 15: Quedas 
Fonte:. Disponível em 
<https://www.google.
com.br/
search?q=imagens+
dan%C3%A7a+de. Acesso 
em 10 de out. de 2013.
ATiVidAdE 
Para apurar seu co-
nhecimento, passe a 
observar nas danças 
que relações os corpos 
estabelecem quando 
dançam juntos em 
pares ou em grupos.
Observe que partes se 
tocam, onde se tocam 
no ar, no solo.
Com que função se 
tocam: apoio, sus-
tentação, forma para 
expressar uma ideia, 
uma cena.
Busque compreender 
quais são as relações 
possibilitadas pelas 
diferentes danças com 
o próprio corpo, com o 
corpo dos outros, e que 
sentidos e significados 
são expressos.
A observação analíti-
ca é uma importante 
forma de estudo para a 
dança. 
Iremos discutir sobre 
suas observações no 
nosso momento pre-
sencial.
37
Educação Física - Dança em Educação Física
UnidAdE 5
Estudo do movimento e estética 
corporal 
Elisângela Chaves
5.1 Introdução
Neste tópico, buscamos o debate sobre a dança, em sua dimensão educativa e reflexiva. A 
ancoragem deste debate está centrada na percepção de que, apesar de padrões estéticos insti-
tuídos a partir de determinadas técnicas ou estilos de dança, o ensino da dança pode e deve su-
perar limitações vinculadas a estes padrões e imposições midiáticas. Pensar uma dança acessível 
a todos os corpos, às diversas culturas e linguagens é o desafio que convidamos você, estudante, 
a conhecer. A proposta se fundamenta nos pensamentos advindos dos estudos do movimento 
realizados por Rudolf Laban (1879-1958), um importante pesquisador do movimento e da dança, 
que nos deixou preciosas reflexões e propostas educacionais para o ensino de uma dança livre 
e educativa, pensada a partir da individualidade das pessoas em conexão com o todo. Laban foi 
coreógrafo e dançarino, e publicou, em 1948, o livro “Modern Educational Dance”, traduzido no 
Brasil em 1985 como “ Dança Educacional Moderna”. 
Como cita Marques (2001, p.81), “para ele [Laban], a criança e o adolescente deveriam ter a 
possibilidade de explorar, conhecer, sentir e expressar sua subjetividade enquanto dançassem, 
como defendiam os dançarinos modernos de seu tempo. Para Laban, este tipo de aula seria “edu-
cativa”, ou não seria o mesmo que criativa?” As terminologias “educativa”, “criativa” e “livre” acom-
panham as citações sobre esse autor que, através de seus estudos, apresentou uma nova postura 
filosófica sobre a dança e a educação.
O estudo do movimento deve interessar não apenas aos professores de ativi-
dades físicas como a dança, ginástica ou esportes; é igualmente importante 
para o docente que ensina matérias de tipo acadêmico e, às vezes até mais, já 
que a criança, sentada atrás de uma carteira, encontra-se fisicamente limitada. 
Em geral, essa criança só pode se descarregar verbalmente enquanto nas clas-
ses onde há uma atividade física, sua energia vital encontra uma válvula natu-
ral de escape. Quando tomamos consciência de que o movimento é a essência 
da vida e que toda forma de expressão (seja falar, escrever, cantar, pintar ou 
dançar) utiliza o movimento como veículo, vemos quão importante é entender 
esta expressão externa da energia vital interior (coisa a que podemos chegar 
mediante o estudo do movimento) (LABAN, 1990, p.100).
◄ Figura 16: Rudolf Von 
Laban.
Fonte: Disponivel em ht-
tps://www.google.com.br/
search?q=laban&source=l
nms&tbm=isch&sa=X&ei=
xWBbUv6bIIGThQfkx4GgC
A&sqi=2&ved=0CAcQ_AU
oAQ&biw=1600&bih=771&
dpr=1#q=laban+domínio+
público > Acesso em 10 de 
out. de 2013.
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UAB/Unimontes - 2º Período
5.2 Alguns apontamentos sobre 
os estudos de Rudolf Laban
Laban, no princípio do século XX, desenvolveu todo um estudo sobre os elementos que 
constituem o movimento e a sua utilização. Sua ênfase recaía sobre os aspectos psíquicos e fi-
siológicos que levam o ser humano a movimentar-se. Metodologicamente, seu estudo nos au-
xilia a entender o ser humano através do movimento nos mais diversos aspectos e pode ser 
aplicado nos diversos setores da atividade humana: artes, educação, trabalho, psicologia, comu-
nicação, sociologia, etc.
A partir de suas observações, ele formulou teorias sobre o movimento e desenvolveu 
uma “nova técnica”, que chamou de dança livre. Segundo Marques (2001, p.84), “ele defendia 
um ensino de dança no qual o ser humano pudesse explorar de maneira livre suas capacida-
des ‘espontâneas e inatas’ de movimento no espaço”. Podemos observar que o ser humano 
movimenta-se para satisfazer alguma necessidade, dividimos esses movimentos em duas ca-
tegorias: movimentos tangíveis e movimentos intangíveis. Vejamos o exemplo: Quando temos 
sede, pegamos um copo, vamos em direção à geladeira, abrimos, pegamos a garrafa de água e 
enchemos o copo - esta é a parte tangível do movimento, objetiva, precisa. Mas a forma como 
nos deslocamos até a geladeira, o jeito como pegamos o copo, a velocidade com que viramos a 
água dentro do copo, o engolir a água, são as partes intangíveis do movimento, subjetivas, im-
precisas de pessoa para pessoa. Para traduzir esta “intangibilidade”, necessitamos decodificar os 
esforços básicos do movimento, que Laban (1978) definiu como: peso, tempo, fluxo e espaço, 
os quais combinados produzem estados, qualidades, ações de movimento e, paralelamente, ca-
racterizam ações psíquicas presentes em nossos atos. 
O movimento corporal, a ação de uma parte do corpo deve ser sempre entendida em re-
lação ao todo, porque estará sempre afetando e sendo afetada por este, seja por uma relação 
harmônica ou de contraposição. 
Essas questões nos possibilitam perceber que esforços são realizados para execução de um 
movimento, e assim explorá-los, controlá-los a partir de experimentações livres de movimento, 
buscando matrizes da própria individualidade para criar, reelaborar e ampliar o repertório de 
movimentos em dança.
5.2.1 Os fatores do movimento
•	 Peso: é a energia do movimento, a quantidade de força que utilizamos para realizá-lo. Varia 
de leve a forte (pesado). 
•	 Leve: resistência fraca ao peso, atitude suave, ausência de peso.
•	 Forte (firme): consiste de uma resistência forte ao peso, movimentação pesada.
•	 Tempo: é o elemento necessário para mensurar a duração dos movimentos. Envolve a velo-
cidade, o ritmo, as pausas (ausência de movimento). Varia de lento a rápido.
•	 Lento (sustentado): esforço sustentado, velocidade lenta, movimento de longa duração.
•	 Rápido (súbito): súbito, tempo rápido, velocidade rápida, curto espaço de tempo.
•	 Espaço: é o lugar que o corpo ocupa, o trajeto percorrido pelo movimento. Envolve planos, 
direções, níveis, extensões. Varia de indireto a direto.
•	 Indireto: linha ondulante quanto à direção, sensação de uma extensão flexível no espaço, 
sensação de estar em toda a parte. 
•	 Direto: linha reta quanto à direção, sensação de estreiteza, limitação.
•	 Fluência: é o fator de maior complexidade.Relaciona-se à facilidade de mudança. Varia de 
livre a controlada.
•	 Livre: um fluxo libertado, a sensação é de fluidez do movimento.

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