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Vida e obra de Henri Matisse

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Vida e obra de Henri Matisse (1869 - 1954). 
O esteta da simplicidade e da cor 
 
Aos 19 anos de idade, estudante de Direito em Paris, Henri Matisse dividia seu 
tempo entre o trabalho vespertino de escriturário em uma firma de advocacia e, 
pela manhã, as aulas em uma escola de desenho. Foi quando uma crise de 
apendicite o deixou um longo tempo preso à cama e assim, afastado do 
trabalho burocrático, começou a se dedicar com mais afinco à pintura. "Antes, o 
cotidiano me aborrecia. Ao pintar, passei a sentir-me gloriosamente livre e 
tranqüilo", ele dizia. 
 
Henri Emile Bernoit Matisse nasceu no último dia do ano de 1869, em Le 
Cateau, no norte da França. Era filho de um farmacêutico e comerciante de 
grãos, que sonhava em fazer do filho um próspero advogado. Contudo, Matisse 
preferiu abandonar a carreira jurídica e dedicar-se integralmente à pintura. 
Enquanto freqüentava como ouvinte a Escola de Belas-Artes, em Paris, ia ao 
Louvre para copiar os quadros de grandes mestres ali expostos. 
 
No começo, tudo parecia ir bem. Matisse teve quatro obras expostas no Salão 
da Sociedade Nacional de Belas Artes e foi convidado para ser membro 
associado da entidade. Contudo, seu flerte inicial com a estética impressionista 
contrariou as expectativas da parcela mais conservadora da crítica e ele 
passou a encontrar dificuldades em divulgar seu trabalho. 
 
A situação se radicalizou quando participou do célebre Salão de Outono de 
1905, em Paris, ao lado de Albert Marquet, Maurice Vlaminck e André Derain, 
que rejeitavam a paleta suave dos impressionistas e aderiram às cores fortes e 
aos traços expressivos, próximos aos de Vincent van Gogh e Paul Gauguin. A 
crítica detestou e reagiu com violência. 
 
Matisse e seus colegas foram então chamados de "fauves", numa livre 
tradução, "bestas selvagens". Daí surgiu o termo "fauvismo", utilizado 
inicialmente de forma pejorativa, para definir o movimento, de duração 
efêmera. 
 
Porém, o escândalo e a controvérsia ajudaram a divulgar o nome de Matisse e 
a aproximá-lo de marchands mais esclarecidos e das vanguardas estéticas de 
seu tempo. O artista passou a vender um quadro atrás do outro e a fazer 
viagens pela Europa, África e Ásia, onde manteve contato com novas 
influências que se refletiram em seu trabalho, desde a tapeçaria oriental aos 
arabescos da arte islâmica. 
 
Mas foi na luminosa cidade de Nice, na Riviera Francesa, com suas 
construções brancas e o mar azul do Mediterrâneo ao fundo, que Henri Matisse 
encontrou seu principal refúgio. Distanciado cada vez mais dos arroubos 
fauvistas, o artista buscava a harmonia e a paz de espírito. "Sonho com uma 
arte do equilíbrio, pureza e serenidade, isenta de temas inquietantes e 
perturbadores", dizia. "Quero que minha arte seja como uma boa poltrona em 
que se descansa o corpo cansado". 
 
Em 1941, combalido por um câncer no intestino, Matisse foi submetido a duas 
cirurgias, que lhe tolheram os movimentos e o deixaram em uma cadeira de 
rodas. Foi nesse período que passou a trabalhar mais intensamente com uma 
técnica que desenvolvera desde 1937: a aplicação de tinta em papel recortado, 
os famosos gouaches découpées, que serviriam para ilustrar seu livro Jazz, de 
1947. As fotos desta época mostram Matisse em seu quarto de hotel, com 
tesoura na mão e pilhas de papel colorido no chão. 
 
Cada vez mais recluso, cercado de plantas e de pássaros que criava 
livremente no quarto, Henri Matisse viveu até 1954. Seu último trabalho foi o 
projeto de decoração de uma pequena capela na cidade montanhesa de 
Vence. Para a construção, despojada e banhada de sol, desenhou vitrais 
azulados e murais com finos traços negros sobre azulejos brancos. 
Considerava ter atingido ali a plenitude da simplicidade, sua obra-prima. 
 
 
Curiosidades 
 Tempos bicudos 
Henri Matisse casou em 1898, com Amélie Parayre, que ajudou o marido 
servindo-lhe de modelo e confeccionando chapéus para complementar a renda 
familiar. A situação financeira do casal nos primeiros anos após o casamento 
era crítica, ao ponto de Matisse ter que recorrer ao emprego de assistente de 
cenógrafo, encarregado de pintar folhas de louro para a decoração do pavilhão 
onde seria realizada Exposição Universal de 1900. 
 Uma ajuda providencial 
Uma das primeiras pessoas a acreditar no talento de Henri Matisse foi a 
escritora Gertrude Stein. Colecionadora de arte, ela comprou vários quadros do 
início de carreira de Matisse. Foi ela também quem o apresentou a muitos 
marchands parisienses, o que ajudou a divulgar o nome de Matisse entre as 
principais galerias da capital francesa. 
 Ilustrador de James Joyce 
Matisse foi também um exímio ilustrador. Entre seus trabalhos no gênero, 
destacam-se as gravuras que fez para uma edição de Flores do Mal, do poeta 
Baudelaire, e para o romance Ulysses, de James Joyce. Em 1937, também 
desenhou os cenários e os figurinos para uma montagem teatral de O 
Vermelho e o Negro, de Stendhal. 
 Pintando na cama 
Quando caiu enfermo, vitimado pelo câncer, Matisse continuou a pintar, 
embora passasse bom tempo na cama. Ele fixava pontas de carvão na 
extremidade de longas varas e, com elas, rabiscava as paredes e o teto de sua 
suíte no hotel Régina, em Nice. 
 Duelo de gigantes 
Picasso e Matisse nutriram uma convivência baseada na competição e, ao 
mesmo tempo, na admiração mútua. Ambos conquistaram fãs arrebatados e 
radicais no mundo das artes. "Picassistas" e "matissistas" chegavam a trocar 
ofensas e defendiam de forma ardorosa a suposta supremacia de seu 
respectivo ídolo. "Ninguém nunca olhou tão atentamente para meu trabalho 
quanto Picasso, nem tão atentamente ao trabalho dele como eu", ponderava o 
próprio Matisse. 
 
Contexto histórico 
Ombro a ombro com picasso 
· 
Matisse é considerado por muitos críticos e historiadores da arte, junto com 
Pablo Picasso, o pintor mais importante e revolucionário do século 20. Uma de 
suas maiores inovações foi libertar a cor do caráter naturalista. Em 1905, por 
exemplo, ao pintar o retrato de sua esposa, pôs uma sombra verde no meio do 
rosto dela. "Quando pinto um verde, não significa dizer grama; quando pinto um 
azul, não quer dizer céu", observava. 
 
É curioso notar que a obra de Matisse, ao contrário da de Picasso, não 
absorveu nenhum dos grandes momentos de tensão da história européia na 
primeira metade do século passado. Durante a Primeira Guerra Mundial, após 
não conseguir se alistar por que já havia passado da idade máxima permitida 
para o recrutamento, praticamente deixou de pintar, preferindo dedicar-se ao 
estudo do violino. Quando estourou a Segunda Guerra, já estava muito mais 
atormentado com a própria saúde, lamentando ter que deixar Nice por causa 
do avanço das tropas inimigas. 
 
As obras iniciais de Matisse, sobretudo "Luxo, Calma e Volúpia", de 1904, com 
suas pinceladas isoladas, ainda são tributárias do neo-impressionismo, embora 
já anunciasse uma simplificação dos traços e dos volumes. Com o tempo, sua 
pintura evoluirá para uma crescente busca pela pureza da forma, da linha e das 
cores, o que atingirá seu ponto máximo nos gouaches découpées, os trabalhos 
de colagem com papel recortado. 
 
O crítico italiano Giulio Carlo Argan afirmava que a obra de Henri Matisse era, 
de certo modo, uma resposta negativa ao cubismo. "Ao cubismo, que analisa 
racionalmente o objeto, ele contrapõe a intuição sintética do todo". Em uma das 
obras mais famosas do artista, "A Dança", no qual cinco figuras humanas se 
alongam e dançam de mãos dadas, Argan vê a suprema realização do objetivo 
central da trajetória artística de Matisse: expressar a máxima complexidade por 
meio de uma enorme simplicidade. 
 
Sites relacionados 
 Museu Matisse - Site com reprodução de inúmeros desenhos e telas do 
artista. Em inglês e francês. 
 Masp - Conheça a obra "O Torso de Gesso", que pertence ao acervo do 
Museu de Arte de São Paulo. 
 Henri Matisse Art Gallery - Galeria virtual, com muitas obras de Matisse, 
organizadas por ordem alfabética.Em inglês. 
 
Principais obras 
1. Luxo, Calma e Volúpia (1904) - O quadro pertence à uma das primeiras 
fases de Matisse, ainda fortemente influenciado pelo neo-impressionismo. 
 
 
2. A Janela Aberta (1905) - Exposto no Salão de Outono, que deu origem ao 
nome "fauvismo" 
 
 
3. Madame Matisse (1905) - O abandono do uso naturalista da cor. O quadro 
também é conhecido como "Retrato com Listra Verde". 
http://4.bp.blogspot.com/-m0ZRdR32d6Y/Tq256uplQVI/AAAAAAAADFg/XHocAhRsWoU/s1600/MATISSE%2C+Luxo%2C+Calma+e+Vol%C3%BApia%2C+1904-5.jpg
http://1.bp.blogspot.com/-b-RZd7qUbNk/Tq253fuvXTI/AAAAAAAADFY/5YKQ25bFnCU/s1600/MATISSE%2C+A+janela+aberta+em+Coillioure%2C+1905.jpg
 
 
4. A Dança (1909-1910) - Uma das realizações mais notáveis de Matisse, que 
expressa vigor e leveza ao mesmo tempo. 
 
 
5. Interior vermelho (1947) - Um dos mais expressivos dos inúmeros quadros 
com cenas de interiores de casas pintadas por Matisse. 
http://4.bp.blogspot.com/-q08UsCPjb6Y/Tq2505be0uI/AAAAAAAADFQ/ybT4l8_qio0/s1600/madame_matisse_1905.jpg
http://3.bp.blogspot.com/-0sdbINLlO9Y/Tq25xZTfWLI/AAAAAAAADFI/bsBPyQaEokA/s1600/A+Dan%C3%A7a+%281909-1910%29.jpg
 
 
6. Jazz (1947) - Série de 20 gravuras feitas em papel recortado, técnica que 
marcaria os últimos trabalhos do artista. 
 
 
 
Fonte: 
http://mestres.folha.com.br/pintores/08/ 
http://7dasartes.blogspot.com.br/2011/10/vida-e-obra-de-henri-matisse-1869-
1954.html 
 
O gravurista, ilustrador, escultor e pintor francês Henri Matisse nasceu na 
região de Cateau-Cambrésis em 31 de dezembro de 1 869. 
O nome completo do artista era Henri-Émile-Benoît Matisse. 
Matisse estudou Direito, só vindo a se dedicar a arte após um período de 
convalescença – mais propriamente depois de uma crise de apendicite. 
http://7dasartes.blogspot.com.br/2011/10/vida-e-obra-de-henri-matisse-1869-1954.html
http://7dasartes.blogspot.com.br/2011/10/vida-e-obra-de-henri-matisse-1869-1954.html
http://4.bp.blogspot.com/-igCR0zLAOIc/Tq25s9kkRdI/AAAAAAAADFA/XkJ0VPKlYN8/s1600/1947_interior_vermelho.jpg
http://3.bp.blogspot.com/-OxRrt2t9Ze0/Tq25r7Eq7WI/AAAAAAAADE4/7EJ4d-tCzqI/s1600/Matisse+-+Jazz+-.jpg
Uma curiosidade: você sabia que Matisse estudou arte com Gustave Moureau 
e William Bouguereau? Quando tiver um pouco de tempo, compare as obras 
desses três gênios na internet e verifique como seus estilos são totalmente 
diferentes. 
Apesar de ser um artista moderno, Matisse foi influenciado pelo pintor barroco 
francês Jean-Baptiste-Siméon Chardin. O artista que mais influenciou Matisse, 
no entanto, foi um holandês: Vincent Van Gogh. 
Os primeiros anos de casamento de Matisse foram realmente duros. Para 
complementar o orçamento familiar, sua esposa Amélie Parayre confeccionou 
chapéus. Matisse, por sua vez, trabalhou como assistente de cenógrafo. 
Por falar em Amélie, você sabia que ela serviu de modelo para o artista? 
Uma das primeiras pessoas a incentivar e investir na arte de Henri Matisse foi a 
escritora Gertrude Stein. Amiga de artistas e intelectuais, Stein foi uma das 
maiores agitadoras culturais europeias do início do século XX. 
Sua primeira exposição individual ocorreu em 1904, no Grand Palais. Na 
época, contava 35 anos de idade. 
Matisse conheceu Picasso, Paul Signac, entre outros artistas de seu tempo. 
Matisse foi um dos representantes de um movimento chamado Fauvismo (o 
curioso é que ele próprio não se considerava um fauvista). As principais 
características da arte fauvista são: pinceladas fortes, uso de cores puras, 
demonstração de sentimentos nas obras e planos delimitados pelas cores. 
Além de pintor e escultor, Matisse foi um excelente ilustrador. Além de ilustrar 
uma edição de As Flores do Mal, de Baudelaire, foi ilustrador de Ulisses, de 
James Joyce. 
Fez figurinos e cenários para uma montagem teatral do clássico O Vermelho e 
o Negro, de Stendhal. 
Admiradores de Picasso e de Matisse costumavam trocar farpas e ofensas em 
defesas de seus ídolos. 
Matisse nunca parou de pintar, mesmo quando estava enfermo e de cama. Ele 
fixava lascas de carvão na extremidade de varas e rabiscava as paredes da 
suíte do hotel Régina, em Nice, onde estava hospedado. 
http://www.maiscuriosidade.com.br/15-curiosidades-para-voce-conhecer-henri-
matisse/ 
As flores são para mim as melhores lições de composição das cores. 
Proporcionam impressões cromáticas, que ficam indelevelmente 
marcadas em minha retina como ferro em vermelho vivo. (Matisse) 
Matisse possuía grande talento para a simplificação decorativa. Seu estilo 
exerceu grande influência sobre o deigner moderno. (E.H. Gombrich) 
Esforço-me por criar uma arte que seja perceptível a todos os 
observadores. (Matisse) 
http://www.maiscuriosidade.com.br/15-curiosidades-para-voce-conhecer-henri-matisse/
http://www.maiscuriosidade.com.br/15-curiosidades-para-voce-conhecer-henri-matisse/
O pintor Henri-Émile-Benoit Matisse (1869-1954) nasceu na cidade francesa de 
Le Caceteau-Cambrésis, no norte da França, numa família de pequenos 
comerciantes de cereais. Seus pais mudaram pouco tempo depois para Paris, 
onde Émile Matisse tornou-se funcionário de uma loja de tecidos e Héloise 
costureira em Passy. Para melhorar sua situação financeira, a família mudou-
se para Bohain-en-Vermandois, onde prosperou, vindo a ser dona de um 
armazém de tintas e grãos. 
Henri Matisse teve uma infância tranquila, estudando numa boa escola em 
Saint-Quintin, onde foi um aluno mediano. Seu pai queria que ele viesse, no 
futuro, a ingressar nos negócios da família. O futuro artista nutria um especial 
pendor pelos tecidos, fazendo ele próprio a escolha de suas roupas, vindo mais 
tarde a pintar panos e a criar tapeçarias e vestuários para os espetáculos de 
teatro coreográficos. 
Os pais de Henri enviaram-no para Paris, quando ele tinha 18 anos de idade, 
para que estudasse Farmácia, mas ele acabou fazendo dois anos de Direito. 
Retornou a Saint-Quentin, onde passou a trabalhar como assistente num 
escritório de advogados, ocasião em que visitava o Museu Lecuyer, 
observando as pinturas a pastel de Quentin de la Tour, e se encantava com a 
magia dos quadros. 
Aos 21 anos de idade, Henri foi operado, em consequência de uma apendicite, 
cuja recuperação levou cerca de um ano. Para entretê-lo, foi presenteado pela 
mãe com um estojo de tintas e folhas de papel. Ao voltar a trabalhar no mesmo 
serviço, inscreveu-se num curso noturno de desenho, embora seu pai não 
visse isso com bons olhos, pois estava certo de que carreira artística não 
garantia um bom futuro. Henri contou com o apoio da mãe, que ainda 
conseguiu que o marido desse ao filho uma mesada. Henri Matisse estreou 
como artista na casa de seus avós, onde cuidou da decoração, o que lhe 
rendeu inúmeros convites de familiares e vizinhos. Foi aí que percebeu que 
deveria ir para Paris, o que fez, com a anuência dos pais. 
Em Paris, Matisse começou aprendendo os segredos das artes plásticas com 
os mestres William-Adolphe Bouguereau e Gabriel Ferrier. O primeiro era 
representante da pintura acadêmica e tinha como inspiração o pré-rafaelismo 
britânico e o Renascimento italiano, enquanto o segundo era retratista oficial do 
governo. Depois de achar que precisava buscar novos rumos, Matisse 
matriculou-se na Escola de Belas Artes de Paris, passando a trabalhar no ateliê 
do mestre Gustave Moreau, grande admirador de Toulouse-Lautrec e de 
Veronés, e que induzia seus alunos a visitar o Louvre para estudar suas obras 
clássicas, antes de apresentarem seus trabalhos no Salão de Paris. No Louvre, 
o futuro artista ficou fascinado pelas obras de Nicolas Poussin e Chardin. Como 
quisesse sempre aprender mais, inscreveu-se nos cursos noturnos da famosa 
École des Arts Décoratifs, onde estudou a obra dos franceses: Poussin, 
Philippe de Campaigne, Watteau e Bourcher, e a dos holandeses Van der 
Weyden e De Heen. 
Marqueritte nasceu quando Matisse estava com 25 anos de idade. Era filha de 
uma relação que o artista teve, quando solteiro. Ele veio a se casar com Améliequatro anos depois, com quem teve dois filhos, e com ela permaneceu toda a 
vida. Em 1899, nasceria Jean, o primeiro filho do casal e, em 1900, Pierre, o 
segundo. Numa fase crítica de sua vida, um de seus filhos ficava com os avós 
maternos e outro com os paternos. Anos depois, quando os dois foram para a 
guerra, o pintor entrou em depressão, época em que estudou música e violino. 
Matisse também passou a buscar a pintura ao ar livre, admirando as inúmeras 
mutações da luz. No ateliê do mestre Moreau, ele conheceu: Manguin, 
Marquet, Pissarro, Derain e Rodin, com os quais aprendeu o que fazer para 
expor no Salão de Paris, onde, em 1896, expôs quatro quadros, recebendo 
críticas positivas. Ao visitar a mostra de pintura impressionista no Louvre, ele 
ficou fascinado, assim como ao visitar as praias do Mediterrâneo, com a luz 
descoberta. Aprendeu a lidar com os volumes, estudando esculturas com 
Rodin e Puy. Também passou a comprar obras de arte. 
Com a morte do amigo e mestre Moreau, Matisse saiu da Escola de Belas 
Artes, mas continuou seguindo seus ensinamentos, ao copiar os clássicos no 
Louvre. Seu inconformismo levou-o a buscar novas formas de se expressar. 
Passou a expor suas obras no Salão dos Independentes e estreou no Salão de 
Outono. Sua primeira mostra individual foi composta por 45 telas e um 
desenho. O renomado crítico de arte e promotor de vanguardas, Roger Max, 
escreveu o prólogo. Ao conhecer os quadros de Paul Gauguin, pintados no 
Taiti, Matisse ficou encantado, fazendo com que houvesse mudanças no trato 
que tinha com as cores, tornando o brilho da luz mais forte. Ele tinha também 
uma grande admiração por Cèzanne. Conheceu Picasso, de quem foi amigo e 
com quem manteve certa rivalidade. 
A nova visão pictórica de Matisse não agradou os críticos e o público do Salão 
de Outono de 1905. Ele e seus amigos pintores foram apelidados de “fauves” 
(feras, selvagens) pelo crítico Louis Vauxcelles, apelido que veio a se 
transformar em “fauvismo”, uma nova vanguarda artística, passando Matisse a 
ser visto como líder dos “fauves”. Os fauvistas elegiam as cores como o 
elemento primordial de suas obras, recusando as “nuances” usadas pelos 
pintores impressionistas. Buscavam a força persuasiva das cores puras, sem 
nenhuma preocupação em mostrar a tal natureza tal e qual ela se apresentava. 
Aos 37 anos de idade, viajou para a Argélia, conhecendo a luz e a arte do norte 
da África, que teria muita influência em sua pintura, principalmente a escultura 
africana. Seus quadros passaram a ser comprados por colecionadores e suas 
obras requisitadas por galerias importantes fora da França. Abriu seu próprio 
ateliê em Paris, para onde convergiam artistas, libertários e boêmios. Dentre 
seus alunos estavam os pintores: Nils Dardel e Peter Krogh. 
Matisse também fez esculturas em cerâmica. Conheceu as tendências do 
cubismo através do pintor Juan Gris, pintando dois quadros influenciados por 
tal tendência. Era uma figura muito popular. Viajou bastante e recebeu muitos 
prêmios. Com o início da Segunda Guerra Mundial chegou a se preparar para 
vir para o Brasil, mas desistiu de deixar seu país. Aos 72 anos de idade, teve 
que fazer uma cirurgia intestinal, ficando na cama cerca de um ano. Para 
desenhar, amarrava um carvão na ponta de uma haste de bambu. 
Ao recusar uma viagem oficial a Berlim, em 1944, a Gestapo encarcerou sua 
esposa e deportou sua filha, sob a alegação de que integravam a Resistência 
francesa. Algumas obras do pintor foram confiscadas sob a alegação de serem 
“arte degenerada”, mas foram parar na coleção particular do comandante da 
Gestapo. Durante a guerra, Matisse foi atendido no hospital pelas freiras 
dominicanas. Em agradecimento, construiu para elas a Capela Venice, 
inaugurada oficialmente em 1951, participando de tudo: arquitetura, decoração 
e peças de culto. Morreu aos 85 anos de idade, no auge de sua criatividade, 
vítima de um ataque cardíaco. 
As obras de Matisse compõem duas fases tidas como “realistas” e 
“decorativas”, que se alternam durante sua vida, onde estão presentes tanto a 
estética ocidental quanto a oriental, ora servindo a seu temperamento mais 
romântico, ora ao mais científico. 
Nota: autorretrato do pintor. 
Fontes de pesquisa: 
Matisse/ Abril Coleções 
Matisse/ Coleção Folha 
Matisse/ Taschen 
História da Arte/ E.H. Gombrich 
http://virusdaarte.net/grandes-mestres-henri-matisse/ 
 
http://virusdaarte.net/grandes-mestres-henri-matisse/

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