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[E-BOOK] Didaticas_Assimetricas_-_Como_transformar_ensino_em_aprendizagem_-__Paulo_Tomazinho

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Josy Pinheiro

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Didáticas Assimétricas 
 
 
 
Como transformar ensino em 
aprendizagem 
 
 
 
 
 
 
 
Paulo Tomazinho 
2020 
 
 
 
 
 
 
 
Ficha Catalográfica 
Bibliotecária Responsável: Amazon KDP 
 
 
 
 
 
M593 Didática Assimétrica: Como Transformar Ensino em 
 Aprendizagem / Paulo Henrique Tomazinho - Curitiba: 
 Meta Aprendizagem, 2020. 
 33 p. 
 
 
 ISBN ​9798561220890 
 
 
1. Educação. 2. Didática. 3 Didática Assimétrica. 4. 
Metodologias Ativas. I. Tomazinho, Paulo Henrique. II Meta 
Aprendizagem. III. Amazon KDP. III. Título. 
 
 (21 ed) CDD: 378 
 
Sumário 
 
Apresentação 
Estratégias Didáticas Assimétricas para usar no início das aulas 
Quiz de Verdadeiro ou Falso 
Pergunta de Opinião 
Estratégias Didáticas Assimétricas para usar no meio das aulas 
Pergunta Aberta 
Projeção Futura 
Estratégias Didáticas Assimétricas para usar no fim das aulas 
Comentário Síntese 
Uma Palavra ou Hashtag 
Próximos Passos 
Convite 
 
 
 
 
 
 
Apresentação 
 
Neste ebook você aprenderá ​seis estratégias didáticas 
assimétricas​ para transformar ensino em aprendizagem. 
 
Estratégias Didáticas Assimétricas são estratégias de 
ensino-aprendizagem no qual o ganho de aprendizagem é 
desproporcional ao tempo investido no ensino. 
 
Costumo dizer - e às vezes sou mal interpretado por isso - que 
ensino nem sempre significa aprendizagem. 
 
Para minha sorte é muito fácil provar essa tese. 
 
É possível provar até mesmo com dados públicos e oficiais. Basta 
pegarmos o resultado em matemática dos alunos do 9​o ano do 
Ensino Fundamental avaliados pelo Sistema de Avaliação do 
Ensino Básico (SAEB, 2019). Lá, vemos que apenas 2% dos 
alunos que estão no 9​o​ ano tem proficiência em matemática. 
 
A pergunta que não quer calar: 
 
E os outros 98% não tiveram aula de matemática? Não fizeram 
provas de matemática para passar de ano na sua vida estudantil 
até chegar ao 9​o​ ano? Não foi ensinado matemática para eles? 
 
Para todas as perguntas a resposta é sim. Sim! Todos eles tiveram 
aulas de matemática. Sim! Todos eles passaram nas provas de 
matemática, desde o primeiro ano do ensino fundamental II, 
fizeram pelo menos dezesseis provas bimestrais de matemática 
 
para chegar ao 9​o ano. E sim! todos esses alunos tiveram ENSINO 
de matemática, mas não APRENDERAM matemática. 
 
Pense em qualquer outra disciplina, em qualquer nível de ensino. 
 
Infelizmente o resultado provavelmente será muito semelhante. O 
Brasil é um país que ensina muito, mas os alunos aprendem 
pouco. 
 
O resultado está aí… 
 
Números alarmantes de analfabetismos funcionais, baixíssima 
eficiência laboral, corrupção, apagão de talentos. 
 
Antes de qualquer outra coisa, precisamos urgentemente 
transformar ensino em aprendizagem. 
 
Não adianta investimento, não adianta tecnologia, não adianta 
acelerar algo que intrinsecamente está errado. 
 
Neste ebook, proponho seis estratégias muito simples, muito fáceis 
e rápidas de aplicar, mas que posso garantir que funcionam, que 
promovem ganho de aprendizagem significativo para os alunos. 
 
 
Desenvolvi essas estratégias por desespero. 
 
Chegou um momento na minha vida de professor que não 
conseguia dormir direito. Algo me tirava o sono. 
 
Tirava-me o sono o fato de meus alunos gostarem de minhas 
aulas, tirarem boas notas, mas um tempo depois das provas - 
poucas semanas - quando conversava com eles pelos corredores 
 
ou cantina da universidade percebia que eles não tinham 
aprendido aquilo que estudaram no bimestre, e pasmem, fizeram 
prova há poucos dias e muitos ainda tinham conseguido um 
resultado bom, ou seja, notas altas. 
 
Conversando com esses alunos, trocando ideias com colegas 
professores, de forma empírica descobri que esses alunos 
estudam na véspera da prova, com o único objetivo de memorizar 
fatos e conceitos, para conseguirem responder às questões das 
provas, tirar nota, conseguir média, passar de ano e deixar pais e 
mães felizes. 
 
Aqueles meus alunos, e talvez os seus aí também, não estudavam 
para aprender. Estudavam para tirar nota. Nota é o grande objetivo 
educacional deles. 
 
Uma vez que conseguiam a nota, não havia mais motivação 
extrínseca nem intrínseca para aprender. 
 
E isso me incomodava profundamente. De verdade perdia noites 
de sono por isso. 
 
Eu enquanto professor, tinha a obrigação moral de ao menos 
tentar fazer alguma coisa para mudar essa situação. 
 
Comecei a estudar didática para tentar melhorar minhas aulas. 
Acontecia que eles gostavam ainda mais das aulas, tiravam boas 
notas, mas ainda não aprendiam. 
 
Comecei a perceber que a solução não estava no ensino, mas na 
aprendizagem. Mergulhei nas teorias educacionais da 
aprendizagem, estudei psicologia social, psicologia 
comportamental, psicologia positiva, gestalt, programação 
 
neurolinguística, neurociências, influência, persuasão, fiz um 
doutorado em Educação no Chile na tentativa de buscar resposta. 
 
Mas principalmente: ​comecei a experimentar. 
 
Como tinha quatro turmas da mesma disciplina, comecei a ensinar 
os mesmos conteúdos de forma diferente, mudava o método, 
experimentava novas tecnologias e novas estratégias. Anotava 
tudo para poder avaliar qual estratégia tinha mais impacto na 
aprendizagem dos alunos, não na nota. 
 
E descobri coisas muito interessantes. 
 
Descobri estratégias didáticas muito simples, fáceis e rápidas de 
aplicar em qualquer aula, que resulta numa aprendizagem 
significativa e duradoura. Durante quase uma década fui 
aperfeiçoando, lapidando, sistematizando e experimentando novas 
estratégias. 
 
Chamo estes conhecimentos de ​Estratégias Didáticas 
Assimétricas​, porque são ações nas quais o ganho de 
aprendizagem é desproporcional ao tempo investido no ensino. 
São estratégias capazes de realmente transformar ensino em 
aprendizagem. 
 
Uma vez que essas estratégias estavam funcionando para mim, 
era hora de descobrir se elas funcionavam em outros contextos, 
outros professores, outros níveis de ensino, e recentemente até 
descobrir se elas também funcionam no ensino remoto síncrono e 
assíncrono. 
 
E para minha felicidade, e esperança, posso afirmar que elas 
funcionam. Não só eu, mas centenas de professores que 
 
aprendem e utilizam as estratégias didáticas assimétricas 
rotineiramente em suas aulas conseguem transformar ensino em 
aprendizagem. 
 
E é exatamente isso que quero compartilhar com você neste 
ebook. 
 
Estratégias simples, rápidas e fáceis de usar, desenvolvidas 
com embasamento teórico, científico e levando em 
consideração as neurociências da aprendizagem para 
transformar ensino em aprendizagem. 
 
Neste ebook você aprenderá duas estratégias para usar no início 
das aulas, duas estratégias para usar no meio das aulas, e duas 
estratégias para usar no fim das aulas. 
 
No fim, se fizer sentido para você vou lhe fazer um convite para me 
ajudar a espalhar essas estratégias, e talvez nossos filhos e netos 
poderão contar outra história sobre esse país que tanto amamos. 
 
Boa leitura. 
 
Encontro você nas próximas páginas. 
 
 
 
 
 
 
 
Estratégias Didáticas Assimétricas para usar 
no início das aulas 
 
Você vai conhecer duas estratégias para serem utilizadas no início 
das aulas. 
 
Quiz de Verdadeiro ou Falso e Pergunta de Opinião.Quiz de Verdadeiro ou Falso 
 
 
Quiz é uma sequência de perguntas. Imagine começar uma aula 
com quatro ou cinco perguntas de verdadeiro ou falso sobre o 
assunto que você ainda vai desenvolver em aula. 
 
Uma pergunta de verdadeiro ou falso é tão simples quanto 
apresentar uma afirmação e perguntar se aquela afirmativa é 
verdadeira ou falsa. 
 
Peça para seus alunos responderem anotando num pedaço de 
papel, no caderno ou mesmo no chat do ambiente virtual de 
aprendizagem. 
 
Essa estratégia didática assimétrica funciona porque força os 
alunos a tomarem uma decisão. 
 
Eles precisam decidir se a afirmativa é verdadeira ou falsa. 
 
E mesmo, muitas vezes, sendo uma decisão muito simples, a nível 
neural acontece uma hiperativação. 
 
Assim que o aluno precisa decidir se aquela afirmação é 
verdadeira ou falsa, uma série de caminhos sinápticos são 
ativados na tentativa de fazer o maior número de associações 
possíveis com memórias ou conhecimentos prévios que 
possa ter alguma relação, ou causa e efeito, com a decisão 
que o aluno tem que tomar. 
 
E tudo isso acontece em milissegundos. 
 
 
Todo o cérebro é ativado, e áreas de memórias e conhecimentos 
prévios são resgatados. 
 
Basicamente essa simples estratégica consegue preparar o 
cérebro para aprender, por justamente reviver essas memórias e 
torná-las mais acessíveis e disponíveis a novas associações, que 
poderão ser criadas com a apresentação dos novos conteúdos da 
aula. 
 
É muito fácil usar essa estratégia. 
 
Uma vez que você, professor, já tenha sua aula montada, por 
exemplo, um roteiro ou sequência de slides. 
 
Olhe para todo o conteúdo dessa aula, e se pergunte: 
 
● Quais são os quatro ou cinco pontos mais importantes 
dessa aula? 
 
● O que dessa aula é essencial o aluno saber? 
 
Eu chamo isso de ​refrão da aula. 
 
Da mesma forma como primeiro guardamos o refrão de uma 
música para só depois aprendermos a cantar toda a música, eu 
penso o mesmo nas aulas. O que meu aluno, minimamente, tem 
que saber sobre esse conteúdo. 
 
Uma vez decidido quais são esses quatro ou cinco tópicos 
fundamentais, transforme esses tópicos em afirmativas. 
 
Utilize um editor de slides e escreva essa afirmativa nos slides. 
 
 
Abaixo dessa frase, crie duas caixas de texto. Numa digite 
“verdadeiro” e na outra “falso”. 
 
Duplique esses slides e destaque a resposta correta. Você pode 
fazer isso apenas preenchendo o fundo da caixa de texto com uma 
cor, por exemplo verde. 
 
Você pode usar o quiz no início da aula para ganhar a atenção e 
criar interesse dos alunos pelo assunto que ainda será trabalhado 
futuramente. 
 
Planeje apenas um ou dois minutos para realizar essa atividade. 
 
Quatro a cinco perguntas é um número ideal. Eu já testei com duas 
e até dez perguntas. Com duas perguntas não dá tempo de 
engajar os alunos, e oito ou mais fica chato, maçante. 
 
Seja rápido, isso significa que você deve dar muito pouco tempo 
para os alunos responderem. No início 20 a 30 segundos no 
máximo, e conforme à turma for acostumando a participar dos 
quizzes nos inícios das aulas, você pode reduzir esse tempo para 
10 segundos. 
 
Acredite. 
 
Funciona assim: 
Mostre a pergunta, leia em voz alta a afirmativa, pergunte se é 
verdadeiro ou falso, espere 10 segundos e apresente a resposta, 
passando para o próximo slide que revela a resposta. 
 
Revelar a resposta rapidamente é fundamental, pois serve como 
um feedback imediato de acerto ou erro para o aluno. 
 
 
Você pode esperar uma turma toda atenta, interessada e engajada 
usando a estratégia de quiz de verdadeiro ou falso no início da 
aula. 
 
Essa estratégia é poderosa porque força os alunos a ativarem 
seus neurônios e deixarem seus cérebros prontos para aprender. 
 
Isso acontece porque que eles têm que fazer muitas associações e 
pensar nas causas e efeitos para tomar uma decisão se a resposta 
é verdadeira ou falsa. E ainda, quanto recebem o feedback 
imediato, uma outra coisa maravilhosa acontece, não importa se o 
aluno acertou ou errou. 
 
Se acertou, ele sente um micro prazer por ter acertado e esse 
micro prazer libera ​dopamina​, um hormônio ligado às emoções, 
que torna essa experiência memorável e registra esse momento na 
memória biográfica do aluno. Isso significa que ele lembrará desse 
momento, e consequentemente do assunto por muito mais tempo. 
 
Mas uma coisa ainda mais incrível acontece quando o aluno 
percebe que errou ao receber o feedback imediato. 
 
Neste caso pode acontecer duas coisas: 1. Imediatamente 
reconhecer o porquê errou e reeditar seu cérebro com o novo 
conhecimento ou 2. não conseguir entender porque errou e ter 
que esperar a explicação do professor. 
 
Ao receber o feedback com a resposta certa, o aluno consegue 
refletir sobre o porquê errou, que informações e memórias erradas 
ou incompletas tinha armazenadas em seu cérebro, e conhecendo 
a resposta correta, agora tem a capacidade de editá-las, 
ressignificá-las, completá-las ou substituí-las por uma nova 
informação correta ou mais completa. E isso é a própria definição 
 
de aprendizagem, que quando acontece dessa forma é também 
muito prazeroso para o cérebro, que libera muita dopamina, e 
como já vimos, a dopamina nas sinapses dos neurônios 
dopaminérgicos faz com que os alunos guardem os momentos por 
muito mais tempo e consequentemente as informações de 
aprendizagem associadas àquele momento. 
 
Mas você pode me perguntar. Ok, Paulo! Mas e se o aluno não 
teve capacidade de aprender sozinho com o feedback imediato? 
 
Aqui está à beleza dessa estratégia para início de aula. Se o aluno 
não teve capacidade de reeditar, ressignificar, completar ou 
substituir uma informação esse processo fica ativo na mente desse 
aluno. Cria um gap, e a mente humana odeia gaps. 
 
Gaps são espaços em branco sem respostas, sem associação. 
 
Gosto de definir à mente humana como uma máquina de 
associação. 
 
Nossa mente adora coisas completas, respostas lógicas, e é por 
isso que quando não temos todas as respostas, tentamos 
encontrar uma explicação, uma associação que nos satisfaça e 
nos acalme. 
 
Então voltando! 
 
Quando o aluno recebe o feedback imediato e ele sozinho não 
conseguiu chegar a uma resposta lógica, que o convencesse, um 
Gap de informação fica aberto na mente desse aluno. 
 
E, durante a aula, quando o professor explica aquele assunto, o 
aluno estará muito mais atento e interessado, porque ele sabe que 
 
não tem aquele informação ainda, e fica intrinsecamente motivado 
a entender, compreender e aprender, para fechar aquele gap 
aberto lá no início da aula durante o quiz de verdadeiro e falso. 
 
Como podem perceber, iniciar um quiz de verdadeiro e falso é uma 
poderosa estratégia didática. 
 
Considero uma estratégia didática assimétrica porque ela pode ser 
realizada num intervalo de tempo muito pequeno, mas produz um 
grande impacto no ganho de aprendizagem dos alunos. 
 
É poderosa porque não importa se o aluno acerta ou erra o quiz, 
ele aprende muito com isso, imediatamente e sozinho, ou no 
transcorrer da aula com a ajuda e explicação do professor. 
 
 
 
 
 
Pergunta de Opinião 
 
Outra excelente forma de iniciar uma aula, e preparar o cérebro do 
aluno para aprenderé fazer uma pergunta pedindo a opinião dele 
sobre um dilema. 
 
Um dilema, de forma simples e pragmática neste livro será definido 
como uma pergunta que não tem apenas uma resposta certa. 
 
São exemplos de dilema: 
 
Qual sua orientação política? 
Qual sua religião? 
Que time de futebol torce? 
 
Perceba que cada indivíduo pode ter a sua resposta correta 
dependendo do seu sistema particular de crença. 
 
Para iniciar uma aula com um dilema, comece a aula perguntando 
a opinião dos alunos sobre um tema relacionado ao seu conteúdo. 
 
Da mesma forma que no quiz, para responder o aluno terá que 
tomar uma decisão. 
 
Para tomar uma decisão, necessariamente este aluno, 
mentalmente, terá que considerar várias opções de respostas, 
associando a sua resposta às informações e conhecimentos 
previamente armazenados na sua mente. 
 
Considerará ainda as causas e efeitos de cada resposta. 
 
 
Levará em conta seu sistema de crenças e seus valores e até o 
contexto do ambiente e das pessoas que escutará sua resposta. 
 
Esse processo, embora possa acontecer em uma fração de 
segundos ou poucos segundos, ativa simultaneamente várias 
áreas cerebrais, revivendo memórias, ativando emoções, e como 
gosto de dizer acordando o cérebro e ativando as sinapses, e 
deixando o cérebro pronto para aprender. 
 
Você deve usar a estratégia de perguntar a opinião dos alunos 
para responder a um dilema, preferencialmente no início das aulas. 
Mas essa é uma estratégia que também pode ser útil para o meio 
da aula, especialmente quando vai iniciar um novo bloco de 
conteúdo. 
 
Para utilizar essa estratégia você deve pensar num dilema que 
tenha relação com seu conteúdo ou sua aula. Assegure que tenha 
pelo menos duas respostas possíveis. 
 
Pergunte a opinião dos alunos e peça para eles responderem de 
forma individual, neste momento pode solicitar que eles registrem 
suas respostas no caderno ou no chat do ambiente virtual de 
aprendizagem. 
 
Uma vez que registraram suas respostas você pode pedir para 
eles refletirem sobre o porquê responderam dessa forma, o que 
pensaram, o que consideraram, se existe a possibilidade de outra 
resposta. 
 
Isso ajuda a desenvolver a metacognição dos alunos, mas 
principalmente permite agora, se houver tempo e se for seu 
desejo, promover um debate sobre os diferentes pontos de vista e 
respostas da turma. Assegure que não tem resposta certa ou 
 
errada, e a importância de respeitar a resposta, e 
consequentemente o sistema de crença de cada colega. 
 
Você pode esperar um grande engajamento dos alunos usando 
esta técnica. 
 
Dependendo da pergunta e de como foi conduzida a estratégia os 
alunos podem ficar excitados em defenderem seus pontos de vista. 
É uma estratégia para ser usada entre um a três minutos no início 
da aula, certifique-se para não estender muito o debate para não 
prejudicar seu tempo de aula. 
 
Lembre-se, o objetivo dessa estratégia é apenas ativar o cérebro 
para facilitar a associação de novas informações e ajudar a 
promover a aprendizagem de seu conteúdo. 
 
 
 
Estratégias Didáticas Assimétricas para usar 
no meio das aulas 
 
Nesta seção você aprenderá outras duas estratégias didáticas que 
podem ser utilizadas no transcorrer das aulas. 
 
Pergunta aberta e Projeção Futura 
 
 
 
 
 
Pergunta Aberta 
 
Pergunta aberta é uma excelente estratégia de ensino baseado em 
recuperação. 
 
A teoria por trás do ensino baseado em recuperação diz que 
quanto mais vezes e mais esforço alguém faz para lembrar algo, 
esse algo será lembrado por mais tempo. 
 
Assim, o professor pode fazer perguntas abertas durante a aula 
para forçar os alunos a recuperar informações já trabalhadas. 
 
A ideia é, quanto mais vezes o aluno tem que recuperar essas 
informações armazenadas em sua memória, mais ativo, rápido e 
acessível fica esse caminho neural, em outras palavras, mais fácil 
fica lembrar desses conceitos. 
 
Eu recomendo usar perguntas abertas para fechar um bloco de 
conteúdo ou mudança de tópico durante a aula. 
 
Imagine que você tenha planejado explicar quatro tópicos de um 
determinado conteúdo numa aula de cinquenta minutos. 
 
Idealmente você começou a aula com uma estratégia didática 
assimétrica para início de aula, gastou um ou dois minutos para 
isso. Usou mais dez minutos para explicar o primeiro tópico, e 
antes de avançar para o segundo tópico, minha recomendação é 
que faça uma ou duas perguntas abertas sobre o tópico recém 
trabalhado. 
 
Dessa forma o aluno terá mais que a oportunidade de rever mais 
uma vez a parte mais importante daquele pedaço do conteúdo, 
 
terá a oportunidade de se testar, e avaliar se conseguiu entender 
e, principalmente, armazenar essa informação em seu cérebro. 
 
Ao fazer isso, estará reforçando o caminho neural que facilitará 
encontrar e recuperar essa informação no futuro. 
 
Faça uma ou no máximo duas perguntas abertas por bloco de 
conteúdo. Acredite já é o bastante, mais que isso fica chato para o 
aluno e não aumentará o ganho de aprendizagem do aluno. 
 
Você pode esperar que boa parte da turma participe. 
 
É natural que alguns alunos sejam mais tímidos e tenham receio 
de falar em público. A beleza dessa técnica é que ela funciona 
mesmo para alunos mais tímidos, porque só o ato de pensar na 
resposta já é capaz de reforçar as sinapses nos caminhos neurais, 
e mesmo os alunos mais tímidos se beneficiarão desta técnica 
apenas por pensar, considerar a possível resposta e 
principalmente por observar a resposta dos colegas, que servem 
como feedback imediato. 
 
E já vimos todo o poder dos feedbacks imediatos, não importando 
se o aluno acertou ou errou a resposta. 
 
Dessa forma, fazer perguntas abertas no meio da aula é uma 
excelente estratégia didática que consegue promover ganho de 
aprendizagem para qualquer tipo de aluno. 
 
 
 
 
Projeção Futura 
 
A estratégia de projeção futura consiste em pedir para os alunos 
imaginarem usando os conceitos ou técnicas que você acabou de 
ensinar. 
 
Nossa mente não diferencia realidade de ilusão. 
 
Se você está tomando um sorvete de verdade ou apenas 
imaginando tomando um sorvete num dia de calor, para a mente é 
a mesma coisa. 
 
Principalmente se você realmente consegue visualizar essa cena 
com o máximo de detalhes possíveis. 
 
Imagine sentado numa sobra de um coqueiro, com um lindo mar 
azul a sua frente, uma brisa fresca vindo do mar bate no seu rosto 
no ritmo da arrebentação das ondas, você consegue sentir seu 
cabelo mexendo com o vento, um leve perfume característico do 
mar chega até seu nariz, você deseja fechar os olhos para sentir 
esse momento de paz e enquanto está de olhos fechados lembra 
de sua infância na praia com sua família, e você consegue até 
sentir o sabor de um picolé de groselha que seu tio uma vez 
comprou de um sorveteiro que passava gritando: Olha o 
sooooorvete! 
 
Se você realmente conseguiu fazer essa visualização e se 
entregou a ela, provavelmente conseguiu ver e sentir que estava 
na praia. Pode ser que não exatamente como escrevi, mas posso 
apostar que sua mente buscou suas próprias memórias afetivas da 
sua infância. 
 
 
Sabendo disso, e do poder da visualização para criar ou reforçarmemórias, se você pedir, quando julgar apropriado, para seus 
alunos fazerem projeções futuras usando o que você tem ensinado 
a eles, certamente estará ajudando esses alunos a registrarem 
experiências nas suas memórias biográficas. 
 
E quanto mais ricas em detalhes, mais vivas, com inserção de 
sentimentos essas projeções futuras tiverem, por mais tempo 
esses alunos lembrarão dessa experiência de aprendizagem. 
 
Você deverá usar a estratégia de projeção futura no meio da aula, 
quando julgar que seja adequado ou apropriado para pedir para os 
alunos visualizarem o uso dos conceitos ou técnicas trabalhados. 
 
É uma técnica rápida. Um ou dois minutos já são suficientes para 
aplicá-la. 
 
Eu recomendo que peça para os alunos sentarem de forma 
confortável, peça para fecharem os olhos, respirar profundamente 
três vezes para acalmar a mente, e conduza a visualização deles 
com uma voz calma e serena, como uma meditação guiada. 
 
Você se surpreenderá com os resultados. 
 
Você pode esperar uma participação em massa dos alunos. 
 
Eles gostam dessas atividades não convencionais, e por ser 
diferente atrai a atenção, o interesse e o desejo em realizar a 
atividade. 
 
Projeção futura é uma estratégia que funciona logo da primeira 
vez. E se planejado antecipadamente, você poderá ainda propor 
 
que os alunos compartilhem suas visualizações com seus colegas 
e conversam ou discutem sobre a experiência. 
 
 
 
 
 
Estratégias Didáticas Assimétricas para usar 
no fim das aulas 
 
Nesta última seção, você aprenderá duas fantásticas estratégias 
para usar no fim das aulas 
 
Comentário Síntese e Uma Palavra 
 
 
Comentário Síntese 
 
Comentário síntese é uma poderosa estratégia didática para 
finalizar uma aula. 
 
É muito fácil, muito rápido de usar e somente esta estratégia, se 
usada rotineiramente, promove um ganho de aprendizagem 
significativo nos alunos. 
 
A estratégica basicamente consiste em pedir aos alunos que 
façam um comentário que sintetiza o que de mais importante 
aprenderam na aula. 
 
Funciona tão bem porque para o aluno fazer um comentário ele 
terá que relembrar de todos os pontos importantes da aula. Para 
isso necessariamente vai voltar a percorrer os caminhos neurais 
para recuperar as informações recém guardadas. 
 
Lembre-se que na teoria do ensino baseado em recuperação, 
quanto mais vezes e mais difícil for lembrar algo, por mais tempo 
essa memória ficará acessível na mente. E é exatamente isso que 
explica a utilidade da estratégia didática do comentário síntese no 
fim da aula. 
 
Essa estratégia deve ser usada de forma rotineira. 
 
Idealmente o professor deverá instalar o hábito nos alunos de 
terminar todas as aulas fazendo um comentário síntese. A 
instalação desta rotina na sala de aula é positiva não somente pelo 
comentário síntese em si, de cada aluno, mas principalmente pelo 
processo de fazê-lo. 
 
 
Sem contar que se esses comentários individuais forem reunidos, 
tem-se um rico material de estudo e revisão produzido pelos 
próprios pares, com visões e entendimentos únicos de cada aluno. 
 
Uma verdadeira comunidade de aprendizagem pode surgir neste 
processo, e desenvolver habilidades de trabalho em equipe, 
colaborações, protagonismo, autoria dos alunos. 
 
O professor pode esperar uma participação ativa em estratégias 
como esta, pois geralmente os alunos percebem o valor e utilidade 
de trabalhar em atividades assim, porque facilita o processo de 
estudo e consequentemente impacta diretamente na 
aprendizagem desses alunos e com grande potencial de refletir no 
aumento substancial das notas nas avaliações somativas 
bimestrais. 
 
 
 
 
Uma Palavra ou Hashtag 
 
Esta é uma estratégia didática alternativa para finalizar uma aula. 
Basicamente consiste em pedir para os alunos nomearem a aula 
com uma palavra ou definirem uma hashtag que representa a aula. 
 
A estratégia foi desenvolvida observando um comportamento 
bastante comum a qualquer usuário de computador. 
 
Imagine uma pessoa fazendo uma pesquisa sobre qualquer 
assunto e copiando arquivos, imagens, vídeos e links na área de 
trabalho do computador. Após um tempo essa área de trabalho 
estará repleta de arquivos, e é muito normal o usuário criar uma 
pasta e copiar todos esses arquivos para uma pasta. Para 
identificar a pasta é atribuído um nome a ela. 
 
Talvez o que vou narrar agora já até tenha acontecido com você. 
 
Por um acaso, ao navegar no seu computador, pendrive, hd, 
google drive ou qualquer outro meio de armazenamento de 
arquivos, você já deve ter encontrado pastas que criou há muito 
tempo? 
 
Certamente que sim. 
 
Conte-me uma coisa. Só de ler o nome da pasta você 
provavelmente já tenha lembrado de vários artigos e conteúdos 
que você colocou dentro daquela pasta. Não é mesmo? Isso já 
aconteceu com você? 
 
Não lembrará de todo conteudo da pasta, naturalmente. 
 
 
Mas certamente uma quantidade substancial de informação foi 
reativada na sua memória apenas por ler o nome da pasta e seu 
cérebro começa, muitas vezes involuntariamente. 
 
É natural associarmos o nome daquela pasta ao momento e ao 
conteúdo de quando ela foi criada ou editada. Isso acontece com 
você? 
 
Então a estratégia de uma palavra ou hashtag faz exatamente 
isso. 
 
Em vez de ser pasta ou hd, a lembrança acontece no seu cérebro, 
nas rotas neurais. Ao pedir para o aluno definir uma palavra ou 
hashtag para sua aula, o cérebro deste aluno irá ancorar essa 
palavra e associar ao conteúdo trabalhado na aula. 
 
Assim todas as vezes que esse aluno, escutar, lembrar ou vir essa 
palavra, seu cérebro provavelmente começará a lembrar do 
conteúdo da aula. 
 
E, obviamente, esse fenômeno é muito poderoso para aumentar o 
ganho de aprendizagem e tornar uma aula mais memorável para o 
aluno. 
 
A estratégia é bem flexível. Você pode utilizar o último minuto da 
aula e pedir para os alunos sugerirem uma hashtag que define 
aquela aula, certamente surgirá nomes muito criativos, engraçados 
e memoráveis. 
 
Ou alternativamente, pode pedir para que um aluno específico 
atribua um nome à aula, normalmente um aprendizado novo, um 
conceito, uma técnica, uma emoção ou sentimento que teve 
durante à aula. 
 
 
Não há regra, mas não se engane pela simplicidade da estratégia, 
e acredite é uma estratégia didática assimétrica muito potente para 
ser utilizada no fim das aulas para aumentar o ganho de 
aprendizagem dos alunos. 
 
 
 
 
Próximos Passos 
 
E ai! Gostou das Estratégias Didáticas Assimétricas? 
 
Consegue se ver usando uma ou mais dessas estratégias em suas 
aulas? 
 
Acredita que estratégias simples, rápidas e fáceis de usar podem 
realmente aumentar o ganho de aprendizagem de seus alunos? 
 
Se sua resposta foi sim, para qualquer uma das perguntas acima 
eu gostaria de te pedir um favor. 
 
Que tal você fazer um comentário síntese e definir uma hashtag 
para esse ebook. 
 
Eu adoraria saber o que você achou e se gostou dessa leitura. 
 
Por favor siga @paulotomazinho no Instagram e me envie uma 
mensagem direta com seu comentário síntese e sua hashtag. 
 
Converse com seus colegas sobre estratégias didáticas 
assimétricas e se achar que faz sentido, compartilhe este ebook 
com eles. 
 
E se você está realmenteinteressado em seguir estudando e 
aprendendo mais sobre estratégias didáticas assimétricas, não 
deixe de ver meu convite na próxima página. 
 
 
Convite 
 
Olá! Se você chegou até aqui é porque concluiu a leitura deste 
ebook. 
 
Se está lendo este convite, provavelmente algo te tocou ao 
descobrir como estratégias didáticas simples, rápidas e fáceis de 
usar podem promover um grande ganho de aprendizagem em 
seus alunos. 
 
Eu não sei se você é professor, talvez coordenador, diretor, dono 
de escola ou instituição de ensino superior. 
 
Eu não sei se seu interesse é aprender mais para você mesmo ou 
se tem interesse em capacitar os professores da sua escola ou IES 
para que seus alunos possam aprender mais, melhor e de forma 
mais agradável. 
 
De qualquer forma, o que posso te dizer é que esse ebook é 
apenas a ponta do iceberg. 
 
Nele você aprendeu seis estratégias didáticas assimétricas, mas 
tem muito mais. 
 
Eu quero te convidar para participar de uma imersão e certificação 
em Didática Assimétrica. 
 
Eu ofereço essa imersão apenas duas vezes por ano, uma no 
primeiro semestre e outra no segundo semestre. 
 
As vagas normalmente se encerram rapidamente assim que libero 
o link de pagamento. 
 
 
A imersão é um dia todo dedicado a ir fundo. É online e ao vivo. 
 
Você vai aprender as bases teóricas, científicas e conceitos das 
neurociências da aprendizagem. Lá vamos combinar e misturar as 
ciências didáticas com teorias educacionais, com evidências 
científicas de neurociências da aprendizagem como base das 
estratégias didáticas assimétricas. 
 
Você também aprenderá novas estratégias para usar no início das 
meio e fim das aulas. Sempre seguindo os princípios da 
simplicidade, praticidade, facilidade e efetividade. 
 
A ideia é muito simples. Usar o simples que funciona para 
transformar ensino em aprendizagem. 
 
Caso isso seja interessante para você entre em contato pelo site 
http://paulotomazinho.com.br ou pelas redes sociais para 
avisarmos quando vai acontecer a próxima turma. 
 
E mais uma vez obrigado por me acompanhar até aqui. 
 
Realmente eu desejo que consiga transformar seu ensino em 
aprendizagem significativa e memorável aos seus alunos. 
 
Abraços! 
 
Paulo Tomazinho 
http://paulotomazinho.com.br/

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