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Instituição de Ensino Charles Babbage 2 Conteúdo COMO ESTUDAR NA UNIORKA?.................................................................................................................................................. 1 ELETRICISTAS DE BAIXA TENSÃO ................................................................................................................................................ 3 ELETRICIDADE ............................................................................................................................................................................. 3 MEDIDAS BÁSICAS ....................................................................................................................................................................... 6 ELETRÔNICA BÁSICA ................................................................................................................................................................... 22 DESENHO TÉCNICO .................................................................................................................................................................... 41 SEGURANÇA DO TRABALHO .......................................................................................................................................................... 46 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DE BAIXA TENSÃO ....................................................................................................................................... 54 ELETRICISTA INDUSTRIAL .......................................................................................................................................................... 83 MAQUINAS E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS ........................................................................................................................................ 83 LUMINOTÉCNICA ....................................................................................................................................................................... 85 ELETRÔNICA DIGITAL .................................................................................................................................................................. 92 ELETRÔNICA INDUSTRIAL ............................................................................................................................................................. 97 CONTROLE E AUTOMAÇÃO ......................................................................................................................................................... 101 COMANDOS ELÉTRICOS ............................................................................................................................................................. 109 ELETRICISTA DE ALTA TENSÃO ................................................................................................................................................ 122 GERAÇÃO, TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ..................................................................................................................... 122 DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA ............................................................................................................................................. 124 PLANEJAMENTO DE PRODUÇÃO ENERGIA ....................................................................................................................................... 131 OPERAÇÃO DE SISTEMAS DE ENERGIA ............................................................................................................................................ 133 PROJETOS ELÉTRICOS PREDIAIS E INDUSTRIAIS.................................................................................................................................. 136 GESTÃO DE QUALIDADE DE OBRAS ................................................................................................................................................ 137 ANEXOS .................................................................................................................................................................................. 141 ANEXO - ELETRÔNICA BÁSICA ................................................................................................................................................... 141 ANEXO- PROJETO ELÉTRICOS PREDIAIS E INDUSTRIAL ....................................................................................................................... 155 AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM ................................................................................................................................ 175 BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................................................................................... 175 Instituição de Ensino Charles Babbage 3 Eletricistas de Baixa Tensão Eletricidade Introdução O fenômeno da eletricidade estática era conhecido desde a antiguidade, sendo que naquela época era encarado quase sempre como brincadeira. O nome elétron vem do grego, justamente desta brincadeira que constituía de atritar uma pedra de resina fóssil ( o âmbar ) contra uma pedaço de pele de carneiro, (Âmbar – em grego = elektron). Apesar destas demonstrações, nem um estudo mais aprofundado foi realizado até o século XVII, quando o pesquisador Otto Von Guericke criou uma maquina capaz de produzir cargas elétricas. Essa máquina usava duas esferas de chumbo uma delas atritava com o solo que através desse processo, induzia carga elétrica na esfera que estava sobre o atrito. Com o domínio de estudar a eletricidade, tivemos grandes avanços tecnológicos chegando até hoje, onde temos componentes eletro eletrônicos menores que um vírus da gripe por exemplo. Para podermos entender essas dimensões, e as dimensões das grandezas elétricas temos que começar nossos estudos com a área da ciência que estuda esse assunto, a matemática. Potência de 10 Como no meio cientifico temos dimensões das mais variáveis como, por exemplo, o tamanho de um átomo até a distancia entre duas galáxias, utiliza-se a potência de 10 para facilitar a manipulação dos números no meio cientifico. Como Funciona ? Note que a primeira regra é que qualquer numero elevado a 0 é 1. EX: 300 0 = 1. Para os demais números, basta ver o numero que foi elevado e colocar o número de zeros a direita do 1. “caso o número for maior que o 1”, se for menor o número será elevado a um número negativo e deve-se colocar os zeros a esquerda, acompanhado da virgula após o primeiro zero. Outro exemplo: Para saber qual a potência de 10 que o número foi multiplicado basta contar as casas decimais até chegar na virgula, conforme foi mostrado acima. Prefixos Em engenharia utiliza o conceito de prefixos onde um valor qualquer vem acompanhado de um prefixo, representando uma potência de 10. Exemplo.: 33 000 000 = 33 X 10 6 = 33M 2700 = 2,7 X 10 3 = 2,7k 270 = 0,27 X 10 3 = 0,27k Note que : Os prefixos representam uma grandeza fixa que varia de 1000 em 1000. Outro exemplo, mostrando o emprego de unidades físicas com prefixos. Instituição de Ensino Charles Babbage 4 Exercícios: Escreva os números de acordo com a notação de engenharia para o valor relacionado a seguir: Ex: 33 000 000 Volts = 33 x 10 6 Volts = 33 MV A) 270 000 metros B) 1 000 000 000 000 Bytes C) 0,00 000 000 000 1 farad D) 470 Ohm E) 0,00002 segundos Eletrostática A eletricidade está presente na nossa vida: em lâmpadas, TV, motores etc., nós não conseguimos ver nem ouvir a eletricidade, vemos somente a luz de uma lâmpada que foi gerada pela eletricidade, por exemplo. O mesmo acontece com o som de um rádioou televisão; quem move tudo isso é a eletricidade. A descoberta: O Âmbar, elétron em grego. as árvores que produziram o âmbar viveram há milhões de anos: nas zonas temperadas, principalmente os pinheiros; e nas regiões tropicais, várias espécies de leguminosas. As resinas que essas árvores produziam funcionavam como proteção contra as bactérias e contra os insetos que furavam sua madeira. Com o passar do tempo, essa resina foi perdendo água e ar, e as substâncias orgânicas que a constituíam sofreram o que os químicos chamam de polimerização: a resina endureceu e se transformou naquilo que conhecemos como âmbar. Figura 1 Figura 1 Há cerca de 2.500 anos, o filósofo grego Tales observou que, quando atritava um pedaço de âmbar num pedaço de couro macio, o âmbar era capaz de atrair objetos leves, como penas ou pedaços de palha. Talvez Tales estivesse preocupado apenas em polir o âmbar para melhor observar um inseto no seu interior, ou para torná-lo mais brilhante. Porém, quando o âmbar foi atritado, adquiriu outra característica, além do brilho. Ele tornou-se capaz de atrair pequenos objetos. Ele adquiriu eletricidade! O nome eletricidade vem dessa época, pois elétron era, exatamente, o nome do âmbar em grego antigo. Hoje conhecemos uma quantidade enorme de substâncias que podem ser eletrizadas quando atritadas com outras. O pente pode bem servir de exemplo a atração do cabelo pelo pente é um fenômeno elétrico. Na Prática: Aproxime um pente, de corpos leves, como por exemplo, pequenos pedaços de papel, verão que nada acontece. Depois atrite o pente, com um pedaço de pano, ou lã, ou seda, (Figura 2a) e aproxime novamente dos pedaços de papel. Verá que o pente, depois de atritado, atrai aqueles corpos leves (Figura 2b). Com essa observação simples concluímos que o pente, quando atritado, adquire uma propriedade nova, que não possui quando não é atritado. Figura 2a Figura 2b Carga e matéria É através do átomo, figura 3, que se formam todos os objetos existentes no universo. O átomo é constituído de nêutrons, prótons e elétrons, os mesmos possuem respectivamente carga neutra, carga positiva e carga negativa. Instituição de Ensino Charles Babbage 5 Em condições de equilíbrio, todo material é eletricamente neutro, contendo igual número de prótons e elétrons. Um material é eletricamente positivo quando tem excesso de prótons, ou falta de elétrons. Ele será negativamente carregado se tiver um excesso de elétrons. O que ocorre no exemplo do pente, é que quando materiais não condutores são atritados uns contra outros, um dos materiais perde elétrons e outro ganha, de modo que um tipo de material fica positivo e outro fica negativo. Carga elétrica: É uma propriedade das partículas constituintes da matéria: os átomos e seus constituintes, os prótons, elétrons e nêutrons. Normalmente, os objetos que nos rodeiam são neutros eletricamente, ou seja, possuem mesmo número de prótons e elétrons. Se um corpo possuir mais prótons do que elétrons, dizemos que está carregado positivamente. Por outro lado se possuir mais elétrons do que prótons, dizemos que está carregado negativamente. Carga Elétrica Elementar: A menor carga elétrica encontrada na natureza é a carga de um elétron ou próton. Estas cargas são iguais em valor absoluto e valem: Para calcular a quantidade de carga elétrica de um corpo, basta multiplicar o número de elétrons pela carga elementar. Força elétrica e Lei de Coulomb Consideremos duas cargas puntiformes Q1 e Q2, separadas por uma distância d (Figura 4). Entre elas haverá um par de forças, que poderá ser de atração ou repulsão (Figura 5), dependendo dos sinais das cargas. Porém, em qualquer caso, a intensidade dessas forças será dada por: Figura 4 Lei de Coulomb Essa lei foi obtida experimentalmente pelo físico francês Charles Augustin de Coulomb (1736-1806) e por isso é denominada lei de Coulomb. Exercício: Sabemos que a carga elétrica do elétron é -1,6. 10 -19 C e a carga do próton 1,6. 10 -19 C, na aplicação da Lei de Coulomb temos: Campo elétrico Em certa região do espaço existe um campo elétrico E se, quando colocarmos uma carga de prova q nessa região, notarmos que existe uma força elétrica F que age sobre q. Em geral utiliza-se como carga de prova uma carga positiva. E= F/q [E] = N/C Como já definimos a Força, pela Lei de Coulomb, onde: Portanto o campo elétrico gerado pela carga Q, num ponto P: Exercício: Instituição de Ensino Charles Babbage 6 Duas cargas puntiformes de módulos Estão separadas por uma distancia de 12cm. Qual o módulo do campo elétrico que cada carga produz uma na outra? O campo elétrico é invisível. Para tanto, utilizaremos as linhas de campo como nossa referência para o cálculo. Por convenção, foi determinado que linhas de campo saíssem de corpos positivos e chegam a corpos negativos, como na figura 6 a. Figura 5 a Figura 5 b 1. As linhas de campo elétrico começam nas cargas positivas e terminam nas cargas negativas; 2. As linhas de campo elétrico nunca se cruzam; 3. A densidade de linhas de campo elétrico dá uma idéia da intensidade do campo elétrico: em uma região de alta densidade de linhas, temos um alto valor do campo elétrico. Medidas Básicas Introdução à Eletricidade Básica - Grandezas elétricas Toda a modernidade que nos rodeia, com relação à comodidade e aos confortos proporcionados pelos equipamentos eletrônicos e suas vantagens para o mundo moderno se tornou possível a partir da evolução da eletrônica. O desenvolvimento dos componentes eletrônicos fez com que a corrente elétrica pudesse ser controlada, para que fosse possível gerar diversos efeitos a partir do agrupamento de vários destes componentes e que um fluxo de elétrons possa realizar uma quantidade enorme de eventos desde cálculos complexos a imagens e sons. Pode até parecer estranho para um leigo, mas tudo começa na movimentação de partículas subatômicas chamadas elétrons. Numa analogia simples, o elétron está para a elétrica, eletrônica e computação assim o a farinha está para o padeiro. O inicio de tudo. O elétron O elétron é uma partícula, que fica em órbita em volta do núcleo dos átomos. Todo átomo possui elétrons em sua Para mais informações e atividades sobre o assunto acessar o nosso ambiente virtual em www.uniorka.com.br Instituição de Ensino Charles Babbage 7 órbita. Em seu núcleo os átomos possuem prótons e nêutrons fortemente unidos, no entanto nos átomos de alguns materiais os elétrons que estão em orbita nas últimas camadas não estão tão firmemente presos a esta órbita, podendo facilmente se desprender e se unir a outro átomo, como é o caso dos metais, estes são conhecidos por materiais condutores elétricos. Os elétrons possuem carga negativa enquanto os prótons possuem carga positiva, os nêutrons não possuem carga elétrica. Quando os elétrons estão fortemente ligados ao núcleo do átomo e é necessária uma grande quantidade de energia para desprendê-los deste núcleo, os materiais que são constituídos destes átomos são denominados materiais isolantes. Isto ocorre com átomos de materiais como madeira, borracha e outros isolantes. Atenção Os isolantes podem atuar como condutores. Basta aplicar uma voltagem acima do que o material suporta.Então ao adquirir fitas isolantes e outras ferramentas, deve respeitar o nível de isolação do material. Num corpo condutor, os elétrons ficam num movimento desordenado, um átomo perde um elétron e em seguida ganha um elétron de outro átomo sem ordem alguma. Mas quando issoé ordenado de forma que os elétrons tenham um único caminho a percorrer e de forma ordenada isso é denominada corrente elétrica. Para que exista uma corrente elétrica é preciso um desequilíbrio entre dois pontos, ou seja, em um ponto existam átomos com excesso de elétrons (carga negativa) e em outro ponto átomos com falta de elétrons (carga positiva), isso fará com que os átomos com carga positiva atraiam os elétrons dos que possuem carga negativa, tentando um equilíbrio. No entanto se o equilíbrio não for alcançado o processo continuará indefinidamente enquanto existirem as condições apropriadas. A esse efeito é dado o nome de Diferença De Potencial ou ddp, a unidade de medida utilizada para calcular a ddp é o Volt, que mede a tensão entre dois pontos com potencial elétrico diferente. Volt Instituição de Ensino Charles Babbage 8 Como já mencionado, o Volt mede a diferença de potencial entre dois pontos, a ddp é o que força os elétrons a se movimentar em uma única direção continuamente do ponto negativo (com excesso de elétrons) ao positivo (com falta de elétrons). Aqui é um ponto onde existe uma grande confusão. Volt mede a força com que os elétrons pressionam uns aos outros visando estabilizar o número deles entre os pontos. Vamos usar uma analogia: Suponha uma garrafa d‟água com 1000 litros de água dentro. Ela está a 1 metro do chão. A água não sai da garrafa porque ela não tem nenhum furo, mas existe uma força puxando a garrafa e a água para o chão “a força da gravidade”. Se você faz um furo no topo da garrafa e outro no fundo automaticamente a água começa a sair com certa força até atingir o chão. A questão de qual furo a água espirara mais longe da garrafa? Certamente do furo que esta no fundo, porque a diferença de altura é maior logo a pressão no fundo da garrafa também é maior. A ddp (diferença de potencial )no fundo da garrafa é maior. Isso é análogo a eletricidade. Uma Voltagem maior, quer dizer que a fonte de energia vai empurrar os elétrons do fio condutor com mais força. Continuando com a analogia água seriam os elétrons do fio, o furo seria o fio, a quantidade de água que sai do furo por segundo “ sua vazão” (o que se constitui a corrente corrente elétrica) é medida em Ampéres. A força que água cai ou na analogia, a quantidade de energia liberada ou consumida medido em Watts.”potência” Estas 3 (três) unidades de medida são essenciais para o desenvolvimento e compreensão de todo o funcionamento de equipamentos elétricos, eletrônicos e computacionais. Estas medidas para a elétrica esta como um exame de sangue para um medico, sabendo seus valores podemos diagnosticar o que acontece em um circuito elétrico Ampere O Ampere como mencionado anteriormente mede a quantidade de elétrons que se movimentam formando a corrente, ou seja, esta unidade não esta ligada ao Volt, são unidades diferentes, uma não existe sem a outra, mas usam medidas de forma diferente. Por exemplo, uma bateria automotiva consegue em média entregar 60A por uma hora (A é o símbolo para Ampere) e 12volts de tensão. E quando você gira a chave do carro ela consegue acionar o motor de arranque do carro e fazer o motor com suas bielas e pistões girar por alguns segundos, no entanto se você pegar uma bateria de controle remoto e tentar o mesmo ela não ira dar partida carro. A questão é: porque uma consegue ligar o carro e outra não, se ambas possuem saídas com 12volts? Por conta da corrente, enquanto uma possui 60A /12volts a outra possui em media 5A/12volts . Uma corrente menor com a mesma tensão significa menor força de trabalho. A fórmula que mede isso é dada pela expressão: Potencia = Volts X Corrente Uma relação interessante a respeito disso é que estas grandezas são proporcionais, ou seja, você pode ter a mesma força, aumentando a tensão e diminuindo a corrente. Exemplo pratica e disso é aqui no Brasil, a maior parte de aparelhos que consomem muita potencia elétrica, esses aparelhos trabalha em 220V, 380V ou 440V porque dessa forma é preciso menos corrente, mais o aparelho terá a mesma força mecânica ou elétrica , mais isso não é tudo . Para a instalação destes equipamentos poderá ser usados fios mais finos mais baratos, caso fossem utilizados 110V seria necessários fios que poderia ultrapassar dobro da espessura. Por exemplo, um aparelho que trabalhe em 220 v e tenha 5000 w de potência seria realizada a operação para calcular a corrente necessária: P = V x I 5000 W= 220.I I=5000W/220 I= 22,7A Agora em 110 v 5000=110.I I=5000/110 I=45,4A Watt O Watt é a unidade que mede a potência elétrica. O Watt é o produto do Volt (ddp) pelo Ampere (corrente), ou seja: P = V x I (convenciona-se que corrente nas fórmulas matemáticas seja representada por “I” , Volt por “V” potência por “P”) Exemplo: http://4.bp.blogspot.com/_55XihcMYums/S0ozTU_-62I/AAAAAAAAAME/aU9Gwej0Ejk/s1600-h/garrafa_pressao1.jpg Instituição de Ensino Charles Babbage 9 Uma bateria tem 12V e 15A , qual sua potência elétrica? P= 12V.15A P= 180W A bateria será capaz de fornecer 180 Watts de potência Exemplo2: Podemos ter um chuveiro com 5000 W, que funcione com 110V ou outro modelo de mesma potência que funcione com 220V. Qual você compraria para colocar em sua casa? Se você respondeu o de 220V. Está certo. O que motivou a compra do chuveiro em 220V? Se sua resposta foi à economia na conta de luz então, sua resposta está errada. Então como a resposta estava correta com relação ao modelo de 220V? Isso porque a corrente elétrica que circulará pelos condutores do modelo de 220V é menor logo posso comprar fios mais finos, disjuntores para menor corrente que são mais baratos. Hertz Hertz é a unidade de medida da freqüência com que as ondas eletromagnéticas oscilam, essa medida é a representação de ciclos por segundo. O principio é simples, toda onda executa um movimento que é chamado pulso, que consiste no movimento que ela inicia e após um período termina e inicia novamente, o tempo que cada início e término deste processo demoram a ser executado é o ciclo, a quantidade de vezes uma onda realiza isso num segundo é a referida freqüência de onda medida em hertz ou ciclos por segundo. Suponha que uma onda qualquer tivesse um ciclo que demorasse 1 segundo para ser completado, teria uma freqüência de 1HZ, 2 vezes em um segundo ele fosse completado, 2 Hz de freqüência e assim por diante. As ondas podem possuir diversos formatos ou “forma de onda”, dentre eles podemos destacar as ondas senoidais (utilizadas na transmissão de rádio) e as quadradas utilizadas nos circuitos digitais. Com este conceito em mente podemos imaginar a dimensão da freqüência de um processador, por exemplo, um processador de 1GHz é sincronizado por uma onda quadrada que executa 1 bilhão de ciclos por segundo. Materiais elétricos Ao longo dos anos diversos cientistas descobriram propriedades diferentes em certos materiais ou compostos que se comportava de maneiras particulares a passagem da corrente elétrica por eles. Com isso foram desenvolvidos componentes baseados nestes estudos que tem possuem aplicações distintas na elétrica e eletrônica e posteriormente na computação. Vejamos alguns dos mais importantes. Resistor O resistor é um dispositivo elétrico, cuja principal característica é oferecer certa resistência na passagem da corrente elétrica, seja para aproveitar o calor gerado por essa resistência (conhecido como efeito Joule) ou para reduzir a corrente elétrica em algum ponto do circuito. Instituição de Ensino Charles Babbage 10 O resistor (ou resistência) permite a passagem da corrente elétrica, mas isso se dá com dificuldade, os elétrons não passam facilmente de um átomo a outro é necessáriomais “esforço” para isso. Com essa dificuldade em passar pelo dispositivo os átomos acabam vibrando e causando um atrito com o átomo vizinho, isso gera calor. Este fenômeno é conhecido por efeito Joule. Um bom exemplo que temos neste sentido é o ferro de passar, dentro dele existe uma resistência elétrica, quando a corrente tenta passar por ela encontra grande dificuldade, o que faz com que ela esquente muito, as lâmpadas incandescentes seguem o mesmo principio, mas a intenção não é que esquente e sim gere luz, o filamento no interior da lâmpada oferece muita resistência à passagem de corrente, ocorre então o aquecimento deste até o ponto em emita grande quantidade de luz e calor. Usando este principio os resistores utilizados na eletrônica reduzem a passagem da corrente elétrica que chega a eles, transformando o excedente em calor. A unidade de medida de resistência elétrica é o ohm. Quanto maior o valor em ohm, mais dificuldade a corrente encontrará em passar pelo resistor e maior a queda de tensão ao final da passagem. São identificados por um código de cores ou com seus dados marcados em sua superfície. Capacitor O capacitor é um componente que tem como característica o armazenamento de carga elétrica. É constituído basicamente de duas placas separadas por um material isolante (dielétrico). Seu funcionamento é simples, quando seus terminais são submetidos a uma corrente elétrica as duas placas internas se carregam com as cargas positivas e negativas, a partir daí diversos efeitos ocorrem e que são utilizados na elétrica e eletrônica. O principal efeito é a capacitância a unidade de medida é o farad, no entanto está é uma unidade muito grande por isso na maior parte das vezes se encontra sob a notação de µf (micro farad). É muito utilizado como filtro em circuitos eletrônicos e no dobrador de tensão das fontes de alimentação de computadores. Existem diversos tipos de capacitores e de diversas composições destinados cada tipo a certas aplicações. Nas fontes de alimentação são utilizados no dobrador de tensão e como filtros visto que dependendo da freqüência ao qual é submetido pode permitir a passagem ou não da corrente elétrica. Outra característica interessante do capacitor é a possibilidade de liberar toda a carga armazenada de forma quase instantânea como no uso em flashes de máquinas fotográficas. Instrumentos de Medição Instituição de Ensino Charles Babbage 11 O instrumento de medição que um eletricista não pode deixar de ter certamente é o Multímetro “multiteste”, o multímetro não é somente um instrumento, mais sim o conjunto de vários. Os instrumentos que compõe certamente 99,9% dos multímetros são: Voltímetro: Instrumento que mede a diferença de potencial entre dois pontos. “V = Volts” Amperímetro: Instrumento que mede a corrente elétrica que circula por um circuito elétrico. “A = Amperes” Ohmimetro: Instrumento que mede a resistência elétrica entre dois pontos. “ R = Ω = Ohms” De acompanhamento temos outras funções que não estão presentes em todos os multímetros. Teste de Capacitor, Teste de Diodo, Teste de Transistor, Medidor de temperatura, etc. Esses multímetros podem ser tanto analógicos ou digitais, mais isso não muda em nada no esquema de ligação ou na realização de leituras, a não ser pela comodidade. Medição com Multímetros Analógicos ou Digitais: 1) Conecta-se as pontas de prova no aparelho de medição (+, -) 2) Seleciona-se o tipo de grandeza a ser medida, bem como a escala mais adequada. 1) Voltímetro -tensão alternada. Escalas de 1,5 V-500 V; 2) Voltímetro -tensão contínua. Escalas de 0,15 V-1000 V; 3) Amperímetro -corrente alternada. Escalas de 0,5 mA-5 A; 4)Amperímetro –corrente contínua. Escalas de 0,5 mA-5 A; 5)Ohmímetro.- Escalas de 1 -1000 . Recomenda-se: Caso não seja possível prever os valores a serem medidos, a escala deve ser ajustada para o seu valor máximo. A leitura deve ser realizada sempre de frente e a 90º do mostrador (reduzir os erros devido à paralaxe). Cuidado de não tocar as partes condutoras das pontas de prova durante as medições. Medição com Multímetros Analógicos ou Digitais.: Como Medir Tensão? As pontas de prova devem ser colocadas em paralelo com os pontos onde quer verificar o valor da tensão. http://3.bp.blogspot.com/-e3ZLlmK0lLc/TtDwWmPaMhI/AAAAAAAAACU/bMRg8hz4oDg/s1600/1.gif http://3.bp.blogspot.com/-e3ZLlmK0lLc/TtDwWmPaMhI/AAAAAAAAACU/bMRg8hz4oDg/s1600/1.gif http://3.bp.blogspot.com/-e3ZLlmK0lLc/TtDwWmPaMhI/AAAAAAAAACU/bMRg8hz4oDg/s1600/1.gif Instituição de Ensino Charles Babbage 12 Medição com Multímetros Analógicos ou Digitais.: Como Medir Corrente elétrica? As pontas de prova devem ser colocadas em serie com o circuito. Mais como Medir a corrente sem desligar a carga que estou alimentando? Nestes casos utiliza-se um alicate amperímetro, com o alicate amperímetro basta abraçar o fio o qual queremos medir a corrente. Nota: Se for medir um circuito deve ser abraçar apenas um fio por vez, se abraçarmos dois ou mais pode dar interferência na leitura . Medição de Resistência com Multímetros Analógicos ou Digitais. Para medirmos resistores devemos colocar as pontas de prova de forma paralela com o componente. O componente em questão deve estar separado do restante do circuito em que se insere. Wattímetro Outro instrumento de medição importantíssimo para a eletricidade é o wattímetro.O wattímetro é um instrumento desenvolvido para medição de potência elétrica fornecida ou dissipada por um elemento. Um Wattímetro é nada mais, que um voltímetro e um amperímetro combinados de tal forma que se torna apto a medir potência elétrica. O wattímetro é considerado ideal quando medir a tensão sem desvio de qualquer fluxo de corrente, e medir a corrente sem introduzir qualquer queda de tensão aos seus terminais Nota-se que o wattímetro possui uma entrada de tensão e outra de corrente, tais entradas devem ser alimentadas tais como descrito anteriormente. “Voltímetro em paralelo com a fonte de tensão e o Amperímetro em serie com o circuito.” Medidor de energia eletromecânico O medidor eletromecânico de energia de certa forma é um wattímetro que registra a potência elétrica. Sabe-se que a energia elétrica é potência elétrica consumida em um intervalo de tempo. Sendo assim o medidor usa do conhecimento do eletromagnetismo para fazer com que um disco de metal movimente-se proporcionalmente de acordo com a quantidade de potência consumida, esse disco por sua vez movimenta um conjunto de engrenagens que registra a potência consumida no intervalo de tempo de uso. A quantidade de energia elétrica é dada em kWh “Quilo Watt Hora”. Imagem do disco de indução e dos ponteiros do registro de energia consumida http://smartgridnews.com.br/dissecamos-o-medidor-convencional-quem-vai-dissecar-o-medidor-inteligente/meter_wheel2/ http://smartgridnews.com.br/dissecamos-o-medidor-convencional-quem-vai-dissecar-o-medidor-inteligente/meter_wheel2/ http://smartgridnews.com.br/dissecamos-o-medidor-convencional-quem-vai-dissecar-o-medidor-inteligente/meter_wheel2/ http://smartgridnews.com.br/dissecamos-o-medidor-convencional-quem-vai-dissecar-o-medidor-inteligente/meter_wheel2/ Instituição de Ensino Charles Babbage 13 Imagens da bobina de potencial “voltímetro” e da bobina de corrente “amperímetro”. Introdução à análise de Circuitos em Corrente Contínua O estudo de circuitos elétricos se divide em circuitos de corrente contínua e circuitos de corrente alternada. Os circuitos de corrente contínua são assim chamados por possuírem uma ou mais fontes de tensão e/ou corrente contínua. Os circuitos de corrente alternada são normalmente alimentados por fontes de tensão e/ou corrente senoidais. O estudo de circuitosde corrente contínua se baseia no cálculo de tensões e correntes em circuitos compostos por associações de resistores e fontes de tensão e/ou corrente contínua. Fontes de Tensão A fonte de tensão representa o dispositivo que é capaz de fornecer uma diferença de potencial, e permitir que com esta diferença de potencial ocorra o estabelecimento de uma corrente elétrica. O equivalente no meio hidráulico é representado pela caixa d‟água das casas. Esta sempre estará em um lugar mais alto da construção de forma a permitir uma diferença de nível, portanto garantir que a água seja forçada a passar pelo caminho hidráulico ( canos ) até o chuveiro, a pia, etc. Da mesma forma que a diferença de nível, no exemplo anterior é fundamental para forçar a passagem da água, no caso elétrico a diferença de potencial é fundamental para que exista uma circulação de elétrons no caminho elétrico (fiação) até os aparelhos elétricos. Para garantir que exista uma circulação continuada necessitamos de certos dispositivos elétricos, tais como as pilhas, baterias, alternadores e dínamos, que são capazes de gerar uma diferença de potencial em seus terminais e fornecer elétrons para os equipamentos a eles conectados. Esses aparelhos são chamados de fontes de força eletromotriz, abreviadamente f.e.m (símbolo e). A unidade de força eletromotriz é o volt. A seguir é apresentado um exemplo de um circuito elétrico simples. Figura 1 Pode-se definir uma fonte de f.e.m, como sendo um dispositivo no qual a energia química, mecânica ou de outra natureza, é transformada em energia elétrica. Essa energia acumulada não aumenta, apesar de haver um fornecimento contínuo de energia pela fonte, pois a mesma é dissipada no resistor, sob a forma de calor. O circuito, onde fontes geradoras e cargas (dispositivos que consomem a energia elétrica) estão associadas, de forma que só há um caminho para a corrente percorrer, é denominado circuito simples. As baterias e pilhas fornecem tensão contínua perfeitamente retificada, ou seja, não há variação da diferença de potencial com o tempo, conforme o gráfico abaixo. Figura 2 http://smartgridnews.com.br/dissecamos-o-medidor-convencional-quem-vai-dissecar-o-medidor-inteligente/meter_face3/ http://smartgridnews.com.br/wp-content/uploads/2011/02/field_coils_installed6.jpg http://smartgridnews.com.br/dissecamos-o-medidor-convencional-quem-vai-dissecar-o-medidor-inteligente/meter_face3/ http://smartgridnews.com.br/wp-content/uploads/2011/02/field_coils_installed6.jpg http://smartgridnews.com.br/dissecamos-o-medidor-convencional-quem-vai-dissecar-o-medidor-inteligente/meter_face3/ http://smartgridnews.com.br/wp-content/uploads/2011/02/field_coils_installed6.jpg http://smartgridnews.com.br/dissecamos-o-medidor-convencional-quem-vai-dissecar-o-medidor-inteligente/meter_face3/ http://smartgridnews.com.br/wp-content/uploads/2011/02/field_coils_installed6.jpg Instituição de Ensino Charles Babbage 14 Diferentemente das fontes de energia na forma continua são os alternadores, que estão presentes nas usinas hidroelétricas. Estes fornecem tensão alternada e senoidal, conforme o gráfico abaixo. Figura 3 Neste caso, a diferença de potencial varia de forma periódica, apresentando uma parte positiva e uma negativa, donde vem o nome tensão alternada. Esta é a forma de energia elétrica mais encontrada em todos os lugares, pois é a que é fornecida às cidades e ao campo. Corrente Elétrica Determinados materiais, quando são submetidos a uma fonte de força eletromotriz, permitem uma movimentação sistemática de elétrons de um átomo a outro, e é este fenômeno que é denominado de corrente elétrica. Pode-se dizer, então que cargas elétricas em movimento ordenado formam a corrente elétrica, ou seja, corrente elétrico é o fluxo de elétrons em um meio condutor. É definido por : [Coulomb / segundo = ampère = A ] Figura 4: Fluxo de elétrons em um condutor. Os bons condutores são a prata, ouro, cobre, alumínio, ou seja, os materiais metálicos, isto porque, normalmente possuem elétrons fracamente presos aos núcleos. O vidro, porcelana, borracha, são exemplos de isolantes, pois possuem os elétrons fortemente presos aos núcleos. Os condutores metálicos possuem uma grande quantidade de elétrons livres. Quando um condutor (fio metálico) é conectado aos terminais de uma pilha (ou gerador), os elétrons livres (elétrons da última camada) são forçados a se movimentar em um sentido, formando a corrente Elétrica. Resistência Elétrica Ao provocarmos a circulação de corrente por um material condutor através da aplicação de uma diferença de potencial, pode-se observar que, para um mesmo valor de tensão aplicada em condutores de diversos materiais, a corrente possuirá valores diferentes. Isto ocorrerá devido às características intrínsecas de cada material. Este comportamento diferenciado da corrente, deve-se à resistência elétrica de cada material, que depende do tipo de material do condutor, comprimento, área da seção transversal e da temperatura. Esta resistência atua como uma dificuldade à circulação de corrente elétrica, ou à circulação de elétrons. Para haver uma melhor interpretação do fenômeno de resistência, devem-se analisar os aspectos macroscópicos e microscópicos dos diversos materiais. Os aspectos microscópicos referem-se à estrutura da rede cristalina, do número de elétrons livres do material e a movimentação destes elétrons livres no interior do condutor. Quando os elétrons livres são impulsionados a movimentar devido a ação de uma tensão ocorrerão choques entre os próprios elétrons livres e a rede cristalina, então como efeito disto, ter-se-á uma dificuldade ao deslocamento dos elétrons. Assim sendo, as características microscópicas que influenciam no deslocamento dos elétrons livres são: A forma como estão organizados os íons na rede cristalina. O espaçamento disponível para o movimento dos elétrons livres. Sua velocidade média de arrasto. Número de íons e de elétrons livres disponíveis por unidade de volume. Os fatores macroscópicos são: Tipo do material que constitui o condutor Comprimento Área da sua seção transversal Temperatura Todos estes fatores irão caracterizar a resistência elétrica do material. Instituição de Ensino Charles Babbage 15 1ª A LEI DE OHM O estudo da resistência é de grande valia na determinação da potência dos diversos equipamentos elétricos. A expressão, matemática que permite a obtenção da grandeza resistência é a seguinte: V = R . I , ou seja, Onde, R - é a resistência elétrica, dada em ohms, cujo símbolo é Ω (letra grega ômega). V - é a tensão elétrica nos terminais do dispositivo, dada em volt, cujo símbolo é V. I - é a intensidade de corrente que circula pelo dispositivo, dada em ampères, A. 2ª A LEI DE OHM Para determinação da resistência, valendo-se dos parâmetros macroscópicos, tem-se a seguinte expressão conhecida como segunda lei de ohm: Figura 5 (letra grega “ρ” Rô) é a resistividade específica do material dada em ohm multiplicado por metro (ρ.m). L- é o comprimento em metros (m). S - é a área da seção transversal em metros quadrados ( ). Através da observação da expressão, pode-se verificar que o valor da resistência é diretamente proporcional ao comprimento e inversamente proporcional a área da seção transversal, em outras palavras, quanto maior o comprimento, maior a resistência. Quanto maior a área da seção transversal, menor a resistência. Tabela 1 RESISTORES Resistores elétricos são dispositivos usados em circuitos elétricos, onde se aproveita a sua resistência para servir como carga, ou mesmo como limitador de corrente, sendo que sua resistência ao fluxo de elétrons é devidamente conhecidae medida em ohms (Ω) e simbolizado em circuitos pela letra R. O termo carga agora passa a representar o dispositivo elétrico capaz de consumir energia elétrica.Como carga elétrica, os resistores convertem a energia elétrica em calor, como no ferro elétrico, no chuveiro e no forno a resistência, ou em luz como é o caso das lâmpadas incandescentes. Apesar de converter a energia elétrica em energia luminosa, a lâmpada tem um baixo rendimento, isto porque quase que a totalidade da energia fornecida é convertida em calor, um percentual em torno de 90%. E apenas 10% aproximadamente é utilizado como luz. Todos estes efeitos podem ser entendidos com uma simples interpretação da lei de ohm, ou seja, V = R.I, onde para alterar o valor da corrente sem modificar valor da tensão, trabalha-se com R. Figura 6: Exemplo de circuito simples Se desejarmos que a lâmpada brilhe com mais intensidade, basta aumentarmos a corrente, portanto devemos substituir R por outro resistor de, por exemplo, 3 Ω, com isto , e teríamos o efeito desejado. Instituição de Ensino Charles Babbage 16 ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES Com o objetivo de controlar as características elétricas de um circuito de corrente contínua, trabalha-se com a associação dos elementos resistivos de forma que a equivalência da associação produza a resistência desejada. Portanto, trabalha-se com três tipos de combinações, a saber: Associação em série Associação em paralelo Associação mista, combinando-se os dois anteriores a) Série - sua característica básica é proporcionar um único caminho à corrente elétrica, ou seja, a corrente que passa por um resistor será a mesma em todos os outros. Como conseqüência de tal característica, tem-se a divisão de tensão no circuito, com cada resistor possuindo o seu valor de tensão e a soma destes valores é igual a tensão da fonte. Figura 7: Associação em série Neste caso, a resistência total é a simples soma das resistências presentes no circuito e dispostas em série. b) Paralelo - possui como característica básica o fato da tensão sobre cada resistor ser a mesma, igual à da fonte, com isso a corrente em cada resistor dependerá apenas de sua resistência, e a corrente total será igual a soma de todas as correntes. A corrente proveniente da fonte é dividida em várias partes, tantas quantos forem os resistores ligados. Figura 8: Associação em paralelo Neste caso, a resistência total não é a soma das resistências, apresentando um valor sempre menor que a menor resistência disposta em paralelo. c) Mista - neste caso, há uma combinação dos dois tipos anteriores, resultando em: Figura 9: Associação mista Energia e Potência Elétrica Todo circuito elétrico é composto por uma fonte e um receptor. Quando há corrente num circuito, há uma contínua transformação de energia elétrica em outro tipo de energia. Figura 10: Fonte e receptor de energia Instituição de Ensino Charles Babbage 17 A fonte transforma qualquer tipo de energia, por exemplo: química, solar, mecânica, eólica, etc, em energia elétrica. No caso do receptor, este transforma a energia elétrica recebida em outro tipo de energia: térmica, mecânica, química, etc. A potência elétrica que a carga solicita da fonte é. OU Exemplo: Um ebulidor (300W / 120V) é utilizado para aquecer um litro de água, à temperatura inicial de 20ºC. Calcular: (A) Resistência do ebulidor (B) Energia elétrica gasta em 30 min. Ou conforme o usual 0,15 kwh ... (kWh) = quilo watts hora PREFIXOS NUMÉRICOS Circuito de Malha Simples A fim de manter uma corrente elétrica constante em um condutor deve-se ter uma fonte de energia elétrica também constante, sendo que este dispositivo é uma fonte de força eletromotriz (f.e.m) e, tendo como símbolo: Figura 11 Podendo apresentar uma resistência interna r: Figura 12 Note que a corrente i percorre a fonte no sentido do potencial menor (-) para o maior (+). A tensão nos seus terminais é dada por: – Esta fonte, alimentando um resistor de resistência R, que representa um receptor, forma um circuito de malha simples: Figura 13 Instituição de Ensino Charles Babbage 18 Como a tensão nos terminais da fonte coincide com a tensão do resistor, temos: – (r.i) = R.i Se a corrente percorrer a fonte no sentido contrário, a tensão em seus terminais será dada por: Figura 14 Exemplo: Uma resistência de 5 Ω está ligada a uma bateria de 6 V e resistência interna de 1 Ω. Calcular a corrente do circuito e a “ddp” nos terminais da bateria. “ ddp = Diferença de potencial” Figura 15 Exemplo: Uma bateria de fem 18V e r = 2Ω, alimenta dois resistores de 12Ω e 6Ω em paralelo. Calcular: Figura 16 (A) corrente do circuito iT e tensão nos terminais da bateria. Primeiramente esse circuito deve ser transformado em uma única malha, ou seja: Figura 17 (B) corrente em cada resistor: A tensão nos terminais dos resistores de carga será: Pela Lei de Ohm, temos: V = R.i Instituição de Ensino Charles Babbage 19 Desafio: Calcular a corrente elétrica em cada resistor utilizando os conceitos anteriores. Figura 18: Exemplo de circuito misto CIRCUITOS DE VÁRIAS MALHAS – REGRAS DE KIRCHHOFF Quando um circuito simples não pode ser analisado pela substituição dos resistores por resistores equivalentes as ligações em série e paralelo, temos então, um circuito de várias malhas. Por exemplo: Figura 19: Circuito elétrico de duas malhas. Analisando-se o circuito acima, pode-se observar que os resistores não estão em paralelo, pois duas fontes de fem ” 1”e “ 2” estão intercaladas entre elas. Para a solução destes circuitos é necessário se definir: nó: ponto do circuito onde a corrente se divide em duas ou mais correntes - nó A e nó B. ramo: setor do circuito que une dois nós – este circuito é composto por 3 ramos. malha: é fechada e composta por ramos – este circuito é composto por 3 malhas, ou seja: Figura 20: Malhas do circuito da figura anterior Duas regras, denominadas regras de Kirchhoff, se aplicam nesse circuito para sua solução: 1ª Regra dos nós. A somatória das correntes que atravessam um nó é nula. Por exemplo, as correntes que chegam ao nó são somadas e as que saem são subtraídas. Figura 21 ΣiA = i1 + i2 - i3 = 0 Para o nó B: Figura 22 ΣiB = -i1 - i2 + i3 = 0 (1) Note que as correntes podem ser colocadas de forma arbitrária. A do nó B, e um circuito de vários nós, essa regra é válida para (n-1) nó. 2ª Regra das malhas: Quando se percorre uma malha fechada num sentido arbitrário, as variações de ddp têm a soma algébrica igual a zero. Para tanto, deve-se convencionar: Instituição de Ensino Charles Babbage 20 Figura 23 Para a malha α, temos: Figura 24: Malha α Para a malha β, temos: Figura 25: Malha β Para a malha Y , temos: Figura 26: Malha Υ Através das equações (1), (2), (3), e (4) obtidas pelas regras de Kirchhoff, pode-se resolver circuitos de várias malhas. Exemplo: Calcular a corrente em cada ramo do circuito. Supondo fem 18V e 21V, as corrente i1 e i2 terão seu sentido do potencial menor para o maior. A corrente i3, arbitrariamenteserá colocada no sentido indicado nas figuras 21 e 22. Teorema de Thévenin De vez em quando, alguém pratica uma grande investida em engenharia e leva todos nós a um novo nível. M.L. Thevenin causou um desses saltos quânticos ao descobrir um teorema de circuito que hoje é chamado Teorema de Thévenin. O Teorema de Thévenin é muito importante e muito útil para quem vai verificar os defeitos, analisar projetos ou estudar circuitos eletrônicos. IDEIA BÁSICA Suponha que alguém lhe entregue o diagrama esquemático dado na figura e lhe peça para calcular a corrente de carga para cada um dos seguintes valores de RL Uma solução baseia-se na associação de resistências em série e em paralelo para obter a resistência total vista pela fonte; a seguir você calcula a resistência total e determina a carga dividindo a corrente até encontrar a corrente de carga. Depois de calcular a corrente de carga para 1,5 kΩ, você pode repetir todo o processo cansativo Outra aproximação é através da solução simultânea das equações de Kirchhoff para as malhas. Admitindo que você saiba resolver quatro equações simultâneas para as malhas, pode se encaminhar para a resposta no caso da resistência de carga de 1,5 kΩ. A seguir você precisa repetir de meia hora (mais ou menos), você terá obtido as três correntes de carga. Instituição de Ensino Charles Babbage 21 Suponha por outro lado, que alguém lhe peça para obter as correntes de carga da figura 24b, dadas as resistências de carga de 1,5kΩ, 3kΩe 4,5kΩ. Mais depressa do que se possa usar uma calculadora, você pode mentalmente calcular uma corrente de carga Para uma resistência de carga de 1,5 kΩ. Você também pode calcular correntes de carga de 2 mA para 3 kΩ e 1,5 mA para 4,5 kΩ. Figura 27: (a) Quatro malhas, (b) Uma malha, (c) Circuito de Thevenin. Por que o segundo circuito é tão mais fácil de ser resolvido do que o primeiro? Porque possui apenas uma malha, comparado com as quatro malhas do primeiro. Qualquer um pode resolver um problema com uma malha, pois tudo que ele precisa é da lei de Ohm. E aí que entra o teorema de Thevenin. Ele descobriu que qualquer circuito formado por múltiplas malhas, pode ser reduzido a um circuito constituído por uma única malha. Você pode ter problemas com um determinado circuito, mas mesmo esse circuito pode ser reduzido a um circuito com uma única malha. É por isso que os técnicos e os engenheiros com muita prática gostam tanto do teorema de Thevenin: ele transforma os circuitos grandes e complicados em circuitos simples de uma única malha. A idéia básica é que sempre que você estiver procurando a corrente de carga num circuito com mais de uma malha, pense no Thevenin, ou pelo menos o considere como uma possível saída. Com mais freqüência do que você imagina, o teorema de Thevenin se mostrará como o caminho mais eficiente para se resolver o problema, especialmente se a resistência de carga assumir vários valores. “Thevenizar” significa aplicar o teorema de Thevenin a um circuito, isto é, reduzir um circuito com múltiplas malhas com uma resistência de carga a um circuito equivalente formado por uma única malha com a mesma resistência de carga. No circuito equivalente de Thevenin, o resistor de carga vê uma única resistência da fonte em série com uma fonte de tensão. O que pode facilitar mais sua vida do que isto? TENSÃO THEVENIN Lembre-se das seguintes idéias a respeito do teorema de Thevenin: a tensão Thevenin é aquela que aparece através dos terminais ligados à carga quando você abre o resistor de carga. Por essa razão, a tensão Thevenin é às vezes chamada tensão de circuito aberto ou tensão de carga aberta. RESISTËNCIA THEVENIN A resistência Thevenin é a resistência que se obtém olhando para os terminais da carga quando todas as fontes foram reduzidas a zero. Isto significa substituir as fontes de tensão por curto circuitos e as fontes de corrente por circuitos abertos. ANALISANDO UM CIRCUITO MONTADO Quando um circuito com várias malhas já estiver pronto, você pode medir a tensão Thevenin da forma apresentada a seguir. Abra fisicamente o resistor de carga desligando uma de suas extremidades, ou retirando-o completamente do circuito; a seguir use um voltímetro para medir a tensão através dos terminais da carga. A leitura que você obtiver será a tensão Thevenin (admitindo que não haja erro devido ao carregamento do voltímetro). Meça, então, a resistência Thevenin da seguinte forma: reduza todas as fontes a zero. Isto, fisicamente, significa substituir as fontes de tensão por curto-circuitos e abrir ou remover as fontes de corrente. A seguir use um ohmímetro para medir a resistência entre os terminais onde será ligada a carga. Esta é a resistência Thevenin. Como exemplo, suponha que você tenha montado uma ponte de Wheatstone . Para thevenizar o circuito, você abre fisicamente a resistência de carga e mede a tensão entre A e B (os terminais da carga). Supondo que não haja erro na medida, você lerá 2V. A seguir, substitua a bateria de 12 V por um curto-circuito e meça a resistência entre A e B; você deve ler 4,5 kΩ. Agora você pode desenhar o equivalente Thevenin. Com ele, você pode fácil e rapidamente calcular a corrente de carga para qualquer valor de resistência de carga. Instituição de Ensino Charles Babbage 22 Figura 28: (a) Ponte de Wheatstone. (b) O equivalente Thevenin ANALISANDO OS ESQUEMAS Se o circuito não estiver montado, você precisará usar sua cabeça no lugar do (medidor de volt-ohm; tensão- resistência) para determinar a resistência e a tensão Thevenin. Dada a ponte de Wheatstone desequilibrada, você abre mentalmente o resistor de carga. Se você estiver visualizando corretamente, verá então um divisor de tensão do lado esquerdo e um divisor de tensão do lado direito. O da esquerda produz 6 V, e o da direita produz 4V. A tensão Thevenin é a diferença entre essas duas tensões, que é de 2 V. Substitua, a seguir, mentalmente a bateria de 12V por um curto-circuito. Redesenhando o circuito, você obtém os dois circuitos paralelos. Agora fica fácil de calcular mentalmente a resistência Thevenin de 4,5 kΩ. Figura 29: Cálculo da resistência e da tensão Thevenin Teorema de Norton O teorema de Norton leva apenas alguns minutos para ser revisto porque ele está muito relacionado com o teorema de Thevenin. Dado um circuito Thevenin, o teorema de Norton afirma que você pode substituí-lo pelo circuito. O Norton equivalente tem uma fonte ideal de corrente em paralelo com a resistência da fonte. Observe que a fonte de corrente produz uma corrente fixa; observe ainda que a resistência da fonte tem o mesmo valor que a resistência Thevenin. Figura 30: (a) Circuito de Thevenin (b) Circuito Norton Eletrônica Básica Introdução MATERIAIS SEMICONDUTORES O termo semicondutor sugere algo entre os condutores e os isolantes, pois o prefixo “semi” é aplicado a algo no meio, entre dois limites. A propriedade atribuída aos semicondutores que define sua relação com isolantes e condutores é a condutividade elétrica, que é a capacidade de conduzir cargas elétricas (corrente elétrica) quando submetido à uma diferença de potencial elétrico (tensão elétrica). A resistência que um material apresenta ao fluxo de uma corrente elétrica (resistividade elétrica) é inversamente proporcional à sua condutividade elétrica. Enfim, um semicondutor é um material que possui valores típicos de condutividade elétrica e resistividade elétrica numa faixa entre os extremos definidos por materiais considerados isolantes e um condutor. Para mais informações e atividades sobre o assunto acessar o nosso ambiente virtual em www.uniorka.com.br Instituição de Ensino Charles Babbage 23 Apesarde se conhecer bastante o comportamento dos condutores e dos isolantes, as características dos materiais semicondutores como Germânio e Silício são relativamente novas. Em eletrônica estes dois materiais têm recebido a maior parcela de atenção no desenvolvimento de dispositivos a semicondutores. Nos últimos anos o uso do Silício tem aumentado muito, principalmente na fabricação de chips para microprocessadores. Algumas das qualidades raras do Germânio e do Silício são devidas às suas estruturas atômicas. Os átomos de ambos os materiais formam um modelo bem definido que se repete por natureza. Um modelo completo é chamado cristal e o arranjo repetitivo dos átomos, de estrutura cristalina. Examinando a estrutura do átomo em si pode-se notar como ela afeta as características do material. Quando se analisa a estrutura do Silício e do Germânio observa-se que os dois possuem quatro elétrons na última camada (camada de valência). O potencial necessário para remover qualquer elétron da camada de valência é menor que o potencial para remover qualquer outro elétron da estrutura. Em um cristal de Silício ou Germânio puro estão ligados a quatro outros átomos vizinhos, conforme figura abaixo (cristal de Silício). Tanto o Silício como o Germânio são denominados átomos tetravalentes, pois os dois possuem quatro elétrons na camada de valência. O tipo de ligação química que ocorre entre átomos de semicondutores é a ligação covalente. Na ligação covalente não há doação de elétrons de um átomo para o outro, como ocorre na ligação entre átomos de Sódio e de Cloro, que forma o sal de cozinha (ligação iônica). As ligações covalentes são mais fracas que as ligações iônicas, o que favorece a liberação de elétrons livres, necessários para a circulação de corrente elétrica. A necessidade de se quebrar ligações entre átomos de semicondutores para a liberação de elétrons, mesmo que sejam ligações fracas (covalentes), é uma situação bem menos favorável à circulação de corrente elétrica do que em condutores, onde a liberação de elétrons ocorre com muito mais facilidade. É possível que materiais semicondutores absorvam, a partir de fontes externas, energia suficiente para quebrar ligações covalentes, o que aumenta o número de elétrons livres e diminui a resistividade elétrica do material. Assim sendo, os semicondutores puros têm uma variação muito grande de sua resistividade com a variação da temperatura, luz ou qualquer outro tipo de energia irradiante e quanto maior for a temperatura maior será o numero de elétrons livres na camada de valência e nos metais isto acontece ao contrário. Materiais Intrínsecos E Materiais Extrínsecos Quando um material semicondutor é totalmente puro, ele é chamado de material intrínseco e quando ele possui alguma impureza ele é chamado de material extrínseco. Os materiais extrínsecos possuem impurezas adicionadas de propósito, o que altera a sua estrutura atômica, alterando sua resistividade. Os materiais extrínsecos podem ser do tipo N ou do tipo P. MATERIAL EXTRÍNSECO TIPO P Quando se adiciona uma impureza do tipo trivalente (três elétrons de valência), como o Boro, Gálio e o Índio, ao cristal puro de um material semicondutor, o material resultante passa a ter um número insuficiente de elétrons para completar as ligações covalentes. A vaga resultante é chamada de lacuna e é representada por um pequeno circulo ou sinal positivo, devido a ausência de carga negativa. Como a vaga resultante aceita facilmente um elétron livre, as impurezas acrescentadas são átomos receptores ou aceitadores. As lacunas são chamadas portadores majoritários de um material do tipo P, pois elas tendem a absorver elétrons livres, o que acaba definindo um número muito maior de lacunas que de elétrons livres no material do tipo P. Os elétrons livres eventualmente presentes em um material do tipo P são denominados portadores minoritários de carga. MATERIAL EXTRÍNSECO TIPO N O material tipo N é feito através da adição de átomos que possuem cinco elétrons na camada de valência Instituição de Ensino Charles Babbage 24 (pentavalentes) como o Antimônio, Arsênico e o Fósforo. Com o acréscimo destes átomos ao material intrínseco o material resultante terá um elétron livre para cada átomo de material dopante. As impurezas com cinco elétrons na camada de valência são chamadas de impurezas doadoras. No material do tipo N, os portadores majoritários de carga são os elétrons (maior número), e os minoritários são as lacunas, o contrário do que ocorre para o material do tipo P. DIODOS JUNÇÃO PN Quando se juntam em uma única pastilha dois materiais extrínsecos um do tipo P e outro do tipo N forma- se uma junção PN comumente chamado de diodo. No instante de formação o lado P tem muitas lacunas (falta de elétrons) e o lado N tem excesso de elétrons. Devido à força de repulsão que ocorrem entre cargas semelhantes, os elétrons em excesso migram do lado N para o lado P de forma a ocupar as lacunas deste material. Esta migração não é infinita, pois os elétrons ocupam as lacunas do material P próximo a região de contato formando uma zona de átomos com ligações covalentes estabilizadas (não possuindo elétrons livres ou lacunas). Esta região de certa estabilidade é chamada de camada de depleção. BARREIRA DE POTENCIAL Além de certo ponto, a camada de depleção atua como uma barreira impedindo a difusão de elétrons livres através da junção. A intensidade da camada de depleção aumenta até que seja estabelecida uma estabilidade de movimento de elétrons através da camada de depleção. A diferença de potencial através da camada de depleção é conhecida por barreira de potencial, que para o Silício é de 0,7 V e para o Germânio é de 0,3 V. JUNÇÃO PN POLARIZADA DIRETAMENTE Na polarização direta de uma junção PN, o positivo da fonte é ligado ao material tipo P e o negativo é ligado ao material tipo N. Quando isto acontece o terminal negativo repele os elétrons livres do material N em direção a junção, que por terem energia adicional podem atravessar a junção e encontrar as lacunas do lado P. Conforme os elétrons encontram as lacunas eles se recombinam com as lacunas sucessivamente, continuando a se deslocar para a esquerda através das lacunas até atingirem a extremidade esquerda do material P, quando então deixam o cristal e fluem para o pólo positivo da fonte. JUNÇÃO PN POLARIZADA REVERSAMENTE Quando se liga o pólo positivo da bateria ao lado N diz- se que a junção está reversamente polarizada. Quando isto acontece os elétrons livres do lado N se afastam da junção em direção ao pólo positivo da bateria; as lacunas da região P também se afastam da região de junção, aumentando a largura da camada de depleção. Com o aumento da tensão reversa aplicada sobre a junção, mais larga se torna a camada de depleção. A camada só pára de aumentar quando a tensão sobre a camada de depleção for igual a tensão da fonte. O aumento da camada de depleção não é infinito, pois na maior parte das vezes ela se rompe destruindo o componente. Somente alguns tipos de diodos especiais podem conduzir reversamente polarizados sem que haja danificação da junção. Quando polarizada reversamente, uma junção PN possui uma corrente de fuga no sentido reverso produzido pelos portadores minoritários. Os diodos de silício possuem esta corrente muito menor que os diodos de germânio, por isto o Silício tem uso preferencial. Instituição de Ensino Charles Babbage 25 TENSÃO DE RUPTURA Se a tensão reversa for aumentada haverá um valor chamado de tensão de ruptura em que o diodo retificador (feito para só conduzir em um sentido) passa a conduzir intensamente no sentido reverso. Isto ocorre devido à liberação progressiva de elétrons de valência causada pelacorrente de fuga. Este movimento chega a um ponto em que passa a existir uma avalanche de elétrons em direção ao pólo positivo destruindo o componente. Diodos comerciais para retificação quase sempre possui tensão reversa acima de 50 V. (VRRM - tensão reversa repetitiva máxima). DIODO IDEAL O diodo semicondutor é utilizado em uma gama muito grande de aplicações em sistemas de eletrônica atualmente. O caso mais clássico é em circuitos retificadores (conversores de tensão CA em tensão CC). O diodo ideal é um componente ilustrativo que serve para entender com facilidade o funcionamento de um diodo real. No gráfico abaixo, no lado esquerdo da curva ocorre a polarização reversa da junção. Supõe-se que quando operando na lado direito da curva o diodo conduza intensamente, quando operando do lado esquerdo ele não conduza, idealmente não possuindo corrente reversa. DIODO REAL O diodo real é bem diferente do diodo ideal pois apresenta uma queda de tensão quando polarizado diretamente, além de uma corrente de fuga no quando polarizado no sentido reverso. A corrente de fuga possui tipicamente baixo valor e depende muito da temperatura, necessitando por isto que se tome cuidados especiais quando for utilizar retificadores (diodos). Existe ainda uma tensão reversa máxima que se pode aplicar sem destruir o diodo pelo efeito de avalanche, representado pelo aumento repentino da corrente de fuga. RETIFICADORES MONOFÁSICOS A maioria dos circuitos eletrônicos necessita de uma tensão de alimentação em corrente contínua para trabalhar adequadamente. Como a tensão residencial e industrial é do tipo alternada, deve-se converter tensão alternada (CA) em tensão contínua (CC), que é a função básica dos circuitos retificadores. Instituição de Ensino Charles Babbage 26 A ONDA SENOIDAL A tensão de alimentação residencial e industrial é uma onda senoidal de baixa freqüência, o que permite uma grande eficiência e praticidade na geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. Uma onda senoidal é um sinal periódico, pois possui um ciclo, ou período, de variação que se repete indefinidamente. Podemos representar os valores que uma onda senoidal apresenta ao longo de um ciclo pelo seguinte gráfico. TENSÃO DE PICO Os valores de pico positivo ou negativo de uma senóide é o máximo valor que a onda alcança durante a excursão dos semi-ciclos positivo ou negativo. VALOR DE PICO A PICO (VPP) O valor de pico a pico de qualquer sinal é a diferença entre seu valor máximo e o seu valor mínimo. O valor de pico a pico de uma senóide é o dobro do valor de pico. VALOR MÉDIO (VM) O valor médio de um sinal periódico é igual à média aritmética de todos os valores que este sinal assumiu em um ciclo. Como as senóides apresentam simetria perfeita em seus valores negativos e positivos, seu valor médio é nulo. VALOR EFICAZ (VEF ou VRMS) Quando uma tensão senoidal é aplicada a um resistor ela força a circulação de uma corrente também senoidal sobre o resistor. O produto da tensão instantânea pela corrente dá a potência instantânea. Como o resistor dissipa uma quantidade de calor médio constante a temperatura se comporta como se o resistor estivesse sendo alimentado por uma tensão contínua. O valor eficaz de uma onda senoidal é igual ao valor contínuo que produz a mesma quantidade de calor que a onda senoidal. √ Ou racionalizando √ √ √ √ TRANSFORMADORES São equipamentos elétricos que tem a função de transformar grandezas elétricas, além de fornecer isolamento elétrico entre seus enrolamentos. Como os valores de tensões utilizados na maioria das vezes em eletrônica são inferiores ao valor de distribuição das concessionárias de energia, faz-se o uso de transformadores com fim de reduzir o valor da tensão da rede. A relação fundamental de um transformador é a relação de transformação α, que especifica em quantas vezes foi alterada a tensão do secundário em relação à do primário. O funcionamento de um transformador ideal pode ser entendido pelas seguintes relações entre tensão, corrente e potência a seguir. Nestas relações, V1, I1, e P1 Instituição de Ensino Charles Babbage 27 são respectivamente tensão, corrente e potências elétricas no primário do transformador (enrolamento ligado à rede) e V2, I2, e P2 definidas da mesma forma para o secundário do transformador (enrolamento ligado à carga): RETIFICADOR MONOFÁSICO DE MEIA ONDA É o retificador mais simples que existe, e sua aplicação está restrita a baixa potência servindo apenas para uso em pequenas fontes de alimentação, tensão de referência, etc. Seu uso é muito restrito devido ao retificador possuir uma tensão média baixa e um alto nível de ondulação na tensão na carga (ripple). Este circuito é composto só por um diodo que conduz somente em um semiciclo positivo da tensão de entrada. FORMAS DE ONDA DAS TENSÕES EQUAÇÕES CARACTERISTICAS As seguintes equações definem os principais parâmetros de projeto de um retificador monofásico de meia onda. TENSÃO MÉDIA NA CARGA (VMRL) É a tensão que aparece aplicada sobre a carga. Sendo contínua (unidirecional), deve ser medida com voltímetro na escala CC. Seu valor pode ser calculado por qualquer uma das seguintes equações: ã ã á TENSÃO REVERSA NO DIODO (PIV) É a tensão que aparece sobre o diodo quando ele está reversamente polarizado CORRENTE MÉDIA NO DIODO (IMRL) No retificador de meia-onda, a corrente média no diodo é igual à da carga, pois ambos formam um circuito série. RL: Resistência de Carga FREQUÊNCIA DE ONDULAÇÃO DA TENSÃO NA CARGA (fond) No retificador de meia-onda, a forma de onda da tensão na carga é contínua e pulsante, possuindo a mesma freqüência da rede. RETIFICADOR MONOFÁSICO DE ONDA COMPLETA COM TOMADA CENTRAL É o retificador mais usado para baixas tensões e baixas potências. Utiliza somente dois diodos, porém necessita de um transformador especial que causa uma defasagem de cento e oitenta graus nas tensões de saída. Este retificador apresenta um inconveniente que é a elevada tensão reversa sobre os diodos, mas seu uso é disseminado em eletrônica geral de baixas tensões. CIRCUITO ELÉTRICO Instituição de Ensino Charles Babbage 28 FUNCIONAMENTO No semiciclo positivo o diodo D1 está polarizado diretamente e entra em condução permitindo a circulação da corrente pela carga. Neste mesmo semiciclo o diodo D2 está polarizado reversamente, devido à tensão V2b estar negativa com referência à tomada central do transformador. Quando o diodo estiver polarizado Reversamente deve-se notar que a tensão a que ele fica submetido é diferença entre V2a e V2b. No semiciclo negativo (quando a tensão V2a fica negativa) o diodo D1 fica reversamente polarizado, portanto, agora é ele que esta submetido à tensão das duas fases. O diodo D2 estará diretamente polarizado, permitindo assim a circulação de corrente pela carga. Pode-se notar que a corrente da carga hora é fornecida por um diodo, hora é fornecida por outro diodo. COMPORTAMENTO DO RETIFICADOR FORMAS DE ONDAS DAS TENSÕES NO CIRCUITO EQUAÇÕES CARACTERISTICAS DO CIRCUITO TENSÃO MÉDIA NA CARGA (VMRL) ã ã á TENSÃO REVERSA NO DIODO (PIV) É a tensão que aparece sobre o diodo quando ele está reversamente polarizado.CORRENTE MÉDIA NO DIODO (IMRL) CORRENTE MÉDIA NOS DIODOS (IMD) Para mais informações e atividades sobre o assunto acessar o nosso ambiente virtual em www.uniorka.com.br Instituição de Ensino Charles Babbage 29 Em retificadores de onda completa, os diodos se alternam no fornecimento de corrente para a carga, portanto, a corrente média dos diodos não é mais igual à corrente de carga, como nos retificadores monofásicos de meia onda. FREQUÊNCIA DE ONDULAÇÃO DA TENSÃO NA CARGA (fond) A forma de onda da tensão na carga possui período de repetição (ciclo) de apenas metade do período da tensão da rede. Neste caso: RETIFICADOR MONOFÁSICO DE ONDA COMPLETA EM PONTE Dos retificadores monofásicos é o mais utilizado em aplicações onde existem tensões elevadas e maiores correntes. Utiliza um número maior de diodos, não sendo necessário o uso do transformador com tomada central. CIRCUITO ELÉTRICO FUNCIONAMENTO No semiciclo positivo (parte superior do transformador positiva) os diodos D1e D3 estão polarizados diretamente, permitindo assim que a corrente flua através da carga. Os diodos D2 e D4 estão polarizados reversamente, porém com somente a tensão máxima de entrada, o que é uma grande vantagem deste circuito sobre o com tomada central. No semiciclo negativo (parte inferior do transformador com tensão positiva) os diodos D2 e D4 estão polarizados diretamente e é por ai que a corrente flui através da carga. Neste momento os diodos D1e D3 é que estarão reversos e com a tensão máxima de entrada. Como cada par de diodos funciona em um semiciclo a corrente média na carga é o dobro da corrente média nos diodos, assim como no circuito retificador com tomada central. FORMA DE ONDA DAS TENSÕES E CORRENTES NO CIRCUITO EQUAÇÕES CARACTERISTICAS TENSÃO MÉDIA NA CARGA (VMRL) ã ã á TENSÃO REVERSA NO DIODO (PIV) É a tensão que aparece sobre o diodo quando ele está reversamente polarizado CORRENTE MÉDIA NO DIODO (IMRL) CORRENTE MÉDIA NOS DIODOS (IMD) Instituição de Ensino Charles Babbage 30 Em retificadores de onda completa, os diodos se alternam no fornecimento de corrente para a carga, portanto, a corrente média dos diodos não é mais igual à corrente de carga, como nos retificadores monofásicos de meia onda. FREQUÊNCIA DE ONDULAÇÃO DA TENSÃO NA CARGA (fond) A forma de onda da tensão na carga possui período de repetição (ciclo) de apenas metade do período da tensão da rede. Neste caso: FILTROS CAPACITIVOS PARA RETIFICADORES Após a retificação, a tensão aplicada à carga, apesar de unidirecional, possui ainda uma ondulação bastante acentuada, dificultando o seu aproveitamento em circuitos eletrônicos. Para que ela se torne mais uniforme é necessário o uso de algum tipo de filtro. O filtro mais utilizado é o filtro capacitivo que reduz muito a ondulação da tensão, tornando assim o retificador aceitável para a maioria das aplicações FUNCIONAMENTO Quando acontece o primeiro semiciclo, o capacitor se carrega através dos diodos D1 e D3 até o valor de pico da tensão de entrada. Quando a tensão retificada diminui os capacitores começam a descarregar, alimentando a carga. No outro semiciclo o capacitor será carregado por D2 e D4 até o valor de pico, novamente quando a tensão começa a reduzir o capacitor passa a fornecer corrente para a carga. Mesmo utilizando um filtro, existe uma pequena ondulação de tensão que tende a aumentar com o aumento da corrente da carga. Esta ondulação define o fator de ripple do circuito, de forma que quanto maior é a ondulação, maior o fator de ripple. Outro parâmetro importante é a tensão de ripple VC , que é a variação de tensão observada na saída do filtro quando este alimenta uma carga. Em geral, deve-se projetar uma fonte de alimentação que forneça uma tensão com a mínima variação possível. Pode-se definir uma relação prática para o valor mínimo do capacitor com relação a IMRL: C ≥ 1000μF/A Nota: Quando retificada e filtrada, a tensão estabilizada, tem um valor próximo ao valor de pico ou seja: √ Para aplicações onde queremos uma fonte confiável e com um nível de ondulação muito baixo. (Ideal para fontes lineares de pequenas potências “até 25 w”.) Sendo : C = Capacitância calculada. r = “Ripple “ Ondulação máxima de tensão sobre a carga. Vdc = Tensão sobre o capacitor de filtro. = Corrente de Carga DIODO ZENER O diodo zener é um diodo construído especialmente para trabalhar polarizado reversamente, conduzindo na Para mais informações e atividades sobre o assunto acessar o nosso ambiente virtual em www.uniorka.com.br Instituição de Ensino Charles Babbage 31 região de ruptura. Abaixo são mostradas a curva característica do diodo zener e sua simbologia. O diodo zener quando polarizado diretamente funciona como um diodo comum, mas ou contrário de um diodo convencional, ele suporta a condução de corrente em tensões reversas próximas à tensão de ruptura. A sua principal aplicação é a de conseguir uma tensão estável (tensão de ruptura), independente da corrente que o atravessa. No circuito ele está em série com um resistor limitador de corrente e sua polarização normalmente é reversa. Graficamente é possível obter a corrente elétrica sob o zener com o uso de reta de carga. Corrente máxima do zener Exemplo: Se um diodo zener de 12 V tem uma especificação de potência máxima de 400 mW, Qual será a corrente máxima permitida? Este zener suporta uma corrente máxima reversa de 33,3 mA. Corrente mínima do zener A corrente mínima define o ponto aproximado em que o diodo começa a sair da região de ruptura em direção à região de corte, onde não há condução de corrente. Quando o diodo entra na região de corte, sua tensão cai com relação ao valor da tensão de ruptura VZ. Considera-se a corrente mínima do zener como sendo de 10 a 20% do valor da corrente máxima do zener. Considerando uma proporção de 15%, temos a expressão abaixo: Regulador de tensão com zener Descrevendo a equação do circuito acima tem-se: ( ) Como: Instituição de Ensino Charles Babbage 32 A corrente do zener, quando calculada com base em sua potência, é o máximo valor que ela pode atingir, mas quando calculada em um circuito como o acima, utiliza-se um valor de Iz menor que o máximo valor calculado. Fazendo assim, o diodo trabalha com um valor de corrente inferior ao máximo, evitando aquecimento excessivo na junção. Exemplo: Considerando um diodo cuja tensão zener seja de 12 V e cuja potência seja 500 mW, sendo a fonte de alimentação de 18 V, pode-se calcular o valor da resistência em série com o diodo. Cálculo do valor de : Cálculo de : (Considerando que = 15 % :) Calculando agora o valor mínimo do resistor Rz (Resistência mínima para que a corrente seja máxima) O valor comercial de Rz deve ser superior a para que o diodo não se danifique devido a ser submetido a uma corrente superior à sua corrente máxima . Calculando agora o valor máximo do resistor Rz (Resistência elevada para que a corrente seja mínima)
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