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CONCEITOS DE ESPÉCIE Tipológico Morfológico Nominalista Biológico Ecológico Evolutivo Filogenético ... Tipológico Tipológico Linnaeus, ~1750 & outros ● O conceito tipológico de espécie remonta a Platão e Aristóteles, sendo baseado na noção de que toda a diversidade observada no universo reflete a existência de um número limitado de “universais”, ou tipos básicos. ● Esta filosofia “essencialista” foi profundamente influente no pensamento da humanidade. Por ela, indivíduos componentes de uma espécie não têm relação especial entre si, são meras expressões do mesmo tipo, essência ou ideia (eidos) existente no plano metafísico das ideias. ● A “variação” seria apenas o resultado de manifestações imperfeitas da ideia implícita de cada espécie. A presença da “essência” é inferida pela similaridade e para o essencialista a semelhança é o critério de espécie. Tipológico → Se este conceito fosse aplicado hoje ignorando as fontes de variação, como ficariam, por ex., as espécies que apresentam dimorfismo sexual bem marcado? Qual seria o problema? Linnaeus, ~1750 & outros Linnaeus ao utilizar o conceito tipológico, errou inúmeras vezes criando espécies diferentes para os dois sexos de diversos pássaros e macacos da região Neotropical. Morfológico Morfológico ● Do conceito tipológico deriva o conceito morfológico: uma “morfoespécie” é uma espécie reconhecida apenas com base na sua morfologia. Na prática, é o mais utilizado pelos sistematas e taxonomistas. Morfológico ● Qualquer um que já viu uma descrição de espécie publicada, deve ter notado que um novo nome de espécie proposto sempre vem relacionado a um espécime, chamado de holótipo, e a uma diagnose ou descrição. Morfológico ● Atualmente o conceito morfológico conjuga-se com o conceito filogenético. E as variações – características intra-específicas, incluindo dimorfismo sexual, são descritas pelo taxonomista. Operacionalidade! Nominalista ● Segundo o conceito nominalista de espécie, apenas objetos individuais existem na natureza, e tais objetos, ou organismos, são mantidos unidos por um nome. Logo, espécies seriam meramente construções mentais arbitrárias. Simplesmente, nomes. Não teriam realidade na natureza. Athanasius Kircher, séc. XVII; Bessey, 1908 Nominalista ● O nominalismo foi a base, por ex., do pensamento biogeográfico do jesuíta Athanasius Kircher, no século XVII. Kircher tentou explicar a diversidade biológica por meio da existência de “cópula promíscua” entre as espécies animais que foram escolhidas por Noé para sua arca quando do dilúvio universal . Athanasius Kircher, séc. XVII; Bessey, 1908 Nominalista Athanasius Kircher, séc. XVII; Bessey, 1908 Qual seria o problema? → Mayr (1988) comenta que o reconhecimento das mesmas entidades como espécies por culturas diferentes, e sem contato entre si (como algumas espécies reconhecidas no Ocidente e também por nativos da Nova Guiné), refuta o conceito nominalista de espécies, uma vez que seria bastante improvável que duas culturas distintas chegassem à mesma construção arbitrária, i.e., à delimitação das mesmas espécies idênticas. Biológico Biológico ● Segundo o conceito biológico de espécie, dois indivíduos são de uma mesma espécie se, ao cruzarem, tiverem descendentes também aptos à reprodução. Por este conceito espécies não hibridizam. Ernst Mayr, 1942 Biológico Ernst Mayr, 1942 Qual seria o problema? → A capacidade de intercruzamento da maioria das espécies é desconhecida. E o isolamento reprodutivo não é um critério universal, já que não se aplica para classificações de espécies com reprodução assexuada ou fósseis. É aceito que a formação de uma espécie (especiação) pode se dar por cladogênese ou por especiação reticulada (= por hibridização). especiação O resultado da especiação: Letras = espécies. (a) Cladogênese: a espécie D é produzida pela divisão de um ancestral em duas nova espécies irmãs C e D. (b) Especiação reticulada: espécies B e C hibridizam, formando a espécie D. Ecológico ● Segundo o conceito ecológico de espécie, estabelecido por L. Van Valen (1976), “uma espécie é uma linhagem que ocupa uma zona adaptativa minimamente diferente de qualquer outra linhagem em sua distribuição e que evolui separadamente de todas as outras linhagens fora desta distribuição”. L. Van Valen, 1976 Ecológico Ecológico L. Van Valen, 1976 ● Em uma época em que todos pareciam estar apenas preocupados com o fluxo gênico para definir espécies, Van Valen lembrou o fato de que a seleção natural pode ser responsável por manter uma espécie separada da outra, já que cada uma ocupa uma zona adaptativa diferente das outras. ● Pode-se imaginar uma zona adaptativa quase como um nicho ecológico, sendo portanto a combinação de todas as variáveis ambientais sob as quais uma espécie ou população pode persistir. Linkar com o conteúdo sobre “homoplasias” Paralelismo Convergência Reversão Evolutivo Evolutivo ● Conceito evolutivo ou gradista (grados seriam táxons que reuniriam organismos em um mesmo estágio ou grau de evolução). Segundo o conceito evolutivo de espécie, modificado de George Gaylord Simpson (1961) e Wiley (1981), uma espécie é uma linhagem (uma sequência de populações ancestrais-descendentes) que evolui separadamente e mantém sua identidade quando comparada a outras espécies porque possui suas próprias tendências evolutivas e destino histórico. G. G. Simpson, 1961; Wiley, 1981 Qual seria o problema? → Mayr (1988) indica que esse conceito utiliza expressões vagas: como “mantém sua identidade” – isso incluiria barreiras geográficas? “Tendência evolutiva” – conceito controverso, já que essas “tendências” só poderiam ser observadas em reconstruções históricas baseadas em um registro fóssil completo e, ainda assim, seriam meramente descrições da evolução de uma dada linhagem e de alguns dos seus atributos. “Destino histórico”... Filogenético Joel Cracraft, 1983 Filogenético ● As diferentes formas do conceito filogenético de espécie, que é um conceito afim ao conceito evolutivo, são uma alternativa ao conceito biológico. Segundo o conceito filogenético de espécie (Joel Cracraft, 1983), uma espécie é “um grupo irredutível de organismos que pode ser distinguido de outros grupos e dentro do qual existe um padrão de parentesco do tipo ancestral e descendente”. Este grupo é caracterizado pela presença de estados derivados de caracteres. Este é o conceito de espécie utilizado em bactérias, mas tem sido testado também em táxons eucaróticos. Uma espécie filogenética pode estar baseada em marcadores moleculares. Joel Cracraft, 1983
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