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ABORDAGENS TEÓRICAS DA CONTABILIDADE ROTA5

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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABORDAGENS TEÓRICAS DA 
CONTABILIDADE 
AULA 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Ivanildo Viana Moura 
 
2 
 
CONVERSA INICIAL 
Seja bem-vindo(a) a esta aula! Agora chegou a hora de falarmos sobre a 
importância da informação no contexto empresarial, mais especificamente, para 
os usuários tomadores de decisão com base na informação contábil. 
Os seguintes tópicos serão tratados nesta aula: 
 contabilidade e tomada de decisão; 
 teoria da divulgação; 
 desempenho da firma sob a perspectiva da informação; 
 transparência; 
 accountability. 
Pratique os conhecimentos adquiridos resolvendo os exercícios. E 
lembre-se, a melhor maneira de aprender é praticando. 
CONTEXTUALIZANDO 
A informação gerada pela contabilidade advém do patrimônio das 
entidades, sendo esse o objeto de estudo da ciência contábil. Essa informação, 
ao ser gerada, pode servir a dois tipos de usuários: internos e externos. O 
tomador de decisões internas pode ser representado pelos gestores e demais 
funcionários que usam as informações operacionais como base para a tomada 
de decisão na realização de suas funções. Os tomadores de decisões externas 
podem ser quaisquer usuários externos à empresa (inclusive os próprios 
funcionários) que tomam decisões com base em informações divulgadas por ela. 
A informação fornecida pela contabilidade tem impacto direto na tomada 
de decisões, seja dos usuários internos ou externos, mas principalmente nos 
externos, pois eles têm acesso somente ao que a empresa divulga, não podendo 
comprovar se a informação é verdadeira ou não. O principal usuário externo é o 
investidor, que usa as informações para decidir se é viável investir na entidade 
e quais riscos ele estará correndo com esse investimento. 
Nesse contexto, a informação torna-se um produto de extrema 
importância para seus usuários, e suas formas de produção e elaboração devem 
obedecer a normas e leis, visando dar mais credibilidade à entidade que reporta 
a informação, e maior proteção aos usuários externos. 
 
 
3 
 
TEMA 1 – CONTABILIDADE E TOMADA DE DECISÃO 
Conforme estudado anteriormente, a contabilidade é uma ciência social 
que tem como objeto o patrimônio das entidades. Dessa forma, “assim como as 
demais áreas do conhecimento, a Contabilidade desenvolveu-se buscando 
responder aos anseios da sociedade, tendo como objetivo gerar informações 
para o controle e tomada de decisões” (Favero et al., 2011, p. 3). 
Nesse contexto, a informação fornecida pela contabilidade assume papel 
de suma importância no que tange à sua aplicação prática, ou seja, o objetivo 
pelo qual foi gerada. Essa informação deve servir como base para os tomadores 
de decisão fornecendo subsídios para todas as suas deliberações. Esse 
contexto é afirmado por Hendriksen e Van Breda (2007, p. 135), ao citarem 
algumas definições sobre a contabilidade dadas por órgãos da classe: 
A tomada de decisões desempenha papel crucial na teoria da 
contabilidade. Sua importância tem sido ressaltada frequentemente 
nas definições da contabilidade. Por exemplo, a associação Americana 
de Contabilidade diz que a contabilidade é ‘...o processo de 
identificação, mensuração e comunicação de informação econômica 
para permitir a realização julgamentos bem informados e a tomada de 
decisões por usuários da informação’. O Conselho de Princípios 
Contábeis dizia que a função da contabilidade é ‘...fornecer informação 
quantitativa, principalmente de natureza financeira, sobre entidades 
econômicas, de utilidade para a tomada de decisões econômicas’. E o 
Fasb declarou que o papel da divulgação financeira na economia é 
‘fornecer informação que seja útil para a tomada de decisões 
empresariais e econômicas’. 
Considerando que a informação contábil advém do patrimônio das 
entidades, a contabilidade identifica, mensura e registra os fatos contábeis e, 
com base nos dados, gera informações sobre as mutações que ocorrem no 
patrimônio dessas empresas. Diante desse aspecto, Favero et al. (2011) 
admitem que, pelo fato de serem informações específicas de determinada 
entidade, pode-se imaginar, de início, que se trata de um processo simples de 
ser realizado. Todavia, conforme os autores, “as características dos usuários 
aliadas aos diferentes propósitos para os quais a informação é direcionada 
tornam muito delicado o processo de geração de informações”. 
Ainda de acordo com Favero et al. (2011), alguns pontos devem ser 
considerados no processo de geração de informação, sendo eles: 
1. Quem são os usuários da informação contábil? 
2. Como gerar informações para esses usuários? 
3. De que forma e em qual periodicidade gerar as informações? 
 
4 
 
Nesse contexto, surge a necessidade de diferenciação dos tomadores de 
decisão com base nas informações contábeis, pois, conforme estudado 
anteriormente, eles se dividem em dois grupos, os usuários internos e os 
externos – e mesmo dentro desses grupos temos usuários com propósitos 
diferentes. Diante disso, é necessário que se faça uma parametrização para que 
o sistema de informações contábeis possa atender aos dois grupos de usuários. 
O sistema de informações contábeis tem seus principais objetivos 
direcionados aos usuários internos e externos (Horngren, 2010). A Figura 1 
mostra como ele atende esses usuários. 
Figura 1 – Sistemas de informações contábeis e os relatórios 
 
A figura mostra o sistema de informações contábeis, os tipos de relatórios 
fornecidos e seu objetivo no processo de tomada de decisões. Os relatórios 
internos são gerados para fins internos, ou seja, para fornecimento de 
informações gerenciais a gestores e demais tomadores de decisões internos à 
entidade. Em contrapartida, os relatórios externos são direcionados a outros 
tomadores de decisões, externos à entidade que reporta a informação. 
1.1 Tomada de decisões internas 
Os usuários internos usam a informação contábil para fins de tomada de 
decisão interna, ou seja, fins gerenciais. De acordo com Favero et al. (2011, p. 
2), “os usuários internos são aqueles que trabalham na empresa e ocupam 
cargos que requerem a tomada de decisões, para tanto, precisam de 
informações direcionadas de acordo com as suas necessidades”. 
SISTEMA DE 
INFORMAÇÕES 
CONTÁBEIS
RELATÓRIOS 
INTERNOS
INFORMAÇÕES 
OPERACIONAIS: 
PLANEJAMENTO E 
CONTROLE
RELATÓRIOS 
EXTERNOS
INFORMAÇÕES 
FINANCEIRAS: 
RENTABILIDADE, 
SOLVÊNCIA, LIQUIDEZ 
 
5 
 
As decisões internas são geralmente tomadas por gestores (gerentes, 
supervisores, coordenadores, encarregados, diretores etc.), mas também por 
funcionários de nível mais baixo na hierarquia organizacional, tais como 
estoquistas, operadores de máquinas, mecânicos etc. 
Conforme descrito anteriormente, a informação gerada para os tomadores 
de decisão interna é direcionada, o que significa dizer que essa informação é 
feita sob encomenda. Por exemplo: quando a empresa inicia o projeto de um 
novo produto, os gestores estarão interessados em saber o total de gastos 
necessários para a produção de cada unidade; qual a estrutura de gastos fixos 
necessários para a produção e venda de tal produto; o valor médio que cada 
produto deverá contribuir para pagamento dos gastos fixos totais da empresa; a 
quantidade de produtos necessários para pagamento dos gastos fixos totais da 
empresa; e assim por diante. 
Todas essas informações são internas, do interesse dos gestores da 
empresa. Elas não são divulgadas ao público externo, sendo produzidas por 
encomenda por algum gestor ou outro tomador de decisão interno. As 
informações produzidas para usuários internos são fruto de uma área específica, 
chamada de contabilidade gerencial. 
A contabilidade gerencial fornece informações de aspecto operacional. 
Alguns dos principais relatórios gerenciais são: 
 análises de custos; 
 margem de contribuição; 
 ponto de equilíbrio; 
 margem de segurança; 
 alavancagem operacional; alavancagem financeira; 
 mark-up; 
 orçamentos; 
 análises de investimentos; 
 controles de despesas; 
 controle de contas a pagar e contas a receber; 
 análise do ambiente interno e externo; 
 necessidade de capital de giro; 
 indicadores de vendas. 
 
6 
 
Um ponto importante a ser considerado sobre as informações produzidas 
para os usuários internos é que elas não precisam seguir normas ou padrões 
para a elaboração dos relatórios. As informações gerenciais são disponibilizadas 
aos usuários sempre que solicitadas, não tendo um período fixo para a 
elaboração dos relatórios. Algumas dessas informações podem ser geradas 
automaticamente por meio de softwares parametrizados para essa função, ao 
passo que outras necessitam de profissionais que façam análises referentes a 
projeções, considerando, inclusive, informações relacionadas ao ambiente 
interno e externo à entidade. 
1.2 Tomada de decisões externas 
Diferentemente da informação voltada ao usuário interno, a informação 
destinada aos usuários externos visa atender pessoas de fora da entidade, mas 
com algum interesse nela. De acordo com Frezatti et. al. (2009), os usuários 
externos são os credores, investidores, governos, fornecedores, concorrentes, a 
comunidade de modo geral, funcionários etc. A informação produzida para 
atender usuários externos é também chamada de informação financeira. 
Assim como os usuários internos, cada tipo de usuário externo possui 
algum tipo de interesse na entidade, sendo a informação utilizada para um fim 
específico. Alguns dos principais interessados nas informações contábeis e seus 
interesses são descritos por Marion e Iudícibus (2008, p. 2): 
Investidores: é através dos relatórios contábeis que se identifica a 
situação econômico-financeira da empresa; dessa forma, o investidor 
tem em mãos os elementos necessários para decidir sobre as 
melhores alternativas de investimentos. Os relatórios evidenciam a 
capacidade da empresa em gerar lucros e outras informações. 
Fornecedores de bens e serviços a crédito: usam os relatórios para 
analisar a capacidade de pagamento da empresa compradora. 
Bancos: utilizam os relatórios para aprovar empréstimos, limite de 
crédito etc. 
Governo: não só usa os relatórios como a finalidade de arrecadação 
de impostos, como também para dados estatísticos, no sentido de 
melhor redimensionar a economia (IBGE, por exemplo). 
Sindicatos: utilizam os relatórios para determinar a produtividade do 
setor, fator preponderante para reajuste de salários. 
Outros interessados: funcionário (quer saber se a empresa tem 
condições de pagar seu salário ou não), órgãos de classes, pessoas e 
diversos institutos, como a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), o 
CRC (Conselho Regional de Contabilidade), concorrentes etc. 
Diferentemente dos relatórios gerenciais, a informação fornecida para os 
usuários externos da contabilidade é regulamentada. Dessa forma, pode-se 
dizer que a informação financeira não é feita sob encomenda, mas sim elaborada 
 
7 
 
segundo as normas, regulamentos, leis e pronunciamentos que regem a 
contabilidade, e é fornecida por uma área da contabilidade conhecida como 
contabilidade financeira. 
Como a responsabilidade em relação à divulgação de informações 
financeiras é muito grande, visto que os usuários externos podem influenciar 
significativamente na continuidade da entidade, essas informações devem seguir 
vários procedimentos para sua elaboração, os quais são dados pelo Comitê de 
Pronunciamentos Contábeis CPC 00 / Pronunciamento Conceitual Básico (R1) 
– Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-
Financeiro. 
O CPC é o órgão responsável no Brasil pela tradução das Normas 
Internacionais da Contabilidade (IFRS), às quais o país aderiu em 2010 e vem 
convergindo desde então. O comitê possui uma série de pronunciamentos sobre 
os mais diversos temas contábeis, visando instruir os contadores sobre a forma 
correta de realizar o reconhecimento, mensuração e registro dos fatos contábeis. 
Um dos fundamentos das IFRS é a padronização das demonstrações 
contábeis para divulgação. Dessa forma, o CPC 00 determina a forma como os 
demonstrativos devem ser elaborados, padronizando-os e facilitando o 
entendimento e comparação entre as contas por parte dos usuários da 
informação reportada, principalmente quando estes forem de outro país. 
Quanto ao prazo para a divulgação e quais demonstrações devem ser 
divulgadas, a Lei 6.404/76, em seu artigo 176, determina: 
Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com 
base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes 
demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a 
situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no 
exercício: 
I - balanço patrimonial; 
II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; 
III - demonstração do resultado do exercício; e 
IV – demonstração dos fluxos de caixa; e (Redação dada pela Lei nº 
11.638,de 2007) 
V – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. (Incluído 
pela Lei nº 11.638,de 2007) 
Dessa forma, a lei determina não somente o período de divulgação, mas 
também os demonstrativos que devem ser divulgados pela entidade. Outro 
aspecto inerente ao assunto a ser salientado é que, antes de serem divulgadas, 
as demonstrações devem ser auditadas e atestadas por uma equipe de auditoria, 
visando garantir a veracidade das informações e aumentar a confiabilidade por 
parte dos usuários tomadores de decisão. 
 
8 
 
De todos os tomadores de decisão com base nas informações contábeis, 
os que mais podem causar impacto na continuidade da entidade são os 
investidores, pois, caso eles deixem de investir na empresa, automaticamente 
ela deixa de ter capital para dar continuidade às suas operações. Nesse 
contexto, na maioria das pesquisas em relação ao impacto da informação 
contábil sobre os tomadores de decisão, o investidor acaba sendo o principal 
ator, e, entre as mais diversas teorias existentes sobre o tema, uma delas tem 
destaque no mundo dos negócios, a chamada teoria da divulgação. 
TEMA 2 – TEORIA DA DIVULGAÇÃO 
Muitos aspectos são considerados pelos tomadores de decisão em suas 
deliberações, entre elas as informações divulgadas pela empresa. Para os 
investidores, principalmente, a informação divulgada pela entidade pode fazer 
toda a diferença na tomada de decisão, sendo que, quanto mais informações a 
empresa divulgar, maior o seu grau de confiabilidade, devido à transparência de 
suas operações. 
Assim, a divulgação de informações fornecidas pela contabilidade é a 
base para a tomada de decisões de um grande número de agentes. No entanto, 
muitas vezes o número de informações fornecidas pelas empresas é limitado, 
pois elas só divulgam o que lhes é imposto por lei. Dessa forma, surgem os 
conceitos de divulgação compulsória e voluntária. 
2.1 Divulgação compulsória e voluntária 
Conforme Câmara et al. (2018), possui duas opções de divulgação 
(disclosure) de informações: 
 Compulsória: envolve informações requeridas por lei para registro das 
companhias abertas e demais informações periódicas exigidas por órgãos 
reguladores. 
 Voluntária: compreende as informações que não são obrigatórias por lei, 
mas fornece maior transparência à organização no âmbito corporativo. 
A opção compulsória diz respeito às informações que a empresa deve 
divulgar por força da lei e dos órgãos reguladores (do contrário, pode sofrer 
penalidades). Dessa forma, as informações compulsórias representam o mínimo 
de informações que empresas devem divulgar. 
 
9 
 
De acordo com Ângelo (2016, p. 4), as principais normas sobre divulgação 
no contexto brasileiro são: 
[...] a Lei 6.404/76 que dispõe sobre a Sociedade por Ações, a Lei 
11.638/2007, que altera e revoga dispositivos da lei anterior, as normas 
estipuladas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Banco 
Centraldo Brasil (BCB), Superintendência de Seguros Privados 
(SUSEP), Comitê de Pronunciamentos Contábeis, dentre outros. 
Essas normas tornam obrigatório, para as sociedades anônimas de 
capital aberto e fechado, o disclosure das seguintes demonstrações 
financeiras, conforme artigo 176 da Lei 6.404/76 no Diário Oficial e em 
jornal de grande circulação (artigo 289): Balanço Patrimonial, 
Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração do Fluxo de 
Caixa – DFC (Companhias abertas e para fechadas com patrimônio 
líquido, na data do balanço, maior ou igual a R$ 2 milhões), 
Demonstração do Valor Adicionado – DVA (Companhias abertas), 
Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido (Companhia 
abertas, exigência CVM) e Notas explicativas (integrantes das 
demonstrações contábeis). 
Nesse contexto, torna-se claro que a lei e os órgãos reguladores focam 
principalmente nas sociedades anônimas, visando fornecer ao investidor as 
informações mínimas relevantes que podem impactar na tomada de decisão. As 
demonstrações elencadas são de caráter compulsório, não podendo ser 
negligenciada sua divulgação. 
A segunda opção que as empresas têm é que, além das demonstrações 
mencionadas, elas possam divulgar outras informações que não são de caráter 
compulsório, ou seja, elas podem fornecer as demonstrações obrigatórias e 
demonstrações voluntárias conforme suas deliberações. 
Mas, neste contexto, não sendo essas informações obrigatórias, e 
levando em conta que sua geração gera custos à empresa, por qual motivo ela 
estaria disposta a divulgá-las? Visando responder a esse tipo de 
questionamento, teóricos da área desenvolveram a teoria da divulgação, 
também conhecida como teoria da divulgação voluntária, a qual é amplamente 
utilizada em pesquisas contábeis no método positivista para o estudo de 
fenômenos relacionados ao disclosure voluntário. 
2.2 Teoria da divulgação voluntária 
Além da divulgação compulsória, existem empresas que divulgam 
informações que serão úteis para a tomada de decisão dos usuários de forma 
voluntária, oferecendo maior transparência sobre suas operações. De acordo 
com Barbosa et al. (2015), isso acontece quando a empresa consegue se 
beneficiar de alguma forma com essa divulgação. 
 
10 
 
A teoria da divulgação voluntária considera a divulgação como um 
processo endógeno, ou seja, são considerados os incentivos que os gestores 
e/ou empresas têm para divulgar as informações (Salotti; Yamamoto, 2008). De 
forma concomitante, Conceição et al. (2011) explicam que, segundo essa teoria, 
ocorre a ampliação do processo de divulgação das informações conforme as 
empresas percebem incentivos pela disponibilização dessas informações, seja 
de natureza econômica (seletividade de investimentos) ou institucional 
(construção e valorização de marca e imagem institucional) junto ao mercado e 
stakeholders. 
Conforme já comentado, a legislação pertinente e os órgãos reguladores 
determinam quais informações devem ser divulgadas pelas empresas. No 
entanto, é possível verificar que, mesmo quando não existe a obrigatoriedade, 
algumas empresas divulgam suas demonstrações, incorrendo muitas vezes em 
gastos altos. Nesse contexto, Ângelo (2016, p. 2) aponta que: 
Em jornais de circulação nacional, é possível visualizar quase que 
diariamente a divulgação de diversas demonstrações financeiras. 
Entretanto, um fator que merece atenção é a divulgação das 
demonstrações contábeis de empresas em jornais locais: muitas 
dessas não são listadas na Bolsa de Valores, normalmente são 
desconhecidas por parte dos habitantes locais e algumas são do 
ordenamento jurídico que não possui o enforcement para divulgação, 
tais como as sociedades limitadas, associações Privadas, entre outros. 
Diante do exposto, surge novamente a questão: por qual motivo a 
empresa incorreria em gastos adicionais na divulgação de informações que não 
são obrigatórias? Para explicar esse fenômeno, os pesquisadores se utilizam da 
teoria da divulgação voluntária, pois, consoante com Araújo et al. (2010), essa 
linha de pesquisa tem como principal objetivo explicar o fenômeno da divulgação 
financeira com base em perspectivas para “determinar qual o efeito da 
divulgação das demonstrações contábeis no preço das ações, explicar quais as 
razões econômicas para que determinada informação seja divulgada 
voluntariamente”, entre outras. 
Nesse entendimento, pode-se especular sobre benefícios que a empresa 
venha a receber com a divulgação de tais informações. Percebe-se que, com os 
elevados custos para divulgar informações em páginas de jornais, 
principalmente os de grande circulação, seria inadmissível aceitar que 
determinada empresa estaria divulgando suas demonstrações sem receber 
algum benefício em troca. Dessa forma, os estudos acerca da teoria da 
divulgação vêm justamente investigar esse tipo de questionamento. 
 
11 
 
Para se ter uma ideia do impacto da divulgação de informações no mundo 
dos negócios, vejamos o exemplo dado por Salotti e Yamamoto (2008, p. 39): 
Se uma pessoa A está negociando a compra de um veículo da pessoa 
B e ela traz consigo um mecânico para atestar a qualidade do veículo, 
então, isso significa que B incorreu em um custo (de contratação do 
mecânico) para divulgar a A que o seu veículo está em ótimas 
condições. Isso fornece a A parâmetros para acreditar que o carro tem 
qualidade e, portanto, vale o preço oferecido. Porém, se B sabe que o 
carro não está em perfeitas condições (por exemplo, já foi batido três 
vezes), então, não adianta incorrer em custos com um mecânico pois 
a informação que ele irá fornecer a A não vai alterar a percepção da 
deficiência do veículo. Sendo assim, B não leva o mecânico para a 
negociação e A interpreta a ausência do especialista de forma adversa 
(ou seja, conclui que o veículo está em condições inadequadas, pois, 
se isso não fosse verdade, B argumentaria para convencê-lo do 
contrário) e reduz o preço oferecido pelo veículo. 
Do mesmo modo como no exemplo anterior, também acontece com o 
mercado de capitais, pois a divulgação de informações pode privilegiar ou não 
as empresas quando o fazem ou deixam de fazê-lo. Nesse contexto, Barbosa et 
al. (2015) expõem que no mercado de capitais, a relevância da contabilidade 
está no fato de que ela influencia as decisões de investimento. Segundo os 
autores, o analista de mercado utiliza-se da informação para fazer previsões e 
recomendações que demonstram as melhores oportunidades de investimentos. 
No entanto, as análises dependem de informação, e por esse motivo, os 
analistas tendem a cobrir empresas com maior nível de qualidade da informação. 
Nesse contexto, um dos principais motivos que levam as empresas a 
divulgar informações de forma voluntária pode ser o benefício esperado por ela 
com esse ato, visto que maior divulgação pode acarretar em aumento no valor 
das ações em consequência do maior número de investidores. Por outro lado, a 
não divulgação de informações pode acarretar em desconfiança por parte dos 
agentes do mercado, o que, por sua vez, pode levar ao descrédito na entidade 
e, consequentemente, à falta de investidores. 
De modo geral, a divulgação voluntária também pode demonstrar que a 
empresa não tem nada a esconder, que em suas operações ela está sempre 
agindo conforme a legislação, e que os seus investidores e demais usuários 
podem ter certeza da integridade de suas atividades. 
TEMA 3 – DESEMPENHO DA FIRMA SOB A PERSPECTIVA DA INFORMAÇÃO 
O contexto relacionado à importância da informação para a tomada de 
decisão aborda outro fator de extrema importância para o mercado de capitais: 
 
12 
 
o desempenho da firma. O desempenho diz respeito ao resultado alcançado por 
uma empresa em função de suas atividades operacionais, mais especificamente, 
o lucro ou prejuízo do período. 
Ao divulgar informações, uma empresa está fornecendo dados que 
podem fazer a diferença aos tomadores de decisão,uma vez que a análise 
desses dados pode evidenciar a situação econômica na qual essa empresa se 
encontra e o seu resultado dentro do período da informação que foi reportada. 
Nesse sentido, vale ressaltar que para evidenciar o desempenho da 
empresa, é necessário que as informações divulgadas sejam confiáveis, íntegras 
e completas, pois, caso não sejam, o analista provavelmente fará previsões 
errôneas sobre a entidade. Nesse sentido, Barbosa et al. (2015) destacam que 
para que o analista faça uma boa análise, existe a necessidade de fatores como 
disponibilidade, atualidade, formato, integridade e precisão da informação 
publicada. 
No entanto, é sabido que a informação divulgada nem sempre está íntegra 
e livre de vieses. Muitas vezes os gestores acabam por omitir informações ou 
alterar os critérios de reconhecimento de alguns itens visando aumentar ou 
diminuir o resultado de determinado período. A esse contexto damos o nome 
de gerenciamento de resultados. O gerenciamento de resultado pode ocorrer 
quando o agente (administrador) que está divulgando a informação possui 
interesse em algum resultado específico, que pode ser um lucro maior ou menor. 
Por exemplo: considere que o salário de determinado agente esteja 
vinculado a bonificações, ou seja, uma remuneração variável em decorrência de 
resultados alcançados. Nesse entendimento, quanto maior o lucro da empresa, 
maior o salário do administrador Se em determinado período esse agente 
percebe que o lucro será menor que o esperado, ele poderá reconhecer perdas 
menores que as estimadas para os ativos, ou provisionar valores menores que 
os previstos para que, assim, as despesas do período sejam menores e os 
resultados sejam maiores. 
Diante desse aspecto, quando a demonstração de resultado do exercício 
for divulgada, o lucro do período poderá ser ou não um valor satisfatório, mas a 
informação não será íntegra e precisa, pois existem dados que foram omitidos 
do público. Assim, a informação divulgada estará evidenciando um desempenho 
que na verdade a firma não obteve, visto que o resultado foi gerenciado pelo 
agente. 
 
13 
 
Segundo Lopes e Martins (2005), o desempenho da firma pode dar-se 
como sendo medíocre, estável ou superior. Essas três categorias estão 
relacionadas a valores considerados pela empresa em relação a possíveis 
projeções feitas pelos administradores. Dessa forma, se a empresa espera obter 
um valor X de lucro em determinado período, ela poderá determinar em qual 
categoria se encaixa o seu resultado naquele período. 
Assim, podemos considerar os conceitos de cada tipo de categoria de 
desempenho na qual o lucro da entidade no período venha a se encaixar: 
 Medíocre: a empresa apresenta lucro baixo e resultados insatisfatórios. 
 Estável: pode-se dizer que o lucro da empresa não varia em relação a 
períodos anteriores e encontra-se dentro do que foi previsto. 
 Superior: o lucro revela resultado satisfatório, maior do que o previsto. 
Um ponto crucial é que, para a evidenciação do desempenho, deve-se 
considerar também como está a economia no período, portanto, a empresa deve 
fazer projeções de resultado observando o cenário econômico. 
De modo geral, é importante que se considere a qualidade da informação 
divulgada para a avaliação do desempenho da firma, pois na divulgação de 
informações, muitos fatores podem impactar no resultado da entidade, e o 
desempenho será medido com base nesse resultado. 
Observa-se, portanto, que o desempenho da empresa sob a perspectiva 
da informação divulgada nem sempre será o que demonstra ser. Existe a 
necessidade de informações mais detalhadas e precisas, principalmente sobre 
mudanças de estimativas contábeis, critérios de reconhecimento e mensuração 
de ativos e passivos, receitas e despesas. 
Nesse sentido, informações divulgadas de forma voluntárias podem 
ajudar, em alguns aspectos, se trouxerem detalhes tais como critérios utilizados 
para apropriação de custos, bases para reconhecimentos de ativos, passivos e 
despesas, e assim por diante. Acima de tudo, pode-se dizer que a divulgação 
voluntária é também uma forma de transparência. 
TEMA 4 – TRANSPARÊNCIA 
De acordo com Câmera et al. (2018), a relevância do disclosure vem se 
acentuando nos âmbitos acadêmico e corporativo, pois os investidores e o 
mercado financeiro olham de forma positiva e com maior destaque organizações 
 
14 
 
que divulgam de forma voluntária suas informações, e, assim, reduzem a 
assimetria da informação e maximizam a transparência corporativa. 
Segundo Lima (2007, p. 6), “assimetria da informação é quando, em um 
modelo de informação financeira ou econômica, algum agente possui informação 
sobre certa empresa ou ativo superior a outro agente”. A assimetria da 
informação ocorre mais amplamente entre agentes e principais. O agente é o 
administrador da empresa, pode ser o presidente, diretor, gerente ou outro cargo 
de confiança que foi dado pelo principal. O principal, por sua vez, é o proprietário 
da empresa, podendo ser uma única pessoa ou um grupo de acionistas, os quais 
determinam e delegam poderes para um agente representá-los na administração 
da empresa. 
Nesse contexto, a assimetria da informação vem a ser a informação que 
está de posse do agente, mas que ele não divulga para o principal e nem para 
os demais grupos de interesse na entidade, também chamados de stakeholders 
(investidores, comunidade, governo, sociedade etc.). Diante disso, não é fácil 
saber quando uma empresa está omitindo ou não informações, pois somente 
quem tem acesso interno à empresa poderia fazer a verificação de tais fatos. 
No entanto, uma forma de minimizar essa incerteza é a divulgação 
voluntária, ou seja, não obrigatória por lei ou pelos órgãos regulamentadores. 
Segundo Lima (2007), a divulgação voluntária oferece maior transparência para 
a empresa no âmbito corporativo, o que é de suma importância para os 
investidores. Num ambiente de incerteza, em que a informação sobre as 
operações da empresa não é bem clara, o custo do capital torna-se mais caro, 
ou seja, os investidores cobram juros mais altos sobre o capital investido na 
empresa porque o risco tende a ser maior. 
Isso acontece porque, geralmente, a empresa está sujeita a vários riscos 
no decorrer de suas atividades, sejam eles financeiros ou operacionais. Grande 
parte das empresas não divulga informações sobre esses riscos, justamente por 
temer o afastamento de investidores. Os investidores, por outro lado, desconfiam 
de empresas que só divulgam informações positivas sobre suas operações e, 
para se precaver, aumentam os juros sobre o retorno do capital investido. 
Se fizermos uma pesquisa, veremos que muitas empresas, inclusive 
brasileiras, tiveram problemas com investidores devido à não divulgação de 
informações sobre riscos operacionais. Como exemplo temos o recente acidente 
com o rompimento da barragem da empresa Vale S.A. em Brumadinho – MG. 
 
15 
 
Após a tragédia, os investidores americanos entraram com processo contra a 
empresa alegando que houve omissão de informações sobre riscos e danos em 
casos de catástrofes. 
Nesse contexto, é importante que a empresa seja transparente na 
divulgação de suas informações, visando não só maior credibilidade por parte 
dos usuários da informação contábil, mas também para evitar problemas futuros. 
Independentemente se a informação é boa ou ruim, a empresa deve divulgá-la 
caso seja de interesse dos stakeholders. 
Conforme Lima (2007), o disclosure não pode ser somente de 
informações positivas, pois a transparência envolve também informações 
negativas. Segundo o autor, a transparência possibilita que os usuários possam 
tomar decisões com base em julgamentos que considerem adequados. 
A definição de transparência deve, portanto, possibilitar que os usuários 
tenham informações que transmitam exatamente o que acontece na entidade ou 
com a entidade. Sobreesse aspecto, Aló (2009, p. 24) aponta algumas 
características encontradas em várias definições de transparência: 
Informações completas, informações objetivas, informações 
confiáveis, informação de qualidade, acesso fácil à informação, 
compreensão da informação, canais totalmente abertos de 
comunicação, algo através do qual se permite ver. Todas se mostram 
com potencial em auxiliar a caracterização da definição de 
transparência. 
A autora apresentou também as definições das características apontadas: 
Assim, para cada uma destas características encontradas foi 
identificada uma definição como apresentado a seguir: 
a) Informação completa: Todas as informações estão disponíveis sem 
restrição; 
b) Informação objetiva: A informação responde diretamente às 
perguntas feitas; 
c) Informação confiável: A informação é correta, consistente e precisa; 
d) Informação de qualidade: A informação é correta, íntegra, 
consistente e precisa; 
e) Acesso fácil à informação: O mecanismo usado para acessar tem 
tempo de resposta e funcionalidades adequadas; 
f) Compreensão da informação: A informação não causa dúvidas. 
Todos podem compreender; 
g) Canais totalmente abertos de comunicação: Acesso livre e fácil às 
informações. (Aló, 2009, p. 24) 
Podemos identificar, então, as características necessárias para poder 
dizer que a informação divulgada pela empresa é transparente, exatamente o 
que os stakeholders necessitam para tomar decisões mais acertadas, e o que 
impedirá que a empresa sofra punições futuras por conta da omissão de dados. 
 
16 
 
No entanto, somente quem tem o poder de garantir que todas essas 
características estejam presentes na informação divulgada é a própria empresa, 
mais precisamente, o agente contratado pelo(s) principal(is) para administrá-la. 
De modo geral, a transparência é uma obrigação que a empresa deveria cumprir, 
seja por questões legais ou éticas. A transparência também pode ser 
considerada uma forma de prestação de contas (accountability, em inglês). 
TEMA 5 – ACCOUNTABILITY 
Entre os termos utilizados em contabilidade para definir a 
responsabilidade da administração sobre a transparência nas atividades, o mais 
conhecido é o accountability. De acordo com Carneiro, Oliveira e Torres (2011, 
p. 94), “accountability é um termo da língua inglesa, sem tradução exata para o 
português, mas que pode ser entendido como o ato de prestação de contas de 
forma responsável”. 
O accountability é mais relacionado com o setor público, pois é o termo 
utilizado quando se fala em prestação de contas no setor. Contudo, também 
pode ser utilizado para os casos em que o agente tenha de prestar contas ao 
principal no setor privado. 
De acordo com Mendonça et al. (2013), responsabilização é o termo que 
mais se aproxima da ideia do conceito de accountability e remete ao “conjunto 
de mecanismos que forçam os gestores, servidores e agentes públicos a 
prestarem contas de suas ações”. 
Nesse sentido, o termo se relaciona principalmente à transparência, pois 
o gestor, diante da situação de prestar contas a alguém, tem de demonstrar de 
forma clara e transparente todas as suas atividades e a forma como os recursos 
foram consumidos no decorrer do período em que esteve no cargo ocupado. 
Nesse sentido, Santana Júnior et al. (2009) pontuam que, no contexto 
agente-principal, o accountability significa que os gestores precisam demonstrar 
que exercitaram corretamente os poderes que lhes foram concedidos, 
alcançando metas e objetivos conforme o acordado e usando eficazmente os 
recursos que lhes foram confiados. 
Conforme Pinho e Sacramento (2009, p. 1364), “o significado do conceito 
envolve responsabilidade (objetiva e subjetiva), controle, transparência, 
obrigação de prestação de contas, justificativas para as ações que foram ou 
deixaram de ser empreendidas, premiação e/ou castigo”. 
 
17 
 
TROCANDO IDEIAS 
A importância de informações íntegras e transparentes foi ressaltada na 
aula de hoje, pois vimos como a informação contábil pode impactar nas 
organizações, bem como na tomada de decisão dos usuários. Nesse contexto, 
a divulgação voluntária surge como forma de dar mais confiabilidade às 
operações da organização, mas, na maioria das vezes, só é realizada quando a 
empresa obtém algum benefício com isso. 
Em relação a esse contexto, você conhece alguma empresa que divulga 
informações de forma voluntária? Caso afirmativo, por qual motivo você acredita 
que ela faz isso? Entre no fórum e debata o assunto com seus colegas. 
NA PRÁTICA 
1. De acordo com Favero et al. (2011), “as características dos usuários 
aliadas aos diferentes propósitos para os quais a informação é 
direcionada tornam muito delicado o processo de geração de 
informações”. Assim, assinale a opção correta sobre os usuários internos. 
a) São pessoas de fora da entidade que possuem algum interesse nela. 
b) Como exemplos de usuários internos temos os credores, investidores 
e governos. 
c) As informações geradas para os usuários internos são produzidas pela 
contabilidade gerencial. 
d) A informação fornecida para os usuários internos da contabilidade é 
regulamentada. 
e) Sindicatos são usuários internos que utilizam os relatórios para 
determinar a produtividade do setor, fator preponderante para reajuste 
de salários. 
2. Assinale a alternativa que corresponde ao conceito de “divulgação 
compulsória”. 
a) Envolve informações requeridas por lei para registro das companhias 
abertas e demais informações periódicas exigidas. 
b) Em um modelo de informação financeira ou econômica, é quando 
algum agente possui informação sobre certa empresa ou ativo superior 
a outro agente. 
 
18 
 
c) Envolve responsabilidade (objetiva e subjetiva), controle, 
transparência, obrigação de prestação de contas, justificativas para as 
ações que foram empreendidas, premiação e/ou castigo. 
d) Grupo que possui interesse na entidade e usa as informações 
divulgadas em sua tomada de decisão. 
e) Compreende as informações que não são obrigatórias por lei, mas que 
fornecem maior transparência à organização no âmbito corporativo. 
3. Para evidenciar o desempenho da empresa, é necessário que as 
informações divulgadas sejam confiáveis, íntegras e completas. Assinale 
a alternativa que corresponde ao tipo de desempenho cuja categoria 
enquadra o lucro da empresa, não varia em relação a períodos anteriores 
e encontra-se dentro do que foi previsto. 
a) Medíocre . 
b) Estável. 
c) Regular. 
d) Soberbo. 
e) Superior. 
4. Sobre as caraterísticas apontadas como primordiais para a definição de 
transparência, assinale a alternativa falsa. 
a) Informação completa: informações disponíveis sem restrições. 
b) Informação objetiva: responde diretamente às perguntas feitas. 
c) Informação confiável: é correta, consistente e precisa. 
d) Informação de qualidade: não causa dúvidas; todos podem 
compreender. 
e) Acesso fácil à informação: o mecanismo usado para acessar tem tempo 
de resposta e funcionalidades adequadas. 
FINALIZANDO 
Nesta aula, aprendemos sobre o impacto da informação contábil na 
tomada de decisão dos usuários. Os temas estudados foram: 
 contabilidade e tomada de decisão; 
 teoria da divulgação; 
 desempenho da firma sob a perspectiva da informação; 
 
19 
 
 transparência; 
 accountability. 
 
 
20 
 
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22 
 
RESPOSTAS 
1. C 
2. A 
3. B 
4. D

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