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Elaboração das Demonstrações Contábeis

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2015
Elaboração das
dEmonstraçõEs 
ContábEis
Prof. Edson Ivan da Costa
Prof. Fabio Darci Kowalsko
Prof. Luciano Fernandes
Copyright © UNIASSELVI 2015
Elaboração:
Prof. Edson Ivan da Costa
Prof. Fabio Darci Kowalsko
Prof. Luciano Fernandes
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
657.3
C837e Costa, Edson Ivan da 
 Elaboração das demonstrações contábeis/ Edson Ivan 
da Costa, Fabio Darci Kowalski, Luciano Fernandes. 2.ed. Indaial : 
UNIASSELVI, 2015.
 169 p. : il.
 ISBN 978-85-7830-896-4
 1. Demonstrações financeiras. 
 I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. 
III
aprEsEntação
Caro acadêmico!
Iniciamos os estudos sobre elaboração das demonstrações contábeis. 
Vamos utilizar como objeto de estudo as tecnologias da informação que nos 
permitem utilizar diversas técnicas. Você deverá vivenciar situações, nas 
quais os sistemas de informação serão usados como recurso educacional.
Esta disciplina não trata apenas da forma de elaboração do Balanço 
Patrimonial, Demonstração de Resultado do Exercício, Demonstração 
das Mutações do Patrimônio Líquido, Demonstração de Fluxo de Caixa, 
Demonstração de Valor Adicionado e as notas explicativas. Além disso, a 
elaboração das demonstrações contábeis está intimamente relacionada 
à outra situação, tão importante quanto o elaborar, que é a busca para o 
aprimoramento das técnicas de evidenciação para melhor satisfazer as 
necessidades dos usuários das informações contábeis. Dessa forma, conclui-
se que não se trata apenas de seguir as exigências da lei, mas sim, além de 
segui-las, buscar a eficácia, buscar saber qual a necessidade do usuário da 
informação contábil.
Este caderno foi elaborado com o intuito de apresentar, na Unidade 
1, as principais alterações provocadas pela harmonização das práticas 
contábeis, os principais usuários dessas demonstrações, bem como suas 
necessidades informacionais, a evidenciação das demonstrações exigidas pela 
legislação societária e quais os métodos para mensuração e reconhecimento 
de elementos contábeis. Na Unidade 2 abordamos a estrutura do Balanço 
Patrimonial, a classificação de suas contas e a estrutura da Demonstração de 
Resultado do Exercício e seu efeito econômico sobre a entidade contábil. E, por 
fim, na Unidade 3 apresentamos a estrutura e as normas de preenchimento 
da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, da Demonstração 
de Fluxo de Caixa pelo método direto e indireto e da Demonstração do 
Valor Adicionado, além de verificar o conteúdo das notas explicativas e sua 
importância para as demonstrações contábeis.
 
Então, mãos à obra!
Edson Ivan da Costa 
Fabio Darci Kowalski
Luciano Fernandes
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
V
VI
VII
UNIDADE 1 – ESTRUTURA CONCEITUAL PARA A ELABORAÇÃO E 
 APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS .............................. 1
TÓPICO 1 – HARMONIZAÇÃO MUNDIAL DAS PRÁTICAS CONTÁBEIS .......................... 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 PRINCIPAIS ALTERAÇÕES COM O ADVENTO DA HARMONIZAÇÃO 
 DAS PRÁTICAS CONTÁBEIS .......................................................................................................... 3
3 NORMA BRASILEIRA DE CONTABILIDADE NBC TG – ESTRUTURA CONCEITUAL .. 7
4 USUÁRIOS E SUAS NECESSIDADES DE INFORMAÇÕES ..................................................... 9
5 OBJETIVO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ................................................................... 10
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 12
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 13
TÓPICO 2 – CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DAS DEMONSTRAÇÕES 
 CONTÁBEIS ...................................................................................................................... 15
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 15
2 RELEVÂNCIA ....................................................................................................................................... 16
3 REPRESENTAÇÃO FIDEDIGNA ..................................................................................................... 18
4 COMPREENSIBILIDADE .................................................................................................................. 19
5 COMPARABILIDADE ......................................................................................................................... 21
6 VERIFICABILIDADE .......................................................................................................................... 22
7 TEMPESTIVIDADE ............................................................................................................................. 23
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 24
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 25
TÓPICO 3 – DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS .............................................................................. 27
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 27
2 DEMONSTRAÇÕES EXIGIDAS PELA LEGISLAÇÃO SOCIETÁRIA .................................... 27
3 ELEMENTOS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS .............................................................. 28
4 RECONHECIMENTO DOS ELEMENTOS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS .......... 38
5 MENSURAÇÃO DOS ELEMENTOS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS..................... 41
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 43
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 46
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................47
UNIDADE 2 – BALANÇO PATRIMONIAL E DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO 
 DO EXERCÍCIO ............................................................................................................ 49
TÓPICO 1 – BALANÇO PATRIMONIAL ........................................................................................... 51
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 51
2 ESTRUTURA DO BALANÇO PATRIMONIAL ............................................................................. 51
3 CLASSIFICAÇÃO DAS CONTAS NO BALANÇO PATRIMONIAL ........................................ 54
3.1 ATIVO CIRCULANTE .................................................................................................................... 56
3.2 ATIVO NÃO CIRCULANTE .......................................................................................................... 57
sumário
VIII
3.2.1 Realizável a longo prazo ......................................................................................................58
3.2.2 Investimentos ........................................................................................................................58
3.2.3 Imobilizado ............................................................................................................................59
3.2.4 Intangível ...............................................................................................................................61
3.3 PASSIVO CIRCULANTE ..............................................................................................................65
3.4 PASSIVO NÃO CIRCULANTE ...................................................................................................66
3.5 PATRIMÔNIO LÍQUIDO ..............................................................................................................66
4 EXEMPLO DE BALANÇO PATRIMONIAL .................................................................................70
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................75
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................76
TÓPICO 2 – DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO . ....................................79
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................79
2 PRINCÍPIOS CONTÁBEIS QUE REGEM A DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO 
 DO EXERCÍCIO ..................................................................................................................................79
3 ESTRUTURA DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO .........................81
4 CLASSIFICAÇÃO DAS CONTAS DE RESULTADO .................................................................83
5 EXEMPLO DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (D.R.E.): ..............90
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................91
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................92
UNIDADE 3 – DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO, 
 DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA, DEMONSTRAÇÃO DO 
 VALOR ADICIONADO E NOTAS EXPLICATIVAS ...........................................93
TÓPICO 1 – DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO .................................95
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................95
2 CONCEITUALIZAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO 
 PATRIMÔNIO .....................................................................................................................................95
3 NORMAS DE PREENCHIMENTO DA DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES 
 DO PATRIMÔNIO .............................................................................................................................96
4 EXEMPLO DA DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO .........................99
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................100
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................101
TÓPICO 2 – DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA .......................................................103
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................103
2 CONCEITUALIZAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA ......................103
3 ESTRUTURA DA DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA ..........................................105
4 MÉTODO DIRETO ............................................................................................................................109
5 MÉTODO INDIRETO .......................................................................................................................111
5.1 EXEMPLO DFC MÉTODO INDIRETO ......................................................................................113
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................117
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................118
TÓPICO 3 – DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO ...................................................119
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................119
2 CONCEITUALIZAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO ..................119
3 ESTRUTURA DA DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO .....................................121
3.1 ESTRUTURA DA DVA DEFINIDA PELA NBC TG 09 ............................................................122
4 EXEMPLO DA DVA ...........................................................................................................................127
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................129
IX
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................132
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................133
TÓPICO 4 – DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS ABRANGENTES – DRA ...................135
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................135
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................145
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................146
TÓPICO 5 – NOTAS EXPLICATIVAS ...............................................................................................149
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................149
2 CONTEÚDO DAS NOTAS EXPLICATIVAS ................................................................................149
3 EXEMPLO DE NOTAS EXPLICATIVAS ........................................................................................152
RESUMO DO TÓPICO 5......................................................................................................................164AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................165
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................167
X
1
A partir desta unidade, você será capaz de:
• distinguir as principais alterações provocadas pelo advento da harmoni-
zação das práticas contábeis;
• conhecer características e elementos conceituais das demonstrações contá-
beis;
• identificar os principais usuários das demonstrações contábeis e suas ne-
cessidades informacionais;
• compreender os elementos necessários para mensuração e reconhecimen-
to de itens que possam ser contabilizados.
UNIDADE 1
ESTRUTURA CONCEITUAL PARA A 
ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DAS 
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade de estudo se divide em três tópicos, nos quais você encontrará as 
principais alterações provocadas pela harmonização das práticas contábeis, 
os principais usuários dessas demonstrações, bem como suas necessidades 
informacionais, a evidenciação das demonstrações exigidas pela legislação 
societária e quais os métodos para mensuração e reconhecimento de 
elementos contábeis. Ao final de cada tópico serão desenvolvidos exercícios 
de fixação.
TÓPICO 1 – HARMONIZAÇÃO MUNDIAL DAS PRÁTICAS CONTÁBEIS
TÓPICO 2 – CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DAS 
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
TÓPICO 3 – DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
HARMONIZAÇÃO MUNDIAL DAS PRÁTICAS CONTÁBEIS
1 INTRODUÇÃO
Destacaremos, neste primeiro tópico, que harmonização das práticas contábeis 
é simplesmente a normatização da Contabilidade em consonância com o Comitê de 
Pronunciamentos Contábeis – CPC, e abordaremos as principais alterações.
Comentaremos a Norma Brasileira de Contabilidade Técnica – NBC-T 
1, denominada Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das 
Demonstrações Contábeis. 
Veremos quais são os principais usuários da informação contábil e a 
necessidade de cada um desses, uma vez que as demonstrações contábeis são 
padronizadas; contudo, nem todas as informações são comuns a todos.
Analisaremos o objetivo das demonstrações frente às exigências financeiras 
da legislação societária tendo como base a evidenciação da informação para os 
usuários externos da contabilidade.
2 PRINCIPAIS ALTERAÇÕES COM O ADVENTO DA 
HARMONIZAÇÃO DAS PRÁTICAS CONTÁBEIS
Para que entendamos melhor a evolução da harmonização das práticas 
contábeis no Brasil, precisamos elencar algumas datas importantes para a 
contabilidade ocorridas num breve período de tempo: 
• Em 1973 foi criado o IASC (International Accounting Standards Committee), 
ou Comitê das Normas Internacionais de Contabilidade, cujo objetivo era 
formular e publicar, de forma totalmente independente, um novo padrão 
de normas contábeis internacionais que possa ser universalmente aceito. Os 
primeiros pronunciamentos publicados por esta instituição foram chamados 
de International Accounting Standard (IAS). 
UNIDADE 1 | ESTRUTURA CONCEITUAL PARA A ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
4
• Em abril de 2001 foi criado o IASB (International Accounting Standards Board), 
ou Normas Internacionais de Contabilidade, na estrutura do IASC, inclusive, 
assumindo suas responsabilidades técnicas, com o objetivo de melhorar os 
pronunciamentos contábeis internacionais emitidos pelo IASC.
• Em 2005, o Conselho Federal de Contabilidade – CFC – emitiu a Resolução 
CFC 1.055, criando então o Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC, que 
é voltado para a convergência de uma necessidade que prioriza a informação 
dada ao investidor e não ao governo. Tem como objetivos o estudo, o preparo e 
a emissão de pronunciamentos técnicos sobre procedimentos de contabilidade 
e divulgação de informações dessa natureza. Para permitir a emissão de normas 
pela entidade brasileira, visa à centralização e uniformização do seu processo 
de produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade 
Brasileira aos padrões internacionais. 
• Em 2006 o Instituto Brasileiro de Auditores Independentes do Brasil – IBRACON 
– divulgou o primeiro estudo sobre as principais diferenças entre as práticas 
contábeis adotadas no Brasil e as Normas Internacionais de Contabilidade, 
agora denominadas de IFRS. O objetivo deste estudo foi guiar o início da ação 
de convergência das práticas contábeis brasileiras.
• Em 16 de julho de 2007 foi publicada no DOU (Diário Oficial da União) a 
Instrução n° 457 da Comissão de Valores Imobiliários (CVM), que define como 
obrigatória a apresentação das demonstrações Contábeis Consolidadas com 
base nos padrões internacionais.
• Em dezembro de 2007 foi emitida a Lei 11.638 (alterações na Lei das Sociedades 
Anônimas – SAs) que surgiu da necessidade de harmonização das práticas 
contábeis brasileiras às internacionais.
• Em 2009 o CFC emitiu a Resolução CFC 1.156, detalhando as Normas Brasileiras 
de Contabilidade NBC em: NBC-T (Técnicas) e NBC-P (Profissionais).
• Ainda em 2009 foi publicada a Lei 11.941 (antiga Medida Provisória 449) que 
alterou a legislação tributária federal relativa ao parcelamento ordinário de 
débitos tributários e concedeu remissão nos casos em que especifica, além de 
instituir o regime tributário de transição (RTT).
 
Hoje todos os pronunciamentos contábeis internacionais publicados pelo 
IASB têm o nome de IFRS (International Financial Reporting Standard), ou Relatório 
Padrão Financeiro Internacional, cujo objetivo é transformar os pronunciamentos 
contábeis anteriores (IAS) em novos padrões internacionais que respondam às 
expectativas crescentes dos usuários da informação contábil.
TÓPICO 1 | HARMONIZAÇÃO MUNDIAL DAS PRÁTICAS CONTÁBEIS
5
NOTA
Todas as Normas Brasileiras de Contabilidade publicadas pelo Conselho Federal 
de Contabilidade estão em consonância com o Comitê de Pronunciamentos Contábeis, 
adequando assim a contabilidade no Brasil à internacional.
O Brasil é o terceiro país no mundo a adotar as normas internacionais de 
contabilidade. O primeiro país foram os Estados Unidos e o segundo, a China. 
Conforme o Guia da BDO Auditores Independentes (2010), as principais alterações 
ocorridas com a harmonização das práticas contábeis no Brasil são as seguintes:
QUADRO 1 – PRINCIPAIS ALTERAÇÕES OCORRIDAS COM A HARMONIZAÇÃO DAS PRÁTICAS 
CONTÁBEIS NO BRASIL
Antes Depois
Publicação da DOAR (Demonstração das 
Origens e Aplicações de Recursos).
Publicação da DFC (Demonstração dos Fluxos de Caixa).
As companhias fechadas com patrimônio 
líquido não superior a R$ 1 milhão eram 
desobrigadas a publicar a DOAR.
As companhias fechadas com patrimônio líquido inferior 
a R$ 2 milhões são desobrigadas a publicar a DFC.
A DVA (Demonstração do Valor 
Adicionado) não era exigida.
DVA (Demonstração do Valor Adicionado) exigida para 
as companhias abertas.
A escrituração contábil era efetuada 
de acordo com os princípios de 
contabilidade geralmente aceitos e 
pela legislação comercial, podendo 
registrar nos livros comerciais ou em 
livros auxiliares os ajustes decorrentes 
da legislação tributária ou de legislação 
específica sobre a atividade da sociedade.
A escrituração contábil é efetuada de acordo com 
as práticas contábeis adotadas no Brasil. Eventuais 
alterações oriundas da legislação tributária ou legislações 
especiais devem ser mantidas em livros auxiliares sem 
prejuízo às práticas contábeis que serão adotadas.
A CVM expedia normas contábeis de 
acordo com os princípios de contabilidade 
geralmente aceitos.
A CVM deve expedir normas contábeis em consonância 
com os padrões internacionais de contabilidade (IFRS).
Não havia obrigatoriedade de aplicação, 
pelas companhias fechadas, das normas 
e resoluções da CVM.
As companhias fechadas podem optar por observar as 
normas contábeis emanadas da CVM.
Os efeitos de ajustes contábeis (com 
algumas exceções previstas na legislaçãotributária) eram considerados na base de 
incidências dos impostos.
Os efeitos de ajustes contábeis decorrentes da mudança 
de norma contábil não podem ser considerados na base 
de incidências dos impostos.
O ativo permanente era dividido em: 
investimentos, ativo imobilizado e ativo 
diferido.
O grupo de ativo permanente foi extinto e os novos 
grupamentos são: investimentos, imobilizado e intangível.
O patrimônio líquido era dividido em: 
capital social, reservas de capital, reservas 
de reavaliação, reservas de lucros e lucros 
ou prejuízos acumulados.
O patrimônio líquido deve ser dividido em: capital social, 
reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, 
reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos 
acumulados.
UNIDADE 1 | ESTRUTURA CONCEITUAL PARA A ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
6
Os prêmios recebidos na emissão de 
debêntures, bem como as doações e as 
subvenções para investimento, podiam 
ser registrados como reservas de capital.
Os prêmios recebidos na emissão de debêntures, bem 
como as doações e as subvenções para investimento 
devem integrar o resultado do exercício.
Aumentos de valores nos saldos de 
ativos eram registrados como reserva de 
reavaliação, no patrimônio líquido.
Aumentos ou diminuições de valores nos saldos de ativos 
e passivos decorrentes de avaliações a preço de mercado 
devem ser registrados na conta de ajustes de avaliação 
patrimonial, no patrimônio líquido.
Os ativos eram avaliados pelo seu custo 
ou pelos seus valores de mercado, dos 
dois o menor, sempre deduzido de 
provisões para perdas, amortização, 
depreciação ou exaustão.
Os ativos devem ser avaliados pelo custo ou mercado, 
dos dois o menor, sempre deduzido de provisões para 
perdas. Para rubricas específicas, é aceita a contabilização 
pelo valor de mercado. Para os ativos de longo prazo, 
devem ser efetuados ajustes a valor presente. O produto 
de operações com instrumentos financeiros deve ser 
registrado em consonância com as regras especificadas da 
lei. Periodicamente, a entidade deve avaliar a recuperação 
dos valores do ativo imobilizado, intangível e diferido 
e, sempre que necessário, devem ser ajustados aos seus 
valores de realização.
Os passivos eram avaliados de forma 
conservadora e acrescidos de todos 
os encargos, juros, multas, correções e 
variações cambiais cabíveis.
Os passivos serão avaliados de forma conservadora, 
acrescidos de todos os encargos, juros, multas, correções 
e variações cambiais cabíveis. Os passivos de longo prazo 
serão ajustados ao seu valor presente e aos saldos de curto 
prazo, quando houver efeito relevante.
Nas operações de incorporação, fusão 
ou cisão, os saldos vertidos podiam ser 
registrados pelos valores contábeis.
Nas operações de incorporação, fusão ou cisão, a CVM 
determinará os critérios contábeis a serem praticados.
As controladas deviam ser avaliadas pelo 
método da equivalência patrimonial.
As controladas, sociedades que fazem parte do mesmo 
grupo que estejam sob controle comum, devem ser 
avaliadas pelo método de equivalência patrimonial.
As companhias abertas eram obrigadas a 
publicar as suas demonstrações contábeis 
devidamente auditadas. As companhias 
fechadas eram obrigadas a publicar suas 
demonstrações contábeis.
As companhias abertas são obrigadas a publicar suas 
demonstrações contábeis devidamente auditadas. As 
companhias fechadas são obrigadas a publicar suas
demonstrações contábeis. As empresas (ou grupo de 
empresas sob controle comum) enquadradas como 
sociedades de grande porte, ou seja, com receita bruta 
anual superior a R$ 300 milhões ou ativo total superior 
a R$ 240 milhões, mesmo que não constituídas como 
sociedades por ações, estão obrigadas a observar as 
práticas contábeis previstas na lei ou na CVM, incluindo 
a auditoria de suas demonstrações contábeis.
CPC A CVM, o BACEN e demais órgãos e agências reguladoras 
podem celebrar convênio com órgãos técnicos de 
contabilidade no intuito de emitir normas contábeis. 
Apesar de o seu nome não estar descrito na lei, o órgão 
que está desempenhando a função de emitir normas 
contábeis em consonância com os IFRS e em convênio com 
a CVM e o CFC é o CPC (Comitê de Pronunciamentos 
Contábeis).
FONTE: Adaptado de: <http://www.bdotrevisan.com.br/portugues/PDFs/online.pdf>. Acesso em: 
1 ago. 2010.
TÓPICO 1 | HARMONIZAÇÃO MUNDIAL DAS PRÁTICAS CONTÁBEIS
7
Toda a alteração teve início com o Projeto de Lei 3.741 de 2000, porém 
somente com a Lei 11.638 de 2007 e com a Lei 11.941 de 2009 houve a aprovação 
das referidas mudanças, as quais, na grande maioria, já estão vigentes desde 1 de 
janeiro de 2008.
3 NORMA BRASILEIRA DE CONTABILIDADE NBC TG – 
ESTRUTURA CONCEITUAL
Em 28 de março de 2008, através da resolução CFC nº 1.121/08, o Conselho 
Federal de Contabilidade – CFC aprovou a Norma Brasileira de Contabilidade 
Técnica NBC T1, que posteriormente teve sua nomenclatura alterada pela 
Resolução nº 1.329/11, passando a denominar-se NBC TG – ESTRUTURA 
CONCEITUAL, intitulando-se como a Estrutura Conceitual para a Elaboração e 
Apresentação das Demonstrações Contábeis.
A NBC TG – Estrutura Conceitual já está em consonância com a 
exigência de harmonização mundial das práticas contábeis, ou seja, já está 
adequada às necessidades informacionais internacionais que requerem uma 
contabilidade uniforme. 
O principal tema da NBC TG – Estrutura Conceitual que faz parte deste 
tópico é a estrutura básica das demonstrações contábeis, contendo, dentre outros 
assuntos, os usuários da contabilidade e suas necessidades informacionais. 
Conforme a NBC TG – Estrutura Conceitual, as demonstrações contábeis 
geralmente são preparadas e apresentadas, principalmente para os usuários 
externos, tendo em vista suas finalidades distintas e necessidades diversas. 
Sendo assim, por exemplo, os governos, órgãos reguladores ou autoridades 
fiscais podem especificamente determinar exigências para atender a seus 
próprios fins, entretanto, essas exigências não devem afetar as demonstrações 
contábeis preparadas segundo esta Estrutura Conceitual, uma vez que essas são 
padronizadas.
NOTA
A grande diferença entre os usuários internos e externos da contabilidade 
está no tipo de informação requerida. De forma geral, os usuários externos buscam uma 
informação padronizada, comum a todos. Já os usuários internos buscam uma informação 
detalhada, muitas vezes, apenas para atender uma finalidade específica, como, por exemplo: 
orçamentos, custos de produção, créditos tributários etc.
UNIDADE 1 | ESTRUTURA CONCEITUAL PARA A ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
8
De acordo com a NBC TG – Estrutura Conceitual, dentre as principais 
informações que são comuns a vários tipos de usuários externos destacam-se:
1 decidir quando comprar, manter ou vender um investimento em ações;
2 avaliar a Administração quanto à responsabilidade que lhe tenha sido conferida, 
qualidade de seu desempenho e prestação de contas;
3 avaliar a capacidade da entidade de pagar seus empregados e proporcionar-
lhes outros benefícios;
4 avaliar a segurança quanto à recuperação dos recursos financeiros emprestados 
à entidade;
5 determinar políticas tributárias;
6 determinar a distribuição de lucros e dividendos;
7 preparar e usar estatísticas da renda nacional; ou
8 regulamentar as atividades das entidades.
Percebe-se que, das informações anteriormente destacadas, praticamente 
todas podem ser obtidas, simplesmente por meio das demonstrações contábeis, 
sem a necessidade de algum outro relatório específico emitido pela contabilidade.
NOTA
As demais NBCs podem ser obtidas no site do Conselho Federal de Contabilidade, 
disponível em: <http://www.cfc.org.br>.
Junto às demonstrações contábeis são apresentadas as notas explicativas 
e/ou quadros explicativos, onde estes são considerados parte integrante dessas 
demonstrações. Conforme a NBC TG – Estrutura Conceitual, essas informações 
suplementares podem conter, por exemplo, informaçõesfinanceiras sobre 
segmentos ou divisões industriais ou divisões situadas em diferentes locais e 
divulgações sobre os efeitos das mudanças de preços. As demonstrações contábeis 
não incluem, entretanto, itens como relatórios da administração, relatórios do 
presidente da entidade, comentários e análises gerenciais e itens semelhantes que 
possam ser incluídos em um relatório anual ou financeiro.
TÓPICO 1 | HARMONIZAÇÃO MUNDIAL DAS PRÁTICAS CONTÁBEIS
9
4 USUÁRIOS E SUAS NECESSIDADES DE INFORMAÇÕES
Vários são os usuários da informação contábil e, de maneira geral, 
praticamente todos têm uma necessidade específica, ou seja, apenas algum 
tipo de informação contábil que possa vir a interessar. Obviamente, as demais 
informações não seriam inúteis, porém, naquele momento, para aquela decisão, 
somente há a necessidade de uma ou mais informações específicas.
Segundo a NBC TG – Estrutura Conceitual, os principais usuários externos 
da informação contábil seriam:
• Investidores: Responsáveis pela inserção de capital na empresa. Preocupam-
se com o risco inerente ao investimento e o retorno que ele produz. Precisam 
constantemente de informações para ajudá-los a decidir se devem comprar, 
manter ou vender investimentos.
• Empregados: Os empregados e seus representantes estão interessados em 
informações sobre a estabilidade e a lucratividade de seus empregadores. 
Também se interessam por informações que lhes permitam avaliar a 
capacidade que tem a entidade de prover sua remuneração, seus benefícios de 
aposentadoria e suas oportunidades de emprego.
• Credores por empréstimos: Estes estão interessados em informações que lhes 
permitam determinar a capacidade da entidade em pagar seus empréstimos e 
os correspondentes juros no vencimento em dia, além de conceder possíveis 
novos empréstimos ou financiamentos.
• Fornecedores e outros credores comerciais: Os fornecedores e outros credores 
estão interessados em informações que lhes permitam avaliar se as importâncias 
que lhes são devidas serão pagas nos respectivos vencimentos. Normalmente 
estes usuários têm uma participação menor do que os credores por empréstimos, 
porém, estão em maior número nas empresas. 
• Clientes: Os clientes têm interesse em informações sobre a continuidade 
operacional da entidade, especialmente quando têm um relacionamento em 
longo prazo com ela, ou dela dependem como fornecedor importante.
• Governo e suas agências: Os governos e suas agências estão interessados na 
destinação de recursos e, portanto, nas atividades das entidades. Necessitam 
também de informações a fim de regulamentar as atividades das entidades, 
estabelecer políticas fiscais e servir de base para determinar a renda nacional e 
estatísticas semelhantes.
UNIDADE 1 | ESTRUTURA CONCEITUAL PARA A ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
10
• Público: As entidades afetam o público de diversas maneiras. Elas podem, 
por exemplo, fazer contribuição substancial à economia local de vários 
modos, inclusive empregando pessoas e utilizando fornecedores locais. As 
demonstrações contábeis podem ajudar o público fornecendo informações 
sobre a evolução do desempenho da entidade e os desenvolvimentos recentes, 
além de evidenciar os benefícios concedidos à sociedade pela operacionalidade 
da empresa no local onde a empresa está situada.
Muitos outros grupos ainda estão interessados na informação contábil, 
como, por exemplo, agências de crédito, associações comerciais e industriais, 
concorrentes, analistas financeiros e cidadãos privados.
Estes seriam os principais usuários externos da informação contábil, 
entretanto, existe outro tipo de usuário, o interno. O principal usuário interno 
da informação contábil é a própria administração da empresa que faz uso dessas 
informações para possíveis decisões estratégicas. Dentro da empresa, outros 
usuários internos da informação são os gerentes dos diversos departamentos, 
que fazem uso da informação para tomar decisões mais em nível operacional ou 
tático, para então seguir o direcionamento posposto pela administração.
A administração, a fim de atender às suas próprias necessidades para 
dar suporte ao processo de tomada de decisões, tem o privilégio e o direito de 
obter informações muito mais detalhadas ou adicionais às apresentadas nas 
demonstrações contábeis.
UNI
Iudícibus e Marion (2002) dizem que a tarefa básica do Contador é produzir e/ou 
gerenciar tais informações úteis sempre levando em consideração a prontidão, clareza e precisão.
5 OBJETIVO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Para que as demonstrações contábeis atendam as necessidades comuns 
da maioria dos usuários e que, consequentemente, sejam úteis, faz-se necessário 
que sigam um objetivo essencial que é fornecer informações sobre a posição 
patrimonial e financeira, o desempenho e as mudanças na posição financeira e 
econômica da entidade.
Dentro desse objetivo, Iudícibus (1998) comenta que o estudo das 
demonstrações contábeis permite que se projetem resultados por meio de 
orçamentos, que se torne possível identificar onde e por que se investem recursos e 
TÓPICO 1 | HARMONIZAÇÃO MUNDIAL DAS PRÁTICAS CONTÁBEIS
11
que os fornecedores, clientes e governo, assim como os funcionários, acompanhem 
o desenvolvimento das atividades das entidades, gerando informações do tipo:
• Situação financeira e econômica.
• Desempenho (investimento X retorno).
• Eficiência na utilização de recursos.
• Pontos fortes e fracos.
• Quadro evolutivo.
• Adequação das fontes às aplicações de recursos.
• Causas das alterações na situação financeira.
• Causas nas alterações da rentabilidade.
• Evidência de erros na administração.
• Providências que deveriam ser tomadas.
Em função de as demonstrações contábeis serem encerradas com data passada 
à sua divulgação, é preciso ficar atento a possíveis variações relevantes dentro desse 
período e, se for preciso, divulgar em notas explicativas tais possíveis eventos.
ESTUDOS FU
TUROS
No Tópico 4 da Unidade 3 serão evidenciados os principais itens que devem 
constar nas notas explicativas.
De acordo com a NBC TG – Estrutura Conceitual, as demonstrações contábeis 
também objetivam apresentar os resultados da atuação da Administração na gestão 
da entidade e sua capacitação na prestação de contas quanto aos recursos que lhe 
foram confiados. Aqueles usuários que desejam avaliar a atuação ou a prestação de 
contas da Administração fazem-no com a finalidade de estarem em condições de 
tomar decisões econômicas que podem incluir, por exemplo, manter ou vender seus 
investimentos na entidade ou reeleger ou substituir a Administração.
NOTA
Enquanto o Balanço Patrimonial evidencia valores de caráter financeiro, como, 
por exemplo, capacidade de pagamento, valores a receber e a pagar, investimentos etc., a 
Demonstração do Resultado do Exercício evidencia valores de caráter econômico, como, por 
exemplo, receitas, custos, despesas, lucro ou prejuízo etc.
12
Neste tópico vimos que através do Comitê de Pronunciamentos Contábeis 
– CPC que as Normas Brasileiras de Contabilidade – NBC, estão sendo emitidas 
de acordo com as IFRS (International Financial Reporting Standard). 
• Entre as principais alterações provocadas pela harmonização das práticas 
contábeis no Brasil, analisamos a Norma Brasileira de Contabilidade NBC TG 
– ESTRUTURA CONCEITUAL, denominada de Estrutura Conceitual para a 
Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis. 
• Conhecemos os principais usuários externos e internos da Contabilidade e sua 
necessidade informacional. 
• Destacamos o objetivo das demonstrações contábeis e quais informações 
podem ser geradas e analisadas a partir delas.
RESUMO DO TÓPICO 1
13
1 Qual a importância do CPC na harmonização das práticas contábeis no 
Brasil?
2 Qual demonstração contábil deixou de ser obrigatória com a Lei nº 11.638/07 
e quais demonstrações passaram a ser exigidas? Quais critérios são exigidos 
para que as novas demonstrações sejam publicadas?
3 O que houve com o AtivoPermanente com o advento da Lei nº 11.638/07?
4 Qual a diferença entre usuários externos e internos da Contabilidade?
5 Cite pelo menos três usuários (internos ou externos) da Contabilidade e sua 
necessidade informacional.
6 Qual o principal objetivo das demonstrações contábeis e que informações 
podem ser geradas a partir delas?
7 Qual a diferença entre informações financeiras e econômicas e quais 
demonstrações contábeis em específico geram separadamente esse tipo de 
informação?
AUTOATIVIDADE
14
15
TÓPICO 2
CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DAS DEMONSTRAÇÕES 
CONTÁBEIS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Segundo o NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL, existem duas características 
fundamentais e que devem obrigatoriamente conter nas demonstrações contábeis 
tornando-as úteis aos usuários na tomada de decisão denominadas de RELEVÂNCIA 
e REPRESENTAÇÃO FIDEDIGNA.
Existem ainda outras características qualitativas que melhoram a 
utilidade das demonstrações contábeis para fins de tomada de decisão que são 
a COMPREENSIBILIDADE, COMPARABILIDADE, TEMPESTIVIDADE e 
VERIFICABILIDADE. 
Desta forma, uma demonstração contábil para ser útil ao seu usuário 
necessita ser concomitantemente relevante e representar fidedignamente a 
situação econômica e financeira de uma entidade.
As demonstrações contábeis podem apresentar maior utilidade em suas 
informações, quando a relevância e representação fidedigna apresentam as 
caraterísticas de melhorias.
Todas elas são direcionadas à elaboração da informação contábil com o 
objetivo de aperfeiçoá-lo ao seu usuário. Veremos a seguir os conceitos destas 
características e sua aplicabilidade junto às demonstrações contábeis.
NOTA
Evidente que toda e qualquer interpretação da informação contábil necessitará 
de um conhecimento razoável dos negócios, atividades econômicas e demais informações 
da empresa à disposição, para que então se possa ter um resultado mais próximo da realidade 
e do que é realmente esperado.
UNIDADE 1 | ESTRUTURA CONCEITUAL PARA A ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
16
A compreensibilidade está relacionada à clareza e objetividade com que 
a informação contábil é evidenciada, abrangendo desde elementos de natureza 
formal como simples relatórios, como a organização espacial e recursos gráficos 
empregados, até a redação e técnica de exposição utilizadas.
Conforme Iudícibus (2009, p. 66), “[...] a compreensibilidade revela 
a qualidade da informação contábil que deve ser exposta da forma mais 
compreensível possível, para que o usuário possa efetivamente entendê-la e 
utilizá-la de forma cabal nas tomadas de decisões”.
NOTA
A empatia é um aspecto muito importante a ser lavado em consideração 
na elaboração de informações, ou seja, pergunta-se a si mesmo se, da forma em que se 
evidencia a informação, poderá o usuário, com seu grau de conhecimento, entender de fato 
o que se está querendo passar?
Porém, segundo a NBC TG – Estrutura Conceitual, mesmo as informações 
sobre assuntos mais complexos devem ser incluídas nas demonstrações contábeis 
por causa, geralmente, da sua relevância no processo de tomada de decisão, 
pelos usuários. Essas informações não devem ser excluídas em hipótese alguma, 
inclusive sob o pretexto de que seria difícil que certos usuários as entendessem.
2 RELEVÂNCIA
A relevância da informação está totalmente relacionada à sua utilidade. 
Quanto mais útil for a informação, mais relevante ela será frente às necessidades 
do usuário, ou seja, deve estar relacionada às necessidades de informação de um 
receptor específico para uma situação específica.
Conforme a NBC TG – Estrutura Conceitual, as informações são 
relevantes quando podem influenciar as decisões econômicas ou financeiras de 
seus usuários, ajudando-os a avaliar o impacto de eventos passados, presentes ou 
futuros, confirmando ou corrigindo as suas avaliações anteriores.
A partir das informações geradas pela contabilidade são tomadas várias 
decisões, que podem levar em consideração elementos do ativo, passivo ou do 
resultado. Por exemplo, na aquisição de máquinas e equipamentos para uso 
operacional da empresa é levado em consideração, principalmente, o custo versus 
benefício dessa transação. Nesse caso, teríamos como informações relevantes, por 
exemplo: a disponibilidade financeira para compra do bem; o possível acréscimo 
TÓPICO 2 | CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
17
NOTA
NOTA
A tomada de decisão nas empresas acontece constantemente e, para isso, 
várias informações são requeridas, principalmente pelos usuários internos. Por essa razão, 
na maioria das vezes, depende do contador diagnosticar se uma informação poderá ou não 
ser relevante.
A relevância da informação está em se analisar o passado com a intenção de 
que este, de alguma maneira, possa auxiliar neste momento ou no futuro.
no endividamento da empresa e os encargos financeiros então gerados; a mão de 
obra necessária; a matéria-prima disponível e demais recursos, além, é claro, da 
relação entre oferta e procura, uma vez que na aquisição de novas máquinas há 
tendência de maior produtividade.
A contabilidade se utiliza da informação passada como base para previsão 
ou possíveis mudanças que devam ocorrer na empresa, no presente ou futuro. 
Entretanto, pelo fato de as demonstrações contábeis serem encerradas com data 
anterior à sua divulgação, muitos usuários criticam a contabilidade por não 
fornecer subsídio a tempo para a tomada de decisão. Sendo assim, a geração da 
informação contábil, para ser relevante, necessita de certa rapidez. Ressalta-se que 
apenas a divulgação da informação ou das próprias demonstrações contábeis, 
mesmo que a tempo, na maioria das vezes, deixa de ser relevante se não analisada, 
ou seja, torna-se apenas uma questão burocrática.
A relevância da informação também está relacionada à sua materialidade. 
O conceito de materialidade é definido por Iudícibus (2009) como sendo a 
diferença entre custo versus benefício, ou seja, quando o benefício gerado na 
execução de uma atividade é menor do que o custo necessário para obtê-la. Por 
exemplo: na conciliação bancária, quando há uma diferença de centavos e que 
esta não ocorrer frequentemente é possível que seja feito um pequeno ajuste em 
seu fechamento, para que então, o custo dos serviços do contabilista não supere 
o serviço de achar a diferença.
UNIDADE 1 | ESTRUTURA CONCEITUAL PARA A ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
18
Para a NBC TG – Estrutura Conceitual uma informação é material 
‘perceptível’ se a sua omissão ou distorção puder influenciar as decisões 
econômicas ou financeiras dos usuários, tomadas com base nas demonstrações 
contábeis. A materialidade, geralmente, depende do tamanho do item ou do 
erro, julgado nas circunstâncias específicas de sua omissão ou distorção. Assim, 
a materialidade proporciona um limite de informações ao invés de ser uma 
característica qualitativa primária que a informação necessita ter para ser útil.
3 REPRESENTAÇÃO FIDEDIGNA
Conforme a NBC TG – Estrutura Conceitual, para ser útil, a informação 
deve ser confiável, ou seja, deve estar livre de erros ou vieses relevantes e 
representar adequadamente aquilo a que se propõe representar.
A respeito da confiabilidade das informações contábeis, a NBC TG 
ESTRUTURA CONCEITUAL (2011) em seu item QC 12, afirma que:
Os relatórios contábil-financeiros representam um fenômeno 
econômico em palavras e números. Para ser útil, a informação contábil-
financeira não tem só que representar um fenômeno relevante, mas 
tem também que representar com fidedignidade o fenômeno que se 
propõe representar. Para ser representação perfeitamente fidedigna, a 
realidade retratada precisa ter três atributos. Ela tem que ser completa, 
neutra e livre de erro. É claro, a perfeição é rara, se de fato alcançável. O 
objetivo é maximizar referidos atributos na extensão que seja possível.
Todas as demonstrações contábeis devem ser confiáveis, caso contrário 
a credibilidadetanto da contabilidade como também do próprio contador 
ou empresa estaria ameaçada. De acordo com Iudícibus (2009, p. 65), “[...] 
a confiabilidade é a qualidade (atributo) que faz com que o usuário aceite a 
informação contábil e a utilize como base para suas decisões, tornando-se, assim, 
um elo fundamental entre o usuário e a própria informação”.
 
Na contabilidade, há casos de difícil mensuração em que o contador 
pode ficar em dúvida quanto aos valores a serem registrados. Nessa situação, 
aconselha-se que não sejam reconhecidos nas demonstrações contábeis tais 
lançamentos, porém é imprescindível que essas informações sejam apresentadas 
em notas explicativas. São exemplos de situações de difícil mensuração: 
reclamações trabalhistas, quando há grande diferença entre valores levantados 
por empregado e empregador; processos ambientais movidos contra a empresa 
no caso, por exemplo, de desmatamentos de florestas, poluição de rios, lagos ou 
mares etc.; indenizações diversas causadas, por exemplo, por acidentes ou morte 
de empregados, clientes etc.
TÓPICO 2 | CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
19
4 COMPREENSIBILIDADE
Pelo próprio nome da característica qualitativa, “compreensibilidade” 
está relacionada à forma em que a informação é evidenciada, ou seja, ela precisa 
ser simples e aceita por todos para que possa ser analisada e interpretada. 
 
De acordo com a NBC TG – Estrutura Conceitual, a compreensibilidade é 
uma qualidade essencial das informações apresentadas nas demonstrações contábeis 
para que elas sejam analisadas tanto pelos usuários internos quanto externos.
NOTA
Todas as informações contidas nas demonstrações contábeis devem refletir 
adequadamente a posição real da empresa naquela data, para isso, faz-se necessária 
uma conciliação rigorosa dos valores constantes no ativo, passivo e patrimônio líquido 
dessa entidade.
Demonstrações contábeis consolidadas são o resultado da somatória 
das demonstrações contábeis de várias empresas pertencentes a um mesmo 
grupo econômico, excluídos os saldos e os resultados de operações entre essas 
empresas. A consolidação das demonstrações contábeis tem como objetivo 
refletir o resultado das operações e a verdadeira situação econômica, patrimonial 
e financeira de todo o grupo de empresas sob um único comando, como se fosse 
uma única empresa e apresentar o resultado das operações do grupo de empresas.
De acordo com Perez e Oliveira (2007), as demonstrações contábeis 
consolidadas permitem a seguinte análise:
• índices de liquidez e endividamento do grupo;
• índices de lucratividade por empresa e global;
• potencial do grupo de geração de recursos;
• todos os índices aplicáveis à controladora e a cada controlada podem ser ana-
lisados e comparados com os índices consolidados;
• melhor administração e gerenciamento dos recursos financeiros gerados e apli-
cados pelo grupo de empresas;
• fluxo de caixa global;
UNIDADE 1 | ESTRUTURA CONCEITUAL PARA A ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
20
• avaliação das necessidades de recursos de terceiros e ou de acionistas;
• reciprocidade bancária;
• melhor avaliação de desempenho isolado e global;
• melhor planejamento tributário;
• evitar pagamento de tributos sobre lucros não realizados decorrentes de ope-
rações entre empresas consolidadas.
Entretanto, poucas empresas estão obrigadas à elaboração das 
demonstrações contábeis consolidadas, porém, aconselha-se que todas a façam.
UNI
No decorrer do curso de Ciências Contábeis você verá de maneira completa o 
assunto que trata da consolidação das demonstrações contábeis.
A neutralidade é outro fator que deve ser levado em consideração na 
característica de confiabilidade. Conforme a NBC TG – Estrutura Conceitual, para 
ser confiável, a informação contida nas demonstrações contábeis deve ser neutra, 
isto é, imparcial. As demonstrações contábeis não são neutras se, pela escolha 
ou apresentação da informação, induzirem a tomada de decisão ou julgamento, 
visando atingir um resultado ou desfecho predeterminado.
O contador, por mais pressionado que seja em sua função, não pode em 
hipótese alguma ser influenciado por qualquer pessoa ou empresa a cometer algo 
que vá contra a legislação e seus princípios morais.
NOTA
É importante a impessoalidade (neutralidade) do contador – em relação aos 
usuários dos informes contábeis – que, quanto mais objetivos forem, mais imparciais e 
exatos (não enviesados) serão aqueles informes.
TÓPICO 2 | CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
21
O contador deve ser conservador de tal forma que este possa antecipar 
o prejuízo e nunca antecipar lucro. Dessa forma, ele não estará influenciando os 
usuários das informações contábeis, por exemplo, a um otimismo que poderá 
ser ilusório.
Para completar a característica qualitativa da confiabilidade, as 
demonstrações contábeis precisam ser íntegras, ou seja, devem estar completas, 
sem omissões de informações quantitativas (valores) ou qualitativas (evidenciação 
conceitual). Todas as contas contábeis precisam ser evidenciadas e mensuradas 
adequadamente.
Qualquer informação adicional que vier agregar valor para o usuário da 
informação contábil deve ser evidenciada em notas explicativas para que este não 
seja prejudicado.
5 COMPARABILIDADE
Conforme o próprio conceito, “comparabilidade” é uma das características 
qualitativas das demonstrações contábeis que permite ao usuário da informação 
contábil acompanhar a evolução da entidade, ou seja, possibilita o conhecimento 
da evolução da informação, de forma a identificar as variações de um período 
para outro.
Exige-se que, ao menos, sejam divulgados dois anos em todas as 
demonstrações contábeis para fins de comparação entre um período e outro. Assim, 
por exemplo, nas demonstrações contábeis referentes ao ano de 2009 haverá mais 
uma coluna com os valores de 2008. 
 
De acordo com a NBC TG – Estrutura Conceitual, os usuários devem 
comparar as demonstrações contábeis de uma entidade ao longo do tempo, a 
fim de identificar e analisar tendências na sua posição patrimonial e financeira 
e no seu desempenho. Os usuários devem também ser capazes de comparar as 
demonstrações contábeis de diferentes entidades a fim de avaliar, em termos 
relativos, a sua posição patrimonial e financeira, o desempenho e as mutações na 
posição financeira e econômica. Consequentemente, a mensuração e apresentação 
dos efeitos financeiros e econômicos de transações semelhantes e outros eventos 
devem ser feitas de modo consistente pela entidade ao longo dos diversos períodos 
e também por entidades diferentes.
Para que haja a comparabilidade nas demonstrações contábeis, faz-
se necessário que essas sejam consistentes, ou seja, a empresa deve adotar no 
exercício atual os mesmos critérios e procedimentos contábeis adotados em 
exercícios anteriores. Um exemplo de mudança de critério contábil é a forma 
em que a empresa rateia os custos indiretos de fabricação. Se a empresa vinha 
rateando os custos indiretos de fabricação com base no material direto utilizado 
na produção, não pode, simplesmente, a cada ano mudar esse critério, como, por 
exemplo, passar a ratear com base na mão de obra direta. Obviamente que, se a 
UNIDADE 1 | ESTRUTURA CONCEITUAL PARA A ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
22
mudança se faz necessária para que o resultado contábil seja mais preciso, então, 
deve ser evidenciado nas notas explicativas o efeito ocasionado pela mudança e o 
motivo que levou a empresa a adotar tal critério.
Para Marion (2008, p. 47), “[...] uma vez adotado certo critério contábil, 
dentro de vários igualmente relevantes, ele não deverá ser alterado, de ano para 
ano, porque, em assim o fazendo, impossibilitaria a comparação dos relatórios 
contábeis”.
Ressalta-se que, segundo a NBC TG – Estrutura Conceitual, a necessidade 
de comparabilidade não deve ser confundida com mera uniformidade e não se 
deve permitir que se torne um impedimentoà introdução de normas contábeis 
aperfeiçoadas ou qualquer exigência legal. Não é apropriado que uma entidade 
continue contabilizando da mesma maneira uma transação ou evento se a prática 
contábil adotada não está em conformidade com as características qualitativas de 
relevância e confiabilidade. Também é inapropriado manter práticas contábeis 
quando existem alternativas mais relevantes e confiáveis.
Com o objetivo de propiciar ao usuário da informação contábil uma 
evidenciação mais simples e objetiva, as demonstrações contábeis podem ser 
publicadas com a eliminação de dígitos, principalmente de números gran des. 
Assim, por exemplo, quando se tem números como $ 936.428.621, podem-se 
eliminar os três dígitos (621) e ficar com $ 936.428, desde que se coloque, no cabe-
çalho das demonstrações, a expressão em milhares (ou em $ mil).
6 VERIFICABILIDADE
A verificabilidade é uma característica de melhoria das informações 
contábeis em que é possível vários observadores promoverem consenso sobre 
determinada informação, embora possam não chegar a um acordo completo, 
porém podem representar a fidedignidade necessária a que se propõe.
Segundo a NBC TG – ESTRUTURA CONCEITUAL (2011), a 
verificabilidade pode ser direta ou indireta. Podemos dizer que é direta quando 
podemos observar diretamente, como por exemplo, uma contagem física de caixa, 
do estoque e determinado imobilizado. 
A forma indireta ocorre quando “Verificação indireta significa checar os 
dados de entrada do modelo, fórmula ou outra técnica e recalcular os resultados 
obtidos por meio da aplicação da mesma metodologia” (NBC TG – ESTRUTURA 
CONCEITUAL, 2011). 
TÓPICO 2 | CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
23
Um exemplo, seria a verificação dos saldos de estoques conforme a 
movimentação das fichas de controles em quantidade e custos de aquisição, 
confrontando com o saldo final, de acordo com o método selecionado.
Desta forma, pode-se dizer que a verificabilidade ajuda representação 
fidedigna e relevância de uma informação quanto a um fenômeno econômico 
analisado.
7 TEMPESTIVIDADE
A tempestividade é uma qualidade de melhoria das informações contábeis, 
quando aplicada, pois parte do princípio de que uma informação útil deve ser 
disponibilizada em tempo de influenciar uma decisão.
A este respeito a NBC TG – ESTRUTURA CONCEITUAL (2011) diz que a 
“Tempestividade significa ter informação disponível para tomadores de decisão 
a tempo de poder influenciá-los em suas decisões. Em geral, a informação mais 
antiga é a que tem menos utilidade”.
Assim, vamos supor que um analista realizou uma análise excelente com 
informações relevantes acerca da aquisição de determinada empresa, mas que não 
chegou a tempo para influenciá-la no processo decisório, assim esta informação 
não tempestiva não influenciou na tomada de decisão.
Desta forma, também se pode dizer que a tempestividade ajuda a 
representação fidedigna e a relevância de uma informação quanto a um fenômeno 
econômico analisado.
24
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico identificamos e compreendemos quais e como são as 
caraterísticas qualitativas necessárias para uma informação contábil-financeira 
ser útil à tomada de decisão.
• As características qualitativas se dividem em características fundamentais 
e características de melhorias. As características fundamentais são a 
RELEVÊNCIA e REPRESENTAÇÃO FIDEDIGNA, enquanto as características 
de melhorias são a COMPREENSIBILIDADE, COMPARABILIDADE, 
TEMPESTIVIDADE e VERIFICABILIDADE. 
• Verificamos que a aplicação das características qualitativas fundamentais e de 
melhorias quando da elaboração da informação contábil-financeira, têm como 
principal objetivo a evidenciação dessa informação com precisão, prontidão e 
clareza, ou seja, de forma completa, neutra e livre de erros aos seus usuários.
• Por fim, é importante lembrar que o contador ao se defrontar com eventos 
econômicos deverá se reportar às características qualitativas da informação 
contábil-financeira de forma neutra, sem induzir o usuário a uma interpretação 
enganosa. Para isso, as demonstrações contábeis, com base nas suas 
características qualitativas apresentadas, precisam evidenciar o que de fato 
está ocorrendo na entidade, de forma comparativa, clara e objetiva.
25
1 Qual a importância da característica compreensibilidade que deve constar 
nas demonstrações contábeis?
2 O que você entende por informações relevantes na contabilidade?
3 Quando podemos dizer que uma informação é material?
4 O que acontece quando a informação contábil deixa de ser confiável?
5 Defina como seria um contador neutro na execução de suas tarefas.
6 Qual o objetivo da característica comparabilidade nas demonstrações 
contábeis?
AUTOATIVIDADE
26
27
TÓPICO 3
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Neste terceiro tópico veremos resumidamente quais são as demonstrações 
contábeis exigidas pela legislação societária. Faremos um comparativo do que era 
exigido pela Lei nº 6.404/76 e do que, atualmente, é exigido pela Lei nº 11.638/07. 
Analisaremos quais são os elementos diretamente relacionados com as 
demonstrações contábeis e suas principais características.
Identificaremos quais os requisitos básicos para o reconhecimento de 
ativos, passivos receitas e despesas nas demonstrações contábeis.
Conheceremos algumas das bases de mensuração empregadas em 
diferentes graus e em variadas combinações nas demonstrações contábeis.
2 DEMONSTRAÇÕES EXIGIDAS PELA LEGISLAÇÃO 
SOCIETÁRIA
A Lei nº 11.638/07 trouxe grandes mordaças para a contabilidade no Brasil. 
Uma dessas mudanças foi a exigência legal das demonstrações contábeis. 
Para assegurar a aplicabilidade da referida lei, o CFC aprovou a NBC TG 
13 cujo tema é a adoção inicial da Lei nº 11.638/07 e da Medida Provisória nº 
449/08. Esta Norma, que está vigente atualmente, teve como objetivo assegurar 
que as primeiras demonstrações contábeis, elaboradas de acordo com as novas 
práticas contábeis adotadas no Brasil, bem como as demonstrações contábeis 
intermediárias, que se referem à parte do período coberto por essas demonstrações 
contábeis, fossem elaboradas já a partir de 1º de janeiro de 2008.
A seguir um comparativo do que era exigido pela Lei nº 6.404/76 e o que 
é exigido atualmente pela Lei nº 11.638/07:
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UNIDADE 1 | ESTRUTURA CONCEITUAL PARA A ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Lei nº 6.404/76 (Anterior) Lei nº 11.638/07 (Atual)
Balanço Patrimonial Balanço Patrimonial
Demonstração do Resultado do Exercício Demonstração do Resultado do Exercício
Demonstração de Lucros ou Prejuízos 
Acumulados ou Demonstração das Mutações 
do Patrimônio Líquido.
Demonstração de Lucros ou Prejuízos 
Acumulados ou Demonstração das Mutações 
do Patrimônio Líquido.
Demonstração de Origens e Aplicações de 
Recursos para as companhias fechadas com 
Patrimônio Líquido superior a R$ 1 milhão.
Demonstração de Fluxo de Caixa para as 
companhias fechadas com Patrimônio Líquido 
superior a R$ 2 milhões.
- Demonstração do Valor Adicionado para as 
companhias abertas.
Notas explicativas das demonstrações contábeis. Notas explicativas das demonstrações contábeis.
FONTE: O autor
QUADRO 2 – COMPARATIVO ENTRE AS LEIS 6.404/76 (ANTERIOR) E 11.638/07 (ATUAL)
Observa-se que a grande alteração, quando se trata da exigência das 
demonstrações contábeis a serem publicadas, foi a desobrigatoriedade da 
Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos – DOAR – e a obrigatoriedade 
da Demonstração de Fluxo de Caixa – DFC – e da Demonstração do Valor 
Adicionado – DVA.
ESTUDOS FU
TUROS
No decorrer da Unidade 2 e 3, você conhecerá as características, estrutura e 
objetivo de cada uma das demonstrações contábeis exigidas pela Lei nº 11.638/07, inclusive 
das Notas Explicativas, parte integrante dessas demonstrações.
3 ELEMENTOS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
As demonstrações contábeis representam o retrato financeiro e econômico 
da entidade contábil. Cada demonstração possui certascaracterísticas de 
evidenciação que precisam ser agrupadas por classe. Essas classes são chamadas 
de elementos das demonstrações contábeis. No Balanço Patrimonial, os elementos 
diretamente relacionados à mensuração da posição patrimonial e financeira são 
os ativos, os passivos e o Patrimônio Líquido. Já na Demonstração do Resultado 
do Exercício, os elementos diretamente relacionados com a mensuração do 
desempenho econômico são as receitas e as despesas.
De acordo com a NBC TG – ESTRUTURA CONCEITUAL, a apresentação 
desses elementos no balanço patrimonial e na demonstração do resultado 
envolve um processo de subclassificação. Por exemplo, ativos e passivos podem 
TÓPICO 3 | DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
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ser classificados por sua natureza ou função nos negócios da entidade, a fim de 
mostrar as informações da maneira mais útil aos usuários para fins de tomada de 
decisões econômicas.
Os itens que compõem o ativo são os bens e os direitos, considerados 
elementos positivos necessários para manter e operacionalizar as atividades 
cotidianas da entidade. Em 1958, D`Auria, citado por Iudícibus (2009, p. 123), 
afirma que ativo é “[...] o conjunto de meios ou a matéria posta à disposição do 
administrador para que este possa operar de modo a conseguir os fins que a 
entidade, entregue à sua direção, tem em vista.”
Segundo Iudícibus (2009), esta definição torna-se restrita, retratando 
apenas os bens tangíveis de uma empresa não dando ênfase a elementos tão 
importantes, hoje, como o goodwill.
NOTA
Goodwill = ativo intangível, capital intelectual.
FONTE: Disponível em: <http://www.congressousp.fipecafi.org/artigos22005/243.pdf>. 
Acesso em: 24 jul. 2010.
Em 1962, Sprouse e Moonitz, citados por Iudícibus (2009, p. 124), dizem: “[...] 
ativos representam benefícios futuros esperados, direitos que foram adquiridos 
pela entidade como resultado de alguma transação corrente e passada.”
Ao comentar a definição anterior, Iudícibus (2009, p. 124) diz que
 
A ênfase, nesta definição, está na potencialidade de serviços por parte 
dos ativos para a empresa. Aproxima-se de uma definição bastante 
precisa para nossas finalidades, embora dê, talvez, excessiva ênfase 
às transações presentes ou passadas. Ativos podem ser constituídos 
como resultado do esforço de pesquisa da empresa, de natureza 
contínua, pela organização excelente e por fatores intangíveis não 
necessariamente ligados a transações com o mundo exterior.
Em 1929, o professor Canning, citado por Hendriksen e Breda (1999, p. 
284), definiu um ativo como: “[...] qualquer serviço futuro em termos monetários 
ou qualquer serviço futuro conversível em moeda [...] cujos direitos pertencem 
legal ou justamente a alguma pessoa ou algum conjunto de pessoas. Tal serviço 
é um ativo somente para essa pessoa ou esse grupo de pessoas que o usufrui”.
Ao investigarmos os conceitos de ativo, chegamos à conclusão que quase 
todos os autores seguem a linha de raciocínio onde se define que o ativo consiste 
em benefícios futuros esperados.
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UNIDADE 1 | ESTRUTURA CONCEITUAL PARA A ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Dentre as contas contábeis que compõem o ativo destacam-se:
• Ativo Circulante: são os bens e direitos que estão constantemente em giro, 
sendo que sua realização ocorrerá no máximo até o final do próximo exercício 
social ou durante os próximos 12 meses.
• Ativo Não Circulante Realizável a Longo Prazo: direitos realizáveis após o 
término do exercício social subsequente. Na empresa em que o ciclo operacional 
tiver duração maior que o exercício social, a classificação, nesse grupo, terá por 
base o prazo desse ciclo.
• Ativo Não Circulante Investimentos: participações permanentes no capital 
social de outras sociedades (ou seja, o investimento feito pela empresa ao 
tornar-se sócia de outra pessoa jurídica). Também constam nessa conta direitos 
de qualquer natureza, não classificáveis no Ativo Circulante e que não se 
destinem à manutenção da atividade da empresa.
• Ativo Não Circulante Imobilizado: bens corpóreos destinados à manutenção 
das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, 
inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, 
riscos e controle desses bens. Exemplo: móveis e utensílios, instalações, 
imóveis, veículos, máquinas e equipamentos, leasing financeiro, comodato, 
bens de terceiros etc.
• Ativo Não Circulante Intangível: os direitos que tenham por objeto bens 
incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa 
finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. Exemplo: direitos autorais, 
software etc.
Os ativos são considerados como tais, pois sua natureza é sinônima de 
contribuição para geração e desenvolvimento das atividades operacionais, 
provocando, consequentemente, aumento nos fluxos financeiros da entidade. 
Além disso, esses ativos podem ser, se necessário, liquidados, trocados, alienados 
etc. ou, como no caso de um processo industrial, outra alternativa que reduza os 
custos de produção para que também aumente o fluxo financeiro. 
 
Segundo a NBC TG – ESTRUTURA CONCEITUAL, a entidade geralmente 
usa os seus ativos na produção e comercialização de mercadorias e prestação de 
serviços capazes de satisfazer os desejos e necessidades dos clientes. Uma vez que 
essas mercadorias ou serviços possam atender aos seus desejos ou necessidades, 
os clientes se dispõem a pagar por eles e contribuir assim para o fluxo de caixa 
da entidade. 
Dentre os benefícios econômicos e financeiros futuros que um ativo pode 
gerar para a entidade, destacam-se:
• utilização na atividade operacional da entidade (produção – comercialização – 
prestação de serviços);
TÓPICO 3 | DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
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• troca entre ativos (simples permuta que envolve pagamentos ou recebimentos 
por diferenças de valores);
• liquidação de passivos (utilização do próprio ativo para liquidar a obrigação).
Em sua essência os ativos podem ser considerados tangíveis (corpóreos), 
como, por exemplo, máquinas e equipamentos, veículos, construções etc. e também 
intangíveis (incorpóreos), como, por exemplo, patentes e direitos autorais. O fato 
de apenas considerar como ativo aquilo que for físico não é o bastante para sua 
caracterização.
Na contabilidade há necessidade que se controlem os bens que são de 
propriedade da entidade e aqueles que estão apenas em posse. Porém, o direito 
de propriedade não é essencial para o reconhecimento da existência do ativo. Um 
exemplo dessa situação é o arrendamento, no qual o proprietário cede o direito 
de uso do bem ao arrendatário que o registra como sendo seu ativo. 
De acordo com a NBC TG – ESTRUTURA CONCEITUAL, os ativos de 
uma entidade resultam de transações passadas ou outros eventos passados e, 
normalmente, os obtêm comprando ou produzindo. Mas outras transações ou 
eventos podem gerar ativos, como, por exemplo, quando um imóvel é recebido 
do governo como parte de um programa para fomentar o crescimento econômico 
da região onde se localiza a entidade.
NOTA
Transações ou eventos previstos para ocorrer no futuro não podem resultar, 
por si mesmos, no reconhecimento de ativos, por isso, por exemplo, a intenção de adquirir 
estoques não atende, por si só, a definição de um ativo.
Já no passivo estão alocadas as obrigações da entidade junto a terceiros, os 
quais são considerados elementos negativos. São derivados de eventos passados, 
cuja liquidação se espera resultar em saída de recursos, geralmente do ativo, 
capazes de gerar benefícios econômicos.
Em 1927 Hartfield, citado por Iudícibus (2009, p. 141), afirma que os 
passivos num sentido restrito 
[...] são subtraendos dos ativos, ou ativos negativos. Seria lógico, 
portanto, preparar um balanço no qual as exigibilidades totais fossem 
subtraídas dos ativos totais, deixando no lado direito do balanço 
meramente itens que representam a propriedade.
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UNIDADE 1 | ESTRUTURA CONCEITUAL PARA A ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕESCONTÁBEIS
Em 1929 o professor John Canning, de Stanford, citado por Hendriksen e 
Breda (1999, p. 283), definiu passivo como “[...] um serviço, com valor monetário, 
que um proprietário [titular de ativos] é obrigado legalmente (ou justamente) a 
prestar a uma segunda pessoa (grupo de pessoas) [...]”.
As definições de Hartfield e Canning estão baseadas nitidamente na 
teoria da propriedade que pressupõe que os ativos pertencem ao proprietário e 
os passivos são obrigações do proprietário. Segundo Hendriksen e Breda (1999, 
p. 466), “A noção de propriedade originou-se de uma tentativa de colocar alguma 
lógica na exposição da escrituração por partidas dobradas”.
Já em sua estrutura, dentre as contas contábeis que compõem o passivo, 
destacam-se:
• Passivo Circulante: são as obrigações da empresa para com terceiros, cujo 
vencimento ocorrerá até o exercício social subsequente ou durante os próximos 
12 meses.
• Passivo Não Circulante: são as obrigações da empresa para com terceiros, 
cujo vencimento ocorrerá após o término do exercício social subsequente. Na 
empresa em que o ciclo operacional tiver duração maior que o exercício social, 
a classificação, nesse grupo, terá por base o prazo desse ciclo.
Um fator essencial para que haja um passivo é que se tenha uma obrigação 
presente. Conforme a NBC TG – ESTRUTURA CONCEITUAL, uma obrigação é 
um dever ou responsabilidade de agir ou fazer de certa maneira.
As obrigações podem ser legalmente exigíveis em consequência de um 
contrato, de requisitos estatutários ou, até mesmo e mais comum, da própria 
operacionalidade da entidade no mercado, envolvendo compras de produtos, 
mercadorias e serviços. Surgem dos empréstimos e financiamentos necessários 
à atividade e dos salários e encargos sobre mão de obra. Até mesmo nas vendas 
surge a obrigação tributária. A obrigação é inevitável em qualquer atividade, 
indiferente de sua forma jurídica ou finalidade.
 Segundo a NBC TG – ESTRUTURA CONCEITUAL, deve-se fazer uma 
distinção entre uma obrigação presente e um compromisso futuro ainda não 
reconhecido legalmente. A decisão da Administração, de uma entidade, de 
adquirir ativos no futuro não constitui, por si só, uma obrigação presente, ou seja, 
a obrigação normalmente surge somente quando o ativo é recebido ou a entidade 
assina um acordo irrevogável de aquisição do ativo, como, por exemplo, na compra 
a prazo de mercadorias com notas fiscais, compra financiada de terrenos com 
escrituras, compra de veículos através de contratos de financiamento etc. Sendo 
assim, a natureza irrevogável do acordo significa que as consequências econômicas 
de deixar de cumprir a obrigação, por exemplo, por causa da existência de uma 
penalidade significativa, deixem a entidade com pouca ou nenhuma alternativa 
para evitar o desembolso de recursos em favor da outra parte.
TÓPICO 3 | DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
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A liquidação da obrigação normalmente se dá pela saída de um ativo, 
por exemplo, no pagamento de uma duplicata (liquidação) via depósito bancário 
(saída de ativo). Dentre as formas de liquidação da obrigação destacam-se: 
pagamento em dinheiro, transferência de outros ativos, prestação de serviços, 
substituição da obrigação por outra, conversão da obrigação em capital e até 
renúncia do credor ou pela perda dos seus direitos creditícios.
Já no Patrimônio Líquido, estão os elementos que demonstram o valor 
líquido contábil da entidade. É o valor resultante da seguinte equação: Patrimônio 
Líquido = ativo (-) passivo. Entretanto, para Iudícibus e Marion (2002, p. 163), 
“[...] esta definição é por demais simplista e pode ser detalhada [...] pelas várias 
subclassificações relevantes constantes no Patrimônio Líquido”. 
Pelo fato de o Patrimônio Líquido depender da avaliação do ativo e passivo, 
Iudícibus (2009, p. 166) comenta que “[...] à medida que uma boa evidenciação dos 
elementos constitutivos do Patrimônio Líquido possa auxiliar no discernimento 
[...], estaremos cumprindo a finalidade principal das demonstrações contábeis, ou 
seja, a de ajudarem o investidor a avaliar a tendência do empreendimento”. 
NOTA
O Patrimônio Líquido é um dos grupos mais importantes da contabilidade, pois 
revela o valor contábil da empresa. Para sabermos o valor contábil de uma empresa, não 
precisamos transformar todo o ativo em dinheiro e pagar as dívidas com terceiros, basta 
apenas analisar o Patrimônio Líquido. 
Para Iudícibus (1998), as principais fontes da variação do Patrimônio 
Líquido são:
• Valores líquidos provenientes de investimentos feitos por sócios, acionistas ou 
associados.
• Excesso de lucro ou prejuízo (as variações decorrentes da atividade operacional 
e não operacional da entidade.
• Valores resultantes de correções (ajustes patrimoniais de ativos e passivos).
• Utilização e composição de vários tipos de reservas que desse grupo fazem 
parte.
O Patrimônio Líquido está dividido em subclassificações, ou seja, é 
formado pelas seguintes contas contábeis: 
• Capital Social: representa os valores aplicados inicialmente pelos sócios, 
acionistas ou associados e pelas possíveis incorporações do resultado do 
exercício.
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UNIDADE 1 | ESTRUTURA CONCEITUAL PARA A ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
• Reservas de Capital: as reservas de capital são constituídas com valores 
recebidos pela empresa (geralmente subscrições de ações que ultrapassam o 
valor nominal e a parte do preço de emissão das ações) e não transitaram pelo 
resultado do exercício.
• Ajustes de Avaliação Patrimonial: é o conceito novo de conta que está definido 
pela Lei 11.638/07. Em resumo, representa os valores corrigidos de ativos e 
passivos em função do valor justo.
• Reservas de Lucros: as reservas de lucros são constituídas pelos lucros obtidos 
pela empresa, retidos com finalidade específica e geralmente já definidos em 
estatuto, tanto a constituição como sua utilização.
• Prejuízos Acumulados: representam os prejuízos apurados pela entidade e 
que ainda não foram absorvidos por novos resultados positivos (lucro) ou que 
não foram compensados com reservas de lucros ou com o próprio capital.
Conforme a NBC TG – ESTRUTURA CONCEITUAL, a constituição de 
reservas é, às vezes, exigida pelo estatuto ou por lei para dar à entidade e seus 
credores uma margem maior de proteção contra os efeitos de prejuízos que possam 
vir a acontecer. Outras reservas podem ser constituídas em atendimento a leis que 
concedam isenções ou reduções nos impostos a pagar quando são feitas transferências 
para tais reservas. A existência e o valor de tais reservas legais, estatutárias e fiscais 
representam informações que podem ser importantes para a tomada de decisão dos 
usuários. As transferências para tais reservas são apropriações de lucros acumulados, 
portanto não constituem despesas, uma vez que seus saldos são compostos por lucros 
já tributados.
Já para a análise do desempenho econômico da entidade contábil utiliza-
se a Demonstração do Resultado do Exercício, a qual evidencia os gastos e ganhos, 
ou seja, as receitas e despesas.
NOTA
O resultado constante na Demonstração do Resultado do Exercício é 
frequentemente usado como medida de desempenho ou como base para outras avaliações, 
tais como o retorno do investimento ou resultado por ação. 
TÓPICO 3 | DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
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O resultado na Demonstração do Resultado do Exercício é obtido através da 
confrontação entre receitas e despesas. De acordo com a NBC TG – ESTRUTURA 
CONCEITUAL, as receitas e despesas podem ser apresentadas na demonstração 
do resultado de diferentes maneiras para que auxiliem o usuário da informação 
contábil na tomada de decisão. Por exemplo, é comum a distinção das receitas 
e despesas recorrentes das atividades operacionais daquelas resultantes das 
atividades descontinuadas. Essa distinção é feita porque a fonte de uma receita 
é relevante na avaliação da capacidade que a entidade tem de gerar caixa ou 
equivalentes de caixa no futuro; por exemplo, receitas oriundas de atividades

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