Buscar

ÁGUA (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1
REDAÇÃO
INDICAÇÃO DE
TEXTOS DE APOIO
Texto 01 - Impactos da escassez da água potável
Água que nasce na fonte serena do mundo
E que abre um profundo grotão
Água que faz inocente riacho e deságua na corrente do 
ribeirão
Águas escuras dos rios que levam a fertilidade ao sertão
Águas que banham aldeias e matam a sede da população
Gotas de água da chuva, alegre arco-íris sobre a plantação
Gotas de água da chuva, tão tristes, são lágrimas na 
inundação
Águas que movem moinhos são as mesmas águas que 
encharcam o chão
E sempre voltam humildes pro fundo da terra, pro fundo 
da terra
Terra, planeta água 
Guilherme Arantes
INDICAÇÃO DE
TEXTOS DE APOIO
Texto 02 - Legenda: ano 2080
O fato é que está em jogo o futuro. E esse jogo não 
poderá ser ganho sem um empenho multifacetado que 
vá da mudança dos hábitos individuais, e até mesmo das 
motivações mais íntimas, ao enfrentamento coletivo 
das grandes causas estruturais. É preciso sim, fechar 
a torneira. Mas é preciso igualmente questionar os 
governos e também as grandes empresas privadas, 
que deveriam dar uma destinação mais útil à sua tão 
propalada” responsabilidade socioambiental”. Para tanto, 
devemos nos inspirar no exemplo de um Ghandi, capaz 
de tecer o pano da própria roupa enquanto desafi ava o 
maior império do planeta. 
ARANTES, José Tadeu. A água, os jovens e o futuro. Jornal Le Monde 
Diplomatique Brasil, São Paulo, n. 6, p. 3. jan. 2008.
INDICAÇÃO DE
TEXTOS DE APOIO
Texto 02 - Cai do céu, mas pode faltar
- A humanidade desperdiça e polui a água como se 
nada valesse – e já paga o preço por isso- Diogo Schelp 
O nosso planeta azul vive um paradoxo dramático: 
embora dois terços da superfície da Terra sejam cobertos 
de água, uma em cada três pessoas não dispõe desse 
líquido em quantidade sufi ciente para atender às suas 
necessidades básicas. Se o padrão atual de aumento de 
consumo for mantido, calcula-se que essa proporção 
subirá para dois terços da população mundial em 2050. A 
explicação para o paradoxo da escassez na abundância é a 
seguinte: a água é um recurso renovável pelo ciclo natural 
da evaporação-chuva e distribuído com fartura na maior 
parte da superfície do planeta. Acontece que a ação 
humana afetou de forma decisiva a renovação natural 
dos recursos hídricos. Em certas regiões do mundo, como 
o norte da China, o oeste dos Estados Unidos e o Lago 
Chade, na África, a água vem sendo consumida em ritmo 
mais rápido do que pode ser renovada. Estima-se que 50% 
dos rios do mundo estejam poluídos por esgotos, dejetos 
industriais e agrotóxicos. “Em alguns casos, a sujeira é 
irreversível e aquela fonte de água jamais poderá voltar 
a ser utilizada”, disse a VEJA o belga Jan van Wambeke, 
chefe de desenvolvimento de terras e água do escritório 
latino-americano da Organização das Nações Unidas 
para Agricultura e Alimentação (FAO). Calcula-se que 
30% das maiores bacias hidrográfi cas tenham perdido 
mais da metade da cobertura vegetal original, o que levou 
à redução da quantidade de água.
Nos últimos 100 anos, a população do planeta quadriplicou, 
enquanto a demanda por água se multiplicou por oito. Estima-
se que a humanidade use atualmente metade das fontes de 
água doce do planeta. Em quarenta anos, utilizará perto de 80%. 
Apenas 1% de toda a água existente no planeta é apropriada 
para beber ou ser usada na agricultura. O restante corresponde 
à água salgada dos mares (97%) e ao gelo nos pólos e no alto 
das montanhas. Administrar essa cota de água doce já deveria 
despertar preocupação similar à existente em relação à gasolina. 
Não é o que acontece. Em tese isso faz sentido, pois a água é 
mais abundante e barata que o petróleo – combustível fóssil cuja 
escassez nos deixa apreensivos quanto ao futuro e já nos custa 
caro na hora de encher o tanque do carro –, com a vantagem 
de ser um recurso renovável. O petróleo, no entanto, pode ser 
trocado por outras fontes de energia. Já a água é insubstituível. 
“Ainda hoje usamos esse bem vital com a mesma falta de cuidado 
que se tinha no século XIX”, diz a especialista em água Petra 
Sánchez, da Universidade Mackenzie, em São Paulo.
EIXO TEMÁTICO MEIO AMBIENTEE
IMPACTOS DA ESCASSEZ 
DE ÁGUA NO BRASIL
2
REDAÇÃO - IMPACTOS DA ESCASSEZ DE ÁGUA NO BRASIL
Muitos especialistas temem que no futuro haja guerras não 
mais por petróleo, mas por água. Em parte, o perigo está no fato de 
que nenhum país é totalmente dono de sua própria água. A maior 
reserva de água subterrânea existente no mundo, o aquífero 
Arenito Núbia, distribui-se pelo subsolo de quatro países – Líbia, 
Egito, Chade e Sudão. O aquífero Guarani, segundo em extensão, 
é dividido entre Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Mais de 
200 rios cruzam fronteiras nacionais. Pouca gente nota, mas a 
água tornou-se um dos produtos mais presentes no comércio 
global. Países com poucos recursos hídricos, como a China, 
compensam a escassez importando a “água virtual” embutida 
em produtos agrícolas ou industriais. Calcula-se que sejam 
necessárias 10 toneladas de água para produzir o equivalente 
a 2 dólares em trigo e a mesma quantidade do recurso natural, 
em média, para obter um produto industrializado de 140 dólares. 
Como se gasta muito mais água na irrigação do que nas fábricas, 
em proporção ao valor fi nal do produto, pode valer mais a pena 
para um país importar alimentos e concentrar suas forças na 
indústria. A China, uma das nações com a menor disponibilidade 
de água doce per capita, está passando por essa transição. 
Recentemente, os três maiores lagos chineses foram cobertos 
por algas devido à poluição, que matou os peixes e impediu o uso 
da água no abastecimento da população. Na semana passada, 
o governo chinês anunciou um projeto para despoluir todos os 
lagos do país.
Os fatores humanos da escassez de água são agravados 
por eventos climáticos. De todas as previsões relacionadas ao 
aquecimento global, a mais surpreendente talvez seja a de que 
o clima da Terra fi cará mais úmido, mas não de forma uniforme 
por todo o planeta. Haverá mais chuvas nas regiões próximas 
aos pólos e secas mais intensas nas áreas subtropicais. Isso 
deve piorar um problema contra o qual a humanidade já luta 
há milênios: a natureza nem sempre nos dá a água no lugar, no 
momento e na quantidade que precisamos. Mesmo países com 
água em abundância, como é o caso do Brasil, não estão livres de 
dilemas. O acesso à água potável depende de um sistema efi ciente 
de coleta, tratamento e distribuição. Há duas razões principais 
para isso. A primeira é o crescimento populacional das cidades, 
que leva ao esgotamento das fontes hídricas próximas dos 
centros urbanos. A solução é trazer a água, um recurso pesado 
e difícil de transportar, de lugares cada vez mais distantes. Parte 
da água que abastece São Paulo é captada a 100 quilômetros 
de distância. A segunda difi culdade na captação de água limpa a 
baixo custo para as cidades é a poluição. 
O uso de água imprópria para o consumo humano é responsável 
por 60% dos doentes no mundo. Por dia, 4.000 crianças morrem 
de doenças relacionadas à água, como a diarreia. Os especialistas 
costumam alinhar duas soluções principais para evitar a escassez 
de água de qualidade, própria para o consumo humano: cobrar 
mais pelo uso do recurso e investir no tratamento dos esgotos. O 
objetivo de cobrar mais pela água é desencorajar o desperdício. 
Na irrigação, por exemplo, que consome 70% de toda a água 
doce utilizada no mundo, pode-se economizar com sistemas de 
gotejamento e borrifação, mais efi cientes que as técnicas de 
alagamento das lavouras. No Brasil, cobra-se pelo uso da água em 
apenas duas bacias hidrográfi cas formadas por rios de jurisdição 
federal (a lei permite que se faça o mesmo em outras cinco). A 
segunda solução, o tratamento de esgoto, possibilita que a água 
seja devolvida à natureza ou reutilizada. No fi m do mês passado, 
o condado de Orange, um dos mais ricos da Califórnia, inaugurou 
a maior estação do mundo dedicada a transformar esgotoem 
água potável. Depois de limpa, a água é injetada no lençol freático 
do qual a cidade se abastece. É uma providência que vem em boa 
hora. A Califórnia não é apenas uma das regiões mais secas dos 
Estados Unidos – é também onde se encontra o maior consumo 
hídrico per capita do mundo. Sabendo usar, não vai faltar.
Com reportagem de Alexandre Salvador e Denise Dweck https://umtoquedemotivacao.
wordpress.com/2008/02/20/cai-do-ceu-mas-pode-faltar/
INDICAÇÃO DE
TEXTOS DE APOIO
Texto 04 - Escassez de água potável
A escassez de água potável, resultante da combinação 
da variabilidade hidrológica e do uso humano, é um fator 
preocupante para a sociedade atual. Para se ter uma ideia, 
70% da Terra é feita de água e 70% do corpo humano é 
água. Em outras palavras, há uma abundância de água 
no planeta, mas também, uma grande dependência dos 
seres vivos. Por outro lado, de toda esta água, 97% dela 
é salgada, 1,75% está congelada em glaciares e 1,24% 
é água subterrânea, nem sempre apropriada para o 
consumo. O que resta é água potável, disponível para os 
seres vivos, mas também para outras atividades como 
agricultura e indústrias.
Pelo mundo, 29 países já estão com problemas de falta d’água. 
Nações do Oriente Médio, do norte e do sul da África, além de 
China e Índia têm difi culdades para acessar  água potável. Mais 
de 1,8 bilhão de pessoas não têm acesso a uma quantidade 
mínima segura para o uso humano. Em áreas rurais, o número é 
ainda pior: oito em cada dez pessoas que vivem no campo não 
têm acesso à água potável. Estima-se que, até 2050, 4,8 bilhões 
de pessoas estarão em situação de estresse hídrico, ou seja, com 
difi culdade de acesso à água potável e ao saneamento básico.
A escassez de água potável, resultante da combinação 
da variabilidade hidrológica e do uso humano, é um fator 
preocupante para a sociedade atual. Para se ter uma ideia, 
70% da Terra é feita de água e 70% do corpo humano é 
água. Em outras palavras, há uma abundância de água 
no planeta, mas também, uma grande dependência dos 
seres vivos. Por outro lado, de toda esta água, 97% dela 
é salgada, 1,75% está congelada em glaciares e 1,24% 
é água subterrânea, nem sempre apropriada para o 
consumo. O que resta é água potável, disponível para os 
seres vivos, mas também para outras atividades como 
agricultura e indústrias.
Pelo mundo, 29 países já estão com problemas de falta d’água. 
Nações do Oriente Médio, do norte e do sul da África, além de 
China e Índia têm difi culdades para acessar  água potável. Mais 
de 1,8 bilhão de pessoas não têm acesso a uma quantidade 
mínima segura para o uso humano. Em áreas rurais, o número é 
ainda pior: oito em cada dez pessoas que vivem no campo não 
têm acesso à água potável. Estima-se que, até 2050, 4,8 bilhões 
de pessoas estarão em situação de estresse hídrico, ou seja, com 
difi culdade de acesso à água potável e ao saneamento básico.
Atualmente, 2,6 bilhões não têm acesso à saneamento 
básico. Isso signifi ca que muitos são obrigados a consumir água 
contaminada ou imprópria para o corpo. Os que mais sofrem com 
isso são as crianças. Por ano, 1,5 milhão de crianças com até cinco 
anos morrem em decorrência da ingestão de água não potável, 
que deixa o organismo muito suscetível ao desenvolvimento de 
doenças.
3
REDAÇÃO - IMPACTOS DA ESCASSEZ DE ÁGUA NO BRASIL
É importante lembrar que a distribuição da água pelo mundo 
é desigual, seja pelos diferentes níveis de pluviosidade ou pelo 
próprio acesso à água potável. A Ásia possui 60% da população 
do planeta, mas apenas 36% da água doce. No caso da China, 
em específi co, 20% da população mundial está concentrada 
no país, entretanto, somente 7% de recursos hídricos estão 
sob território chinês. Toda esta carência de água compromete 
não só a população, mas também, a produção de alimentos e a 
preservação da biosfera.
O Brasil possui o melhor cenário de água potável do mundo. 
12% da água doce superfi cial está disponível no país, a maior 
parte na Amazônia, graças ao rio Amazonas. Cerca de 70% da 
reserva brasileira de água está concentrada na região norte, onde 
vivem apenas 10% da população. Por outro lado, nas regiões de 
maior adensamento populacional, o volume de água disponível 
para uso cai abruptamente que, além de ser distribuído entre a 
população, também se direciona à atividade industrial.
É importante deixar claro que as grandes reservas hídricas 
brasileiras não são sinônimo de uma boa infraestrutura. O país 
sofre com o acesso limitado da população à rede de água e esgoto. 
Mais de 35 milhões de brasileiros não recebe água tratada e 
menos da metade da população (48,6%) tem acesso à coleta de 
esgoto. Apenas para a irrigação agrária são consumidos 75% 
da vazão de água disponível no país. O abastecimento humano 
utiliza 10% de toda água distribuída no Brasil. 9% se destina aos 
animais e 6% à indústria.
Em 2014, a maior metrópole brasileira sofreu com a 
queda acentuada dos níveis de água para o abastecimento da 
população. A falta de chuvas diminuiu drasticamente o nível dos 
reservatórios do Sistema Cantareira, afetando o fornecimento 
de água para as nove milhões de pessoas por ele atendidas na 
Região Metropolitana de São Paulo. A estiagem foi a pior dos 
últimos cem anos e afetou também as bacias dos rios Paraíba do 
Sul e São Francisco.
https://www.infoescola.com/hidrografi a/escassez-de-agua-potavel/ 
INDICAÇÃO DE
TEXTOS DE APOIO
Texto 05 - Escassez de Água
A escassez de água é um problema que afeta todo o 
mundo. No Brasil, apesar da porcentagem de 12% da 
água doce do planeta estar concentrada no nosso país, a 
crise hídrica é uma preocupação que também atinge os 
brasileiros.
A situação parece contraditória, tendo em conta que todos 
aprendemos que a maior parte do planeta Terra é constituído de 
água (75%).
Entretanto, o que as pessoas precisam realmente saber é que 
mais de 97% dessa água não pode ser consumida e nem utilizada 
em limpezas e higiene pessoal, por exemplo. Isso porque ela é 
salgada.
Da água doce que sobra, a grande parte está congelada e outra 
parte substancial está no subsolo.
Enquanto isso, a água que existe nos reservatórios e entra 
nas redes de distribuição para serem utilizadas pelas pessoas 
corresponde a menos de 1%.
E pouco sobra para consumo próprio, pois a produção agrícola 
exige uma grande quantidade de água para se desenvolver de 
forma satisfatória. Além disso, uma boa porcentagem dessa água 
também é requerida pelas indústrias.
Infelizmente, isso não é tudo. Há água que poderia ser 
utilizada, mas acaba sendo contaminada por resíduos industriais 
e resíduos de aterros sanitários e lixões, entre outros.
QUAIS AS CAUSAS?
Há vários fatores que motivam a falta de água, dentre eles: 
seca, poluição e má distribuição desse recurso, apenas para citar 
os mais comuns.
Quando falamos em má distribuição, estamos nos referindo 
ao fato de que nem sempre a região onde a concentração 
populacional é maior é aquela que possui mais água.
Além disso, a distribuição da água é um problema de poder. É 
por isso que há confl itos mundiais pela posse de água, tal como 
acontece com as águas do rio Jordão.
E AS CONSEQUÊNCIAS?
Quanto mais pessoas, há mais consumo de água.
Desta forma, daqui a uns anos, o aumento da população 
sinaliza uma crise hídrica grave.
Pois se a água é um bem essencial, a falta dela terá impactos 
sociais, econômicos e ambientais. São exemplos esvaziamento 
das cidades, baixa produção agrícola e industrial, falta de 
emprego, entre muitos outros.
O QUE FAZER?
É preciso conscientizar as pessoas que apesar da quantidade 
de água existente no planeta, nem toda pode ser consumida.
Por isso, a água deve ser vista como um bem que precisa ser 
preservado. Seu uso deve ser racional.
https://www.todamateria.com.br/escassez-de-agua
INDICAÇÃO DE
TEXTOS DE APOIO
Texto 06 - Crise da água no Brasil
A crise da água no Brasil ocorre em maior grau na 
região Sudeste e é motivada por fatores naturais e 
também relacionados com a gestão pública.O ano de 2014 representou um marco para o Brasil, sobretudo 
para a região Sudeste e, em menor grau, para as regiões Nordeste 
e Centro-Oeste. Como resultado de uma forte seca e uma série 
de erros de planejamento, instalou-se uma verdadeira  crise da 
água no país, o que gerou a queda dos níveis dos reservatórios de 
abastecimento de grandes cidades, com destaque para a cidade 
de São Paulo, que vive um de seus momentos mais dramáticos em 
toda a sua história.
4
REDAÇÃO - IMPACTOS DA ESCASSEZ DE ÁGUA NO BRASIL
Uma das causas para a crise da água é de ordem natural, pois 
embora o Brasil seja o país com a maior quantidade de água 
per capita do mundo, a sua disponibilidade é má distribuída ao 
longo do território. A região Norte, que apresenta as menores 
densidades demográfi cas, possui cerca de 70% das reservas 
nacionais. Para se ter uma ideia dessa relação, segundo o Serviço 
Geológico do Brasil, apenas 1% de toda a vazão do Rio Amazonas 
seria sufi ciente para atender em mil vezes o que necessita a 
cidade de São Paulo.
Todavia, é justamente onde existem menos reservas de água 
no país que reside a maior parte da população e também onde 
acontece a maior parte das atividades econômicas – industriais, 
comerciais e agrícolas. Assim, os sistemas de abastecimento 
fi cam cada vez mais sobrecarregados, tornando-se vulneráveis a 
qualquer grande seca que ocorra. E ela ocorreu.
Uma última causa para a falta de água, mais especifi camente 
em São Paulo, está relacionada com problemas de gestão pública 
e planejamento de infraestrutura. Em 2004, na renovação de sua 
concessão, a SABESP já sabia que a quantidade limitada de água 
existente, bem como a grande dependência em relação ao sistema 
Cantareira – o maior da região –, seria um grave problema nos 
anos posteriores. Por isso, se obras de abastecimento tivessem 
sido realizadas, talvez o problema pudesse ter sido evitado.
Atualmente, os sistemas de abastecimento de São Paulo 
sofrem baixas históricas, com destaque para o próprio sistema 
Cantareira, que já teve de liberar suas reservas do primeiro e 
do segundo volume morto. Com isso, um racionamento de água 
parece ser a única solução a curto prazo, além da construção de 
novas barragens e realização de obras de transposição local.
Os impactos da falta de água no Brasil são variados. Muitos 
analistas, em razão das chuvas abaixo da média no início de 2015, 
apontam cenários caóticos caso medidas urgentes não sejam 
tomadas. Além disso, vale lembrar que outras regiões brasileiras, 
além do Sudeste, vêm passando pelo mesmo problema, o que 
gera certa preocupação em torno da produção de energia, que, 
por ser em maior parte fornecida por hidrelétricas, depende 
muito da disponibilidade de água no país.
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografi a/crise-agua-no-brasil.htm
INDICAÇÃO DE
TEXTOS DE APOIO
Texto 07 - Distribuição da água no Brasil
Quando observada a questão da distribuição da água 
no Brasil, registra-se o paradoxo: a maior potência hídrica 
do planeta pode sofrer falta d’água em algumas áreas.
O Brasil é considerado uma potência econômica mundial 
quando o assunto é a disponibilidade hídrica, haja vista que o 
território brasileiro concentra cerca de 12% de todas as reservas 
de água existentes no mundo. Mas isso não signifi ca que o país 
não passe ou nunca tenha passado por crises de falta de água. E 
a principal razão é a questão da distribuição da água no Brasil e 
sua utilização.
Podemos dizer que as reservas de água se encontram mal 
distribuídas no país. A região Norte é a que apresenta a maior 
parte da disponibilidade, enquanto as regiões Nordeste e Sudeste 
apresentam um número menor dessas reservas, seguindo uma 
ordem inversamente proporcional ao número de habitantes dos 
respectivos lugares em questão. Observe a tabela a seguir:
Disponibilidade hídrica dos estados em metros 
cúbicos por habitante em um ano
Disponibilidade 
hídrica per capita
(m3/hab/ano)
Estados Situação
> 20.000
AC, AM, AO, GO, 
MS, MT, PA, RO, 
RR, RS e TO
Riquíssimo
> 10.000 MA, MG, SC e PR Muito Rico
> 5.000 ES e PI Rico
> 2.500 BA e SP Situação adequada
< 2.500
CE, RJ, RN, DF, 
AL e SE
Pobres
< 1.500 PB e PE Situação crítica
Como podemos perceber, o índice per capta da disponibilidade 
hídrica, isto é, a quantidade de recursos hídricos disponíveis 
em relação ao número de habitantes, é maior em estados 
pertencentes à região Norte e Centro-Oeste do país (exceto 
o Rio Grande do Sul), pois essas áreas apresentam uma menor 
densidade populacional e bacias hidrográfi cas com maiores 
vazões. Nos demais locais, a disponibilidade é menor que 20000 
m³ para cada habitante durante o ano, chegando, em alguns 
locais, a níveis inferiores a 1500 m³.
Se observarmos, por outro lado, o consumo frente à 
disponibilidade conforme as regiões, tal qual o gráfi co a seguir 
nos apresenta, podemos chegar a novas conclusões a respeito 
desse cenário:
GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA NO 
BRASIL POR REGIÕES
Portanto, a região Norte, que concentra menos de 7% da 
população, possui cerca de 68% das reservas hídricas do país, 
enquanto o Sudeste e o Nordeste, regiões mais populosas, 
apresentam apenas 6% e 3% das reservas, respectivamente. 
Mas isso não signifi ca, é claro, que as regiões mais abastadas 
de água estejam livres de uma crise de água, haja vista que, 
além da disponibilidade, são necessários planejamento, gestão 
e infraestrutura para garantir a distribuição desse recurso para 
todos os habitantes, o que nem sempre acontece.
Um exemplo disso é a própria região Nordeste, pois os 
problemas históricos relacionados com a seca não ocorreram 
nas áreas mais populosas, que se situam perto do litoral, mas 
5
REDAÇÃO - IMPACTOS DA ESCASSEZ DE ÁGUA NO BRASIL
sim na área do chamado polígono das secas, onde as densidades 
demográfi cas são menores. Isso nos revela que o problema da falta 
de água não necessariamente está relacionado com a quantidade 
de habitantes, e sim com questões políticas e administrativas que 
permeiam as diferentes esferas governamentais.
https://brasilescola.uol.com.br/geografi a/distribuicao-agua-no-brasil.htm
INDICAÇÃO DE
TEXTOS DE APOIO
Texto 08 - Brasil pode enfrentar falta de água
Dono do maior potencial hídrico do planeta, o 
Brasil corre o risco de chegar a 2015 com problemas 
de abastecimento de água em mais da metade dos 
municípios. O diagnóstico está no Atlas Brasil – 
Abastecimento Urbano de Água, lançado ontem pela 
Agência Nacional de Águas (ANA). O levantamento 
mapeou as tendências de demanda e oferta de água nos 
5.565 municípios brasileiros e estimou em R$ 22 bilhões o 
total de investimentos necessários para evitar a escassez.
Considerando a disponibilidade hídrica e as condições de 
infraestrutura dos sistemas de produção e distribuição, os dados 
revelam que em 2015, 55% dos municípios brasileiros poderão 
ter défi cit no abastecimento de água, entre eles grandes cidades 
como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Belo Horizonte, Porto 
Alegre e o Distrito Federal. O percentual representa 71% da 
população urbana do país, 125 milhões de pessoas, já considerado 
o aumento demográfi co.
“A maior parte dos problemas de abastecimento urbano 
do país está relacionada com a capacidade dos sistemas de 
produção, impondo alternativas técnicas para a ampliação das 
unidades de captação, adução e tratamento”, aponta o relatório.
O diretor-presidente da ANA, Vicente Andreu, disse que 
o atlas foi elaborado para orientar o planejamento da gestão 
de águas no país. Segundo ele, como atualmente mais de 90% 
dos domicílios brasileiros têm acesso à rede de abastecimento 
de água, a escassez parece uma ameaça distante, como se não 
fosse possível haver problemas no futuro. “Existe uma cultura da 
abundância de água que não é verdadeira, porque a distribuição 
é absolutamente desigual. O atlas mostra que é preciso se 
antecipar a uma situação para evitar que o quadro apresentado 
[de défi cit] venha a ser consolidado”, avalia.
De acordo com o levantamento,as regiões Norte e Nordeste 
são as que têm, relativamente, os maiores problemas nos 
sistemas produtores de água. Apesar de a Amazônia concentrar 
81% do potencial hídrico do país, na Região Norte menos de 14% 
da população urbana é atendida por sistemas de abastecimento 
satisfatórios. No Nordeste, esse percentual é de 18% e a região 
também concentra os maiores problemas com disponibilidade de 
mananciais, por conta da escassez de chuvas.
O documento da ANA calcula em R$ 22,2 bilhões o 
investimento necessário para evitar que o desabastecimento 
atinja mais da metade das cidades brasileiras. O dinheiro deverá 
fi nanciar um conjunto de obras para o aproveitamento de novos 
mananciais e para adequações no sistema de produção de água.
A maior parcelas dos investimentos deverá ser direcionada 
para capitais, grandes regiões metropolitanas e para o semi-
árido nordestino. “Em função do maior número de aglomerados 
urbanos e da existência da região do semi-árido, que demandam 
grandes esforços para a garantia hídrica do abastecimento de 
água, o Rio de Janeiro, São Paulo, a Bahia e Pernambuco reúnem 
51% dos investimentos, concentrados em 730 cidades”, detalha 
o atlas.
“Esperamos que os órgãos executores assumam o atlas 
como referência para os projetos. Ele é um instrumento de 
planejamento qualifi cado, dá a dimensão de onde o problema é 
grande e precisa de grandes investimentos e onde é pequeno, 
mas igualmente relevante”, pondera Andreu.
Além do dinheiro para produção de água, o levantamento 
também aponta necessidade de investimentos signifi cativos em 
coleta e tratamento de esgotos. O volume de recursos não seria 
sufi ciente para universalizar os serviços de saneamento no país, 
mas poderia reduzir a poluição de águas que são utilizadas como 
fonte de captação para abastecimento urbano.
Andreu espera que o diagnóstico subsidie a elaboração de 
projetos integrados, compartilhados entre os órgão executores. 
“Ao longo do tempo, o planejamento acabou se dando apenas no 
âmbito do município, que busca uma solução isolada, como se as 
cidades fossem ilhas. É preciso buscar uma forma de integração, 
de planejamento mais amplo, preferencialmente por bacia 
hidrográfi ca”, sugere o diretor-presidente da agência reguladora. 
“Ainda não estamos no padrão de culturas que já assumiram 
mais cuidado com a água. Mas estamos no caminho, e o atlas 
pode ser um instrumento dessa mudança”. (Agência Brasil).
http://www.progresso.com.br/mundo/brasil-pode-enfrentar-falta-de-agua/17595/

Continue navegando