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1 FACULDADE ÚNICA DE IPATINGA 2 Henrique Dias Sobral Silva Doutorando em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), mestre em História pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) (2017) e graduado em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) (2015). Atuou como mediador na seção de Assistência ao Ensino no Museu Nacional (2014), tutor da disciplina de História no pré-vestibular social da Fundação Centro de Ciências e Educação Superior à Distância do Estado do RJ (2015) e em outras iniciativas populares. Tem experiência na área de História e Educação, especialmente nos temas: Colonização agrícola, Governo Vargas e História Social, Educação de Jovens e Adultos, Educação a Distância, Juventudes e Cultura Escolar. METODOLOGIA CIENTÍFICA 1ª edição Ipatinga – MG 2021 3 FACULDADE ÚNICA EDITORIAL Diretor Geral: Valdir Henrique Valério Diretor Executivo: William José Ferreira Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Cristiane Lelis dos Santos Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Gilvânia Barcelos Dias Teixeira Revisão Gramatical e Ortográfica: Izabel Cristina da Costa Revisão/Diagramação/Estruturação: Bárbara Carla Amorim O. Silva Carla Jordânia G. de Souza Rubens Henrique L. de Oliveira Design: Brayan Lazarino Santos Élen Cristina Teixeira Oliveira Maria Luiza Filgueiras © 2021, Faculdade Única. Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autorização escrita do Editor. ‘ Teodoro, Jorge Benedito de Freitas, 1986 . Introdução à filosofia / Jorge Benedito de Freitas Teodoro. – 1. ed. Ipatinga, MG: Editora Única, 2020. 113 p. il. Inclui referências. ISBN: 9786599078606 1. Filosofia. 2. Racionalidade. I. Teodoro, Jorge Benedito de Freitas. II. Título. CDD: 100 CDU: 101 Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920. NEaD – Núcleo de Educação a Distância FACULDADE ÚNICA Rua Salermo, 299 Anexo 03 – Bairro Bethânia – CEP: 35164779 – Ipatinga/MG Tel (31) 2109 2300 – 0800 724 2300 www.faculdadeunica.com.br http://www.faculdadeunica.com.br/ 4 Menu de Ícones Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. Eles são para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um com uma função específica, mostradas a seguir: São sugestões de links para vídeos, documentos científi- co (artigos, monografias, dissertações e teses), sites ou links das Bibliotecas Virtuais (Minha Biblioteca e Biblioteca Pearson) relacionados com o conteúdo abordado. Trata-se dos conceitos, definições ou afirmações importantes nas quais você deve ter um maior grau de atenção! São exercícios de fixação do conteúdo abordado em cada unidade do livro. São para o esclarecimento do significado de determinados termos/palavras mostradas ao longo do livro. Este espaço é destinado para a reflexão sobre questões citadas em cada unidade, associandoo a suas ações, seja no ambiente profissional ou em seu cotidiano. 5 SUMÁRIO METODOLOGIA CIENTÍFICA ..................................................................... 7 1.1 UM CONCEITO DO LETRAMENTO CIENTÍFICO ...................................................... 7 1.2 USOS NO MEIO ACADÊMICO ............................................................................... 8 1.3 USOS SOCIAIS E ÉTICA NA PESQUISA ................................................................. 10 FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 13 MÉTODOS E TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA ................................. 20 2.1 ORGANIZAÇÃO ACADÊMICA E PESSOAL DO TEMPO ...................................... 20 2.2 ABORDAGENS DA PESQUISA CIENTÍFICA ........................................................... 23 2.3 NATUREZA DA PESQUISA CIENTÍFICA ................................................................. 24 2.4 TIPOS DE PESQUISA CIENTÍFICA .......................................................................... 25 2.5 AS CLASSIFICAÇÕES TÉCNICAS DA PESQUISA CIENTÍFICA .............................. 26 2.6 MÉTODOS DE PESQUISA CIENTÍFICA ................................................................... 29 FIXANDO O CONTÉUDO ...................................................................................... 32 TIPOS DE COMUNICAÇÃO ACADÊMICA .......................................... 39 3.1 RESUMO ................................................................................................................ 39 3.2 FICHAMENTO ........................................................................................................ 43 3.3 RESENHA ............................................................................................................... 48 3.4 COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA ORAL ................................................................... 51 FIXANDO CONTEÚDO .......................................................................................... 54 PLANEJAMENTO DA PESQUISA CIENTÍFICA ...................................... 63 4.1 FORMULAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA ...................... 63 4.2 CONSTRUÇÃO DA BIBLIOGRAFIA ....................................................................... 65 4.3 OBJETIVO(S) DA PESQUISA.................................................................................. 69 FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 71 PLANEJAMENTO DA PESQUISA CIENTÍFICA II ................................... 77 5.1 INTRODUÇÃO DO TRABALHO ACADÊMICO ...................................................... 77 5.2 REFERENCIAL TEÓRICO OU REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...................................... 79 5.4 DESENVOLVIMENTO E CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................... 84 5.5 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO DA PESQUISA .................................................. 85 FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 87 NORMAS DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT) ................................................................................................. 92 6.1 FORMATAÇÃO DE TEXTOS ................................................................................... 92 6.2 TIPOS DE CITAÇÕES NO TEXTO ACADÊMICO .................................................... 97 5.6 FORMATAÇÃO DE GRÁFICOS, FIGURAS E TABELAS ........................................ 100 FIXANDO O CONTEÚDO.....................................................................................103 RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO......................................... 108 REFERÊNCIAS ..................................................................................... 109 UNIDADE 01 UNIDADE 02 UNIDADE 03 UNIDADE 04 UNIDADE 05 UNIDADE 06 6 CONFIRA NO LIVRO A unidade I apresenta a metodologia científica como parte de um exercício de letramento acadêmico, explorando seus usos e po- tencialidades dentro e fora da universidade. Destaca-se também nessa unidade alguns compromissos éticos na construção da ciência no mundo contemporâneo. A unidade II trata dos métodos e técnicas de estudo e pesquisa. Considerando a organização, abordagens, natureza, objetivos e procedimentostécnicos para realização da investigação acadêmica. Além disso, debate a organização acadêmica e pessoal do tempo como peça fundamental do ofício do pesquisador. A unidade III discute os tipos de comunicação acadêmica, destacando os modos de fazer resumo, fichamento, resenha e comunicações científicas orais e a importância de cada um deles para a formação do pesquisador. Na unidade IV os leitores são convidados a pensar a primeira parte do planejamento da pesquisa, com destaque para a escolha do tema, a construção do problema, da bibliografia e dos objetivos da investigação. Na unidade IV os leitores são aproximados da segunda parte do planejamento da pesquisa. Nela discute-se a importância do referencial teórico, as fontes e a metodologia e as formas de construção de um cronograma de execução de seu exercício científico. Na unidade VI são apresentadas as normas da ABNT sua importância e seus usos na construção de trabalhos acadêmicos, em especial para a construção de artigos acadêmicos. 7 METODOLOGIA CIENTÍFICA 1.1 UM CONCEITO DO LETRAMENTO CIENTÍFICO Letramento científico é um conjunto de orientações que definem os modos de escrever, ler e pesquisar que devem ser ensinadas aos graduandos para o seu melhor relacionamento com a ciência no ambiente universitário (MOTTA-ROTH, 2011). Nesse contexto, deve-se considerar a realidade do aluno, seus modos de en- sinoaprendizagem associados às questões sócioculturais do fazer científico, sua relação com a tecnologia e com o meio intelectual. Em outros termos, letramento científico é o modo pelo qual a universidade pode ensinar aos seus alunos, novos modos de escrita, leitura e escrita no ambiente acadêmico. Para que isso ocorra, deve-se ensinar metodologia científica, um subconjunto de ferramentas do letramento científico, mobilizadas pelos graduandos ao longo de sua formação acadêmica para aperfeiçoamento de métodos e técnicas de leitura, escrita e pesquisa. Pode-se dizer que a metodologia científica pavimenta todas as iniciativas do letramento científico. Se pensarmos no sentido das palavras, teremos que metodologia trata-se segundo o Dicionário Michaelis Online (2021) de um “conjunto de regras e procedimentos para a realização de uma pesquisa”. É um conjunto de etapas a serem cumpridas de modo a solucionar uma determinada questão ou problema. Por outra parte, a palavra científica refere-se a ciência, a condução ou estruturação a partir de princípios e práticas de uma determinada ciência. Desse modo, estamos diante de um método para a exposição de problemas científicos da área do saber a qual o graduando encontra-se em formação. Pode- se dizer que a metodologia científica é uma espécie de língua franca no fazer acadêmico, uma vez que suas considerações podem ser acolhidas por todas as áreas, logicamente, guardadas as devidas especificidades de cada curso. Sobre o tema, Marconi e Lakatos (2021b) afirmam que a metodologia científica trata-se de uma operação de introdução: [...] do discente no mundo dos procedimentos sistemáticos e racionais, base da formação tanto do estudioso quanto do UNIDADE 02 1 8 profissional, pois ambos atuam, além da prática, no mundo das idei- as. Podemos afirmar até: a prática nasce da concepção sobre o que deve ser realizado e qualquer tomada de decisão fundamenta- se naquilo que se afigura como o mais lógico, racional, eficiente e eficaz (MARCONI; LAKATOS, 2021a, p. 15). Destacamos aqui que a metodologia científica age sobre uma ciência que, em termos gerais, trata-se de um conjunto de “[...] conhecimentos com técnicas especializadas de verificação, interpretação e inferência da realidade” (MEDEIROS, 2006, p. 41). Há que se destacar que esse processo de aprendizagem é técnico e também reflexivo e crítico. Afinal a escolha de um tema, um problema de pesquisa e questões análogas à estes envolvem o diálogo, a reflexão e o pensamento investigativo que, por definição, demanda crítica. Porém, para que esse processo seja realizado com qualidade, é necessário conhecer a metodologia científica. Assim sendo, nosso capítulo tratará de expressar as características e protocolos da metodologia científica, sempre com o compromisso de trazer uma análise crítica e propositiva sobre o tema. O interesse maior desse exercício é animar os graduandos à pesquisa, de modo atento, crítico e acima de tudo cientes da aprendizagem em metodologia científica. 1.2 USOS NO MEIO ACADÊMICO Os usos da metodologia científica estrutura e normatiza a comunicação escrita e oral produzida na universidade, por graduandos e professores. Segundo Demo (1995), quando pensamos na metodologia científica na universidade, estamos diante de “[...] instrumentos usados para se fazer ciência” (DEMO, 1995, p. 11). Esses instrumentos não precisam ser dificultadores no processo de aprendizagem, ao contrário, como língua franca que são, pretendem aproximar pesquisadores, ideias e reflexões. 9 As ferramentas iniciais que mobilizamos para esse fazer da ciência são os métodos de observação, escuta, leitura e experimentação. Quando mediados pela metodologia científica, a partir de suas ferramentas, a compreensão sobre os fenômenos analisados tende a ser mais aceita (AZEVEDO, 2013). Em linhas gerais, o que conseguimos construir, nessas condições, foi o conhecimento científico. Não podemos deixar de citar que esse processo é feito também com consultas intensas à bibliotecas (físicas ou virtuais), sites de pesquisa de conteúdo acadêmico e demais materiais formativos. Além deles, o relacionamento profissio- nal com professores, tutores da universidade, fóruns de debate, espaços de tiragem de dúvidas e diálogos com os colegas colaboram de maneira potente com uma aproximação qualitativa com a metodologia científica. Pode-se dizer que a etapa seguinte desse processo trata-se da comunicação desses avanços de pesquisa. Toda e qualquer investigação envolve atividades comunicativas que, realizadas em distintos suportes formais, como a fala e a escrita, conformam mais uma etapa do fazer científico. Nesse processo são gerados produtos como resenhas, relatórios, artigos, painéis, monografias e outros construídos durante ou após a conclusão da pesquisa acadêmica. Acerca do processo comunicativo, é preciso informar e divulgar o andamento de uma dada investigação, de modo que seja possível reunir comentários, sugestões e críticas acerca da pesquisa. Segundo Ziman (1968), o conhecimento científico terá validade e será entendido como tal, quando exposto ao parecer da comunidade acadêmica. Desse modo se consolidam espaços como simpósios, congressos, fóruns, semanas acadêmicas e bancas de avaliação dentre outros, que se tornam espaços privilegiados para se divulgar a construção de pesquisas acadêmicas. Vale dizer que em cada uma das etapas citadas neste tópico contam com Ciência é uma preocupação teórica acerca de determinados fenômenos naturais e sociais para explicar o mundo em que vivemos. Quer saber mais sobre o conceito? Pesquise no livro “Metodologia Científica" (LOZADA; NUNES, 2018) em especial o primeiro capítulo “Processo técnico-científico” (p. 13-34). Disponível em: https://bit.ly/3rUWYOG. Acesso em: 20 mar. 2021. https://bit.ly/3rUWYOG 10 características específicas que serão dadas pela metodologia científica e conhecidas por nós nos capítulos a seguir. Sendo nossa tentativa aqui a de apresentar um panorama sobre diferentes áreas do universo acadêmico que são afetadas pela metodologia científica. 1.3 USOS SOCIAIS E ÉTICA NA PESQUISA A metodologia científica é um universo vasto como vimos, sendo uma de suas faces a ética.Em termos sociais é sempre importante que o pesquisador pense na função social de sua pesquisa para a sociedade. Deve-se ter cuidadoter cui- dado e atenção ao compreender a realidade que visita o pesquisador e o meio em que vive/que estuda. Espera-se que, a partir dessa compreensão, se construa uma produção científica alinhada com tais questões. Os modos de fazer este exercício se dá os modos de fazer este exercício se dão por meio de uma humanização da pesquisa e da ciência. Essa humanização se constrói quando quem pesquisa entende que seu fazer, crítico e reflexivo está repleto informações sobre comunidades ou indivíduos citados e suas práticas estudadas (TOMANIK, 2004). Ou seja, a pesquisa é antes de tudo um exercício coletivo do pesquisador com seus colegas, com seus objetivos, fontes e uma teia de relações que atravessam ele e sua pesquisa. Essa recomendação pode ser realizada a qualquer tempo da pesquisa e pode ser registrada na construção de investigações em quaisquer áreas do saber, o que mais importa é que esse eixo seja lembrado e considerado pelo pesquisador. Afinal, estamos em um momento histórico de ascensão do anti cientificismo e, por isso, é sempre tempo de reforçarmos nosso compromisso com a construção de uma ciência que seja democrática. https://bit.ly/2P1FCCd 11 Pensando em ética e democracia é necessário que façamos uma discussão acerca do respeito com as pessoas, à autoria e as ideias. Quando expomos o res- peito às pessoas, queremos dizer que pesquisas com seres humanos, mas mais distintas áreas do saber, demandam protocolos; de modo que esses indivíduos sejam respeitados em suas vontades, desejos e suas limitações. Aqui a escuta sensível e a ética são essenciais para uma pesquisa executada em termos profissionais, idôneos e que preserve os sujeitos pesquisados. Acerca disso, recomenda-se que o pesquisador conheça e elabore um Termo de Livre Consentimento Esclarecido (TCLE), cabendo a ele apresenta-lo para que os indivíduos pesquisados sejam adequadamente esclarecidos e, mediante o aceite e assinatura destes ou de seus responsáveis legais, possa se dar o início de qualquer pesquisa com seres humanos. Sua adoção dá segurança ao pesquisador e ao sujeito pesquisado, assegurando sua preservação física e mental. No Brasil, pesquisas que se debruçam sobre o estudo de seres humanos devem ser submetidas a um Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) instância universitária de avaliação da idoneidade e dos princípios éticos em uma dada pesquisa acadêmica (BARBOSA; BOERY; FERRARI, 2012). Quando falamos sobre respeito a autoria e as ideias estamos falando do cuidado para a não realização do plágio acadêmico. Ele nada mais é do que a cópia sem autorização de um trecho, obra ou conceito construído por outra pessoa. Fenômeno considerado como crime em nosso país, trata-se de uma forma de apropriação desleal no mundo acadêmico (SILVA, 2008). Segundo os estudos de Sanchez e Innarelli (2012) existem quatro tipos de plágio: (1) o autoplágio, em que um indivíduo utiliza um trabalho próprio já publicado anteriormente, mas apresentado de maneira diversa; (2) a autoria fantasma, onde há a inserção de supostos autores que efetivamente não participaram de modo significativo, levando indivíduos à apropriação dos benefícios de conteúdos que os recompensa indevidamente; combinações, em variados graus, de https://bit.ly/3f9YSId 12 (3) plágios literários (cópias de textos, integrais ou em partes, substituindolhes algumas palavras) e (4) plágios de conteúdo (em que as ideias de autores originais são reapresentadas sem que lhes seja reconhecida a origem). (SANCHEZ; INNARELLI, 2012, p. 47). Essas múltiplas formas de plágio precisam ser encaradas como um problema no processo formativo desse pesquisador, questão que pode ser solucionada por meio de um processo de ensinoaprendizagem pautado no incentivo ao letramento acadêmico. Assim, avaliamos que o melhor modo de diminuir a ocorrência desse fenômeno é por meio de uma postura atenta de professores e graduandos no pro- cesso de escrita acadêmica. Uma das formas de se superar o plágio é com o incentivo à escrita autoral do graduando, escutando suas limitações e potencialidades e por meio da proposição de exercícios de escrita que sejam realizados de modo gradual, com vista a uma aprendizagem paulatina e mediada por uma prática reflexiva (SILVA, 2008). Ao final deste capítulo, avaliamos que foi possível aproximar você graduando e pesquisador em formação de temas gerais com os quais terá contato ao longo desse material e de toda sua vida acadêmica. Sendo assim, com conhecimento, respeito, ética e metodologia científica é possível construir uma ciência que aproxime pessoas, ideias e que construa soluções para os desafios de nossa sociedade. https://bit.ly/3rT5DRp 13 FIXANDO O CONTEÚDO 1. Metodologia científica pode ser definida como a) um conjunto de iniciativas que visam construir o anticientificismo, descre- denciando a ciência nos meios de comunicação. b) uma forma de trabalhar a leitura e a interpretação na formação universitária, sem diálogo com a escrita, afinal, ela é desenvolvida na educação básica. c) um conjunto de diretrizes para a construção interdisciplinar entre as ciências humanas e biológicas, a partir dos métodos de ambas. d) um conjunto de etapas ordenadas, com a finalidade de estruturar uma dada pesquisa acadêmica. e) uma organização para construção de trabalhos escolares em geral. 2. Como pode ser descrita a relação entre letramento acadêmico e metodologia científica? a) Como uma relação de disputa, afinal, são concepções distintas nos estudos metodológicos. b) Como uma relação transdisciplinar, pois a metodologia científica pensa o processo de aprendizagem da leitura. c) Como uma relação complementar, dado que a metodologia científica é um tópico do processo de letramento acadêmico. d) Como uma relação opcional, dado que a leitura e alfabetização são elementos opcionais para a metodologia e para o universo acadêmico. e) Como uma relação conflitante, dado que são correntes científicas distintas e que discordam na formação dos graduandos. 3. “[...] O ato de plagiar teses acadêmicas já custou o emprego de diversas autoridades europeias, incluindo o de um presidente húngaro, dois ministros alemães e uma ministra espanhola. Na Alemanha, dois ministros da chanceler alemã, Angela Merkel, pediram demissão após serem acusados de plágio e terem seus títulos cancelados pelas universidades em que estudaram. Em 2011, jornalistas divulgaram vários trechos plagiados na tese de doutorado 14 do ministro da Defesa, KarlTheodor Guttenberg. Ele teve o título de doutor em direito cancelado pela universidade e virou motivo de chacota. Os alemães passaram a brincar que seu sobrenome era Googleberg, uma referência ao uso de textos copiados da inter- net. Dois anos depois, foi a vez da ministra da Educação, Annette Schavan, pedir demissão após denúncias de plágio em sua tese de filosofia. Na Hungria, o presidente Pál Schmitt (foto) renunciou em 2012 após uma revista divulgar os trechos plagiados da tese de doutorado que ele apresentou em 1992 na Universidade de Medicina Semmelweis, em Budapeste. O trabalho, sobre os jogos olímpicos modernos, era praticamente a tradução de um texto búlgaro. [...] Em 2018, a ministra de Saúde da Espanha, Carmen Montón, foi forçada a renunciar após acusações de plágio em sua tese de mestrado na Universidade Rei Juan Carlos, em Madrid. Em seu trabalho sobre reprodução assistida, ela copiou parágrafos e páginas inteiras de textos encontrados na internet, incluindo alguns verbetes da Wikipedia. Carmen também teve contestado seu título,pois não tinha completado todas as aulas para apresentar sua tese. [...]” (Plágio já derrubou um presidente e vários ministros na Europa. Portal Ig Crusoé Antagonista. São Paulo, 08 de out. de 2020. Disponível em: https://ultimosegundo.ig.com.br/colunas/crusoe/20201008/plagiojaderrubouumpresidenteevariosministrosnaeuropa.html. Acesso em: 31 de out. 2020). Diante do exposto, responda com V ou F as seguintes alternativas: ( ) A matéria sobre o plágio entre políticos nos mostra como o ambiente político é truculento, haja vista que o plágio pode ser harmonizado no ambiente político e acadêmico, pois não se trata de um crime, mas sim, um pequeno desvio. Para sua solução basta que o acadêmico e/ou político peça desculpas aos autores que plagiou por meio de uma nota de retratação e a sua universidade. ( ) O plágio entre políticos e suas demissões é um claro sinal da necessidade de se colocar o tema do plágio em perspectiva, como um problema a ser enfrentado pelas democracias, somente em países europeus. ( ) O plágio precisa ser entendido como uma forma de roubo intelectual, em que se usurpam ideias, conceitos e com isso se fragiliza a construção do saber científico. Trata-se de um crime que afeta todo o campo científico e, por isso, precisa ser combatido. ( ) Cabe aos professores o oferecimento de uma formação cuidadosa e sistemática para que seus alunos não cometam plágio. Para isso, deve-se https://ultimosegundo.ig.com.br/colunas/crusoe/20201008/plagiojaderrubouumpresidenteevariosministrosnaeuropa.html 15 incentivar a leitura, crítica e a construção da produção acadêmica de forma cuidadosa, sem opressões, mas com escuta sensível e estudos sistemáticos no campo da metodologia científica. ( ) Não há qualquer relação entre o plágio anunciado na matéria com o plágio acadêmico, o plágio só tem validade enquanto o indivíduo encontra-se em seu período de formação, não podendo ser considerado um crime. Assinale a sequência correta. a) F, F, V, V, V. b) V, F, F, F, V. c) V, F, V, F ,V. d) F, F, F, V, V. e) F, F, V, V, F. 4. Angela está produzindo um trabalho final para uma disciplina da faculdade que cursa e encontrou o seguinte trecho: Este texto apresenta reflexões sobre questões éticas na pesquisa em Lingüística Aplicada e constata que é surpreendente verificar que, até recentemente, a questão da ética tenha recebido muito pouco espaço na literatura da área. Este estudo, depois de traçar alguns paralelos entre a pesquisa médica e a pesquisa em Lingüística Aplicada, discute alguns problemas, tendo como ponto de parti- da dois aspectos principais: (1) relações entre pesquisadores e (2) relações entre pesquisadores e colaboradores. (p.43) PAIVA, Vera Lúcia Menezes de Oliveira e. Reflexões sobre ética e pesquisa. Rev. bras. linguist. apl., Belo Horizonte, v. 5, n. 1, p. 4561, 2005. Disponível em: http://www.SciELO.br/SciELO.php?script=sci_arttext&pid=S198463982005000100003&lng=en&nrm=iso. Acesso em 31 Out. 2020). Angela leu todo o artigo, fez suas anotações e escreveu: Este artigo registra reflexões acerca de questões da Lingüística Aplicada, notadamente do campo da ética na pesquisa e constata que a ética foi pouco debatida na literatura da área. Isto posto, após uma análise comparada entre a Lingüística Aplicada e a pesquisa em saúde, nossa intenção é pensar a relação http://www.scielo.br/SciELO.php?script=sci_arttext&pid=S198463982005000100003&lng=en&nrm=iso 16 entre investigadores e em um segundo momento, a relação destes com seus colaboradores. Diante do exposto qual procedimento exposto estudado em nosso capítulo Ângela está realizando e qual deve ser sua atitude. a) Ângela não cometeu qualquer erro, leu e está escrevendo um artigo e, por isso, ao final de sua escrita deve entregar seu trabalho final sem qualquer problema. b) Ângela está agindo de modo equivocado, pois está incorrendo em um caso de autoplágio, que poderá trazer maiores problemas para ela. c) Ângela está correta, leu e está produzindo um texto suas palavras, de modo autoral e original. d) Ângela está agindo de modo equivocado, pois seu trabalho parece ter um autor fantasma que não está sendo anunciado. e) Ângela está agindo de modo equivocado, pois está cometendo plágio na modalidade de plágio de conteúdo, uma vez que a pesquisadora está reapresentando ideias sem que a origem seja reconhecida. 5. Leia os trechos a seguir: [...] Eu sou sincero. Plagiei semestre passado [...] eu sei que não é o caminho correto, mas desde q não seja prejudicial na minha construção do conhecimento. Aconteceu em uma disciplina que não considerava importante para mim, já que o curso de letras é muito abrangente e então sei o q é de meu interesse, o que acredito que seja de importância para mim e devo tentar aperfeiçoarme; o que não era a disciplina na qual plagiei da net. (JL) (p. 359) “Uma coisa realmente deve ficar claro, os estudantes da universidade fazem o plágio conscientemente. Sabem que não devem, mas são seduzidos pela facilidade em conseguir um bom trabalho com o menor esforço. Porém, nada se compara ao prazer de se produzir um trabalho e ser reconhecido por aquilo que você foi capaz de fazer. Isso não tem preço!!! (CS)” (p. 367) SILVA, O. S. F. Entre o plágio e a autoria: qual o papel da universidade?. Rev. Bras. Educ., Rio de Janeiro, v. 13, n. 38, p. 357368, Aug. 2008 . Disponível em: http://www.SciELO.br/SciELO.php?script=sci_arttext&pid=S141324782008000200012&lng=en&nrm=iso. Acesso em 31 Out. 2020. http://www.scielo.br/SciELO.php?script=sci_arttext&pid=S141324782008000200012&lng=en&nrm=iso 17 Os entrevistados pela autora do texto, ambos universitários, nos oferecem depo- imentos sobre a questão do plágio na universidade. Sobre o tema tratado, em articulação com a análise sobre o plágio escolha a alternativa correta. a) O segundo relato demonstra um desconhecimento sobre o tema, afinal, a produção acadêmica não deve envolver nenhum traço de prazer ou subjetividade para sua boa execução. b) O primeiro relato é uma prova concreta do modo como graduandos/as cometem o plágio, um pequeno desvio sem maiores consequências para a formação do acadêmico. c) Os dois casos são fictícios, pois não expõe situações vividas em ambientes universitários. d) No primeiro caso estamos diante de um equívoco do depoente, pois o plágio não deve ser enxergado como um pequeno desvio ou uma forma de sanar um trabalho de uma disciplina que se gosta menos, mas precisa ser entendido como um crime. e) Os depoimentos precisam ser encarados como importantes chaves de leitura sobre o plágio no ambiente acadêmico. Enquanto o primeiro mostra que é uma prática aceitável, o segundo relato reforça que é permitido cometer o plágio em alguns momentos. 6. Luiza é graduanda em História e fará uma pesquisa com profissionais da área que atuam em escolas do segundo distrito de Contagem (MG). Enquanto isso, Pietro, que é graduando em Medicina, fará uma pesquisa com pacientes homens entre 50 e 55 anos na cidade de Belo Horizonte (MG). Acerca da ética na pesquisa, aponte a alternativa correta. a) Somente na pesquisa de Pietro será necessária a apresentação do termo de livre consentimento esclarecido (TCLE), afinal ele trabalha com uma questão mais importante do ponto de vista científico. b) Luiza e Pietro não precisam do termo de livre consentimento esclarecido (TCLE) e nem da submissão de seu projeto ao comitê de ética e pesquisa (CEP), pois eles acreditam que não é preciso, afinal, são graduandos. 18 c) Luiza executa suas entrevistas sem qualquer termo de consentimento, pois acre- dita que o entendimento pela conversa é suficiente.d) Luiza e Pietro apresentaram os respectivos termos de livre consentimento esclarecido (TCLE) e avaliam que é o bastante para o início de uma pesquisa. e) Luiza e Pietro apresentaram seu projeto aos respectivos comitês de ética e pesquisa (CEP) e após o aceite destes, apresentaram o termo de livre consentimento esclarecido (TCLE) para seus entrevistados. 7. Sobre metodologia científica e plágio, assinale a alternativa correta. I. Metodologia científica e plágio são assuntos distantes e sem qualquer diálogo, enquanto o primeiro fala de métodos e técnica da pesquisa na universidade, o segundo trata de um crime sem relações com a escrita acadêmica. II. Metodologia científica e plágio são sinônimos, sendo que a primeira expressão é encontrada na graduação, enquanto a segunda é o crime cometido em cópias de trabalhos acadêmicos na pós-graduação. III. Cabe ao professor de metodologia científica orientar seus alunos para que o cuidado com o plágio seja parte de um programa de escrita científica, de modo a instruir seus alunos sobre esse grave problema. IV. Cabe ao aluno atentar para a metodologia científica e o plágio em sua formação universitária, aprofundando-se na primeira e evitando a prática do segundo. V. O plágio é crime e deve ser discutido ao longo das disciplinas dos cursos de graduação. a) III, IV, V. b) I, II, V. c) III, IV. d) I, II, V. e) II, V. 8. Qual é o papel da metodologia científica no meio acadêmico? a) Instrumentalizar os alunos em processos como a seleção, leitura e análise, ligados à investigação dos fatos ou na procura de respostas em suas pesquisas acadê- 19 micas. b) Instruir os alunos dos procedimentos burocráticos ligados a matrícula e rematrícula ao longo da graduação, sendo fundamental para a manutenção do aluno no curso. c) Apresentar formas de relação interpessoal na universidade, destacando a escolha do orientador e dos colegas de grupo em eventuais trabalhos. d) Instrumentalizar os alunos exclusivamente na confecção de suas apresentações orais ao longo da graduação. e) Colaborar com a inserção dos alunos nas tecnologias voltadas para a comunicação virtual, sendo essa a verdadeira metodologia científica. 20 MÉTODOS E TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA 2.1 ORGANIZAÇÃO ACADÊMICA E PESSOAL DO TEMPO Organização é uma peça chave para o processo de construção da meto- dologia científica e da vida na universidade. Por isso, recomenda-se que o graduando entenda seu cotidiano e se organize nos mínimos detalhes para iniciar sua pesquisa de modo que ela se torne um momento de construção prazerosa e não um problema (LEITE; TAMAYO; GÜNTHER, 2003). Sabe-se que não é fácil realizar pesquisas e um dos motivos é a falta de conhecimento sobre a organização. Avaliamos que com a formação necessária o graduando pode construir sua autonomia, para isso, é necessário aprender com autonomia. No fazer universitário e da ciência é necessário, portanto, ensinar e saber de algumas orientações de organização. Sendo assim recomendamos um suporte indispensável que é a agenda ou planner, suportes que funcionam como facilitadores na esquematização de datas e compromissos acadêmicos do graduando. Desde a data da prova, a aula onlineonline, o momento de pesquisa na biblioteca virtual, a reunião com um professor, tudo pode e deve ser registrado para aperfeiçoar sua organização. Sugerimos também o uso de um bloco de notas (digital ou em papel) para escrita e apontamentos, seja no celular, no computador ou em suporte físico, é UNIDADE 02 https://bit.ly/3sXZ9C7 21 necessário que o graduando tenha um espaço para sistematização de suas ideias. Conforme a dinâmica de vida e trabalho, recomendase que esse suporte seja móvel (como celulares e blocos de anotações) por conta da mobilidade que muitas vezes os deslocamentos sucessivos exigem. Afinal, ninguém sabe quando uma ideia de pesquisa pode surgir, por isso, é importante estar preparado. Nesse espaço de escrita será possível registrar dúvidas, ideias, palavraschave, comentários sobre livros e textos lidos, anotações de reuniões, por exemplo. Esse espaço de registro, posteriormente, servirá de base para a escrita do futuro trabalho, seja ele qual for, pois neste bloco de notas estarão contidas ideiasforças para a investigação. Em um terceiro momento recomenda-se a criação de uma pasta digital, construída em plataformas gratuitas como o Google Drive, One Drive ou iCloud e outros. Nele o graduando poderá reunir seus livros, textos, apostilas e materiais complementares em formato digital, com a segurança de não os perder. Sugerimos a criação de pastas e subpastas, com a finalidade de organizar seus conteúdos de pesquisa por tipologias como: textos lidos por disciplina, textos para ler, fichamentos, resenhas, resumos, textos em processo de elaboração, podem ser alguns nomes de referência. Essas categorias são apenas orientadoras para uma possível pasta virtual, podendo ser preenchidas com outras categorias. Uma pasta como essa é fundamental para o graduando que deseja organizar sua relação com a pesquisa acadêmica e com a metodologia, afinal, ele terá a oportunidade de centralizar em formato digital e onlineonline textos e outros materiais de relevância para sua pesquisa. Quando estiver lendo textos impressos ou online realize comentários em um caderno ou documento online à parte, como forma de síntese e registro de pontos importantes da leitura. Assim, você poderá retornar futuramente em seu resumo e encontrar ideias principais, se necessário coloque etiquetas nos cadernos para se lembrar no futuro (CARELLI; SANTOS, 1998). No caso de textos e/ou livros impressos, o uso de papéis adesivos em formato de bloco de notas, que marcam sem danificar os textos ou livros podem ser acompanhados de breves anotações para consultas futuras. Todo o material listado tem por principal função tornar o processo de pesquisa científica mais autônomo e independente, fazendo com que o graduando 22 seja o responsável por construir sua rotina de registro, planejamento e consulta. A organização é um trunfo em qualquer pesquisa acadêmica, quanto melhor ela for mais bem feitabemfeita será a pesquisa acadêmica, pois, a construção da ciência não se dá de forma improvisada, mas de forma sistemática e atenta (CARELLI; SANTOS, 1998). Quando falamos em organização pessoal estamos pensando na execução de uma análise atenta do tempo disponível para todas as atividades do cotidiano e universitárias. O acesso e a permanência no ensino superior demanda uma série de ajustamentos sociais, pessoais, financeiros e de ordem profissional por parte dos alunos, sendo necessário que o aluno dedique-se a alterações com vistas a fortalecer sua formação e sua organização do tempo (BASSO et al., 2013). Existem formas distintas de organização do tempo, mas, em qualquer delas, o aluno deve ter em mente e no papel sua agenda semanal (SOARES, 2002). Realizada na forma do preenchimento de um levantamento semanal deve elencar seus turnos, com dias e horários, disponíveis para cada atividade. Importante notar que é necessário ter clareza da divisão de turnos para os estudos, trabalho, relações interpessoais, lazer e descanso. Logicamente tem que ser considerado nesse cronograma o tempo de deslocamentos, o tempo de leitura e outras formas de 23 emprego das horas ao longo do dia. Apesar de ser uma meta desafiadora, ela deve ser tentada, pois, a distribuição assimétrica do tempo, poderá acarretar a fragilidade do processo formativo e da vida do aluno. Por isso, é sempre tempo de dedicar-se à organização do tempo com o fito de encontrar formasde gestão das distintas demandas do aluno. Diante do exposto, segundo Carelli e Santos (1998), somente alicerçado em bases de organização claras e definidas o graduando poderá avançar em circunstâncias favoráveis em seus estudos, para conquistar um bom desempenho no seu processo de ensinoaprendizagem. Com organização e de modo que ela seja incentivada na universidade e pelos professores, os graduandos terão condições mínimas necessárias para a gestão e balanceamento de suas atividades no cotidiano. 2.2 ABORDAGENS DA PESQUISA CIENTÍFICA Abordagem é um modo de tratar de um determinado tema ou problema, conforme forem suas escolhas de pesquisa, sendo assim, é importante conhecer para executar uma escolha assertiva. Dentre os tipos de abordagem temos a quali- tativa, a quantitativa e a quali-quantitativa. Cada uma delas trará contribuições e implicações para o processo de pesquisa. A primeira privilegia a análise com destaque para aspectos de ordem subjetiva, que podem ser identificados como modos de fazer, de pensar, de significar, práticas e saberes, por exemplo. Sob essa perspectiva, a compreensão de ideias, grupos sociais, sujeitos individualizados e narrativas são importantes eixos dessa abordagem (CRESWELL, 2014; GODOY, 1995). Os pesquisadores que optam por uma abordagem qualitativa compartilham a ideia de uma investigação aberta, com múltiplas formas de leitura, podendo 24 inclusive conter traços do envolvimento pessoal/afetivo com o tema e a questão tratada. O manejo dos métodos qualitativos “[...] passa por uma pesquisa dedicada aos porquês, símbolos e representações de dados não numéricos” (SILVEIRA; CÓRDOVA, 2009, p. 32). A quantitativa se realiza por meio do uso de dados quantificáveis. Com escalas variáveis, conforme a escolha do pesquisador, nesta abordagem os resultados obtidos são avaliados como um quadro objetivo. Os dados numéricos podem ser trabalhados por meio de questionários, gráficos e outros modos de exposição. Na pesquisa quantitativa nota-se uma “[...] atenção alargada aos métodos e a linguagem matemática, com o objetivo de descrever e explicar os fenômenos em estudo” (FONSECA, 2002, p. 20). Sua realização se dá com fortes traços do pensamento lógico, do raciocínio dedutivo e da estatística, com isso, busca-se um entendimento de uma totalidade, por meio de elementos quantificáveis (GÜNTHER, 2006). Seu uso costuma ser encontrado em pesquisas nas Ciências da Natureza e em Matemática. A terceira abordagem é a qualiquantitativa que se apresenta como uma associação entre as perspectivas acima citadas. Ela tem um papel integrador, mobilizando características de cada abordagem de modo complementar. Segundo Flick (2002), é possível dizer que elaque ela possibilita a construção de uma pesquisa mais ampla no que compete aos resultados encontrados. Se comparadas as três abordagens citadas, há que se dizer que foram enunciadas suas vocações e prédisposições, sem qualquer hierarquização delas (SANTOS FILHO, 1995). Afinal, a pesquisa qualitativa, quantitativa e qualiquantitativa não tratam-se tratam de abordagens opostas ou não conciliáveis, ao contrário, de- vem dialogar para uma escolha consciente para se alcançar os resultados desejados em uma investigação. Diante do exposto, sugere-se ao pesquisador atenção para a mobilização dessas abordagens, de modo que seja possível reunir de forma harmônica e integrada elementos delas para a construção de sua pesquisa. 2.3 NATUREZA DA PESQUISA CIENTÍFICA Se considerarmos a natureza/questões didáticas, podemos citar a pesquisa básica ou pura, que tem por objetivo a geração de novos saberes e 25 conhecimentos, pertinentes à área de estudos em que se desenvolve. Não há nela compromisso com aplicação de ordem prática ao menos não imediatamente (GRAY, 2012). Outra natureza é a pesquisa aplicada, baseada em interesses mais imediatos, em especial de emprego a médio e curto prazo, muitas vezes sendo estruturada por questões sócioeconômicas (GRAY, 2012; LAFER, 2007). Tal como no tópico anterior, há uma série de estudos que transitam pelas duas esferas, sem qualquer problema teórico ou metodológico, afinal, elas não se excluem. Sobre essa integração entre as duas naturezas, relembramos as considerações de Gil quando este infere que é inadequado dissociar esses dois eixos, pois, “[...] a ciência objetiva tanto o conhecimento em si mesmo quanto às contribuições práticas decorrentes desse conhecimento” (GIL, 2018, p. 01). Portanto, pode-se pensar na integração dessas naturezas como forma de potencializar a investigação em execução. 2.4 TIPOS DE PESQUISA CIENTÍFICA Quanto aos objetivos, podemos dividilos em três esferas. Sendo a primeira a pesquisa exploratória, que encontra-se encontra estruturada em procedimentos como a construção bibliográfica, entrevistas com sujeitos que vivenciaram o tema em análise, imersão e contato com os sujeitos da pesquisa, por exemplo. Essa modalidade, por vezes, se estrutura no formato de estudos de caso e de pesquisa bibliográfica (GIL, 2018). Uma segunda seria a pesquisa explicativa sendo sua matriz pautada na iden- tificação/explicação por meio dos resultados encontrados. Essa modalidade tende a colaborar com o aprofundamento do entendimento da realidade. Segundo Gil (2018), essa pesquisa pode estar associada a pesquisa descritiva, haja vista que o entendimento de um tema demanda uma análise mais detalhada. Sendo assim, chegamos ao terceiro tipo, a pesquisa descritiva. Baseada no princípio da descrição de grupos, sujeitos e/ou fenômenos. Ela demanda uma observação atenta e cuidadosa na exposição do objeto da pesquisa. Sua estrutura tem por base instrumentos de coleta de dados qualitativos (TRIVIÑOS, 1987) Importante citar que, em muitos casos, características de uma pesquisa exploratória podem conter traços da explicativa ou da descritiva e isso não é um erro. Ao contrário, trata-se de um movimento comum na pesquisa acadêmica e 26 tende a valorizar o tema e o objeto em estudo, mas, apesar disso, é sempre bom sabermos os detalhes de cada um desses tipos para uma análise mais ampla. 2.5 AS CLASSIFICAÇÕES TÉCNICAS DA PESQUISA CIENTÍFICA No que se refere às classificações técnicas, podemos citar 11 tipologias. Cada qual com suas especificidades, elas colaboram com a possibilidade de extrair informações das fontes mobilizadas. Tais fontes, que serão estudadas posteriormente, são suportes escritos e/ou visuais, que colaboram com a solução de um determinado problema de pesquisa. Assim, há que se pensar, qual procedimento adotar? Vejamos na sequência. Iniciamos com a pesquisa experimental, ação científica pautada na escolha de um determinado objeto de estudo para, em seguida, realizar-se a seleção das variáveis que influenciam o objeto, considerando sua definição e observação. Para Fonseca (2002) essa pesquisa pode ser desenvolvida em centros de pesquisa e em “[...] laboratórios, ou no campo (onde são criadas as condições de manipulação dos sujeitos nas próprias organizações, comunidades ou grupos)” (FONSECA, 2002, p. 38). Nessa modalidade alguns exemplos podem ser: os testes para elaboração de vacinas, a elaboração de cosméticos entre outros. A pesquisa bibliográfica se realiza quando o pesquisador dedica-se dedica a uma leitura sistemática de um determinado conteúdo já publicado. A depender da extensão do tema, recomendam-se recortes temporais que auxiliem a execução de uma pesquisa bibliográfica exequível em tempo hábil, o mesmo vale para pesquisadores que têm pouco tempo disponível para executar sua investigação. Esse é um procedimento recomendado em especial para trabalhos de conclusão de cursos de graduação. Essa modalidade de pesquisa costuma ser mobilizada em associação comoutros procedimentos técnicos. Quanto à pesquisa documental, pode-se dizer que ela debruça-se, tal como a anterior, sob um determinado conjunto de informações já produzidas. Todavia, diferente da anterior, estaestá baseia-se em fontes documentais (escritas, audiovisuais, imagéticas, por exemplo) que carregam interesse para o pesquisador, conforme o problema de pesquisa. Podemos ilustrar essa tipologia com estudos como o levantamento dos relatórios sobre o solo do cerrado, estudos sobre o preço do pão em Paris no século XVIII, dentre outros. 27 Na sequência temos a pesquisa de campo, que se realiza mediante a inserção do pesquisador como observador de ações e interações de uma determinada população em análise. Pode-se encontrar nesse processo o uso de metodologias de entrevistas para aprofundamento daquela determinada realidade (KAUFMANN, 2013). Como exemplo, temos o estudo do comportamento infantil no recreio escolar, estudos sobre as interações de trabalhadores em sindicatos. Em seguida, é importante citarmos a pesquisa expostfacto (em português, depois do fato), em sua estrutura encontra-se a noção de causa e efeito, tendo como base um determinado fenômeno (FANTINATO, 2015). Em geral, o modo de coleta de dados se dá após a ocorrência do fenômeno. Como exemplo desse tipo de pesquisa, pode-se citar pesquisas que avaliam a inserção de alunos do Ensino Médio de escolas públicas no Ensino Superior, índices de precipitações de chuva em uma data cidade em um determinado período. Em seguida podemos citar a pesquisa de levantamento ou survey, assentada sobre a ideia de realização da análise de uma amostra ou de uma determinada população (FONSECA, 2002). Segundo Fonseca (2002, p. 33) “[...] a coleta de dados realiza-se em ambos os casos através de questionários [survey] ou entrevistas”. Segundo Silveira e Córdova (2009), essa modalidade de pesquisa aproxima o investigador da possibilidade de um contato mais alargado com as possibilidades estatísticas. A título de exemplo, estudos de opinião sobre modos de compra, pesquisas de perfil de eleitores de um determinado partido político podem ser entendidas como formas de ilustrar esse tema. Outra classificação que podemos citar é o estudo de caso. Mobilizado para favorecer a análise de temas e tópicos conforme seu contexto, esse processo se dá por meio da utilização de dados qualitativos. Normalmente se dá sob um objeto definido, seja ele um sujeito, um grupo ou um determinado espaço. A partir de uma análise exploratória, descritiva e analítica, é possível realizar uma análise mais 28 profunda (VENTURA, 2007). Como exemplo, podemos citar o modo como alunos do Ensino Médio entendem o conceito de ética e estética em uma determinada insti- tuição, como alunos surdos convivem com novos métodos de aprendizagem em libras. Outra modalidade a ser anunciada é a pesquisa participante, que se trata de um processo de envolvimento do investigador com a pessoa ou grupo em estudo. A relação de interação que o pesquisador estabelece, além de finalidades acadêmicas, tende a colaborar para que a comunidade em apreciação encontre caminhos para eventuais desafios com os quais conviva (BRANDÃO, 1984). Pode-se citar como exemplo o estudo das formas de ensino da Física em uma escola indígena no Norte do país, o acompanhamento dos métodos de ensino oral para alunos surdosmudos no sul do Brasil. Associada à anterior, temos a pesquisa-ação, amplamente utilizada em estudos nas áreas das ciências humanas e sociais, ela identifica um procedimento de desenvolvimento do investigador em relação ao tema tratado. Conforme aponta Elliot (1991, p. 69) “[...] o estudo de uma situação social com vistas a melhorar a qualidade da ação dentro dela”. Em perspectiva também advinda da Antropologia, temos a pesquisa etnográfica, advinda de estudos antropológicos do século XIX e do início do século XX. Tal como a anterior, esta colabora com um entendimento mais profundo de um determinado tema, dedicando-se a executar um contato mais estreito entre pesquisador e o grupo social sob o qual o recorte da pesquisa será feito. Há um processo de tornar o objeto familiar e aquilo que era familiar aos olhos do pesquisador estranho (FONSECA, 2002). Há um compromisso com a noção de “ver mais de perto”, acompanhando mais estreitamente o modo como determinado grupo lida com suas mais diversas questões. Ainda em diálogo com os dois procedimentos anteriores, relembramos aqui a pesquisa etnometodológica que se conforma como uma metodologia na qual os sujeitos investigados têm suas ações acompanhadas pelo pesquisador. Aqui encontram-se “[...] práticas como a interação, a experiência da perda, da comemoração, do insucesso” (COULON, 1995, p. 30). Elencamos como temas de pesquisa possível a análise do insucesso escolar para alunos do 8º ano do ensino fundamental, as formas de ensino de etnomatemática para alunos da Educação 29 de Jovens e Adultos, por exemplo. Ao final desse levantamento, informamos que cada uma dessas variantes analisadas não precisam ser gravadas, mas sim, interpretadas de modo crítico com o compromisso de que o aluno sintase confortável e amparado no ato de sua escolha quando realizar seus estudos acadêmicos. Assim, é importante salientar que o pesquisador tem a liberdade de escolha das classificações e da teoria para realizar seu trabalho, desde que realize esse exercício de modo organizado, coerente e baseado em uma pesquisa bem estruturada. 2.6 MÉTODOS DE PESQUISA CIENTÍFICA Passadas as características de pesquisa anteriores, quando discutimos os métodos, estamos tratando da forma como os pesquisadores mobilizam aspectos da relação do homem com o saber. Uma vez que existem distintos métodos, é necessário apresentarmos seus gradientes e expormos exemplos sobre o seu funcionamento. Começamos pelo método indutivo que é antes de tudo embasado na ideia de experiência. Por meio da experimentação o pesquisador alcança considerações mais amplas acerca de seu tema de pesquisa (PRODANOV; FREITAS, 2013). Percorrendo assim um caminho do particular para o geral, podemos utilizar como exemplo, estudos de opinião sobre cosméticos, pois, a partir dos entrevistados, chega-se a um resultado geral. Uma vez que o método indutivo pretende alcançar generalizações, por ve- zes seu uso pode ser limitado nas áreas de ciências humanas e sociais. Essa dificuldade se dá, pois, parte dos fenômenos sociais muitas vezes não podem ser generalizados, configurando-se como casos particulares. Em outra esfera, partimos para o método dedutivo, que trata-se de um momento de análise de dados que levam o pesquisador a uma determinada conclusão (PRODANOV; FREITAS, 2013). Seu procedimento se dá por meio de uma proposição ampla que, mobilizada pelo exercício analítico, alcança uma conclusão. Vejamos um exemplo: As disciplinas de língua portuguesa e matemática recebem um peso mais alargado nas políticas públicas para toda a Educação Básica. A disciplina de sociologia é oferecida somente no ensino médio. Logo, a sociologia não recebe um peso mais alargado nas políticas públicas. 30 Diante do exemplo, notase que esse método de pesquisa e de raciocínio, se dá a partir das premissas expostas em cada uma das frases do exemplo. É possível perceber que a conclusão deu-se deu por meio do que encontrava-se registrado nas premissas. Ademais, destacamos o método hipotético-dedutivo que, nascido da crítica ao método indutivo, parte da ideia do problema de pesquisa como chave analítica para a construção científica. Segundo Poper (1975, p. 14), “[...] o método científico consiste na escolha de problemas interessantes e na crítica de nossas permanentes tentativas experimentaise provisórias de solucionálos”. Na tentativa de solucionar o problema, formulam-se questões provisórias; a partir das considerações suscitadas por ela, estas devem ser testadas na intenção de provar sua veracidade. Neste raciocínio buscam-se evidências nas fontes e na bibliografia para negar ou reforçar uma determinada questãodeterminada questão que, ainda que seja avaliada como verdadeira por um pesquisador, pode ser superada por outro, em outra pesquisa (MARCONI; LAKATOS, 2021a). Utiliza-se esse método, sobretudo, em testes para fabricação de vacinas e medicamentos em geral; mas há também exemplos nas ciências humanas, por exemplo, no que se refere à suposta superioridade de alguns povos sob outros, hipótese descartada por pesquisas ao longo de todo o século XX. Outro elemento no campo dos métodos de pesquisa é o método histórico que é baseado no incentivo e promoção de uma recuperação de aspectos da trajetória sobre um dado tema (MARCONI; LAKATOS, 2021a). Trata-se de uma resposta ao movimento de nosso tempo que insiste em diminuir a participação da história nas discussões acadêmicas e públicas, sendo ele ainda necessário e útil a construção da investigação científica. Como exemplo podemos citar o movimento realizado por muitos autores quando buscam, a origem das palavras ou conceitos ao longo da história, a trajetória de instituições no tempo, são alguns exercícios que estão contidos nesse método. Vale dizer que não trata-se de uma apresentação do passado pelo passado, mas sim um exercício de aproximação com questões históricas para se entender o tempo presente. Em seguida é necessário citarmos o método comparativo que, amplamente mobilizado na construção do saber científico, colabora com a possibilidade de aproximação entre temas, grupos, objetos de pesquisa e fenômenos. Ele pode ser 31 exemplificado como em pesquisas em que se alisam os métodos de aprendizagem do letramento da língua portuguesa, ou a molaridade de dois elementos químicos. Por último, destacamos o método tipológico, estrutura de raciocínio criada pelo sociólogo alemão Max Weber (1864-1920) que parte da noção de que tiposideais e modelos são úteis para se discutir e pensar fenômenos complexos de ordem social. Normalmente apresentado junto ao método comparativo, o tipológico trata de um arquétipo que, não existindo na materialidade, ajuda a interpretála (MARCONI; LAKATOS, 2021a). Podemos citar o arquétipo do “malandro carioca” que, não existindo na materialidade, trata-se de um modelo para se pensar os modos de sociabilidade e interação dos cariocas, em especial ao longo do século XX. Ao final desse extenso exercício de exposição de métodos, abordagens, natureza, objetivos e classificações e da metodologia científica, é importante dizer que esses perfis não precisam ser gravados ou memorizados. O que sugerimos é que a escolha deles seja feita conforme seu problema de pesquisa, de modo atento, independente e autônomo. Reforçamos que essa preparação demanda leitura tanto sobre o tema escolhido quanto sobre a metodologia a ser empregada e é sobre leitura e modos de escrita que trabalharemos no próximo capítulo. https://bit.ly/3sYmbZM1 32 FIXANDO O CONTÉUDO 1. Cláudia fez uma breve anotação a lápis sobre o tópico “Organização acadêmi- ca e pessoal do tempo”, mas está com dificuldades para identificar os termos que colocou no trecho, leiamos o que ela escreveu: Organização acadêmica e pessoal do tempo passa pela estruturação de uma agenda ou planner, acompanhada de um _____________, no computador uma pasta _____________, além disso, recomenda-se quando da leitura de impressos ou online se realize comentários em um _____________ a parte. Diante das lacunas, qual alternativa identifica as palavras que Cláudia está com dificuldade de reconhecer na sua escrita a lápis. a) bloco de notas, digital, caderno ou documento online. b) bloco de cartas, catálogo, relatório. c) bloco de provas, apostila, fichamento. d) bloco de notas, americana, documento online. e) pasta catálogo, de apoio, caderneta. 2. Max faz graduação em Geografia, no polo de Campina Grande (PB), tendo aulas pelas manhãs (8:30 até as 12:00), morando com sua família próximo a faculdade não gasta tempo de transporte e a tarde trabalha em formato home office entre as 14:00 e as 18:00. Diante disso, Max está tendo dificuldade de organizar seu tempo, como Max pode proceder, com base nos estudos deste capítulo: I. O graduando deve organizar seus dias e horários de estudo e trabalho, de modo a superar suas dificuldades e melhor balancear seu tempo. II. O graduando deve esperar uma orientação dos professores e tutores, afinal, qualquer tentativa de mudança pode ser um ato descuidado de sua parte. III. O graduando não tem condições de trabalhar e estudar ao mesmo tempo, sendo necessário deixar alguma dessas atividades. IV. A independência e a autonomia devem ser incentivadas no espaço 33 universitário por meio da organização do tempo do graduando. V. A organização é algo inato caso o aluno não tenha, ele terá dificuldades por toda a organização. a) I, IV, V. b) I, II, III. c) I, IV. d) I, III. e) I, II, V. 3. Avalie os recortes abaixo conforme a abordagem de pesquisa científica realizada: “Mundo ultrapassa 50 milhões de casos de Covid; EUA se aproximam de 10 milhões de infectados. São mais de 50,4 milhões de infectados e 1,2 milhão de mortos pelo vírus, aponta levantamento da Universidade Johns Hopkins.” Mundo ultrapassa 50 milhões de casos de Covid; EUA se aproximam de 10 milhões de infectados. Bem Estar Coronavírus, G1. 09 de novembro de 2020. "O vírus não cria nada, mas revela tudo", diz historiadora que escreveu livro sobre a gripe espanhola no Brasil. A historiadora Heloisa Starling faz relação entre as pandemias de 1918 e a atual do coronavírus. SIEMANN, Everton. “O vírus não cria nada, mas revela tudo", diz historiadora que escreveu livro sobre a gripe espanhola no Brasil.” NSC Total. 08 de novembro de 2020. “A Gripe Espanhola que varreu o mundo em 1.918, causando mais de 50 milhões de mortes e a pandemia do Coronavírus de 2.020, guardam incríveis semelhanças, apesar da distância temporal de 102 anos. As duas doenças, aqui como na Europa, inicialmente não foram levadas a sério, tidas como uma simples gripe, que pelo descaso das autoridades e dos políticos, matou 30 mil brasileiros, sendo que no Rio de Janeiro, foram a óbito 12 mil pessoas em dois meses. O então presidente da República Rodrigues Alves faleceu antes de tomar posse para seu segundo mandato. E mais. Assim como hoje muitos apontam para a China como sendo a responsável pela criação do novo coronavírus em laboratório, em 1.918 a gripe espanhola teria sido uma traiçoeira criação bacteriológica dos alemães.” Semelhanças entre a Gripe Espanhola e o Coronavírus no Brasil. Jornal Atibaia Hoje. 26 de abril de 2020. 34 Diante do exposto e considerando as abordagens, marque a alternativa correta. a) Tratam-se de três trechos de artigos sobre a pandemia do novo coronavírus com abordagens interessantes e criativas, elementos que apesar de não ajudarem na metodologia científica, estão presentes nos trechos. b) Os recortes apresentam três abordagens distintas, sendo a primeira uma demonstração de pesquisa quantitativa, a segunda uma pesquisa qualitativa e a terceira demonstrativa, quando se fala de muitos temas em um mesmo texto. c) Os recortes apresentam somente a abordagem quantitativa, pois não é necessá- ria outra abordagem quando se fala em questões e estudos na área de saúde. d) Os recortes apresentam três abordagens distintas, sendo a primeira uma demonstração de umaopinião sem embasamento teórico, a segunda uma pesquisa qualitativa e a terceira qualiquantitativa, pois agrega elementos qualitativos e quantitativos na execução da análise. e) Os recortes apresentam três abordagens distintas, sendo a primeira quantitativa, a segunda qualitativa e a terceira qualiquantitativa, abordagem que associa aspectos das duas primeiras, compondo um quadro balanceado para a execução da pesquisa científica. 4. Ana, do polo de Brejo Santo (CE), está escrevendo um resumo sobre o que aprendeu no capítulo 2 deste material didático, mas ficou com dúvidas em como pode registrar com suas palavras a noção de natureza da pesquisa. Ana escreveu cinco pequenos trechos e pede a você que escolha aquele que melhor apresenta a natureza da pesquisa. a) A pesquisa básica, é uma modalidade focada na graduação, pois é uma pesquisa simples e sem grandes implicações, enquanto a pesquisa aplicada é realizada na pós-graduação e exige um maior investimento de tempo. b) A pesquisa básica gera novos conhecimentos nas ciências em que se desenvolve a investigação, sendo a aplicação desse saber não empregada imediatamente. Enquanto isso, a pesquisa aplicada, tem aplicação a médio e curto prazo. c) A pesquisa básica mobiliza saberes somente nas licenciaturas e, como o nome 35 diz, está voltada para a educação básica. Por outra parte, a pesquisa aplicada não encontra limites, podendo ser mobilizada por todas as áreas do conheci- mento. d) A pesquisa básica e a pesquisa aplicada são sinônimos da construção científica na universidade, não existindo qualquer diferenciação. e) A pesquisa aplicada é mais relevante, pois tem impacto na sociedade, enquanto a pesquisa básica é irrelevante, não produzindo qualquer conhecimento científico. 5. Leia os trechos a seguir que apresentam definições quanto aos objetivos de uma pesquisa acadêmica: “[...] a pesquisa [...], ou estudo exploratório, tem por objetivo conhecer a variável de estudo tal como se apresenta, seu significado e o contexto onde ela se insere. [...] se destina a obter informação do Universo de Respostas de modo a refletir verdadeiramente as características da realidade.” PIOVESAN, Armando; TEMPORINI, Edméa Rita. Pesquisa exploratória: procedimento metodológico para o estudo de fatores humanos no campo da saúde pública. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 29, n. 4, p. 318325, Aug. 1995. p.321. “Quando se diz que uma pesquisa é [...], se está querendo dizer que se limita a uma descrição pura e simples de cada uma das variáveis, isoladamente, sem que sua associação ou interação com as demais sejam examinadas”. CASTRO, Cláudio de Moura. Estrutura e apresentação de publicações científicas. São Paulo: McGrawHill, 1976, p. 66. “A pesquisa [...] visa [...] as características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Envolve o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados: questionário e observação sistemática. Assume, em geral, a forma de levantamento” SILVA, Edna Lúcia da; MENEZES, Estera Muszkat. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2000. p.21. Conforme as ausências nas citações marque a alternativa correta, respeitando a ordem em que foram apresentadas a) pesquisa exploratória pesquisa explicativa pesquisa permanente. b) pesquisa explicativa pesquisa exploratória pesquisa descritiva. c) pesquisa exploratória pesquisa descritiva pesquisa explicativa. 36 d) pesquisa descritiva pesquisa explicativa pesquisa exploratória. e) pesquisa permanente pesquisa ascendente pesquisa exploratória. 6. Com base em nossos estudos acerca dos procedimentos técnicos da metodolo- gia científica leia os trechos abaixo: I. A pesquisa bibliográfica e documental dialogam na medida em que podem ser encontradas associadas, uma vez que ambas demandam um determinado acervo seja ele bibliográfico ou na forma de fontes diversas (escritas, audiovisuais, imagética, por exemplo). II. Uma pesquisa que se dedica a conhecer o comportamento dos alunos da educação infantil no recreio escolar pode ser denominada como uma pesquisa de campo. III. Uma pesquisa expostfacto é uma pesquisa que demanda formação em língua estrangeira, não sendo possível realizála sem esse tipo de suporte. IV. Uma pesquisa expostfacto mobiliza noções de causa e efeito, sendo o modo de coleta de fontes de pesquisa, após o acontecimento. Podendo ser um exemplo a investigação sobre o papel da instalação de uma escola em uma comunidade de ribeirinhos. V. A pesquisa de levantamento ou surveySurvey se realiza por meio de suporte estatístico e pode ser notada em pesquisas de estudo de público em museus e centros de divulgação científica. É correto o que se afirma somente em: a) I e II. b) I, II, III, IV e V. c) I, III, IV e V. d) I, II, IV e V. e) III, IV e V. 7. Classifique as afirmações sobre os procedimentos técnicos de pesquisa com V (verdadeiro) ou F (falso): 37 ( ) Uma pesquisa de estudo de caso pode ser exemplificada por meio de um estu- do sobre escolas da educação de jovens e adultos da região norte de Bom Jesus das Selvas (MA) ou por uma pesquisa de avalie a trajetória de professores de matemática na escola normal de GuajaráMirim (RO). ( ) Uma pesquisa participante não demanda métodos específicos, contando somente com a empatia e capacidade de extroversão do pesquisador. ( ) A pesquisa ação pode ser implementada com visitantes de um museu, com a finalidade de que esses possam expor suas impressões sobre o espaço e, com isso, será possível aperfeiçoar as atividades desenvolvidas neste espaço. ( ) A pesquisa etnográfica colabora com a ideia de “ver mais de perto” o objeto, sendo possível nessa metodologia um processo de aproximação mais aprofundado do pesquisador que terá que dialogar com a Antropologia para a execução mais qualitativa de seu trabalho. ( ) A pesquisa etnometodológica é “uma análise interpretativa desse processo e das propriedades pertinentes a este, contudo sem pretender compor prescrições de ação laboral e comunicativa para os fenômenos estudados” (MENNELL, 1975). a) F, F, V, V, V. b) V, V, F, F, V. c) V, F, V, F, V. d) F, V, V, V, F. e) V, F, V, V, V. 8. Enumere a segunda coluna a partir dos que você aprendeu sobre procedimentos na pesquisa científica. Posteriormente, marque a sequência correta 1. método indutivo 2. método dedutivo 3. método hipotético-dedutivo 4. método histórico 5. método comparativo 6. método tipológico 38 ( ) Para se sustentar que todos os alunos de escolas públicas de Uruçuí (PI) são des- cendentes de indígenas, é necessário verificar as árvores genealógicas de cada um desses alunos, pois, a soma dos casos oferecerá um determinado número, enquanto a afirmação tende a totalidade. ( ) Se Fernando completar menos de 100 pontos ao final do bimestre, ele será reprovado. Beatriz tirou nota inferior a 100 pontos no bimestre. Beatriz será reprovada. ( ) Felipe estuda a história do ensino público em Santana do Paraíso (MG) para isso mobiliza referências da história da cidade, da formação de professores e documentos da secretaria de educação municipal. ( ) Mariana executa um exercício de pesquisa em que analisa os pólos universitários da Faculdade Única de Magé (RJ) e Rio Sono (TO), em uma pesquisa sobre desempenho dos alunos. ( ) No polo de Porecatu (PR), Luiz analisa o arquétipo do gaúcho, para debate em suas aulas para o ensino fundamental. ( ) A professora Joana perguntou para 25 alunos do quarto ano se eles queriam a corazul no mural e eles aceitaram. Com isso, Joana concluiu que os 10 alunos restantes também escolheriam a cor azul. a) 1 2 3 5 4 6 b) 3 2 4 5 6 1 c) 2 3 6 1 4 5 d) 5 2 1 3 6 4 e) 4 3 2 1 6 5 39 TIPOS DE COMUNICAÇÃO ACADÊMICA 3.1 RESUMO Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) em sua norma técnica (NBR) 6028 o resumo trata-se de uma exposição escrita concisa que tem por finalidade a apresentação de aspectos gerais de um determinado texto e/ou material audiovisual. Espera-se que esse tipo de registro traga consigo elementos como os objetivos do autor do material original, seus métodos e alguns aspectos das considerações finais deste (MACHADO; LOUSADA; ABREU-TARDELLI, 2004). O resumo pode ser de dois tipos: simples ou expandido. O resumo simples contém tema, objetivo, breve descrição da metodologia, resultados e considera- ções do documento ou pesquisa analisada. Ademais, conta com número de palavras e/ou caracteres pré-estabelecido, comumente é encontrado como parte inicial de um artigo acadêmico, mas também pode ser um exercício de escrita livre, com finalidades de organização individual do pesquisador (RIBEIRO, 2016). Ele não tem citações, quadros, imagens e demais elementos extratextuais. Espera-se que esse tipo esteja presente em artigos acadêmicos, por exemplo: Exemplo 1 O artigo aborda a educação rural/do campo gestada nos movimentos sociais populares. Focaliza as experiências das Casas Familiares Rurais (CFRs) e das Escolas Famílias Agrícolas (EFAs), vinculadas aos sindicatos de trabalhadores rurais, Organizações Não UNIDADE 03 40 Governamentais (ONGs) e associações comunitárias, e as experiências da Fundação de Desenvolvimento, Educação e Pesquisa da Região Celeiro (FUNDEP) e do Instituto de Capacitação e Pesquisa da Reforma Agrária (ITERRA), vinculadas à Via CampesinaBrasil. O objetivo é captar, nas experiências de formação que articulam trabalhoeducação feitas por esses movimentos e organizações, as contradições expressas nas práticas/concepções de Pedagogia da Alternância. Tais contradições têm o potencial de iluminar os projetos de sociedade perspectivados pelos sujeitos coletivos que constroem suas propostas pedagógicas assentadas sobre a relação trabalho produtivo e educação escolar. Nesse sentido, a Pedagogia da Alternância pode apontar para uma relação trabalhoeducação de novo tipo, tendo por base a cooperação e a autogestão. No entanto, pode também significar formas de controle das tensões sociais, acenando para a possibilidade de o agricultor permanecer na terra, bem como mascarar o desemprego, alternando educação profissional e estágio remunerado por meio de políticas de parceria com empresas que se tornam agentes de formação (RIBEIRO, 2008, p. 27, grifo nosso)(RIBEIRO, 2008 p. 27 grifo nosso) . As partes com grifo nosso, em sequência, identificam respectivamente o tema, objetivo, metodologia e resultados. Cada qual participou da construção desse resumo acadêmico simples, demonstrando os elementos principais do artigo acadêmico. Nesse sentido, o estilo de resumo simples apresentado é parte da construção de um artigo acadêmico. Um segundo modelo é o resumo expandido que, além da diferença de tamanho, comporta a possibilidade de diálogo do texto base com outras obras. Ele mantém os mesmos elementos como tema, objetivo, metodologia, resultados e conclusões, mas aqui podem ser expandidos e descritos com mais profundidade (RIBEIRO, 2016). Nessa modalidade o autor poderá elaborar mais sua escrita, suas ideias e ainda dialogar com outros autores e seus trabalhos. Nesse tipo de resumo são bemvindas citações, imagens e outros elementos extratextuais que possam colaborar com o entendimento sobre o tema (MELLO, 2018). No geral, resumos expandidos contam com um número de páginas que varia de 2 a 6 páginas, dependendo das orientações de escrita sugeridas. Seja qual for o tipo escolhido, sugere-se a escolha de um tempo verbal para estruturar a escrita, sendo comumente empregado o pretérito do indicativo (eu visitei, eles aprenderam, ele nasceu), mas outros tempos podem ser utilizados, desde que sejam mantidos até o fim da escrita. Cabe ao pesquisador que escreve um 41 resumo o cuidado e a responsabilidade em tornar seu resumo um artefato breve e claro sobre uma obra maior (RIBEIRO, 2016). Pode-se dizer que o resumo é um flash do material completo e, um bom resumo, pode ser um convite à leitura do trabalho original. Vale destacar que o resumo não é um texto frio, uma cópia de ideias do tex- to original, ele é na realidade a oportunidade de se exercitar a síntese a partir de uma determinada leitura. Resumir demanda leitura atenta e cuidado com as ideias contidas no material original, a capacidade de transpor para poucas linhas o exercício de uma pesquisa mais alargada com destaque para os pontos já anunciados anteriormente. Ao longo da escrita do resumo deve-se pensar sempre em quem será o leitor, que pode ser o próprio pesquisador, um professor ou um leitor desconhecido. Se for para você, atente-se em deixar o resumo de modo mais familiar com seu estilo próprio de leitura e escrita, de modo que, em consultas futuras, você tenha a possibilidade de economizar tempo evitando sucessivas releituras do texto base. Caso seja para um professor ou para o público em geral, a orientação é respeitar as normas de escrita, da gramática e da ortografia, trazendo as impressões do autor do resumo como forma de levar seus leitores a conhecer o texto original. Lembre-se que o resumo será, talvez, a primeira forma de acesso ao conteúdo de um determinado texto, por isso, o apresente com qualidade. A seguir propomos aqui um exemplo sobre a construção de um resumo, a partir da letra do samba “Notícia de Jornal” (1961), de Luís Reis e Haroldo Barbosa: Exemplo 2 Tentou contra a existência Num humilde barracão Joana de tal, por causa de um tal João 42 Depois de medicada Retirouse pro seu lar Aí a notícia carece de exatidão O lar não mais existe Ninguém volta ao que acabou Joana é mais uma mulata triste que errou Errou na dose Errou no amor Joana errou de João Ninguém notou Ninguém morou na dor que era o seu mal A dor da gente não sai no jornal REIS, Luís; BARBOSA, Haroldo. Notícia de jornal. In: HOLLANDA, Chico Buarque; BETHÂNIA, Maria. Chico Buarque e Maria Bethânia (ao vivo) [CD]. São Paulo: Gravadora Philips/Polygram, 1975. Diante do documento exposto, um resumo possível da música pode ser en- contrado a seguir, note que o resumo começa com a referência bibliográfica do material de base, ou seja, a referência bibliográfica da canção. Vejamos: A música “Notícia de jornal” pertence ao gênero musical do samba e foi escrita pelos músicos Luís Reis e Haroldo Barbosa no ano de 1961, sendo posteriormente gravada por Chico Buarque e Maria Bethânia em álbum de 1975. Em sua letra somos apresentados à João e Joana de tal, uma mulher mulata. Ao que narram os compositores trata-se de um casal que vivia em um barracão. Na história da música, Joana é a protagonista de uma tentativa de suicídio por conta de João. Joana recebe os primeiros socorros, é medicada e segue sua vida, desaparecendo das páginas de jornal, o que faz supor que a história que inspirou o samba pode ter sido oriunda de uma matéria de folhetim. Ao final da música mostra-se a desintegração da dor da personagem junto com o sumiço de sua história, o que marca a frase “a dor da gente não sai no jornal”. Diante do exposto, temos aqui um exemplo de um resumo em que apresentou-se a ideia dos autores, alguns dados sobre eles, conteúdo e objetivos. Se comparado com a música, é possível
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