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Organizacao das Nacoes Unidas

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Argentina Ana Armando 
Armando. L. Armando
Arnaldo Soares
Assiro Braimo
Belmiro De Fátima Semente
Bomba Oliveira Bomba
Faustino Constantino 
Filipe José Maniua 
A ONU e a União Africana (Objectivos, Estrutura, Funcionamento e Desafios).
 (Licenciatura em Ensino de História com Habilitação em Documentação) 
Universidade Rovuma
Nampula
2021
Argentina Ana Armando i
Armando. L. Armando
Arnaldo Soares
Assiro Braimo
Belmiro De Fátima Semente
Bomba Oliveira Bomba
Faustino Constantino 
Filipe José Maniua 
A ONU e a União Africana (Objectivos, Estrutura, Funcionamento e Desafios).
 (Licenciatura em Ensino de História com Habilitação em Documentação) 
Trabalho de carácter avaliativa da Cadeira de História de África séculos XX-XXI, Curso de Licenciatura em Ensino de História, turma única 3o ano, 1º semestre a ser entregue ao:
Docente: Jafar Silvestre Jafar 
Universidade Rovuma 
Nampula
2021
Índiceii
Introdução	4
1. Historial da Organização das Nações Unida (ONU)	5
1.1. Antecedentes	5
1.1.1. Objectivos da ONU	6
1.1.2. Segundo a ONU os principais objectivos são:	7
1.1.3. Países que fazem pare da ONU	7
1.1.4. Estrutura e funcionamento da Organização das Nações Unidas	7
1.1.4.1. Assembleia Geral	7
1.1.4.2. Conselho de Segurança	8
1.1.4.3. Secretariado	8
1.1.4.4. Conselho de Tutela	8
1.1.4.5. Conselho Economico e Social	9
1.1.4.6. Tribunal Internacional de Justiça	9
2. Desafios da ONU	9
3. Organização da Unidade Africana	11
3.1. Formação da Unidade Africana	11
3.1.1. Os objectivos da União Africana	11
3.1.2. Estrutura e funcionamento da UA	12
3.2. Assembleia Geral	13
3.3. Comissão	13
3.4. Parlamento Pan-Africano	13
3.5. Tribunal de Justiça	14
3.10. Comité Técnico Especializado	15
4. Desafios da União Africana	15
4.1. O impacto do legado colonial	16
4.2. A artificialidade das fronteiras africanas	16
4.3. A pobreza Absoluta	16
4.4. Situação financeira da Organização	17
Conclusão	18
Bibliografia	19
Introdução
O presente trabalho tem como tema: A Organização das Nações Unidas – ONU e a União Africana – UA. Assim sendo. A brutalidade da agressão e dos crimes observados no decorrer da segunda guerra mundial, a impudência e a desumanidade do genocídio cometido contra os judeus e outros povos, a própria amplitude do aniquilamento de vidas e bens, todos estes factores preparam a comunidade internacional para uma experiencia em escala mundial. Não obstante, a Organização das Nações Unidas, tal qual a conhecemos actualmente, é o produto de dois fenómenos históricos fundamentais produzidos na segunda metade do século XX: a Segunda Guerra Mundial e o processo de descolonização iniciado ao final deste conflito. Não obstante, o início de criação de um organismo unitário no continente Africano remete às ideias do Pan-Africanismo, que impulsionaram os movimentos de libertação a se oporem contra o colonialismo, principalmente a partir do período pós-segunda guerra mundial. 
Objectivos;
Gerais:
· Compreender os feitos da ONU e UA.
Especifico: 
· Identificar como se concretizou o processo de formação e apresentar a estrutura das organizações em análise. 
· Mostrar o Papel na manutenção da paz e segurança; Direitos humanos; e desafios inerente as organizações acima referidas. 
Metodologia
O trabalho tem como metodologia a pesquisa bibliográfica, baseando-se nas obras pelo qual foi possível a sua elaboração, importa também referir que o trabalho está organizado, tendo em consideração a introdução, desenvolvimento, conclusão e por fim a referência bibliográfica que foi utilizada para a compilação dos temas em abordagem.
0
8
1. Historial da Organização das Nações Unida (ONU)
1.1. Antecedentes
Para Sardenberg (1994b), refere que no século anterior à criação da ONU, diversas organizações internacionais e conferências foram realizadas para regular os conflitos entre países, como o Comité Internacional da Cruz Vermelha e as Convenções da Haia (1899 e 1907).
Com a catastrófica perda de vida na Primeira Guerra Mundial, a Conferência de Paz de Paris (1919) estabilizou a Liga das Nações, para manter a harmonia entre as nações. Essa organização resolveu algumas disputas territoriais e criou estruturas internacionais para áreas como correio postal, aviação e controle de ópio, das quais algumas seriam absorvidas pelas Nações Unidas mais tarde. Contudo, a Liga era fraca na representação da população que vivia em países coloniais (então metade do total mundial) e na participação de diversas potências, como Estados Unidos, União Soviética, Alemanha e Japão; falhou em agir contra a invasão japonesa da Manchúria em 1931, a Segunda Guerra Ítalo-Etíope e as expansões alemãs sob o comando de Adolf Hitler, que culminaram na Segunda Guerra Mundial (SARDENBERG, 1994b, p.140).
A Organização das Nações Unidas nasceu oficialmente a 24 de Outubro de 1945, data em que a sua Carta foi ratificada pela maioria dos 51 Estados Membros fundadores. O dia é agora anualmente celebrado em todo o mundo como Dia das Nações Unidas (MELLO & COSTA, 1993).
 A antecessora imediata da Organização Nações Unidas foi a Liga das Nações, constituída em 28 de Abril de 1919 na conferência de Versalhes. Seus objectivos era de solucionar as constantes disputas internacionais mediante o arbítrio de um organismo colectivo e não pelo equilíbrio militar entre as potências. Essa organização teve pouca eficácia no comprimento de sua missão devido à ausência dos Estados Unidos, da União Soviética e das outras potências, e ao apogeu da exaltação nacionalista em Estados como Itália, Alemanha e Japão, cujos actos de expansionismo provocaram a deflagração da Segunda Guerra Mundial. 
Segundo MELLO & COSTA (1993:278) Argumenta que, 
O primeiro projecto que visava criar uma organização internacional que mantivesse a paz e a segurança no mundo após o final da Segunda Guerra Mundial, foi a conferência de Dumbarton Oaks, reunião de especialistas em diplomacia dos Estados Unidos, do Reino Unido, da União Soviética e da China. A conferência ocorreu na conhecida mansão de Dumbarton Oaks, em Washington, em 21 de Agosto a 07 de outro de 1944, neste encontro enfatizou-se como objectivos fundamentais os procedimentos do sistema de votação e veto. 
A Organização das Nações Unidas, emergiu depois da Segunda Guerra Mundial pela junção de comunidades internacionais que lutavam para manter a paz entre os países. Foi criada oficialmente no período da segunda guerra mundial, em 1945, no dia 24 de Outubro, por meio do documento de fundação conhecido como Carta das Nações Unidas. A motivação para a sua criação está relacionada com os conflitos internacionais que destruíram diversos territórios e vitimaram milhares de pessoas, trazendo, assim, á tona a necessidade de buscar a paz entre as nações.
A conferência de São Francisco foi a primeira assembleia internacional da História moderna que não transcorreu sob o domínio de nações Europeias. (MELLO & COSTA, 1993:290). 
Porém, não sou realizou-se em lugar geograficamente distante da Europa, como também contou somente com a participação de nove Estados continentais Europeus, além da União Soviética. Todas as regiões do mundo estiveram representadas e ao longo da segunda metade do século XX, a organização ampliou-se com numerosos estados da Asia, África e Oceânia, que nessa época se tornaram independentes. A descolonização transformou a composição do organismo instaurado e modificou o equilíbrio de opiniões no seio das suas mais representativas instituições. 
Na óptica de MAZRUI & WONDJI (2010:1051) Argumentam que, 
O conflito mundial e o processo de descolonização estavam ligados e, de fato, a África esteve intimamente associada a estes dois episódios da história planetária. Os horrores e as destruições da Segunda Guerra Mundial, haviam preparado a opinião publica internacional para outra tarefa de pacificação do mundo, conduzida por um organismo mais representativo que a sociedade das Nações e do qual igualmente esperava-se maior eficácia. A brutalidade da agressão e dos crimes de guerra, a obscenidade e a desumanidade do genocídio cometidocontra os judeus e outros povos, a própria amplitude do aniquilamento de vidas e bens, todos estes factores preparam a comunidade internacional para outra experiencia em escala mundial. 
1.1.1. Objectivos da ONU
Segundo RENATO (2011:34) Argumenta, 
A Organização das Nações Unidas, é a Organização internacional fundada em 1945 com o objectivo de manter a paz e a segurança internacional, estabelecer relações cordiais entre as nações do mundo, obedecer aos princípios de igualdade, direitos e da autodeterminação dos povos e incentivar a cooperação internacional na resolução de problemas económicos, sociais, culturais e humanitários. 
1.1.2. Segundo a ONU os principais objectivos são:
· Manter a paz e a segurança internacional;
· Desenvolver relações amistosas entre as nações;
· Realizar a cooperação internacional para resolver os problemas mundiais de carácter económico, social, cultural e humanitário, promovendo o respeito aos direitos humanos e as liberdades fundamentais;
· Ser um centro destinado a harmonizar a Acção dos povos para consecução desses objectivos comuns (RENATO, 2011:p. 34).
1.1.3. Países que fazem pare da ONU
No período da fundação da organização a ONU, contava com 51 Estados membros, actualmente a ONU é composta por 193 Estados membros. Os países definem as políticas, as acções a serem tomadas em cada situação, assim como financiam a organização.
1.1.4. Estrutura e funcionamento da Organização das Nações Unidas
Na óptica de MELLO & COSTA (1993:278), Com a rendição do Japão, realizou-se a conferência de São Francisco, em Outubro de 1945, fixando-se a constituição de um novo organismo mundial. O novo organismo recebeu o nome de Organizações das Nações Unidas, tendo por base o princípio da Igualdade absoluta de todos os Estados amigos da paz. Contudo, o mesmo se estrutura ou melhor se organizada seguinte maneira: 
1.1.4.1. Assembleia Geral
Constitui a principal assembleia deliberativa da organização, composta por todos Estados-membros, dirigida por um presidente eleito entre os países. O sistema de votação na Assembleia outorga um voto a cada um dos membros, sendo necessária a maioria de dois terços dos presentes e votantes para a aceitação de decisões sobre questões importantes. Por sua função deliberadora, supervisora, financeira e electiva, a Assembleia Geral desempenha um papel progressivamente em importância como órgão de deliberação e influência política, devido à incapacidade do conselho de segurança em prosseguir com deliberações em questões importantes. (RENATO, 2011, p.23)
1.1.4.2. Conselho de Segurança
Órgão essencial da Organização das Nações Unidas, por manter a paz e a segurança entre os Estados-membros compostos por 15 Estados membros. Cinco deles são permanentes (Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França e China) e dez membros temporários eleitos pela Assembleia Geral a cada dois anos. É o único órgão da ONU com poder decisório, sendo, portanto, um dever o respeito às decisões tomadas por ele.
Essa prerrogativa dificulta o funcionamento do órgão, pois normalmente os diferentes interesses e objectivos de seus membros resultam em boicotes às decisões por parte de uma das cinco potências. A União Soviética, isolada em vista da coligação das outras potências, viria a ser o um dos membros permanentes que mais vezes se utilizaria desse direito. (MELLO & COSTA, 1993)
Para MELLO & COSTA (1993), o restante do Conselho está constituído de cinco países da África e Ásia, dois da América Latina e três da Europa e outras partes do mundo. Esses membros são eleitos a cada dois anos pela Assembleia Geral. Para o cumprimento de suas funções, o Conselho dispõe de duas possibilidades de acção. 
1.1.4.3. Secretariado
Órgão responsável por fornecer estudos e informações necessárias para que a organização consiga realizar suas reuniões, bem como dirigir os demais órgãos. O secretário-geral é o principal cargo da organização. Porém, o secretário-geral dirige a administração das Nações Unidas e, entre suas importantes funções politicas, está a de submeter ao veredicto da organização de qualquer assunto que ameace a paz e a segurança internacional. 
1.1.4.4. Conselho de Tutela
Composta por 5 membros permanentes que compõem o Conselho de segurança. Suas actividades foram suspensas e reúnem-se apenas quando há situações que exijam a sua actuação.
Todavia, esse órgão incumbido de inspeccionar a governação de territórios não-autónomos por parte de Estados. 
1.1.4.5. Conselho Economico e Social
Órgão responsável por auxiliar a Assembleia Geral no que tange á cooperação socioeconómica e o desenvolvimento internacional. Composto por 54 membros eleitos pela Assembleia Geral a cada três anos
1.1.4.6. Tribunal Internacional de Justiça
É considerada como o principal órgão judicial da organização, cujo objectivo é julgar os que cometem crimes graves do direito internacional, como guerras e genocídio. Composto por 15 membros eleitos pela Assembleia Geral e pelo Conselho de Segurança cumprindo mandato de nove anos. 
Cita MELLO & COSTA (1993), Não pode intervir em assuntos internos dos países. Sua jurisdição compreende todos os casos que lhe sejam submetidos pelas partes interessadas, e todas as matérias previamente designadas na carta, nos tratados e nas convenções em vigor. Compõe-se de 15 juízes eleitos pela Assembleia Geral e pelo Conselho de Segurança, em votações independentes. 
A Organização das Nações Unidas possui também inúmeras agências especializadas, entre as quais se destacam a Organização Educacional, Científica e Cultural das Nações Unidas (UNESCO), a Organização Alimentar e Agrícola (FAO), a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Comissão Económica para América Latina (CEPAL). 
2. Desafios da ONU
Missão que não são fáceis de cumprir nos dias de hoje. Na óptica de ISABEL (2007), Nessa virada de século, a Organização das Nações Unidas terá que redefinir sua estrutura e construir sólidos mecanismos de construção de confiança mútua entre os Estados e Povo. Ainda assim, na visão da autora acima referenciada a Organização deve fundamentar-se meramente na restruturação do conselho de segurança, na vertente que necessita incutir as novas dimensões não-militares da Segurança internacional. 
Se o fim da Guerra Fria abriu caminho às novas dimensões da política de segurança internacional, há que se aumentar a autoridade da Organização das Nações Unidas na segurança e na governação, a fim de que se criem condições favoráveis, a uma nova ordem mundial com base no desenvolvimento humano sustentado. 
Todavia, os desafios e o enfoque da Organização voltaram-se para a área do desarmamento na tentativa de se alcançar um amplo e compreensivo acordo sobre conceitos que orientam as acções do conselho em relação à resolução de conflitos emergentes. 
A natureza de tal acordo mostra que há necessidade de se ampliar a visão mais tradicional sobre a segurança para incluir outras dimensões na adopção de medidas preventivas, isto é, os aspectos políticos, os direitos humanos e a ajuda humanitária, além das reformas institucionais da própria Organização das Nações Unidas. A propriedade emergente passa a ser de reforçar os laços de cooperação, por meio de aliança e associações com organizações regionais e não-governamentais. Assim sendo, para tentar superar a comprovada incapacidade da Organização das Nações Unidas pelo seu gigantismo e apoiado pela falta de recursos e de vontade política de dar resposta eficaz às crises e aos conflitos ao redor do mundo. (RENATO, 2011). 
Segundo os analistas internacionais e os próprios dirigentes da Organização das Nações Unidas, ela carece de capacidade institucional para aplicar as medidas coercitivas em virtude do capítulo VII da carta. No actual contexto, as coligações dos Estados-membros e de suas organizações regionais seriam os factores persuasivos mais eficazes em situações de agressões, escalada e ampliação dos conflitos em curso. Em virtude do seu carácter universalizante, a Organização das Nações Unidas poderia transformar-se no foro mais apropriado para supervisionarmedidas de segurança, embora a eficácia das sanções contra os agressores com o objectivo de modificar o seu comportamento e limitar os danos às populações, seja ainda muito baixa. 
Não obstante, a capacidade para aplicar rápidas e eficazmente as decisões do conselho quanto às operações de manutenção da paz em situações de crise fica muito prejudicada. No caso dos Estados-membros não colocam em disponibilidade ou facilitam os contingentes necessários para missões de paz, impondo condições, muitas vezes absurdas, sob o argumento de sua soberania, impossibilitando as missões de efectiva intervenção com medidas coercitivas para o restabelecimento das condições de paz. Também os compromissos financeiros previamente assumidos são negados ou adiados, exactamente quando surgem as oportunidades para as operações da paz e o estabelecimento dos direitos humanos fundamentais.
3. Organização da Unidade Africana
3.1. Formação da Unidade Africana
O início de criação de um organismo unitário no continente Africano remete às ideias do Pan-Africanismo, que impulsionaram os movimentos de libertação do colonialismo, principalmente a partir do período pós-segunda guerra mundial. Aquilo que se chamou a longa marcha da África para sua unidade começou no crepúsculo do século XX e no despontar do século XXI. Assim sendo, a ideia de unidade africana deu volta ao Atlântico.
Segundo KI-ZERBO (1972), De mito racial, esta visão transformar-se-á cada vez mais numa ideia motora que se realizará em estruturas concretas nos planos culturais, socioecónomico e político. 
A criação da União Africana no lugar da Organização da Unidade Africana é considerada uma ruptura importante nas relações externas dos países do continente, na medida em que a instituição da nova organização se traduz na esperança das elites locais de modificar as estruturas existentes. A ideia da criação da UA inspira-se na ideologia do pan-africanismo. Segundo Visentini, sua fundação se insere no contexto da necessidade de uma organização capaz de fazer frente aos desafios potencializados pela situação gerada pelo encerramento do conflito bipolar (VISENTINI, 2010).
Nas palavras de FERNANDES (2011), dada a entrada do novo milénio, ante o processo de globalização, e a posição adversa da África no comércio internacional, os objectivos da Organização da Unidade Africana se mostravam insuficientes para conduzir o desenvolvimento do continente.
3.1.1. Os objectivos da União Africana
· Alcançar uma maior unidade e solidariedade entre os países africanos e os povos da África;
· Defender a soberania, integridade territorial e independência dos seus Estados-Membros;
· Acelerar a integração política e socioeconómica do continente;
· Promover e defender posições africanas comuns sobre questões de interesse para o continente e seus povos;
· Incentivar a cooperação internacional, tendo devidamente em conta o Estatuto das Nações Unidas e a Declaração Universal dos Direitos Humanos;
· Promover a paz, a segurança e a estabilidade no continente;
· Promover os princípios democráticos e instituições, a participação popular e boa governança;
· Promover e proteger os direitos humanos e de pessoas em conformidade com o Estatuto Africano sobre os Direitos Humanos e Direitos dos povos e outros instrumentos de direitos humanos relevantes;
· Estabelecer as condições necessárias que permitam o continente desempenhar o papel que lhe compete na economia mundial e nas negociações internacionais;
· Promover o desenvolvimento sustentável a nível económico, social e cultural, bem como a integração das economias africanas;
· Promover a cooperação em todos os campos da actividade humana para elevar os padrões de vida dos povos africanos;
· Coordenar e harmonizar as políticas entre as Comunidades Económicas Regionais existentes e futuras para a gradual realização dos objectivos da União;
· Avançar o desenvolvimento do continente por promover pesquisa em todos os campos, no da ciência e tecnologia em particular;
· Trabalhar com parceiros internacionais relevantes na erradicação de doenças evitáveis ​​e a promoção da boa saúde no continente.
3.1.2. Estrutura e funcionamento da UA
Os órgãos constituintes da União Africana são: a Conferência; o Conselho Executivo; a Comissão; o Conselho de Paz e Segurança (CPS); o Parlamento Pan-Africano; o Conselho Económico, Social e Cultural (ECOSOCC); o Tribunal de Justiça; os Comités Técnicos Especializados; as Instituições Financeiras, compostas pelo Banco Central Africano, o Fundo Monetário Africano e o Banco Africano de Investimento.
3.2. Assembleia Geral
Reúne chefes de Estados e governos dos Estados membros e é órgão principal da União Africana. O seu presidente é eleito anualmente entre seus membros. Entre suas funções destacam-se: determinar as políticas comuns dá União; apreciar candidaturas de novos membros; aprovar o orçamento da união; orientar a actividade da organização em matéria de paz e segurança; nomear o presidente da comissão. 
Contudo, o órgão supremo da Organização da União Africana é a conferência dos chefes de Estado e de Governo. Ela reúne em secções ordinárias uma vez por ano e elege a cada assembleia uma mesa dirigida por um presidente. Este tornou-se, ao longo dos anos, o presidente de factos da OUA. A outra Assembleia da OUA, o conselho de Ministros, reúne-se em secções ordinárias duas vezes por ano. Uma destas secções ocorria no início do ano, ela era consagrada essencialmente às questões administrativas e financeiras. O conselho prepara às questões administrativas e financeiras. O conselho prepara os encontros dos chefes de Estado e assegura a continuidade de suas decisões. (MAZRUI & WONDJI, 2010,p. 904)
3.3. Comissão
Composta por um presidente, um vice-presidente e oito comissionarios. Estes dez elementos deverão reflectir uma representação de dois elementos por cada uma das regiões africanas, sendo que um destes deverá ser uma mulher. O presidente e o vice-presidente são eleitos pela maioria de ⅔ pela assembleia de chefes de Estados e governo. 
3.4. Parlamento Pan-Africano
Órgão consultivo com início de actividade em Março de 2004, na Etiópia, como um dos órgãos mais emblemático da União Africana, possui a sua Sede na África do Sul. Reúne duas vezes por ano e constitui um fórum de debate e aprofundamento de reflexões sobre os mais diversos temas a envolverem a actividade da União Africana. Cada Estado membro da União Africana que tenha ratificado o tratado constitutivo do Parlamento Pan-Africano, encontra-se representado por cinco elementos, eleitos para o efeito a nível das estruturas parlamentares em representação de cada uma das cinco regiões consideradas na União Africana. 
3.5. Tribunal de Justiça
Encarregado de estabelecer normas e direitos que sejam aceites por todos os países Africanos, este órgão é composto por onze juízes. Actualmente integram o colectivo de juízes: Handi Fanoush, da Líbia; Kalerllo Mafoso-Guinni, do Lesoto; El Hadji Guisse, do Senegal; Fatsah Ouguergouz, da Argélia. Não obstante, estes juízes acima mencionados, detêm mandato de quatro anos iniciados na primeira metade do século XXI. Modibo Guindo, do Mali;Jeam Mutsinzi, do Ruanda; Gerard Niyungeko, do Burundi.
No entanto, estes juízes acima referidos, por sua vez, detêm o mandato de quatro anos iniciado na primeira metade do século XXI. Sophia Akuffo, do Gana, Githu Muigai, do Quénia, Joseph Mulenga, do Uganda e Bernard Ngoep, da África do Sul. Porém, esses juízes detêm o mandato de seis anos iniciados na primeira metade do século XXI. 
3.6. Conselho Executivo
Composto pelos ministros dos Negócios estrangeiros ou outros indicados de cada Estado-membro. Reúne duas vezes por ano para dar cumprimento às suas atribuições.
3.7. Comité de Representantes Permanentes
Composto por representantes de cada Estado-membro. Encarregue da preparação do trabalho do conselho executivo, actuando na sua dependência.
3.8. Conselho de paz e segurança
Órgão político de tomada de decisões em matéria relacionadas com a prevenção, gestão e resoluções de conflitos, tendo por objectivofulcral a resposta atempada e eficaz a situação de conflitos e crise em África. As actividades deste conselho são apoiadas pela comissão, por um painel de sábios, por um sistema continental de alerta precoce, por uma força Africana em alerta e por um fundo especial. 
3.9. Conselho Económico-social e Cultural
Que congrega associações, grupos culturais e sociais, representações profissionais, organizações comunitárias entre outros núcleos de associativismo em África. Encontra-se organizado da seguinte feição: Assembleia Geral, comités sectoriais, comité de credências e um secretariado.
3.10. Comité Técnico Especializado
Destaca-se 14 comités temáticos: Economia rural e assuntos agrícolas, assuntos monetários, financiamento e planeamento económico e integração; comercio, indústrias e minerais; transportes, infra-estruturas transcontinentais e intra-regionais, energia e turismo, género e capacitação das mulheres, justiça e assuntos legais; desenvolvimento social, trabalho e emprego.
Contudo, destaca-se associações serviços públicos, governo local, desenvolvimento urbano e descentralização, saúde popular e controle da toxicodependência, migração, refugiados e desenvolvimento interno, juventude, cultura e desporto; educação, ciência e tecnologia, comunicação, defesa e segurança. Contudo. Cada comité funciona como órgão de preação de programas e projectos da União Africana e, numa fase posterior, como órgão possibilita o acompanhamento e implementação dos mesmos.
4. Desafios da União Africana
Os desafios da Unidade Africana são inúmeros, desde a fraca capacidade institucional da Organização até ao carácter estrutural dos factores bloqueadores do normal desenvolvimento de África. A nova realidade emergente quer em África, quer fora dela, justifica a necessidade de introdução de medidas profundas por forma de enfrentar os desafios que advém do nosso quadro. O sucesso de quaisquer reformas requer, antes porém, que sejam entendidas pelos protagonistas e que cada um se sinta dono e parte do processo. 
Na óptica de PICASSO (2003), 
Nas actuais circunstâncias, caracterizadas por um mundo em que, por um lado, se regista a constante progressão do fenómeno da globalização e, por outro lado, a fragmentação tanto do sistema internacional como do Estados constituem as principais linhas do contorno do mundo em que a União Africana deverá buscar soluções para a satisfação das expectativas, aspirações e anseio dos povos e países africanos. O desafio, neste contexto, residirá, provavelmente, na maneira como cada africano deverá manter o seu cometimento perante este projecto. 
4.1. O impacto do legado colonial 
O desafio da UA parece que estará voltado para aumentar a sua capacidade no sentido de mobilizar, consciencializar e encoraria o africano de modo a promover acções direccionadas para o desenvolvimento harmonioso, sustentável e equilibrado entre as regionais. Obviamente que isso também passa, necessariamente, pela eliminação dos vestígios da poderosa secular colonização mental em África, nomeadamente alteração no modo de pensar, de ver e de agir do africano, enfim, uma mudança radical de atitudes do africano perante o seu meio. Pode ser que esta revolução interna venha constituir uma base do novo perfil e conduta do africano no presente milénio. 
4.2. A artificialidade das fronteiras africanas
As actuais fronteiras dos países africanos não têm nada a ver com a realidade africana. Estas linhas artificiais foram, de forma subjectiva, dividindo e separando famílias, tribo, clãs, territórios, populações inteiras, incluindo a sua identidade. Este processo fragilizou, de forma profunda, as populações, reduziu a sua capacidade de entender o mundo, trouxe uma nova realidade, uma nova forma de gerir as questões politicas, económicas e sociais e aumentou a latenticidade de conflitos no seu seio. 
Este conceito europeu de fronteiras matou a cultura dos povos africanos, o elemento preponderante na identidade de um povo e no seu conceito de desenvolvimento, expondo-os a meros objectos, despidos de qualquer dignidade. A União África, tendo em conta ao princípio consagrado na sua Carta relativo à manutenção das fronteiras africanas, deverá procurar desenvolver acções criativas que possam permitir uma coexistência pacífica entre estes conceitos europeu de fronteiras com o conceito cultural africano, nos termos gradualistas desta nova visão africana de desenvolvimento. 
4.3. A pobreza Absoluta
Existem ainda em África grandes desníveis de desenvolvimento económico entre as cidades, províncias, países e regiões africanas. A pobreza absoluta em várias partes da África está na origem da multiplicidade na proporção geométrica do HIV/SIDA. O relato de Barcelona revela que a África Subsaariana é a região mais afectada pelo HIV/SIDA, estimando que cerca de 28.500.000 de pessoas estão afectadas por este flagelo. 
Este elevado índice de pessoas afectadas pelo HIV/SIDA em África constituiu uma verdadeira ameaça aos inúmeros projectos e iniciativas de desenvolvimento em curso no continente, incluindo a União Africana e a NEPAD. Este flagelo humano pode matar a visão áfrica de desenvolvimento, senão vejamos: a SIDA mata os membros mais activos da sociedade; as escolas perdem professores; os diplomatas, altos funcionários, dirigentes e outros, morrem. As mulheres com o tradicional papel de mãe e responsáveis pela transmissão dos valores ancestrais à nova geração- perdem as suas vidas. A rápida propagação deste flagelo em África é consequência da progressiva degradação das condições de vida quer no campo quer nas cidades africanas. (PICASSO, 003, p.400),
4.4. Situação financeira da Organização
A União Africana herdou da Organização da União Africana uma situação financeira deficitária, foi na sequência disso que o Secretário-geral da Organização da União África, expressou, durante 75ª secção ordinária do conselho de Ministro da Organização, a sua profunda preocupação face à crescente situação de endividamento por parte da maioria dos Estados Membros, pondo em causa a capacidade de a Organização de cumprir com eficácia e responsabilidade o seu programa de actividade. 
Assim sendo, o Secretário-geral considerou que, a manutenção desta situação, poderá minar os objectivos da operacionalização da União Africana. Portanto, o desafio vai, certamente estar relacionado com a questão de saber, para além dos fundos provenientes das contribuições dos membros, que outros mecanismos ou políticas económicas implementar por fim a financiar, ou seja, a custear as despesas da União Africana.
Conclusão
Já na parte final da presente pesquisa a agremiação responsável pela elaboração da pesquisa concluiu que, a Organização das Nações Unidas, é a Organização internacional fundada em 1945 com o objectivo de manter a paz e a segurança internacional, estabelecer relações cordiais entre as nações do mundo, obedecer aos princípios da igualdade de direitos e da autodeterminação dos povos e incentivar a cooperação internacional na resolução de problemas económicos, sociais, culturais e humanitários. Foi criada no contexto político internacional do fim da Segunda Guerra Mundial, a Organização das Nações Unidas foi concebida no espírito do preâmbulo de sua carta “ nos povos das nações unidas”. Mas a realidade geopolítica internacional gerou uma Organização das Nações Unidas, sob a configuração da soberania dos Estados nacionais e com predomínio do poder das grandes potências. 
A partir desta análise, pudemos constatar que a criação da União africana em substituição à antiga Organização de Unidade Africana, se dá não somente com o intuito de corrigir o legado negativo deixado pela antecessora, mas também se traduz numa vontade política dos dirigentes africanos na busca por uma maior e melhor inserção do continente africano no panorama mundial
Bibliografia
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