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Vet383 - Resumo Geral Aula 01/02/21 Introdução O progresso na produção, seja para produção ou para morfologia, depende também das fêmeas Os resultados andam mais rápidos quando ambas as partes são selecionadas; A evolução em termos de reprodução foi muito elevada; A espécie suína já é adepta a inseminação artificial em todo o plantel; 230 milhões de animais (bovinos) Inseminação artificial no Brasil atinge 17% dos rebanhos, ou seja, 83% ainda usam monta natural, ou seja, a parte de acasalamento, onde os machos têm muita importância: o Requer avaliação dos machos antes desses cruzamentos para saber se o animal é fértil, subfértil ou infértil (relação com a capacidade de fecundação das células espermáticas); o Animais podem ser usados como transmissores de várias doenças, inclusive problemas genéticos; A IA é mais usada em gado de corte que gado de leite, devido ao rebanho ser maior no Brasil Avaliações antes da estação de monta devem ser rotineiras para monitorar o estado reprodutivo do animal o Novembro-Dezembro: início da estação de monta para gado de corte Raras exceções começam em Outubro; o No geral a avaliação andrológica é válida/aceita por 6 meses se não houver alterações ambientais ou de manejo, porém, em algumas propriedades é feita de 2 em 2 meses Deve ser realizada pré-estação de monta. Geralmente são feitas entre Junho-Julho Como as avaliações são feitas muito cedo, pode ser que os animais tenham alterações posteriores, antes de serem usados, por isso, o ideal seria repeti-las antes do início da estação de monta. Inseminações por estados Estados como SC já atingiram a taxa de 30% de animais inseminados; Venda de sêmen: transporte por longas distâncias, sem depender do espaço geográfico; Em gado de corte, as regiões centro- oeste, sudeste e sul são os que mais usam da inseminação, porém, estados como Roraima e Rondônia também usam bastante a IA Em gado de leite, a predominância é parecida A importação do sêmen de corte é muito pequena e as principais raças importadas são Aberdeen Angus e Red Angus. Já para leite a importação é bem mais acentuada; A reprodução é importante e o produto da reprodução é importante para uso em outras áreas como melhoramento, genético e qualidade A avaliação anual do rebanho é muito importante para avaliar se a genética está melhorando ou piorando o 7 a 8 reais por cabeça para avaliação genética clássica; o Avaliação genômica é mais cara: 180 a 300 reais por animal. Reposição anual de touros Distribuição natural do rebanho: 40% dos animais em idade reprodutiva; 20% de animais renovadores. Os touros produtores precisam estar eficientes, com a fertilidade alta para que a taxa de nascimentos seja grande no ano seguinte Requer avaliação constante nas taxas de fertilidade do animal O certificado de exame andrológico possui informações do animal, do ejaculado e o laudo final com o diagnóstico: o Aptos Condição não permanente; Doador de sêmen ou monta natural. o Inaptos Condição temporária ou permanente; Genitais, comportamento sexual, qualidade seminal e capacidade de monta. o Questionáveis Suspeita de uma condição temporária; Exames com intervalo de 60 dias. Diagnóstico + Nome do quadro clínico/causa sendo sucinto! Perímetro escrotal Passou a ser muito estudado devido a relação com a precocidade sexual dos descendentes, porém sempre teve importância para a reprodução devido a sua relação com a maior produção espermática, que permite redução do número de touros por vacas, permitindo a menor compra de touros de melhor qualidade e a intensificação da seleção genética. Alta herdabilidade – moderada (40) a alta (>40), ou seja, os animais respondem a seleção rapidamente; Precocidade dos descendentes o Quanto mais rápido o animal cresce, mais rápido desenvolve as características fisiológicas Animais tardios tem suas características fisiológicas tardias também. Maior produção espermática por grama e gônada o Relacionada a maior reserva espermática e, consequentemente, ao maior número de ejaculados férteis. Maior produção de ejaculados férteis (produção extragonática, ou seja, o que é armazenado no epidídimo) o Relacionada ao número de vacas que pode ser colocado com cada touro Duplica ou até quadriplica o número de fêmeas acasaladas por dia, otimizando o uso do reprodutor; o A média nacional é de 1 touro para 25 vacas, porém existem empresas que utilizam 1:120 mantendo a taxa de prenhez igual, pois focam no investimento e seleção de touros de qualidade, com maior capacidade reprodutiva. Tempo do reprodutor no plantel Antigamente, um reprodutor que ficava 5 anos ou maior no plantel acarretava em dificuldades de manejo e consanguinidade. Porém, na espécie bovina, o touro alcança o patamar reprodutivo dele de 10 a 12 anos, ou seja, o abate do animal com 5 anos, quando ele ainda está em crescimento de acordo com suas características reprodutivas, acarreta em prejuízo para a propriedade. Hoje em dia, os acasalamentos são mais facilitados e estratégicos, devido a facilidade do manejo, por isso, é comum encontrar touros com mais de 15 anos ainda em atividade e com índices reprodutivos avançados, mostrando que em fazendas com manejo adequado um touro melhorado pode ser usado por muito tempo. Formato testicular Animais zebuínos são famosos por ter testículos longos, que são chamados de testículos badanas, mas tem os testículos mais ovoides. Para estes animais, existe um misticismo acerca da seleção para perímetro escrotal muito grande, onde a mesma levaria a maior incidência de testículos ovoides. Entretanto, essa afirmativa não é verdadeira, pois o percentual de transmissão genética dessa característica é de apenas 1%. Misticismos x Realidade Perímetro escrotal grande não é ruim! Animais que têm o perímetro escrotal maior servem para um maior número de vacas devido a maior produção espermática e maior número de ejaculados férteis; Normalmente os reprodutores atingem o limiar do seu potencial reprodutivo com 12 anos Descartar reprodutores com cerca de 5 anos não é necessário! Deve-se descartar os testículos esféricos e ovoides-esféricos, mantendo os longos a moderado e longos-ovoides! Aprovação para reprodução (animais aptos) Aos 22 meses a média de aprovação para reprodução é de 75% e 21% são animais inaptos temporários. Em rebanhos comerciais, a proporção média de animais aptos no exame andrológico é de 85%, sendo 15% de animais inaptos temporários ou descartados. Entre animais jovens, os descartados são os mais tardios, que vão ficando para o final; Em animais comerciais, que estão em trabalho, normalmente os 15% são devido a: o Fatores ambientais que levam a quadros degenerativos graves (grande perda de epitélio seminífero com subfertilidade ou infertilidade, descamação, etc.); o Problemas adquiridos (grande maioria), como em brigas, orquite e problemas locomotores, que estão ligadas a qualidade reprodutiva do touro; Brigas podem causar o descarte dos animais devido as lesões prepuciais, penianas, locomotoras e testiculares, que podem tornar o touro inviável. Importante: A maioria dos problemas de fertilidade dos touros não está ligada a patologias clínicas e sim a qualidade das células espermáticas. A principal causa de patologia espermáticas ainda é o ambiente, sendo o maior agente causador de subfertilidade ou infertilidade em touros. Sua influência é maior que a nutrição, já que a qualidade nutricional do Brasil melhorou muito, e leva a redução da durabilidade dos touros nos planteis, reduzindo sua vida reprodutiva, pois as condições ambientais são muito adversas e rigorosas. Observações: A hibridização aumenta a heterose, pois é o cruzamento entre linhagens.Porém, animais cruzados já têm deficiência reprodutiva que não é percebida na pratica: na produção espermática fisiológica, os espermatócitos primário e secundário, e no espermatozoide, há uma perda de 25% de células naturais, que acontece em todos os machos. Já nos animais híbridos, essas perdas se acentuam demais, podendo chegar a 40-45% de perda (percentual bem maior do que o encontrado em raças puras de animais aptos). Ou seja, 45 a 60% dos animais são descartados na reprodução de raças cruzadas e isso se deve ao fato de problemas genéticos Nos animais aptos a reprodução, a deficiência também existe, mas a produção deles é baixa e o desafio desses touros é muito pequeno, pois trabalham com 1 touro para apenas 25 vacas. Nesse sentido, outro fator importante a ser considerado é a libido, já que não adianta o animal ter quantidade adequada de sêmen com qualidade excelente se ele não acasalar. Fatores limitantes Existem vários fatores que vão atuar sobre o reprodutor (genética, ambiente, nutrição, hormônios, estação do ano), por isso é importante selecionar os animais que melhor se adaptam as intempéries e as fêmeas. Por exemplo, no desafio das matrizes PP14 são usados os touros da estação anterior para que não machuquem as bezerras. Além destes fatores, algumas patologias podem prejudicar a penetração do pênis, causando dor no momento da cobrição, como papiloma, permanência de flemo (?), aderência peniana, fimose, úlceras prepuciais que evoluem para acrobistite, problema de casco etc. Observações: Houveram algumas mudanças: o Excelente 100 a 120; o Questionável são descartados. A média brasileira é 1:25 e no manejo múltiplo é comum que vacas sejam cobertas por 2-3 touros. Aula 08/02/21 Fases reprodutivas de touros: Infantil; Pré-púbere; Púbere; Pós-puberal ou adolescência; Sexualmente maturo; Senescência (envelhecimento fisiológico) – senilidade é o envelhecimento patológico. Fatores que influem no aparecimento da puberdade Importante: Os machos precisam de um tempo entre as fases pré-púbere e púbere para que o epitélio seminífero se estruture (4 a 5 meses) e mantenha a produção de espermatozoides regular, o que só é alcançado após a maturidade sexual. Diferente disso, as fêmeas já se tornam sexualmente maduras após a primeira ovulação da puberdade e possuem um número predefinido de óvulos. Observações: o Zebuínos são cerca de 3-4 meses mais tardios que os taurinos em condições de clima temperado devido ao maior perímetro escrotal em idade jovem, que influencia a maior quantidade de ejaculados férteis. Em climas tropicais as raças zebuínas atingem condições iguais ou até melhores de precocidade. o Animais extremamente precoces: congelamento de sêmen de 14-15 meses. Puberdade fisiológica x Puberdade zootécnica A inseminação de fêmeas superprecoces, com redução da IPP, pode comprometer sua produção de leite e longevidade no rebanho quando se pensa em bovinos de leite. Diferente disso, quando se pensa em bovinos de corte, as fêmeas começam a ser desafiadas de 12-15 meses, já que a produção não é o ponto mais importante desse tipo de produção, mas sim o número de produtos/bezerros. Idade a puberdade – Wolf et al. (1965) Ejaculado com 50x106 espermatozoides com mínimo de 10% de motilidade progressiva. Parâmetro mais utilizado a campo devido a facilidade Idade a maturidade sexual – Garcia et al. (1987) Defeitos espermáticos maiores <15% e defeitos espermáticos totais <30% no ejaculado. Defeitos espermáticos maiores comprometem a capacidade fecundante das células, reduzindo a fertilidade dos animais X Defeitos menores estão presentes nos espermatozoides, mas não possuem relação com a fertilidade Classificação andrológica – Vasconcelos (2001) Classificação em 5 classes andrológicas; Utilizada para animais jovens. Observação: o Os núcleos anteriores no macho são pouco produtivos, mantendo secreção basal e contínua de GnRH, sem pulsos. Diferente das fêmeas, onde são responsáveis pelos pulsos pré- ovulatórios de GnRH. Observação: o Antes de atingir a puberdade as fêmeas perdem uma quantidade considerável de oócitos, pois todos os folículos da primeira onda entram em atresia. Além disso, dentro do ciclo estral perdem de 90-120 oócitos de maneira espaçada entre as ondas foliculares, pois apenas o folículo dominante da terceira onda ovula. Observações: o O pico de testosterona indica a entrada na puberdade e promove feedback negativo na produção de LH. Genes utilizados para identificação e seleção de animais superprecoces. Observações: o As avaliações genômicas/genotipagem podem ser feitas ainda na fase embrionária para identificação e seleção de touros com precocidade sexual. Esses animais possuem acurácia baixa devido ao baixo número de produtos. o Apesar disso, é preciso manter a genética plástica, que serve para avaliar a seleção genômica. Melhoramento: Habilidade materna; Idade da mãe; Touro; Peso ao nascimento; Peso à desmama; Peso sobre-ano – período em que o animal vai para o abate. A identificação dos animais com tatuagem na orelha facilita o monitoramento correto dos parâmetros. Características de tipo: Animais retangulares e profundos sexualmente mais precoces. Aprumos – relacionado a longevidade para fêmeas leiteiras e a capacidade de movimentação dos machos durante a estação de monta; Tamanho e angulação do prepúcio – relacionados com a vida útil/longevidade do animal no rebanho Devido ao tipo de vegetação predominante no Brasil (altas), quanto menor o tamanho do prepúcio maior a longevidade do animal (selecionar animais com prepúcio curto, alta herdabilidade e relação com o menor tamanho de umbigo). A angulação pode dificultar a entrada do pênis na vagina da fêmea, reduzindo a eficácia da monta natural; Adaptabilidade as condições climáticas – selecionar animais com maior capacidade de aguentar temperaturas superiores sem sofrer com altos índices de estresse térmico. Aula 22/02/21 Animais de corte: cilíndricos Animais muito profundos e com bom arqueamento de costelas são sexualmente mais precoces (funciona para zebuínos e taurinos) X Animais de leite: características de cone Animal precoces (com curva de crescimento alta) ou com peso final alto? Animais com peso adulto alto demoram muito tempo (3 anos ou mais em condições tropicais) para atingi-lo. Já os animais precoces atingem peso ideal para abate (15- 19 arrobas) em 13 meses de idade, permitindo a produção de 2 gerações no período em que apenas 1 dos animais não precoces seria produzida. Aprumos Observação: o Animais com problemas locomotores/de aprumos andam menos (principalmente em regiões acidentadas) e ingerem menos forragem, tendo crescimento retardado. Observação: o Animais taurinos têm dificuldade de adaptação a algumas regiões do Brasil, como o Centro-oeste, podendo ter a maturidade sexual atrasada em até 5-8 meses (Limousin) e perda de peso; o Além disso, a longo prazo os animais se tornam subférteis ou inférteis devido a ação das condições ambientais. Observação: Precocidade ponderal (para animais em crescimento): animais que crescem rápido também serão precoces A seleção ponderal não funciona após o atingimento da maturidade sexual. Importante: A seleção genômica não substitui as outras, mas funciona como ferramenta adicional, não tão cara (R$200,00), para acelerar a melhora da qualidade do rebanho a partir de filtragem mais específica dos animais Ideal para quem trabalha com rebanhos melhoradores ou elite, onde é necessário selecionar por peso. Espermatogênese Observação: o Os gonócitos (foto 1) se transformam em células da linhagem gametogênica (foto2), que dão origem aos espermatozoides (foto 3). Nessa fase, estes ainda possuem defeitos e não são funcionais Espermatogênese irregular! o Foto 4: medusas de descamação indicando a presença de lesões epididimárias. Observação: o Vacúolos no epitélio seminífero: espermatozoides degenerados. Importante: Nessa fase o animal tem espermatogênese, porém a produção espermática é baixa devido a não estruturação dos túbulos seminíferos, levando a redução da fertilidade e aumento do retorno ao cio das fêmeas se estes forem usados para a cobrição durante esse período Deve-se aguardar de 4-5 meses. Observação: Após a estruturação dos túbulos seminíferos o animal inicia a produção regular de espermatozoides de forma constante devido a regeneração das células gonadais. Ou seja, enquanto estiver vivo o touro consegue manter a fertilidade em função da qualidade das células fecundantes, mesmo que haja redução da quantidade de ejaculado devido a lesões nos túbulos seminíferos, que ocorrem de forma natural durante sua vida produtiva. O animal consegue aumentar a produção espermática de forma gradual devido ao aumento do comprimento dos túbulos seminíferos, atingindo o máximo de produção em torno de 10-12 anos para bovinos, 7-8 anos para caprinos e ovinos e 3 anos para cães. Mas então, porque dizem que deve-se descartar o reprodutor após 5 anos de uso? Esse misticismo foi criado devido as condições antigas de criação extensiva dos reprodutores, em contato direto com as outras gerações, o que aumentava a endogamia dos rebanhos. Atualmente, devido ao maior controle do manejo do rebanho, a utilização de touros mais velhos, baseada em avaliações periódicas de fertilidade, já é indicada. O nível de endogamia aceitável varia entre 6-7%, acima disso começam a aparecer características não desejáveis. Importante: Com o avançar da idade e maturidade sexual a motilidade espermática (aspecto físico), que no início é baixa, vai aumentando; e os defeitos morfológicos, que começam altos (principalmente os maiores, relacionados a fertilidade), vão abaixando. A seleção dos reprodutores e matrizes superprecoces (ficam prenhas mais cedo) aumenta a velocidade do ganho genético. A resposta a seleção é gradativa em função dos ganhos genéticos obtidos, ou seja, no início da seleção é grande, devido ao alto % de ganhos, e depois se torna mais lenta devido ao nível de melhoramento do rebanho. Perímetro escrotal As características reprodutivas possuem baixa herdabilidade, porém, aquelas características que estão relacionadas a várias outras, como perímetro escrotal e idade ao primeiro parto possuem grande correlação e herdabilidade maior. Por isso, com relação ao perímetro escrotal, quanto maior, melhor: Precocidade dos descendentes; Maior produção espermática; Maior produção de ejaculados férteis. Atualmente preconiza-se o uso da fórmula única (segunda) para comprimento e formato testiculares, tanto para taurinos como para zebuínos. Correlações genéticas A correlação do perímetro escrotal com os defeitos espermáticos é alta apenas nos animais que ainda não atingiram a maturidade sexual, já que após a mesma a proporção destes reduz. Importante: Utilizar os testículos ovais-esféricos para rebanhos onde o foco é a produção de animais para abate, já que os reprodutores com essas características terão vida reprodutiva reduzida. Importante: Angulosidade e tamanho de prepúcio: relacionado a longevidade do animal no rebanho (disse que vai falar sobre mais pra frente). Na faixa etária de 21,3 meses o formato testicular longo já é considerado como muito bom (31,5). Importante: A longevidade das fêmeas dentro do rebanho é um fator muito importante para os pequenos e médios produtores, devido a dificuldade de reposição dos animais, que aumenta o tempo de início da vida reprodutiva das fêmeas, o que não ocorre com grandes produtores. Observações: o A influência da nutrição vem sendo reduzida devido a melhora da qualidade das pastagens a partir da correção de solo, escolha de espécies adaptadas a região etc.; o Os fatores ambientais e sociais, como manejo e clima (temperatura, pluviosidade e umidade) são extremamente importantes; o O fator hormonal é influenciado pela nutrição, pelos fatores ambientais e pela genética; o Bioestimulação ou efeito macho: colocar as fêmeas na presença de machos para estimular sua ciclicidade Colocar machos próximos as fêmeas ou utilizar rufião a partir da desmama; e em contato direto para início da cobrição de acordo com a idade a maturidade sexual dos animais. Deficiência de GnRH Não há estímulo nas células de Leydig e pouco estímulo nas células de Sertoli Comprometimento da fertilidade. Importante: A leptina serve como marcador de fertilidade devido a estimular a produção de insulina e de neuropeptídeo Y, que age sobre os neurônios estimulando a secreção de GnRH. Áreas extremamente importantes para se trabalhar com precocidade sexual e eficiência dos rebanhos: genética, reprodução, nutrição e sanidade. Aula 01/03/21 Livro Complementar: Spermatogenesis Methods and Protocols Importante: O tempo de formação dos espermatozoides a partir da espermatogônia 0 difere entre as espécies, sendo que os suínos possuem o menor deles, 34 dias, e o mesmo varia de 54- 64 dias nas demais espécies. A espermatogênese é dividida em 3 partes, sendo mitose (multiplicação das espermatogônias), meiose (espermatócitos I e II dão origem as espermátides) e espermiogênese (espermátides arredondadas vão se alongando até possuírem o formato específico de cada espécies, que varia de acordo com a forma de condensação da cromatina, exemplos: formato arredondado em peixes, ovoide nos animais de produção e de foice em galos e roedores). A meiose dura 23 dias e é o ponto crítico da espermatogênese devido a ser uma fase equacional e reducional (células 2n n), podendo ser afetada por diversos fatores, até mesmo os de menor intensidade. Durante o processo de espermatogênese ocorre uma perda celular fisiológica de 18- 25% na fase de meiose, podendo chegar a 40% se houverem processos patológicos envolvidos, levando a menor concentração de células se tornando espermatozoides e causando subfertilidade temporária (degeneração moderada a grave) ou permanente (animal estéril) nos animais. Uma degeneração pode tornar o animal estéril caso ocorra a longo prazo (4-5 meses) e em temperatura de estresse muito alta, levando a perda da espermatogônia 0 (célula tronco, extremamente resistente) devido a descamação do epitélio. Além disso, intoxicação, febre etc. também podem agir sobre a espermatogênese, causando reflexos que poderão ser percebidos no ejaculado 15 dias após o processo patológico. Fase endócrina A partir do atingimento da puberdade o eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal funciona enquanto o macho estiver vivo, independentemente da idade. No macho, os núcleos hipotalâmicos anteriores (quadrado verde) possuem pouca importância, pois as secreções tônicas (contínuas) de GnRH promovidas pelos núcleos hipotalâmicos posteriores (arqueado, área hipotalâmica ventromedial e iminência média) são responsáveis pela síntese e liberação contínuas das gonadotrofinas LH e FSH pela hipófise anterior. Apesar da secreção tônicas, podem ocorrer picos de GnRH, quando se observa concomitantemente um aumento da secreção de testosterona. Além disso, a manutenção das células- tronco/reservas (espermatogônias 0), que dão origem a espermatogônias A1 (dão origem a outra espermatogônia A1 e uma A2) e A2, permitem que o macho consiga produzir espermatozoides por toda a sua vida após o início da puberdade. O LH possui como alvoprincipal as células de Leydig e o FSH as células de Sertoli, que possuem poucos receptores para o LH. Apesar das células de Leydig serem as principais responsáveis pela síntese de testosterona, outros órgãos, como a Adrenal, também produzem certa quantidade do andrógeno. Sendo a hiperplasia congênita da adrenal uma das patologias de diferenciação sexual causadoras de má-formação dos órgãos genitais femininos tubulares (pseudohermafrodita feminino). Nas fêmeas, a secreção tônica promovida pelos núcleos posteriores é responsável pelo crescimento e recrutamento folicular (pool de folículos a cada 7-8 dias) em qualquer fase (gestação, anestro etc.). Já os núcleos anteriores (pré-óptico, supra-quiasmático e anterior) são responsáveis pelo pico (secreção pulsátil) de GnRH pré-ovulatório, responsável pela maturação final, ovulação e formação do corpo lúteo, processos necessários apenas nas fêmeas. Imagem da esquerda: A secreção tônica de GnRH é importante devido a necessidade de ação da testosterona em dois momentos da espermatogênese: na fase inicial de diferenciação, onde as espermatogônias se tornam espermatócitos; e na fase final ou espermiogênese, onde ocorre a transformação das espermátides em espermatozoides. Além disso, o andrógeno é extremamente importante para o desenvolvimento do fenótipo do animal, como o crescimento das fibras musculares com arqueamento, aumento de peso e formação da musculatura forte. Imagem da direita: as linhagens haploides ficam aderidas ao epitélio na região adluminal, de forma que tenham contato com as células de Sertoli, que promovem sua nutrição, e onde não há o risco da chegada de grande fluxo sanguíneo, que podem ocorrer nos quadros patológicos e levar a morte das mesmas devido ao não reconhecimento das mesmas pelos anticorpos. Para ser liberada no lúmen do epitélio seminífero a testosterona passa pela célula de Sertoli através da ligação a proteína ligadora de andrógenos, produzida pela mesma. Os processos patológicos impedem o funcionamento de qualquer uma das vias, sendo que as mesmas podem ser interrompidas pelo mal funcionamento das células produtoras ou por deficiência de enzima/receptor para hormônio específico, levando a problemas na diferenciação secundária e incapacidade de realizar a espermatogênese com espermatozoides funcionais, dando origem a um pseudohermafrodita macho. Exemplos: Animal de 6 anos de idade criado como fêmea, apresentando vulva de tamanho relativamente normal, porém, com fenótipo de macho (arqueamento muito forte, cabeça e pescoço pesados) e histórico de infertilidade. Diagnóstico após necropsia: Pseudohermafrodita macho Animal com testículos totalmente formados, que possuía vagina com má formação (apenas 10 cm) devido a deficiência de receptores para testosterona nos seios e prega urogenitais que levou a não formação do prepúcio e órgãos tubulares do macho (dependentes de hormônio). Animal com clítoris bem hipertrofiado e, após a necropsia, identificação de fusão total do períneo, sem formação dos órgãos genitais femininos tubulares (formação sólida) e presença de vesículas seminais, testículos e útero funcional com bastante exsudato no lúmen em fase de mumificação devido a aplasia segmentar (estenose) que impedia a liberação da parte mineral da secreção uterina, produzida devido a síntese de estrógeno que estimulava as células endometriais. Diagnóstico: Pseudohermafrodita macho com deficiência de receptores para testosterona nos órgãos tubulares e em grande parte do corpo (fenótipo de fêmea). Classificação de intersexos baseada nas gônadas: 2 testículos: Pseudohermafrodita macho; 2 ovários: Pseudohermafrodita fêmea; Ovário e testículo ou ovotestis (estrutura com testículo e ovário): Hermafrodita verdadeiro. Ausência de vagina anterior e estenose na vagina posterior, ausência de cérvix e formação parcial dos cornos uterinos e presença de testículos e epidídimo: Pseudohermafrodita macho. Importante: Apesar da ausência de receptores para testosterona permitir a formação passiva dos órgãos tubulares das fêmeas, estes não se formam devido a secreção do hormônio anti-Mulleriano (MIF) pelas células de Sertoli, que inibe o desenvolvimento dos ductos de Muller ou paramesonéfricos, que dão origem aos órgãos tubulares superiores da fêmea. Quando há formação parcial dos órgãos femininos, a produção de MIF não foi suficiente para inibir totalmente seu crescimento, como no exemplo acima, onde houve pequeno crescimento dos cornos uterinos. Formação peniana: períneo aberto e rafe voltada para trás (parecida com vulva) com presença de testículos e glândulas vesiculares, próstata e bulbouretrais: Pseudohermafrodita macho. Suíno: útero bem desenvolvido (parecido com o de uma fêmea gestante) com hidometra devido a ação de estrógenos de origem testicular e adrenal, que estimulam a produção de secreções pelas glândulas endometriais, que ficam retidas devido a formação incompleta dos ductos femininos e precisam ser absorvidas lentamente pela parede uterina, o que leva ao descarte precoce destes animais. Além da presença de testículo: Pseudohermafrodita macho. Caprino: clítoris hipertrofiado devido ao excesso de ação de testosterona (5a- dihidrotestosterona (5a-DHT), e presença de testículos e epidídimos: Pseudohermafrodita macho. Importante: Ausência de órgãos tubulares masculinos (de Wolf) devido a produção insuficiente de testosterona, ou ausência de receptores. Além disso, também não houve produção suficiente de MIF para inibir totalmente a formação dos órgãos tubulares da fêmea. Outro quadro de hipertrofia de clítoris em caprino, porém com formação incompleta tanto dos órgãos tubulares masculinos (apenas parte inicial dos ductos mesonéfricos: testículos e epidídimos) como dos femininos (apenas os ductos paramesonéfricos). Importante: Como a formação dos órgãos femininos é passiva, externamente observam-se a presença de vulva, vagina posterior e clítoris devido a ausência de ação hormonal sobre a região do seio e pregas urogenitais. Fêmea bovina free-martin: estenose do orifício vaginal, formação de vagina posterior, aplasia uterina (cornos uterinos em filamento), presença de ovários, presença ou não das vesículas seminais Não é considerado intersexo, porque a diferenciação ocorre devido a ação dos hormônios masculinos sobre os órgãos genitais da fêmea durante gestação gemelar, e não devido a falha no funcionamento das células produtoras de hormônio ou deficiência de receptores. Importante: Mesmo que as gônadas sejam funcionais, os órgãos genitais não são, ou seja, mesmo que haja crescimento folicular e ovulação, haverá posterior formação de corpo lúteo persistente, pois não há útero A fêmea sempre é estéril! A utilização de BST aumenta a frequência de gestação gemelar devido ao seu estímulo sobre o maior número de folículos dominantes. Em 95% dos casos de gestação gemelar com sexos diferentes a fêmea é free-martin. Suíno: testículos com tamanho e localização normal (região perineal), porém, com a presença de vulva e clítoris bem hipertrofiado Pseudohermafrodita macho. Os animais de produção intersexo normalmente são castrados e destinados ao abate/terminação. Testículos Importante: As únicas regiões produtoras de testosterona são as células de Leydig e as regiões glomerular e fascicular da glândula adrenal, por isso, a ideia de que a manutenção da túnica albugínea após a castração permita a produção da mesma não é verdadeira. Nos equinos, assim como na espécie humana, a atividade sexual após a primeira experiência não é dependente de testosterona, mas sim psíquica, por isso, mesmo garanhões castrados após a vida adulta continuam possuindo libido, identificando fêmeas no cio e realizando a cobertura.Porém, quando se castra os animais ainda na fase juvenil, quando ainda não tiveram experiência sexual, os animais que não identificam ou não possuem libido, mesmo próximos a fêmeas no cio. Importante: Apesar de ser uma gônada aparentemente única, o testículo é dividido em vários lóbulos que contêm até 10-12 túbulos seminíferos, que possuem de 8-10 km de comprimento. Este fato foi extremamente importante para retificar a ideia defendida até o início da década de 90 de que qualquer trauma focal levaria a um processo imunológico/inflamatório total da gônada, deixando o animal estéril. Após trabalho foi identificado que se as lesões ocorressem em pequena quantidade de lóbulos as demais regiões da gônada continuavam funcionais. Qual é a importância do epidídimo? Atua na maturação espermática, aumentando a capacidade de fecundação dos espermatozoides produzidos no lúmen testicular após seu direcionamento, passagem (trânsito epididimário) e armazenamento (cauda) no local. Durante a passagem pela cabeça e corpo do epidídimo, a capacidade fecundante ainda é baixa, pois nesses locais ainda está ocorrendo a agregação de proteínas (+ de 180 identificadas) a membrana plasmática do espermatozoide visando o aumento da sua resistência. Por isso, apenas quando chega a cauda do epidídimo o espermatozoide possui a resistência necessária para agir no ambiente tubário e uterino, o que explica o fato da coleta e congelamento ser feita a partir das células presentes neste local. Após sua passagem, o espermatozoide se junta a secreção do plasma seminal pelas glândulas sexuais acessórias (vesicular, próstata e bulbouretral), que também atuam aumentando sua resistência para sobreviver nos órgãos tubulares da fêmea, pois possui proteínas de membrana e substâncias nutritivas. Na grande maioria das espécies o ejaculado é intravaginal, porém, nos equinos, cães e suínos é intrauterina, apesar disso, a introdução do pênis continua sendo intravaginal (equino) ou intracervical (cão e suíno) e apenas o sêmen se direciona ao útero devido a pressão negativa presente no local. Pênis Pênis vascular (corpo cavernoso extremamente vascularizado) Precisa de aporte sanguíneo muito grande para ter ereção: cão e equino; Pênis fibroelástico Consegue ter ereção com pouco aporte sanguíneo: bovinos, pequenos ruminantes e gato. Anexos: Presença dos apêndices uretrais bem grandes (além do pênis) nos pequenos ruminantes possuía a função de pulverizar a urina no local e no próprio corpo durante a corte sexual, o que funciona como atrativo sexual para as fêmeas; Presença de osso peniano nos cães; Presença de espículos uretrais no gato possui função sobre a ovulação da fêmea, que é induzida; Presença de divertículo uretral nos equinos Atenção a limpeza da área, onde costuma haver acúmulo de sujeira, para evitar a contaminação do ejaculado; Presença de S peniano nos ruminantes que se distende durante a ereção, permitindo a exposição do pênis Uma das práticas para criar um rufião é fixar as dobras do S peniano com sutura, assim, mesmo que o animal tenha ereção o pênis não é exposto; Presença de divertículo prepucial nos suínos funciona como glândula liberadora de feromônios e deve sempre ser esvaziada antes da coleta, a partir de massagem prepucial, para evitar a contaminação do sêmen. Aula 08/03/21 Possui importância devido a relação com capacidade de potencializar o uso dos reprodutores. No geral, em todas as espécies, os reprodutores são subutilizados no Brasil, como no caso do uso de 1 touro para apenas 25 vacas, sendo que os animais aprovados pelo exame de aptidão reprodutiva (andrológico) já podem começar sendo utilizados para 40 vacas, podendo cobrir até 120 fêmeas (potencial máximo) durante uma estação de monta atingindo as mesmas taxas de prenhez. Outro ponto importante é que os acasalamentos sejam concentrados no início da estação de monta para que a maioria das fêmeas param no início da estação de parição e tenham um tempo maior de recuperação pós-parto, o que acelera a ciclicidade pós-parto e aumenta a longevidade das fêmeas no rebanho devido a maior taxa de prenhez. Além disso, como o comportamento sexual é aprendido ao longo da vida, animais que vivem isolados correm o risco de não saber como agir durante a estação de monta, demonstrando a importância de criar grupos com reprodutores de diferentes idades para repassar os aprendizados. Importante: Apesar da resistência dos animais zebuínos a condições adversas de temperatura, os efeitos negativos já são observados, com altas taxas de aborto. Sendo assim, melhores taxas de fertilidade são obtidas quando se utiliza estratégias para redução do estresse térmico, como sombreamento. Libido h2 = 0,59 Pode e deve ser trabalhada devido à alta herdabilidade. Porém, como os animais com baixa libido deixam poucos descendentes, ocorreu seleção natural, que foi adicionada de programas de seleção para libido, principalmente nos rebanhos menores devido a facilidade de emprego dos testes de comportamento sexual, que levam em média 40 minutos. Genético Bos taurus x Bos taurus indicus Os taurinos não possuem a libido maior que os zebuínos. Raça Fatores que podem influenciar negativamente na reprodução: Influência hormonal – influência muita grande, por isso, é importante separar os animais desmamados formando lotes com sexos diferentes para evitar o estresse causado aos animais pelo comportamento de monta em fêmeas menores e sodomia exacerbada, que levam a perda de peso, problemas de casco, locomotores e vesiculite (contaminação devido a introdução do pênis no ânus) Descarte precoce dos animais; Manejo pós-desmama; Nutrição – em condições tropicais ocorre deficiência de forragem entre Junho-Setembro, por isso, a estação de monta deve ser concentrada nos períodos em que há maior oferta de forragem para os animais; Estação do ano. Importante: Como os animais passam mais tempo andando do que se alimentando, devem entrar na estação de monta com boa condição corporal para que, mesmo perdendo peso consiga passar pelo período da estação de monta. Por isso, o período entre uma estação e outra é importante para que os machos recuperem o peso perdido devido ao comportamento sexual de andar atrás das fêmeas para cobri-las. Além disso, os machos mais jovens devem ficar no mesmo ambiente de machos adultos para que aprendam e iniciem o comportamento sexual mais cedo, já que a partir de 3 meses os machos já possuem influência da libido e conseguem identificar fêmeas no cio e tentar acasalar, mesmo que não consigam devido a aderência peniana fisiológica e a não possuírem altura. Sinais fisiológicos da libido Importantes para avaliar e quantificar a libido dos animais, possibilitando o rankeamento e economia de touros, principalmente em rebanhos pequenos. 1. Primeiro passo 2. Padrões copulatórios Despertar sexual – interesse pela fêmea no cio O macho é capaz de identificar o feromônio da fêmea no cio em até 10 km ou mais, ou seja, anda longas distâncias; Cortejo – período extremamente importante para a segurança do animal, já que se o macho montar em uma fêmea que não está realmente no estro o mesmo pode sofrer traumas que levam a fratura e hematoma penianos ou orquite devido a coices Macho mostra que é dominante em relação a fêmea, o que não ocorre em animais muito jovens, aumentando a incidência de acidentes; Ereção; Protusão do pênis; Monta – montas abortadas: não há a introdução do pênis, mas não ocorre ejaculação ou há a introdução, mas não ocorre ejaculação A depender da espécie o tempo que os animais levam para retomar o estímulo e realizar nova monta pode durar de minutos (equinos) a horas; Introdução do pênis – monta completa: introdução do pênis + ejaculação; Ejaculação; Desmonta; Período de refratariedade: o Fungar e lamber Comunicação química; o Olfato e visão A visão é muito utilizada para animais muito jovens e nas centrais de coleta, onde estimula a libido dos animais que observam outro ser coletado, aumentando a concentração e volume do ejaculado (maior número de doses congeladas) devido a hiperestimulação; o Reflexo de Flehmen (compressão vôremonasal) Odoríferos nasais; o Indícios visuais e táteis Estímulo – os estímulos visuais e táteis (falsa monta) são importantes para que os machos liberem ejaculado um pouco mais concentrado. o Imobilidade Principal sinal da fêmea em estro: em muitos casos o macho precisa se mostrar dominante em relação a fêmea para que ela exponha o comportamento de estro. Mesmo que não ocorra a monta completa, com introdução do pênis, o macho apresenta os sinais da libido, podendo ser avaliado e classificado no teste da libido. Os animais jovens aprendem o comportamento de estro no início da estação de monta a partir do contato com a mãe em estro e machos adultos montando Nos rebanhos extensivos a estação de monta funciona como escola para os animais jovens. Importante: Os asininos possuem um comportamento bem estranho em relação aos garanhões, pois não expões o pênis, mesmo quando chegam na fêmea, o que aumenta o tempo de cortejo pré- monta, onde é muito comum mordidas no pescoço e jarrete. Já nos garanhões, a exposição do pênis, realizada até mesmo antes de chegar as fêmeas aumenta o risco de acidentes nos casos de fêmeas fora do estro Cuidado com a utilização de garanhões para rufiação. Importante: Os suínos são os animais que mais expões os sinais fisiológicos da libido e mais condicionados ao manequim para coleta de sêmen, por isso, a maior parte das granjas possui pequena central interna para coleta e distribuição próprias; Diferente dos garanhões, os varrões não realizam os movimentos pélvicos que estimulam a ereção e ejaculação, por isso, durante a coleta é necessário estimular a glande peniana através de compressões com os dedos, porque fisiologicamente as fêmeas realizam compressões cervicais, importantes para secreção de oxitocina que estimula a contração uterina promotora da distribuição passiva dos espermatozoides pelo útero; A imobilidade da fêmea também é um fator estimulante durante a monta, por isso, deve-se promover as mesmas condições durante a coleta manual. Rankeamento da libido O teste pode ser realizado colocando os animais próximos a fêmea em estro presa no tronco em curral por: 5 minutos para taurinos; 30 minutos para zebuínos – escore varia de 4-8, sendo difícil ter monta completa. Porém, esta forma se mostra menos adequada do que a realizada com os animais em piquetes, devido as diferenças nos resultados obtidos para os mesmos animais Escores de 0-3 no curral e de 8-10 no piquete (ideal devido a maior dificuldade de levar os animais para o curral por conta de seu comportamento mais rústico). Importante: Muito se comenta sobre o fato de os animais taurinos possuírem maior libido quando comparados aos zebuínos. Porém, essa afirmação não é verdadeira, visto que os animais possuem comportamento similar, sendo que em condições tropicais os zebuínos chegam a possuir leve superioridade com relação a libido devido ao comportamento dos taurinos de procurar locais sombreados nos momentos mais quentes do dia. Em animais zebuínos, o escore 0 é inexistente; Escore 7: primeira monta natural em animais taurinos; Escore 9: primeira monta natural em animais zebuínos; Escore 10: raro A média de montas com serviços completos em monta natural ou em teste de libido em ambiente fechado é de 1,6 em taurinos e 1,9 em zebuínos em monta natural; Mais de 90% dos animais se encontram entre os escores 6 e 10. O comportamento frente a frente é muito importante para mostrar a dominância do macho sobre a fêmea antes da cópula. Situação em que a fêmea deita pois já foi acasalada várias vezes e não aguenta mais o peso do reprodutor. O macho precisa estar bem abraçado a fêmea para ter a confiança de sair do chão e dar a estocada. Principais sinais fisiológicos de estro nas fêmeas: Imobilidade e micção frequente, além de outros como: Redução do consumo de alimentos; Monta em outras fêmeas e queda de produção de leite no caso de vacas; Sonorização das fêmeas em suínos, asininos e caprinos. Aula 15/03/21 Animais de alta libido montam pelo menos 1x em um maior número de fêmeas em estro, além de realizar o serviço completo no início da estação de monta, contribuindo para a rapidez da volta a ciclicidade e maior longevidade das fêmeas. Padronização da estação de monta: Nas fazendas com grande número de touros a estação de monta é aberta sem avaliação prévia da libido, sendo a mesma realizada no início da estação através da observação dos animais por funcionários. Dessa forma, pode-se rearranjar os animais em grupos de dominantes e subordinados, aumentando a eficiência dos acasalamentos e obtendo taxas melhores mesmo que alguns cios sejam perdidos no início da estação; A padronização dos touros por idade, peso, tamanho, chifre de acordo com a seleção genética estimula a dominância, por isso, não é indicado colocar machos jovens para trabalhar junto com touros adultos para evitar disputas e lesões; Padronização por idade/estatura: colocar machos jovens com fêmeas também jovens, de mesma safra ou, no máximo, primíparas, para que estes possam mostrar dominância frente a elas Maior eficiência na taxa de prenhez. Um touro de baixa libido obtém a mesma % de taxa de prenhez que um de alta libido ao final da estação de monta, sendo a principal diferença entre os dois o fato do de alta libido concentrar as montas no início da estação, enquanto o de baixa distribui os serviços ao longo do período (ciclos de 21 dias), dificultando a recuperação das fêmeas que parem ao final da estação de parto e aumentando o descarte precoce destes animais. Simulação da capacidade de estímulo a touros: demonstra a subutilização dos touros no Brasil, onde ainda se utiliza a proporção de 1 touro : 20 vacas em muitos locais Mesmo na proporção de 1:75 os touros ainda são subutilizados, sendo indicado utilizar entre 1:100 – 1:120, pois, além da vantagem de concentrar os acasalamentos no início da estação de monta, ainda é possível reduzir os custos com a compra de muitos touros e investir em animais de melhor genética. CAP = Certificado Andrológico por Pontos Pouco utilizado no Brasil, pois para obter esses parâmetros é necessária a avaliação andrológica, onde já se obtém os dados, otimizando o manejo; Mais usado na Europa; Baseado em três parâmetros: motilidade espermática (peso 20), morfologia espermática (peso 40) e perímetro escrotal (peso 40) Rankeamento de acordo com esses parâmetros: o animal precisa obter pontuação mínima de 60 pontos para entra na estação de monta. O perímetro escrotal ou volume testicular possui importância na capacidade de produção espermática (número de ejaculados férteis) e eficiência em maior proporção touro:vaca. Animais híbridos (1/2 sangue) possuem menor reserva espermática devido a maiores perdas espermáticas (40-50%) na fase de meiose da espermatogênese, o que leva a menor produção de ejaculados férteis e menor eficiência na proporção touro:vaca, com menores taxas de prenhez Necessário realizar melhor seleção genética sobre esses animais. A grande vantagem de trabalhar com a libido dos animais é a melhor reposição dos touros por animais de genética melhorada: Avaliação de touros (principais parâmetros) Animais aprovados no exame andrológico: começar com a proporção 1:40 Já duplica a proporção normalmenteutilizada. Considerações finais Com manejo tradicional, o potencial reprodutivo dos outros não é devidamente explorado. Ressalvando-se algumas regiões, a proporção touro:vaca utilizada não é suficiente para desafios à capacidade dos machos bovinos. Fisiologicamente, a avaliação andrológica pode ser realizada a cada 4 anos caso não houverem alterações no manejo dos animais entre uma avaliação de monta e outra. Por outro lado, a avaliação clínica dos animais é necessária e deve ser realizada anualmente devido a alta ocorrência de brigas, lesões e outros fatores como infestação por ectoparasitas. A infestação por ectoparasitas pode levar a degeneração testicular grave. Degeneração testicular: Principal patologia em reprodutores brasileiros Animais com degeneração testicular não devem ser descartados assim que identificados, mas sim retirados da reprodução, sendo necessária nova avaliação após determinado período para confirmar se a mesma é reversível ou não; Nas criações extensivas, a criação de animais sensíveis as condições de temperaturas elevadas com pluviosidade aumentada devido à dificuldade de adaptação, perda de calor dificultada e redução da ingestão de alimentos, que leva a deficiência de nutrientes como minerais importantes para a manutenção testicular, o que leva a degeneração. Além disso, o estresse leva a liberação de cortisol, que inibe a síntese de GnRH Atenção a seleção de raças de acordo com a região de criação para evitar a recorrência de quadros de degeneração; Raças não adaptadas a determinadas regiões não atingem os parâmetros reprodutivos em idade ideal, mesmo com as características corporais adequadas. Importante: A maior causa de infertilidade em touros é a degeneração testicular, causada principalmente por fatores ambientais como o estresse por calor. Além disso, o estresse calórico causa atraso da idade de entrada na puberdade e maturidade sexual. Por isso, é extremamente importante escolher adequadamente as raças de acordo com a região de criação para evitar perdas devido a aumento da idade a puberdade e a maturidade, e aumento da taxa de descarte de reprodutores. Lembrando sempre que a seleção para precocidade sexual aumenta as exigências dos animais, facilitando a ocorrência de estresse calórico, e que mesmo as raças mais adaptadas sofrem as consequências das temperaturas altas nos períodos mais quentes do dia, sendo necessário utilizar estratégias de sombreamento. Patologias testiculares Os quadros de degeneração testicular e hibridização são muito parecidos e precisam der diferenciados a partir da anamnese. Calcificação: Atrofia testicular com redução do tamanho dos testículos, perda do epitélio seminífero e calcificação dos espermatozoides no lúmen testicular. Corticoides x AINES Sempre dar preferência a utilização de anti- inflamatórios não esteroidais visando reduzir os impactos sobre a reprodução causada pelos corticoides. Porém, quando a utilização dos mesmos for necessária buscar reduzir o tempo de aplicação. Importante: A retirada dos animais das condições de estresse térmico permite a retomada da atividade sexual normal, quando a degeneração é leve e a célula tronco (espermatogônia 0) se mantém, permitindo o reinício do processo de mitose. Porém, quando o processo é grave e ocorre grande descamação/destruição do epitélio seminífero, o animal perde a capacidade de produção de espermatozoides e se torna infértil. Hidrocele Importante: A frequência de hidrocele uni ou bilateral (acúmulo de líquido ao redor dos testículos) em equinos é muito alta devido a criação em espaços pequenos (baias fechadas), sendo necessária a utilização de baias com acesso a piquete de exercício ou exercício diário regular para evitar esse problema. Podendo também ocorrer em bovinos submetidos ao manejo de baia. Ainda não há relação da hidrocele com redução da qualidade seminal, porém, como a hidrocele não permite que o mecanismo de extensão e contração do escroto para termorregulação (temperatura sempre mais baixa do que a dor corpo), quando ocorre em períodos prolongados pode levar a degeneração, perdas acentuadas do epitélio seminífero e atrofia testicular, com formação de cistos em alguns casos, além de espessamento e aderência das túnicas parietal e visceral. Como não há tratamento passíveis de reverter o quadro, a indicação é para abate dos animais. Aula 22/03/21 Orquite brucélica: atrofia do parênquima testicular, presença de cistos gonadais com invasão do tecido conjuntivo, com aderência da gônada com as lâminas parietal e visceral Animal estéril, mesmo com pequena produção de espermatozoides, a qualidade seminal era ruim. Atrofia do parênquima testicular e presença de cistos: gônada não possui produção espermática Indicação para abate. Importante: A origem normalmente é ascendente, mas também pode ocorrer via hematógena. A indicação para tratamento de orquite é a utilização de antibióticos de amplo espectro para reversão do quadro quando identificado no início. Em quadros mais avançados ocorre degeneração testicular grave devido ao espessamento e aderência das túnicas parietal e visceral, que impede a reversão do quadro e leva a infertilidade do animal. A calcificação testicular compromete a produção espermática pelos túbulos seminíferos afetados, porém, em casos mais leves o animal ainda consegue ser mantido como doador. Hipertrofia testicular com espessamento da lâmina basal (albugínea) devido a edema e redução do parênquima testicular. Atrofia testicular x Hipoplasia testicular A atrofia é adquirida, normalmente a partir de processos infecciosos como a orquite testicular fulminante, ou traumas que levam a inflamação aguda. Ou seja, o animal possuía as gônadas normais em determinado período da vida. Já a hipoplasia é congênita, sendo parcial ou total. O espessamento da lâmina basal é o diagnóstico diferencial entre as duas patologias, sendo que o mesmo ocorre na hipoplasia testicular e não está presente na atrofia testicular. Varicocele: Comprometimento inicial das artérias testiculares e secundário das veias, levando a redução da vascularização testicular e, a longo prazo, resultando em atrofia testicular. Todas as espécies estão sujeitas, sendo o tratamento cirúrgico para animais com valor zootécnico elevado. Para animais sem valor agregado, o descarte deve ser preconizado. Tumor da célula de Leydg (Leydgoma): São circulares, alaranjados e comprometem a gônada de forma mais localizada/delimitada. Possuem frequência alta em animais intersexos, sendo que a falha na deiscência testicular, com manutenção dos testículos em posição abdominal, leva a hiperplasia das células de Leydig, com aumento da produção de andrógenos e consequente desenvolvimento de tumores. O aumento da produção de hormônios andrógenos leva a agressividade/irritabilidade dos animais. São mais lisos que os Sertoliomas. Tumor das células de Sertoli (Sertolioma): São mais nodulares e se disseminam pelo órgão. Hemangioma: Menos comum, sendo que em muitos casos só se obtém o diagnóstico microscópico. Rotação testicular: A rotação das gônadas acima de 90ºC compromete a termorregulação (a referência para identificação do problema é a cauda do epidídimo, que deve estar em posição medial). O testículo bipartido não é muito comum em bovinos, sendo mais encontrado em caprinos. Assimetria testicular: É permitida a diferença de 1 cm no comprimento e 0,5 cm na largura em animais jovens. Sendo que estas podem ocorrer de forma conjunta. Atualmente discute-se sobre a possibilidade da transferência de genes da assimetria testicular e difusão desse problema nos rebanhos, já que há pelo menos 40 genes associados ao crescimento testicular e muitas vezes a diferençaé pequena e acaba por passar desapercebida, levando a manutenção da patologia no rebanho. O descarte é recomendado sempre que estes animais forem identificados, mesmo que não haja comprometimento da produção seminal, principalmente porque a frequência da patologia é baixa, permitindo a Distensão testicular causada por orquite culminando em quadro de atrofia testicular (enrugamento escrotal). Atrofia testicular causada por trauma: Na maioria dos quadros onde se identifica enrugamento escrotal há atrofia testicular. Nesse quadro também há rotação testicular e rotação escrotal devido a formação lateralizada da rafe escrotal por má-formação congênita, porém esse quadro não leva a comprometimento da produção espermática. Possível varicocele com encurtamento da gônada (assimetria testicular) indicativo de atrofia testicular. Hipoplasia testicular total bilateral: Não ocorre somente o comprometimento da gônada, como também um comprometimento fisiológico/somático em relação ao tipo do animal devido à redução da produção de andrógenos. Hipoplasia testicular bilateral parcial: Problema devido a manutenção dos animais no rebanho com disseminação do gene causador, que promove sérias consequências a reprodução também de seus descendentes, já que o congelamento do sêmen não descarta a transmissão da patologia. O ideal é descartar esses animais para não difundir essa falha ao rebanho! Hipoplasia testicular unilateral total: O gene autossômico de penetrância incompleta e expressividade variável, causador da patologia, levou a grandes prejuízos nos rebanhos, pois, devido a expressividade variável, a disseminação não era controlada, já que muitos animais possuíam diferenças pequenas entre as gônadas e acabavam por ser mantidos. Hipoplasia testicular total (imagem superior): descamação/degeneração de todos os túbulos seminíferos Os animais não possuem espermatozoides no líquido seminal. Hipoplasia testicular parcial (imagem inferior): alguns túbulos produzindo espermatozoides e outros totalmente descamados/degenerados, com comprometimento de pequena ou grande parte do túbulo seminífero Os animais possuem espermatozoides em quantidade reduzida no líquido seminal, com concentração espermática reduzida ou não (permite a disseminação do gene para a progênie). Aula 05/04/21 A frequência de hipoplasia testicular nos zebuínos é muito menor quando comparada aos rebanhos taurinos, devido a seleção que o estresse por calor promoveu nestes animais a partir da redução da relação touro:vaca. Testículos de equino com hipoplasia total unilateral Pode acometer qualquer espécie. Eliminar ou não os animais com assimetria testicular? Devido a não ser possível identificar animais com assimetria associada ou não a hipertrofia testicular, atualmente a preconização é de descarte para: Animais jovens com diferença >1 cm de comprimento e >0,5 cm de largura sejam descartados; Animais adultos com diferença >1,5 cm de comprimento e >1 cm de largura. O descarte é realizado nesses casos devido a assimetria demonstrar comprometimento no desenvolvimento testicular desses animais, que podem ter várias causas, inclusive as genéticas (genes relacionados a expressão testicular), que devem ser retiradas dos rebanhos a partir do descarte dos animais. Foco de células da adrenal no tecido testicular Frequente em equinos. Patologias de escroto Dermatites causadas por processo infeccioso ou pelo frio Problema: alteram a temperatura da pele, interferindo na espermatogênese, podendo levar o animal a graus de degeneração testicular e até mesmo a subfertilidade, a depender do tempo de permanência e grau da degeneração/descamação do epitélio seminífero provocada pela lesão. Objetivo: identificação e tratamento precoces! Bernes Mesmo problema das dermatites. Importante: Tratamentos longos com corticoides comprometem a reprodução, podendo causar lesões irreversíveis nos animais. Dermatites seborreicas Mesmo problema das dermatites e bernes, com a diferença de que normalmente aparecem nas formas suave ou moderada, levando a comprometimento/alterações na produção seminal em animais acima de 10 anos, não sendo tão importante em animais mais jovens. Escroto bífido Frequência pequena em bovinos (maior em caprinos), sem relação com a fertilidade do animal Não atrapalha a termorregulação ou a rotação testicular. Importante: A campo existe o misticismo de que animais com escroto escuro são melhores na reprodução quando comparados aos com escroto claro Fisiologicamente não existe diferenças entre os animais! Imagem da esquerda: Hemangioma (formação nodular com hidrocele) A longo prazo pode levar a degeneração e atrofia testicular devido a hidrocele. Importante: pode ser confundido com a fase inicial do papiloma escrotal; Imagem da direita: Papilomas escrotais (formato de couve-flor) Ocorre elevação de temperatura local e desenvolvimento de degeneração testicular. Má formação congênita da cabeça do epidídimo levando a comprometimento da produção/liberação espermática. Importante: nos casos de má formação a castração e o descarte dos animais são indicados. Patologias de epidídimo A aplasia segmentar uni ou bilateral e a má formação congênitas são as patologias mais comuns e podem tornar o animal estéril mesmo com produção espermática normal devido a redução da capacidade fecundante dos espermatozoides promovida pela inflamação causada no local de estenose e estase espermática, que leva a degeneração e atrofia testicular. Outra patologia muito recorrente é a Epididimite, que possui diversas causas, sendo a vesiculite a principal delas, já que muitas vezes a Epididimite ocorre de forma ascendente e não devido a processo hematógeno (inflamação em outro órgão). Deve ser abordada através de tratamento específico visando a recuperação total do animal e é importante ressaltar que a dor a palpação é uma forma de diagnóstico diferencial durante o exame físico do animal. Patologias de pênis e prepúcio Lesões frequentes relacionadas a ocorrência de IBR em rebanhos que não vacinam seus animais Reduzidas pelo uso de biotécnicas reprodutivas, como a IA ou IATF, que acabam por aumentar o uso de vacinas. Importante: podem também estar ligadas ao excesso de montas, porém, nesses casos ocorrem de forma mais localizada. Aspecto mais leve/suave, com pequenas petéquias ao longo do pênis Ocorrem quando o animal é hiperestimulado devido ao longo tempo de tentativa de coleta ou uso de eletroestimulação. Papilomas: Causados por variedades diferentes de Papiloma; Alta frequência; Produção espermática normal; Os formatos presentes nas imagens inferiores (couve-flor e aspecto de 2 pênis) são os mais frequentes; Correção cirúrgica; Na prática, o descarte de animais jovens que vivem em grupo é indicado para reduzir a disseminação do vírus no rebanho. Suspeita de Papiloma com outro formato, porém sem acesso a histologia. Suspeita de Papiloma Persistência do Frênulo Alta frequência em animais jovens, principalmente aqueles tardios Animais apresentam libido e tentam montar, mas não conseguem devido a formação. Importante: animais de produção são descartados e em pets realiza-se a correção cirúrgica. Aderência total ou parcial do prepúcio (imagens superior e inferior no canto esquerdo) Impede que o animal realize a introdução e ejaculação após a monta. Fimose Impede o animal de expor e efetuar a cobertura. A correção cirúrgica pode ser feita, porém, o descarte é preconizado pelos programas de melhoramento para animais de produção, sendo indicada para pets. Fraturas de pênis Alta frequência devido a convivência em grupo que favorece o pisoteio por parte dosanimais e pode levar a lesões graves. Interferência humana no comportamento normal do cão Animal sem alterações no exame físico, com presença de libido e constatação da penetração peniana A presença da proprietária sempre próxima ao local do coito interfere no comportamento fisiológico de corte do animal, que pode durar até 3 dias. Costuma ocorrer bastante em pets de apartamento, devido a falta de informação por parte dos tutores. Importante: Os jumentos normalmente levam mais tempo para realizar a montar, em média de 30-40 minutos. Por isso, é importante deixar o animal a vontade para não interferir na sua fisiologia. Prepúcio longo Animais propensos a problemas no óstio prepucial devido a altura da vegetação dos pastos, que leva a lesões graves no local, como a Acrobustite; Compromete a exposição do pênis e a libido devido a inflamação e dor elevadas; Relacionado a aumento de retorno ao cio pelas vacas devido à dificuldade de entrada na comissura vulvar promovida pela angulação prepucial levar a não aceitação de monta pela fêmea devido a demora e peso do macho e/ou a redução da libido do macho devido ao elevado número de tentativas frustradas. Apesar da boa qualidade do sêmen, os animais devem ser descartados devido a característica possuir alta herdabilidade! Miíases e úlceras causadas devido a escoriação promovida pelas pastagens altas nos prepúcios longos. Fimose Abertura pequena permitindo apenas a liberação de urina e, consequentemente, impedindo a exposição do pênis. Rotação Sempre conferir se é testicular ou escrotal (rafe escrotal lateralizada), já que a segunda não compromete a produção espermática e fertilidade do animal. Tumor testicular Foi realizada a castração unilateral. Corkscrew (pênis em saca-rolha) Os animais que apresentam pênis em formato de saca-rolha de maneira permanente devem ser descartados da reprodução, pois esta patologia impede a introdução do mesmo na comissura vulvar das fêmeas, impossibilitando a cobertura. Porém, quando a formação ocorre somente durante a coleta de sêmen com eletroejaculador deve-se atentar a possíveis erros na utilização da técnica, como excesso de choque Deve-se confirmar colocando o animal para montar e observando se o quadro vai se repetir ou não. Aula 12/04/21 Sarcoma escamoso/Carcinoma de células escamosas (CCE)/TVT Muito comum em equinos, tanto em machos como em fêmeas, sendo um tumor hiper agressivo e hiper invasivo, com desenvolvimento rápido. O tratamento é cirúrgico, onde tenta-se retirar tudo, porém, com pouco sucesso devido a recidivas Animal afastado da reprodução. Outro caso em osso peniano Vesiculite A principal via de contaminação é ascendente a partir da uretra, podendo chegar aos testículos causando orquite nesses casos, porém, pode ocorrer também por via hematógena. Ocorre principalmente em animais criados em baias quando o manejo é ruim e o local muito sujo. Grande prejuízo para animais de produção devido a dor, que impede a monta natural. Além disso, o tratamento é extremamente lento devido ao órgão ser pouco vascularizado, dificultando a obtenção de concentração mínima efetiva do medicamento no local e prolongando o tempo (3-8 meses), o que leva a alterações fisiológicas nos animais. Por isso, normalmente os animais são descartados. A prevenção é o melhor caminho e deve ser feita a partir de limpeza e espaçamento adequados de baia: 36-40 m2 por animal em baias de reprodutores. Não ocorre em pets devido a ausência de vesícula seminal. A sodomia provoca lesões de casco e contaminação uretral quando há penetração, sendo uma das causas de vesiculite O aumento de área/animal nos piquetes permite que os animais fujam, reduzindo o comportamento. Formação cística em todo o ligamento largo do útero causada pela ação de estrógenos, produzidos em grande quantidade devido a algum distúrbio. Prolapso uterino Uma das principais causas é o feto de tamanho muito superior a condição corporal das fêmeas, principalmente em zebuínos, onde a frequência é baixa. Em algumas raças, como a holandesa, existe um fundo hereditário, nesses casos, após o tratamento pós-parto estes animais são descartados da reprodução para evitar recidivas do problema nos partos subsequentes. O tratamento é feito com água fria até que haja redução de tamanho suficiente para devolver o útero para sua posição normal após lavagem. Degeneração testicular Raça charolês não se adapta a condições climáticas extremas de altas temperatura e umidade Não é indicada a criação destes animais em regiões localizadas no norte/nordeste do país, onde provavelmente serão descartados devido a recidivas de quadro de degeneração testicular. Antes da coleta, a avaliação clínica do animal é um fator importante para identificar sua capacidade reprodutiva e reduzir os erros que poderiam ser depositados nos aparelhos. Métodos Eletroejaculador Ruminantes – mais usado e indicado em bovinos, principalmente para animais mais agressivos, que possuem menor contato com humanos (criação extensiva de manejo múltiplo). Importante: Não é aconselhável para outras espécies devido aos animais possuírem alta sensibilidade, demandando anestesia durante o procedimento, o que reduz a facilidade; ou aumentando o risco de acidentes. Vagina artificial Ruminantes – caprinos e ovinos; Equinos. Importante: Indicado para animais mansos e bem manejados, permitindo a coleta de forma natural (ejaculado com composição similar ao produzido durante a monta natural, caso as condições de montagem da vagina sejam ideais) Deve-se ter atenção especial com a temperatura da água (42-44ºC) e pressão durante a montagem da vagina para evitar rejeição (temperatura baixa), ausência de ejaculação após a penetração e movimentos pélvicos constantes (falta de pressão), ejaculação fracionada e/ou alterações na concentração do ejaculado. Mão enluvada Suínos; Cães. Importante: o Também é possível utilizar vagina artificial, porém, o manejo é mais difícil já que os animais precisam estar condicionados a presença do homem, que pode causar alterações durante a ejaculação. Sendo necessário muitas vezes estímulo visual (fêmea em cio) e prender a vagina em um local até que o animal termine, principalmente em cães, onde a ejaculação ocorre por gotejamento; o Deve-se atentar a qualidade das luvas utilizadas, sendo a luva ginecológica a melhor escolha, porém, pode também ser feita com luva de palpação. Massagem das ampolas Bovinos – movimento craniodorsal das duas glândulas. Importante: Utilizada quando não há sucesso com o eletroejaculador ou vagina artificial, porém, é preciso que o médio veterinário tenha prática para obtenção de alta taxa de sucesso. Camisa de vênus Equinos – no mercado são encontradas apenas para equinos, pois esses animais têm ereção completa em estação antes da monta, diferente dos bovinos, que têm ejaculação ainda intraprepucial e apenas quando estão montados ocorre a ereção, dificultando a utilização do método nos machos, porém, é possível utilizá-lo nas fêmeas; Bovinos – quando o animal não responde aos outros métodos e não forem constatados problemas que expliquem a ausência da ejaculação durante a avaliação clínica e reprodutiva. Importante: Pouco utilizada, sendo necessária para garanhões ou éguas que não aceitam a aproximação de pessoas ou a vagina artificial. O sucesso das técnicas está diretamente relacionado ao profissional que utiliza os recursos. Equipamentos Eletroejaculador Observações: o Equipamento de fácil manipulação e ótimos resultados; o A qualidade dos equipamentos é um fator de atenção para escolha e uso Muitas vezes vale a pena comprar equipamentos mais caros para evitar problemas na obtenção do ejaculadoe problemas como oligospermia ou azoospermia. Possuem vários diâmetros: 8 (animais jovens), 10 e 12 (animais adultos). Os menores são utilizados em caprinos e ovinos. A média de tempo para ejaculação quando se utiliza esse equipamento é de 25-30 segundos. Equipamentos acessórios: Microscópio convencional para avaliação física do ejaculado; Placa aquecedora Vagina artificial Tubo rígido e membrana que é acoplada com o pênis. Possui válvula dupla para entrada/saída de: Ar Cria pressão necessária para promover a ejaculação do animal); Água Fica entre o tubo rígido e a membrana, mantendo a temperatura do ejaculado. Vagina de uso único para equinos A colocação de bainha higiênica ou luva de palpação improvisada (mais utilizada devido ao menor preço) permite a utilização da mesma preparação da vagina para vários garanhões durante o manejo, apenas sendo necessária a troca da camisinha higiênica e da água morna. Montagem Enquanto a qualidade da membrana estiver boa não é necessário desmontar a vagina, apenas realizar a troca das camisinhas higiênicas. Apesar disso, a desmontagem e secagem da membrana após o uso aumenta a vida útil do material. Manejo pré-coleta Realizar tricotomia para facilitar a higienização do local a partir de lavagem prepucial com água corrente e solução com xilol a 2% para reduzir a frequência de contaminação, já que existe uma quantidade microbiana mínima aceitável para liberar a comercialização do sêmen fresco, resfriado ou congelado. Equinos: limpeza do prepúcio e do processo uretral com cotonete antes das montas quando se trabalha com sistema de monta controlada; Caprinos e ovinos: atenção a limpeza do divertículo prepucial! Troncos de contenção Observações: o O modelo Araçatuba é o ideal, pois desmonta permitindo ação rápida caso o animal caia durante o manejo. Porém, todos são seguros e evitam acidentes para o manejador e para o animal Leva-se mais tempo para conter o animal do que para realizar a coleta; o O tronco Beckhauser (fotos 1 e 2) possui pêndulo com tamanho pré- definido, feito sob medida para a contenção de taurinos. Porém, não é indicado para animais zebuínos, pois, devido a serem maiores, quando ocorre o estímulo é frequente que a pressão realizada sob o membro pélvico dos animais cause fraturas, levando ao descarte involuntário; o A barrigueira evita que os animais caiam dentro do tronco, reduzindo o risco de acidentes. Aula 19/04/21 Vagina artificial Bovinos Realizar a coleta com vagina artificial apenas em animais condicionados, pois o risco de acidentes é alto, principalmente quando a coleta é feita em zebuínos, que costumam ser mais ariscos Sempre que possível utilizar o eletroejaculador devido as melhores condições de contenção, que facilitam a coleta e diminuem o risco de acidentes. Mesmo que a libido se mantenha, com o avançar da idade o tempo de coleta aumenta devido ao desconforto sentido pelos animais mais velhos ao montar. Equinos Contenção adequada da fêmea com pescoceira de couro e cordas nas patas visando a redução do risco de acidentes durante a coleta de sêmen ou cobertura controlada. Deve-se retirar a vagina com o animal ainda montado na fêmea ou manequim, para evitar maiores dificuldades e possíveis acidentes durante o manejo devido a coices, que normalmente não ocorrem quando o garanhão está abraçado a fêmea. O uso de manequins é ideal, pois, além de ser seguro, proporciona a imobilidade, que é o principal estímulo a ejaculação dos animais. Acidentes como fratura e traumatismo gonadal ocorrem quando o animal não está receptivo a monta. Não é indicado retirar a vagina sem esvaziá- la, pois isso pode reduzir o estímulo do animal durante as próximas montas. A válvula de água deve ser aberta após a 3ª ou 4ª pulsações, quando o animal praticamente já ejaculou por completo. Apesar de ser estimulado pela presença da fêmea e realizar a monta, o garanhão da foto apresentava níveis basais de testosterona no sangue devido a inibição do eixo hipotalâmico- hipofisário-gonadal promovida pela utilização de corticosteroides para redução da dor causada pela laminite Nas espécies equina e canina o fator psíquico (memórias de outras experiências boas) é fundamental para manutenção da libido, que independe de fatores hormonais, idade ou castração. Apesar disso, a redução da produção de andrógenos influencia a qualidade seminal, já que participa da fase inicial e final da espermatogênese. Vagina modelo Botucatu montada com luva de palpação Cuidado importante: proteção do tubo coletor contra radiações ultravioleta ou artificiais, vento (resfria o sêmen) etc. visando a manutenção da temperatura e qualidade seminal Cuidado redobrado no manuseio do sêmen pós-coleta para não causar alterações iatrogênicas que reduzem a qualidade seminal. A técnica de utilização de luva de palpação como bainhas higiênicas nas vaginas também vem sendo utilizada nas centrais de touros para facilitar as coletas, já que não se faz necessário gastar tempo para deixar várias vaginas montadas antes e limpá-las depois. Foto 1: fração em gel do ejaculado sendo filtrada para dentro de uma mamadeira; Foto 2: fração sem gel do ejaculado em frasco graduado. Importante: O ejaculado de equinos e suínos possui gel, sendo que o dos equinos é bem menos viscoso; A quantidade de gel no ejaculado varia entre espécies, indivíduos e ejaculados Quanto menos gel melhor, pois aproveita-se mais o ejaculado (mais concentrado), já que mesmo utilizando filtro no momento da coleta para retirada do gel, perde-se muitos espermatozoides; O volume de ejaculado também varia bastante: o Volume baixo: 30 mL (animais mais velhos podem produzir < 30 mL); o Volume normal: 50-60 mL Animal em atividade plena; o Volume alto: 70-80 mL. Média: 40-50 mL Para comercialização é necessário utilizar técnicas como resfriamento, congelamento e uso de diluentes, que aumentam a resistência e vida útil do ejaculado permitindo seu transporte por pequenas ou longas distâncias a depender do preço do produto. Suínos Observações: Fotos 1 e 2: Utilização de caneco ou isopor (centrais de sêmen) para manter a temperatura do ejaculado próxima da adequada e evitar alteração da qualidade seminal Cuidado no início da ejaculação, quando o animal realiza várias tentativas de introdução do pênis na comissura vulvar e a glande pode ser machucada no manequim caso fique muito solta; A partir de um ejaculado completo se produz 30-35 doses; Em granjas comerciais de suínos normalmente não se utiliza a dose do mesmo varrão em 2 inseminações para a mesma porca; Foto 3: Importante deixar sempre a glande livre, sem contato com luva ou caneco, para não haver contaminação do jato, mesmo que o diluente possua antibiótico para controle bacteriano Segurar acima das curvaturas para deixá-la totalmente livre; Foto 4: O plasma seminal é extremamente importante para a sobrevivência do espermatozoide após o resfriamento do ejaculado, porém, muitas vezes o mesmo é descartado durante a coleta a partir de desvio do pênis do caneco. Foto 2: O grande espaçamento entre coletas pode levar os varrões a realizar masturbação em objetos ou nas paredes das baias, o que pode acabar gerando lesões penianas que possuem tratamento complicado e dificultam as coletas subsequentes. Foto 3: Ejaculado parcial (10 mL): causado devido a erro cometido durante o manejo da glande com os dedos, que interrompe a ereção e a ejaculação de forma abrupta Cuidado para não repetir muitas vezes, pois o animal pode se acostumar e não querer mais realizar a monta. Ejaculado total: volume grande e ereção
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