Buscar

Reprodução Animal II (Machos Domésticos)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 63 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 63 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 63 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Vet383 - Resumo Geral 
Aula 01/02/21 
 
Introdução 
 O progresso na produção, seja para 
produção ou para morfologia, depende 
também das fêmeas  Os resultados 
andam mais rápidos quando ambas as 
partes são selecionadas; 
 A evolução em termos de reprodução 
foi muito elevada; 
 A espécie suína já é adepta a 
inseminação artificial em todo o plantel; 
 230 milhões de animais (bovinos)  
Inseminação artificial no Brasil atinge 
17% dos rebanhos, ou seja, 83% ainda 
usam monta natural, ou seja, a parte de 
acasalamento, onde os machos têm 
muita importância: 
o Requer avaliação dos machos 
antes desses cruzamentos para 
saber se o animal é fértil, 
subfértil ou infértil (relação com 
a capacidade de fecundação 
das células espermáticas); 
o Animais podem ser usados 
como transmissores de várias 
doenças, inclusive problemas 
genéticos; 
 A IA é mais usada em gado de corte 
que gado de leite, devido ao rebanho 
ser maior no Brasil 
 
 Avaliações antes da estação de monta 
devem ser rotineiras para monitorar o 
estado reprodutivo do animal 
o Novembro-Dezembro: início da 
estação de monta para gado de 
corte  Raras exceções 
começam em Outubro; 
o No geral a avaliação 
andrológica é válida/aceita 
por 6 meses se não houver 
alterações ambientais ou de 
manejo, porém, em algumas 
propriedades é feita de 2 em 2 
meses  Deve ser realizada 
pré-estação de monta. 
 Geralmente são feitas 
entre Junho-Julho  
Como as avaliações são 
feitas muito cedo, pode 
ser que os animais 
tenham alterações 
posteriores, antes de 
serem usados, por isso, o 
ideal seria repeti-las 
antes do início da 
estação de monta. 
 
Inseminações por estados 
 Estados como SC já atingiram a taxa 
de 30% de animais inseminados; 
 Venda de sêmen: transporte por longas 
distâncias, sem depender do espaço 
geográfico; 
 Em gado de corte, as regiões centro-
oeste, sudeste e sul são os que mais 
usam da inseminação, porém, 
estados como Roraima e Rondônia 
também usam bastante a IA  Em 
gado de leite, a predominância é 
parecida 
 A importação do sêmen de corte é 
muito pequena e as principais raças 
importadas são Aberdeen Angus e Red 
Angus. Já para leite a importação é 
bem mais acentuada; 
 A reprodução é importante e o produto 
da reprodução é importante para uso 
em outras áreas como melhoramento, 
genético e qualidade  A avaliação 
anual do rebanho é muito importante 
para avaliar se a genética está 
melhorando ou piorando 
o 7 a 8 reais por cabeça para 
avaliação genética clássica; 
o Avaliação genômica é mais 
cara: 180 a 300 reais por animal. 
 
Reposição anual de touros 
Distribuição natural do rebanho: 
 40% dos animais em idade reprodutiva; 
 20% de animais renovadores. 
Os touros produtores precisam estar 
eficientes, com a fertilidade alta para que a 
taxa de nascimentos seja grande no ano 
seguinte  Requer avaliação constante nas 
taxas de fertilidade do animal 
 
O certificado de exame andrológico possui 
informações do animal, do ejaculado e o 
laudo final com o diagnóstico: 
o Aptos 
Condição não permanente; 
Doador de sêmen ou monta natural. 
 
o Inaptos 
Condição temporária ou permanente; 
Genitais, comportamento sexual, qualidade 
seminal e capacidade de monta. 
 
o Questionáveis 
Suspeita de uma condição temporária; 
Exames com intervalo de 60 dias. 
 
Diagnóstico + Nome do quadro 
clínico/causa sendo sucinto! 
 
Perímetro escrotal 
Passou a ser muito estudado devido a 
relação com a precocidade sexual dos 
descendentes, porém sempre teve 
importância para a reprodução devido a 
sua relação com a maior produção 
espermática, que permite redução do 
número de touros por vacas, permitindo a 
menor compra de touros de melhor 
qualidade e a intensificação da seleção 
genética. 
 Alta herdabilidade – moderada (40) a 
alta (>40), ou seja, os animais 
respondem a seleção rapidamente; 
 Precocidade dos descendentes 
o Quanto mais rápido o animal 
cresce, mais rápido desenvolve 
as características fisiológicas  
Animais tardios tem suas 
características fisiológicas 
tardias também. 
 Maior produção espermática por 
grama e gônada 
o Relacionada a maior reserva 
espermática e, 
consequentemente, ao maior 
número de ejaculados férteis. 
 Maior produção de ejaculados 
férteis (produção extragonática, ou 
seja, o que é armazenado no 
epidídimo) 
o Relacionada ao número de 
vacas que pode ser colocado 
com cada touro  Duplica ou 
até quadriplica o número de 
fêmeas acasaladas por dia, 
otimizando o uso do reprodutor; 
o A média nacional é de 1 touro 
para 25 vacas, porém existem 
empresas que utilizam 1:120 
mantendo a taxa de prenhez 
igual, pois focam no 
investimento e seleção de 
touros de qualidade, com maior 
capacidade reprodutiva. 
 
Tempo do reprodutor no plantel 
Antigamente, um reprodutor que ficava 
5 anos ou maior no plantel acarretava em 
dificuldades de manejo e consanguinidade. 
Porém, na espécie bovina, o touro alcança o 
patamar reprodutivo dele de 10 a 12 anos, ou 
seja, o abate do animal com 5 anos, quando 
ele ainda está em crescimento de acordo 
com suas características reprodutivas, 
acarreta em prejuízo para a propriedade. 
Hoje em dia, os acasalamentos são 
mais facilitados e estratégicos, devido a 
facilidade do manejo, por isso, é comum 
encontrar touros com mais de 15 anos ainda 
em atividade e com índices reprodutivos 
avançados, mostrando que em fazendas com 
manejo adequado um touro melhorado pode 
ser usado por muito tempo. 
 
 
Formato testicular 
Animais zebuínos são famosos por ter 
testículos longos, que são chamados de 
testículos badanas, mas tem os testículos 
mais ovoides. 
Para estes animais, existe um misticismo 
acerca da seleção para perímetro escrotal 
muito grande, onde a mesma levaria a maior 
incidência de testículos ovoides. Entretanto, 
essa afirmativa não é verdadeira, pois o 
percentual de transmissão genética dessa 
característica é de apenas 1%. 
 
Misticismos x Realidade 
 Perímetro escrotal grande não é 
ruim!  Animais que têm o perímetro 
escrotal maior servem para um maior 
número de vacas devido a maior 
produção espermática e maior número 
de ejaculados férteis; 
 Normalmente os reprodutores 
atingem o limiar do seu potencial 
reprodutivo com 12 anos  
Descartar reprodutores com cerca 
de 5 anos não é necessário! 
 Deve-se descartar os testículos 
esféricos e ovoides-esféricos, 
mantendo os longos a moderado e 
longos-ovoides! 
 
Aprovação para reprodução (animais 
aptos) 
Aos 22 meses a média de aprovação para 
reprodução é de 75% e 21% são animais 
inaptos temporários. 
Em rebanhos comerciais, a proporção 
média de animais aptos no exame andrológico 
é de 85%, sendo 15% de animais inaptos 
temporários ou descartados. 
 Entre animais jovens, os descartados 
são os mais tardios, que vão ficando 
para o final; 
 Em animais comerciais, que estão em 
trabalho, normalmente os 15% são 
devido a: 
o Fatores ambientais que levam 
a quadros degenerativos 
graves (grande perda de 
epitélio seminífero com 
subfertilidade ou infertilidade, 
descamação, etc.); 
o Problemas adquiridos (grande 
maioria), como em brigas, 
orquite e problemas 
locomotores, que estão ligadas 
a qualidade reprodutiva do 
touro; 
 Brigas podem causar o 
descarte dos animais 
devido as lesões 
prepuciais, penianas, 
locomotoras e 
testiculares, que podem 
tornar o touro inviável. 
 
Importante: 
A maioria dos problemas de fertilidade dos 
touros não está ligada a patologias clínicas e 
sim a qualidade das células espermáticas. 
A principal causa de patologia 
espermáticas ainda é o ambiente, sendo o 
maior agente causador de subfertilidade ou 
infertilidade em touros. Sua influência é maior 
que a nutrição, já que a qualidade nutricional 
do Brasil melhorou muito, e leva a redução da 
durabilidade dos touros nos planteis, 
reduzindo sua vida reprodutiva, pois as 
condições ambientais são muito adversas e 
rigorosas. 
 
 
Observações: 
A hibridização aumenta a heterose, pois é 
o cruzamento entre linhagens.Porém, 
animais cruzados já têm deficiência 
reprodutiva que não é percebida na pratica: na 
produção espermática fisiológica, os 
espermatócitos primário e secundário, e no 
espermatozoide, há uma perda de 25% de 
células naturais, que acontece em todos os 
machos. Já nos animais híbridos, essas 
perdas se acentuam demais, podendo chegar 
a 40-45% de perda (percentual bem maior do 
que o encontrado em raças puras de animais 
aptos). Ou seja, 45 a 60% dos animais são 
descartados na reprodução de raças cruzadas 
e isso se deve ao fato de problemas genéticos 
Nos animais aptos a reprodução, a 
deficiência também existe, mas a produção 
deles é baixa e o desafio desses touros é 
muito pequeno, pois trabalham com 1 touro 
para apenas 25 vacas. 
Nesse sentido, outro fator importante a ser 
considerado é a libido, já que não adianta o 
animal ter quantidade adequada de sêmen 
com qualidade excelente se ele não acasalar. 
 
Fatores limitantes 
Existem vários fatores que vão atuar sobre 
o reprodutor (genética, ambiente, nutrição, 
hormônios, estação do ano), por isso é 
importante selecionar os animais que melhor 
se adaptam as intempéries e as fêmeas. Por 
exemplo, no desafio das matrizes PP14 são 
usados os touros da estação anterior para que 
não machuquem as bezerras. 
Além destes fatores, algumas patologias 
podem prejudicar a penetração do pênis, 
causando dor no momento da cobrição, como 
papiloma, permanência de flemo (?), 
aderência peniana, fimose, úlceras prepuciais 
que evoluem para acrobistite, problema de 
casco etc. 
 
 
Observações: 
Houveram algumas mudanças: 
o Excelente 100 a 120; 
o Questionável são descartados. 
A média brasileira é 1:25 e no manejo 
múltiplo é comum que vacas sejam cobertas 
por 2-3 touros. 
 
 
 
 
Aula 08/02/21 
Fases reprodutivas de touros: 
 Infantil; 
 Pré-púbere; 
 Púbere; 
 Pós-puberal ou adolescência; 
 Sexualmente maturo; 
 Senescência (envelhecimento 
fisiológico) – senilidade é o 
envelhecimento patológico. 
 
Fatores que influem no aparecimento da 
puberdade 
 
Importante: 
Os machos precisam de um tempo entre as 
fases pré-púbere e púbere para que o epitélio 
seminífero se estruture (4 a 5 meses) e 
mantenha a produção de espermatozoides 
regular, o que só é alcançado após a 
maturidade sexual. 
Diferente disso, as fêmeas já se tornam 
sexualmente maduras após a primeira 
ovulação da puberdade e possuem um 
número predefinido de óvulos. 
 
 
Observações: 
o Zebuínos são cerca de 3-4 meses mais 
tardios que os taurinos em condições 
de clima temperado devido ao maior 
perímetro escrotal em idade jovem, que 
influencia a maior quantidade de 
ejaculados férteis. Em climas tropicais 
as raças zebuínas atingem condições 
iguais ou até melhores de precocidade. 
o Animais extremamente precoces: 
congelamento de sêmen de 14-15 
meses. 
 
Puberdade fisiológica x Puberdade 
zootécnica 
 
A inseminação de fêmeas superprecoces, 
com redução da IPP, pode comprometer sua 
produção de leite e longevidade no rebanho 
quando se pensa em bovinos de leite. 
Diferente disso, quando se pensa em 
bovinos de corte, as fêmeas começam a ser 
desafiadas de 12-15 meses, já que a 
produção não é o ponto mais importante 
desse tipo de produção, mas sim o número de 
produtos/bezerros. 
 
 
 
Idade a puberdade – Wolf et al. (1965) 
Ejaculado com 50x106 espermatozoides com 
mínimo de 10% de motilidade progressiva. 
Parâmetro mais utilizado a campo devido 
a facilidade 
 
Idade a maturidade sexual – Garcia et al. 
(1987) 
Defeitos espermáticos maiores <15% e 
defeitos espermáticos totais <30% no 
ejaculado. 
Defeitos espermáticos maiores 
comprometem a capacidade fecundante das 
células, reduzindo a fertilidade dos animais 
X 
Defeitos menores estão presentes nos 
espermatozoides, mas não possuem relação 
com a fertilidade 
Classificação andrológica – Vasconcelos 
(2001) 
Classificação em 5 classes andrológicas; 
Utilizada para animais jovens. 
 
 
Observação: 
o Os núcleos anteriores no macho são 
pouco produtivos, mantendo secreção 
basal e contínua de GnRH, sem pulsos. 
Diferente das fêmeas, onde são 
responsáveis pelos pulsos pré-
ovulatórios de GnRH. 
 
 
Observação: 
o Antes de atingir a puberdade as fêmeas 
perdem uma quantidade considerável 
de oócitos, pois todos os folículos da 
primeira onda entram em atresia. Além 
disso, dentro do ciclo estral perdem de 
90-120 oócitos de maneira espaçada 
entre as ondas foliculares, pois apenas 
o folículo dominante da terceira onda 
ovula. 
 
 
 
 
 
Observações: 
o O pico de testosterona indica a entrada 
na puberdade e promove feedback 
negativo na produção de LH. 
 
 
Genes utilizados para identificação e seleção 
de animais superprecoces. 
 
 
Observações: 
o As avaliações genômicas/genotipagem 
podem ser feitas ainda na fase 
embrionária para identificação e 
seleção de touros com precocidade 
sexual. Esses animais possuem 
acurácia baixa devido ao baixo 
número de produtos. 
o Apesar disso, é preciso manter a 
genética plástica, que serve para 
avaliar a seleção genômica. 
 
Melhoramento: 
 Habilidade materna; 
 Idade da mãe; 
 Touro; 
 Peso ao nascimento; 
 Peso à desmama; 
 Peso sobre-ano – período em que o 
animal vai para o abate. 
A identificação dos animais com tatuagem na 
orelha facilita o monitoramento correto dos 
parâmetros. 
 
 
Características de tipo: 
 
Animais retangulares e profundos 
sexualmente mais precoces. 
 
 Aprumos – relacionado a longevidade 
para fêmeas leiteiras e a capacidade de 
movimentação dos machos durante a 
estação de monta; 
 Tamanho e angulação do prepúcio – 
relacionados com a vida 
útil/longevidade do animal no rebanho 
 Devido ao tipo de vegetação 
predominante no Brasil (altas), quanto 
menor o tamanho do prepúcio maior 
a longevidade do animal (selecionar 
animais com prepúcio curto, alta 
herdabilidade e relação com o menor 
tamanho de umbigo). A angulação 
pode dificultar a entrada do pênis na 
vagina da fêmea, reduzindo a eficácia 
da monta natural; 
 Adaptabilidade as condições 
climáticas – selecionar animais com 
maior capacidade de aguentar 
temperaturas superiores sem sofrer 
com altos índices de estresse térmico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 22/02/21 
 
Animais de corte: cilíndricos  Animais 
muito profundos e com bom arqueamento de 
costelas são sexualmente mais precoces 
(funciona para zebuínos e taurinos) 
 X 
Animais de leite: características de cone 
 
Animal precoces (com curva de 
crescimento alta) ou com peso final alto? 
Animais com peso adulto alto demoram 
muito tempo (3 anos ou mais em condições 
tropicais) para atingi-lo. Já os animais 
precoces atingem peso ideal para abate (15-
19 arrobas) em 13 meses de idade, permitindo 
a produção de 2 gerações no período em que 
apenas 1 dos animais não precoces seria 
produzida. 
 
Aprumos 
 
 
 
 
Observação: 
o Animais com problemas 
locomotores/de aprumos andam 
menos (principalmente em regiões 
acidentadas) e ingerem menos 
forragem, tendo crescimento 
retardado. 
 
 
Observação: 
o Animais taurinos têm dificuldade de 
adaptação a algumas regiões do Brasil, 
como o Centro-oeste, podendo ter a 
maturidade sexual atrasada em até 5-8 
meses (Limousin) e perda de peso; 
o Além disso, a longo prazo os animais 
se tornam subférteis ou inférteis devido 
a ação das condições ambientais. 
 
 
Observação: 
Precocidade ponderal (para animais em 
crescimento): animais que crescem rápido 
também serão precoces  A seleção 
ponderal não funciona após o atingimento 
da maturidade sexual. 
Importante: 
A seleção genômica não substitui as outras, 
mas funciona como ferramenta adicional, não 
tão cara (R$200,00), para acelerar a melhora 
da qualidade do rebanho a partir de filtragem 
mais específica dos animais  Ideal para 
quem trabalha com rebanhos melhoradores 
ou elite, onde é necessário selecionar por 
peso. 
 
Espermatogênese 
 
Observação: 
o Os gonócitos (foto 1) se transformam 
em células da linhagem gametogênica 
(foto2), que dão origem aos 
espermatozoides (foto 3). Nessa fase, 
estes ainda possuem defeitos e não 
são funcionais  Espermatogênese 
irregular! 
o Foto 4: medusas de descamação 
indicando a presença de lesões 
epididimárias. 
 
 
Observação: 
o Vacúolos no epitélio seminífero: 
espermatozoides degenerados. 
 
 
Importante: 
Nessa fase o animal tem espermatogênese, 
porém a produção espermática é baixa devido 
a não estruturação dos túbulos seminíferos, 
levando a redução da fertilidade e aumento do 
retorno ao cio das fêmeas se estes forem 
usados para a cobrição durante esse período 
 Deve-se aguardar de 4-5 meses. 
 
 
Observação: 
Após a estruturação dos túbulos 
seminíferos o animal inicia a produção regular 
de espermatozoides de forma constante 
devido a regeneração das células gonadais. 
Ou seja, enquanto estiver vivo o touro 
consegue manter a fertilidade em função da 
qualidade das células fecundantes, mesmo 
que haja redução da quantidade de ejaculado 
devido a lesões nos túbulos seminíferos, que 
ocorrem de forma natural durante sua vida 
produtiva. 
O animal consegue aumentar a produção 
espermática de forma gradual devido ao 
aumento do comprimento dos túbulos 
seminíferos, atingindo o máximo de produção 
em torno de 10-12 anos para bovinos, 7-8 
anos para caprinos e ovinos e 3 anos para 
cães. Mas então, porque dizem que deve-se 
descartar o reprodutor após 5 anos de 
uso? Esse misticismo foi criado devido as 
condições antigas de criação extensiva dos 
reprodutores, em contato direto com as outras 
gerações, o que aumentava a endogamia dos 
rebanhos. Atualmente, devido ao maior 
controle do manejo do rebanho, a utilização de 
touros mais velhos, baseada em avaliações 
periódicas de fertilidade, já é indicada. 
O nível de endogamia aceitável varia entre 
6-7%, acima disso começam a aparecer 
características não desejáveis. 
 
 
 
 
Importante: 
Com o avançar da idade e maturidade sexual 
a motilidade espermática (aspecto físico), que 
no início é baixa, vai aumentando; e os 
defeitos morfológicos, que começam altos 
(principalmente os maiores, relacionados a 
fertilidade), vão abaixando. 
 
 
 
 
A seleção dos reprodutores e matrizes 
superprecoces (ficam prenhas mais cedo) 
aumenta a velocidade do ganho genético. 
 
 
A resposta a seleção é gradativa em função 
dos ganhos genéticos obtidos, ou seja, no 
início da seleção é grande, devido ao alto % 
de ganhos, e depois se torna mais lenta 
devido ao nível de melhoramento do 
rebanho. 
 
Perímetro escrotal 
 
As características reprodutivas possuem 
baixa herdabilidade, porém, aquelas 
características que estão relacionadas a 
várias outras, como perímetro escrotal e 
idade ao primeiro parto possuem grande 
correlação e herdabilidade maior. Por isso, 
com relação ao perímetro escrotal, quanto 
maior, melhor: 
 Precocidade dos descendentes; 
 Maior produção espermática; 
 Maior produção de ejaculados férteis. 
 
 
Atualmente preconiza-se o uso da fórmula 
única (segunda) para comprimento e formato 
testiculares, tanto para taurinos como para 
zebuínos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Correlações genéticas 
 
A correlação do perímetro escrotal com 
os defeitos espermáticos é alta apenas 
nos animais que ainda não atingiram a 
maturidade sexual, já que após a mesma a 
proporção destes reduz. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Importante: 
Utilizar os testículos ovais-esféricos para 
rebanhos onde o foco é a produção de 
animais para abate, já que os reprodutores 
com essas características terão vida 
reprodutiva reduzida. 
 
Importante: 
Angulosidade e tamanho de prepúcio: 
relacionado a longevidade do animal no 
rebanho (disse que vai falar sobre mais pra 
frente). 
 
 
 
 
 
Na faixa etária de 21,3 meses o formato 
testicular longo já é considerado como muito 
bom (31,5). 
 
 
 
 
Importante: 
A longevidade das fêmeas dentro do 
rebanho é um fator muito importante para os 
pequenos e médios produtores, devido a 
dificuldade de reposição dos animais, que 
aumenta o tempo de início da vida reprodutiva 
das fêmeas, o que não ocorre com grandes 
produtores. 
 
 
Observações: 
o A influência da nutrição vem sendo 
reduzida devido a melhora da 
qualidade das pastagens a partir da 
correção de solo, escolha de espécies 
adaptadas a região etc.; 
o Os fatores ambientais e sociais, 
como manejo e clima (temperatura, 
pluviosidade e umidade) são 
extremamente importantes; 
o O fator hormonal é influenciado pela 
nutrição, pelos fatores ambientais e 
pela genética; 
o Bioestimulação ou efeito macho: 
colocar as fêmeas na presença de 
machos para estimular sua ciclicidade 
 Colocar machos próximos as 
fêmeas ou utilizar rufião a partir da 
desmama; e em contato direto para 
início da cobrição de acordo com a 
idade a maturidade sexual dos animais. 
 
 
Deficiência de GnRH  Não há estímulo 
nas células de Leydig e pouco estímulo 
nas células de Sertoli  
Comprometimento da fertilidade. 
 
 
Importante: 
A leptina serve como marcador de fertilidade 
devido a estimular a produção de insulina e de 
neuropeptídeo Y, que age sobre os neurônios 
estimulando a secreção de GnRH. 
 
Áreas extremamente importantes para se 
trabalhar com precocidade sexual e eficiência 
dos rebanhos: genética, reprodução, 
nutrição e sanidade. 
 
Aula 01/03/21 
Livro Complementar: Spermatogenesis 
Methods and Protocols 
 
Importante: 
O tempo de formação dos espermatozoides 
a partir da espermatogônia 0 difere entre as 
espécies, sendo que os suínos possuem o 
menor deles, 34 dias, e o mesmo varia de 54-
64 dias nas demais espécies. 
A espermatogênese é dividida em 3 partes, 
sendo mitose (multiplicação das 
espermatogônias), meiose (espermatócitos 
I e II dão origem as espermátides) e 
espermiogênese (espermátides arredondadas 
vão se alongando até possuírem o formato 
específico de cada espécies, que varia de 
acordo com a forma de condensação da 
cromatina, exemplos: formato arredondado 
em peixes, ovoide nos animais de produção e 
de foice em galos e roedores). 
 
 A meiose dura 23 dias e é o ponto crítico 
da espermatogênese devido a ser uma fase 
equacional e reducional (células 2n  n), 
podendo ser afetada por diversos fatores, até 
mesmo os de menor intensidade. 
Durante o processo de espermatogênese 
ocorre uma perda celular fisiológica de 18-
25% na fase de meiose, podendo chegar a 
40% se houverem processos patológicos 
envolvidos, levando a menor concentração de 
células se tornando espermatozoides e 
causando subfertilidade temporária 
(degeneração moderada a grave) ou 
permanente (animal estéril) nos animais. 
Uma degeneração pode tornar o animal 
estéril caso ocorra a longo prazo (4-5 meses) 
e em temperatura de estresse muito alta, 
levando a perda da espermatogônia 0 (célula 
tronco, extremamente resistente) devido a 
descamação do epitélio. Além disso, 
intoxicação, febre etc. também podem agir 
sobre a espermatogênese, causando 
reflexos que poderão ser percebidos no 
ejaculado 15 dias após o processo 
patológico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fase endócrina 
 
A partir do atingimento da puberdade o eixo 
hipotalâmico-hipofisário-gonadal funciona 
enquanto o macho estiver vivo, 
independentemente da idade. 
No macho, os núcleos hipotalâmicos 
anteriores (quadrado verde) possuem pouca 
importância, pois as secreções tônicas 
(contínuas) de GnRH promovidas pelos 
núcleos hipotalâmicos posteriores 
(arqueado, área hipotalâmica ventromedial 
e iminência média) são responsáveis pela 
síntese e liberação contínuas das 
gonadotrofinas LH e FSH pela hipófise 
anterior. Apesar da secreção tônicas, podem 
ocorrer picos de GnRH, quando se observa 
concomitantemente um aumento da secreção 
de testosterona. 
Além disso, a manutenção das células-
tronco/reservas (espermatogônias 0), que dão 
origem a espermatogônias A1 (dão origem a 
outra espermatogônia A1 e uma A2) e A2, 
permitem que o macho consiga produzir 
espermatozoides por toda a sua vida após o 
início da puberdade. 
 
O LH possui como alvoprincipal as células 
de Leydig e o FSH as células de Sertoli, que 
possuem poucos receptores para o LH. 
Apesar das células de Leydig serem as 
principais responsáveis pela síntese de 
testosterona, outros órgãos, como a Adrenal, 
também produzem certa quantidade do 
andrógeno. Sendo a hiperplasia congênita da 
adrenal uma das patologias de diferenciação 
sexual causadoras de má-formação dos 
órgãos genitais femininos tubulares 
(pseudohermafrodita feminino). 
 
Nas fêmeas, a secreção tônica promovida 
pelos núcleos posteriores é responsável pelo 
crescimento e recrutamento folicular (pool de 
folículos a cada 7-8 dias) em qualquer fase 
(gestação, anestro etc.). Já os núcleos 
anteriores (pré-óptico, supra-quiasmático e 
anterior) são responsáveis pelo pico 
(secreção pulsátil) de GnRH pré-ovulatório, 
responsável pela maturação final, ovulação e 
formação do corpo lúteo, processos 
necessários apenas nas fêmeas. 
 
 
Imagem da esquerda: A secreção tônica de 
GnRH é importante devido a necessidade de 
ação da testosterona em dois momentos 
da espermatogênese: na fase inicial de 
diferenciação, onde as espermatogônias se 
tornam espermatócitos; e na fase final ou 
espermiogênese, onde ocorre a 
transformação das espermátides em 
espermatozoides. Além disso, o andrógeno é 
extremamente importante para o 
desenvolvimento do fenótipo do animal, como 
o crescimento das fibras musculares com 
arqueamento, aumento de peso e formação 
da musculatura forte. 
 
Imagem da direita: as linhagens haploides 
ficam aderidas ao epitélio na região adluminal, 
de forma que tenham contato com as células 
de Sertoli, que promovem sua nutrição, e onde 
não há o risco da chegada de grande fluxo 
sanguíneo, que podem ocorrer nos quadros 
patológicos e levar a morte das mesmas 
devido ao não reconhecimento das mesmas 
pelos anticorpos. 
 
 
Para ser liberada no lúmen do epitélio 
seminífero a testosterona passa pela célula de 
Sertoli através da ligação a proteína ligadora 
de andrógenos, produzida pela mesma. 
 
 
Os processos patológicos impedem o 
funcionamento de qualquer uma das vias, 
sendo que as mesmas podem ser 
interrompidas pelo mal funcionamento das 
células produtoras ou por deficiência de 
enzima/receptor para hormônio específico, 
levando a problemas na diferenciação 
secundária e incapacidade de realizar a 
espermatogênese com espermatozoides 
funcionais, dando origem a um 
pseudohermafrodita macho. 
 
 
 
 
 
 
Exemplos: 
 
Animal de 6 anos de idade criado como 
fêmea, apresentando vulva de tamanho 
relativamente normal, porém, com fenótipo de 
macho (arqueamento muito forte, cabeça e 
pescoço pesados) e histórico de infertilidade. 
 
Diagnóstico após necropsia: 
Pseudohermafrodita macho  Animal com 
testículos totalmente formados, que 
possuía vagina com má formação (apenas 10 
cm) devido a deficiência de receptores para 
testosterona nos seios e prega urogenitais 
que levou a não formação do prepúcio e 
órgãos tubulares do macho (dependentes de 
hormônio). 
 
 
Animal com clítoris bem hipertrofiado e, após 
a necropsia, identificação de fusão total do 
períneo, sem formação dos órgãos genitais 
femininos tubulares (formação sólida) e 
presença de vesículas seminais, testículos 
e útero funcional com bastante exsudato no 
lúmen em fase de mumificação devido a 
aplasia segmentar (estenose) que impedia a 
liberação da parte mineral da secreção 
uterina, produzida devido a síntese de 
estrógeno que estimulava as células 
endometriais. 
 
Diagnóstico: Pseudohermafrodita macho 
com deficiência de receptores para 
testosterona nos órgãos tubulares e em 
grande parte do corpo (fenótipo de fêmea). 
 
Classificação de intersexos baseada 
nas gônadas: 
 2 testículos: Pseudohermafrodita 
macho; 
 2 ovários: Pseudohermafrodita fêmea; 
 Ovário e testículo ou ovotestis 
(estrutura com testículo e ovário): 
Hermafrodita verdadeiro. 
 
 
Ausência de vagina anterior e estenose na 
vagina posterior, ausência de cérvix e 
formação parcial dos cornos uterinos e 
presença de testículos e epidídimo: 
Pseudohermafrodita macho. 
 
Importante: Apesar da ausência de 
receptores para testosterona permitir a 
formação passiva dos órgãos tubulares das 
fêmeas, estes não se formam devido a 
secreção do hormônio anti-Mulleriano (MIF) 
pelas células de Sertoli, que inibe o 
desenvolvimento dos ductos de Muller ou 
paramesonéfricos, que dão origem aos 
órgãos tubulares superiores da fêmea. 
Quando há formação parcial dos órgãos 
femininos, a produção de MIF não foi 
suficiente para inibir totalmente seu 
crescimento, como no exemplo acima, onde 
houve pequeno crescimento dos cornos 
uterinos. 
 
 
 
Formação peniana: períneo aberto e rafe 
voltada para trás (parecida com vulva) com 
presença de testículos e glândulas 
vesiculares, próstata e bulbouretrais: 
Pseudohermafrodita macho. 
 
 
Suíno: útero bem desenvolvido (parecido 
com o de uma fêmea gestante) com 
hidometra devido a ação de estrógenos de 
origem testicular e adrenal, que estimulam a 
produção de secreções pelas glândulas 
endometriais, que ficam retidas devido a 
formação incompleta dos ductos femininos e 
precisam ser absorvidas lentamente pela 
parede uterina, o que leva ao descarte 
precoce destes animais. Além da presença de 
testículo: Pseudohermafrodita macho. 
 
 
Caprino: clítoris hipertrofiado devido ao 
excesso de ação de testosterona (5a-
dihidrotestosterona (5a-DHT), e presença 
de testículos e epidídimos: 
Pseudohermafrodita macho. 
Importante: Ausência de órgãos tubulares 
masculinos (de Wolf) devido a produção 
insuficiente de testosterona, ou ausência de 
receptores. Além disso, também não houve 
produção suficiente de MIF para inibir 
totalmente a formação dos órgãos tubulares 
da fêmea. 
 
 
Outro quadro de hipertrofia de clítoris em 
caprino, porém com formação incompleta 
tanto dos órgãos tubulares masculinos 
(apenas parte inicial dos ductos mesonéfricos: 
testículos e epidídimos) como dos femininos 
(apenas os ductos paramesonéfricos). 
 
Importante: Como a formação dos órgãos 
femininos é passiva, externamente 
observam-se a presença de vulva, vagina 
posterior e clítoris devido a ausência de ação 
hormonal sobre a região do seio e pregas 
urogenitais. 
 
 
Fêmea bovina free-martin: estenose do 
orifício vaginal, formação de vagina 
posterior, aplasia uterina (cornos uterinos 
em filamento), presença de ovários, 
presença ou não das vesículas seminais  
Não é considerado intersexo, porque a 
diferenciação ocorre devido a ação dos 
hormônios masculinos sobre os órgãos 
genitais da fêmea durante gestação gemelar, 
e não devido a falha no funcionamento das 
células produtoras de hormônio ou deficiência 
de receptores. 
 
Importante: 
 Mesmo que as gônadas sejam 
funcionais, os órgãos genitais não 
são, ou seja, mesmo que haja 
crescimento folicular e ovulação, 
haverá posterior formação de corpo 
lúteo persistente, pois não há útero  
A fêmea sempre é estéril! 
 A utilização de BST aumenta a 
frequência de gestação gemelar devido 
ao seu estímulo sobre o maior número 
de folículos dominantes. 
 Em 95% dos casos de gestação 
gemelar com sexos diferentes a fêmea 
é free-martin. 
 
 
Suíno: testículos com tamanho e 
localização normal (região perineal), 
porém, com a presença de vulva e clítoris 
bem hipertrofiado  Pseudohermafrodita 
macho. 
 
Os animais de produção intersexo 
normalmente são castrados e destinados 
ao abate/terminação. 
 
 
 
 
 
Testículos 
 
Importante: 
As únicas regiões produtoras de 
testosterona são as células de Leydig e as 
regiões glomerular e fascicular da glândula 
adrenal, por isso, a ideia de que a manutenção 
da túnica albugínea após a castração permita 
a produção da mesma não é verdadeira. 
Nos equinos, assim como na espécie 
humana, a atividade sexual após a primeira 
experiência não é dependente de 
testosterona, mas sim psíquica, por isso, 
mesmo garanhões castrados após a vida 
adulta continuam possuindo libido, 
identificando fêmeas no cio e realizando a 
cobertura.Porém, quando se castra os 
animais ainda na fase juvenil, quando ainda 
não tiveram experiência sexual, os animais 
que não identificam ou não possuem libido, 
mesmo próximos a fêmeas no cio. 
 
 
 
Importante: 
Apesar de ser uma gônada aparentemente 
única, o testículo é dividido em vários lóbulos 
que contêm até 10-12 túbulos seminíferos, 
que possuem de 8-10 km de comprimento. 
Este fato foi extremamente importante para 
retificar a ideia defendida até o início da 
década de 90 de que qualquer trauma focal 
levaria a um processo 
imunológico/inflamatório total da gônada, 
deixando o animal estéril. Após trabalho foi 
identificado que se as lesões ocorressem em 
pequena quantidade de lóbulos as demais 
regiões da gônada continuavam funcionais. 
 
Qual é a importância do epidídimo? 
Atua na maturação espermática, 
aumentando a capacidade de fecundação dos 
espermatozoides produzidos no lúmen 
testicular após seu direcionamento, 
passagem (trânsito epididimário) e 
armazenamento (cauda) no local. 
Durante a passagem pela cabeça e corpo 
do epidídimo, a capacidade fecundante ainda 
é baixa, pois nesses locais ainda está 
ocorrendo a agregação de proteínas (+ de 180 
identificadas) a membrana plasmática do 
espermatozoide visando o aumento da sua 
resistência. Por isso, apenas quando chega a 
cauda do epidídimo o espermatozoide possui 
a resistência necessária para agir no ambiente 
tubário e uterino, o que explica o fato da coleta 
e congelamento ser feita a partir das células 
presentes neste local. 
 
 
Após sua passagem, o espermatozoide se 
junta a secreção do plasma seminal pelas 
glândulas sexuais acessórias (vesicular, 
próstata e bulbouretral), que também atuam 
aumentando sua resistência para sobreviver 
nos órgãos tubulares da fêmea, pois possui 
proteínas de membrana e substâncias 
nutritivas. Na grande maioria das espécies o 
ejaculado é intravaginal, porém, nos equinos, 
cães e suínos é intrauterina, apesar disso, a 
introdução do pênis continua sendo 
intravaginal (equino) ou intracervical (cão e 
suíno) e apenas o sêmen se direciona ao 
útero devido a pressão negativa presente no 
local. 
 
Pênis 
 
Pênis vascular (corpo cavernoso 
extremamente vascularizado)  Precisa de 
aporte sanguíneo muito grande para ter 
ereção: cão e equino; 
Pênis fibroelástico  Consegue ter ereção 
com pouco aporte sanguíneo: bovinos, 
pequenos ruminantes e gato. 
 
Anexos: 
 Presença dos apêndices uretrais bem 
grandes (além do pênis) nos 
pequenos ruminantes possuía a 
função de pulverizar a urina no local e 
no próprio corpo durante a corte sexual, 
o que funciona como atrativo sexual 
para as fêmeas; 
 Presença de osso peniano nos cães; 
 Presença de espículos uretrais no 
gato possui função sobre a ovulação 
da fêmea, que é induzida; 
 Presença de divertículo uretral nos 
equinos  Atenção a limpeza da área, 
onde costuma haver acúmulo de 
sujeira, para evitar a contaminação do 
ejaculado; 
 Presença de S peniano nos 
ruminantes que se distende durante a 
ereção, permitindo a exposição do 
pênis  Uma das práticas para criar 
um rufião é fixar as dobras do S 
peniano com sutura, assim, mesmo 
que o animal tenha ereção o pênis não 
é exposto; 
 Presença de divertículo prepucial nos 
suínos funciona como glândula 
liberadora de feromônios e deve 
sempre ser esvaziada antes da coleta, 
a partir de massagem prepucial, para 
evitar a contaminação do sêmen. 
 
Aula 08/03/21 
Possui importância devido a relação com 
capacidade de potencializar o uso dos 
reprodutores. No geral, em todas as 
espécies, os reprodutores são 
subutilizados no Brasil, como no caso do uso 
de 1 touro para apenas 25 vacas, sendo que 
os animais aprovados pelo exame de 
aptidão reprodutiva (andrológico) já 
podem começar sendo utilizados para 40 
vacas, podendo cobrir até 120 fêmeas 
(potencial máximo) durante uma estação de 
monta atingindo as mesmas taxas de prenhez. 
Outro ponto importante é que os 
acasalamentos sejam concentrados no 
início da estação de monta para que a 
maioria das fêmeas param no início da 
estação de parição e tenham um tempo 
maior de recuperação pós-parto, o que 
acelera a ciclicidade pós-parto e aumenta a 
longevidade das fêmeas no rebanho devido 
a maior taxa de prenhez. 
Além disso, como o comportamento 
sexual é aprendido ao longo da vida, 
animais que vivem isolados correm o risco 
de não saber como agir durante a estação 
de monta, demonstrando a importância de 
criar grupos com reprodutores de 
diferentes idades para repassar os 
aprendizados. 
 
Importante: 
Apesar da resistência dos animais 
zebuínos a condições adversas de 
temperatura, os efeitos negativos já são 
observados, com altas taxas de aborto. Sendo 
assim, melhores taxas de fertilidade são 
obtidas quando se utiliza estratégias para 
redução do estresse térmico, como 
sombreamento. 
 
Libido 
h2 = 0,59 
Pode e deve ser trabalhada devido à alta 
herdabilidade. Porém, como os animais com 
baixa libido deixam poucos descendentes, 
ocorreu seleção natural, que foi adicionada de 
programas de seleção para libido, 
principalmente nos rebanhos menores devido 
a facilidade de emprego dos testes de 
comportamento sexual, que levam em média 
40 minutos. 
 
Genético 
Bos taurus x Bos taurus indicus 
Os taurinos não possuem a libido maior 
que os zebuínos. 
 
Raça 
Fatores que podem influenciar 
negativamente na reprodução: 
 Influência hormonal – influência muita 
grande, por isso, é importante separar 
os animais desmamados formando 
lotes com sexos diferentes para 
evitar o estresse causado aos animais 
pelo comportamento de monta em 
fêmeas menores e sodomia 
exacerbada, que levam a perda de 
peso, problemas de casco, 
locomotores e vesiculite (contaminação 
devido a introdução do pênis no ânus) 
 Descarte precoce dos animais; 
 Manejo pós-desmama; 
 Nutrição – em condições tropicais 
ocorre deficiência de forragem entre 
Junho-Setembro, por isso, a estação 
de monta deve ser concentrada nos 
períodos em que há maior oferta de 
forragem para os animais; 
 Estação do ano. 
 
 
Importante: 
Como os animais passam mais tempo 
andando do que se alimentando, devem entrar 
na estação de monta com boa condição 
corporal para que, mesmo perdendo peso 
consiga passar pelo período da estação de 
monta. Por isso, o período entre uma estação 
e outra é importante para que os machos 
recuperem o peso perdido devido ao 
comportamento sexual de andar atrás das 
fêmeas para cobri-las. 
Além disso, os machos mais jovens 
devem ficar no mesmo ambiente de 
machos adultos para que aprendam e 
iniciem o comportamento sexual mais cedo, já 
que a partir de 3 meses os machos já 
possuem influência da libido e conseguem 
identificar fêmeas no cio e tentar acasalar, 
mesmo que não consigam devido a aderência 
peniana fisiológica e a não possuírem altura. 
 
 
 
 
 
Sinais fisiológicos da libido 
Importantes para avaliar e quantificar a libido 
dos animais, possibilitando o rankeamento e 
economia de touros, principalmente em 
rebanhos pequenos. 
1. Primeiro passo 
2. Padrões copulatórios 
 Despertar sexual – interesse pela 
fêmea no cio  O macho é capaz de 
identificar o feromônio da fêmea no cio 
em até 10 km ou mais, ou seja, anda 
longas distâncias; 
 Cortejo – período extremamente 
importante para a segurança do 
animal, já que se o macho montar em 
uma fêmea que não está realmente no 
estro o mesmo pode sofrer traumas 
que levam a fratura e hematoma 
penianos ou orquite devido a coices  
Macho mostra que é dominante em 
relação a fêmea, o que não ocorre em 
animais muito jovens, aumentando a 
incidência de acidentes; 
 Ereção; 
 Protusão do pênis; 
 Monta – montas abortadas: não há a 
introdução do pênis, mas não ocorre 
ejaculação ou há a introdução, mas não 
ocorre ejaculação  A depender da 
espécie o tempo que os animais levam 
para retomar o estímulo e realizar nova 
monta pode durar de minutos (equinos) 
a horas; 
 Introdução do pênis – monta 
completa: introdução do pênis + 
ejaculação; Ejaculação; 
 Desmonta; 
 Período de refratariedade: 
o Fungar e lamber  
Comunicação química; 
o Olfato e visão  A visão é muito 
utilizada para animais muito 
jovens e nas centrais de coleta, 
onde estimula a libido dos 
animais que observam outro ser 
coletado, aumentando a 
concentração e volume do 
ejaculado (maior número de 
doses congeladas) devido a 
hiperestimulação; 
o Reflexo de Flehmen 
(compressão vôremonasal)  
Odoríferos nasais; 
o Indícios visuais e táteis  
Estímulo – os estímulos visuais 
e táteis (falsa monta) são 
importantes para que os machos 
liberem ejaculado um pouco 
mais concentrado. 
o Imobilidade  Principal sinal da 
fêmea em estro: em muitos 
casos o macho precisa se 
mostrar dominante em 
relação a fêmea para que ela 
exponha o comportamento de 
estro. 
 
Mesmo que não ocorra a monta completa, 
com introdução do pênis, o macho apresenta 
os sinais da libido, podendo ser avaliado e 
classificado no teste da libido. 
 
 
 
Os animais jovens aprendem o 
comportamento de estro no início da estação 
de monta a partir do contato com a mãe em 
estro e machos adultos montando  Nos 
rebanhos extensivos a estação de monta 
funciona como escola para os animais jovens. 
 
Importante: 
Os asininos possuem um comportamento bem 
estranho em relação aos garanhões, pois não 
expões o pênis, mesmo quando chegam na 
fêmea, o que aumenta o tempo de cortejo pré-
monta, onde é muito comum mordidas no 
pescoço e jarrete. Já nos garanhões, a 
exposição do pênis, realizada até mesmo 
antes de chegar as fêmeas aumenta o risco 
de acidentes nos casos de fêmeas fora do 
estro  Cuidado com a utilização de 
garanhões para rufiação. 
 
 
Importante: 
 Os suínos são os animais que mais 
expões os sinais fisiológicos da libido e 
mais condicionados ao manequim para 
coleta de sêmen, por isso, a maior 
parte das granjas possui pequena 
central interna para coleta e 
distribuição próprias; 
 Diferente dos garanhões, os varrões 
não realizam os movimentos pélvicos 
que estimulam a ereção e ejaculação, 
por isso, durante a coleta é necessário 
estimular a glande peniana através de 
compressões com os dedos, porque 
fisiologicamente as fêmeas realizam 
compressões cervicais, importantes 
para secreção de oxitocina que 
estimula a contração uterina promotora 
da distribuição passiva dos 
espermatozoides pelo útero; 
 A imobilidade da fêmea também é um 
fator estimulante durante a monta, por 
isso, deve-se promover as mesmas 
condições durante a coleta manual. 
 
Rankeamento da libido 
O teste pode ser realizado colocando os 
animais próximos a fêmea em estro presa no 
tronco em curral por: 
 5 minutos para taurinos; 
 30 minutos para zebuínos – escore 
varia de 4-8, sendo difícil ter monta 
completa. 
Porém, esta forma se mostra menos 
adequada do que a realizada com os animais 
em piquetes, devido as diferenças nos 
resultados obtidos para os mesmos animais 
 Escores de 0-3 no curral e de 8-10 no 
piquete (ideal devido a maior dificuldade de 
levar os animais para o curral por conta de seu 
comportamento mais rústico). 
 
Importante: 
 Muito se comenta sobre o fato de os 
animais taurinos possuírem maior 
libido quando comparados aos 
zebuínos. Porém, essa afirmação não 
é verdadeira, visto que os animais 
possuem comportamento similar, 
sendo que em condições tropicais os 
zebuínos chegam a possuir leve 
superioridade com relação a libido 
devido ao comportamento dos 
taurinos de procurar locais 
sombreados nos momentos mais 
quentes do dia. 
 Em animais zebuínos, o escore 0 é 
inexistente; 
 Escore 7: primeira monta natural em 
animais taurinos; 
 Escore 9: primeira monta natural em 
animais zebuínos; 
 Escore 10: raro  A média de montas 
com serviços completos em monta 
natural ou em teste de libido em 
ambiente fechado é de 1,6 em taurinos 
e 1,9 em zebuínos em monta natural; 
 Mais de 90% dos animais se 
encontram entre os escores 6 e 10. 
 
 
O comportamento frente a frente é muito 
importante para mostrar a dominância do 
macho sobre a fêmea antes da cópula. 
 
 
Situação em que a fêmea deita pois já foi 
acasalada várias vezes e não aguenta mais o 
peso do reprodutor. 
 
 
O macho precisa estar bem abraçado a fêmea 
para ter a confiança de sair do chão e dar a 
estocada. 
 
Principais sinais fisiológicos de estro nas 
fêmeas: 
Imobilidade e micção frequente, além de 
outros como: 
 Redução do consumo de alimentos; 
 Monta em outras fêmeas e queda de 
produção de leite no caso de vacas; 
 Sonorização das fêmeas em suínos, 
asininos e caprinos. 
 
Aula 15/03/21 
 
Animais de alta libido montam pelo menos 1x 
em um maior número de fêmeas em estro, 
além de realizar o serviço completo no início 
da estação de monta, contribuindo para a 
rapidez da volta a ciclicidade e maior 
longevidade das fêmeas. 
 
Padronização da estação de monta: 
 Nas fazendas com grande número de 
touros a estação de monta é aberta 
sem avaliação prévia da libido, sendo 
a mesma realizada no início da 
estação através da observação dos 
animais por funcionários. Dessa 
forma, pode-se rearranjar os animais 
em grupos de dominantes e 
subordinados, aumentando a 
eficiência dos acasalamentos e 
obtendo taxas melhores mesmo que 
alguns cios sejam perdidos no início da 
estação; 
 A padronização dos touros por 
idade, peso, tamanho, chifre de 
acordo com a seleção genética 
estimula a dominância, por isso, não é 
indicado colocar machos jovens para 
trabalhar junto com touros adultos para 
evitar disputas e lesões; 
 Padronização por idade/estatura: 
colocar machos jovens com fêmeas 
também jovens, de mesma safra ou, no 
máximo, primíparas, para que estes 
possam mostrar dominância frente a 
elas  Maior eficiência na taxa de 
prenhez. 
 
 
Um touro de baixa libido obtém a mesma % de 
taxa de prenhez que um de alta libido ao final 
da estação de monta, sendo a principal 
diferença entre os dois o fato do de alta libido 
concentrar as montas no início da estação, 
enquanto o de baixa distribui os serviços ao 
longo do período (ciclos de 21 dias), 
dificultando a recuperação das fêmeas que 
parem ao final da estação de parto e 
aumentando o descarte precoce destes 
animais. 
 
 
Simulação da capacidade de estímulo a 
touros: demonstra a subutilização dos touros 
no Brasil, onde ainda se utiliza a proporção de 
1 touro : 20 vacas em muitos locais  Mesmo 
na proporção de 1:75 os touros ainda são 
subutilizados, sendo indicado utilizar entre 
1:100 – 1:120, pois, além da vantagem de 
concentrar os acasalamentos no início da 
estação de monta, ainda é possível reduzir os 
custos com a compra de muitos touros e 
investir em animais de melhor genética. 
 
 
CAP = Certificado Andrológico por Pontos 
 Pouco utilizado no Brasil, pois para 
obter esses parâmetros é necessária a 
avaliação andrológica, onde já se 
obtém os dados, otimizando o manejo; 
 Mais usado na Europa; 
 Baseado em três parâmetros: 
motilidade espermática (peso 20), 
morfologia espermática (peso 40) e 
perímetro escrotal (peso 40)  
Rankeamento de acordo com esses 
parâmetros: o animal precisa obter 
pontuação mínima de 60 pontos para 
entra na estação de monta. 
 
 
O perímetro escrotal ou volume testicular 
possui importância na capacidade de 
produção espermática (número de 
ejaculados férteis) e eficiência em maior 
proporção touro:vaca. 
 
 
Animais híbridos (1/2 sangue) possuem 
menor reserva espermática devido a maiores 
perdas espermáticas (40-50%) na fase de 
meiose da espermatogênese, o que leva a 
menor produção de ejaculados férteis e menor 
eficiência na proporção touro:vaca, com 
menores taxas de prenhez  Necessário 
realizar melhor seleção genética sobre esses 
animais. 
 
 
A grande vantagem de trabalhar com a libido 
dos animais é a melhor reposição dos touros 
por animais de genética melhorada: 
 
 
Avaliação de touros (principais 
parâmetros) 
 
Animais aprovados no exame andrológico: 
começar com a proporção 1:40  Já 
duplica a proporção normalmenteutilizada. 
 
Considerações finais 
Com manejo tradicional, o potencial 
reprodutivo dos outros não é devidamente 
explorado. Ressalvando-se algumas regiões, 
a proporção touro:vaca utilizada não é 
suficiente para desafios à capacidade dos 
machos bovinos. 
Fisiologicamente, a avaliação andrológica 
pode ser realizada a cada 4 anos caso não 
houverem alterações no manejo dos animais 
entre uma avaliação de monta e outra. Por 
outro lado, a avaliação clínica dos animais é 
necessária e deve ser realizada anualmente 
devido a alta ocorrência de brigas, lesões e 
outros fatores como infestação por 
ectoparasitas. 
 
 
A infestação por ectoparasitas pode levar 
a degeneração testicular grave. 
 
 
Degeneração testicular: 
Principal patologia em reprodutores 
brasileiros 
 Animais com degeneração testicular 
não devem ser descartados assim que 
identificados, mas sim retirados da 
reprodução, sendo necessária nova 
avaliação após determinado período 
para confirmar se a mesma é reversível 
ou não; 
 Nas criações extensivas, a criação de 
animais sensíveis as condições de 
temperaturas elevadas com 
pluviosidade aumentada devido à 
dificuldade de adaptação, perda de 
calor dificultada e redução da ingestão 
de alimentos, que leva a deficiência de 
nutrientes como minerais importantes 
para a manutenção testicular, o que 
leva a degeneração. Além disso, o 
estresse leva a liberação de cortisol, 
que inibe a síntese de GnRH  
Atenção a seleção de raças de acordo 
com a região de criação para evitar a 
recorrência de quadros de 
degeneração; 
 Raças não adaptadas a determinadas 
regiões não atingem os parâmetros 
reprodutivos em idade ideal, mesmo 
com as características corporais 
adequadas. 
 
 
Importante: 
A maior causa de infertilidade em touros é 
a degeneração testicular, causada 
principalmente por fatores ambientais como o 
estresse por calor. Além disso, o estresse 
calórico causa atraso da idade de entrada na 
puberdade e maturidade sexual. 
Por isso, é extremamente importante 
escolher adequadamente as raças de acordo 
com a região de criação para evitar perdas 
devido a aumento da idade a puberdade e a 
maturidade, e aumento da taxa de descarte de 
reprodutores. 
Lembrando sempre que a seleção para 
precocidade sexual aumenta as exigências 
dos animais, facilitando a ocorrência de 
estresse calórico, e que mesmo as raças mais 
adaptadas sofrem as consequências das 
temperaturas altas nos períodos mais quentes 
do dia, sendo necessário utilizar estratégias 
de sombreamento. 
 
Patologias testiculares 
 
 
Os quadros de degeneração testicular e 
hibridização são muito parecidos e precisam 
der diferenciados a partir da anamnese. 
 
 
Calcificação: 
Atrofia testicular com redução do tamanho dos 
testículos, perda do epitélio seminífero e 
calcificação dos espermatozoides no lúmen 
testicular. 
Corticoides x AINES 
Sempre dar preferência a utilização de anti-
inflamatórios não esteroidais visando reduzir 
os impactos sobre a reprodução causada 
pelos corticoides. Porém, quando a utilização 
dos mesmos for necessária buscar reduzir o 
tempo de aplicação. 
 
Importante: 
A retirada dos animais das condições de 
estresse térmico permite a retomada da 
atividade sexual normal, quando a 
degeneração é leve e a célula tronco 
(espermatogônia 0) se mantém, permitindo o 
reinício do processo de mitose. 
Porém, quando o processo é grave e ocorre 
grande descamação/destruição do epitélio 
seminífero, o animal perde a capacidade de 
produção de espermatozoides e se torna 
infértil. 
 
Hidrocele 
 
Importante: 
A frequência de hidrocele uni ou bilateral 
(acúmulo de líquido ao redor dos testículos) 
em equinos é muito alta devido a criação em 
espaços pequenos (baias fechadas), sendo 
necessária a utilização de baias com acesso a 
piquete de exercício ou exercício diário regular 
para evitar esse problema. Podendo também 
ocorrer em bovinos submetidos ao manejo 
de baia. 
Ainda não há relação da hidrocele com 
redução da qualidade seminal, porém, como a 
hidrocele não permite que o mecanismo de 
extensão e contração do escroto para 
termorregulação (temperatura sempre mais 
baixa do que a dor corpo), quando ocorre em 
períodos prolongados pode levar a 
degeneração, perdas acentuadas do epitélio 
seminífero e atrofia testicular, com formação 
de cistos em alguns casos, além de 
espessamento e aderência das túnicas 
parietal e visceral. 
Como não há tratamento passíveis de 
reverter o quadro, a indicação é para abate 
dos animais. 
 
Aula 22/03/21 
 
Orquite brucélica: atrofia do parênquima 
testicular, presença de cistos gonadais com 
invasão do tecido conjuntivo, com aderência 
da gônada com as lâminas parietal e visceral 
 Animal estéril, mesmo com pequena 
produção de espermatozoides, a qualidade 
seminal era ruim. 
 
 
Atrofia do parênquima testicular e presença 
de cistos: gônada não possui produção 
espermática  Indicação para abate. 
 
Importante: 
A origem normalmente é ascendente, mas 
também pode ocorrer via hematógena. A 
indicação para tratamento de orquite é a 
utilização de antibióticos de amplo espectro 
para reversão do quadro quando identificado 
no início. 
Em quadros mais avançados ocorre 
degeneração testicular grave devido ao 
espessamento e aderência das túnicas 
parietal e visceral, que impede a reversão do 
quadro e leva a infertilidade do animal. 
 
 
A calcificação testicular compromete a 
produção espermática pelos túbulos 
seminíferos afetados, porém, em casos mais 
leves o animal ainda consegue ser mantido 
como doador. 
 
 
Hipertrofia testicular com espessamento da 
lâmina basal (albugínea) devido a edema e 
redução do parênquima testicular. 
 
Atrofia testicular x Hipoplasia testicular 
A atrofia é adquirida, normalmente a partir 
de processos infecciosos como a orquite 
testicular fulminante, ou traumas que levam 
a inflamação aguda. Ou seja, o animal 
possuía as gônadas normais em determinado 
período da vida. Já a hipoplasia é congênita, 
sendo parcial ou total. 
O espessamento da lâmina basal é o 
diagnóstico diferencial entre as duas 
patologias, sendo que o mesmo ocorre na 
hipoplasia testicular e não está presente na 
atrofia testicular. 
 
 
Varicocele: 
Comprometimento inicial das artérias 
testiculares e secundário das veias, levando a 
redução da vascularização testicular e, a 
longo prazo, resultando em atrofia testicular. 
Todas as espécies estão sujeitas, sendo o 
tratamento cirúrgico para animais com valor 
zootécnico elevado. Para animais sem valor 
agregado, o descarte deve ser preconizado. 
 
Tumor da célula de Leydg (Leydgoma): 
São circulares, alaranjados e 
comprometem a gônada de forma mais 
localizada/delimitada. 
Possuem frequência alta em animais 
intersexos, sendo que a falha na deiscência 
testicular, com manutenção dos testículos 
em posição abdominal, leva a hiperplasia 
das células de Leydig, com aumento da 
produção de andrógenos e consequente 
desenvolvimento de tumores. 
O aumento da produção de hormônios 
andrógenos leva a agressividade/irritabilidade 
dos animais. 
 
 
São mais lisos que os Sertoliomas. 
 
 
Tumor das células de Sertoli (Sertolioma): 
São mais nodulares e se disseminam pelo 
órgão. 
 
 
Hemangioma: 
Menos comum, sendo que em muitos casos 
só se obtém o diagnóstico microscópico. 
 
 
Rotação testicular: 
A rotação das gônadas acima de 90ºC 
compromete a termorregulação (a referência 
para identificação do problema é a cauda do 
epidídimo, que deve estar em posição medial). 
 
O testículo bipartido não é muito comum 
em bovinos, sendo mais encontrado em 
caprinos. 
 
 
Assimetria testicular: 
É permitida a diferença de 1 cm no 
comprimento e 0,5 cm na largura em animais 
jovens. Sendo que estas podem ocorrer de 
forma conjunta. 
Atualmente discute-se sobre a 
possibilidade da transferência de genes da 
assimetria testicular e difusão desse problema 
nos rebanhos, já que há pelo menos 40 genes 
associados ao crescimento testicular e muitas 
vezes a diferençaé pequena e acaba por 
passar desapercebida, levando a manutenção 
da patologia no rebanho. 
O descarte é recomendado sempre que 
estes animais forem identificados, mesmo que 
não haja comprometimento da produção 
seminal, principalmente porque a frequência 
da patologia é baixa, permitindo a 
 
 
Distensão testicular causada por orquite 
culminando em quadro de atrofia 
testicular (enrugamento escrotal). 
 
 
Atrofia testicular causada por trauma: 
Na maioria dos quadros onde se identifica 
enrugamento escrotal há atrofia testicular. 
Nesse quadro também há rotação testicular 
e rotação escrotal devido a formação 
lateralizada da rafe escrotal por má-formação 
congênita, porém esse quadro não leva a 
comprometimento da produção espermática. 
 
 
Possível varicocele com encurtamento da 
gônada (assimetria testicular) indicativo 
de atrofia testicular. 
 
 
Hipoplasia testicular total bilateral: 
Não ocorre somente o comprometimento 
da gônada, como também um 
comprometimento fisiológico/somático em 
relação ao tipo do animal devido à redução da 
produção de andrógenos. 
 
 
Hipoplasia testicular bilateral parcial: 
Problema devido a manutenção dos 
animais no rebanho com disseminação do 
gene causador, que promove sérias 
consequências a reprodução também de seus 
descendentes, já que o congelamento do 
sêmen não descarta a transmissão da 
patologia. 
O ideal é descartar esses animais para 
não difundir essa falha ao rebanho! 
 
 
Hipoplasia testicular unilateral total: 
O gene autossômico de penetrância 
incompleta e expressividade variável, 
causador da patologia, levou a grandes 
prejuízos nos rebanhos, pois, devido a 
expressividade variável, a disseminação não 
era controlada, já que muitos animais 
possuíam diferenças pequenas entre as 
gônadas e acabavam por ser mantidos. 
 
 Hipoplasia testicular total (imagem 
superior): descamação/degeneração 
de todos os túbulos seminíferos  Os 
animais não possuem 
espermatozoides no líquido seminal. 
 Hipoplasia testicular parcial 
(imagem inferior): alguns túbulos 
produzindo espermatozoides e outros 
totalmente descamados/degenerados, 
com comprometimento de pequena ou 
grande parte do túbulo seminífero  
Os animais possuem espermatozoides 
em quantidade reduzida no líquido 
seminal, com concentração 
espermática reduzida ou não (permite 
a disseminação do gene para a 
progênie). 
 
Aula 05/04/21 
A frequência de hipoplasia testicular nos 
zebuínos é muito menor quando 
comparada aos rebanhos taurinos, devido 
a seleção que o estresse por calor 
promoveu nestes animais a partir da redução 
da relação touro:vaca. 
 
 
 
Testículos de equino com hipoplasia total 
unilateral  Pode acometer qualquer 
espécie. 
 
Eliminar ou não os animais com 
assimetria testicular? 
Devido a não ser possível identificar animais 
com assimetria associada ou não a hipertrofia 
testicular, atualmente a preconização é de 
descarte para: 
 Animais jovens com diferença >1 cm 
de comprimento e >0,5 cm de largura 
sejam descartados; 
 Animais adultos com diferença >1,5 
cm de comprimento e >1 cm de largura. 
 
O descarte é realizado nesses casos devido a 
assimetria demonstrar comprometimento no 
desenvolvimento testicular desses 
animais, que podem ter várias causas, 
inclusive as genéticas (genes relacionados a 
expressão testicular), que devem ser retiradas 
dos rebanhos a partir do descarte dos 
animais. 
 
 
Foco de células da adrenal no tecido 
testicular  Frequente em equinos. 
 
Patologias de escroto 
 
Dermatites causadas por processo 
infeccioso ou pelo frio  Problema: alteram 
a temperatura da pele, interferindo na 
espermatogênese, podendo levar o animal a 
graus de degeneração testicular e até mesmo 
a subfertilidade, a depender do tempo de 
permanência e grau da 
degeneração/descamação do epitélio 
seminífero provocada pela lesão. 
Objetivo: identificação e tratamento 
precoces! 
 
 
Bernes  Mesmo problema das dermatites. 
 
Importante: 
Tratamentos longos com corticoides 
comprometem a reprodução, podendo causar 
lesões irreversíveis nos animais. 
 
 
Dermatites seborreicas  Mesmo problema 
das dermatites e bernes, com a diferença de 
que normalmente aparecem nas formas 
suave ou moderada, levando a 
comprometimento/alterações na produção 
seminal em animais acima de 10 anos, não 
sendo tão importante em animais mais 
jovens. 
 
 
Escroto bífido 
Frequência pequena em bovinos (maior em 
caprinos), sem relação com a fertilidade do 
animal  Não atrapalha a termorregulação 
ou a rotação testicular. 
 
Importante: 
A campo existe o misticismo de que animais 
com escroto escuro são melhores na 
reprodução quando comparados aos com 
escroto claro  Fisiologicamente não existe 
diferenças entre os animais! 
 
 
Imagem da esquerda: Hemangioma 
(formação nodular com hidrocele)  A 
longo prazo pode levar a degeneração e 
atrofia testicular devido a hidrocele. 
Importante: pode ser confundido com a fase 
inicial do papiloma escrotal; 
Imagem da direita: Papilomas escrotais 
(formato de couve-flor)  Ocorre elevação 
de temperatura local e desenvolvimento de 
degeneração testicular. 
 
 
Má formação congênita da cabeça do 
epidídimo levando a comprometimento da 
produção/liberação espermática. 
Importante: nos casos de má formação a 
castração e o descarte dos animais são 
indicados. 
 
Patologias de epidídimo 
A aplasia segmentar uni ou bilateral e a 
má formação congênitas são as patologias 
mais comuns e podem tornar o animal estéril 
mesmo com produção espermática normal 
devido a redução da capacidade fecundante 
dos espermatozoides promovida pela 
inflamação causada no local de estenose e 
estase espermática, que leva a 
degeneração e atrofia testicular. 
Outra patologia muito recorrente é a 
Epididimite, que possui diversas causas, 
sendo a vesiculite a principal delas, já que 
muitas vezes a Epididimite ocorre de forma 
ascendente e não devido a processo 
hematógeno (inflamação em outro órgão). 
Deve ser abordada através de tratamento 
específico visando a recuperação total do 
animal e é importante ressaltar que a dor a 
palpação é uma forma de diagnóstico 
diferencial durante o exame físico do 
animal. 
 
 
 
Patologias de pênis e prepúcio 
 
Lesões frequentes relacionadas a 
ocorrência de IBR em rebanhos que não 
vacinam seus animais  Reduzidas pelo uso 
de biotécnicas reprodutivas, como a IA ou 
IATF, que acabam por aumentar o uso de 
vacinas. 
Importante: podem também estar ligadas ao 
excesso de montas, porém, nesses casos 
ocorrem de forma mais localizada. 
 
 
Aspecto mais leve/suave, com pequenas 
petéquias ao longo do pênis  Ocorrem 
quando o animal é hiperestimulado devido 
ao longo tempo de tentativa de coleta ou 
uso de eletroestimulação. 
 
 
 
Papilomas: 
 Causados por variedades diferentes de 
Papiloma; 
 Alta frequência; 
 Produção espermática normal; 
 Os formatos presentes nas imagens 
inferiores (couve-flor e aspecto de 2 
pênis) são os mais frequentes; 
 Correção cirúrgica; 
 Na prática, o descarte de animais 
jovens que vivem em grupo é indicado 
para reduzir a disseminação do vírus 
no rebanho. 
 
 
Suspeita de Papiloma com outro formato, 
porém sem acesso a histologia. 
 
 
Suspeita de Papiloma 
 
 
Persistência do Frênulo 
Alta frequência em animais jovens, 
principalmente aqueles tardios  Animais 
apresentam libido e tentam montar, mas não 
conseguem devido a formação. 
Importante: animais de produção são 
descartados e em pets realiza-se a correção 
cirúrgica. 
 
 
Aderência total ou parcial do prepúcio 
(imagens superior e inferior no canto 
esquerdo)  Impede que o animal realize a 
introdução e ejaculação após a monta. 
 
 
Fimose 
Impede o animal de expor e efetuar a 
cobertura. A correção cirúrgica pode ser feita, 
porém, o descarte é preconizado pelos 
programas de melhoramento para animais de 
produção, sendo indicada para pets. 
 
 
Fraturas de pênis 
Alta frequência devido a convivência em grupo 
que favorece o pisoteio por parte dosanimais 
e pode levar a lesões graves. 
 
 
Interferência humana no comportamento 
normal do cão 
Animal sem alterações no exame físico, 
com presença de libido e constatação da 
penetração peniana  A presença da 
proprietária sempre próxima ao local do coito 
interfere no comportamento fisiológico de 
corte do animal, que pode durar até 3 dias. 
Costuma ocorrer bastante em pets de 
apartamento, devido a falta de informação por 
parte dos tutores. 
 
Importante: 
Os jumentos normalmente levam mais tempo 
para realizar a montar, em média de 30-40 
minutos. Por isso, é importante deixar o 
animal a vontade para não interferir na sua 
fisiologia. 
 
 
Prepúcio longo 
 Animais propensos a problemas no 
óstio prepucial devido a altura da 
vegetação dos pastos, que leva a 
lesões graves no local, como a 
Acrobustite; 
 Compromete a exposição do pênis e a 
libido devido a inflamação e dor 
elevadas; 
 Relacionado a aumento de retorno ao 
cio pelas vacas devido à dificuldade 
de entrada na comissura vulvar 
promovida pela angulação prepucial 
levar a não aceitação de monta pela 
fêmea devido a demora e peso do 
macho e/ou a redução da libido do 
macho devido ao elevado número de 
tentativas frustradas. 
 
Apesar da boa qualidade do sêmen, os 
animais devem ser descartados devido a 
característica possuir alta herdabilidade! 
 
 
 
Miíases e úlceras causadas devido a 
escoriação promovida pelas pastagens altas 
nos prepúcios longos. 
 
 
Fimose 
Abertura pequena permitindo apenas a 
liberação de urina e, consequentemente, 
impedindo a exposição do pênis. 
 
 
Rotação 
Sempre conferir se é testicular ou escrotal 
(rafe escrotal lateralizada), já que a segunda 
não compromete a produção espermática e 
fertilidade do animal. 
 
 
Tumor testicular 
Foi realizada a castração unilateral. 
 
Corkscrew (pênis em saca-rolha) 
Os animais que apresentam pênis em 
formato de saca-rolha de maneira permanente 
devem ser descartados da reprodução, pois 
esta patologia impede a introdução do mesmo 
na comissura vulvar das fêmeas, 
impossibilitando a cobertura. 
Porém, quando a formação ocorre somente 
durante a coleta de sêmen com 
eletroejaculador deve-se atentar a possíveis 
erros na utilização da técnica, como excesso 
de choque  Deve-se confirmar colocando o 
animal para montar e observando se o quadro 
vai se repetir ou não. 
 
Aula 12/04/21 
 
Sarcoma escamoso/Carcinoma de células 
escamosas (CCE)/TVT 
Muito comum em equinos, tanto em machos 
como em fêmeas, sendo um tumor hiper 
agressivo e hiper invasivo, com 
desenvolvimento rápido. O tratamento é 
cirúrgico, onde tenta-se retirar tudo, porém, 
com pouco sucesso devido a recidivas  
Animal afastado da reprodução. 
 
 
Outro caso em osso peniano 
 
 
Vesiculite 
A principal via de contaminação é 
ascendente a partir da uretra, podendo 
chegar aos testículos causando orquite 
nesses casos, porém, pode ocorrer também 
por via hematógena. Ocorre principalmente 
em animais criados em baias quando o 
manejo é ruim e o local muito sujo. 
Grande prejuízo para animais de 
produção devido a dor, que impede a monta 
natural. Além disso, o tratamento é 
extremamente lento devido ao órgão ser 
pouco vascularizado, dificultando a obtenção 
de concentração mínima efetiva do 
medicamento no local e prolongando o tempo 
(3-8 meses), o que leva a alterações 
fisiológicas nos animais. Por isso, 
normalmente os animais são descartados. 
A prevenção é o melhor caminho e deve ser 
feita a partir de limpeza e espaçamento 
adequados de baia: 36-40 m2 por animal em 
baias de reprodutores. 
Não ocorre em pets devido a ausência de 
vesícula seminal. 
 
 
A sodomia provoca lesões de casco e 
contaminação uretral quando há 
penetração, sendo uma das causas de 
vesiculite  O aumento de área/animal nos 
piquetes permite que os animais fujam, 
reduzindo o comportamento. 
 
 
Formação cística em todo o ligamento largo 
do útero causada pela ação de estrógenos, 
produzidos em grande quantidade devido a 
algum distúrbio. 
 
 
Prolapso uterino 
Uma das principais causas é o feto de 
tamanho muito superior a condição corporal 
das fêmeas, principalmente em zebuínos, 
onde a frequência é baixa. Em algumas raças, 
como a holandesa, existe um fundo 
hereditário, nesses casos, após o tratamento 
pós-parto estes animais são descartados da 
reprodução para evitar recidivas do problema 
nos partos subsequentes. 
O tratamento é feito com água fria até que 
haja redução de tamanho suficiente para 
devolver o útero para sua posição normal 
após lavagem. 
 
 
Degeneração testicular 
Raça charolês não se adapta a condições 
climáticas extremas de altas temperatura e 
umidade  Não é indicada a criação destes 
animais em regiões localizadas no 
norte/nordeste do país, onde provavelmente 
serão descartados devido a recidivas de 
quadro de degeneração testicular. 
 
Antes da coleta, a avaliação clínica do animal 
é um fator importante para identificar sua 
capacidade reprodutiva e reduzir os erros que 
poderiam ser depositados nos aparelhos. 
 
Métodos 
 Eletroejaculador 
Ruminantes – mais usado e indicado em 
bovinos, principalmente para animais mais 
agressivos, que possuem menor contato com 
humanos (criação extensiva de manejo 
múltiplo). 
 
Importante: 
Não é aconselhável para outras espécies 
devido aos animais possuírem alta 
sensibilidade, demandando anestesia durante 
o procedimento, o que reduz a facilidade; ou 
aumentando o risco de acidentes. 
 
 Vagina artificial 
Ruminantes – caprinos e ovinos; 
Equinos. 
 
Importante: 
Indicado para animais mansos e bem 
manejados, permitindo a coleta de forma 
natural (ejaculado com composição similar ao 
produzido durante a monta natural, caso as 
condições de montagem da vagina sejam 
ideais)  Deve-se ter atenção especial com a 
temperatura da água (42-44ºC) e pressão 
durante a montagem da vagina para evitar 
rejeição (temperatura baixa), ausência de 
ejaculação após a penetração e movimentos 
pélvicos constantes (falta de pressão), 
ejaculação fracionada e/ou alterações na 
concentração do ejaculado. 
 
 Mão enluvada 
Suínos; 
Cães. 
 
Importante: 
o Também é possível utilizar vagina 
artificial, porém, o manejo é mais difícil 
já que os animais precisam estar 
condicionados a presença do homem, 
que pode causar alterações durante a 
ejaculação. Sendo necessário muitas 
vezes estímulo visual (fêmea em cio) e 
prender a vagina em um local até que o 
animal termine, principalmente em 
cães, onde a ejaculação ocorre por 
gotejamento; 
o Deve-se atentar a qualidade das luvas 
utilizadas, sendo a luva ginecológica a 
melhor escolha, porém, pode também 
ser feita com luva de palpação. 
 
 Massagem das ampolas 
Bovinos – movimento craniodorsal das duas 
glândulas. 
 
Importante: 
Utilizada quando não há sucesso com o 
eletroejaculador ou vagina artificial, porém, é 
preciso que o médio veterinário tenha prática 
para obtenção de alta taxa de sucesso. 
 
 Camisa de vênus 
Equinos – no mercado são encontradas 
apenas para equinos, pois esses animais têm 
ereção completa em estação antes da monta, 
diferente dos bovinos, que têm ejaculação 
ainda intraprepucial e apenas quando estão 
montados ocorre a ereção, dificultando a 
utilização do método nos machos, porém, é 
possível utilizá-lo nas fêmeas; 
Bovinos – quando o animal não responde aos 
outros métodos e não forem constatados 
problemas que expliquem a ausência da 
ejaculação durante a avaliação clínica e 
reprodutiva. 
 
Importante: 
Pouco utilizada, sendo necessária para 
garanhões ou éguas que não aceitam a 
aproximação de pessoas ou a vagina artificial. 
 
O sucesso das técnicas está diretamente 
relacionado ao profissional que utiliza os 
recursos. 
 
Equipamentos 
Eletroejaculador 
 
Observações: 
o Equipamento de fácil manipulação e 
ótimos resultados; 
o A qualidade dos equipamentos é um 
fator de atenção para escolha e uso  
Muitas vezes vale a pena comprar 
equipamentos mais caros para evitar 
problemas na obtenção do ejaculadoe 
problemas como oligospermia ou 
azoospermia. 
 
 
 
Possuem vários diâmetros: 8 (animais 
jovens), 10 e 12 (animais adultos). Os 
menores são utilizados em caprinos e ovinos. 
A média de tempo para ejaculação quando 
se utiliza esse equipamento é de 25-30 
segundos. 
 
Equipamentos acessórios: 
 Microscópio convencional para 
avaliação física do ejaculado; 
 Placa aquecedora 
 
Vagina artificial 
Tubo rígido e membrana que é acoplada com 
o pênis. Possui válvula dupla para 
entrada/saída de: 
 Ar  Cria pressão necessária para 
promover a ejaculação do animal); 
 Água  Fica entre o tubo rígido e a 
membrana, mantendo a temperatura 
do ejaculado. 
 
 
Vagina de uso único para equinos 
 
 
 
A colocação de bainha higiênica ou luva de 
palpação improvisada (mais utilizada devido 
ao menor preço) permite a utilização da 
mesma preparação da vagina para vários 
garanhões durante o manejo, apenas sendo 
necessária a troca da camisinha higiênica e da 
água morna. 
 
Montagem 
 
Enquanto a qualidade da membrana estiver 
boa não é necessário desmontar a vagina, 
apenas realizar a troca das camisinhas 
higiênicas. Apesar disso, a desmontagem e 
secagem da membrana após o uso aumenta 
a vida útil do material. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manejo pré-coleta 
 
Realizar tricotomia para facilitar a higienização 
do local a partir de lavagem prepucial com 
água corrente e solução com xilol a 2% para 
reduzir a frequência de contaminação, já que 
existe uma quantidade microbiana mínima 
aceitável para liberar a comercialização do 
sêmen fresco, resfriado ou congelado. 
 
 
Equinos: limpeza do prepúcio e do processo 
uretral com cotonete antes das montas 
quando se trabalha com sistema de monta 
controlada; 
Caprinos e ovinos: atenção a limpeza do 
divertículo prepucial! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Troncos de contenção 
 
Observações: 
o O modelo Araçatuba é o ideal, pois 
desmonta permitindo ação rápida caso 
o animal caia durante o manejo. Porém, 
todos são seguros e evitam acidentes 
para o manejador e para o animal  
Leva-se mais tempo para conter o 
animal do que para realizar a coleta; 
o O tronco Beckhauser (fotos 1 e 2) 
possui pêndulo com tamanho pré-
definido, feito sob medida para a 
contenção de taurinos. Porém, não é 
indicado para animais zebuínos, pois, 
devido a serem maiores, quando ocorre 
o estímulo é frequente que a pressão 
realizada sob o membro pélvico dos 
animais cause fraturas, levando ao 
descarte involuntário; 
o A barrigueira evita que os animais 
caiam dentro do tronco, reduzindo o 
risco de acidentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 19/04/21 
Vagina artificial 
 Bovinos 
 
Realizar a coleta com vagina artificial apenas 
em animais condicionados, pois o risco de 
acidentes é alto, principalmente quando a 
coleta é feita em zebuínos, que costumam ser 
mais ariscos  Sempre que possível utilizar o 
eletroejaculador devido as melhores 
condições de contenção, que facilitam a coleta 
e diminuem o risco de acidentes. 
 
 
Mesmo que a libido se mantenha, com o 
avançar da idade o tempo de coleta aumenta 
devido ao desconforto sentido pelos animais 
mais velhos ao montar. 
 
 Equinos 
 
Contenção adequada da fêmea com 
pescoceira de couro e cordas nas patas 
visando a redução do risco de acidentes 
durante a coleta de sêmen ou cobertura 
controlada. 
 
 
Deve-se retirar a vagina com o animal ainda 
montado na fêmea ou manequim, para evitar 
maiores dificuldades e possíveis acidentes 
durante o manejo devido a coices, que 
normalmente não ocorrem quando o 
garanhão está abraçado a fêmea. 
 
 
O uso de manequins é ideal, pois, além de ser 
seguro, proporciona a imobilidade, que é o 
principal estímulo a ejaculação dos animais. 
 
 
Acidentes como fratura e traumatismo 
gonadal ocorrem quando o animal não está 
receptivo a monta. 
 
 
Não é indicado retirar a vagina sem esvaziá-
la, pois isso pode reduzir o estímulo do animal 
durante as próximas montas. A válvula de 
água deve ser aberta após a 3ª ou 4ª 
pulsações, quando o animal praticamente já 
ejaculou por completo. 
 
 
Apesar de ser estimulado pela presença da 
fêmea e realizar a monta, o garanhão da foto 
apresentava níveis basais de testosterona no 
sangue devido a inibição do eixo hipotalâmico-
hipofisário-gonadal promovida pela utilização 
de corticosteroides para redução da dor 
causada pela laminite  Nas espécies equina 
e canina o fator psíquico (memórias de outras 
experiências boas) é fundamental para 
manutenção da libido, que independe de 
fatores hormonais, idade ou castração. 
Apesar disso, a redução da produção de 
andrógenos influencia a qualidade seminal, já 
que participa da fase inicial e final da 
espermatogênese. 
 
 
Vagina modelo Botucatu montada com luva 
de palpação 
Cuidado importante: proteção do tubo 
coletor contra radiações ultravioleta ou 
artificiais, vento (resfria o sêmen) etc. visando 
a manutenção da temperatura e qualidade 
seminal  Cuidado redobrado no manuseio 
do sêmen pós-coleta para não causar 
alterações iatrogênicas que reduzem a 
qualidade seminal. 
 
 
A técnica de utilização de luva de palpação 
como bainhas higiênicas nas vaginas também 
vem sendo utilizada nas centrais de touros 
para facilitar as coletas, já que não se faz 
necessário gastar tempo para deixar várias 
vaginas montadas antes e limpá-las depois. 
 
Foto 1: fração em gel do ejaculado sendo 
filtrada para dentro de uma mamadeira; 
Foto 2: fração sem gel do ejaculado em frasco 
graduado. 
 
Importante: 
 O ejaculado de equinos e suínos possui 
gel, sendo que o dos equinos é bem 
menos viscoso; 
 A quantidade de gel no ejaculado varia 
entre espécies, indivíduos e ejaculados 
 Quanto menos gel melhor, pois 
aproveita-se mais o ejaculado (mais 
concentrado), já que mesmo utilizando 
filtro no momento da coleta para 
retirada do gel, perde-se muitos 
espermatozoides; 
 O volume de ejaculado também varia 
bastante: 
o Volume baixo: 30 mL (animais 
mais velhos podem produzir < 
30 mL); 
o Volume normal: 50-60 mL  
Animal em atividade plena; 
o Volume alto: 70-80 mL. 
Média: 40-50 mL 
 
Para comercialização é necessário utilizar 
técnicas como resfriamento, 
congelamento e uso de diluentes, que 
aumentam a resistência e vida útil do 
ejaculado permitindo seu transporte por 
pequenas ou longas distâncias a depender 
do preço do produto. 
 
 
 
 
 
 Suínos 
 
Observações: 
 Fotos 1 e 2: Utilização de caneco ou 
isopor (centrais de sêmen) para manter 
a temperatura do ejaculado próxima da 
adequada e evitar alteração da 
qualidade seminal  Cuidado no início 
da ejaculação, quando o animal realiza 
várias tentativas de introdução do pênis 
na comissura vulvar e a glande pode 
ser machucada no manequim caso 
fique muito solta; 
 A partir de um ejaculado completo se 
produz 30-35 doses; 
 Em granjas comerciais de suínos 
normalmente não se utiliza a dose do 
mesmo varrão em 2 inseminações para 
a mesma porca; 
 Foto 3: Importante deixar sempre a 
glande livre, sem contato com luva ou 
caneco, para não haver contaminação 
do jato, mesmo que o diluente possua 
antibiótico para controle bacteriano  
Segurar acima das curvaturas para 
deixá-la totalmente livre; 
 Foto 4: O plasma seminal é 
extremamente importante para a 
sobrevivência do espermatozoide após 
o resfriamento do ejaculado, porém, 
muitas vezes o mesmo é descartado 
durante a coleta a partir de desvio do 
pênis do caneco. 
 
 
Foto 2: O grande espaçamento entre coletas 
pode levar os varrões a realizar masturbação 
em objetos ou nas paredes das baias, o que 
pode acabar gerando lesões penianas que 
possuem tratamento complicado e dificultam 
as coletas subsequentes. 
 
Foto 3: Ejaculado parcial (10 mL): causado 
devido a erro cometido durante o manejo da 
glande com os dedos, que interrompe a 
ereção e a ejaculação de forma abrupta  
Cuidado para não repetir muitas vezes, pois o 
animal pode se acostumar e não querer mais 
realizar a monta. 
 
Ejaculado total: volume grande e ereção

Continue navegando