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Fisiologia da gestação e parto

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Fisiologia da gestação e parto
É o intervalo entre fecundação do oócito até a completa expulsão do feto e suas membranas, é um período de adaptação progressiva do organismo materno. Compreende fecundação, desenvolvimento embrionário, reconhecimento materno da gestação, implantação ou nidação, placentação, manutenção da gestação, parto e expulsão das membranas fetais. 
Embrião- etapas iniciais do desenvolvimento. Feto- após placentação com forma definida, se consegue identificar a espécie. Concepto- embrião ou feto com membranas extra-embrionárias. 
Zigoto - Mórula, se compacta muito, forma uma cavidade -blastocisto inicial -blastocisto (morula com pequena cavidade contendo líquido), estoura a zona pelúcida, vai se alongando. 
Há ativação do genoma embrionário, começa no materno RNAm e ribossomos são estocados durante a ovogênese que vai para o genoma embrionário, em bovinos ocorre de 8 para 16 células. 
Cadela -ovulação de oócitos primários com maturação final de 2-5 dias, há pico de LH/ovulação 48h e fecundação de 2-3 dias e ai que insemina, isso quando se acompanha o cio dela. 
Égua- os oócitos ficam retidos no oviduto por 7 meses, extrusão da material celular (deutoplasmólise), espaço perivitelínico. Cápsula acelular são glicoproteínas semelhantes á mucina, faz com que se identifique o cio, permanece 20-30 dias.
Para o reconhecimento materno da gestação ocorre uma série de eventos críticos pelo qual o concepto inicialmente sinaliza a sua presença ao organismo materno e permite que a gestação se mantenha. É o reconhecimento que o embrião faz para a mãe não liberar prostaglandina (se liberar não tem gestação). Em ruminantes o INF-T que se liga nos receptores de ocitocina e estrógeno e impede que prostaglandina se ligue. 
Luteólise- é a regressão do corpo lúteo, um evento chave onde se não ocorrer a fecundação há regressão para nova fase folicular. A prostaglandina diminui fluxo sanguíneo para o corpo lúteo, diminui receptores para LH fazendo com que aja muito cálcio dentro da célula que realiza a apoptose e tem efeito citotóxico. 
A veia uterina envolve a artéria uterina, o excesso de uma substância passa para o outro vaso, prostaglandina é metabolizada no pulmão, concentração na veia é maior que na artéria, há contracorrente. 
Luteólise ocorre no final do ciclo, tem se corpo lúteo, folículo dominante grande produzindo estradiol que se liga no seu receptor e aumenta a quantidade e afinidade dos receptores de ocitocina, quando a ocitocina se liga no seu receptor e ela ativa a fosfolipase C (ácido araqdônico é convertido em prostaglandina 2 alfa ) aumentando concentração de cálcio. A prostaglandina passa da veia para a artéria e chega no corpo lúteo com ação vasoconstritora, diminui receptor de LH, abre canais de cálcio e há a apoptose. 
* Interferon tau inibe diretamente os receptores de estrógeno e ocitocina, a síntese de enzimas AA para PGF e estimula os receptores de progesterona. 
Na maioria das espécies há necessidade que o reconhecimento ocorra do mesmo lado que está o corpo lúteo. Na transferência de embrião também deve ser para o lado que está o corpo lúteo.
Nas éguas o embrião tem forma esférica com cápsula e fica se movimentando de um lado para o outro através de contração uterina como se fosse movimento peristaltico, prostaglandina não é totalmente metabolizada no pulmão pode voltar e fazer apoptose.
Nos suínos, para haver o reconhecimento precisa ter no mínimo 4 embriões sendo 2 de cada lado, modulam o local de ação da prostaglandina através da liberação de estrógeno, faz com que a prostaglandina seja liberada no útero ao invés de ser na corrente sanguínea e no útero há a quebra dela.
Na cadela não há mecanismo de reconhecimento, não há luteólise precoce.
O feto diminui a imunidade da fêmea por ser um corpo estranho, há diminuição de toda a resposta imune, redução da expressão de antígenos de MHC-I e II, secreção de moléculas inibidoras replicação de linfócitos, substâncias imunossupressoras (PGE2 e IFN-t) ou que se ligam à citocinas ou anticorpos (PAG). 
 
Nos equinos demora, por ficarem na cápsula migrando de um lado para o outro. 
Placentação- formação da placenta. Classifica em: Perda de tecido no parto, Características macroscópicas (distribuição das vilosidades sobre o cólon) e características microscópicas (relação entre os tecidos materno e feto). A perda de tecido pode ser adeciduada (égua, jumenta, porca e ruminantes) ou Deciduada (carnívoros, primatas e roedores). 
Sindesmocorial- epitélio com epitélio, com migração de células para o tecido da mãe (ruminantes). Epiteliocorial- epitélio com epitélio (suínos e equinos). Endoteliocorial é quando a placenta tem contato com um vaso sanguíneo (carnívoros). Hemocorial- quando tem contato direto com a parte sanguínea (primatas).
Âmnion tem função de envvolver todo o embrião, proteger, prevenir adesão, desenvolver e movimentar o feto, dilatar e lubrificar no momento do parto. Alantóide tem como função ter o folheto interno (âmnion), folheto externo (córion), espaço alantoideano contém produtos de excreção fetal, mantém pressão osmótica do plasma fetal. 
Placenta- nutrição, vai oxigênio e volta CO2, defesa (barreira física e imunológica), produção de lactogênio, P4, E2, relaxina e gonodotrofinas, excreção, medicamentos alguns podem passar, diminuir traumas, não deixar grudar na parede. 
Funções dos líquidos fetais são proteger o feto contra traumatismos, desidratação e alterações de temperatura, permitir o crescimento e os movimentos do feto, promover a dilatação e lubrificação do canal do parto, inibir o crescimento bacteriano e aderências. 
 macho geralmente nasce primeiro. 
* Progesterona é quem mantém a gestação, tem espécies que necessitam da progesterona até o final da gestação. Ovelha, égua e a mulher são as que não são dependentes até o final.
O parto é o conjunto de fenômenos mecânicos, fisiológicos e endócrinos que culminam com a expulsão dos fetos e seus anexos para o meio exterior. Para isso precisa haver dilatação da via de expulsão fetal mole e dura, desencadeamento das contrações uterinas e desencadeamento das contrações abdominais. O feto determina o início do parto, começa a produzir cortisol, ele começa a ficar estressado pelo pouco espaço e pouca alimentação, o cortisol cai na corrente sanguínea da mãe e com isso há algumas alterações. progesterona é convertida a estrógeno que contrai a musculatura uterina pela ação direta no miométrio com aumento da resposta a ocitocina, produz o relaxamento da cérvix por meio da alteração das fibras de colágeno, estimula a produção e liberação de PGFs. O cortisol também faz maturação pulmonar do feto. 
Há aumento do fluxo de cálcio e receptores de ocitocina, que junto com a prostaglandina faz concentração miometrial com dilatação cervical (pelo estrógeno e relaxina) resultando no parto. Quando começa as contrações o feto vai para a cérvix, com mais liberação de ocitocina (reflexo de ferguson). 
Bovinos- A principal barreira é a cérvix depois os anéis que são 3-4. Saber identificar o cio, onde existem vários sintomas secundários, porém a vaca somente está no cio quando aceita monta, caracterizando o sintoma primário e mais importante. Detectar o cio é difícil, leva de 1-2 h/dia, representa menos de 1% do ciclo reprodutivo, cio durante a noite dificulta, silencioso e na maioria das fazendas só se consegue detectar 50%. Algumas ferramentas para auxiliar na detecção é o kamar porém não existe no Brasil que a medida que uma vaca sobe sobre outra libera uma tinta na que está no cio, bastão, passa na vaca e a medida que vão subindo nela a tinta vai sumindo. Colar, tornozeleira que mede a quantidade de passos, no cio ela anda mais, HEAT WATCH monitora o cio é o mais eficiente, cola o dispositivo no dorso, há um botão que é acionado e transmite uma mensagem por rádio quando a vaca aceita monta e há o Rufião.
Depois se prepara a vaca para inseminação. Manejar o sêmen e realizar a técnica. A inseminação ocorre antes da ovulação, depois a viabilidade é muito baixa. 
IATF-Inseminação artificial em tempo fixo
Na IATF se sabe o momento de inseminar, a hora certa. 
Protocolo OVSYNCH, basicamente sincroniza o ciclo para se saber a hora de inseminar. Se baseia em 3 premissas:
· 1ª sincronizar a emergência de onda, 
· 2ª controlar progesterona 
· 3ª sincronizar ovulação. 
No dia 0 aplica GnRH (induz liberação de LH e FSH) para induzir ovulação, sai ação da inibina tem pico de FSH e LH. 1/2 dia depois começa uma onda. Forma corpo lúteo, progesterona alta e emergência de corpo é importante ter progesterona alta no início para a qualidade do oócito e modulação. Pra ter pro-estro aplica prostaglandina (quebra do corpo lúteo) e estrógeno aumenta. No dia 9 aplica GnRH pra induzir ovulação e sincronizar e depois de 16-18h faz inseminação, dá 14-15h antes da ovulação, a ovulação ocorre 30h depois da aplicação de GnRH. Há a possibilidade de fazer um pré OVSYNCH com GnRH 7 dias antes ou duas prostaglandinas antes e 12 dias depois da segunda dose faz GnRH. No dia 0 as vacas precisam ter um folículo grande. 
*A inseminação tem que ocorrer antes da ovulação pois o espermatozóide prescisa passar pela capacitação, uma espécie de maturação antes de entrar no oócito e o oócito não vai ficar esperando ele.
Outro protocolo existente se baseia na aplicação de progesterona e estradiol, um dispositivo faz isso, no dia 0 faz o benzoato de estradiol que faz feedback extremamente negativo no hipotálamo, entra em atresia no 2-3 dia, no dia 4 há emergência de nova onda. Aqui a sincronização é a partir de atresia, faz o implante de progesterona. No dia 8 faz aplicação de prostaglandina para quebrar o corpo lúteo, tira o implante. Aplica o cipionato de estradiol (indutor de ovulação) que induz o cio em 70h, em 48h insemina. 
Equinos- A cérvix não é fibrosa é muscular e os anéis se fecham longitudinais, palpação é vaginal. Estro tem duração média de 5 dias mas de 3-9 dias, ovulação nas últimas 24-48h, primeiro estro pós-parto ocorre entre 5-15 dias e o cio é menos fértil. Se detecta a partir de um rufião, ela levanta a cauda, micção frequente, exposição do clitóris e mantêm-se parada frente ao cortejo do garanhão, os sinais são mais evidentes próximos da ovulação. Com a palpação retal ou ultrassom faz o monitoramento do crescimento folicular. 
Na preparação da égua para inseminação faz bandagem da base da cauda, introduz a pipeta depois da identificação com a mão e vai guiando a pipeta com a mão. 
Suínos- Vulva fica edemaciada e vermelha. Cérvix longa e com vários aneis. Introduz a pipeta e gira. Sinai de estro são orelhas levantadas, urina frequente, excitação e emissão de grunhidos, cauda levantada e balançando para cima e para baixo, descarga vulvar de muco claro, fica imóvel na presença do cachaço e reflexo de tolerância ao homem presente, dura de 2-3 dias e a ovulação dura de 20-36h. 
Pequenos ruminantes- Conseguir passar a cérvix é o grande problema por ela ser muito variável, fibrosos, cérvix longa e não se consegue palpar, aneis transversais. Há inseminação vaginal, cervical e transcervical, tem que extrair a cérvix a partir da pinça alis, na intra-uterina precisa de anestesia, feito por laparoscopia, tem que usar sêmen fresco e em maior quantidade.
Cadelas- Se insemina por fatores comportamentais, incompatibilidade anatômica entre o macho e a fêmea, possibilidade de acasalamento entre animais geograficamente distantes. Sinais de estro são edema vulvar, corrimento vaginal sanguíneo e reflexo de monta, a identificação é por citologia vaginal a partir do 4-5 dia de sangramento, avaliar a cada 2 dias mas precisa identificar no início do estro. 
Não faz a inseminação tão próximo da ovulação pois quando são liberados entorno de 48h que fica pronto para receber o espermatozóide.Faz uma inseminação hoje, outra com 48h e outra com 96h. Técnicas de inseminação são: intra-vaginal, intra-uterina com cateterização cervical, laparoscopia ou laparotomia. 
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