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ROSE = AUTISMO (Salvo Automaticamente)

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RESUMO 
Objetivo deste trabalho apresentar uma visão geral sobre a concepção do Autismo, principais sintomas e seu desenvolvimento de aprendizagem.
 Sabendo-se que se conhecermos mais sobre o autismo e procurar metodologias através de pesquisas bibliográficas, poderemos assim ter uma melhor visão, sendo de grande utilidade na rotina escolar tanto para os autistas quanto para os educadores.
Acredito que a principal noção que devemos ter, e que o autista tem um grande potencial para aprender e que ele enxerga o mundo de maneira diferente, se fechando em si mesmo. E nos educadores temos como um desafio não o deixar fora do convívio social.
Diante disso meu intuito ê ajudar a abrir horizontes para essas crianças e o educador para que possamos ter um processo produtivo e gratificante para ambas as partes.
INTRODUÇÃO
Abordarei aqui informações sobre o autismo, temas científicos, causas, diagnósticos e relatórios de experiências vividas por pais, por alguns educadores , pessoas do convívio , redes sociais.e livros.
E necessário também saber como os autistas se comunicam entre si e com outros, qual a melhor linguagem desenvolvida por eles, e qual será a melhor forma que eles irão aprender sem traumas, sendo mais agradável possível para ambas as partes.
Nesse tempo as escolas estão recebendo essas crianças e não estão sabendo identificar as características delas, e alguns profissionais da educação infelizmente ainda não estão preparados para lidar com elas.
Deve-se entender o processo de desenvolvimento e aprendizagem de cada um desses alunos, buscando estratégias para a alfabetização dessas crianças.
Precisamos oferecer acomodações físicas e curriculares necessárias, proporcionando atividades apropriadas para eles.
1. Concepção Sobre Autismo 
A história do Autismo.
Atualmente, ouve-se muito falar muito sobre o autismo, sobre o qual ainda permanecem divergências e grandes questões ainda indecifráveis. 
Conforme o livro de estudos da Pôs Graduação da Uniasselvi no início do século XX, os psiquiatras, que até então davam mais atenção às ¨anormalidades e demências¨ dos adultos, começaram a se interessar pelas particularidades das ¨demências precoces¨ encontradas nas crianças. E vários estudos realizados por médicos e pedagogos descreverem isoladamente crianças com sintomas característicos de autismo.
 Rosenberg (2011) cita os estudos de Willis (1967), Friedreich e Esquirol (1834) etc.... Apesar da descrição de crianças que se isolavam, não se comunicavam e não apresentavam reciprocidade, foi apenas em 1911 que Bleuer utilizou pela primeira vez a palavra ¨autismo¨ para caracterizar crianças com esquizofrenia, que perdiam contato com a realidade e apresentavam grandes dificuldades de comunicação. (GADIA, TUCHMAN, ROTTA, 2004).
No entanto foi descrito pela primeira vez pelo Doutor Leo Kanner, 
e também austríaco Hans Asperger descreveu, em sua tese de doutorado, descrevendo crianças bastante semelhantes ás descritas por Kanner. Apesar do grande número de pesquisas e investigações clínicas realizadas em diferentes áreas e abordagens de trabalho, não se pode dizer que o autismo é um transtorno claramente definido. Há correntes teóricas que apontam o autismo como alterações comportamentais nos primeiros anos de vida normalmente até os três anos e que se caracteriza por alterações qualitativas na comunicação, na interação social e no uso da imaginação, como relevantes para definir o transtorno, mas hoje se tem fortes indicações de que o autismo seja um transtorno orgânico e não genético. Sabe-se que seu diagnóstico é feito por um profissional com formação médica.
 2. Principais sintomas do autismo A criança autista pode apresentar aparência totalmente normal, e também um perfil irregular de desenvolvimento. Os principais sintomas do autismo, decorrentes de problemas físicos no cérebro, são: os distúrbios no ritmo de aparecimentos de habilidades físicas, sociais e linguísticas; a reações anormais às sensações. As funções ou áreas mais afetadas são: visão, audição, tato, dor, equilíbrio, olfato, gustação e maneira de manter o corpo; a fala e a linguagem ausentes ou atrasadas, certas áreas específicas do pensar, presentes ou não, ritmo imaturo da fala, restrita compreensão de ideias o uso de palavras sem associação com o significado e o relacionamento anormal com os objetivos, eventos e pessoas, respostas não apropriadas a adultos e crianças, objetos e brinquedos não usados de maneira devida. Além desses sintomas acima citados, os autistas podem apresentar agressividade, auto- agressão, agitação, irritabilidade, déficits de atenção e controle motor, temor excessivo a objetos inofensivos ou ausência de medo em resposta a perigos reais e transtornos de humor e afetivos. 
3. Metodologia utilizada na escola como método de inclusão Segundo GAUDERER (1987), as crianças com autismo, em geral, apresentam dificuldade em aprender a utilizar corretamente as palavras, mas quando participam de um programa intenso de aulas parecem ocorrer mudanças positivas nas habilidades de linguagem, motoras, interação social e a aprendizagem. O papel da escola é fazer o reconhecido no nível da educação, na elaboração de estratégias para que estes alunos com autismo consigam desenvolver capacidades para se integrar e interagir com as outras crianças ditas “normais”. Já a família tem também um papel importante, pois é a responsável por dar atenção, os cuidados, amor e deverá zelar por toda uma vida. É necessário dispensar algumas horas para que as crianças possam se sentir queridas e mostrar o que aprenderam. O nível de desenvolvimento da aprendizagem do autista geralmente é lento e gradativo, portanto, caberá ao professor adequar o seu sistema de comunicação a cada aluno. O professor tem a responsabilidade a dar atenção especial e sensibilização dos alunos e dos envolvidos para saberem quem são e como se comportam esses alunos autistas. Deve-se entender que ensino é o principal objetivo do trabalho com crianças autistas. Ensinar coisas funcionais para a criança autista é a essência de um trabalho adequado e a persistência é um grande aliado deste objetivo. É preciso atender prontamente toda vez que a criança autista solicitar e tentar o diálogo, a interação é essencial para esse convívio escolar. O conteúdo do programa de uma criança autista deve estar de acordo com seu potencial, de acordo com sua idade e de acordo com o seu interesse. Se a criança estiver executando uma atividade nova de maneira inadequada, é importante a intervenção rápida do professor, mesmo que para isso seja necessário segurar a mão da criança ou até mesmo dizer-lhe a resposta. (PEETERS, 1998 s/pág) Nos dias atuais é muito difícil abordar o tema inclusão do aluno com autismo, pois incluir é inserir o aluno em um contexto diferentemente do que está, por que esse aluno apresenta comportamentos estereotipados (movimentos repetitivos) tornando-se bizarros e diferentes diante da sociedade que despertam em si o temor e a desconfiança dos mesmos. O conceito de inclusão deve estar contemplado no projeto pedagógico da escola. Atividades com esse propósito se encaixam no dia-a-dia dos professores e alunos e tendem a dar resultados a longo prazo. (CAVALCANTI, 2006,p. 164) A proposta de educação inclusiva (Tratado da Guatemala, 1991; Declaração de Salamanca, 1994) declara que todos os alunos devem ter a possibilidade de integrar-se ao ensino regular, mesmo aqueles com deficiências sensoriais, mentais, cognitivas ou que apresentem transtornos severos de comportamento, preferencialmente sem defasagem idade- série. A escola, segundo essa proposta, deverá adaptar-se para atender às necessidades destes alunos inseridos em classes regulares. Portanto, a educação inclusiva deverá ser posta em prática numa escola inclusiva que busque ações que favoreçam a integração e a opção por práticas heterogêneas. Em 1996 foi publicada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que em seu artigo (59) preconiza que os sistemas de ensino devem assegurar aos alunos currículo,métodos, recursos e organização específicos para atender às suas necessidades. Em 2008, foi publicada a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, que preconiza o acesso, a participação e a aprendizagem dos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades, nas escolas regulares (BRASIL, 2008). O Ministério da Educação programou a política de inclusão que pressupõe a reestruturação do sistema educacional, com o objetivo de tornar a escola um espaço democrático que acolha e garanta a permanência de todos os alunos, sem distinção social, cultura, étnica, de gênero ou em razão de deficiências e características pessoais. Nesse processo a escola é entendida como um espaço de todos, no qual os alunos constroem o conhecimento segundo suas capacidades, expressam suas ideias livremente, participam ativamente das tarefas de ensino e se desenvolvem como cidadãos, nas suas diferenças. Compreendemos que a inclusão escolar impõe uma escola em que todos estejam inseridos sem quaisquer condições pelas quais possam ser limitados em seu direito de participar ativamente desse processo, segundo suas capacidades, e sem que nenhuma delas possa ser motivo para diferenciação que os excluirá das suas turmas. Observamos escolas que existem alunos portadores de autismo frequentando, em sua maioria, escolas especiais ou classes especiais de condutas típicas, dentro das escolas regulares. Há umas poucas iniciativas de inclusão desses alunos em classes regulares. Neste último caso, a inclusão tem sido efetivada sob quatro condições: a) o aluno frequenta a classe regular todos os dias, durante o tempo total da aula; b) o aluno frequenta a classe regular todos os dias, em horário parcial; b) o aluno frequenta a classe regular algumas vezes na semana, durante o tempo total da aula; d) o aluno frequenta a classe regular algumas vezes na semana, em horário parcial. Praticamente na totalidade dos casos, tais alunos fazem uso de recursos especializados de apoio como escolas de educação especial, fonoaudióloga, dietas especiais, terapia ocupacional, entre outros. A escola precisa promover uma educação inclusiva para melhorar o ensino e aprendizagem dessas pessoas como diferentes estilos e comportamentos. Acreditamos que a inclusão de alunos com autismo deve ser uma temática a ser sempre discutida pelos profissionais da área da educação. A escola deve conhecer as características da criança e prover as acomodações físicas e curriculares necessárias; treinar os profissionais continuamente e busca de novas informações; buscar consultores para avaliar precisamente as crianças; preparar programas para atender a diferentes perfis visto que os autistas podem possuir diferentes estilos e potencialidades; ter professores cientes que inclusive a avaliação da aprendizagem deve ser adaptada; educadores conscientes que para o autismo, conhecimento e habilidades possuem definições diferentes; analisar o ambiente e evitar situações que tenham impacto sobre os alunos, alterar o ambiente se for possível; a escola deverá prover todo o suporte físico e acadêmico para garantir a aprendizagem dos alunos incluídos; atividade física regular é indispensável para o trabalho motor; a inclusão não pode ser feita sem a presença de um facilitador e a tutoria deve ser individual; um tutor por aluno; a inclusão não elimina os apoios terapêuticos; necessidade de desenvolver um programa de educação paralelo à inclusão e nas classes inclusivas o aluno deve participar das atividades que ele tenha chance de sucesso, especialmente das atividades socializadoras; a escola deverá demonstrar sensibilidade às necessidades do indivíduo e habilidade para planejar com a família o que deve ser feito ou continuado em casa. Educar uma criança autista é uma experiência que leva o professor a rever questionar suas idéias sobre desenvolvimento, educação normalidade e competência profissional. Torna-se um desafio descrever um impacto dos primeiros contatos entre este professor e estas crianças tão desconhecidas e na maioria das vezes imprevisíveis (BEREOHFF, 1991 s/pág). 4. Resultados O nível de desenvolvimento da aprendizagem do autista geralmente é lento e gradativo, portanto, caberá ao professor da Escola Criança Feliz se adequar o seu sistema de comunicação a cada aluno. O aluno deve ser avaliado para colocá-lo num grupo adequado, considerando a idade global, desenvolvimento e nível de comportamento. É de responsabilidade do professor a atenção especial e a sensibilização dos alunos e dos envolvidos para saberem quem são e como se comportam esses alunos autistas. Sabendo que a criança pode reagir violentamente quando submetida ao excesso de pressão e, diante disso, é preciso levar em conta se o programa está sendo positivo, ou se precisa haver outras mudanças. O ensino é o principal objetivo do trabalho com crianças autistas. Ensinar coisas funcionais para a criança autista é a essência de um trabalho adequado e a persistência é um grande aliado deste objetivo. Todo trabalho de interação da criança com objetos e com situações do meio deve ser feito concomitantemente ao trabalho de capacitação, aos cuidados pessoais e ao lazer para socialização. As crianças autistas parecem que aprendem e entendem melhor vendo do que ouvindo. Por isso, quando pequenas, é interessante expô-las ao máximo a esses estímulos. É importante a continuidade do ensino para uma criança autista, para que se torne menos dependente, mesmo que isto envolva várias tentativas, e ela não consiga aprender. É preciso atender prontamente toda vez que a criança autista solicitar e tentar o diálogo, a interação, Quando ocorrer de chamar uma criança autista e ela não atender, é necessária ir até ela, pegar sua mão e levá-la para fazer o que foi solicitado. Toda vez que a criança conseguir realizar uma tarefa, ou falar uma palavra, ou enfim, mostrar progresso, é prudente reforçar com elogios. Quando se deseja que a criança olhe para o professor, segura-se delicadamente o rosto dela, direcionando-o para o rosto do professor. Pode-se falar com a criança, mesmo que seu olhar esteja distante, tendo como meta um desenvolvimento de uma relação baseada em controle, segurança, confiança e amor. Através da mediação do professor a criança poderá desenvolver uma adequação a aprendizagem e uma transformação as estruturas cognitivas da criança. CONSIFERAÇÕES FINAIS Com este trabalho verificamos que o autismo é um distúrbio com sintomas e graus de manifestações extremamente variadas, Independentes de sua classificação psicogenética ou biológica é notório que a criança autista apresenta déficits na área social, na linguagem e comunicação e no comportamento e pensamento. Hoje em dia discute-se a situação da vida de uma pessoa com necessidades especiais, principalmente a sua entrada e permanência na escola. E o preparo dos professores para adaptar a criança com necessidades especiais com o objetivo de prolongar sua permanência na escola. Não devemos pensar no autismo como algo distante e condenado ao isolamento em escolas especializadas. Existem muitas possibilidades que podem ser feitas pelo próprio autista. A principal é acreditar que ele tem potencial para aprender. Essas crianças necessitando instruções claras e precisas e o programa deve ser essencialmente funcional,ligado diretamente a elas. É preciso saber que ele enxerga o mundo de uma forma diferente, mas vive no nosso próprio mundo. Foram abordados conteúdos e informações necessárias para que os profissionais da área da educação tenham condições de reconhecer uma criança autista e encaminhar aos profissionais responsáveis para diagnosticar o autismo. Após toda esta explanação, fica claro para o profissional que trabalha numa escola e que recebe uma criança já diagnosticada com autismo, o desafio grande a ser superado. Como se vimos ao longo do que foi abordado no texto, a parceria entre família –escola – profissional competente é de fundamental importância para o progresso de uma criança autista. REFERÊNCIAS _______.Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. (1999). Política Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência. ASSUNPÇÃO, F.B. Jr. Transtornos Invasivos do Desenvolvimento Infantil, Lemos Editora e Gráficos Ltda. São Paulo, 1997. AUTISMO BRASIL SITE Disponível em: Acesso em: 02 maio 2014. BANKS, Leite L. (Org.), Piaget e a Escola de Genebra, São Paulo, Editora Cortez. 1987. BEREOHFF, Ana Maria P. Autismo, uma visão multidisciplinar. São Paulo: GEPAPI, 1991 s/pág. BRASIL. (2008). Secretaria de Educação. Fundamentais Parâmetros Curriculares Nacionais. Pluralidade Cultural e Orientação Sexual, vl 10. Brasília. CAVALCANTE, Meire. Inclusão: A sociedade em busca de mais tolerância. Nova Escola, São Paulo, n. 196, p. 164, out 2006. GAUDERER, E. Christian, Autismo – Década de 80. Uma atualização para os que atuam na área: do especialista aos pais, Ed. Almed, 2ª edição, 1987 PEETERS, Theo, Autismo: Entendimento Teórico e Intervenção Educacional, Rio de Janeiro, Editora Cultura Médica, 1998.
	GLOSSÃRIO
AUTISMO – deriva da palavra grega ¨autôs¨, que significa ¨de si mesmo¨, ou seja, quer dizer: estado caracterizado pela tendência a alhear-se do mundo exterior e ensimesmar-se , estar voltado a si mesmo.
Alguns relatos de mães
Tive uma gravidez complicada.
Meu parto foi fórceps, um menino de aparência saudável, desenvolvimento normal até um ano e meio, apresentou então hipotonia, ficava com a boca um pouco aberta.
Mas quando entrou na escola começou a ter dificuldade em obedecer, aprender o alfabeto, seguir regras. Falavam com ele e ele parecia não ouvir.
Na escola me orientaram a procurar um neurologista e uma psicóloga, que diagnosticou déficit de atenção e hiperatividade.
Na sétima série ele começou a ser alfabetizado, começou a falar corretamente, mas ele tinha muita dificuldade em se relacionar com os colegas.
Tomava medicamento para se acalmar, por volta dos doze anos começou a desmaiar na escola, o médico disse que ele estava se convulsionando.
Na escola eles estavam analisando comportamento e me pediram para perguntar ao médico a possibilidade de ele ser autista. 
Pra mim isso foi um choque, mas foi uma luz no final do túnel, fiz os exames e respondi um relatório, tivemos o resultado.
A psicóloga pediu para ele pesquisar sobre o assunto e ele ao pesquisar se preocupou e não queria que as pessoas soubessem.
Mas começou a se dedicar mais aos estudos, tem desejo de morar fora do país, começou a estudar línguas sozinho.
Hoje com 19 anos fala espanhol, um pouco de italiano, alemão e chinês.
Passou na ETEC, se classificou no Instituto federal.
Hoje ele não faz uso de medicamentos, mantem controle na conversa, faz vários cursos, manipula computadores, programas, monta sites, tudo que ele gosta ele pesquisa e sabe muita coisa que nem imagino, fica até difícil de eu acompanhar o raciocínio dele.
Ainda tem dificuldade com a socialização.
Me deu muito trabalho, hoje me do muito orgulho.
Mãe 2
Gestação normal, planejada e muito aguardada, nasceu grande e forte, desenvolvimento normal até um ano e pouco. Depois de um ano e oito meses, começou a parar de falar, demos início então tratamento com a fono. Nessa época ele começou a apresentar comportamentos diferentes, dificuldade em dormir, não sentia dor ao cair, atração por agua, apego a objetos incomuns, rotinas programadas, não entendia regras, não tinha medo de ser atropelado, medo de joaninhas, (tem até hoje).
Aos tres anos fomos encaminhados ao neuro e em quinze minutos o diagnóstico, autista.
DEPOIMENTO SOBRE ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇA COM TGD – TRANSTORNO GLOBAL DO DESENVOLVIMENTO – DENTRO DO ESPECTRO AUTISTA LEVE
Qual é o tamanho do amor que você é capaz de sentir?
O tamanho não é a melhor medida pra entende-lo.
O tempo é a melhor forma de explica-lo.
Basta amar uma vez para o amor não ter fim.
Estava vendo no facebook watch esses dias um vídeo de um jovem autista, Kodi Lee, se apresentando no America’s got talent.
Ele com dificuldades de fala, quando começa a tocar piano e a cantar mexe com os sentimentos dos mais desalmados, hahaha.
Foi quando me ocorreu um pensamento, e logo tasquei essa pergunta a meu filho Teodoro, que está dentro do espectro autista leve com Transtorno Global do Desenvolvimento... e ele me respondeu...
Eu te amo infinito.
O infinito é uma forma de tempo.
Quando casei, minha lua de mel foi nos alpes suíços, nos castelos franceses e na Itália; Roma e Vaticano, pois sou católico, e por coincidência era 26º aniversário de Papado de João Paulo II naquele domingo que estava lá... e foi o último aniversário de papado de João Paulo que logo viria a falecer. 
Minha ex esposa ficou grávida no segundo mês de casamento.
Namoramos por 12 anos e nunca tínhamos passado por nenhum apuro.
Não casamos grávidos, mas foi casar e descobrirmos que fora dos planos iniciais, a benção tinha vindo.
Ele viria pra julho e meu pai, falecido 3 anos antes fazia aniversário em Julho, dia 18.
Eu pensava, se nascer dia 18 eu dou o nome de Geraldo Ricotta Neto. Afinal, meu pai Geraldo Ricotta, eu filho, Geraldo Ricotta Júnior, se tivesse essa coincidência seria Neto! Minha ex nunca gostou da idéia.
Então fomos a três possíveis nomes, Teodoro; Enrico ou João Pedro.
Teodoro era o preferido.
E em sonho ele veio pra mim e me pediu pra negociar com minha ex esposa que queria ser Neto. Eu negociei em sonho com ele que ela não iria querer.
Ele falou, se não der pra ser, que seja Teodoro que é o nome de um Papa.
Nesse meio tempo, João Paulo II faleceu, e vendo Sandra Anenberg na tv falando da página do Vaticano sobre a escolha do novo papa, resolvi pesquisar se havia algum papa chamado Teodoro, e minha surpresa foi que houveram apenas 2, por volta do século 4 quando houve transformações gigantescas na igreja. Até essa época padres podiam casar por exemplo.
Resolvi pesquisar o significado do nome Teodoro e pra minha surpresa, significa:
Presente de Deus.
Teodoro foi muito aguardado e nasceu muito amado.
Aos poucos, vimos que tinha dificuldade de emitir sons e de escutar quando o chamávamos.
O tempo foi passando e víamos que não falava.
Dificuldades de fala é o primeiro sintoma.
Com 2 anos e meio ele ganhou no natal um notebook de brinquedo da minha mãe; muito atento a tudo ele amou, porque eu tinha o meu e ele adorava sentar no meu colo e apertar as teclas.
Acontece que esse notebook tinha joguinhos e falava com a criança e emitia os sons das letras apertadas. E ele foi brincando e brincando cada dia mais.
Ele entrou na escola, e as diferenças com outras crianças começaram a aparecer.
Depois de 6 meses de escola fomos chamados a procurar uma fonoaudióloga.
Todo mundo manda primeiro vc procurar uma fono.
Economize tempo, investigue mais.
Os resultados pequenos apareceram. Mas foi preciso uma palestra com uma psiquiatra na escola pra eu tomar coragem e no final da apresentação procura-la pra perguntar o que poderia estar acontecendo com Teodoro. Ela me disse... a fala é o primeiro sinal.
E lá fomos nós começar um tratamento com 3 sessões semanais de psicanálise com a psiquiatra que durou 10 anos.
Triste saber que muitos pais não puderam ou não podem fazer o investimento que eu fiz, só posso agradecer a Deus por isso, mas me entristece saber que esse acesso não é possível a todos, perdemos muitos talentos com isso.
Na escola as professoras o adoravam mas nunca acreditaram no seu potencial.
Um certo dia Teodoro foi a lousa, com menos de 3 anos; não falava quase nada; pegou o giz e escreveu Jo na lousa, o nome da professora. Espanto geral, a professora pediu pra escrever Van, de Vanessa, a assistente, ele escreveu VAN.
Quando foram nos comunicar, falaram que ele tinha decorado.
Todo mundo dúvida o tempo todo da capacidade de um AUTISTA
Teodoro tinha dificuldades de fazer coisas simples, mas com 3 anos mexia em planilhas de EXEL e escrevia no Word, isso nos deixava confuso.
Duvidávamos em alguma medida do tratamento, ele nunca tinha tomado medicação.
Procuramos outro especialista pra dar outro diagnóstico.
Ele informou que o tratamento estavacorreto, que ele era as vezes como uma Ferrari em carcaça de fusca, com tanta potência sai desgovernado, e tem horas que era como fusca em carcaça de Ferrari, faltava motor. Pra ficarmos tranquilos que era assim mesmo, mas que grandes Procuradores, Juízes, Médicos sofrem em algum grau do autismo.
Motor de Ferrari num Fusca e as vezes motor de Fusca numa Ferrari - isso é uma criança AUTISTA
Esse especialista nos disse que o tratamento estava correto, que era trabalho clínico (psicanálise) mas que com 5 anos gostaria de dar uma medicação a ele.
Nunca mais voltamos.
Ritalina ou qualquer outra medicação não deve ser a base do tratamento. Sessões de psicanálise, paciência, mas muita paciência e muito amor é o caminho.
Chegando ao primeiro ano, Teodoro era a única criança que sabia escrever numa escola normal, a única que mexia em computadores e sabia fazer planilhas, mas ainda deixava coisas simples pra trás.
Com o tempo o tratamento foi dando resultado, hoje ele é considerado uma criança levemente infantilizada perante as outras de mesma idade, ele tem 14 anos e meio hoje.
Suas aptidões são raciocínio lógico, números e datas, estratégia e é um programador neuro-linguístico de primeira. Apaixonado por futebol, sabe o nome de todos os jogadores dos campeonatos, seus números nas camisas e quais times jogou antes do time atual, por quanto foi negociado e times que passou. Discute estratégias de formação de equipes com adultos e geralmente os deixa de boca aberta pois não conseguem manter a discussão por mais de duas perguntas, ele sempre sabe tudo e sempre sabe mais.

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