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O autismo na educação infantil

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O AUTISMO E SEUS DESAFIOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
Resumo 
O presente texto apresenta o tema autismo e seus desafios na educação infantil, mostrando 
a diferença entre integração e inclusão e a importância da capacitação de profissionais na 
área da educação. A escolha do tema inicia-se pela necessidade de transmitir informações 
que auxilie professores a lidar com este transtorno. A pesquisa é de cunho qualitativo com 
estudo de caso onde para alcançar os objetivos estudou-se um aluno autista incluído numa 
escola particular. No embasamento teórico destacam-se durante a pesquisa a evolução do 
aprendizado do aluno e de sua professora. 
Palavras-chave: autismo, educação, inclusão 
 
Introdução 
O Brasil está atualmente passando por reformulações a fim de propiciar a inclusão 
de crianças portadoras de necessidades especiais em escolas públicas e particulares, para 
que isso ocorra, às instituições estão buscando alternativas com profissionais capacitados 
e de acordo com as leis vigentes para que as crianças portadoras de necessidades especiais 
possam ter seu desenvolvimento cognitivo, físico, social, assim como os seus direitos 
garantidos. Infelizmente, não são todas as instituições que atendem as expectativas das 
crianças e de seus responsáveis, acabando por não realizar a inclusão, seja pelo espaço 
não adaptado, pelo profissional não capacitado ou até mesmo por falta de informações 
sobre como incluir uma criança com necessidade especial na educação infantil. 
Esse trabalho acadêmico visa destacar o Autismo ou Transtorno do Espectro 
Autista (TEA) em crianças que se isolam do mundo e não gostam de proximidade, e como 
os profissionais precisam estar capacitados para entender o “mundinho” deles. Caso 
contrário, tais crianças podem apresentar agressividade por sentirem que não estão 
correspondendo ao esperado pelo professor, pelos outros alunos ou por qualquer outro 
motivo como agitação da turma, barulhos, cheiros, entre outras coisas que para nós é 
muito normal, porém pode ser extremamente incomoda e irritante para eles. 
Justificativa 
 
Meu estímulo para a realização de um trabalho acadêmico sobre “O autismo e 
seus desafios na educação infantil”, se deve ao fato de ter tido em minha turma do 
maternal I, crianças entre dois e três anos, um aluno autista. Sendo que no inicio do ano 
letivo o aluno que chamarei de Paulo não tinha laudo e/ou avaliação do seu transtorno e 
eu como professora, não entendia seu comportamento, ora agressivo e ora isolado, falava 
apenas três palavras, chorava muito, se jogava no chão e batia a cabeça. 
Eu não conhecia o autismo e como consequência não entendia o comportamento 
do meu aluno, mas sabia que ele era especial. No decorrer do ano a psicóloga me pediu 
um relatório e no 3º bimestre veio o laudo de que Paulo é autista. Percebi que não sabia 
como trabalhar com aquela situação e que nesse caso, eu não tinha a informação do seu 
transtorno desde o começo do ano letivo. 
Paulo era uma criança inteligente, sabia cores, letras e números. Mas tinha uma 
“linguagem” limitada e um comportamento diferente dos demais alunos. Uma criança 
com necessidade especial matriculada em uma escola de ensino regular sem uma 
professora qualificada não é inclusão. Neste caso, a socialização e a adaptação não são 
realizadas causando assim um desconforto e uma exclusão para o aluno que não entende 
o que esperam dele e não consegue fazer com que os outros o entenda. 
 Iniciei um trabalho de pesquisa em páginas na internet para aprender a trabalhar 
com uma criança autista, que foi de extrema importância tanto para a criança quanto para 
mim, foi onde optei por fazer uma pós-graduação em Psicopedagogia para adquirir mais 
conhecimento e estar mais preparada para as diversas situações que podem ocorrer 
durante a prática pedagógica. 
 Ao analisar o dia a dia na sala de aula, levando em consideração que o aluno está 
matriculado em uma escola particular de horário integral e é cuidado por vários 
profissionais ao longo do dia, passando por vários espaços e convivendo com muitas 
crianças e não somente crianças que fazem parte de sua turma. 
Procuro assim, com este trabalho, trazer objetivos, analisando e destacando a 
inclusão da criança com necessidades especiais, principalmente o autista, de acordo com 
as leis vigentes e as teorias sobre o assunto. 
 
 
 
Metodologia de pesquisa 
 
Esta pesquisa foi realizada numa escola particular de educação infantil onde uma 
criança autista foi matriculada no maternal I com dois anos completos e sem qualquer 
diagnóstico em uma escola em tempo integral onde ele era o único da turma que se 
apresentava diferente dos demais. 
Para que o estudo fosse realizado foi utilizada observação diária da criança e 
realização de relatórios, pois o professor/pesquisador vivenciou e participou da rotina 
juntamente com a mãe do aluno observado de modo a colaborar para o desenvolvimento 
da criança autista. 
Complementando este estudo também foi utilizada uma pesquisa bibliográfica, 
pesquisa sobre o comportamento autístico e atividades para seu desenvolvimento e 
adaptação da turma a uma nova rotina. 
 
Descrição do aluno autista 
 
A escola é particular, matricula desde bebês com quatro meses no berçário I até 
crianças com cinco anos no pré II, assim sendo, a mesma apresenta o formato de uma 
creche de horário integral. 
Chamaremos de Paulo o aluno observado, para preservar sua identidade, foi 
matriculado durante as férias da escolaridade e assim permanecendo em horário integral. 
As informações passadas foram que Paulo chorava muito e batia com sua cabeça no chão, 
ninguém entendia os motivos que levava Paulo a ter esse tipo de comportamento, logo 
ficou nítido que Paulo não estava se adaptando ao ambiente ou algo o estava 
incomodando. 
Chegou o início do ano letivo, no primeiro dia foi bem complicado, pois Paulo 
tinha resistência em entrar na sala de aula, entendemos isso como um comportamento 
normal, afinal, no primeiro dia de aula praticamente todas as crianças da turma choram 
muito. Os dias se passaram, as crianças foram se adaptando menos Paulo que continuava 
resistente em entrar na sala de aula, ele sempre batia a cabeça no chão e/ou puxava os 
cabelos das meninas e chorava muito. 
A coordenadora resolveu fazer um teste e pediu para que Paulo não fosse acordado 
e que esperasse ele acordar sozinho. Assim, foi feito e para nossa surpresa ele acordou 
calmo e entrou na sala sem resistência. 
Foi um período muito complicado para todos nós, a única atividade que fazia 
Paulo se distrair e ficar calmo eram as pecinhas de encaixe coloridas que havia na sala 
onde ele não as usava para encaixe que era o objetivo do brinquedo e sim para separar 
por cor e enfileira-los. 
A linguagem de Paulo limitava-se a três palavras: Papi (papai), mami (mamãe) e 
caca (não descobrimos o significado), mas sempre muito esperto sabia as cores, os 
números e as letras. Outro ponto intrigante era que todos os dias às 16 h Paulo queria sair 
da sala. A pergunta era: Como ele sabia o horário? Afinal, todos os dias no mesmo horário 
ele queria abrir a porta e sair e nós não entendíamos o que ele queria fazer do lado de fora 
da sala. 
Durante o ano a psicóloga pediu um relatório e depois das férias veio o diagnóstico 
de autismo. Foi onde então comecei a pesquisar o que era o autismo e como trabalhar 
com a criança autista. O primeiro texto que li foi “Dez coisas que toda criança com 
autismo gostaria que você soubesse” de Ellen Nottonhn, e foi com esse texto que pude 
esclarecer muitas dúvidas e me apresentou o autismo realmente, e foi quando eu entendi 
por que meu aluno queria sair da sala exatamente às 16 h, afinal esse é o horário que a 
janta fica pronta, então comecei a dar um lanche a ele neste horário e o mesmo ficava 
calmo. 
 Iniciei atividades para ele que incluísse a turma para que todos pudessem 
participar: 
• na salacoloquei plaquinhas com a rotina da turma e eram alteradas de 
acordo com as atividades do dia; 
 
 
 
 
 
 
 
• Paulo gostava muito de brincar com garrafa pet colorida com papel 
crepom, alinhava as garrafas, derrubava e começava novamente; 
 
 
 
 
 
 
 
1.1 Objetivos gerais: 
 
Difundir formas de inclusão de crianças com transtorno do espectro autista na 
educação infantil. 
 
1.2. Objetivos específicos: 
 
• Conhecer a história do Autismo; 
• Relatar as características do TEA; 
• Analisar o comportamento de um autista numa instituição escolar; 
• Distinguir integração de inclusão; 
• Registrar a importância da união da família e escola no processo de integração. 
 
A história do Autismo 
 
Léo Kanner 
 
O primeiro médico psiquiatra falar de autismo foi Leo Kanner em 1943, que 
observou onze crianças e escreveu o artigo “Os transtornos autistas do contato afetivo”. 
Durantes essas observações tiveram peculiaridades das dificuldades das interações 
sociais, boa memória, sensibilidade aos estímulos, alergias aos alimentos, ecolalia, entre 
outras. 
É importante acentuar que na década de 60 esse médico falou sobre o conceito de 
“mães geladeira”. Pois, o autismo foi considerado um transtorno emocional onde os pais 
seriam incapazes de oferecer amor suficiente para seus filhos, pouco contato afetivo e 
como consequência as crianças sofreriam graves alterações no desenvolvimento. Essa 
hipótese não tinha comprovação empírica, portanto esse conceito se mostrou falso. 
 
 
 
Hans Asperger 
 
Hans Asperger médico vienense, pouco tempo depois de Kanner publicou suas 
observações feitas com mais de 400 crianças em 1944: “A psicopatia autista na infância”. 
As observações de Aspeger foram publicadas em alemão, e como Kanner e Asperger não 
se conheciam isso colaborou por mais um tempo de obscurantismo sobre o autismo, até 
a década de 80. 
 
Lorna Wing 
 
Na década de 60, a psiquiatra Lorna Wing descreveu os sintomas do autismo: 
Dificuldade de socialização, dificuldade de comunicação e interesses restritos e 
estereotipados. A intenção da divulgação dos sintomas é mostrar que toda pessoa que 
apresentar essas características podendo ser com mais ou menos intensidades faz parte do 
espectro autista. 
Lorna Wing tinha uma filha autista com quadro que foi nomeado como Síndrome 
de Aspeger (são autistas que não apresentam grave atraso na aquisição da linguagem e/ou 
aptidões cognitivas). 
 
Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais (DSM) IV 
 
Então, em 1994 no DSM VI veio à definição do autismo já com a tríade de dificuldade 
de socialização, dificuldade de comunicação e interesses restritos e estereotipados e com 
várias possibilidades de classificação como: 
 
• Síndrome de Rett; 
• Transtorno ou Síndrome de Aspeger; 
• Transtorno Desintegrativo da Infância; 
• Transtorno Invasivo do Desenvolvimento; 
 
Na última versão do DSM (V), em 2013 ficou definido como Transtorno do 
Espectro Autista (TEA) ou Perturbação do Espectro Autista (PEA) todas as pessoas que 
apresentar as características da tríade terão seu diagnóstico de autista. 
Características do Transtorno do Espectro Autista (TEA) 
 
Hoje o autismo é muito falado, mas as dúvidas ainda são muitas e são poucos os 
profissionais capacitados para diagnosticar o TEA. 
Durante toda a gravidez o bebê é muito esperado, existe uma expectativa para 
descobrir o sexo, fazer o enxoval e o nascimento. 
Após o parto, os pais cuidam do seu filho, dão muito amor e carinho e o bebê 
sente-se acolhido. A cada dia a criança realiza alguma nova ação como andar e falar e 
cria-se uma disputa se falará “mamãe” ou “papai” primeiro e quando dará o primeiro 
passinho. 
Mas quando não acontece o que se espera que uma criança faça? Por isso é 
importante acompanhar o marco do desenvolvimento para observar se há algum atraso 
no desenvolvimento infantil principalmente na primeira infância. 
O autismo é um transtorno global do desenvolvimento infantil onde as 
características podem surgir antes dos três anos e permanece durante toda a vida. 
Quanto mais cedo for diagnosticado o TEA maior a chance de tratar e estimular o 
desenvolvimento da criança. O autismo não se agrava, mas o desenvolvimento segue uma 
ordem cronológica e caso a criança não se desenvolva em algum aspecto, a próxima etapa 
também não será desenvolvida. 
As áreas prejudicadas são as habilidades sociais, comunicação verbal e não verbal 
e as inadequações sociais. Esses são os sintomas que formam a tríade do Transtorno do 
Espectro Autista. 
 
Analisando a tríade 
 
• Habilidade social: O ser humano desde bebê já socializa, o 
primeiro grupo do qual se faz parte é o familiar, depois tem o escolar, a 
religião, a criança procura fazer amigos e na adolescência quer participar de 
um grupo, ser líder, é assim que se aprendem as regras de convivência em 
sociedade e com o tempo tem o grupo social e como consequência o grupo 
profissional e nesse contexto tem os relacionamentos afetivos, casamentos e 
filhos. 
O autista tem dificuldades de socialização. Alguns com níveis mais 
severos e outros com níveis mais sutis. E as crianças com níveis mais sutis 
acabam passando despercebidas, algumas são tidas como “tímidas” outras 
como “nerds”, mas essas crianças na verdade tem traço do espectro autista que 
está mascarado por ter uma nuance muito sutil. Enquanto crianças com níveis 
mais severos são percebidos com mais rapidez. 
O autista ainda tem a imagem estigmatizada de uma criança sentada 
que só olha para as próprias mãos, ficam se mexendo, fazendo movimentos 
estereotipados e esse comportamento sutil acabou por se tornar um desafio 
para os profissionais tanto da saúde quanto da educação e até mesmo para seus 
próprios pais. 
 
• Dificuldade de comunicação: Em plena era digital, era da 
comunicação rápida com celular, computador, tablets, televisão, entre tantas 
formas de se comunicar, para os autistas a comunicação é bem mais difícil, 
tanto na linguagem verbal que é a escrita, quanto na linguagem não verbal 
que podem ser símbolos ou sinais como placas; sinais corporais, expressão 
facial, um sorriso, uma careta, por exemplo, as cores de um semáforo, uma 
placa de silêncio num hospital ou até mesmo uma placa de trânsito 
indicando a velocidade máxima permitida. 
Quando bebê, o cérebro capta as informações através dos cinco 
sentidos: tato, olfato, paladar, visão e audição, sendo assim realizada a 
aquisição da aprendizagem. O bebê se comunica pelo choro, balbucio, sorriso 
e interagem com os pais ou cuidadores, com isso, desde cedo ele aprende a se 
comunicar por expressões faciais, corporais e com os tempos verbais. 
No caso de crianças autistas o sorriso da mãe não causa tanto efeito, 
como a troca de olhares entre mãe e filho durante a amamentação. 
Tem crianças autistas com dois anos de idade que falam poucas 
palavras e não formam frases e nessa fase aumenta a preocupação dos pais, 
outras conseguem pronunciar palavras perfeitas e tem casos que nem 
respondem quando são chamadas, parece não ouvir. 
Quando os pais conversam com o pediatra e através de exames é 
excluída a possibilidade de uma deficiência auditiva, dá certo alivio aos pais 
que em seguida, é encaminhado ao fonoaudiólogo. Onde novamente começa 
outra aflição sobre o desenvolvimento da linguagem que está com um atraso. 
Por isso os pais devem ser persistentes em estimular para desenvolver a 
linguagem. Pois, crianças com sintomas autísticos não contam como foi o dia, 
com quem brincaram ou que fizeram. 
 
• Interesses restritos e estereotipados: O autista não segue um 
padrão de comportamento, todos nós seguimos comportamentos de acordo 
com a cultura em que estamos inseridos, mas para o autista não é assim, não 
existe um padrão definido. 
Para alguns que são mais agitados correr, saltar, pular é algo comum 
no dia a dia são movimentos realizadossempre da mesma forma, parecem 
não seguir ordens, não ouvir. É sempre como eles querem. Muitas vezes os 
responsáveis acham que a criança tem hiperatividade quando na verdade é 
autismo, confundem a agitação. 
Para outros o interesse por algum assunto é o que mais chama atenção, 
ficam conhecidos como “geniozinho”. Pois sabem tudo de um determinado 
assunto. Nesses casos a criança está muito restrita a um assunto e não se 
interessa por outros temas. 
Uma pessoa considerada “normal” consegue controlar sua vontade de 
terminar de estudar sobre um determinado assunto e assim, pode dividir sua 
atenção para outras atividades. Para um portador de TEA é muito difícil 
dividir sua atenção em várias atividades e esse comportamento trará um 
prejuízo em outras áreas na sua vida. 
Há casos ainda de muito apego a rotina. Querer que todos os dias 
sejam iguais, querem usar a mesma roupa, comer a mesma comida, fazer as 
mesmas atividades, assistir os mesmos programas ou desenhos, ou seja, 
seguir uma rígida rotina que dificulta a programação de uma família. 
Por viverem no seu “mundinho” muitas vezes não entendem por que 
estão sendo repreendidos ou por que o mundo parece tão abstrato já que eles 
entendem mais o concreto. 
 
 
 
 
 
Integração x Inclusão 
 
A escola inclusiva é aquela que dá toda assistência aos alunos matriculados para 
que possam se desenvolver já que por muito tempo ao longo da história foram excluídos 
pela sociedade e que agora depois de muitas lutas tem seus direitos reconhecidos. 
Dentre os grupos minoritários estão os alunos com necessidades educacionais 
especiais que por muito tempo foram culpados por não aprenderem. 
É cultural da escola, culpar o próprio aluno e mais fácil mantê-lo em instituições 
especializadas ao invés de se reestruturar, resignificar, trazer profissionais capacitados. 
Pois a questão da inclusão está em adaptar a escola ao aluno e não inverso. 
Na proposta da escola inclusiva o aluno não tem como se adaptar sozinho e muitas 
vezes dependem de um apoio especializado, sem contar que a escola tem que ter 
profissionais treinados para atender essa demanda e ainda esclarecer os outros alunos que 
todos têm o mesmo direito de aprendizado e convivência social sem discriminação. 
O principal marco histórico que trata da inclusão foi a Declaração de Salamanca 
da Espanha realizada em 1994, onde a principal questão tratada é a inclusão de crianças, 
jovens e adultos no ensino regular. 
Sendo assim para a escola ser inclusiva é necessário rever seu currículo, organizar 
pedagogicamente, capacitar os profissionais, adaptar o espaço e trabalhar a aprendizagem 
num todo onde o aluno terá apoio especializado e não apenas matricular o aluno especial 
em salas comuns. 
 
 
Conclusão 
 
Durante toda a pesquisa e aprendizado, notamos o quão pouco sabemos sobre o 
tema citado e convidamos assim a outras pessoas interessadas a de debruçar sobre o tema, 
visto que essa será a realidade educacional daqui a alguns anos, já que é natural a 
humanidade marchar para inclusão e respeito ao outro, com suas próprias características, 
dificuldades e facilidades da convivência social. 
Percebi que pesquisar era pouco, eu preciso de mais informações, Paulo precisa 
de mais integração com a turma e a turma com ele, foi onde decidi pela pós-graduação 
em Psicopedagogia, a turma precisa conhecer Paulo como igual, porém com suas 
peculiaridades. 
Não pretendemos aqui esgotar o tema ou ensinar profundamente sobre a 
dificuldade que pais, alunos e profissionais encontram pela falta de informação e 
preparação para receber, entender e incluir os que são diferentes de nós, mas afinal, se 
olharmos direitinho, ninguém é igual a ninguém e nem deveria ser, nem mesmo na escola. 
Hoje, Paulo permanece fazendo acompanhamento e continua na escola. Evoluiu 
muito, seu vocabulário é bem amplo, interage tanto com os alunos como também com as 
professoras e auxiliares, responde quando chamado pelo nome. Foi uma tarefa árdua, mas 
no final, todos aprenderam com Paulo como podemos ser diferentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências: 
 
BARLOW, David H.; DURAND, V. Mark; Psicopatologia: Uma abordagem 
integrada; 4ª Ed.; p. 600 - 610; Cengage; 2008 
 
BRITO, Jose F. B. de; CUNHA, Patrícia; A Educação Especial na Perspectiva da 
Inclusão Escolar: Transtornos Globais do Desenvolvimento; Ministério da Educação; 
Secretaria de Educação Especial; Universidade do Ceará; Brasília, 2010 
 
Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM V; American 
Psychatric Association; 5ª Ed.; Artmed 
 
NOTTOHM, Ellen; tradução SIMON, Andréa; Dez coisas que toda criança com 
autismo gostaria que você soubesse; em: https://www.appda-
norte.org.pt/docs/autismo/dez_coisas_que_toda_crianca_com_autismo_gostaria_que_vo
ce_soubesse.pdf 
 
SILVA, Ana B. B.; GAIATO, Mayra B.; REVELES, Leandro T.; Mundo Singular : 
Entenda o Autismo; Fontanar; 2012 
 
TEODORO, Wagner L. G; O desenvolvimento Infantil de 0 a 6 e a vida pré-escolar; 
Uberlândia; 2013 
 
Videos: 
 
GAIATO, Mayra B.: A história do Autismo. Como chegamos aos sintomas de TEA, 
em: https://youtu.be/JwxmY6bQ0ik acessado em 28 de setembro de 2018 
 
GAIATO, Mayra B.; Níveis de gravidade e os principais sintomas do autismo. em: 
https://youtu.be/AXOdHF3MBNM acessado em 30 de setembro de 2018 
 
 
https://www.appda-norte.org.pt/docs/autismo/dez_coisas_que_toda_crianca_com_autismo_gostaria_que_voce_soubesse.pdf
https://www.appda-norte.org.pt/docs/autismo/dez_coisas_que_toda_crianca_com_autismo_gostaria_que_voce_soubesse.pdf
https://www.appda-norte.org.pt/docs/autismo/dez_coisas_que_toda_crianca_com_autismo_gostaria_que_voce_soubesse.pdf
https://youtu.be/JwxmY6bQ0ik
https://youtu.be/AXOdHF3MBNM

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