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IMPACTOS AMBIENTAIS GERADOS POR RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

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CENTRO UNIVERSITÁRIO NOSSA
SENHORA DO PATROCÍNIO
PÓS GRADUAÇÃO EM CÁLCULO ESTRUTURAL
IMPACTOS AMBIENTAIS GERADOS 
POR RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXx
2021
10
CENTRO UNIVERSITÁRIO NOSSA
SENHORA DO PATROCÍNIO
PÓS GRADUAÇÃO EM CÁLCULO ESTRUTURAL
IMPACTOS AMBIENTAIS GERADOS 
POR RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL
 
2021
10
15
DEDICATÓRIA
Agradeço а Deus, pois sem Ele não teria forças para essa longa jornada. Agradecemos aos meus professores е аоs meus colegas qυе ajudaram na conclusão deste trabalho de conclusão de curso.
AGRADECIMENTOS
Palavras de agradecimentos não podem expressar a completa satisfação que desejo demonstrar a todos àqueles que apoiaram, seja de forma indireta com uma carona para chegar mais cedo e poder estudar antes das provas, seja diretamente explicando o passo a passo para a conclusão de um exercício, aos familiares que desejaram sorte e força de vontade a cada dia, aos amigos que sabem dos compromissos que temos com os livros e calculadoras e nos incentivam a continuar, e até mesmo de onde menos esperamos com parentes distantes, colegas de trabalho, amigos dos nossos amigos com palavras que serviram como fonte de energia, em momentos em que atitudes se tornaram, como em um experimento. Uma nova substância capaz de mover inexplicavelmente algo dentro de nossos corpos e almas que incentivava a essa longa caminhada que parecia cada vez mais inalcançável, e que hoje, encontra-se cada vez mais perto de chegar. O real objetivo mesmo sendo alcançado há muito tempo atrás, ainda não foi alcançado por completo e nunca será objetivo final, pois a busca por conhecimento nunca pode se esgotar.
Para concluir, agradecemos aos nossos professores que dedicam suas vidas em passar a diante o conhecimento que tanto lutaram para obter. Obrigado professores não apenas por fazerem parte dessa caminhada, mas por caminharem sempre conosco. Aos nossos colegas da turma da Pós-Graduação em Cálculo Estrutural do Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio.
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXxx. “Impactos Ambientais gerados por resíduos da construção civil”. Projeto de Pesquisa de Artigo Científico de Conclusão de Curso. Curso de Pós-graduação em Cálculo Estrutural. Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio. 2021.
RESUMO
O setor da construção civil ocupa posição de grande destaque no Brasil tanto na economia quanto no setor imobiliário. Porém apresenta um forte gerador de resíduos que impactam o meio ambiente. Essas áreas que recebem esses resíduos continuam em destaque causando danos as populações das proximidades vizinhas. É inevitável desenvolver cada vez mais atividades e processos conscientes que transformem esses “entulhos” em alternativas recicláveis e sustentáveis que objetivem uma harmonia saudável entre o desenvolvimento do setor com o meio ambiente, com seus rios, matas, qualidade do ar e tudo àquilo que seja inevitável a saúde do planeta. Esse trabalho procura demonstrar como o resíduo do setor da construção civil e seus impactos ambientais e do consumo de recursos naturais podem e devem cada vez mais receber investimentos sustentáveis para caminharem juntos, minimizando seus impactos gerados no meio no qual todos estamos inseridos.
Palavras Chave: Resíduos, Meio Ambiente, Sustentabilidade.
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX“Impactos Ambientais gerados por resíduos da construção civil”. Projeto de Pesquisa de Artigo Científico de Conclusão de Curso. Curso de Pós-graduação em Cálculo Estrutural. Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio. 2021.
ABSTRACT
The civil construction sector occupies a prominent position in Brazil, both in the economy and in the real estate sector. However, it presents a strong waste generator that impacts the environment. Those areas that receive this waste continue to be highlighted causing damage to the populations of the neighboring areas. It is inevitable to develop more and more conscious activities and processes that transform these “rubble” into recyclable and sustainable alternatives that aim at a healthy harmony between the development of the sector with the environment, with its rivers, forests, air quality and everything that is inevitable the health of the planet. This work seeks to demonstrate how the waste from the civil construction sector and its environmental impacts and the consumption of natural resources can and should increasingly receive sustainable investments to go together, minimizing their impacts on the environment in which we are all inserted.
Keywords: Waste, Environment, Sustainability.
INTRODUÇÃO
	O atual modelo capitalista e econômico no qual estamos inseridos atualmente, não só aqui no Brasil como em diversos países pelo mundo, é responsável pela exploração, alucinante as vezes, dos recursos naturais disponíveis e dispostos a atender diversos setores que se deslumbram para atingir aquilo que querem. Infelizmente, em muitos casos, não se preocupar com possíveis resíduos tóxicos que podem contaminar o meio ambiente. Muitos se preocupam em delimitar até que ponto o desenvolvimento exploratório é válido. Projetar e implementar estratégias adequadas para promover um desenvolvimento socioeconômico com atitudes justas, positivas e com respeito à igualdade do direito de todos, expressão batizada como desenvolvimento sustentável ou eco desenvolvimento (SACHS 1993, p. 30).
	Todo Resíduo da construção civil deve ser descartada da maneira correta, onde os mesmos podem ser constituídos de matéria prima e ser reutilizados em outras etapas construtivas contribuindo para a redução do desperdício e a redução dos impactos ambientais que podem gerar. Descartados incorretamente, podem causam impactos ambientais, tanto ao meio físico (poluição do solo, ar e água), biótico e antrópico (impacto à vizinhança e sociedade, através de incômodos visuais e até na dificuldade de trafegar em vias públicas). 
Para Bernardes et al. (2008), o primeiro passo a ser tomado é nos canteiros de obras. Diagnósticos, análises e levantamentos de dados já realizados, identificaram que a atitude nestes locais, ou a falta deles, é que acabam gerando os Resíduos descartados incorretamente no meio ambiente, desde uma simples reforma numa casa de bairro residencial, como até em grandes obras de prédios e construções de rodovias, pontes, loteamentos residenciais etc. 
Devido ao crescente do desenvolvimento urbano, crescimento populacional, em certas regiões sem controle e a falta de demanda de adoções políticas específicas por parte do poder público, gera o descarte irregular dos resíduos de construção, chamados popularmente de entulhos, em locais inadequados, como terrenos baldios, áreas periféricas e de preservação ambiental.
Esses entulhos descartados pela construção civil como concreto, metais, papéis, argamassas, madeiras, tijolos, pedras, entre outros, são classificados através da Resolução CONAMA no 307 (2002) em 04 classes, sendo:
Classe A, que consiste em resíduos recicláveis em forma de agregados de construções, demolições, reformas e reparos de pavimentação, obras de infraestrutura e de terraplanagem. Também em reformas e reparos de edificações com o uso de cerâmicos do tipo tijolos, blocos, telhas, pisos, azulejos, pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, canaletas, manilhas, entre outros), produzidos em canteiros de obras. Na Classe B, contém os resíduos recicláveis como os plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras e compensados, alumínio, cobre entre outros. A Classe C tem os resíduos sem tecnologias ou aplicações viáveis que permitam sua reciclagem ou recuperação, como o gesso. E por último a Classe D que tem como os resíduos perigosos como solventes, tintas, óleos, descartes de clínicas radiológicas, entre outros. O presente trabalho apresentará outras informações sobre essas classes citadas em relação a sua utilizaçãoe aos seus descartes.
Uma tendência crescente na construção civil está crescente na incorporação das práticas sustentáveis devido a cada vez mais os recursos estarem mais escassos. Essa visão se faz necessário devido a modernização na construção civil na busca economicamente viável e na conscientização que o mundo vislumbra no sentido cada vez mais sustentável em todos os setores possíveis.
A conhecida ECO 92, a qual o Brasil sediou a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992, resultou vários documentos que serviram para embasar os limites ecológicos do crescimento econômico e o questionamento da política econômica capitalista vigente. Dentre várias Diretrizes discutidas nessa Conferência, surgiu a Agenda 21, que é um programa global de ações em níveis de desenvolvimento. Esse desenvolvimento deve ser sustentável e deve garantir a sobrevivência humana e constituir um equilíbrio de igualdade, prosperidade e qualidade de vida, ecologicamente igual a toda a população do planeta (CIB & UNEP, 2002, apud AULICINO, 2008, p.1).
Agendas foram discutidas em diversos setores inclusive o da construção civil. Em 2002 foi definida para a construção civil o desafio sustentável para que os desafios do setor incorporassem a sustentabilidade, pois a modernização e o crescente mercado trazia cada vez mais obras. Essas obras geram cada vez mais resíduos impactando o meio ambiente. Portanto a busca de alternativas sustentáveis e economicamente viáveis deviam buscar o máximo do processo de desenvolvimento sustentável (Guia de Sustentabilidade na Construção, 2008, p.13).
O presente trabalho procurou analisar os impactos ambientais oriundos das atividades desenvolvidas no canteiro de obras da construção civil e procurou apurar quais procedimentos podem ser realizados para tentar reduzir os impactos negativos ao meio ambiente.
1 – CONTEXTO HISTÓRICO 
1.1 – História da construção civil
A descoberta da roda, encontrada por volta de 3.500 a.C. foi um dos principais marcos para a construção, simplificando grandes obras como as Pirâmides do Egito e a Muralha da China. De acordo com a Enciclopédia Britânica, o primeiro engenheiro a ser reconhecido era o egípcio Imhotep, construtor responsável pela construção da pirâmide de degraus em Ṣaqqārah, no Egito. Combinados ao conhecimento prático de execução de obras e pouco estudo em aritmética, geometria e física, as construções continuaram a se desenvolver junto com a expansão dos impérios persa, grego e romano.
	Outras grandes obras reconhecidas pelo mundo através da construção civil estão o farol de Alexandria no Egito, o Templo de Salomão em Jerusalém, o Coliseu em Roma, o sistema de estradas persa e romano, o aqueduto Pont du Gard na França, a cúpula da catedral de Florença. Algumas dessas estão de pé até hoje.
As obras que marcam as construções civis na fase mais recentes, estão a Torre Eiffel, o Canal de Suez, o Canal do Panamá, a Ferrovia Transcontinental nos Estados Unidos, a Ponte Golden Gate em San Francisco etc. E mais recentemente, com os avanços tecnológicos cada vez mais modernos, vemos as diversas obras em Dubai ( Palm Islands e o edifício Burj Khalifa), a Ponte de Oresund entre a Dinamarca e Suécia ou a Usina Hidrelétrica de Três Gargantas, na China. O Brasil também possui grandes obras como a Hidrelétrica de Itaipu, a ponte Rio-Niterói, o Cristo Redentor, a construção de Brasília, o Edifício Itália e o Teatro Municipal em São Paulo.
No Brasil, as construções começaram a “engatinhar” e dar resultados no período colonial, com a construção de fazendas, fortificações e igrejas. No governo de Getúlio Vargas, na década de 40, o auge da construção civil se deu pois a iniciou-se com o processo do uso da tecnologia do concreto armado. Mas foi mesmo a partir da década de 1970, durante o regime militar, que a iniciativa privada obteve autorização para construir prédios e gradativamente qualificando melhor a mão de obra na construção civil. Significativos avanços tecnológicos de crescimento e desenvolvimentos vieram com a abertura de créditos privados a partir dos anos de 1980.
Grande parte ainda da construção civil é uma atividade executada de forma artesanal, gerando muitos resíduos e subprodutos conhecidos popularmente como entulho. Esses resíduos já despertaram a atenção dos construtores desde as edificações das cidades romanas em diante, mas sem dar a atenção adequada e devida a eles.
Somente a partir dos anos 20, na Europa, começaram a ser desenvolvidos estudos e pesquisas voltados para a sobra da alvenaria, inclusive do concreto. 
	Pode-se dizer que foi determinante o desenvolvimento de tecnologias de reaproveitar a reciclagem dos entulhos a partir de 1948, após a Segunda Guerra Mundial que, tiveram muitos dos seus edifícios demolidos. Com o resultado dessas demolições necessárias, a reutilização dos materiais que se puderam aproveitar, as técnicas de reciclagem minerais acabaram se tornando mais difundidas.
Felizmente países mais desenvolvidos como os Estados Unidos, Japão, Bélgica, Alemanha, entre outros, perceberam que há um desperdício aproximado de 200 milhões de toneladas anuais de resíduos de construções e que pesquisas devem ser cada vez mais frequente, visando um grau de reaproveitamento desse material obtendo subprodutos para serem comercializados e até mesmo utilizados em obras que beneficiam a população por poderes públicos, dos impostos e taxas cobradas da população.
1.2 – Resíduos da construção civil
Segundo dispõe no estado de São Paulo a Política de Resíduos Sólidos, instituída pela Lei nº 12.300/2006 e seu regulamento, o Decreto 54.645/2009, ordena as questões de gestão integrada dos resíduos sólidos que dispõem sobre princípios, objetivos, instrumentos e diretrizes relativas ao assunto. Define instrumentos de planejamento fundamentais para estruturar a gestão e o gerenciamento dos resíduos sólidos, como: os Planos de Resíduos Sólidos, o Sistema Declaratório Anual de Resíduos Sólidos, o Inventário Estadual de Resíduos Sólidos e o monitoramento dos indicadores da qualidade ambiental. Através desses instrumentos são promovidos a minimização dos resíduos gerados com suas quantidades e de periculosidade possíveis, dos materiais e substâncias, antes de descartá-los no meio ambiente. 
Foi a Resolução CONAMA 307 aprovada em junho de 2002 que apresenta um modelo de gestão com definições e com responsabilidades para os agentes envolvidos: geradores, transportadores, áreas de destinação e municípios. Tais agentes devem desenvolver planos e diretrizes que cumpram sob a gestão dos resíduos da construção nos municípios. 
A Resolução 307 teve alterações, na qual foi inserida em 2004 o resíduo de amianto, classificado como classe D, resíduo que requer cuidados na sua destinação (CONAMA 348/2004)
Outra resolução marcante na CONAMA 307 foi a aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos decretado em dezembro de 2010, onde foi diferenciado os resíduos de construções pelo SISNAMA (Sistema Nacional de Meio Ambiente) com definições específicas na gestão entre resíduos industriais e dos resíduos da construção
Normas técnicas elaboradas pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) foram elaboradas para implantar áreas específicas como aterros, áreas de reciclagem para o uso desses resíduos (NBR 15112 a NBR 15116/2004).
Essas normas são muito importantes pois auxilia a gestão pública na reciclagem desses resíduos em processos licitatórios, onde podem ser de uso de agregados em pavimentação, em concreto estrutural, viabilizando a compra pelos órgãos públicos desses materiais, iniciando o chamado “ciclo da reciclagem”, permitindo a transformação do resíduo inerte da construção em matéria-prima. 
O resíduo da construção civil representa entre 0,4 a 0,7 t/hab/ano e representa 2/3 da massa dos resíduos sólidos municipais ou em torno do dobro dos resíduos sólidos domiciliares. São em grandes partes oriundos das construções, reformas, reparos, demolições de obras civis ede preparação de terrenos para construções. 
Segundo a Norma (NBR 15.113:2004), aterros específicos e destinados a resíduos de materiais triados, podem receber tais materiais com a destinação final ambientalmente adequada para a compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético entre outras destinações admitidas pelos órgãos competentes do Sisnama (Sistema Nacional do Meio Ambiente), observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais.
1.3 – Reciclagem de resíduos da construção civil
Prefeituras como as de São Paulo em 1991, Londrina em 1993, Belo Horizonte em 1994 apostaram e criaram as primeiras usinas de reciclagens de resíduos de construção civil, beneficiando o meio ambiente e gerando economias em seus cofres públicos. Em seguida outras prefeituras implantaram essas usinas pois viram os benefícios que resultavam. Mas somente em 2002 que a Resolução CONAMA n. 307 foi homologada definindo que as usinas geradoras da gestão desses resíduos deviam destinar corretamente os materiais/subprodutos dessas reciclagens. Normas implantadas também pela ABNT foram criadas para que esses canteiros gestores de reciclagens destinassem corretamente os materiais para não haver desperdícios e gerarem novos resíduos negativos ao meio ambiente (PAIXÃO; ALBERTO; RITTER, 2007). 
1.4 – Geração dos resíduos da construção civil
Segundo Espinelli, 2005, 50% dos resíduos oriundos da construção civil são reaproveitados nas próprias obras, enquanto os outros 50% tornam-se entulhos descartados.
Para Marques Neto, 2005, os resíduos sólidos das construções civis representam entre 51% a 70%. Esses resíduos ainda, segundo o autor, poluem cerca de 25% a 30% da atmosfera em todo o mundo com gases perigosos a saúde. Dados mencionados pelas Nações Unidas, demonstram que os resíduos da construção civil consomem 40% de toda energia, extrai 30% dos materiais do meio natural, gera 25% dos resíduos sólidos, consome 25% da água e ocupa 12% das terras. Também, segundo dados das Nações Unidas, 33% desses resíduos impactam de gases de efeito estufa.
Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE) em 2015, dos 79,9 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos do Brasil, 45 milhões de toneladas por ano são de resíduos de construção civil. Segue quadro descriminado as regiões que mais geram os resíduos no Brasil.
	Região
	Resíduo coletado (T/dia)
	Índice (Kg/Hab./dia)
	Norte
	4.736
	0,27
	Nordeste
	24.310
	0,43
	Centro Oeste
	13.916
	0,90
	Sudeste
	64.097
	0,74
	Sul
	16.662
	0,57
Fonte: Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, 2015.
Mesmo esses apontamentos informados serem abordados de forma que se deva aprofundar mais em investimentos e soluções para aplicar soluções que diminuam ou estabilizem os problemas que os resíduos causam ou podem causar, no Brasil esse tema ainda está longe de ter discussões e trabalhos favoráveis que possibilitem chegar a resultados como apresentados acima nos países como os Estados Unidos e outros da Europa.
Entretanto, algumas medidas que aliviam em relação aos resíduos de construção civil estão sendo tomados na indústria brasileira e por entidades civis como minimizar a poluição visual, o uso inadequado e exagerado dos recursos naturais, a degradação de áreas entre outros. Centrais de reciclagem, reutilização de demolições e aproveitamento dos subprodutos criados dos resíduos, estão sendo utilizados em novos projetos, obras com baixo custo de produção, financeiro e até mesmo subutilizados em pavimentações que estão dando certo em muitos casos apresentados pelas mídias nacionais (JOHN; AGOPYAN, 2013).
Referencial Bibliográfico
SACHS I. Estratégias de transição para o século XXI. In: Bursztyn, M (org). Para Pensar o Desenvolvimento Sustentável. Brasiliense, 1993.
https://giassiferroeaco.com.br/como-surgiu-construcao-civil/
https://www.geosiga.com.br/dia-do-trabalhador-da-construcao-civil/
https://abrecon.org.br/entulho/historia-do-entulho/
https://cetesb.sp.gov.br/sigor/wp-content/uploads/sites/37/2014/12/Res%C3%ADduos-da-Constru%C3%A7%C3%A3o-Civil-e-o-Estado-de-S%C3%A3o-Paulo.pdf
JOHN, V. M.; AGOPYAN, V. Reciclagem de resíduos da construção. In: SEMINÁRIO NACIONAL SOBRE RECICLAGEM DE RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES. Anais [...]. São Paulo: Secretaria de Estado do Meio Ambiente / Cetesb, 2000.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE LIMPEZA PÚBLICA E RESÍDUOS ESPECIAIS. Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil. São Paulo: Abrelpe, 2012. 116 p.
MARQUES NETO, J. C. Gestão dos Resíduos de Construção e Demolição no Brasil. São Carlos: Rima, 2005. 162p.
PAIXÃO, S. L.; ALBERTO, J. F.; RITTER, E. Avaliação da implantação da resolução n. 307/2002 do CONAMA sobre gerenciamento dos resíduos de construção civil. Estudos tecnológicos em engenharia, Rio de Janeiro, n. 3, p. 176-194, 2007.
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução n. 307 de 05 de julho de 2002. Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Conama, 17 jul. 2002.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15112: Resíduos da construção civil e resíduos volumosos Áreas de transbordo e triagem Diretrizes para projeto, implantação e operação. Rio de Janeiro: ABNT, 2004. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15116: Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil – Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.

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