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FÓRMULAS DE CONTABILIDADE SOCIAL Baseados em: Capítulos 1 e 2 – “Contabilidade Social” Carmen Feijó REFERÊNCIA: FEIJÓ, Carmen Aparecida et al. Contabilidade social: o novo sistema de contas nacionais do Brasil. 3ª edição. Rio de Janeiro: Campus, 2007. 1. INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE NACIONAL • Introdução: SCN, PIB, macroeconomia 1.1. Macroeconomia e as origens keynesianas das contas nacionais 1.2. Fluxo circular de renda 𝑉𝑃𝑖 = 𝑄𝑖𝑃𝑖 𝑉𝑃𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = ∑ 𝑉𝑃𝑖 𝑛 𝑖=1 = ∑ 𝑄𝑖𝑃𝑖 𝑛 𝑖=1 VP: valor de produção (valor de um bem ou serviço) Q: quantidade P: preço N: nº de bens produzidos 1.3. Fluxo e estoque 1.3.1. Estoque de ativos físicos e fluxo de investimento ∆𝐾 = 𝐾𝑡+1 − 𝐾𝑡 = 𝐼𝑙𝑡 𝐼𝑙𝑡 = 𝐼𝑡𝑏 − 𝐼𝑟𝑡 ∆𝐾: 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 𝑒𝑚 𝑢𝑚 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝐾𝑡 𝑎 𝐾𝑡+1 𝐼𝑙𝑡: fluxo de investimento líquido num período 𝐼𝑏𝑡 𝑒 𝐼𝑟𝑡: fluxos de investimento bruto e de reposição, respectivamente 1.3.2. Estoque de ativos financeiros 1.4. Os componentes do SCN 2. Agregados macroeconômicos e identidades contábeis 2.1. Agregados macroeconômicos 2.1.1. Produto interno bruto (PIB): definição 𝑃𝐼𝐵𝐶𝐹 = 𝑃𝐼𝐵𝑃𝑀 − 𝑖𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑖𝑛𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 + 𝑠𝑢𝑏𝑠í𝑑𝑖𝑜𝑠 𝑃𝐼𝐵𝐶𝐹: PIB a custo de fatores 𝑃𝐼𝐵𝑃𝑀: PIB a preços de mercado • Medida do PIB pela ótica do produto - PIB = produção total – bens e serviços utilizados como insumos para a produção de outros produtos (evitando-se assim a dupla contagem) - Valor adicionado (ou agregado) = valor do que se produziu + impostos sobre produtos – subsídios ao produto – valor do que se consumiu - Valor do que se produziu: preço x quantidade produzida; - Valor de que se consumiu: custo das matérias primas • Medida do PIB pela ótica da renda - Valor adicionado (ou agregado) = soma da remuneração dos fatores de produção (capital e trabalho) - Remuneração do trabalho: salários pagos (mais encargos) - Remuneração do capital: lucro operacional - Valor adicionado (ou agregado) = Remuneração dos empregados (salários e benefícios) + Rendimento misto bruto (rendimento dos autônomos) + EOB (excedente operacional bruto) + Impostos sobre produção e importação – Subsídios à produção e importação • Medida do PIB pela ótica da despesa - Valor adicionado (ou agregado) = soma dos gastos em bens finais (bens de consumo + bens de formação de capital) - Bens de consumo: salários recebidos - Bens de formação de capital: lucro operacional - Soma dos gastos em bens finais: soma do que cada setor adquiriu de outros setores (valores gastos em matérias primas) - Valor adicionado (ou agregado) = Despesa de consumo final + Despesa de consumo das famílias + Despesa de consumo das ISFLSF + Despesa de consumo da administração pública + Formação bruta de capital fixo (FBKF ou FBCF) + Variação de estoque + Exportação de bens e serviços - Importação de bens e serviços 2.1.2. Produto interno bruto per capita 2.1.3. Renda nacional bruta (RNB): definição - PIB: total da produção que ocorre no território do país - RNB ou PNB: renda nacional bruta ou produto nacional bruto. Apenas valor adicionado por fatores de produção de propriedade de residentes. - Saldo das remunerações a fatores de produção envolvendo transações internacionais: renda recebida por unidades residentes pelo pagamento de fatores de produção – renda de fatores gerada no país, mas transferida para unidades residentes no exterior 𝑅𝑁𝐵 = 𝑃𝐼𝐵 + 𝑅𝐿𝑅 ↔ 𝑅𝑁𝐵 > 𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑁𝐵 = 𝑃𝐼𝐵 − 𝑅𝐿𝐸𝐸 ↔ 𝑃𝐼𝐵 > 𝑅𝑁𝐵 RL: renda líquida RLR: renda líquida recebida (saldo positivo) RLEE: renda líquida enviada ao exterior (saldo negativo) 2.1.4. Renda nacional disponível bruta (RDB) e renda privada (RPD): definições - Difere da RNB por considerar o saldo de transferências correntes recebidas e enviadas ao exterior 𝑅𝐷𝐵 = 𝑅𝑁𝐵 + 𝑇𝑈𝑅 𝑅𝐷𝐵 = 𝐶 + 𝑆𝐷 𝑅𝐷𝐵 − 𝐶 = 𝑆𝐷 PIB=RDB+RLEE-TUR PIB=RDB+RLEE-TUR RDB=RLG+RPD TUR: transferências correntes líquidas recebidas (movimento de recursos sem contrapartida de produção) RDB: renda disponível bruta RNB ou PNB: renda nacional bruta ou produto nacional bruto C: consumo final (gastos das famílias e administração pública) SD: total da poupança doméstica RLEE: renda líquida enviada ao exterior RDB: renda disponível bruta, pode ser dividida em renda do governo, das empresas e das famílias RLG: renda líquida do governo (impostos diretos e indiretos arrecadados pelo gov. e outras receitas correntes – transferências e subsídios pagos pelo governo) RPD: renda privada disponível 2.1.5. Produto interno líquido (PIL): definição - Diferença para o produto bruto é que o líquido desconta a depreciação do capital utilizado no esforço de produção 𝑃𝐼𝐿 = 𝑃𝐼𝐵 − 𝑑𝑒𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖çã𝑜 PIL: produto interno líquido 2.1.6. PIB real ou a preços constantes de um determinado ano - Produto a valores correntes: valores medidos a preços médios do período considerado - Produto a valores constantes: valores medidos a preços médios de um determinado ano - Quantidades heterogêneas só podem ser agregadas quando associadas a um determinado período de tempo ∆𝑉𝑂𝐿𝑡% = 100 × ( 𝑃𝐼𝐵𝑅𝑡 𝑃𝐼𝐵𝑡−1 − 1) ∆𝐷𝑡% = 100 × ( 𝑃𝐼𝐵𝑡 𝑃𝐼𝐵𝑅𝑡 − 1) ∆𝑉𝑂𝐿𝑡%: taxa de variação do índice de volume (quanto o volume variou entre dois anos) 𝑃𝐼𝐵𝑅𝑡: PIB do ano corrente a preço do ano anterior 𝑃𝐼𝐵𝑡: PIB do ano corrente a preço do ano corrente 𝑃𝐼𝐵𝑡−1: PIB do ano anterior ∆𝐷𝑡%: taxa de variação do deflator do PIB Valor corrente (t – 1) Índice de volume Valor constante Índice de preço Valor corrente Disponível Disponível Calculado Disponível Calculado Disponível Calculado Calculado Disponível Disponível Disponível Disponível Calculado Calculado Disponível Disponível Calculado Disponível Calculado Disponível 2.1.7. PIB potencial e hiato de produto PIB – PIB* = hiato de produto PIB<PIB*: hiato negativo (ociosidade, portanto, governo deve estimular demanda agregada por meio do corte de impostos e/ou aumento do gasto público) PIB*<PIB: hiato positivo (contenção de gastos públicos, aumento da taxa básica de juros) PIB*: estimativa do produto potencial 2.2. Identidades contábeis IDENTIDADE CONTÁBIL BÁSICA: PRODUTO = DESPESA = RENDA 2.2.1. Valoração -A preços básicos: preços na porta da fábrica -A preços de produtor: preços básicos adicionados dos impostos líquidos de subsídios sobre produtos -A preços de consumidor (ou de mercado): preços de produtor adicionados margens de comércio e transporte e impostos sobre o valor adicionado (nível de valoração do PIB sob a ótica do produto) • Economia fechada e sem governo: numa economia fechada e sem governo, o investimento privado é igual à poupança privada. 𝑌𝑝 = 𝐶 + 𝐼𝑝𝑟 𝑌𝑝 = 𝐶 + 𝑆 𝑆 = 𝐼𝑝𝑟 𝑌𝑝: produto ou renda privada (RPD) 𝐶: gasto do consumo das famílias 𝐼𝑝𝑟: gastos em investimento privado S: poupança privada (renda não gasta) • Economia fechada e com governo: numa economia fechada e com governo, os investimentos privados e públicos e os gastos correntes das administrações públicas devem ser iguais, ex post, à poupança privada somada às receitas líquidas do governo. 𝑌𝑛 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 𝑌𝑛 = 𝐶 + 𝑆 + 𝑅𝐿𝐺 S + RLG = I + G 𝑆𝑔 = 𝑅𝐿𝐺 − 𝐺 𝑆 + 𝑆𝑔 = 𝐼 S = I + (G – RLG) 𝑌𝑛 = 𝑅𝐷𝐵(renda disponível bruta) = RPD(renda privada) + RLG 𝐶: gasto do consumo das famílias I: gastos em investimentos privados e públicos 𝐺: gastos correntes do governo RLG: receita líquida do governo S: poupança privada (renda não gasta) 𝑆𝑔: poupança do governo RLG<G: poupança do gov. negativa. Parte da poupança privada é destinada a cobrir despesas correntes das administraçõespúblicas RLG>G: a poupança do governo é positiva, saldo em conta- corrente das administrações públicas é positivo, então a poupança pública se soma à poupança privada para cobrir os investimentos públicos e privados. 𝐼𝑔: investimento público 𝑆𝑔 > 𝐼𝑔: superávit nas contas públicas 𝐼𝑔 > 𝑆𝑔: déficit nas contas públicas • Economia aberta. 𝑃𝐼𝐵 − 𝑅𝐿𝐸𝐸 = 𝑅𝑁𝐵 RDB = RNB + TUR ou RND = PNB + TUR PIB – RLEE + TUR = RDB PIB = RDB + RLEE – TUR 𝑌 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 + 𝑋𝑛𝑓 − 𝑀𝑛𝑓 (𝑀𝑛𝑓−𝑋𝑛𝑓) + 𝑅𝐿𝐸𝐸 − 𝑇𝑈𝑅 = (𝐼 − 𝑆) + (𝐺 − 𝑅𝐿𝐺) 𝑆𝐸 = (𝑀𝑛𝑓−𝑋𝑛𝑓) + 𝑅𝐿𝐸𝐸 − 𝑇𝑈𝑅 = saldo do balanço de pagamentos em Transações Correntes (SCC) (com sinal trocado), ignorando as transferências de capital (𝑋𝑛𝑓 − 𝑀𝑛𝑓) − 𝑅𝐿𝐸𝐸 + 𝑇𝑈𝑅 = saldo do balanço de pagamentos em transações correntes, ignorando as transferências de capita PIB: produto interno bruto RLEE: renda líquida enviada ao exterior RNB ou PNB: renda nacional bruta ou produto nacional bruto RDB ou RND: renda disponível bruta ou renda nacional disponível TUR: transferências correntes líquidas recebidas Y = PIB 𝐶: gasto do consumo das famílias I: gastos em investimentos privados e públicos 𝐺: gastos correntes do governo 𝑋𝑛𝑓 − 𝑀𝑛𝑓: saldo das exportações de bens e serviços de não fatores sobre as importações de bens e serviços de não fatores (são serviços de não fatores: viagens internacionais, transporte, comunicação, seguros e serviços do governo.) 𝑋𝑛𝑓: Receita de exportação de serviços não- fatores 𝑀𝑛𝑓: Despesa de importação de serviços não- fatores SE: Poupança externa ou saldo externo 𝑆 + (𝑅𝐿𝐺 − 𝐺) + (𝑀𝑛𝑓−𝑋𝑛𝑓) + 𝑅𝐿𝐸𝐸 − 𝑇𝑈𝑅 = 𝐼 𝑆 + 𝑆𝑔 + 𝑆𝐸 = 𝐼 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 + 𝑋𝑛𝑓 − 𝑀𝑛𝑓 𝑆𝐷 = 𝑆 + 𝑆𝑔 𝑆𝐷 + 𝑆𝐸 = 𝐼 𝑆𝐷 = 𝐼 − 𝑆𝐸 = 𝐼 + 𝑆𝐶𝐶 𝐴 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 𝑅𝐷𝐵 = 𝐴 + 𝑆𝐶𝐶 𝐼𝑝𝑟 + 𝐼𝑝𝑢 = 𝑝𝑜𝑢𝑝𝑎𝑛ç𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙𝑝𝑟+𝑝𝑢+𝑒𝑥𝑡𝑒𝑟𝑛𝑎 𝐼𝑝𝑟 + 𝐼𝑝𝑢 = 𝑆𝑝𝑟 + 𝑆𝑔 + 𝑆𝐸 𝐷é𝑓𝑖𝑐𝑖𝑡 = 𝐼𝑔 − 𝑆𝑔 = 𝑆𝑝𝑟 − 𝐼𝑝𝑟 + 𝑆𝐸 𝑆𝑢𝑝𝑒𝑟á𝑣𝑖𝑡 = 𝐼𝑔 − 𝑆𝑔 = 𝑆𝑝𝑟 − 𝐼𝑝𝑟 + 𝑆𝐸 S: poupança privada das famílias e das empresas (renda não gasta) 𝑆𝑔: poupança do governo I: gastos em investimentos privados e públicos SD: total da poupança doméstica (ou poupança bruta, equivalente à poupança das famílias, das empresas e das administrações públicas) SCC: saldo do balanço de pagamentos em Transações Correntes (= – SE) Se SD > I, então saldo em transações correntes do balanço de pagamentos (SCC) é >0. Se SD<I, então o saldo em transações correntes do balanço de pagamentos (SCC) é <0. RDB – A >0, então SCC >0, ou seja, a economia doméstica é credora internacional RDB-A<0, então SCC<0, ou seja, a economia doméstica absorve poupança externa. 𝐼𝑝𝑟: investimento privado 𝐼𝑝𝑢 ou 𝐼𝑔: investimento público 𝑆𝑝𝑟: poupança privada 𝑆𝑝𝑢 ou 𝑆𝑔: poupança do governo SE: Poupança externa ou saldo externo 𝑆𝑔 > 𝐼𝑔: superávit nas contas públicas 𝐼𝑔 > 𝑆𝑔: déficit nas contas públicas Demanda pelo produto Uso da renda Igualdade de poupança e investimento Economia fechada e sem governo 𝑌𝑝 = 𝑟𝑒𝑛𝑑𝑎 𝑝𝑟𝑖𝑣𝑎𝑑𝑎 𝑌 = 𝐶 + 𝐼𝑝𝑟 𝑌 = 𝐶 + 𝑆 𝑆 = 𝐼𝑝𝑟 Economia fechada e com governo 𝑌𝑛 = 𝑟𝑒𝑛𝑑𝑎 𝑛𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝑌 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 𝑌 = 𝐶 + 𝑆 + 𝑅𝐿𝐺 𝑆 + 𝑅𝐿𝐺 = 𝐼 + 𝐺 ou 𝑆 + 𝑆𝑔 = 𝐼 Economia aberta 𝑌 = 𝑃𝐼𝐵 𝑌 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 + (𝑋𝑛𝑓 − 𝑀𝑛𝑓) 𝑌 = 𝐶 + 𝑆 + RLG + RLEE − TUR 𝑆 + 𝑅𝐿𝐺 + 𝑅𝐿𝐸𝐸 − 𝑇𝑈𝑅 = 𝐼 + 𝐺 + (𝑋𝑛𝑓 − 𝑀𝑛𝑓) ou 𝑆 + 𝑆𝑔 + 𝑆𝐸 = 𝐼 fazendo 𝑆 + 𝑆𝑔 = 𝑆𝐷, i. e., poupança doméstica, temos 𝑆𝐷 + 𝑆𝐸 = 𝐼 ou 𝑆𝐷 − 𝐼 = −𝑆𝐸 2.2.2. Comparações internacionais e a medida do PPP
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