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7 Câncer

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Plano de Curso para Ensino Médio de Escola Estadual de São Paulo 
 
Disciplina: Biologia 
Professores Responsáveis: Maria Paula Reis e Mariana Rossi 
Período Letivo: 3° e 4° bimestres do 2° ano 
Tópico abordado: Câncer - 3 aulas, de 50 minutos cada. 
 
1. Módulo 
Os temas de Biologia Molecular que serão abordados no tópico Câncer são: 
● DNA 
● Câncer 
● Tumor 
● Metástase 
● Proliferação celular 
● Genes 
● Regulação gênica 
● Mutações genéticas 
● Proto-oncogene 
● Oncogene 
● Genes supressores tumorais 
● Célula-tronco 
● Fatores ambientais que podem levar ao câncer 
 
2. Situações nas quais se fará uso integrado dos temas de Biologia Molecular deste 
Plano de Curso com temas de outras áreas da Biologia: 
 
● Biologia Celular: Os temas ​ciclo celular, mitose e proliferação celular serão 
abordados na aula 1, durante a aula expositiva dialogada após a exibição de um 
vídeo introdutório sobre câncer, em que será discutido que a doença ocorre devido a 
uma proliferação descontrolada de células. O professor deverá levantar os conceitos 
prévios, e fazer os alunos relembrarem esses conceitos de Biologia Celular 
abordados no 1° bimestre do segundo ano do Ensino Médio (PCN+ ¹ e Currículo do 
Estado de São Paulo: Ciências da Natureza e suas Tecnologias - 2012 ²). 
● Microbiologia: os vírus podem ser abordados em dois diferentes temas no Ensino 
Médio, no Tema 2 - Qualidade de vida das populações humanas (3° e 4° bimestre 
do primeiro ano do Ensino Médio¹ ³) e no Tema 6 - Diversidade da vida (1° bimestre 
do terceiro ano do Ensino Médio²). Dessa forma, ao ser abordado no conteúdo de 
Câncer que alguns vírus, como o vírus do Papiloma humano, são capazes de gerar 
câncer, poderão ser retomados conceitos vistos no primeiro ano, como a 
transmissão de DSTs, prevenção e o impacto de tecnologias na melhoria da saúde, 
como as ​vacinas​². O assunto também poderá ser retomado no início do terceiro ano, 
no momento em que os cinco reinos de classificação estão sendo caracterizados, 
para se discutir porque os vírus não estão nessa classificação e seus mecanismos 
de ação. 
● Saúde: como mencionado anteriormente, a saúde e qualidade de vida são 
conteúdos presentes no 3° e 4° bimestre do primeiro ano do Ensino Médio. Esse 
assunto volta a ser abordado ao se tratar sobre o Câncer, uma vez que o câncer é, 
1 
atualmente, uma das maiores causas de mortes no mundo, com cerca de 7,6 
milhões de mortes por ano⁴. Assim, ao tratar de câncer, além de se falar sobre um 
dos assuntos mais pesquisados em Biologia Molecular atualmente, também está se 
tratando sobre ​saúde, qualidade de vida, prevenção e tratamentos. 
● Hereditariedade: ​a hereditariedade é um conteúdo ministrado no 2° bimestre do 
segundo ano do Ensino Médio ¹, sob o subtema de “Variabilidade genética e 
hereditariedade”, presente no Tema 4: “Transmissão da vida e mecanismos de 
variabilidade genética”³. Dessa forma, a compreensão de que o ​câncer é uma 
doença genética e que apenas poucos tipos da doença são herdáveis​, retoma os 
conteúdos de hereditariedade abordado anteriormente. 
 
Além dos temas de outras áreas da Biologia citados, pretende-se retomar conceitos 
de Biologia Molecular abordados em outras aulas, como DNA, gene, mutação genética, 
duplicação do DNA, regulação gênica, expressão gênica, diferenciação celular e 
células-tronco. 
É importante ressaltar que os documentos que fornecem a base do plano curricular 
do Ensino Médio de São Paulo, como a PCN+ ¹ e a Proposta Curricular do Estado de São 
Paulo³, propõem que o ensino sobre Câncer ocorra no 1° bimestre do segundo ano do 
Ensino médio, logo após ser abordada a mitose, que é parte do eixo de Biologia Celular. 
Assim, após esse conteúdo, são ministrados os conteúdos específicos “Mitoses 
descontroladas: cânceres” e “Medidas preventivas e contra o risco de câncer e tecnologias 
aplicadas a seu tratamento”, que compõem o subtema “Organização celular e funções vitais 
básicas” do Tema 3: Identidade dos seres vivos³. No entanto, este plano de curso sugere 
que o conteúdo câncer seja ministrado no final do 4° bimestre do segundo ano do Ensino 
Médio. Dessa forma, o aluno já terá aprendido sobre hereditariedade no 2° bimestre³ e 
sobre os processos fundamentais da Biologia Molecular ao longo dos 3° e 4° bimestres, 
como DNA, duplicação do DNA, genes, regulação gênica, expressão gênica e mutação 
genética. Dessa forma, o aluno poderá compreender os mecanismos do câncer sob uma 
perspectiva não apenas celular, como molecular também. Assuntos de biotecnologia 
anteriormente abordados, como células-tronco, serão retomados, de modo que o aluno 
possa compreender a aplicação dos estudos atuais de Biologia Molecular. 
 
 
3. Detalhamento do conteúdo programático, estratégias de ensino, competências e 
habilidades, avaliação da estratégia. 
 
 
Aula Conteúdo 
programático 
específico 
 
Estratégia de 
ensino 
Competências e 
habilidades a serem 
desenvolvidas na aula 
ou bloco de conteúdo 
Justificativa da 
estratégia de ensino 
escolhida para abordar 
o conteúdo da aula 
Aula 1 Câncer, ciclo 
celular, mitose, 
proliferação 
celular, genes, 
regulação 
gênica, 
- Apresentação de 
vídeo, aula 
expositiva 
dialogada com 
levantamento de 
conceitos prévios 
-Conhecer diferentes 
formas de obter 
informações: análise de 
vídeo e de imagens; 
-Avaliar o vídeo e as 
imagens exibidas: são 
Uso de vídeos e 
imagens: ​o vídeo é 
utilizado para tornar a 
aula mais dinâmica e 
tentar chamar a atenção 
do aluno para o tema que 
será trabalhado. As 
2 
metástase, 
tumor, mutação, 
oncogene, gene 
supressor 
tumoral 
dos alunos e 
trabalho com 
imagens ​(Anexo 
1)​; 
 
-​Lição de casa: 
completar Mapa 
Conceitual ​(Anexo 
2)​. 
formas eficientes de 
transmitir informações? 
-Recordar e relacionar os 
diversos conteúdos 
conceituais de Biologia 
(Biologia Celular e 
Biologia Molecular) para 
compreensão 
do fenômeno¹; 
-Distinguir uma célula 
cancerosa de uma 
normal, apontando suas 
anomalias genéticas, 
além de alterações 
morfológicas e 
metabólicas¹; 
-Relacionar a gênese de 
tumores e cânceres a 
processos 
descontrolados de 
divisão celular². 
-Mapa Conceitual: 
Apresentar, de forma 
organizada, o 
conhecimento biológico 
apreendido, através de 
esquemas¹. Sintetizar 
ideias. 
imagens são utilizadas 
para auxiliar a 
visualização e a 
compreensão dos 
conceitos de Biologia 
Molecular, que podem 
parecer abstratos para os 
alunos. 
 
Levantamento prévio de 
Conceitos:​ Permite ao 
aluno recordar os 
conceitos aprendidos 
anteriormente; Possibilita 
que o próprio aluno tente 
fazer a relação entre o 
tópico abordado 
anteriormente e o 
assunto a ser tratado na 
aula; Serve de base para 
o professor avaliar suas 
aulas anteriores e tentar 
reforçar conceitos e 
relações que parecem 
não ter sido realizadas de 
forma eficiente. 
 
Aula expositiva 
dialogada: ​A 
participação ativa do 
aluno na aula permite que 
ele seja o agente na 
construção de seu 
conhecimento. 
 
Mapa Conceitual: 
Aprender a esquematizar 
e ter uma visão 
completa/ampla do 
assunto; Estabelecer 
relações entre conteúdos 
de Biologia Molecular; 
Estimular a síntese de 
ideias. 
Aula 2 Câncer, DNA, 
genes, 
regulação 
gênica, tumor, 
mutação, 
célula-tronco, 
drogas, fatores 
ambientais que 
podem levar ao 
câncer 
-Correção do 
Mapa Conceitual a 
partir das 
respostas dadas 
pelos alunos 
(Anexo 2)​; 
 
- Análise e 
discussão de 
notícia em grupos 
com estudo 
dirigido.Compartilhamento 
das discussões 
com toda a classe 
e com o professor 
(Anexo 3)​. 
- Consultar, analisar e 
interpretar textos e 
comunicações de ciência 
e tecnologia veiculados 
por diferentes meios 
(notícia de jornal)¹; 
- Escrever, justificar, 
argumentar e 
posicionar-se 
criticamente em relação a 
temas de ciência e 
tecnologia (análise da 
notícia de jornal); 
-Produzir textos 
argumentativos sobre 
temas relevantes, atuais 
e/ou polêmicos (uso de 
células-tronco para o 
tratamento de câncer)¹; 
-Discutir as ideias em 
Correção Coletiva: 
Estimular os alunos a 
perceberem a diversidade 
de possíveis respostas 
corretas, ou seja, as 
diferentes relações que o 
Mapa Conceitual permite 
que sejam estabelecidas; 
Acrescentar novas 
relações à rede de 
conhecimento de cada 
aluno. 
 
Análise de Notícia: 
Analisar textos de 
diferentes mídias 
presentes no dia a dia 
(jornais, revistas, portais 
de notícias da internet); 
Identificar a relevância do 
3 
 
-Apresentação de 
proposta de 
avaliação: 
pesquisar, em 
casa, notícias, 
textos, vídeos e 
outros materiais 
sobre fatores 
ambientais que 
podem levar ao 
desenvolvimento e 
prevenção de um 
tipo de câncer 
pré-estabelecido 
pelo professor 
(Anexo 4)​. 
grupo e, posteriormente, 
com a classe; 
-Reconhecer a presença 
dos conhecimentos 
biológicos e da 
tecnologia no 
desenvolvimento da 
sociedade. Perceber, por 
exemplo, que eles 
contribuem para 
preservar e prolongar a 
vida humana ao 
possibilitarem a produção 
de medicamentos, 
vacinas, tecnologia para 
diagnóstico e 
tratamento¹; 
-Pesquisar e interpretar 
textos de divulgação 
científica que tratem de 
temáticas das 
Ciências da Natureza 
disponíveis em diferentes 
mídias, considerando a 
apresentação dos 
dados, a consistência 
dos argumentos e a 
coerência das 
conclusões, visando 
construir 
estratégias de seleção de 
fontes confiáveis de 
informações⁵; 
-Conhecer diferentes 
formas de obter 
informações 
(observação, 
experimento, leitura de 
texto e imagem, 
entrevista), selecionando 
aquelas pertinentes ao 
tema biológico em 
estudo¹. 
tema para a sociedade, e 
como ele é abordado com 
o público em geral; 
Estimular pensamento 
crítico quanto ao 
conteúdo da notícia e a 
forma como ele é 
apresentado. 
 
Estudo Dirigido: 
Direcionar o estudante a 
fazer uma leitura crítica, 
focando nos tópicos de 
interesse; Interpretação 
de texto. 
 
Discussão: ​Estimular a 
comunicação oral entre 
os próprios estudantes e 
entre os estudantes e o 
professor; Organização 
de ideias; Argumentação; 
Tolerância e respeito em 
relação às opiniões dos 
demais colegas. 
 
Proposta de avaliação: 
Desenvolver o ato de 
pesquisar (ler, interpretar 
textos, selecionar 
informações relevantes, 
buscar fontes confiáveis); 
Entrar em contato com 
informações em 
diferentes tipos de mídia 
(textos do governo, textos 
didáticos, notícias, 
reportagens, imagens, 
vídeos, etc); Capacidade 
de análise e pensamento 
crítico para distinguir 
fontes confiáveis de não 
confiáveis. 
Aula 3 Fatores 
ambientais que 
podem levar ao 
câncer 
(radiação, luz 
ultravioleta, 
cigarro, 
obesidade, 
dieta, vírus), 
hereditariedade, 
saúde, vacina 
- Exercício em 
sala e discussão 
(Anexo 4)​; 
 
- Proposta de 
avaliação: 
elaboração de 
panfleto (em 
grupos) sobre 
determinado tipo 
de câncer, visando 
comunicar a 
população geral 
sobre os fatores 
hereditários e/ou 
ambientais que 
podem contribuir 
para o 
-Identificar fatores 
ambientais - vírus, 
radiações e substâncias 
químicas que aumentam 
o risco de desenvolver 
câncer e medidas que 
podem reduzir esses 
riscos, como limitar a 
exposição à luz solar ¹; 
-Reconhecer hábitos de 
vida que guardam 
estreita relação com 
determinados tipos de 
cânceres e relatar as 
maneiras mais 
adequadas de 
prevenção²; 
-Elaborar comunicações 
escritas (panfleto) para 
relatar, analisar e 
sistematizar o tratamento 
Exercício em Sala: 
Entrar em contato com o 
formato do vestibular 
(ENEM); Interpretação de 
texto; Permitir ao aluno 
relacionar conteúdos que 
pesquisou em casa com 
assuntos tratados na 
aula. 
 
Panfleto: ​Entrar em 
contato com novos meios 
de comunicação 
(panfleto); Desenvolver 
capacidade de 
organização e síntese de 
ideias; Adequar a 
linguagem utilizada para 
diferentes tipos de 
público; Produção de 
4 
desenvolvimento 
do câncer 
trabalhado, 
incidência e 
formas de 
prevenção ​(Anexo 
4)​. 
e prevenção de alguns 
tipos de câncer¹; 
-Escolher, dentre as 
informações pesquisadas 
previamente, as mais 
relevantes e que 
chamam a atenção do 
público para a criação do 
panfleto; 
-Sintetizar e adequar as 
ideias para que elas 
façam correspondência 
com o gênero textual de 
panfleto 
(interdisciplinaridade com 
a área de Linguagens e 
suas Tecnologias); 
-Comunicar, para 
públicos variados, 
resultados 
das pesquisas, 
elaborando textos e 
utilizando diferentes 
mídias (panfleto), de 
modo a promover 
debates em torno de 
temas científicos e/ou 
tecnológicos de 
relevância sociocultural⁵. 
-Discutir ideias em grupo, 
respeitando a opinião dos 
demais colegas. 
-Estimular e prezar pelo 
bem estar público; 
meio de comunicação; 
Seleção de informações 
relevantes; Compreender 
a relevância de assuntos 
tratados em Biologia 
Molecular no dia a dia; 
Compreender a 
importância de assuntos 
de saúde pública e da 
divulgação de 
informações; Tolerância e 
respeito com as opiniões 
dos demais colegas. 
 
4. Forma e momento de Avaliação 
A sugestão de avaliação será por meio da confecção, em grupos, de panfletos artesanais 
de prevenção ao câncer. A sala seria dividida em grupos e cada um ficaria com um tema. 
Algumas sugestões de temas: câncer de mama, câncer de próstata, câncer de pele, câncer 
de estômago, câncer de pulmão, câncer do colo de útero. Pode-se estabelecer alguns 
conceitos básicos que devem estar presentes em todos os panfletos, como câncer, 
mutações, proliferação celular etc. A presença desses conceitos vistos em sala de aula 
poderá ser um dos critérios de avaliação do trabalho final. Outros critérios possíveis: 
criatividade, poder de síntese, fundamentação teórica. O desenvolvimento desses panfletos 
artesanais permite ao aluno recordar e definir conceitos; buscar informações, assim como 
comunicar e sintetizar ideias. O aluno poderá criar, planejar, organizar e produzir um 
produto a partir de seu conhecimento prévio e adquirido através das aulas. A proposta de 
avaliação está definida no ​Anexo 4. 
 
5. Bibliografia Básica 
Utilizadas nas aulas: 
CUNHA, Pedro. Como o câncer se desenvolve. Youtube, 26 jul. 2017. Disponível em 
<​https://www.youtube.com/watch?v=_7weBsPCBj0​>. Acesso em 30 maio 2018. 
5 
https://www.youtube.com/watch?v=_7weBsPCBj0
WINDELSPECHT, Michael. The cancer gene we all have. TED Ed. Disponível em 
<​https://ed.ted.com/lessons/the-cancer-gene-we-all-have-michael-windelspecht​>. Acesso 
em 30 maio 2018. 
CASTRO, de Fábio. Técnica nacional de reprogramação celular reduz ação de melanoma. 
O Estado de S. Paulo, 1 fevereiro, 2018. Disponível em 
<​https://ciencia.estadao.com.br/noticias/geral,tecnica-nacional-de-reprogramacao-celular-re
duz-acao-de-melanoma,70002173313​ >. Acesso em 30 maio, 2018. 
CARBONARI, Pâmela. ​Álcool danifica DNA, e provoca tumores e câncer. Exame, 5 janeiro 
2018. Disponível em: 
<​https://exame.abril.com.br/ciencia/alcool-danifica-dna-e-provoca-tumores-e-cancer/​>. 
Acesso em 30 maio, 2018. 
REIS, José. Ultravioleta e câncer. Folha de S. Paulo, 2 jan. 2000. Extraído do Caderno do 
Aluno: Biologia, da segunda série do ensino médio. Volume 1 - 2009, das escolas estaduais 
de São Paulo. 
Imagens retiradas de: Instituto Vencer o Câncer. Mutações. O Estado de S. Paulo. 
Disponível em: <​https://www.vencerocancer.org.br/cancer/o-que-e/mutacoes/​>.Acesso 
em 30 maio, 2018. 
 
Sugestões de textos de apoio para os professores preparem as aulas ​(dois deles estão 
disponíveis na seção APÊNDICE): 
GUEMBAROVSKI, Roberta Losi; CÓLUS, Ilce Mara de Syllos. ​Câncer: uma doença 
genética​ . Revista Eletrônica Genética na Escola​.​ Vol. III, nº 1, 2008. 
MIYAKI, Cristina; ARIAS Maria Cristina; INFANTE-MALACHIAS, María Elena. ​Câncer: 
causa e consequência. Texto extraído da Apostila de Biologia Molecular para Licenciatura 
(BIO 0441). 
A situação do câncer no Brasil. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, 
Instituto Nacional de Câncer, Coordenação de Prevenção e Vigilância. Rio de Janeiro: 
INCA, 2006. Disponível em: 
<​http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/situacao_cancer_brasil.pdf​>. 
Acesso em 12 junho 2018. 
ABC do câncer: abordagens básicas para o controle do câncer. Instituto Nacional de 
Câncer. Rio de Janeiro: Inca, 2011. Disponível em: 
<​http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/abc_do_cancer.pdf​>. Acesso em 12 junho 
2018. 
 
6. Bibliografia Complementar 
ZAIDAN, George. How do cancer cells behave differently from healthy ones? TED Ed. 
Disponível em <​https://goo.gl/s8xvbv​>. Acesso em 30 maio 2018. 
NUNES, Teresa. O que a divisão celular tem a ver com o câncer? Disponível em 
<​http://pontobiologia.com.br/divisao-celular-cancer/​>. Acesso em 30 maio 2018. 
CHABNER, Bruce A.; THOMPSON, Elizabeth Chabner. Fatores de risco para o câncer. 
Disponível em <​https://goo.gl/Z39btM​>. Acesso em 30 maio 2018. 
Os fatores de risco ambientais. Disponível em 
<​http://www.cccancer.net/o-cancer/os-fatores-de-risco-ambientais/​>. Acesso em 31 maio 
2018. 
6 
https://ed.ted.com/lessons/the-cancer-gene-we-all-have-michael-windelspecht
https://ciencia.estadao.com.br/noticias/geral,tecnica-nacional-de-reprogramacao-celular-reduz-acao-de-melanoma,70002173313
https://ciencia.estadao.com.br/noticias/geral,tecnica-nacional-de-reprogramacao-celular-reduz-acao-de-melanoma,70002173313
https://exame.abril.com.br/ciencia/alcool-danifica-dna-e-provoca-tumores-e-cancer/
https://www.vencerocancer.org.br/cancer/o-que-e/mutacoes/
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/situacao_cancer_brasil.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/abc_do_cancer.pdf
https://goo.gl/s8xvbv
http://pontobiologia.com.br/divisao-celular-cancer/
https://goo.gl/Z39btM
http://www.cccancer.net/o-cancer/os-fatores-de-risco-ambientais/
Fatores conhecidos que aumentam o risco de câncer. Disponível em 
<​http://www.oncoguia.org.br/conteudo/fatores-conhecidos-que-aumentam-o-risco-de-cancer/
6852/844/​>. Acesso em 31 maio 2018. 
NERDOLOGIA. Como podemos combater o câncer: imunoterapia. Youtube, 15 mar 2018. 
Disponível em <​https://www.youtube.com/watch?v=2y-5hfZWADI&t=7s​>. Acesso em 30 
maio 2018. 
NERDOLOGIA. Fosfoetanolamina. Youtube, 15 nov 2015. Disponível em 
<​https://www.youtube.com/watch?v=RM77fAQpeTQ​>. Acesso em 31 maio 2018. 
 
7. Referências para elaboração da Sequência Didática 
 
¹ BRASIL​. PCN+ ensino médio: orientações educacionais complementares aos Parâmetros 
Curriculares Nacionais​ . Vol. Ciências da natureza, matemática e suas tecnologias. Brasília: 
MEC/Semtec, 2002. 
² Currículo do Estado de São Paulo: Ciências da Natureza e suas tecnologias​ /Secretaria da 
Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini; coordenação de área, Luis Carlos de 
Menezes. – 1. ed. atual. – São Paulo: SE, 2012.152 p. 
³​Proposta Curricular do Estado de São Paulo​ : Biologia/Coord. Maria Inês Fini. – São Paulo: 
SEE, 2008. 
⁴ ​Declaração Mundial contra o Câncer. INCA - Instituto Nacional do Câncer, 2008. 
Disponível em: <​https://goo.gl/EFSYfk​>. Acesso em 30 maio 2018. 
⁵ ​Base Nacional Comum Curricular - Ensino Médio​ . Ministério da Educação - Brasília: 2017. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
http://www.oncoguia.org.br/conteudo/fatores-conhecidos-que-aumentam-o-risco-de-cancer/6852/844/
http://www.oncoguia.org.br/conteudo/fatores-conhecidos-que-aumentam-o-risco-de-cancer/6852/844/
https://www.youtube.com/watch?v=2y-5hfZWADI&t=7s
https://www.youtube.com/watch?v=RM77fAQpeTQ
https://goo.gl/EFSYfk
ANEXO 1 
 
Atividades: ​Apresentação de vídeo, aula expositiva dialogada com levantamento de 
conceitos prévios dos alunos e trabalho com imagens. 
Duração:​ Aula 1 - 50 minutos. 
Conceitos trabalhados: Câncer, ciclo celular, mitose, proliferação celular, genes, 
regulação gênica, metástase, tumor, mutação, oncogene, gene supressor tumoral. 
 
1. Vídeo introdutório: “Como o câncer se desenvolve” 
https://www.youtube.com/watch?v=_7weBsPCBj0​. Passar o vídeo para os alunos 
até o minuto 3:24. 
2. Perguntas a serem respondidas a partir do vídeo pela sala, oralmente, na forma de 
um levantamento de ideias, estimulados pelo professor: 
1- O que é o câncer? 
2- Qual a origem do câncer? 
3- Quais são os fatores que podem causar câncer? 
4- Qual a função da proteína p53? Por que ela não conseguiu transmitir o recado 
para o núcleo na segunda situação? 
 
3. Imagens usadas pelo professor para auxiliar a explicação da matéria: 
(o uso de imagens e da própria animação no vídeo permite tornar os conceitos menos 
abstratos para os alunos). 
O que é o câncer? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
https://www.youtube.com/watch?v=_7weBsPCBj0
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Um exemplo de mutação: proteína p53 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A partir das imagens, o professor deve levar a discussão com os alunos, de modo a 
tentar fazê-los recordar os conceitos de mutação genética (como a que ocorreu com a 
proteína p53 no vídeo) e o conceito de ciclo celular (visto no 1° bimestre do segundo ano do 
Ensino Médio), uma vez que todas as imagens indicam uma proliferação descontrolada das 
células tumorais. 
 
 
 
 
 
 
9 
Relembrando as fases do ciclo celular 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
Regulação do ciclo: pontos de checagem 
 
 
Após relembrar o ciclo celular, novos conceitos sobre o mecanismo genético do 
câncer devem ser abordados pelo professor: metástase, oncogenes e genes supressores 
tumorais. Esses conceitos também são introduzidos com o auxílio de imagens: 
 
 
 
11 
Metástase 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Oncogene 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
Genes supressores de tumores 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
4. Final da aula 
Apresentação do vídeo: “The cancer gene we all have” - Michael Windelspecht 
https://ed.ted.com/lessons/the-cancer-gene-we-all-have-michael-windelspecht 
Discussão rápida sobre conceitos mencionados no vídeo que foram vistos anteriormente na 
explicação do professor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
https://ed.ted.com/lessons/the-cancer-gene-we-all-have-michael-windelspecht
ANEXO 2 
Atividade: ​Mapa Conceitual 
Duração: deverá ser entregue aos alunos ao final da aula 1, para que o mapa seja 
completado em casa. No início da aula 2, o mapa será corrigido (10 min). 
Conceitos trabalhados: Câncer, ciclo celular, mitose, proliferação celular, genes, 
regulação gênica, metástase, tumor, mutação, oncogene, gene supressor tumoral, fatores 
ambientais que podem levar ao câncer (radiação, luz ultravioleta, cigarro, obesidade, dieta, 
vírus), hereditariedade. 
 
1. Ao final da aula 1, o professor distribuirá o primeiro mapa abaixo, com 7 lacunas 
para que os alunos as preencham em casa. O professor deve destacar que as 
palavras que faltam nas casas cinzas devem ser preenchidas por conceitos, 
enquanto queas palavras que faltam próximas as linhas são termos de ligação. Os 
termos de ligação devem ser simples e objetivos, não podendo ser compostos por 
frases completas. O professor pode dar exemplo de termos de ligação mostrando os 
outros termos de ligação já presentes no mapa. 
2. No início da aula 2, o professor fará uma correção coletiva dos mapas feitos pelos 
alunos. É importante que o professor não dê as respostas, mas pergunte para os 
alunos o que eles colocaram, para entender as relações conceituais que os alunos 
conseguiram formar e o que compreenderam ou não da aula. O professor pode 
perguntar para os alunos se alguém colocou uma resposta diferente, para que os 
alunos compreendam todas relações que são possíveis de serem estabelecidas. 
Dentre as respostas dadas pelos alunos, se alguma relação estiver equivocada, o 
professor deve estimular os alunos a buscarem a resposta certa, e ver se algum dos 
próprios alunos é capaz de explicar porque a relação dita não estava correta. 
O segundo mapa abaixo contém sugestões que podem ser usadas pelo professor 
para fazer a correção coletiva. Os conceitos e termos de ligação sugeridos encontram-se 
em vermelho. O professor pode escolher outros termos que ache mais apropriado, ou pode 
ainda montar um novo Mapa Conceitual, que se adeque melhor aos conceitos que o 
professor queira trabalhar, ou às relações que acredita que seus alunos tenham mais 
dificuldade de estabelecer. Recomenda-se o uso do programa ​CMapTools​ , que pode ser 
baixado gratuitamente na internet e facilita a elaboração de novos mapas. 
 
Abaixo estão, respectivamente, o mapa com lacunas a ser distribuído para cada um 
dos alunos e o mapa com conceitos e termos de ligação sugeridos (em vermelho) para 
auxiliar o professor na correção coletiva. Nota-se que no mapa sugerido, conceitos de aulas 
anteriores são novamente trabalhados, como a relação entre gene e DNA, visando 
relembrar e fortalecer esses conceitos, além de analisar se o aluno é capaz de fazer a 
relação entre esses conceitos sem maiores dificuldades. Nesse mapa também estão 
presentes conceitos que serão abordados na próxima aula, como a influência de fatores 
ambientais no desenvolvimento de câncer, com a intenção de instigar o aluno para a 
próxima aula. 
 
15 
 
16 
 
17 
ANEXO 3 
Atividade: ​Apresentação de duas notícias com conceitos relativos ao câncer a ao uso de 
células-tronco, análise e discussão em grupos com estudo dirigido. Compartilhamento das 
discussões com toda a classe e com o professor. 
Duração: ​35 minutos 
Conceitos trabalhados: ​câncer, células-tronco, mutações genéticas, DNA, enzimas, 
proliferação celular, mitose, drogas 
 
Classe dividida em grupos ​(sugestão: 4 alunos no grupo): 
Leia as duas notícias abaixo. Depois, discuta com os colegas as seguintes questões e 
escreva: 
1. Com base nos conhecimentos adquiridos em sala, quais seriam as diferenças entre 
as células normais e células tumorais? 
2. Por que as drogas usadas para tratar câncer tem sua ação dificultada quando as 
células tumorais são heterogêneas? 
3. O que significa dizer que o álcool “age na sequência de DNA”? 
4. Qual o benefício do indivíduo possuir a enzima aldeído desidrogenase? 
5. O que são células-tronco? 
6. Compare a utilização do conceito de célula-tronco nas duas notícias. 
7. Qual a sua opinião sobre o uso e a importância das células-tronco para fins 
medicinais? 
 
Notícia 1: 
 
Técnica nacional de reprogramação celular 
reduz ação de melanoma 
Em experimentos com animais, cientistas do Instituto Butantã 
conseguiram reduzir a velocidade de crescimento do tumor 
Fábio de Castro, O Estado de S.Paulo 
01 Fevereiro 2018 | 06h00 
 
Cientistas do ​Instituto Butantã provaram que é possível reduzir a agressividade do melanoma - 
um dos tipos de tumor que se alastra com mais rapidez - com o uso de uma técnica de 
reprogramação celular que converte as células tumorais em células-tronco. Em experimentos 
com animais, os pesquisadores conseguiram reduzir a velocidade de crescimento do tumor e 
o nível de necrose, além de tornar as células tumorais menos heterogêneas - o que resultou 
em uma versão bem menos agressiva de melanoma. 
Segundo os autores do estudo, publicado na revista ​Cell Proliferation​ , a descoberta é um 
primeiro passo para que, no futuro, a técnica possa ser utilizada como terapia 
18 
http://tudo-sobre.estadao.com.br/instituto-butantan
complementar, permitindo que os pacientes ganhem tempo para a aplicação de outras 
terapias e também tornando cirurgias mais eficazes. 
O estudo foi o tema da tese de doutorado defendida por Diana Câmara, sob orientação da 
pesquisadora Irina Kerkis, do Laboratório de Genética do Instituto Butantã. De acordo com 
Diana, o melanoma leva à metástase - o alastramento do tumor pelo organismo - em apenas 
dez meses, em média. Nesse tipo de câncer, além de uma necrose rápida dos tecidos, as 
células tumorais são extremamente heterogêneas, o que dificulta a ação das drogas. “Quanto 
mais heterogêneo um câncer, pior, pois as drogas não atingem o tumor por completo, você 
consegue alcançar uma certa quantidade de células e outras não.” 
De acordo com Irina, ainda será preciso realizar muitos estudos antes de utilizar a técnica de 
reprogramação em terapias complementares para o melanoma, mas a descoberta aponta um 
caminho promissor. “No futuro, com essas pesquisas poderemos ganhar tempo para fazer 
uma cirurgia, por exemplo”, destaca. 
 
Fonte:​https://ciencia.estadao.com.br/noticias/geral,tecnica-nacional-de-reprogramacao-cel
ular-reduz-acao-de-melanoma,70002173313 
 
Notícia 2: 
 
Álcool danifica DNA, e provoca tumores e 
câncer 
Estudo publicado na Nature mostra que a bebida age na sequência do 
DNA, o que pode resultar em câncer. 
Por ​Pâmela Carbonari, da Superinteressante 
5 jan 2018, 21h11 
 
Má notícia para quem quer aplacar o calor deste verão tomando uma cerveja bem gelada: 
uma pesquisa da Universidade de Cambrigde comprovou a relação entre o consumo de álcool 
e o surgimento de ​tumores​. 
A partir de testes com cobaias, os cientistas mostraram que a ingestão de álcool danifica o 
DNA das células-tronco, o que eleva o risco de câncer. O estudo foi publicado no periódico 
científico ​Nature nesta semana e teve apoio financeiro do instituto ​Cancer Research​, da 
Inglaterra. 
A ideia de que o álcool pode causar câncer não é nova. De fato, ninguém acorda depois de 
uma bebedeira achando que fez um grande serviço à própria saúde. 
Pesquisas anteriores, principalmente estudos populacionais que associavam a prevalência de 
câncer ao consumo alcoólico, já sugeriam que existe uma relação entre a bebida e o 
surgimento da doença em mais de dez partes do corpo, inclusive os ​mais comuns no Brasil 
como intestino e mama. 
 
19 
https://ciencia.estadao.com.br/noticias/geral,tecnica-nacional-de-reprogramacao-celular-reduz-acao-de-melanoma,70002173313
https://ciencia.estadao.com.br/noticias/geral,tecnica-nacional-de-reprogramacao-celular-reduz-acao-de-melanoma,70002173313
https://ciencia.estadao.com.br/noticias/geral,tecnica-nacional-de-reprogramacao-celular-reduz-acao-de-melanoma,70002173313
https://exame.abril.com.br/noticias-sobre/cancer/
https://www.nature.com/articles/nature25154
http://www.cancerresearchuk.org/about-cancer/causes-of-cancer/alcohol-and-cancer/alcohol-facts-and-evidence?dclid=CLvCi-LAwdgCFQgQhwodI0wCYg#alcohol_facts0?utm_source=affiliate_window&utm_medium=affiliate&utm_name=online_retail&utm_content=www.independent.co.ukhttps://www.hcancerbarretos.com.br/82-institucional/noticias-institucional/1300-informacao-saiba-quais-sao-os-tipos-de-cancer-mais-comuns-no-brasil
A novidade é que agora os cientistas conseguiram analisar como um derivado do álcool, o 
etanal ou acetaldeído, interfere permanentemente no DNA de células-tronco no metabolismo 
de ratos ao dar altas doses de álcool a cobaias. Os pesquisadores perceberam que essa quebra 
estimula os cromossomos a se emparelhar aleatoriamente, mudando para sempre as 
sequências de DNA nas células. O grande perigo de ter células tronco “defeituosas” é que elas 
conseguem se multiplicar e se alastrar para diversos tecidos do corpo com mais facilidade – 
um prato cheio para o surgimento de tumores. 
O etanal é produzido quando o nosso corpo está reagindo ao álcool. E você até consegue 
senti-lo em ação depois de alguns bons drinks (ou nem tão bons): ele é o responsável por 
desencadear o mal-estar da ressaca. 
Prova real 
Os cientistas também prestaram atenção em corpo se defende do álcool. Uma enzima 
chamada aldeído desidrogenase (ALDH) é capaz de catalisar, quebrar o subproduto maléfico 
do álcool. Eles testaram os efeitos nos ratinhos bêbados com e sem ALDH e perceberam que 
os que não tinham a enzima tiveram seu DNA afetado até quatro vezes mais. A outra má 
notícia que vem junto com a prova real é que milhões de pessoas ao redor do mundo não 
possuem essa enzima “anti-ressaca”. 
“É importante lembrar que a liberação do álcool e os reparos no DNA não são perfeitos e o 
que o álcool ainda pode causar câncer de vários outros jeitos, mesmo em pessoas com esses 
mecanismos de defesa em ordem”, disse o líder do estudo, Ketan Patel. 
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) elenca o consumo de bebidas alcoólicas como um dos 
principais fatores de risco para a doença. O número de mortes por câncer no Brasil 
aumentou 31% nos últimos 15 anos. De acordo com informações da OMS, a doença matou 
223,4 mil pessoas no país em 2015. Câncer é a segunda causa de mortes por aqui, atrás 
apenas de doenças cardiovasculares. No mundo, a ​estimativa é 8,8 milhões de vítimas por 
ano​ – o equivalente a população da cidade de Nova York ou de toda a Áustria. 
Este conteúdo foi publicado originalmente no site da ​ Superinteressante​ . 
 
Fonte:​https://exame.abril.com.br/ciencia/alcool-danifica-dna-e-provoca-tumores-e-cancer/ 
 
Ao final, os grupos deverão entregar as respostas por escrito ao professor. O 
professor poderá pedir para os grupos compartilharem suas dúvidas com a classe, além de 
pedir para falarem sobre o que argumentaram sobre o uso de células-tronco em 
tratamentos. Se houver posicionamentos distintos, é importante que o professor estimule a 
argumentação de cada um dos lados e que também garanta que os alunos respeitem e 
escutem a opinião dos outros. 
 
 
20 
http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/cancer/site/prevencao-fatores-de-risco/bebidas-alcoolicas
https://nacoesunidas.org/oms-cancer-mata-88-milhoes-de-pessoas-anualmente-no-mundo/
https://nacoesunidas.org/oms-cancer-mata-88-milhoes-de-pessoas-anualmente-no-mundo/
https://super.abril.com.br/saude/alcool-danifica-dna-e-provoca-tumores-e-cancer/
https://exame.abril.com.br/ciencia/alcool-danifica-dna-e-provoca-tumores-e-cancer/
ANEXO 4 
 
Atividade: ​A atividade será dividida em três partes: 
1. Apresentação da proposta de avaliação: pesquisar, em casa, notícias, textos, vídeos 
e outros materiais sobre fatores ambientais que podem levar ao desenvolvimento e 
prevenção de um tipo de câncer pré-estabelecido pelo professor (final da aula 2). 
2. Exercício em sala e discussão (início da aula 3). 
3. Proposta de avaliação: elaboração de panfleto (em grupos) sobre determinado tipo 
de câncer, visando comunicar a população geral sobre os fatores hereditários e/ou 
ambientais que podem contribuir para o desenvolvimento do câncer trabalhado, 
incidência e formas de prevenção (aula 3). 
Duração: ​Dez minutos finais da aula 2 e os 50 minutos da aula 3. 
Conceitos trabalhados: ​Fatores ambientais que podem levar ao câncer (radiação, luz 
ultravioleta, cigarro, obesidade, dieta, vírus), hereditariedade, saúde, vacina. Também 
poderão ser retomados os conceitos: câncer, ciclo celular, mitose, proliferação celular, 
genes, regulação gênica, metástase, tumor, mutação, oncogene, gene supressor tumoral, 
vírus, mutação, sistema imune, célula-tronco, durante a produção dos panfletos pelos 
alunos. 
 
1. A primeira etapa dessa atividade consiste em, no final da aula 2 (cerca de 10 
minutos), informar os alunos sobre a proposta de avaliação do tópico “Câncer”. 
Dessa forma, o professor dividirá a classe em 10 grupos (ou em quantos grupos for 
necessário, dependendo do número de alunos na classe. Sugere-se que cada grupo 
tenha em torno de 4 alunos). Em seguida, o professor irá distribuir os temas entre os 
grupos. Cada tema será tratado por dois grupos, de modo que, ao final, serão 
produzidos dois panfletos independentes sobre cada um dos temas. 
Os temas sugeridos para a atividade são: 
● câncer de mama; 
● câncer de colo de útero; 
● câncer de pele; 
● câncer de próstata; 
● câncer de estômago; 
● câncer de pulmão. 
 
O professor explicará que a avaliação irá consistir na elaboração de um panfleto 
sobre o tipo de câncer mencionado. Esse panfleto deverá conter informações sobre o que é 
o câncer e como ele ocorre, explicados em sala de aula. Dessa forma, conceitos como 
mutações, proliferação celular, ciclo celular e outros poderão ser retomados pelos alunos. O 
panfleto deverá conter, também, informações sobre a incidência da doença em questão na 
população, fatores ambientais que contribuam para o desenvolvimento da doença (como 
cigarro, infecção viral, exposição aos raios ultravioleta) e possíveis formas de prevenção 
(autoexame das mamas, uso de protetor solar, vacina de HPV). 
Todas essas informações devem ser adquiridas por meio de pesquisas que os 
alunos deverão fazer em casa e irão trazer suas anotações para a sala de aula na aula 
seguinte, para poderem consultar enquanto elaboram os panfletos. A pesquisa pode ser 
21 
feita utilizando-se diferentes tipos de mídia, seja por meio de notícias, reportagens, textos 
de cunho educativo, vídeos, entre outros. 
Cabe ao professor ressaltar que, como mencionado no vídeo introdutório da primeira 
aula e também no Mapa Conceitual, a maioria dos tipos de câncer não é uma doença 
hereditária e que alguns fatores ambientais podem contribuir para o desenvolvimento dessa 
doença. Caberá aos alunos pesquisarem sobre esse fatores prejudiciais no tipo de câncer 
que será avaliado. O professor poderá sugerir aos alunos para pesquisarem em 
determinados sites, como: 
● http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/inca/portal/home 
● http://bvsms.saude.gov.br/ 
● https://www.cancer.org.br/ 
 
2. A segunda parte da atividade será realizada no início da aula 3, com previsão de 
cerca de 10 minutos. 
Com os alunos tendo feito as pesquisas necessárias em casa para a produção do 
panfleto, o professor irá, rapidamente, aplicar 2 exercícios para ver se os alunos 
compreenderam a importância que alguns fatores ambientais podem ter no 
desenvolvimento de alguns tipos de câncer. 
O primeiro consiste na leiturae interpretação do texto presente no Enem‑2007 
(atividade retirada do Caderno do Aluno: Biologia, da segunda série do ensino médio. 
Volume 1 - 2009, das escolas estaduais de São Paulo): 
 
Ultravioleta e câncer 
As autoridades sanitárias de todo o mundo mostram-se alarmadas com o grande aumento 
da incidência do câncer de pele. A frequência do melanoma dobrou na última década na Austrália, a 
campeã do câncer cutâneo, mas fato idêntico ocorreu no norte da Europa. [...] 
Alguns sem dúvida procurarão atribuir essa explosão à rarefação da camada de ozônio que 
periodicamente ocorre na estratosfera. [...] Mas é relativamente pequena a contribuição dessa 
rarefação, embora as medidas tomadas contra o uso de clorofluorcarbonados e outros produtos que 
para ela concorrem tenham diminuído um pouco a incidência do carcinoma. [...] 
O maior responsável pelo crescimento do câncer de pele, segundo especialistas dos EUA, é o hábito 
de expor o corpo por muito tempo ao sol, nas praias e também em salões de bronzeamento. Os três 
principais tipos de câncer cutâneo (o carcinoma escamocelular, o basal e o melanoma) 
desenvolvem-se na epiderme, que é a camada externa da pele. [...] 
As células epidérmicas tornam-se malignas quando o seu DNA (material genético) se divide sem 
controle. Essa transformação pode ter muitas causas, como exposição excessiva aos raios X, 
queimaduras, irritações repetidas ou doenças infecciosas. Mas o culpado mais comum é a radiação 
ultravioleta. [...] Convém lembrar que o UV exerce ação supressiva do sistema imune que talvez 
explique em parte a sensibilidade das células a seus efeitos. A hereditariedade também pode 
contribuir para o aparecimento do câncer. 
Os carcinomas basais raramente formam metástases (disseminação do tumor a outros pontos), ao 
contrário dos escamosos. Os melanomas também produzem metástase, mas sua origem muitas 
vezes é diferente. Eles podem aparecer em áreas de pele geralmente cobertas pelo vestuário e 
resultam de episódios repetidos de queimaduras solares com formação de bolhas. 
REIS, José. Ultravioleta e câncer. Folha de S. Paulo, 2 jan. 2000. 
 
 
 
 
22 
http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/inca/portal/home
http://bvsms.saude.gov.br/
https://www.cancer.org.br/
Em relação ao exposto, é correto afirmar que: 
a) o câncer de pele só é causado por radiação ultravioleta. 
b) com a destruição de parte da camada de ozônio, não ocorre nenhum aumento de risco de câncer 
de pele. 
c) a partir de 1992, a taxa de desemprego foi decrescente. 
d) a metástase corresponde ao processo por meio do qual o câncer se desenvolve em um tecido, a 
partir de uma alteração do DNA de suas células. 
e) o comportamento das pessoas, expondo-se ao sol em busca de bronzeamento, intensifica o risco 
de desenvolvimento de câncer de pele. 
 
Os alunos serão incentivados a compreenderem que o ultravioleta pode ser um dos 
fatores ambientais responsáveis pelo desenvolvimento de câncer. Então o professor 
perguntará aos alunos quais outros fatores eles encontraram em suas pesquisas que 
também podem levar ao câncer. Após ouvir as respostas, o professor apresentará as 
seguintes imagens. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Imagens retiradas de: ​https://www.vencerocancer.org.br/cancer/o-que-e/mutacoes/​. Acesso em 30 
maio, 2018. 
23 
https://www.vencerocancer.org.br/cancer/o-que-e/mutacoes/
O professor perguntará se os alunos concordam com os fatores ambientais 
apresentados nas imagens. Se nenhum aluno comentar o erro, o professor dirá que há um 
erro na segunda imagem. Os alunos devem tentar descobri-lo e discuti-lo com o professor. 
(Resposta: de acordo com a ilustração, as mutações genéticas são apenas um dos fatores 
ambientais que podem levar ao câncer, quando, na verdade, todos os demais fatores 
ilustrados também são responsáveis por gerar mutações genéticas que podem causar 
câncer). 
 
3. A parte final da atividade irá ocupar os 40 minutos restantes da aula 3. Os alunos 
se organizarão nos grupos para produzirem os panfletos sobre mecanismos do câncer, 
incidência, fatores ambientais que contribuem para o seu desenvolvimento e prevenção. 
O professor deixará os alunos livres, para criarem o panfleto da forma como 
quiserem. Será dada uma folha sulfite A4 para cada um dos grupos. Os alunos podem usar 
sua criatividade: dobrar o papel, fazer desenhos, esquemas, pequenos textos, utilizando 
canetinhas e lápis de cor. O importante é que os alunos consigam passar as informações 
necessárias. 
O professor deverá lembrar os alunos que trata-se da confecção de um panfleto. O 
panfleto é um meio de comunicação que apresenta uma mensagem rápida e que atinge 
grandes massas da população. Assim, é importante que os alunos saibam sintetizar suas 
ideias, para que o panfleto tenha uma leitura rápida, além de ser chamativo (com desenhos, 
colorido ou com uma pergunta instigante), para que o leitor seja incentivado a lê-lo. Outro 
fator importante é a necessidade de adequação da linguagem: o panfleto é distribuído na 
rua, e atinge uma grande diversidade de pessoas, com diferentes níveis de escolaridade, 
distintas regiões e de diferentes classes sociais. Dessa forma, é necessário que a 
linguagem utilizada seja simples, voltada a abranger um público maior. 
 
Avaliação do panfleto: 
O panfleto é a forma de avaliação sugerida nessa sequência didática. A seguir estão 
a sugestão de alguns critérios que podem ser utilizados para a avaliação dos panfletos 
produzidos. O professor poderá utilizar esses ou outros critérios, dependendo do que 
considerar mais necessário em sua avaliação. 
 
Conteúdo: 
➔ retomou conceitos sugeridos; 
➔ mencionou prevenção/fatores ambientais/incidência; 
➔ foi capaz de relacionar diferentes conceitos; 
➔ informações estão corretas. 
 
Linguagem: 
➔ linguagem adequada ao gênero textual (panfleto); 
➔ poder de síntese; 
➔ criatividade; 
➔ organização. 
 
Competência atitudinal: 
➔ respeito na relação com os colegas. 
24 
APÊNDICE 
 
Aqui estão os textos de apoio sugeridos para que os professores possam se 
preparar para lecionar as aulas sobre câncer. As sugestões 1 e 2 estão respectivamente 
anexadas abaixo: 
 
1. GUEMBAROVSKI, Roberta Losi; CÓLUS, Ilce Mara de Syllos. ​Câncer: uma 
doença genética​ . ​Revista Eletrônica Genética na Escola. Vol. III, nº 1, 
2008. 
2. MIYAKI, Cristina; ARIAS Maria Cristina; INFANTE-MALACHIAS, María Elena. 
Câncer: causa e consequência. Texto extraído da Apostila de Biologia 
Molecular para Licenciatura (BIO 0441). 
3. A situação do câncer no Brasil. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à 
Saúde, Instituto Nacional de Câncer, Coordenação de Prevenção e 
Vigilância. Rio de Janeiro: INCA, 2006. Disponível em 
<​http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/situacao_cancer_brasil.pdf​>. 
Acesso em 12 junho 2018. 
4. ABC do câncer: abordagens básicas para o controle do câncer. Instituto 
Nacional de Câncer. Rio de Janeiro: Inca, 2011. Disponível em 
<​http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/abc_do_cancer.pdf​>. Acesso em 
12 junho 2018. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/situacao_cancer_brasil.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/abc_do_cancer.pdf
CÂNCER: UMA DOENÇA GENÉTICA 
Roberta Losi Guembarovski¹ e Ilce Mara deSyllos Cólus² 
Departamento de Biologia Geral – CCB 
Universidade Estadual de Londrina 
¹Pro-Doc do Programa de Mestrado em Genética e Biologia Molecular da UEL 
E-mail: rolosi@uol.com.br 
²Docente do Departamento de Biologia Geral e do Programa de Mestrado em Genética e Biologia Molecular da 
UEL. 
E-mail: ​colus@sercomtel.com.br 
 
Palavras-chave:​ câncer, proto-oncogenes, genes supressores de tumor. 
 
1. Introdução 
Desde 1930, a análise de dados relativos ao índice de mortalidade no Brasil mostra 
que, os tumores malignos e as doenças do aparelho circulatório, são responsáveis por um 
número cada vez maior de óbitos, apontando para uma mudança no perfil relativo ao índice 
de mortalidade semelhante àquela observada nos países desenvolvidos (PISANI et al., 
2002). 
De um modo geral, o termo câncer é empregado para designar mais de uma 
centena de diferentes doenças heterogêneas que, segundo Hanahan e Weinberg (2000), 
surgem a partir de alterações essenciais na fisiologia da célula, as quais, coletivamente, 
contribuem para o crescimento dos tumores malignos. Dentre as alterações essenciais 
podem ser citadas: - suficiência em relação aos fatores de crescimento; - insensibilidade 
aos inibidores de crescimento; - evasão à morte celular programada por apoptose; - 
potencial ilimitado de replicação; angiogênese aumentada; - invasão tecidual; - 
disseminação à distância (metástase). 
Sabe-se que os fatores ambientais possuem um importante papel na etiologia do 
câncer e dentre os principais fatores para o surgimento dos tumores malignos estão os 
carcinógenos químicos e físicos, agentes infecciosos e o estilo de vida do indivíduo. Esses 
fatores podem ser assim exemplificados : 
a - certos carcinógenos químicos ambientais como os encontrados na fumaça do 
cigarro e contaminantes de dieta, como a aflatoxina B1; 
b - agentes físicos, como a radiação UV; 
c - outros fatores incluem vírus e bactérias patogênicas, como Helicobacter pylori, o 
vírus do papiloma humano (HPV), e os vírus das hepatites B e C (HBV/ HCV); 
d - estilos de vida que ignoram determinados fatores de risco, como o hábito 
tabagista, exposição excessiva à luz solar, dieta gordurosa e o estresse. 
 
Ao contrário disso, a ingestão alimentar de fibras, antioxidantes e a prática de 
exercícios físicos podem contribuir na prevenção ao desenvolvimento de tumores malignos. 
Entre os fatores endógenos que influenciam na carcinogênese, podemos citar as variações 
individuais nos mecanismos de defesa que incluem o sistema de reparo a danos do DNA e 
o sistema de detoxificação e eliminação de carcinógenos (Minamoto et al., 1999). 
 
1.1 Câncer: uma doença genética 
O câncer pode ser considerado uma doença genética uma vez que é desencadeado 
por alterações no DNA da célula. No entanto, ao contrário das demais síndromes genéticas 
26 
mailto:colus@sercomtel.com.br
humanas, o câncer não é necessariamente uma doença hereditária. Os cânceres humanos 
são, na sua maioria, de origem somática resultantes da interação de fatores genéticos e 
ambientais (PERERA, 1997). No caso do câncer hereditário, as mutações germinativas 
estão diretamente associadas à predisposição familial para o desenvolvimento de tumores 
e, nesses casos específicos, o câncer é uma doença genética e hereditária (CAMARGO et 
al., 1999). Assim, cerca de 5% a 10% dos cânceres são hereditários, provenientes de 
mutações na linhagem germinativa (FEARON, 1997) e diversos genes vêm sendo 
identificados como sendo importantes na etiologia destes tumores. Como exemplos podem 
ser citados os genes BRCA1 (breast cancer 1) e BRCA2 (breast cancer 2), do câncer de 
mama e ovário hereditário e o gene APC (adenomatous polyposis coli), da polipose 
adenomatosa familial (Minamoto et al., 1999). 
O câncer é uma doença cuja iniciação e progressão envolvem passos nos quais o 
DNA acumula uma série de mutações. Em geral, as mutações incluem alterações de 
seqüência, perdas, ganhos e rearranjos cromossômicos (simples ou extremamente 
complexos). Evidências do envolvimento de mutações em casos de câncer surgiram 
inicialmente da observação de alterações genéticas recorrentes e específicas em 
determinados tipos tumorais, a partir da observação de alterações em nível cromossômico. 
Hoje se sabe que estas alterações afetam diferentes passos nas vias que regulam os 
processos de proliferação, diferenciação e sobrevivência celulares. 
O câncer é então resultante do crescimento de sucessivas populações celulares nas 
quais as mutações se acumularam em um processo denominado de expansão monoclonal. 
Este processo culmina na formação de uma massa tumoral com células contendo diferentes 
padrões de alterações genéticas e com extensa heterogeneidade intratumoral e de paciente 
para paciente, mesmo para subtipos histologicamente idênticos. Assim, o câncer é uma 
doença associada a alterações genéticas múltiplas, originando-se a partir de uma única 
célula normal que acumulou mutações após sucessivas divisões celulares num processo de 
evolução clonal (CAVENEE e WHITE, 1995). Atualmente sabe-se que o câncer resulta de 
alterações estruturais e/ou funcionais em genes cuja função é controlar o crescimento 
normal e a diferenciação das células que compõem o organismo e, ainda, que estas 
alterações envolvem tanto a ativação de proto-oncogenes quanto à inativação de genes 
supressores de tumor (CHANG et al., 1995; HANAHAN e WEINBERG, 2000). Genes 
associados aos mecanismos de reparo aos danos do DNA são considerados como um 
terceiro grupo que pode atuar direta ou indiretamente no processo de carcinogênese 
(HOEIJMAKERS, 2001). 
 
1.2 genes do Câncer 
Sendo o câncer uma doença genética, a identificação e caracterização dos genes 
envolvidos na sua origem e progressão é de fundamental importância para a compreensão 
das bases moleculares da doença (PARMIGIANI e CAMARGO, 2004). 
Os proto-oncogenes são genes celulares normais que atuam no controle positivo, ou 
seja, estimulam o crescimento e a diferenciação celular (IRISH e BERNSTEIN, 1993). São 
genes capazes de induzir ou manter a transformação celular em animais experimentais ou 
em culturas de células. Podem tornar-se oncogenes por meio de mutações resultantes da 
exposição aos agentes carcinogênicos físicos, químicos ou biológicos acima já citados. A 
ativação desses genes ocorre por meio de translocações cromossômicas, amplificações 
gênicas ou mutações de ponto, de maneira que alterações em um único alelo são 
27 
suficientes para transformá-los em oncogenes e contribuir na transformação maligna. Como 
conseqüência dessas alterações, a expressão dos oncogenes leva a uma proliferação 
celular anormal, resultando na formação do tumor (COOPER, 1994). 
Muitos dos conhecimentos atuais relacionados aos oncogenes foram obtidos 
inicialmente de estudos com retrovírus. Estes são vírus de RNA e, durante o seu ciclo de 
vida, necessitam da síntese de DNA através da transcriptase reversa. O conceito de que 
alguns tipos de genes celulares possuíam potencial oncogênico ficou claro com a 
descoberta de um homólogo do gene viral do sarcoma de Rous (v-src) no genoma de 
células normais. A partir desta constatação, outras seqüências de retrovírusoncogênicos 
tiveram seus homólogos identificados em células de animais superiores. Assim, os 
oncogenes presentes no genoma viral recebem a designação de v-onc (oncogenes virais) 
enquanto que aqueles presentes no núcleo de células animais são chamados de c-onc 
(oncogenes celulares). Atualmente estão descritos cerca de 100 proto-oncogenes que 
podem ser classificados em diferentes grupos, baseados nas propriedades funcionais de 
seus produtos protéicos: fatores de crescimento, receptores de fatores de crescimento, 
proteínas transdutoras de sinais, fatores de transcrição e reguladores de apoptose (SILVA, 
2004). 
Uma segunda classe de genes, os supressores tumorais, atuam como reguladores 
negativos, ou seja, funcionam como freios da proliferação celular (VERMA e 
TRIANtAFILLOU, 1998). Existem aproximadamente 30 genes supressores tumorais 
identificados que codificam para proteínas reguladoras dos checkpoints celulares e inibem a 
progressão do ciclo celular, caso o DNA esteja danificado. Muitos autores incluem nesta 
classe as proteínas que promovem apoptose e aquelas envolvidas no reparo a danos do 
DNA. Uma vez que estes genes controlam negativamente a proliferação e a sobrevivência 
celulares, mutações que levam à perda das funções por eles reguladas podem contribuir 
para o desenvolvimento de um tumor. Conseqüentemente, alterações inativadoras 
liberariam a célula da inibição imposta por estes genes, levando à proliferação 
desordenada, característica das células cancerosas (WEINBERG, 1991). 
Em contraste com as mutações para proto-oncogenes, que atuam como dominantes 
celulares, as mutações que inativam genes supressores de tumor são recessivas pois 
somente afetam o seu funcionamento quando ambos os alelos são mutados. A descoberta 
dos genes supressores de tumor ocorreu com base em três linhas principais de evidências: 
estudos com híbridos entre células malignas e normais, câncer familial e estudos de perda 
alélica ou de heterozigose (Loss of heterozygosity- LOH) em tumores (SILVA, 2004). 
O conhecimento atual sobre esta classe de genes veio da observação de Knudson, 
em 1971, de que aproximadamente 30% dos casos de retinoblastoma eram bilaterais. 
Assim, foi sugerido que estes tumores possuíam uma base hereditária (KNUDSON, 2001) e 
a hipótese postulada por Knudson é conhecida por “inativação em dois passos” e propõe 
que tanto os casos hereditários quanto aqueles esporádicos seriam causados por dois 
eventos mutacionais no gene retinoblastoma (RB1). No retinoblastoma hereditário, um alelo 
mutado é herdado pelo indivíduo determinando o aparecimento dos tumores em idade 
precoce, ainda na infância, mas a inativação somática do segundo alelo é necessária para o 
desenvolvimento tumoral. No retinoblastoma não hereditário, para que haja a inativação das 
duas cópias do gene RB1, são necessários dois eventos somáticos independentes, levando 
ao aparecimento dos tumores em idade mais tardia, já na fase adulta do indivíduo (SILVA, 
2004). 
28 
A tabela 1 ilustra as principais diferenças entre proto-oncogenes e genes 
supressores de tumor. 
 
tabela 1. Características principais dos oncogenes e genes supressores de tumor 
 
Características Oncogenes Supressores de tumor 
Mutação Dominante (ganho de função) Recessiva (perda de função) 
Mecanismo de 
ativação/inativação 
Mutação pontual, translocação, 
amplificação gênica e 
inserção viral 
Mutação pontual, perda alélica, 
metilação e inserção viral 
 
Eventos mutacionais 
necessários 
1 evento 2 eventos 
Associação com câncer 
hereditário 
Raramente (EX: Neoplasia 
Endócrina Múltipla tipo 2) 
Freqüentemente (EX: Síndrome 
de Li-Fraumeni) 
Funções das proteínas 
codificadas 
Fatores de crescimento, 
receptores de fatores de 
crescimento, proteínas de 
transdução de sinal, fatores de 
transcrição 
Proteínas envolvidas no controle 
do ciclo celular, no reparo do DNA 
e na indução da apoptose 
 
Exemplos ABL1, MYC, K-RAS, RET RB1, TP53, BRCA1, MLH1 
 
Legenda: ​ABL1: c-abl oncogene 1; MYC: v-myc myelocytomatosis viral oncogene homolog; K-RAS: v-Ki-ras2 
Kirsten rat sarcoma viral oncogene homolog; RET: ret proto-oncogene; RB1: retinoblastoma 1; TP53: tumor 
protein p53; BRCA1: breast cancer 1; MLH1: mutL homolog 1, colon cancer, nonpolyposis type 2. 
 
2. Perspectivas Futuras 
As vias através das quais uma célula torna-se maligna são muito variáveis e a 
descoberta dos genes envolvidos neste processo representou um marco no entendimento 
das bases moleculares do câncer. Assim, os oncogenes e os genes supressores de tumor 
desempenham um papel fundamental na gênese tumoral, e o aumento do conhecimento 
sobre eles irá, sem dúvida, contribuir de forma decisiva para o desenvolvimento de métodos 
diagnósticos mais sensíveis e permitir uma atuação melhor, mais específica e eficaz no 
campo da prevenção, prognóstico, seguimento e terapêutica dos pacientes (PARMIGIANI e 
CAMARGO, 2004). 
Atualmente a importância prática do conhecimento dos chamados genes do câncer 
deve-se ao fato de que eles são alvos potenciais para novos tipos de terapias que procuram 
eliminar seletivamente as células cancerosas, poupando as células normais e reduzindo os 
efeitos colaterais para os pacientes. Exemplos deste tipo de abordagem que já estão sendo 
utilizados com sucesso: o Herceptin, um anticorpo humanizado específico (são anticorpos 
modificados, contendo seqüências de aminoácidos encontrados em humanos para evitar 
reações de rejeição) para células que hiper-expressam o gene ERBB-2 e que é utilizado no 
tratamento do câncer de mama, e o Gleevec, um agente químico inibidor da atividade 
tirosina-quinase da proteína de fusão BCR/ABL, resultante da translocação entre os 
cromossomos 9 e 22, na leucemia mielóide crônica (SILVA, 2004). 
29 
O mapeamento e o sequenciamento do genoma desenvolvidos durante o Projeto 
Genoma Humano revolucionaram a Oncogenética. Depois de mais de duas décadas de 
pesquisa relativa ao DNA, surgiu a necessidade de se investigar o câncer em relação à 
atividade transcricional das células tumorais, pois acredita-se que tal atividade transcricional 
pode fornecer valiosas informações sobre a doença (SKRZYPSKI, 2007). As metodologias 
baseadas em microarrays para a avaliação da expressão gênica surgiram como uma 
ferramenta de grande poder, pois possuem a capacidade de avaliar os processos biológicos 
em larga escala, substituindo a análise isolada pelo estudo de centenas a milhares de 
genes em um mesmo experimento (GUIMARÃES E FERREIRA, 2004). 
Além disso, segundo SKRZYPSKI (2007), a técnica de qRt-PCR (PCR Real Time), 
também amplamente utilizada em estudos de expressão gênica, pode levar ao 
conhecimento de perfis de expressão com valores prognóstico e terapêutico que muito irão 
contribuir para um melhor conhecimento das bases moleculares da doença. 
De um modo geral, espera-se que, com o avanço dos estudos na área de genética 
do câncer, aumente o número de marcadores moleculares, possibilitando um conhecimento 
maior da etiologia da doença e o desenho de novas e eficazes estratégias terapêuticas, 
menos tóxicas e mais específicas para cada paciente e para cada tipo específico de tumor 
(SILVA, 2004). De acordo com Hanahan e Weinberg (2000), futuramenteserá possível 
entender como e quando um determinado tratamento falhará ou beneficiará um paciente, 
uma vez que serão desenvolvidas drogas-alvo direcionadas para combater cada uma das 
propriedades adquiridas de um tumor. 
 
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30 
CÂNCER: CAUSA E CONSEQUÊNCIA 
Texto extraído da Apostila de Biologia Molecular para Licenciatura (BIO 0441), elaborada por Cristina 
Miyaki, Maria Cristina Arias e María Elena Infante-Malachias 
 
 
1. A NATUREZA DO CÂNCER 
O termo câncer vem do grego karkinoma (carcinoma) que significa caranguejo. Esse 
termo foi primeiramente usado por Hipócrates (460-377 a. C.), após observar veias que se 
estendiam a partir de tumores, e que se assemelhavam às pernas de um caranguejo. 
Apesar de o câncer ter sido observado e relatado há mais de dois milênios, ainda hoje é 
alvo de muitas pesquisas e de surpreendentes descobertas quanto à sua origem molecular 
e desenvolvimento. 
O câncer pode ser definido como a proliferação descontrolada de células somáticas 
anormais. As células normais do corpo vivem, se dividem e morrem de forma controlada. As 
células cancerosas não obedecem a esses controles e se dividem sem parar. Além disso, 
não morrem como as células normais e continuam a se proliferar e a produzir mais células 
anormais. Esse descontrole no ciclo de vida e morte celular é causado por mutações no 
DNA. Se as mutações ocorrem nas células germinativas elas serão herdadas, porém na 
maioria dos casos as mutações ocorrem nas células somáticas, portanto não herdadas. 
Alguns fatores ambientais podem causar danos ao DNA e levar ao câncer, como o fumo, 
sol, alguns vírus e alimentação. 
À medida que as células perdem sua resposta aos controles normais, também 
perdem sua forma característica e limites, formando por fim uma massa distinta de células 
anormais, um tumor. Frequentemente algumas células cancerosas podem se desprender do 
tumor e se alojar em outra parte do corpo, onde passam a se dividir e a substituir o tecido 
sadio, esse processo é chamado de metástase, e o tumor chamado de maligno. 
Em medicina, o câncer não é considerado como uma única doença, mas várias, 
devido à grande complexidade e peculiaridade das manifestações conhecidas. Diferentes 
tipos de câncer têm comportamentos diferentes e exigem tratamentos específicos, até 
mesmo câncer de um mesmo tipo de tecido. Por exemplo, o câncer de próstata pode ser do 
tipo agressivo, de rápida proliferação ou menos agressivo, com desenvolvimento lento. 
Essas peculiaridades requerem diferentes tipos de tratamento. 
 
1.1. Doença Genética versus Doença Hereditária. 
Ao longo dos anos, várias evidências foram se acumulando para explicar o câncer, e 
hoje se sabe que a causa da doença é genética, pois decorre de mutações no DNA. A 
primeira evidência desse fato foi a de que agentes como radiações ionizante e substâncias 
químicas estavam associadas à doença. A segunda evidência foi a de que alguns tipos de 
câncer estavam constantemente associados a anomalias cromossômicas, como a leucemia 
mielóide crônica, onde ocorre translocação recíproca entre os cromossomos 22 e 9 (será 
discutido mais adiante). E a terceira evidência foi a de que alguns tipos de câncer, como o 
retinoblastoma, por exemplo, aparecem com alta frequência em algumas famílias. 
O fato do câncer ser uma doença genética leva a perguntas sobre sua 
hereditariedade. Se a doença fosse herdada, todas as células do corpo deveriam ser 
portadoras do alelo causador do câncer, e se tornarem cancerosas, mas não é assim que a 
doença se desenvolve. A maioria dos tumores surge por mutações somáticas que se 
31 
acumulam durante a vida, seja por mutação espontânea ou ocasionada por algum agente 
mutagênico ambiental. Entretanto, nos poucos tipos de câncer que ocorrem em famílias, os 
tumores estão presentes em apenas alguns tecidos, e geralmente se manifestam quando a 
pessoa atinge idade mais avançada, ou seja, há especificidade para o tecido ou órgão 
afetado. Concluindo, o câncer é uma doença fundamentalmente genética, que afeta tecidos 
somáticos, embora hajam alguns poucos tipos herdados. 
Dentre os tipos de câncer que podem ser recorrentes em famílias, o exemplo 
clássico de “câncer como uma doença genética” foi descrito por Knudson em 1971, 
estudando o retinoblastoma. Esse câncer geralmente se desenvolve em apenas um dos 
olhos e ocasionalmente em ambos. Nesse último caso ele se manifesta quando o indivíduo 
ainda é criança. As crianças afetadas possuem parentes próximos com retinoblastoma. 
Esse câncer é explicado como resultado de dois problemas genéticos distintos, sendo 
ambos necessários para o desenvolvimento da doença. Quando o indivíduo possuiapenas 
um olho afetado, uma única célula, em um dos olhos, sofreu duas mutações sucessivas 
(nos dois alelos do gene do retinoblastoma). Como a chance de duas mutações ocorrerem 
na mesma célula é rara, esse tipo de retinoblastoma também o é, portanto, quando ocorre 
afeta apenas um dos olhos. Os casos bilaterais ocorrem quando o indivíduo herda uma 
dessas duas mutações necessárias para o desenvolvimento do câncer, desse modo todas 
as células desse indivíduo contêm essa mutação inicial. Nesses casos, para que o câncer 
se desenvolva, é necessário que qualquer célula ocular sofra a segunda mutação. Como 
cada olho possui milhões de células, há uma grande probabilidade de que a segunda 
mutação ocorra em pelo menos uma célula de cada olho, produzindo tumores em ambos os 
olhos no indivíduo ainda jovem. 
 
1.2. A Evolução Clonal dos Tumores 
O câncer começa quando uma célula sofre uma ou mais mutações que aumentam a 
frequência da divisão celular. Desse modo, essa célula prolifera, dando origem a um clone 
de células, todas possuindo as mesmas mutações. Como essas células se dividem com 
maior frequência do que as outras do mesmo tecido, novas mutações podem surgir e 
acentuar ainda mais a habilidade dessas células se dividirem. Estas por sua vez, tornam-se 
predominantes no clone. Eventualmente, elas podem ser superadas por células que 
possuam ainda mais mutações que acentuam a proliferação. Esse processo é chamado de 
proliferação clonal, onde as células tumorais adquirem novas mutações que as tornam mais 
agressivas quanto a proliferação (Figura 1). 
A taxa de evolução clonal depende da frequência com que surgem novas mutações. 
Qualquer defeito genético que permita que surjam mais mutações irá acelerar a progressão 
do câncer. Os genes envolvidos com o reparo do DNA estão geralmente mutados em 
células de tumores em estágios avançados. Sem o mecanismo de reparo funcionando 
apropriadamente, novas mutações em qualquer parte do genoma podem se acumular, 
incluindo os genes que regulam o ciclo celular. Os indivíduos que herdam genes de reparo 
com uma dessas mutações têm maior probabilidade de desenvolver a doença, pois 
normalmente o mecanismo de reparo do DNA elimina a maioria das mutações. Um exemplo 
de câncer causado por mutação em genes de reparo, é o Xeroderma pigmentoso (Xp). As 
pessoas com Xp têm taxas mais elevadas de câncer de pele quando expostas à luz UV, 
agente que sabidamente pode causar danos ao DNA. 
32 
Figura 1. Estágios do crescimento de um tumor. Uma primeira mutação promove o crescimento 
anormal de uma célula, posteriormente novas mutações ocorrem e as células com um potencial de 
proliferação mais acelerado são selecionadas e dão continuidade ao crescimento ainda mais rápido 
do tumor. Essa população de células em contínuo crescimento do tumor pode, posteriormente, entrar 
no processo de metástase. 
 
As mutações em genes que atuam na segregação dos cromossomos também 
podem contribuir no aumento da taxa de evolução clonal dos tumores. Muitas células 
cancerosas são aneuplóides, e sabe-se que genes duplicados (nesse caso pela presença 
de cromossomos extras, ou segmentos destes) ou eliminados (cromossomos que sofreram 
deleção) podem contribuir para a progressão do câncer. 
 
2. AS DUAS CLASSES DE GENES ENVOLVIDOS NO CÂNCER 
A divisão celular é regulada por sinais de estímulo e de inibição. O câncer pode 
surgir por mutações em genes que codificam esses sinais. Um gene estimulador pode se 
tornar hiperativo ou ativo em momentos impróprios. As mutações nesses genes são 
geralmente dominantes, pois uma mutação em uma única cópia do gene (alelo) é suficiente 
para produzir o efeito de estímulo da divisão celular. Hoje se encontram descritos mais de 
100 desses genes. Esses genes em sua forma normal, não mutada, são denominados de 
proto-oncogenes. Portanto, os termos proto-oncogene e oncogene não se referem a genes 
diferentes, mas sim, ao seu estado, normal ou mutado, o que implica em manter o controle 
sobre o ciclo celular ou desenvolver câncer, respectivamente. 
A divisão celular pode também continuar a ser estimulada de forma anômala quando 
genes inibidores, também chamados de genes supressores de tumor, se tornam inativos. 
 
3. ENTENDENDO O MECANISMO MOLECULAR DO CÂNCER 
A divisão celular é controlada por uma ou mais moléculas sinalizadoras (proteínas), 
denominadas fatores de crescimento (Figura 2A). Os fatores de crescimento se ligam a 
receptores específicos associados à superfície celular dando início a uma cascata de 
eventos bioquímicos no interior da célula, que levam à divisão celular. O complexo formado 
pelo fator de crescimento e receptor atua como uma proteína quinase (enzima que fosforila 
outras proteínas), fosforilando aminoácidos específicos de algumas proteínas que se 
encontram no citoplasma da célula. Essa modificação pós-traducional geralmente resulta na 
ativação dessas enzimas. Estas por sua vez, catalisam a ativação de proteínas nucleares, 
as quais em sua maioria são fatores de transcrição. 
Os fatores de transcrição ativados se ligam a regiões alvo do DNA, regulando a 
transcrição de genes específicos envolvidos com o controle da divisão celular. Muitos dos 
proto-oncogenes descritos codificam fatores de crescimento, receptores de fatores de 
crescimento e fatores de transcrição. Quando qualquer um desses proto-oncogenes tem 
sua expressão alterada, a célula passa a não ter mais um controle rígido sobre sua divisão 
e entra em um ritmo descontrolado de proliferação. 
Alguns oncogenes são comuns a vários tipos de câncer, no entanto sabe-se que 
apenas um proto-oncogene mutado não é suficiente para desencadear esse crescimento 
desordenado da célula. O desenvolvimento do câncer requer múltiplas mutações 
envolvendo tanto proto-oncogenes quanto genes supressores de tumor. 
Os genes supressores de tumor atuam na via de inibição da divisão celular, ou seja, 
impedem a formação dos tumores (Figura 2B). Esses genes codificam proteínas 
33 
sinalizadoras de parada da divisão celular, ou de indução da apoptose, ou fatores de 
transcrição. Mutações que levam à perda de função desses genes alteram o controle de 
parada da divisão celular. 
 
Figura 2.​ Vias de sinalização em uma célula normal desde o meio externo até o núcleo celular. (A) 
Via positiva de divisão celular e o efeito de uma proteína oncogênica. (B) Via repressora de divisão 
celular e o efeito da ausência de uma proteína supressora de tumor. 
 
3.1. A cascata de eventos: via positiva da divisão celular 
O entendimento de como os proto-oncogenes e genes supressores de tumor 
mutados funcionam ocorre a partir de estudos em células onde eles têm o funcionamento 
normal. 
O crescimento das células é modulado por sinais transmitidos célula à célula, cujos 
agentes efetores são os fatores de crescimento, codificados por proto-oncogenes. Os 
fatores de crescimento são secretados e viajam entre as células, ligando-se a receptores de 
membrana de células adjacentes. Dá-se início então a uma cascata de reações que termina 
no núcleo. Dentro do núcleo, proteínas conhecidas como fatores de transcrição

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