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Como fazer um modelo de redação para qualquer tema: Em primeiro lugar você deve saber como é a estrutura básica de cada parágrafo: • Introdução : A introdução é formada por um contexto ( o seu repertório sociocultural) + analogia ( relação entre o repertório e o tema)+ tese ( Causa1 + Causa2 ou Consequência1 + Consequência 2 a serem tratadas nos desenvolvimentos) + conclusão ( concluir suas ideias). Geralmente a introdução tem de 5 a 6 linhas. • Desenvolvimentos : Os desenvolvimentos são formados por um tópico frasal ( geralmente é formado por um conectivo + tema+ tese ) + ampliação/fundamentação ( aqui você deve inserir um repertório sociocultural de acordo com o tema e a tese) + argumentação + conclusão ( concluir suas ideias). Geralmente o D1 tem de 8 a 9 linhas e o D2 tem de 7 a 8 linhas. • Conclusão : A conclusão deve ser composta por um conectivo conclusivo + retomada do tema + agente ( quem executa?) + ação ( o que deve ser feito?) + modo/meio ( como deve ser feito?) + efeito ( a fim de que deve ser feito?) + o detalhamento ( você deve detalhar alguma informação a qualquer um dos 4 elementos). Geralmente a conclusão tem 7 linhas. * Mecanismos de coesão, geralmente são conectivos ou expressões prontas. Agora vamos ver essas estruturas na prática, com redações nota mil, dos últimos três anos do Enem : REDAÇÃO DO ANO DE 2017 : Na obra “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, o realista Machado de Assis expõe, por meio da repulsa do personagem principal em relação à deficiência física (ela era “coxa), a maneira como a sociedade brasileira trata os deficientes. Atualmente, mesmo após avanços nos direitos desses cidadãos, a situação de exclusão e preconceito permanece e se reflete na precária condição da educação ofertada aos surdos no País, a qual é responsável pela dificuldade de inserção social desse grupo, especialmente no ramo laboral. Logo, faz-se profícuo analisar esses fatos, a fim de reduzir o impasse. Convém ressaltar, a princípio, que a má formação socioeducacional do brasileiro é um fator determinante para a permanência da precariedade da educação para deficientes auditivos no País, uma vez que os governantes respondem aos anseios sociais e grande parte da população não exige uma educação inclusiva por não necessitar dela. Isso, consoante ao pensamento de A. Schopenhauer de que os limites do campo da visão de uma pessoa determinam seu entendimento a respeito do mundo que a cerca, ocorre porque a educação básica é deficitária e pouco prepara cidadãos no que tange aos respeito às diferenças. Tal fato se reflete nos ínfimos investimentos governamentais em capacitação profissional e em melhor estrutura física, medidas que tornariam o ambiente escolar mais inclusivo para os surdos. * nota-se que nesse parágrafo o autor preferiu desenvolver/ argumentar primeiro e depois comprovar com um repertório sociocultural, e não deixou de explicá-lo de acordo com o tema e sua tese. Em consequência disso, os deficientes auditivos encontram inúmeras dificuldades em variados âmbitos de suas vidas. Um exemplo disso a é difícil inserção dos surdos no mercado de trabalho, devido à precária educação recebida por eles e ao preconceito intrínseco à sociedade brasileira. Essa conjuntura, de acordo com as ideias do contratualista John Locke, configura-se uma violação do “contrato social”, já que o Estado não cumpre sua função de garantir que tais cidadãos gozem de direitos imprescindíveis (como direito à educação de qualidade) para a manutenção da igualdade entre os membros da sociedade, o que expõe os surdos a uma condição de ainda maior exclusão e desrespeito. * nota-se que nesse parágrafo o autor preferiu desenvolver/ argumentar primeiro e depois comprovar com um repertório sociocultural, e não deixou de explicá-lo de acordo com o tema e sua tese. Diante dos fatos supracitados, para se solucionar o problema,faz-se necessário que a Escola promova a formação de cidadãos que respeitem às diferenças e valorizem a inclusão, por intermédio de palestras, debates e trabalhos em grupo, que envolvam a família, a respeito desse tema, visando a ampliar o contato entre a comunidade escolar e as várias formas de deficiência. Além disso, é imprescindível que o Poder Público destine maiores investimentos à capacitação de profissionais da educação especializados no ensino inclusivo e às melhorias estruturais nas escolas, com o objetivo de oferecer aos surdos uma formação mais eficaz. Ademais, cabe também ao Estado incentivar a contratação de deficientes por empresas privadas, por meio de subsídios e Parcerias Público-Privadas, objetivando a ampliar a participação desse grupo social no mercado de trabalho. Dessa forma, será possível reverter um passado de preconceito e exclusão, narrado por Machado de Assis e ofertar condições de educação mais justas a esses cidadãos. REDAÇÃO DO ANO DE 2018 : O mundo conheceu novos equipamentos ao longo do processo de industrialização, com destaque para os descobrimentos da Terceira Revolução Industrial, que possibilitou a expansão dos meios de comunicação e controle de dados em inúmeros países. Entretanto, as ferramentas recém descobertas foram utilizadas de forma inadequada, como por exemplo, durante a Era Vargas. Com efeito, a má utilização dessas tecnologias contribui com a manipulação comportamental dos usuários que se desenvolve devido não só à falta de informação popular como também à negligência governamental. Portanto,é fundamental analisar essas causas, a fim de reduzir o problema. É importante ressaltar, em primeiro plano, de que forma o controle de dados na internet permite a manipulação do comportamento dos usuários. Isso ocorre, em grande parte, devido ao baixo senso crítico da população, fruto de uma educação tecnicista, na qual não há estímulo ao questionamento. Sob esse âmbito, a internet usufrui dessa vulnerabilidade e, por intermédio de uma análise dos sites mais visitados por determinado indivíduo, consegue rastrear seus gostos e propor notícias ligadas aos seus interesses, limitando, assim, o modo de pensar dos cidadãos. Em meio a isso, uma analogia com a educação libertadora proposta por Paulo Freire mostra-se possível, uma vez que o pedagogo defendia um ensino capaz de estimular a reflexão e, dessa forma, libertar o indivíduo da situação a qual encontra-se sujeitado - neste caso, a manipulação. Logo, é necessário que esse cenário seja deslindado, com o intuito de diminuir o tema em todo o território nacional. * nota-se que nesse parágrafo o autor preferiu desenvolver/argumentar primeiro e depois comprovar com um repertório sociocultural, e não deixou de explicá-lo de acordo com o tema e sua tese. Cabe mencionar, em segundo plano, quais os interesses atendidos por tal controle de dados. Essa questão ocorre devido ao capitalismo, modelo econômico vigente desde o fim da Guerra Fria, em 1991, o qual estimula o consumo em massa. Nesse âmbito, a tecnologia, aliada aos interesses do capital, também propõe aos usuários da rede produtos que eles acreditam ser personalizados. Partindo desse pressuposto, esse cenário corrobora o termo "ilusão da contemporaneidade" defendido pelo filósofo Sartre, já que os cidadãos acreditam estar escolhendo uma mercadoria diferenciada mas, na verdade, trata-se de uma manipulação que visa ampliar o consumo.Sendo assim, com o fim de atenuar a problemática, medidas são fundamentais. Infere-se, portanto, que o controle do comportamento dos usuários possui íntima relação com aspectos educacionais e econômicos. Desse modo, é imperiosa uma ação do MEC, que deve, por meio da oferta de debates e seminários nas escolas, orientar os alunos a buscarem informações de fontes confiáveis como artigos científicos ou por intermédio da checagem de dados, com o fito de estimular o senso crítico dos estudantes e, dessa forma, evitar que sejam manipulados.Visando ao mesmo objetivo, o MEC pode, ainda, oferecer uma disciplina de educação tecnológica nas escolas, através de sua inclusão na Base Comum Curricular, causando um importante impacto na construção da consciência coletiva. Assim, observar-se-ia uma população mais crítica e menos iludida. REDAÇÃO DO ANO DE 2019 : Embora a Constituição Federal de 1988 assegure o acesso à cultura como direito de todos os cidadãos, percebe-se que, na atual realidade brasileira, não há o cumprimento dessa garantia, principalmente no que diz respeito ao cinema. Isso acontece devido à concentração de salas de cinema nos grandes centros urbanos e à concepção cultural de que a arte direcionada aos mais favorecidos economicamente. Sendo assim, é de suma importância analisar essas causas, a fim de reduzir o empecilho. É relevante abordar, primeiramente, que as cidades brasileiras foram construídas sobre um viés elitista e segregacionista, de modo que os centros culturais estão, em sua maioria, restritos ao espaço ocupado pelos detentores do poder econômico. Essa dinâmica não foi diferente com a chegada do cinema, já que apenas 17% da população do país frequenta os centros culturais em questão. Nesse sentido, observa-se que a segregação social - evidenciada como uma característica da sociedade brasileira, por Sérgio Buarque de Holanda, no livro "Raízes do Brasil" - se faz presente até os dias atuais, por privar a população das periferias do acesso à cultura e ao lazer que são proporcionados pelo cinema. Paralelo a isso, vale também ressaltar que a concepção cultural de que a arte não abrange a população de baixa renda é um fato limitante para que haja a democratização plena da cultura e, portanto, do cinema. Isso é retratado no livro "Quarto de Despejo", de Carolina Maria de Jesus, o qual ilustra o triste cotidiano que uma família em condição de miserabilidade vive, e, assim, mostra como o acesso a centros culturais é uma perspectiva distante de sua realidade, não necessariamente pela distância física, mas pela ideia de pertencimento a esses espaços. Dessa forma, pode-se perceber que o debate acerca da democratização do cinema é imprescindível para a construção de uma sociedade mais igualitária. Nessa lógica, é imperativo que o Ministério da Economia destine verbas para a construção de salas de cinema, de baixo custo ou gratuitas, nas periferias brasileiras por meio da inclusão desse objetivo na Lei de Diretrizes Orçamentárias, com o intuito de descentralizar o acesso à arte. Além disso, cabe às instituições de ensino promover passeios aos cinemas locais, desde o início da vida escolar das crianças, mediante autorização e contribuição dos responsáveis, a fim de desconstruir a ideia de elitização da cultura, sobretudo em regiões carentes. Feito isso, a sociedade brasileira poderá caminhar para a completude da democracia no âmbito cultural. Com isso, pode-se perceber que as redações seguem um padrão e que não é muito difícil elaborar o seu próprio modelo que encaixe em qualquer tema, lembrando que para não demonstrar que é um modelo pronto você deve adequá-lo para o tema proposto. Agora irei te mostrar repertórios coringas e outros que podem ser utilizados em temas específicos: Repertórios Coringas : 1. “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos.” Artigo 1º da Declaração Universal dos Direitos Humanos. 2. “Aqueles que não conseguem lembrar o passado estão condenados a repeti-lo.” George Santayana, filósofo e poeta espanhol. 3. "A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo." Nelson Mandela, pai da moderna nação sul-africana e líder na luta contra o regime do apartheid. 4. “A insatisfação é o primeiro passo para o progresso de um homem ou de uma nação.” Oscar Wilde, escritor, poeta e dramaturgo britânico de origem irlandesa. 5. “Não são as crises que mudam o mundo, e sim nossa reação a elas.” Zygmunt Bauman, filósofo e sociólogo polonês. 6. “O indivíduo só poderá agir na medida em que aprender a conhecer o contexto em que está inserido, a saber quais são suas origens e as condições de que depende.” Émile Durkheim, sociólogo, antropólogo, cientista político, psicólogo social e filósofo francês. 7. "A vontade geral deve emanar de todos para ser aplicada a todos." Jean-Jacques Rousseau, filósofo suíço. 8. "Que tipo de mundo podemos preparar para os nossos bisnetos?" Richard Rorty, filósofo estadunidense. 9. "Não corrigir nossas falhas é o mesmo que cometer novos erros." Confúcio, pensador e filósofo chinês. 10. "Temos de nos tornar a mudança que queremos ver." Mahatma Gandhi, ativista indiano. 11. "O progresso é impossível sem mudança; e aqueles que não conseguem mudar as suas mentes não conseguem mudar nada." George Bernard Shaw, dramaturgo e jornalista irlandês. 12. "Se queres prever o futuro, estuda o passado." Confúcio, pensador e filósofo chinês. 13. "Um país não muda pela sua economia, sua política e nem mesmo sua ciência; muda sim pela sua cultura." Herbert José de Sousa (Betinho), sociólogo e ativista dos direitos humanos brasileiro. 14. Você pode utilizar algum direito, relacionado com o tema, assegurado pela Constituição Brasileira, em vigor desde 1988. 15. No poema " No meio do Caminho ", o modernista Carlos Drummond de Andrade retrata, de modo figurado, os contratempos que o ser humano sofre em sua jornada. Repertórios Específicos : https://redacaonline.com.br/blog/series-para-usar-na-redacao/ Recomendo que acesse o link e explorem o site. * Lembrando que o repertório pode ser qualquer coisa do seu cotidiano: séries, filmes, livros, fatos históricos, filósofos, sociólogos, animes, documentários, reportagens de televisão, dados estatísticos ( de acordo com a realidade), dentre outros. Agora iremos ver frases prontas para iniciar os parágrafos : • Introdução: 1. De acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos - promulgada em 1948 pela ONU ( Organização das Nações Unidas) - é direito de todos os cidadãos, sem qualquer distinção, o direito ... https://redacaonline.com.br/blog/series-para-usar-na-redacao/ 2. Segundo o grande líder do movimento dos direitos civis dos negros, Martin Luther King, " A injustiça num lugar qualquer é uma ameaça a justiça em todo lugar. ... 3. Consoante ao poeta Cazuza, " Eu vejo o futuro repetir o passado ", o TEMA não é um problema atual. ... 4. Ao afirmar, em sua célebre canção, "O Tempo não Para ", o poeta Cazuza faz, de certo modo, uma comparação entre o futuro e o passado. ... 5. Ao afirmar, " Se queres prever o futuro, estuda o passado ", o filósofo polonês Confúcio faz, de certa maneira, uma comparação entre o passado e o futuro. ... • Desenvolvimentos : 1. É indiscutível que o/a tese1/2 está entre as causas do problema, tendo em vista que ( COMO ). ... 2. Igualmente, destaca-se o fator tese2 como mais um desafio a ser combatido. ... tópico frasal é o D2. 3. Convém ressaltar, a princípio, que a tese1 é um fator determinante para a permanência do problema. ... tópico frasal para o D1. 4. De mesmo modo, destaca-se que ... tópico frasal para o D2. 5. Deve-se pontuar, de início, que tese1 está entre as causas da problemática. ... tópico frasal para o D1. 6. Cabe salientar, outrossim, que é importante compreender o efeito do/a tese2 na temática. ... tópico frasal para o D2. 7. Em primeiro plano, evidencia-se que. ... tópico frasal para o D1. 8. Outro ponto relevante é o/a tese2. ... tópico frasal para o D2. 9. Além do/a tese1, o/a tese2 também é um fator determinante para a permanência do tema. ... tópico frasal para o D2. 10. É axiomático que o/a tese1 está entre as causas da/dos permanência/desafios do problema. ... tópico frasal para o D1. • Conclusão : 1. Destarte, indiscutivelmente ações são necessárias para resolver esse problema. ... 2. É notório, portanto, que há entraves a seremresolvidos para minimizar esse revés. ... 3. É inadiável, dessa forma, a necessidade de serem tomadas medidas para resolver o impasse. ... 4. Logo, ações são necessárias para amenizar a problemática. ... 5. Diante do exposto, é indubitável que medidas devam ser tomadas para alterar o cenário brasileiro. ... 6. Portanto, algo precisa ser feito com urgência para amenizar a questão. 7.Portanto, medidas são necessária para resolver o impasse. ... 8. Logo, faz-se profícuo analisar esses fatos, a fim de resolver o /a tema. ... 9. Portanto, é fundamental que o/a tema seja deslindado, com o intuito de diminuí-lo em todo o território nacional. ... 10. Sendo assim, com o fim de atenuar a problemática, medidas são fundamentais. ... 11. Portanto, é evidente que o/a tema configura-se como uma questão que necessita ser resolvida. ... 12. Para que se solucione a questão do/da tema medidas são fundamentais ... 13. Para que a adversidade seja minimizada, portanto,é necessária uma intervenção das autoridades competentes. ... 14. Destarte, é evidente que o/a tema configura-se como um problema que precisa ser resolvido. ... 15. Com o propósito de se solucionar a questão do/a tema é fundamental que medidas sejam tomadas. ... * Você pode modificar esses tópicos frasais para concluir seus outros parágrafos. Por último, mas nem por isso menos importante, deixarei aqui alguns modelos prontos para você fazer o seu, esses modelos são de redações nota 1000 : Publicidade infantil em questão no Brasil A Revolução Industrial, ocorrida inicialmente na Inglaterra durante o século XVIII, trouxe a necessidade de um mercado consumidor cada vez maior em função do aumento de produção. Para isso, o investimento em publicidade tornou-se um fator essencial para ampliar as vendas das mercadorias produzidas. Na sociedade atual, percebe-se as crianças como um dos focos de publicidade. Tal prática deve ser restringida pelo Estado para garantir que as crianças não sejam persuadidas a comprar determinado produto. A partir da mecanização da produção, o estímulo ao consumo tornou-se um fator primordial para a manutenção do sistema capitalista. De acordo com Karl Marx, filósofo alemão do século XIX, para que esse incentivo ocorresse, criou-se o fetiche sobre a mercadoria: constrói-se a ilusão de que a felicidade seria alcançada a partir da compra do produto. Assim, as crianças tornaram-se um grande foco das empresas por não possuírem elevado grau de esclarecimento e por serem facilmente persuadidas a realizarem determinada ação. Para atingir esse objetivo, as empresas utilizam da linguagem infantil, de personagens de desenhos animados e de vários outros meios para atrair as crianças. O Conselho Nacional de Direitos de Criança e do Adolescente aprovou uma resolução que considera a publicidade infantil abusiva, porém não há um direcionamento concreto sobre como isso vai ocorrer. É imprescindível uma maior rigidez do Estado sobre as campanhas publicitárias infantis, pois as crianças farão parte do mercado consumidor e devem ser educadas para se tornarem consumidores conscientes. Logo, o Estado deve estabelecer um limite para os comerciais voltados ao público infantil por meio da proibição parcial, que estabelece horários de transmissão e faixas etárias. Além disso, o uso de personagens de desenhos animados em campanhas publicitárias infantis deve ser proibido. Para efetivar as ações estatais, instituições como a família e a escola devem educar as crianças para consumirem apenas o que é necessário. Apenas assim o consumo consciente poderá se realizar a médio prazo. A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira Historicamente, o papel feminino nas sociedades ocidentais foi subjugado aos interesses masculinos e tal paradigma só começou a ser contestado em meados do século XX, tendo a francesa Simone de Beauvoir como expoente. Conquanto tenham sido obtidos avanços no que se refere aos direitos civis, a violência contra a mulher é uma problemática persistente no Brasil, uma vez que ela se dá- na maioria das vezes- no ambiente doméstico. Essa situação dificulta as denúncias contra os agressores, pois muitas mulheres temem expor questões que acreditam ser de ordem particular. Com efeito, ao longo das últimas décadas, a participação feminina ganhou destaque nas representações políticas e no mercado de trabalho. As relações na vida privada, contudo, ainda obedecem a uma lógica sexista em algumas famílias. Nesse contexto, a agressão parte de um pai, irmão, marido ou filho; condição de parentesco essa que desencoraja a vítima a prestar queixas, visto que há um vínculo institucional e afetivo que ela teme romper. Outrossim, é válido salientar que a violência de gênero está presente em todas as camadas sociais, camuflada em pequenos hábitos cotidianos. Ela se revela não apenas na brutalidade dos assassinatos, mas também nos atos de misoginia e ridicularização da figura feminina em ditos populares, piadas ou músicas. Essa é a opressão simbólica da qual trata o sociólogo Pierre Bordieu: a violação aos Direitos Humanos não consiste somente no embate físico, o desrespeito está –sobretudo- na perpetuação de preconceitos que atentam contra a dignidade da pessoa humana ou de um grupo social. Destarte, é fato que o Brasil encontra-se alguns passos à frente de outros países o combate à violência contra a mulher, por ter promulgado a Lei Maria da Penha. Entretanto, é necessário que o Governo reforce o atendimento às vítimas, criando mais delegacias especializadas, em turnos de 24 horas, para o registro de queixas. Por outro lado, uma iniciativa plausível a ser tomada pelo Congresso Nacional é a tipificação do feminicídio como crime de ódio e hediondo, no intuito de endurecer as penas para os condenados e assim coibir mais violações. É fundamental que o Poder Público e a sociedade – por meio de denúncias – combatam praticas machistas e a execrável prática do feminicídio. Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil O Período Colonial do Brasil, ao longo dos séculos XVi e XIX, foi marcado pela tentativa de converter os índios ao catolicismo, em função do pensamento português de soberania. Embora date de séculos atrás, a intolerância religiosa no país, em pleno século XXI, sugere as mesmas conotações de sua origem: imposições de dogmas e violência. No entanto, a lenta mudança de mentalidade social e o receio de denunciar dificultam a resolução dessa problemática, o que configura um grave problema social. Nesse contexto, é importante salientar que, segundo Sócrates, os erros são consequência da ignorância humana, Logo, é válido analisar que o desconhecimento acerca de crenças diferentes influi decisivamente em comportamentos inadequados contra pessoas que seguem linhas de pensamento opostas. À vista disso, é interessante ressaltar que, em algumas religiões, o contato com perspectivas de outras crenças não é permitido. Ainda assim, conhecer a lei é fundamental para compreender o direito à liberdade de dogmas e, portanto, para respeitar as visões díspares. Além disso, é cabível enfatizar que, de acordo com Paulo Freire, um seu livro "Pedagogia do Oprimido", é necessário buscar uma "cultura de paz". De maneira análoga, muitos religiosos, a fim de evitar conflitos, hesitam em denunciar casos de intolerância, sobretudo quando envolvem violência. Entretanto, omitir crimes, ao contrário do que se pensa, significa colaborar com a insistência da discriminação, o que funciona como um forte empecilho para resolução dessa problemática. Sendo assim, é indispensável a adoção de medidas capazes de assegurar o respeito religioso e o exercício de denúncia. Posto isso, cabe ao Ministério da Educação, em parceria com o Ministério da Justiça, implementar aos livros didáticos de História um plano de aula que relacione a aculturação dos índios com aintolerância religiosa contemporânea, com o fito de despertar o senso crítico nos alunos; e além disso, promover palestras ministradas por defensores públicos acerca da liberdade de expressão garantida pela lei para que o respeito às diferentes posições seja conquistado. Ademais, a Polícia Civil deve criar uma ouvidoria anônima, tal como uma delegacia especializada, de modo a incentivar denúncias em prol do combate à problemática. Feito por: Ingred Lacerda Chaves de Menezes
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