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PRINCÍPIOS DA LICITAÇÃO 
Em relação aos princípios específicos, podem ser destacados os 
princípios da competitividade, da isonomia, da vinculação ao instrumento 
convocatório, do procedimento formal e do julgamento objetivo. 
Princípio da competitividade 
O caráter competitivo da licitação justifica-se pela busca da proposta 
mais vantajosa para Administração, motivo pelo qual é vedado 
admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou 
condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter 
competitivo. O referido princípio deve servir, ainda, como norte interpretativo 
das cláusulas editalícias, de maneira a aumentar o universo de 
competidores. 4., III, b, da Lei 4.717/1965 , estabelece a nulidade dos editais de 
licitação que contenham cláusulas restritivas da competição. 
 
Princípio da isonomia 
O princípio da isonomia tem profunda ligação com o princípio da 
impessoalidade, e significa que a Administração deve dispensar tratamento 
igualitário bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que 
comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com 
deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras 
de acessibilidade previstas na legislação. Ademais, a licitação poderá ser 
restrita a bens e serviços com tecnologia desenvolvida no País e produzidos de 
acordo com o processo produtivo básico de que trata a Lei 10.176/2001 nas 
contratações destinadas à implantação, manutenção e ao aperfeiçoamento dos 
sistemas de tecnologia de informação e comunicação, considerados 
estratégicos em ato do Poder Executivo Federal. 
A previsão de margem de preferência para produtos manufaturados e 
para serviços nacionais está de acordo com o texto constitucional. Lembre-se 
de que a isonomia pressupõe, por vezes, tratamento desigual entre as pessoas 
que não se encontram na mesma situação fático-jurídica, desde que respeitado 
o princípio da proporcionalidade. 
Por outro lado, a previsão de objetos estatutários demasiadamente 
abertos permitiria a participação das entidades em qualquer certame que 
tivesse por objeto a terceirização de serviços pela Administração, o que 
acarretaria discriminação não isonômica em favor das referidas entidades que 
possuem carga tributária menor que as sociedades empresariais. 
 
Princípio da vinculação ao instrumento convocatório 
 
O instrumento convocatório é a lei interna da licitação que deve ser 
respeitada pelo Poder Público e pelos licitantes. Trata-se da aplicação 
específica do princípio da legalidade, razão pela qual a não observância das 
regras fixadas no instrumento convocatório acarretará a ilegalidade do 
certame. 
 
Princípio do procedimento formal 
Os procedimentos adotados na licitação devem observar fielmente as 
normas contidas na legislação. O referido princípio decorre do princípio 
constitucional do devido processo legal. É oportuno ressaltar que o princípio 
do procedimento formal não significa excesso de formalismo. Por esta razão, a 
legislação tem flexibilizado algumas exigências formais, que não colocam em 
risco a isonomia, com o intuito de garantir maior competitividade. 
Princípio do julgamento objetivo 
O julgamento das propostas apresentadas pelos licitantes deve ser 
pautado por critérios objetivos elencados na legislação. A adoção de critérios 
subjetivos para o julgamento das propostas é contrária ao princípio da 
isonomia. De lado outros critérios previstos em legislação específica, o art. A 
objetividade deve ser obedecida inclusive quando houver empate entre duas 
ou mais propostas. 
 
Referência Bibliográfica: 
Oliveira, Rafael Carvalho Rezende, Licitações e contratos administrativos: teoria e 
prática / Rafael Carvalho Rezende Oliveira. – 9. ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: 
Método, 2020.