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1 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia ANATOMOFISIOLOGIA GERAL COMPARTIMENTOS DA CABEÇA Os compartimentos da cabeção são: cavidade craniana; órbitas ósseas; orelhas; cavidades nasais; cavidade oral; fossa temporal; fossa intratemporal; e fossa pterigopalatina. DIVISÃO DA CABEÇA A cabeça é dividida em duas partes: • Crânio: composto de oito ossos, contendo e protegendo o cérebro. • Face: composta de quatorze ossos. CRÂNIO A caixa craniana é a estrutura óssea da cabeça que se apoia na coluna vertebral. É de forma oval, mais larga atrás (parte posterior) do que na frente (parte anterior). Os 22 ossos que compõem a caixa craniana têm forma irregular e, com exceção da mandíbula, são todos soldados uns aos outros. • Diploé: camada de tecido ósseo esponjoso situado entre as duas lâminas de tecido compacto nos ossos chatos, mormente entre as tábuas do crânio. DIVISÃO DO CRÂNIO • Neurocrânio (8): formado pelos ossos frontal; parietais; occipital; temporais; etmoide; e esfenoide. • Viscerocrânio (14): formado pelos ossos nasais; lacrimais; vômer; zigomáticos; maxila; mandíbula; palatino; e conchas nasais inferiores. ARTICULAÇÕES DO CRÂNIO Existem dois tipos de articulações do crânio: • Sinartroses: são as articulações fibrosas que se situam entre um osso e outro. Sua principal característica é a falta de mobilidade, pois elas são fixas. Há dois tipos de articulações fibrosas presente no crânio: gonfoses e suturas. 1. Gonfoses: articulações fibrosas entre os alvéolos dentais da maxila e mandíbula com os dentes. 2. Suturas: são encontradas entre os ossos do crânio. A. Suturas serrátil: união em linha “denteada”. Ex.: inter-parietal. B. Suturas escamosas: união em bisel (corte enviesado na aresta de uma peça. Ex.: temporo-parietal. C. Suturas planas: união linear retilínea ou aproximadamente retilínea. Ex.: internasal e interpalatina. D. Suturas esquindilese: também chamada de cunha e sulco por assim se apresentarem às superfícies ósseas. Ex.: esfenóide e vômer. • Diartroses: são as articulações sinoviais (móveis) que se situam entre a pele e os ossos. Sua principal característica é a existência de bolsas sinoviais, que possuem líquido sinovial. Elas previnem o desgaste que poderia ser ocasionado pelo atrito. Um exemplo é a articulação da mandíbula. 2 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia SUTURAS DO CRÂNIO A linha formada pela conexão de dois ou mais ossos é chamada de sutura. As suturas são denominadas segundo a região da cabeça onde os ossos se ligam. A maioria das articulações do crânio é do tipo fibrosa, apenas uma articulação é sinovial, sendo assim, dos 22 ossos do crânio, apenas um é móvel, a mandíbula. • Visão anterior do crânio: 1. Sutura frontonasal: entre o osso frontal e os ossos nasais. 2. Sutura frontozigomática: entre o osso frontal e o osso zigomático. 3. Sutura zigomático-axilar: entre o osso zigomático e a maxila. 4. Sutura intermaxilar: entre dois maxilares. 5. Sutura metópica: encontrada em crianças; na linha média do osso frontal. • Visão posterior do crânio: 1. Sutura sagital: entre os dois ossos parietais. 2. Sutura lambdoide: entre o osso parietal e o osso occipital. 3. Lambda: convergência da sutura sagital e lambdoide (assemelha-se a uma letra grega 'lambda'). • Visão superior do crânio: 1. Sutura coronal: entre o osso frontal e o osso parietal. 2. Bregma: convergência das suturas sagital e coronal. • Visão lateral do crânio: 1. Sutura escamosa: entre o osso parietal e osso temporal. 2. Sutura esfeno-frontal: entre o osso frontal e o osso esfenóide. 3. Sutura esfeno-parietal: entre o osso esfenóide e o osso parietal. 4. Sutura occipitomastóide: entre o osso occipital e a apófise mastóide do osso temporal. 5. Sutura temporozigomática: entre o osso temporal e o osso zigomático. 3 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia • Visão inferior do crânio: 1. Sutura palatina mediana: entre as placas horizontal dos palatinos. 2. Sutura palatina transversal: entre a apófise palatina do osso maxilar e o osso palatino. 3. Sutura petro-occipital: entre o osso occipital e parte petrosa do osso temporal. 4. Sutura esfeno-occipital: entre o osso esfenoidal e o osso occipital. 5. Sutura petro-escamosa: entre as partes petrosa e escamosa do osso temporal. 6. Sutura petro-timpânica: entre a articulação temporomandibular e a cavidade timpânica. FONTANELAS OU FONTÍCULOS As fontanelas ou fontículos são espaços situados entre os ossos do crânio dos recém-nascidos e fetos. São vulgarmente chamados “moleiras“, elas desaparecem quando se completa a ossificação dos ossos do crânio. No crânio do feto e recém-nascido, onde a ossificação ainda é incompleta, a quantidade de tecido conjuntivo fibroso interposto é muito maior, explican-do a grande separação entre os ossos e uma maior mobilidade. É isto que permite, no momento do parto, uma redução bastante apreciável do volume da cabe-ça fetal pelo “cavalgamento“, digamos assim, dos ossos do crânio. Esta redução de volume facilita a expulsão do feto para o meio exterior. O bebê ainda não atingiu o desenvolvimento completo do seu crânio no momento do nascimento e as fontanelas permitem que o osso do crânio continue a crescer até chegar ao seu tamanho adulto. Existem quatro tipos de fontanelas nos recém- nascidos: ântero-lateral (esfenoidal); póstero-lateral (mastoidea); posterior; e anterior. OSSOS DO CRÂNIO 1. Osso frontal: a) O osso frontal forma a testa, a parte superior das fossas oculares ou órbitas, parte da cavidade nasal, e protege a parte frontal do cérebro. b) Forma um capacete protetor do cérebro. Num recém-nascido, há um osso frontal separado de cada lado da cabeça, que se funde antes dos oito anos, formando um osso único e forte. c) Entre o frontal e o parietal, há uma área mole chamada fontanela ou moleira, ainda sem cobertura óssea. 4 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia 2. Osso parietal: a) Os dois ossos parietais (direito e esquerdo), formam a maior parte do topo e dos lados do crânio. b) Têm quatro lados irregulares, com sua superfície externa convexa e a superfície interna côncava. c) Protegem o cérebro e é coberto pelo couro cabeludo. d) Entre os ossos parietais e o osso occipital, também existe uma moleira ou fontanela, menor, na parte posterior do crânio. e) A sutura entre o parietal e o frontal chama se sutura coronal. f) A sutura entre os dois parietais é a sutura sagital. g) O ponto de encontro entre essas duas suturas chama se bregma. h) A sutura entre os ossos parietal e occipital é a sutura lambdoide. Às vezes formam se minúsculas áreas de osso separadas dentro das suturas, que se chamam ossos wormianos ou suturais. 3. Osso occipital: a) Forma a base do crânio. b) Entre o occipital e os parietais há também uma fontanela. c) É um osso irregular, em forma de concha de sopa. d) Caracteriza-se por uma grande abertura, chamada forame magno. e) Através do forame magno, passa a medula espinhal, nervos espinhais e as artérias vertebrais. De cada lado do forame magno há uma grande superfície arredondada chamada côndilo occipital, sobre o qual o crânio pode mover se para frente e para trás nos acenos da cabeça. 4. Osso etmoide: a) É um osso delgado (fino), situado na base anterior do crânio. b) Localiza se entre as órbitas e ajuda na formação do teto, das paredes laterais e do septo nasal. c) É um osso leve e esponjoso. d) De fora, pode ser visto na borda interna da cavidade orbital. e) Fica atrás do maxilar e forma espirais “turbinadas” ou “conchas”. Estas são cobertas por membranas (tecido fino) e ajudam a umedecer e aquecero ar enquanto respiramos. Quando a pessoa fica resfriada, essas membranas incham e dificultam a respiração pelo nariz. 5. Osso esfenoide: a) Situa se na parte anterior da base do crânio. b) Tem forma semelhante a um morcego de asas abertas. c) Na parte anterior se liga ao etmoide e na parte posterior, ao occipital. 5 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia 6. Osso temporal: a) Os ossos temporais (direito e esquerdo), formam os lados e a base do crânio. b) Limita se pela frente com o osso esfenoide; acima com o parietal e atrás com o occipital. c) Cada osso temporal tem uma cavidade, chamada fossa mandibular, dentro do qual se aloja o osso da mandíbula, permitindo movimento. d) A saliência pontiaguda na superfície inferior do osso temporal é o processo estiloide. e) A saliência arredondada na parte posterior do osso temporal é o processo mastoide, uma projeção óssea atrás do ouvido externo. OSSOS DA FACE 1. Osso nasal (2): a) O osso nasal é formado por dois pequenos ossos oblongos, colocados lado a lado, que, juntos, formam a asa do nariz. b) Situam se na parte central e superior da face, junto à parte superior das maxilas. 2. Osso vômer: a) É um osso ímpar dentro da cavidade nasal. b) Encontra se na parte inferior e posterior da cavidade nasal e forma parte do septo. c) Sua porção interior, quase sempre é desviada para a direita ou para a esquerda, tornando desiguais as cavidades nasais. 3. Cornetos nasais inferiores (2): a) Situam-se na parte inferior de cada narina. b) Consiste em uma camada fina de osso reticulado (esponjoso). 4. Osso lacrimal (2): a) Encontram se na parte anterior da parede interna de cada órbita. b) São os menores e mais frágeis ossos da face. c) Parte do conduto nasolacrimal passa através de um canal situado no osso lacrimal. 5. Osso zigomático (2): a) É também chamado osso da face. b) Forma a borda de baixo do olho, onde encontra o maxilar, e a borda lateral do olho, onde se encontra o osso frontal. c) Os quatro processos da maxila são assim denominados: zigomático, palatino, frontal e alveolar. d) O osso zigomático forma o que chamamos popularmente de “maçãs do rosto". 6 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia 6. Osso palatino (2): a) Situam se na parte posterior da cavidade nasal. b) Formam o céu da boca, parte inferior e as paredes externas das cavidades nasais e o assoalho das órbitas. 7. Maxila (2): a) É formado pela união das duas maxilas. b) Apresenta a forma de uma pirâmide triangular, cuja base está voltada para a cavidade nasal. c) Contribui para a formação dos limites do céu da boca, nariz e órbitas. 8. Mandíbula: a) É um osso ímpar, situado na parte inferior da face. b) É o único osso móvel da cabeça. c) É o mais longo e mais forte dos ossos da face. d) É um osso de extrema importância para a mastigação, uma vez que pelo seu movimento, quebra os alimentos em pedaços menores para serem digeridos no estômago. MÚSCULOS DO ASSOALHO DA BUCAL, DA LÍNGUA E DO PALATO • Músculos do hióideo: a) Supra hióideo: 1. Digástrico: Inserção superior: ventre anterior (fossa digástrica da mandíbula) e ventre posterior (processo mastóide). Inserção inferior: corpo do osso hióideo. Inervação: nervo facial (ventre posterior) e nervo mandibular (ventre anterior). Ação: elevação do osso hióideo e abaixamento da mandíbula (abertura da boca). O ventre anterior traciona o osso hióideo para frente e o ventre posterior para trás. 2. Estilo-hióideo: Inserção superior: processo estilóide. Inserção inferior: corpo do osso hióideo. Inervação: nervo facial (vii par craniano). Ação: elevação e retração do osso hióideo. 7 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia 3. Milo-hióideo: Inserção superior: linha milo-hióidea da mandíbula. Inserção inferior: corpo do osso hióideo. Inervação: nervo mandibular (ramo do nervo trigêmeo - v par craniano). Ação: elevação do osso hióideo e da língua. 4. Gênio-hióideo: Inserção superior: espinha mentoniana da mandíbula. Inserção inferior: corpo do osso hióideo. Inervação: nervo hipoglosso. Ação: tração anterior do osso hióideo e da língua. • Músculos da língua: a) Músculos intrínsecos: 1. Longitudinal superior: Descrito como uma fina camada de fibras musculares oblíquas e longitudinais situadas bem abaixo da mucosa do dorso da língua. Quando contraído, tende a encurtar a língua, virando o ápice para cima. 2. Longitudinal inferior: Entende-se da raiz ao ápice da língua, ao se contrair, encurta a língua ou empurra o ápice para baixo. 3. Transverso: Distribui-se em forma de leque, originando-se no septo da língua e fazendo trajeto diretamente para a lateral. Sua contração faz com que a língua se estreite e alongue. 4. Vertical: Suas fibras originam-se na mucosa do dorso da língua. Quando contraído achata a língua. b) Musculos extrínsecos: 1. Genioglosso: Origem: superfície interna da mandíbula, próximo a sínfase. Inserção: septo mediano da língua e corpo do osso hióideo. Inervação: nervo hipoglosso. Ação: várias fibras projetam e retraem a língua; deprime a sua linha média; elevam o osso hióideo. 8 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia 2. Hioglosso: Origem: corpo e corno maior do osso hióideo. Inserção: lado da língua, metade posterior. Inervação: nervo hipoglosso. Ação: deprime e retrai a língua; deprime os lados da língua. 3. Estiloglosso: Origem: processo estilóide do osso temporal. Inserção: margem lateral, comprimento total da língua. Inervação: nervo hipoglosso. Ação: impulsiona a língua para cima e para trás; elevar o lado da língua. 4. Palatoglosso: Origem: superfície anterior do véu palatino. Inserção: lateral da porção posterior da língua. Inervação: nervo glossofaríngeo. Ação: comprimir o ístmo facial; elevar a parte posterior da língua. • Músculos do palato: a) Tensor do véu palatino: Origem: fossa escafóide. Inserção: contorna o hâmulo pterigóideo e insere-se na aponeurose palatina. Inervação: ramo do nervo mandibular do trigêmeo. Ação: torna tenso o palato mole. b) Levantador do véu palatino: Origem: aspecto inferior da parte petrosa do temporal. Inserção: aponeurose palatina. Inervação: nervo vago. Ação: eleva o palato mole. c) Úvula: Origem: espinha nasal posterior. Inserção: mucosa da úvula. Inervação: nervo vago. Ação: movimenta a úvula. d) Palatofaringeo: Origem: aponeurose palatina. Inserção: superfície póstero-lateral da faringe. Inervação: nervo vago. Ação: eleva a faringe e estreita o istmo da garganta. MUSCÚLOS DA MÍMICA E DA MASTIGAÇÃO • Região da cabeça: a) Occiptofrontal: Origem: gálea aponeurótica. Inserção: ramo temporal do nervo facial. Inervação: pele do supercílio, sobrancelhas. Ação: elevar a pele da fronte e do supercílio; é visualizado em expressões de surpresa e espanto. 9 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia b) Temporoparietal: Origem: fáscia temporal. Inserção: borda lateral da gálea aponeurótica. Inervação: ramos temporais. Ação: estica o couro cabeludo e traciona para trás a pele das têmporas. Combina-se com o occiptofrontal para enrugar a fronte e ampliar os olhos (expressão de medo e horror). • Região da órbita: a) Orbicular dos olhos: Origem: parte nasal do osso frontal (porção orbital), processo frontal da maxila, crista lacrimal posterior (porção lacrimal) e da superfície anterior e bordas do ligamento palpebral medial (porção palpebral). Inserção: circunda a órbita, como um esfíncter. Inervação: ramos temporal e zigomáticas do nervo facial. Ação: fechamento ativodas pálpebras. b) Corrugador do supercílio: Origem: extremidade medial do arco superciliar. Inserção: superfície profunda da pele. Inervação: ramos temporal e zigomáticas do nervo facial. Ação: traciona a sobrancelha para baixo e medialmente, produzindo rugas verticais na fronte. Músculos da expressão de sofrimento. • Região do Nariz: a) Prócero: Origem: fáscia que reveste a parte mais inferior do osso nasal e a parte superior da cartilagem nasal lateral. Inserção: pele da parte mais inferior da fronte entre as duas sobrancelhas. Inervação: ramos bucais do nervo facial. Ação: traciona para baixo o ângulo medial da sobrancelha e origina as rugas transversais sobre a raiz do nariz. b) Nasal: Origem: porção transversal (maxila, acima e lateralmente à fossa incisiva) e porção alar (asa do nariz). Inserção: porção transversal (dorso do nariz) e porção alar (imediações do ápice do nariz). Inervação: ramos bucais do nervo facial. Ação: dilatação do nariz. • Região oral: a) Orbicular da boca: Origem: parte marginal e parte labial. Inserção: rima da boca. Inervação: ramos bucais do nervo facial. Ação: fechamento direto dos lábios. 10 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia b) Levantador do lábio superior: Origem: margem inferior da órbita acima do forame infra-orbital, maxila e zigomático. Inserção: lábio superior e asa do nariz. Inervação: ramos bucais do nervo facial. Ação: levanta o lábio superior e leva-o um pouco para frente. c) Levantador do ângulo da boca: Origem: fossa canina (maxila). Inserção: ângulo da boca. Inervação: ramos bucais do nervo facial. Ação: eleva o ângulo da boca e acentua o sulco nasolabial. d) Zigomático maior: Origem: superfície malar do osso zigomático. Inserção: ângulo da boca. Inervação: ramos bucais do nervo facial. Ação: traciona o ângulo da boca para trás e para cima (risada). e) Zigomático menor: Origem: superfície malar do osso zigomático. Inserção: lábio superior (entre o levantador do lábio superior e o zigomático maior). Inervação: ramos bucais do nervo facial. Ação: auxilia na elevação do lábio superior e acentua o sulco nasolabial. f) Bucinador: Origem: superfície externa dos processos alveolares da maxila, acima da mandíbula. Inserção: ângulo da boca. Inervação: ramos bucais do nervo facial. Ação: deprime e comprime as bochechas contra a mandíbula e maxila. Importante para assobiar e soprar. g) Risório: Origem: fáscia do masseter. Inserção: pele no ângulo da boca. Inervação: ramos mandibular e bucal do nervo facial. Ação: retrai o ângulo da boca lateralmente (riso forçado). 11 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia h) Depressor do ângulo da boca: Origem: linha oblíqua da mandíbula. Inserção: ângulo da boca. Inervação: ramos mandibular e bucal do nervo facial. Ação: deprime o ângulo da boca (expressão de tristeza). i) Depressor do lábio inferior: Origem: linha oblíqua da mandíbula. Inserção: tegumento do lábio inferior. Inervação: ramos mandibular e bucal do nervo facial. Ação: repuxa o lábio inferior diretamente para baixo e lateralmente (expressão de ironia). j) Mentoniano: Origem: fossa incisiva da mandíbula. Inserção: tegumento do queixo. Inervação: ramos mandibular e bucal do nervo facial. Ação: eleva e projeta para fora o lábio superior e enruga a pele do queixo. k) Platisma: Origem: região anterior do pescoço. Inserção: superior (face inferior da mandíbula, pele da parte inferior da face e canto da boca) e inferior (fáscia que recobre as partes superiores dos músculos peitoral maior e deltóide). Inervação: ramo cervical do nervo facial (7º par craniano). Ação: traciona o lábio inferior e o ângulo bucal, abrindo parcialmente a boca (expressão de horror). Puxa a pele sobre a clavícula em direção à mandíbula. • Músculos da mandíbula (mastigatórios): a) Temporal: Origem: face externa do temporal. Inserção: processo coronóide da mandíbula e face anterior do ramo da mandíbula. Inervação: nervo temporal (ramo mandibular do nervo trigêmeo - v par craniano). Ação: elevação (oclusão) e retração da mandíbula. b) Masseter: Origem: arco zigomático. Inserção: fascículo superficial (ângulo e ramo da mandíbula) e fascículo profundo (ramo e processo coronóide da mandíbula). Inervação: nervo massetérico (ramo mandibular do nervo trigêmeo - v par craniano). Ação: elevação (oclusão) da mandíbula. 12 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia c) Pterigóideo medial: Origem: face medial da lâmina lateral do processo pterigóideo do osso esfenóide. Inserção: face medial do ângulo e ramo da mandíbula. Inervação: nervo do pterigóideo medial (ramo mandibular do nervo trigêmeo - v par craniano). Ação: elevação (oclusão) da mandíbula. d) Pterigóideo lateral: Origem: cabeça superior (asa maior do esfenóide) e cabeça inferior (face lateral da lâmina lateral do processo pterigóideo do osso esfenóide). Inserção: cabeça superior (face anterior do disco articular) e cabeça inferior (côndilo da mandíbula). Inervação: nervo do pterigóideo lateral (ramo mandibular do nervo trigêmeo - v par craniano). Ação: abertura da boca e protrusão da mandíbula. Move a mandíbula de um lado para o outro. NERVOS CRANIANOS São doze pares de nervos cranianos, dez pares estão ligados ao tronco encefálico. São numerados em algarismos romanos, de acordo com sua emergência no sistema nervoso. O Iº e o IIº nervos cranianos se conectam ao telencéfalo e ao diencéfalo respectivamente. Os nervos cranianos podem ser exclusivamente sensitivos ou motores. Alguns nervos cranianos são mistos e, quatro pares possuem componente autônomo parassimpático (nervos: oculomotor, facial, glossofarígeo e vago). I. Nervo olfatório (NC I): O primeiro par de nervo craniano. O nervo olfatório é um nervo sensitivo (olfato). Tem início na mucosa olfatória, localizada no terço superior da cavidade nasal. É formado por neurônios bipolares, cujo prolongamento periférico se estende para a mucosa, enquanto que o prolongamento central atravessa a lâmina cribriforme do osso etmóide, penetrando na fossa anterior do crânio. Esses axônios fazem sinapse com células mitrais que formam os bulbos olfatórios. Os axônios das células mitrais se projetam formando os tratos olfatórios, que após um curto trajeto se dividem em duas estrias olfatórias: medial e lateral. A estria olfatória lateral envia os estímulos para o único e giro parahipocampal. 13 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia II. Nervo óptico (NC II): O segundo par de nervo craniano. Origina-se nas células ganglionares da retina. Os axônios dessas células atravessam o canal óptico, alcançando a fossa média do crânio. As fibras do nervo óptico sofrem cruzamento parcial, formando o quiasma óptico (estrutura pertencente ao hipotálamo). As fibras provenientes da parte nasal da retina cruzam no quiasma óptico para o lado oposto, enquanto que as fibras da parte temporal da retina permanecem do mesmo lado. Após o cruzamento das fibras no quiasma óptico, forma-se o trato óptico, que contém fibras cruzadas do olho contralateral (fibras da parte nasal da retina), e fibras não cruzadas do olho ipsilateral (fibras da parte temporal da retina). O nervo óptico é sensitivo e está envolvido com a visão. III. Nervo oculomotor (NC III): O terceiro par de nervo craniano. O nervo oculomotor contém fibras pré-ganglionares parassimpáticas. É um nervo motor, que realiza a maior parte da inervação dos músculos extra-oculares. Possui dois núcleos no mesencéfalo (um somático e outro visceral). O nervo oculomotor alcança a orbita após atravessar a fissura orbitária superior. Inerva os músculos: levantadorda pálpebra, reto inferior, reto superior, reto medial e obliquo inferior. Envia fibras autônomas parassimpáticas para a inervação do músculo ciliar (realiza acomodação visual) e o músculo esfincter da pupila (miose). IV. Nervo troclear (NC IV): O quarto par de nervo craniano, o único a ter origem posterior no tronco encefálico. É um nervo motor, que controla o músculo oblíquo superior. V. Nervo trigêmeo (NC V): O quinto par de nervo craniano. É um nervo misto, com uma pequena parte motora e uma grande parte sensitiva (conectada com o gânglio do trigêmeo). Possui três raízes, cada uma formando os nervos: ofltálmico (primeira divisão do trigêmeo V1), maxilar (segunda divisão do trigêmeo V2) e mandibular (terceira divisão do trigêmeo V3). Todas as divisões são sensitivas, exceto a V3 que é mista (motora e sensitiva). O n. trigêmeo é responsável pelas sensibilidades geral e proprioceptiva da cabeça, cavidades nasal e oral e, inervação dos músculos da mastigação (m. masseter, m. temporal, m. pterigóideo lateral e m. pterigóideo medial), e ventre anterior do músculo digástrico. VI. Nervo abducente (NC VI): O sexto par de nervo craniano. É um nervo motor, que supre o músculo reto lateral do olho, responsável pela abdução do olho (desvio lateral). O nervo abducente em seu trajeto intra-craniano, passa no interior do seio cavernoso. VII. Nervo facial (NC VII): O sétimo par de nervo craniano. É um nervo misto, contendo fibras pré-ganglionares parassimpáticas. O n. facial contém uma grande raiz motora e uma pequena raiz sensitiva (denominada de n. intermédio). O n. facial entra no meato acústico interno (junto do n. vestibulococlear), atravessa a parede posterior da cavidade timpânica (orelha média), local onde emite um ramo denominado de n. corda do tímpano (que se liga ao nervo lingual do trigêmeo), suprindo os dois terços anteriores da língua (inervação gustativa). O n. facial deixa o crânio pelo forame estilomastóideo, emite ramos para os músculos estilo-hióideo e o ventre posterior do músculo digástrico. Atravessa o parênquima da glândula parótida (sem inervá-la), e na margem anterior dessa glândula se divide em cinco ramos terminais, que se distribuem para os músculos da expressão facial (incluindo o m. platisma do pescoço). Os ramos terminais são: temporais, zigomáticos, bucais, marginal da mandíbula e cervical. O nervo facial apresenta componentes autônomos parassimpáticos que suprem as glândulas submandibulares, sublinguais e lacrimais. 14 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia VIII. Nervo vestibulococlear (NC VIII): O oitavo par de nervo craniano. É um nervo sensitivo, formado pelos nervos: vestibular e coclear. Suas fibras se originam da orelha interna nas cristas ampulares do vestíbulo (n. vestibular), e no ducto coclear (n. coclear). Atravessam o meato acústico interno (junto do n. facial). Este nervo está relacionado com o equilíbrio (posição e manutenção da cabeça em relação ao tronco) e a audição. IX. Nervo glossofaríngeo (NC IX): O nono par de nervo craniano. É um nervo misto. Sua parte sensitiva recebe informações provenientes do terço posterior da língua, úvula, faringe. Inerva os músculos estilofaríngo e o constritor superior da faringe. Apresenta inervação especial para a língua (gustação do 1/3 posterior), e componente autônomo parassimpático, inervando a glândula parótida. O nervo glossofaríngeo emerge do sulco póstero-lateral do bulbo, atravessa o forame jugular (junto aos nervos vago e acessório, e a veia jugular interna). X. Nervo vago (NC X): É o décimo par de nervo craniano. O nervo vago era denominado de pneumogástrico, por seu trajeto pelas regiões torácica e abdominal. O nervo vago é um nervo misto, o maior nervo craniano e parassimpático do corpo. Sua origem é na fossa rombóide, no trígono do nervo vago (local do seu núcleo). Emerge no sulco póstero-lateral do bulbo e deixa a cavidade craniana pelo forame jugular. Desce no pescoço posteriormente a veia jugular interna. Cruza anteriormente a artéria subclávia (medialmente ao nervo frênico). Atravessa a cavidade torácica, posteriormente ao hilo do pulmão. Distribui-se na cavidade abdominal até a flexura esquerda do colo. Inerva (estímulos parassimpáticos) as vísceras do pescoço, tórax e abdome (até o final do colo transverso). XI. Nervo acessório (NC XI): É o décimo primeiro par de nervo craniano. É um nervo motor, com duas raízes (uma bulbar, outra espinal). A origem da raiz espinal do nervo acessório é proveniente da coluna anterior da medula espinal (dos cinco primeiros segmentos medulares). Essa raiz ascende em direção ao forame magno, entrando na cavidade craniana e, une-se com a raiz bulbar. Juntas, as raízes deixam a cavidade craniana por meio do forame jugular. No pescoço o nervo acessório está localizado profundamente ao músculo esternocleidomastóideo, seguindo o trajeto sobre o músculo levantador da escápula. Supre os músculos esternocleidomastóideo e trapézio. XII. Nervo hipoglosso (NC XII): É o décimo segundo par de nervo craniano. É um nervo motor, suprindo os músculos da língua. Origina-se do núcleo do nervo hipoglosso, localizado no trígono do nervo hipoglosso (no bulbo). Atravessa o canal do nervo hipoglosso. Envia fibras nervosas que se comunicam com a alça cervical. 15 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia NERVO TRIGÊMEO (V) O nervo trigêmeo é o quinto nervo craniano e possui três divisões bem definidas: o ramo oftálmico, o ramo maxilar e o ramo mandibular. Os ramos oftálmico e maxilar contém apenas fibras sensitivas, enquanto o ramo mandibular possui tanto fibras sensitivas quanto fibras motoras. Os ramos do nervo trigêmeo (trigémeo) inervam uma grande área, incluindo toda a fronte, a face, as regiões laterais da cabeça e a porção mais superior do pescoço, sendo integrantes importantes da neuroanatomia. • Fatores importantes sobre o nervo trigêmeo: a) Núcleos: os núcleos do nervo trigêmeo estão localizados no tronco encefálico e na parte superior da medula espinhal. O núcleo mesencefálico do nervo trigêmeo (trigémeo) é encontrado na região lateral da substância cinzenta periaquedutal, no mesencéfalo. Ele contém os primeiros neurônios responsáveis pela propriocepção da mandíbula e dos músculos intrínsecos do olho, articulações temporomandibulares, dentes e maxila. O núcleo principal do nervo trigêmeo está localizado no tegmento pontino dorsolateral. Sua principal tarefa é a sensação táctil. O núcleo espinhal do nervo trigêmeo é um longo núcleo sensitivo, estendendo-se desde a ponte até os três segmentos mais superiores do corno dorsal da medula espinhal. Está relacionado primariamente com a percepção da dor e da temperatura. b) Ramos: oftálmico, maxilar e mandibular. c) Invervação: Motora: músculos da mastigação, tensor do tímpano, tensor do véu do paladar, milo-hioideu e ventre anterior do digástrico. Sensitiva: face, boca e articulação temporomandibular. d) Componentes funcionais: aferente somática geral (todos os ramos) e eferente visceral especial (ramo mandibular). DISTRIBUIÇÃO PERIFÉRICA DO NERVO TRIGÊMEO: NERVO OFTÁLMICO Primeiro ramo do nervo trigêmeo, eminentemente sensitivo é responsável pela inervação da fronte, do nariz e das regiões oftálmicas da face. Ele deixa o crânio através da fissura orbitária superior na parte óssea da órbita. Tanto o ramo oftálmico quanto o ramo maxilar do nervo trigêmeo inervam a cartilagem nasal com ramos terminais. Antes de exteriorizar-se pela fissura orbital superior (origem aparente craniana), emite o ramo meníngico que inerva a dura-máter. Ao penetrar na órbita, passa pela fissura orbital superior e divide-se em: nervo lacrimal(lateral); nervo frontal (intermédio); nervo nasociliar (medial). 16 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia • Nervo lacrimal: a) Ramo mais lateral do nervo oftálmico. Se dirige para a glândula lacrimal, passando pela borda superior do m. reto lateral. b) Recebe um pequeno ramo, o ramo comunicante do nervo zigomático; c) Inervação. d) Leva impulsos aferentes da glândula lacrimal, conjuntiva e pele da pálpebra superior, através de seus ramos terminais. • Nervo frontal: a) É intermediário entre o nervo lacrimal e o nervo nasociliar. b) Ramos: Nervo supra orbital: ramo lateral - ramo médio. Sensibilidade geral da pele da fronte, parte do couro cabeludo, pálpebra superior e seio frontal. Nervo supratroclear: sensibilidade geral da pálpebra superior, parte da raiz do nariz e a pele da região medial da orbita e glabela. • Nervo nasociliar: a) É o mais medial dos ramos do nervo oftálmico. b) Ramos: ramo comunicante com o gânglio ciliar e nervos ciliares curtos; nervos ciliares longos; nervo etmoidal posterior; nervo etmoidal anterior; nervo infratroclear. c) Inervação. NERVO MAXILAR Segundo ramo fornece receptores nervosos para a face abaixo dos olhos e para a região maxilar, é essencialmente sensitivo. Uma importante ramificação do nervo maxilar é o nervo alveolar superior, que inerva os dentes da arcada superior no interior da cavidade oral. Emite o ramo meníngeo antes de deixar o crânio pelo forame redondo. 17 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia • Ramo meníngeo: a) Acompanha a artéria meníngea média. b) Em seguida, o nervo maxilar deixa o crânio pelo forame redondo e dirige-se para a fossa pterigopalatina onde emite os seguintes ramos: nervo zigomático; ramos alveolares superiores posteriores; nervo infre- orbital; nervo pterigopalatino (medial). • Nervo zigomático: a) É o ramo mais lateral do nervo maxilar. b) Sai da fossa pterigopalatina em direção a órbita através da fissura orbital inferior emitindo um pequeno ramo: ramo comunicante com o nervo lacrimal. c) Em seguida, penetra no forame zigomático- orbital e se divide em: Nervo zigomáticofacial: conduz impulsos de sensibilidade geral da proeminência da face. Nervo zigomaticotemporal: conduz impulsos nervosos da pele da fronte e parte anterior da região temporal. • Ramos alveolares superiores posteriores: a) Trajeto descendente pela superfície posterior da maxila, onde penetram nas foraminas alveolares. b) Através de calículos intraósseos alcançam os dentes. c) Responsáveis pela sensibilidade dos molares superiores, (exceto da raiz mésio vestibular do 1º molar), periodonto, gengiva vestibular na região destes molares, tecido ósseo da maxila dessa região, mucosa do seio maxilar e parte da mucosa da bochecha. • Nervo infra-orbital: a) Recebe este nome após penetrar na órbita pela fissura orbital inferior. b) Lá ele percorre o sulco e o canal infra-orbital e emerge na face pelo forame infra-orbital. c) Ao passar pela fissura orbital superior, emite ramos: alveolares superiores médio; alveolares superiores anteriores. 18 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia • Ramos alveolares superiores médios: a) Conduzem sensibilidade da raiz mésio vestibular do 1º molar superior, dos pré- molares superiores, periodonto, gengiva vestibular da área, tecido ósseo da maxila e parte da mucosa do seio maxilar. • Ramos alveolares superiores anteriores: a) Alcançam a face através de canais ósseos na parede anterior da maxila. b) Conduzem sensibilidade dos caninos e incisivos superiores, periodonto, gengiva vestibular dessa região, tecido ósseo da maxila e parte da mucosa do seio maxilar. c) Ao emergir da face, pelo forame infra-orbital o nervo se trifurca em: Ramo palpebral inferior: sensibilidade da pálpebra inferior. Ramos nasal lateral: sensibilidade da pele da asa do nariz e parte da mucosa do septo nasal. Ramo labial superior: sensibilidade da pele e mucosa do lábio superior. • Nervo pterigopalatino: a) O nervo parte da fossa pterigopalatina e dirige-se para o gânglio pterigopalatino onde emite vários ramos menores: Ramos orbitais: responsáveis pela sensibilidade da órbita e do seio esfenoidal. Ramo faríngeo: sensibilidade da faringe, tuba auditiva e seio esfenoidal. b) A partir do gânglio originam-se os ramos maiores: nervo palatino e nervo esfenopalatino. • Nervo palatino: a) É a continuação do nervo pterigopalatino. b) Dirige-se inferiormente, ocupando o canal palatino onde se divide em: 1. Nervo palatino maior: alcança a cavidade oral pelo canal e forame palatino maior, e dirige-se anteriormente até a região do 1º pré- molar. Conduz sensibilidade da mucosa do palato duro até a região dos pré-molares ou caninos. 2. Nervo platino menor: alcança a cavidade oral através do canal e forame palatino menor, onde inerva a mucosa do palato mole, da úvula, da tonsila palatina e região adjacente. • Nervo esfenopalatino: a) Penetra na cavidade nasal pelo forame esfenopalatino e emite os seguintes ramos: 1. Ramos nasais posteriores superiores: sensibilidade da parte posterior das conchas nasais superiores e média. 2. Ramos nasais posteriores inferiores: sensibilidade da parte posterior das conchas nasais média e inferior. 19 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia 3. Nervo nasoplatino: atravessa o canal incisivo e merge na cavidade oral pelo forame incisivo, onde inerva a mucosa do septo nasal e do palato, na região de canino a canino. NERVO MANDIBULAR Terceiro ramo do nervo trigêmeo é responsável pela sensibilidade da porção mais inferior da face, a região da mandíbula e o assoalho da cavidade oral. Além disso, ele fornece ramos motores para todos os músculos mandibulares, incluindo os músculos envolvidos na mastigação. Um importante ramo que inerva a língua é o nervo lingual. Esta divisão veicula informação sensitiva do terço inferior da face (incluindo o lábio inferior, mandíbula, área pré-auricular, área temporal e meninges das fossas cranianas anterior e média). Também é responsável pela inervação motora dos músculos da mastigação, músculo milo-hioideu e ventre anterior do músculo digástrico. • Inervação sensitiva: a) Terço inferior da face, incluindo paladar dos 2/3 anteriores da língua. b) Ramos: nervo bucal, nervo alveolar inferior, nervo lingual. • Inervação motora: a) Músculos da mastigação (temporal, masseter, pterigoides medial e lateral), omo-hioideu e ventre anterior do digástrico. b) Ramos: nervos temporais profundos, nervo do músculo pterigoide lateral, nervo massetérico, nervo do músculo pterigoide medial, nervo do músculo tensor do véu palatino, nervo milo- hioideu. SISTEMA ARTERIAL DA CABEÇA E DO PESCOÇO O suprimento sanguíneo da cabeça e do pescoço deve- se às artérias carótidas comum e vertebral. a) Artéria carótida interna: não emite ramos cervicais e penetra no crânio através do canal carótico. A parte posterior do cérebro é irrigada pela artéria vertebral (ramo da artéria subclávia). b) Artéria carótida externa: relaciona-se com músculos e nervos – esternocleidomastóideo, digástrico, estilo-hioideo, nervo hipoglosso, glândula submandibular e ângulo da mandíbula. • Os principais ramos da artéria carótida externa são: 1. Artéria tireoidea superior: glândula tireoidea e laringe; 2. Artéria lingual: músculos da língua, soalho da boca, glândula sublingual; 3. Artéria facial: músculos supra-hioideos, lábio inferior e superior; 4. Artéria occipital: região occipital, ventre posterior do digástrico; 5. Artéria auricular posterior: orelha externa, glândula parótida; 6. Artéria faríngea ascendente: faringe; 7. Artéria temporal superficial: glândulaparótida, ducto parotídeo, região temporal, região frontal; 8. Artéria maxilar: dura-máter, músculos da mastigação, dentes, palato. A artéria carótida externa irriga a maior parte dos tecidos moles da cabeça. Ela emite ramos colaterais durante seu percurso ascendente e na altura do colo da mandíbula emite seus ramos terminais. • A artéria carótida externa emite ramos colaterais, como: a) Artéria lingual: possui várias ramificações para irrigar a língua (artéria profunda da língua; ramos dorsais da língua; artéria sublingual; e ramos supra-hioideos). b) Artéria facial: é coberta apenas pela pele e pelo músculo platisma. É acompanhada pela veia facial e os vasos são cruzados com o ramo marginal da mandíbula do nervo facial. Por serem muito superficiais, podem ser facilmente lesadas diretamente por traumatismo e também durante incisões, como naquelas feitas para drenar abscessos odontogênicos nessa região (artéria submentual; artéria palatina ascendente; artéria labial inferior; artéria labial superior; e artéria angular). https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/musculo-digastrico 20 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia c) Artéria maxilar: supre a irrigação das regiões profundas da face, inclusive dos dentes superiores e inferiores (artéria meníngea média – irriga a dura-máter e o gânglio trigeminal; artéria alveolar inferior – ramos dentais e peridentais e ramo milo-hióideo; artéria mentual; artéria temporal profunda anterior; artéria temporal profunda posteior; artéria massetérica; artéria bucal; artéria alveolar superior posterior; artéria infraorbital; artéria esfenopalatina – ramo terminal [fossa pterigopalatina]; e artéria palatina maior, menor e descendente – irrigação da parte posterior do palato). d) Artéria temporal superficial: é uma das artérias principais da cabeça. Surge da artéria carótida externa e bifurca na artéria temporal superficial e na artéria maxilar (artéria transversa da face; ramo frontal; e ramo parietal). • Ramos terminais da artéria carótida externa envolvendo ATM: artéria maxilar; artéria temporal superficial; e artéria alveolar inferior. SISTEMA VENOSO DA CABEÇA E PESCOÇO a) Veias da cabeça: a drenagem venosa intracraniana é feita, sobretudo, pelos seios venosos da dura-máter e a drenagem extracraniana é feita essencialmente pelos sistemas da veia facial e da veia retromandibular. b) Veias do pescoço: a drenagem venosa do pescoço é feita de maneira semelhante a descrita para a cabeça. As veias superficiais são as veias jugulares anteriores e as veias jugulares externa. As veias profundas são as veias jugulares internas. Duas veias maxilares se unem a veia temporal superficial para formar a veia retromandibular – que é a veia responsável pela drenagem do sangue do plexo venoso pterigoideo, formada pela união da veia temporal superficial com as maxilares. CAVIDADE ORAL A saúde começa pela boca. Quando dizemos 'boca', na verdade nós nos referimos à cavidade oral, um espaço na parte inferior da face que funciona como entrada para o sistema digestório (sistema digestivo). O conteúdo da cavidade oral determina a sua função. Ela abriga as estruturas necessárias para a mastigação e a fala, que incluem os dentes, a língua e as estruturas associadas, como as glândulas salivares. A maior parte das funções da cavidade oral estão relacionadas à língua, especialmente as suas habilidades musculares e sensitivas. • Fatos importantes sobre a cavidade oral: a) Definição: é a primeira parte do sistema digestivo e contém as estruturas necessárias para a mastigação e fala; os dentes, a língua e as glândulas salivares. b) Língua: órgão muscular localizado na cavidade oral que é essencial para o paladar, a mastigação, a deglutição e a fala. • Músculos da língua: 1. Intrínsecos: longitudinal superior, longitudinal inferior, transverso e vertical. 2. Extrínsecos: genioglosso, hioglosso, estiloglosso e palatoglosso • Inervação da língua: 1. Motora: Todos os músculos são inervados pelo nervo hipoglosso (NC XII), exceto o músculo palatoglosso que é inervado pelo nervo vago (NC X). 2. Sensitiva: sensação geral e paladar do terço posterior: nervo glossofaríngeo (NC IX); sensação geral dos dois terços anteriores: nervo lingual (ramo do nervo mandibular - V3); sensação do paladar dos dois terços posteriores: nervo facial (NC VII). A cavidade oral situa-se anteriormente na face, abaixo da cavidade nasal. Ela é limitada por um teto, um assoalho e paredes laterais. Anteriormente ela se abre na face através da fissura oral, enquanto posteriormente a cavidade oral se comunica com a 21 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia faringe, especificament com a orofaringe através de uma passagem estreita chamada de istmo orofaríngeo. O istmo orofaríngeo é cercado pelo palato mole e arcos palatoglossos. Um grande número de ossos contribui para a estrutura da cavidade oral; estes são os ossos pareados da maxila, palatino e temporal, bem como os ossos não pareados da mandíbula, esfenoide e hioide. • A cavidade é separada em partes anterior e posterior pelos arcos dentários (ou dentes): o vestíbulo oral anterior encontra-se anteriormente aos dentes e posteriormente aos lábios, enquanto a cavidade oral própria descreve a área posterior aos dentes. O interior da cavidade oral é constantemente lubrificado por glândulas salivares que também participam da digestão dos alimentos ao secretar enzimas que iniciam a digestão de carboidratos. Estas glândulas são a parótida, a submandibular e as sublinguais. ANATOMIA DA LÍNGUA A língua é a parte central da cavidade oral. É um órgão muscular, cuja base está ligada ao assoalho da cavidade oral, enquanto o seu ápice é livre e móvel. A língua consiste predominantemente em músculo. São 8 no total: 4 músculos intrínsecos e 4 extrínsecos. Além de músculos, a outra importante estrutura da língua é sua mucosa. A mucosa dorsal da língua é recoberta por papilas linguais, que funcionam como receptores sensitivos para o paladar. Existem quatro tipos: papila filiforme, fungiforme, valada e foliada. As papilas possuem diferentes formas, em razão das quais são nomeadas. Todas as papilas agem como receptores do paladar, exceto pela papila filiforme, que possui um papel puramente mecânico. MÚSCULOS DA LÍNGUA A mobilidade e força da língua são importantes para os processos da fala e mastigação. Estas habilidades são determinadas pelos músculos da língua. Os músculos que compõem o interior da língua são chamados de músculos intrínsecos da língua. Eles são responsáveis por muitas das funções da língua; como a fala, a mastigação e outras ações que requerem movimentos da língua. Estes músculos controlam movimentos como a torção, encurvamento, achatamento e alargamento da língua. Os músculos que estão localizados fora da língua e somente se inserem em locais específicos são chamados de músculos extrínsecos da língua. Eles auxiliam a língua e suportam ações mais complexas, como a protrusão e retração. • Os 4 músculos intrínsecos da língua são: o longitudinal superior, o longitudinal inferior, o transverso e o vertical. • Fatos importantes sobre os músculos intrínsecos da língua: I. Longitudinal superior: a) Origem: septo lingual. b) Inserção: margens da língua. c) Função: encurvar superiormente a ponta da língua, elevar as laterais, encurtar a língua. II. Longitudinal inferior: a) Origem: base da língua, corpo do osso hioide. b) Inserção: ápice da língua. c) Função: encurvar inferiormente a ponta da língua, encurtar a língua. III. Transverso: a) Origem: septo lingual medial. b) Inserção: submucosa marginal fibrosa. c) Função: estreitar e aumentar a extensão da língua. 22 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia IV. Vertical: a) Origem: submucosa dorsal.b) Inserção: submucosa ventral. c) Função: achatar e alargar a língua. V. Inervação: todos são inervados pelo nervo hipoglosso. • Os 4 músculos extrínsecos da língua são: genioglosso, hioglosso, estiloglosso e o palatoglosso. • Fatos importantes sobre os músculos extrínsecos da língua: I. Genioglosso: a) Origem: tubérculo genial medial da sínfise mentoniana. b) Inserção: margem lateral da língua, parte inferior da língua. c) Inervação: nervo hipoglosso. d) Função: depressão e protrusão da língua. II. Hioglosso: a) Origem: corpo e corno maior do osso hioide. b) Inserção: margem lateral da língua, parte inferior da língua. c) Inervação: nervo hipoglosso. d) Função: depressão e retração da língua. III. Estiloglosso: a) Origem: ligamentos estiloide e estilo-hioideo. b) Inserção: margem lateral da língua, parte inferior da língua. c) Inervação: nervo hipoglosso. d) Função: retração da língua. IV. Palatoglosso: a) Origem: aponeurose do palato mole. b) Inserção: margem lateral da língua. c) Inervação: nervo vago. d) Função: elevação da base da língua. INERVAÇÃO DA LÍNGUA As funções sensitiva e motora da língua se devem aos nervos cranianos, os mesmos nervos responsáveis pela inervação da cabeça e pescoço. Todos os músculos da língua são inervados pelo nervo hipoglosso (NC XII), exceto o músculo palatoglosso, que é suprido pelo nervo vago (NC X). • A inervação sensitiva é levada por vários nervos: a) Sensação geral e paladar do terço posterior da língua: nervo glossofaríngeo (NC IX); b) Sensação geral dos dois terços anteriores da língua: nervo lingual (ramo do nervo mandibular - V3); c) Sensação do paladar dos dois terços posteriores da língua: nervo facial (NC VII). ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR (ATM) É a principal conexão entre o crânio e a mandíbula. Ela envolve a área participante da parte escamosa do osso temporal, o disco articular no interior da cápsula articular, a cabeça da mandíbula e os ligamentos adjacentes. • Fatos importantes da ATM: I. Compartimentos: a) Superior: movimento de translação da articulação. b) Inferior: movimentos rotacionais da articulação. II. Cápsula articular: a) Origem: borda da fossa mandibular e o tubérculo articular do osso temporal. b) Inserção: colo da mandíbula, acima da fóvea pterigoide III. Ligamentos: colaterais, temporomandibular, estilomandibular e esfenomandibular. IV. Irrigação: a) Artérias: auricular profunda, temporal superficial e temporal superficial. b) Veias: temporal superficial e maxilar. V. Inervação: nervo mandibular, nervo massetérico e nervos temporais profundos. • A articulação é separada nos compartimentos superior e inferior pelo disco articular: a) O compartimento superior é limitado superiormente pela fossa mandibular do osso temporal e inferiormente pelo próprio disco articular. Ele contém 1.2 mL de líquido sinovial e é responsável pelo movimento de translação da articulação. b) O compartimento inferior possui o disco articular como limite superior e o côndilo da mandíbula como limite inferior. Ele é ligeiramente menor, com uma média de volume 23 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia de líquido sinovial de 0,9 mL, e permite movimentos rotacionais. • Cápsula e ligamentos: A cápsula articular se origina da borda da fossa mandibular, envolve o tubérculo articular do osso temporal e se insere no colo da mandíbula, acima da fóvea pterigoide. Ela é tão frouxa que a mandíbula pode se deslocar anteriormente de forma natural, sem danificar quaisquer fibras da cápsula. • A ATM é sustentada pelos seguintes ligamentos: a) Os ligamentos colaterais medial e lateral (também conhecidos como ligamentos discais) auxiliam na conexão entre os lados medial e lateral do disco articular com o mesmo lado do côndilo. b) O ligamento temporomandibular está localizado no aspecto lateral da cápsula, e sua função inclui a prevenção de deslocamento lateral ou posterior do côndilo. c) O ligamento estilomandibular se origina do processo estiloide e se insere no ângulo da mandíbula. Ele é responsável por permitir a protrusão da mandíbula. d) O ligamento esfenomandibular se estende entre a espinha do osso esfenóide e a língula da mandíbula. Ele contribui para a limitação dos movimentos de protrusão extensa e abertura da boca. • Suprimento sanguíneo: A ATM recebe o sangue de três artérias. O suprimento principal vem da artéria auricular profunda (da artéria maxilar) e da artéria temporal superficial (um ramo terminal da artéria carótida externa). Além disso, a articulação recebe sangue da artéria timpânica anterior (também ramo da artéria maxilar). A drenagem venosa se dá através da veia temporal superficial e da veia maxilar. • Inervação: O nervo mandibular (terceiro ramo do nervo trigêmeo) fornece a principal inervação da ATM. Inervação adicional é realizada pelo nervo massetérico e pelos nervos temporais profundos. Fibras parassimpáticas do gânglio ótico estimulam a produção sinovial. Neurônios simpáticos do gânglio cervical superior atingem a articulação juntamente com vasos e possuem um papel na percepção da dor e na monitorização do volume sanguíneo. 24 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia Referências: 1. MIRANDA, Aguida; Introdução a Anatomia. 2020. 16 slides. 2. MIRANDA, Aguida; ATM. 2020. 9 slides. 3. MIRANDA, Aguida; Boca. 2020. 60 slides. 4. MIRANDA, Aguida; Glândulas Salivares. 2020. 8 slides. 5. MIRANDA, Aguida; Músculos da Mímica e da Mastigação. 2020. 23 slides. 6. MIRANDA, Aguida; Músculos do Assoalho Bucal, da Língua e do Palato. 2020. 16 slides. 7. MIRANDA, Aguida; Nervo Trigêmeo. 2020. 36 slides. 8. MIRANDA, Aguida; Nervos Cranianos. 2020. 41 slides. 9. MIRANDA, Aguida; Nervos Faciais. 2020. 18 slides. 10. MIRANDA, Aguida; Vascularização. 2020. 52 slides. 11. Nervos Cranianos. Anatomia Papel e Caneta. Disponível em: <https://anatomia-papel-e- caneta.com/nervos-cranianos/>. Acesso em: 30 de fev. de 2020. 12. Nervo Trigêmeo (V). Kenhub. Disponível em: <https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/ nervo-trigemeo-v>. Acesso em: 30 de fev. de 2020. 13. Sistema Arterial e Venoso da Cabeça e do Pescoço. OdontoUp. Disponível em: <https://www.odontoup.com.br/sistema- arterial-e-venoso-da-cabeca-e-do- pescoco/#:~:text=Tudo%20que%20voc%C3% AA%20precisa%20saber,do%20pesco%C3% A7o%20est%C3%A1%20nesse%20post!&text =Art%C3%A9ria%20car%C3%B3tida%20inter na%3A%20n%C3%A3o%20emite,(ramo%20d a%20art%C3%A9ria%20subcl%C3%A1via).>. Acesso em: 30 de fev. de 2020. 14. Cavidade Oral. Kenhub. Disponível em: <https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/c avidade-oral>. Acesso em: 30 de fev. de 2020. 15. Articulação Temporomandibular. Kenhub. Disponível em: <https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/ articulacao-temporomandibular>. Acesso em: 30 de fev. de 2020.
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