Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
JJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJ O SISTERMA CARDIOVASCULAR O sistema cardiovascular é o primeiro sistema importante a funcionar no embrião, para suprir as necessidades nutricionais e de oxigênio do feto. O coração começa a bater entre o 22° e 23° dia. O sistema cardiovascular é derivado principalmente de: Mesoderma esplâncnico, que forma o primórdio do coração. Mesoderma paraxial e lateral. Células da crista neural. DESENVOLVIMENTO PRECOCE DO CORAÇÃO E DOS VASOS O primeiro indício do coração é o aparecimento de um par de cordões endoteliais – cordões angioblásticos – no mesoderma cardiogênico, durante a terceira semana. Esses cordões se canalizam para formar os tubos cardíacos, os quais se fundem no final da terceira semana para formar o coração tubular. A fusão dos tubos cardíacos acontece no sentido cranial para o caudal. Cerca de 500 genes estão envolvidos na embriogênese do coração, sendo os principais: T-Box; HES-1; Dhand e Ehand; MEF2C; Piltx-2. Desenvolvimento das veias associadas ao coração Três veias escoam-se para o coração tubular de um embrião de quatro semanas: As veias vitelínicas levam sangue pouco oxigenado a partir do saco vitelino. As veias umbilicais levam sangue oxigenado a partir do primórdio da placenta. Com o desenvolvimento do fígado, as veias umbilicais perdem sua conexão com o coração e desaguam no fígado. A veia umbilical direita desaparece durante a sétima semana. As veias cardinais comuns levam sangue pouco oxigenado a partir do corpo do embrião. A veia cava superior (VCS) se origina das veias cardinais. TÉRMINO DO DESENVOLVIMENTO DO CORAÇÃO Quando os tubos cardíacos se fundem, o miocárdio primitivo é formado do mesoderma esplâncnico que circunda o celoma pericárdio. Nesse estágio, o coração em desenvolvimento é composto de um delgado tubo endotelial separado de um espesso tubo muscular, o miocárdio primitivo, por um tecido conjuntivo Resumo por Camila Keller, Turma VI FASAI gelatinoso, a geleia cardíaca. O tubo endotelial torna-se o endocárdio e o miocárdio primitivo torna-se o miocárdio. O epicárdio é derivado de células mesoteliais que se originam da superfície externa do seio venoso e se espalham sobre o miocárdio. Quando ocorre o dobramento da região cefálica, o coração e a cavidade pericárdica passam a se localizar ventralmente ao intestino anterior e caudalmente à membrana bucofaríngea. Concomitantemente, o coração tubular se alonga e desenvolve dilatações e constrições alternadas: o bulbo cardíaco (composto do tronco arterial (TA), o cone arterial e o cone cordial), ventrículo, átrio e seio venoso. Por causa do crescimento mais rápido do bulbo cardíaco e do ventrículo em relação às outras regiões. O coração se dobra sobre si próprio, formando uma alça bulboventricular em forma de U. Como o coração primitivo se curva, o átrio e o seio venoso passam a se localizar dorsalmente às regiões do tronco arterial, do bulbo cardíaco e do ventrículo. Septação do coração primitivo As septações do coração começam na metade quarta semana e terminam aproximadamente na oitava. Elas ocorrem simultaneamente. Septação do canal atrioventricular No final da quarta semana, os coxins endocárdicos se formam nas paredes dorsal e ventral do canal atrioventricular (AV). À medida que essas massas de tecido são invadidas por células mesenquimais durante a quinta semana, os coxins endocárdicos AV se aproximam e se fundem, dividindo o canal AV em canais AV direito e esquerdo. Esses canais separam parcialmente o átrio primordial do ventrículo, e assim os coxins endocárdicos funcionam como válvulas AV. Septação do átrio primitivo O átrio primitivo começa a se dividir no final da quarta semana em átrios direito e esquerdo, pela formação, modificação e fusão do septum primum e septum secundum. À medida que o septum primum cresce como uma cortina, forma-se uma fenda, o foramen primum, que serve como um desvio para que o sangue oxigenado passe do átrio direito para o esquerdo. O foramen primum desaparece à medida que o septum primum se funde com os coxins endocárdicos fusionados para formar o septo AV primitivo. Antes do foramen primum desaparecer, surgem perfurações, formadas por apoptose, na região central do septum primum. Essas perfurações formam o foramen secundum, que passa a realizar a função do primum: deixar que o sangue oxigenado passa do átrio direito para o esquerdo. O septum secundum cresce na parede do átrio, à direita do septum primum. Quando esse septum cresce, gradualmente se sobrepõe ao foramen secundum no septum primum. O septum secundum forma uma divisão incompleta entre os átrios, consequentemente formando o forame oval. A parte remanescente do septum primum forma a válvula do forame oval, que impede o refluxo do sangue do átrio esquerdo para o direito. Após o nascimento, o forame oval se fecha, formando a fossa oval. Septação do ventrículo primitivo A divisão do ventrículo primitivo é inicialmente indicada pelo septo interventricular (IV) primário no assoalho do ventrículo, próximo ao seu ápice, onde tem uma borda côncava livre. Inicialmente, a maior parte do seu tamanho resulta da dilatação dos ventrículos em cada um dos lados desse septo IV. Mais tarde, há uma proliferação de mioblastos no septo, o que aumenta seu tamanho. Até a sétima semana, quando se fecha, o forame interventricular permite a comunicação entre os ventrículos. Quando esse forame IV se fecha, o tronco pulmonar fica em comunicação com o ventrículo direito e a aorta com o esquerdo. Desenvolvimento das válvulas cardíacas As válvulas semilunares começam a se desenvolver a partir de tumefações de tecido subendocárdico ao redor dos orifícios da aorta e do tronco pulmonar. As válvulas atrioventriculares se desenvolvem igualmente de proliferações tissulares ao redor dos canais AV. ANOMALIAS DO CORAÇÃO E DOS GRANDES VASOS Os defeitos congênitos do coração (DCCs) são comuns, com uma frequência de 6 a 8 casos em cada 1000 nascimentos. Acredita-se que a maioria dos DCCs seja causada por fatores múltiplos, genéticos e ambientais, isto é, herança multifatorial. TETRALOGIA DE FALLOT Esse grupo de defeitos cardíacos consistem em: Estenose pulmonar (obstrução do fluxo do ventrículo direito) Defeito no septo ventricular (DSV) Dextroposição da aorta (aorta acavalada) Hipertrofia do ventrículo direito. O tronco pulmonar é comumente pequeno podendo haver também vários graus de estenose da artéria pulmonar. A cianose é um dos sinais óbvios da tetralogia, mas ela não é frequente no nascimento. Essa anomalia ocorre quando a divisão do tronco arterial é tão desigual que não há orifício no nível da válvula pulmonar. A atresia pulmonar pode ou não estar associada a um defeito no septo ventricular. Quando está associada, trata- se de uma forma extrema de tetralogia de Fallot. Toda saída do ventrículo direito é através da aorta. A corrente sanguínea pulmonar fica dependente de um ducto arterial patente ou de vasos brônquios colaterais. ESTENOSE AÓRTICA Na estenose da válvula aórtica, as bordas da válvula estão usualmente fusionadas, formando uma cúpula com uma estreita abertura. Essa anomalia pode ser congênita ou se desenvolver após o nascimento. Ela causa um trabalho extra para o coração, o que resulta em hipertrofia do ventrículo esquerdo e sons cardíacos anormais (sopros cardíacos). COMUNICAÇÃO INTERATRIAL(CIA) A comunicação interatrial (CIA) é uma anomalia cardíaca congênita com uma incidência de 6,4/10.000 nascimentos e com uma prevalência de 2:1 em recém-nascidos do sexo feminino em relação aos do sexo masculino. Um dos defeitos mais significativos é o defeito do óstio secundário, caracterizado por uma grande abertura entre os átrios esquerdo e direito. Ele pode ser causado por excesso de morte celular e pela reabsorção do septo primário ou por desenvolvimento inadequado do septo secundário. Dependendo do tamanho da abertura, pode ocorrer shunt intracardíaco considerável da esquerda para direita. COMUNICAÇÃO INTERVENTRICULAR (CIV) A comunicação interventricular (CIV) é definida como a ausência de tecido septal, o qual permite a comunicação entre os ventrículos. A comunicação interventricular pode desenvolver estenose subaórtica durante sua evolução natural. Ocorre mais frequentemente no sexo masculino, podendo ser observada isolada ou associada a outras síndromes. FATORES DE RISCO PARA A MALFORMAÇÃO CONGÊNITA Fatores Teratogênicos: Agentes infecciosos: Incluem vários vírus, ex: rubéola. Agentes químicos: Ácido valproico, lítio, ISRSs, opioides – usados no tratamento de dores intensas - (codeína, hidrocodona e oxidona), anfetaminas, micofenolato de mofetila, álcool, solventes industriais, obesidade materna. Agentes físicos: radiação e temperatura. OBS¹: Utiliza-se o termo distúrbios do espectro alcoólico fetal (SAF) para referir-se a quaisquer defeitos relacionados com o álcool. O álcool é uma das principais causas de anomalias estruturais no coração. Diabetes Melito: Distúrbios do metabolismo de carboidratos durante a gravidez em diabéticas causam alta incidência de natimortos, mortes neonatais e malformações congênitas. O risco de anomalias congênitas em filhos de mulheres com diabetes melito pré-gestacional, seja do tipo 1 (insulinodependente) ou do tipo 2 (não insulinodependente) é três a quatro vezes o de filhos de não diabéticas. O aumento do risco ocorre para uma série de malformações, inclusive defeitos cardíacos congênitos. Há uma correlação significativa entre a gravidade e a duração da doença da mãe e da incidência de malformações. Além disso, o controle rigoroso dos níveis maternos de glicose antes da concepção e durante a gestação reduz a ocorrência de malformações. Idade A idade materna menor que 17 e maior que 35 anos representa um fator de risco importante na gravidez. Os problemas mais encontrados nas jovens mães são a maior incidência de doença hipertensiva e anemia, menor ganho de peso, além de complicações no parto, com consequente aumento da mortalidade materna. Com relação aos recém-nascidos, pode-se mencionar o baixo peso ao nascer, a prematuridade a anoxia. Quanto à gravidez em idade avançada, há uma probabilidade de doenças hipertensivas e diabetes gestacional. Em uma pesquisa realizada na Dinamarca, mostrou-se que na idade de 42 anos mais da metade das gestações resultaram em aborto espontâneo, gravidez ectópica ou morte fetal intrauterina. Isso seria resultado, provavelmente, da diminuição uterina e da função hormonal da mãe. OBS²: A idade paterna avançada é um fator para o aumento de risco para alguns tipos de defeitos congênitos estruturais, a síndrome de Down e novas mutações autossômicas dominantes. Os homens transmitem um número maior de mutação a seus filhos do que as mulheres. REFERÊNCIAS: Embriologia clínica – Moore Embriologia médica – Langman Comunicação Interventricular, Doença Metabólica e Nutrição: Relato de Caso – Frederico Henrique Salles Nunes. 2011. A influência da idade materna sobre as condições perinatais – Fernanda Maria Ximenes, Mylza Carvalho Rosado. 2004
Compartilhar