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OS MECANISMOS DE DEFESA E A CRISE DE 1929 - Crise mundial em 1929: Uma das maiores crises da história do capitalismo; começou nos EUA e atingiu o mundo todo. Há várias controvérsias sobre a sua causa: 1) Superprodução agrícolas nos EUA, 2) Redução do consumo, 3) Queda na bolsa de Nova York ou aumento dos preços das bolsa de valores de Nova York por meio de uma especulação que acabou gerando uma crise. - No Brasil no contexto na época da crise: A produção de café continuava a crescer em altos níveis. Era muito difícil obter crédito no exterior para financiar a retenção de novos estoques. Além do mais também não era possível obter crédito dentro do país, pois as reservas que o país tinha evaporavam, logo n]ao havia crédito para manter o convênio de Taubaté. - A grande acumulação de estoques em 1929 (o governo vinha comprando estoque que não viria a ser consumido para manter os preços do café em alta). A precária perspectiva de financiamento e para continuar mantendo o convênio de Taubaté. Por fim acelerou a queda do preço internacional do café em fins de 1929. - Com a queda do preço do café teve algumas consequências: Como o café era o principal produto de exportação e as exportações eram a maior fonte de entrada de dólares na economia. Com a queda das exportações, o dólar fica escasso e valoriza, e o mil réis desvaloriza. - A desvalorização trouxe alívio para o setor cafeicultor, pois mesmo caindo o preço da saca, quando a moeda nacional desvaloriza, a receita do cafeicultor é mitigada, logo reduz-se o prejuízo do cafeicultor. Já para a população isso trazia consequência negativa para o restante da população, pois transfere para a coletividade o prejuízo, ao aumentar o preço das importações, Furtado chama de Socialização dos prejuízos. - O mercado não absorvia toda a produção: demando do café pouco elástica em relação aos preços. A depreciação da moeda induzia o cafeicultor a continuar colhendo, acarretava uma nova baixa de preços e nova depreciação da moeda, agravando a crise. Entrou-se em um círculo vicioso que pararia até o preço de venda igualar ao preço de custo e o fazendeiro optaria por não colher o café. Este contexto evidenciou que o mecanismo cambial não podia ser usado como instrumento de defesa da economia cafeeira. - Situação insustentável: Estoque acumulado até então não tinha possibilidade de ser vendido em um prazo razoável e os mercados compradores não tinham capacidade de absorver toda a produção e estoque de café que existia. - Retirar do mercado parte da produção do café já não era mais suficiente. A alternativa foi destruir o excedente das colheitas. socialização dos prejuízos. - Consequências do mecanismo de defesa: Manteve o nível de emprego na economia exportadora e, indiretamente, nos setores produtores ligados no mercado interno. Desta forma, ao permitir que se colhessem quantidades crescentes de café, estava-se inconscientemente evitando que a renda monetária se contraísse na mesma proporção que o preço unitário que o produtor recebia por seu produto. - Para Furtado, no Brasil, manteve-se o nível de emprego apresa de destruir o fruto da produção. O valor do produto que se destruía era muito inferior ao montante de renda que se criava. Esta política caracterizou-se como um programa de fomento da renda nacional. Praticou-se uma política anticíclica. - A partir de 1933 a renda nacional no país tinha recomeçado a crescer. Para Furtado, a recuperação da economia a partir de 1933 deve-se à política de fomento seguida inconscientemente no país.