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Gêneros jornálisticos

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Gêneros jornalísticos 
Por representarem manifestações 
culturais e estarem ligados a fatos 
que alteram decisões sociais, 
os gêneros jornalísticos devem ser 
estudados como um fenômeno 
histórico. Seria difícil classificá-los, 
pois os gêneros estão sempre em 
transformação e se alteram de 
acordo com cada país e cultura. 
Para buscar uma análise mais 
profunda sobre gêneros, utiliza-se o 
exemplo de Platão na classificação 
entre gênero sério e burlesco. O 
primeiro envolvia a epopeia e a 
tragédia, já do segundo, faziam 
parte a sátira e a comédia. Para 
Platão, a poesia seria apenas um 
simulacro da realidade, impedindo o 
homem de conhecer a si mesmo e 
jogando-o no mundo das paixões, o 
que dificultaria sua relação com o 
mundo das ideias. O filósofo definiu 
três gêneros: mimesis (tragédia e 
comédia), expositivo (ditirambo, 
nomo) e misto (epopeia), que 
mistura ficção com realidade. 
Jacques Derrida, pensador francês 
contemporâneo, afirma que “os 
gêneros não devem ser misturados, 
como um voto de obediência, como 
um voto de compromisso e 
fidelidade, sendo assim fiel à lei do 
gênero, à lei da pureza”. Porém, o 
próprio autor contradiz-se, pois, ao 
analisar o limite dos gêneros, cai na 
seguinte questão: "até que ponto 
um gênero pode ser contaminado 
por outro gênero?”. 
Um leitor, ao deparar-se com o 
livro Os Lusíadas, de Camões, onde 
fatos e ficção estão reunidos em 
uma epopeia, tem em mãos o estilo 
híbrido, ou misto, na definição de 
Platão. Até em uma reportagem no 
estilo gonzo, na qual Hunter 
Thompson utilizava sua imaginação, 
fatos e alucinações para descrever 
acontecimentos “reais”, há, sem 
dúvida, a presença do hibridismo 
em sua formam mais extrema. Nas 
palavras do escritor americano 
William Faulkner, “a verdade se 
parece mais com a ficção do que 
com jornalismo”. Ou seja, o 
hibridismo é utilizado como uma 
forma de aumentar as 
interpretações sobre determinado 
acontecimento, abolindo a primeira 
concepção de Derrida sobre uma 
suposta “pureza” definida pela lei 
dos gêneros. 
Gêneros Discursivos 
O discurso pode ser de ordem 
expositiva, sobre um determinado 
assunto. Mas também pode ser 
discorrido, em ato de comunicação 
linguística. 
Gêneros Midiáticos 
Definir este tipo de gênero não é 
tarefa fácil. Na opinião do professor 
José Marques Melo: “classificar 
gêneros jornalísticos é o maior 
desafio”. Ele explica que a 
configuração da identidade do 
jornalismo, enquanto objeto 
científico e o alcance de sua 
autonomia que passa 
inevitavelmente pela sistematização 
dos processos sociais inerentes à 
captação, registro e difusão da 
https://www.infoescola.com/literatura/satira/
https://www.infoescola.com/livros/os-lusiadas/
https://www.infoescola.com/escritores/luis-vaz-de-camoes/
https://www.infoescola.com/jornalismo/jornalismo-gonzo/
informação da atualidade, ou seja, 
do seu discurso manifesto, tornam 
as classificações indiretamente 
perceptíveis. 
Os gêneros servem para aumentar 
a compreensão da grande 
quantidade de textos veiculada pela 
mídia. De acordo com estudiosos, 
as definições aparecem no estilo e 
no manejo da linguagem. Outros 
preferem analisá-las pela 
obrigatoriedade de serem 
interessantes e motivadoras para o 
leitor, ou seja, definidas por sua 
forma mais vendável. 
Há também uma corrente que diz 
que a diferença está justamente na 
forma como o texto é escrito, 
podendo ser jornalismo noticioso ou 
literário. Devido a esta dificuldade 
de análise e as múltiplas propostas 
sugeridas pelos pesquisadores da 
comunicação, o peruano Juan 
Gargurevich chegou a algumas das 
definições utilizadas no jornalismo 
atual: 
• Entrevista: permite ao leitor 
conhecer opiniões das 
pessoas envolvidas no 
ocorrido 
• Crônica: Trata de assuntos 
cotidianos de maneira 
literária 
• Reportagem: Relato 
ampliado de um 
acontecimento. Com 
pesquisa de campo. 
• Gráficos: Informação na 
forma de sinais, desenhos, 
figuras, signos. 
• Colunas: Espaço na 
publicação onde uma pessoa 
escreve regularmente. 
• Artículos (Artigos): Textos 
opinativos sempre assinados. 
• Testemunhos: Narração real 
e circunstanciada que se faz 
em juízo; depoimento, 
declaração da testemunha. 
• Resenhas e críticas: 
Apreciação de um trabalho 
artístico, orientando o leitor 
A partir do século XIX, a notícia 
torna-se mais evidente e se 
consolida com os acontecimentos 
da época. De acordo com os 
pesquisadores Armañazas e Noci 
Apud Melo, o gênero jornalístico 
denominada notícia tornou-se a 
base das publicações daquele 
século. Firma-se, neste momento, 
um acordo onde o jornalista não 
pode transgredir o campo que 
separa o real da ficção. Assim, surge 
um “acordo de cavalheiros” entre 
jornalistas e leitores para tornar 
possível a leitura das notícias como 
a da realidade.

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