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Imperatriz - MA 2020 CENTRO UNIVERSITÁRIO DO MARANHÃO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL FRANCKLENNO OLIVEIRA SILVA ANÁLISE DAS TÉCNICAS DE MANUTENÇÃO E RECUPERAÇÃO DOS PAVIMENTOS FLEXÍVEIS URBANOS Imperatriz - MA 2020 FRANCKLENNO OLIVEIRA SILVA ANÁLISE DAS TÉCNICAS DE MANUTENÇÃO E RECUPERAÇÃO DOS PAVIMENTOS FLEXÍVEIS URBANOS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Engenharia Civil do Centro Universitário do Maranhão, como requisito parcial para obtenção do grau de Engenheiro Civil. Orientador: Diogo Ramon do Nascimento Brito Coordenador(a): Lorrane BANCA EXAMINADORA _____________________________________ Diogo Ramon do Nascimento Brito _____________________________________ _____________________________________ Dedico esse trabalho a minha família que tanto me motivaram e inspiram até hoje. AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus pela permissão de nascer, viver e pela família que inspirou-me na realização deste trabalho visando alavancar na minha profissão escolhida, mesmo com deslocamento de uma cidade a outra. Pela força de vontade e desejo de crescer, pela saúde e disposição de enfrentar noites curtas de sono e dias longos de labuta. Á minha mãe Maria Ilene que sempre me apoiou em todos os quesitos, me ajudando desde o início desta jornada, se esforçando para ver seu filho buscar qualificação. Ao meu pai Francisco que por conta do trabalho não ficava muito por dentro do que acontecia, mas sempre me perguntava como estava o andamento da graduação. Aos meus irmãos Fagner e Felipe que sempre buscaram me incentivar e pelo apoio incondicional. A minha namorada Welluma que nunca media esforços para me motivar em nunca desistir e persistir nessa conquista. Aos meus colegas de classe e em especial meu grande amigo e irmão Lutembergue, que me ajudava sempre nas atividades e trabalhos durantes semestres que estudamos juntos. Enfim, inúmeras pessoas que estão guardadas na memória por me ajudarem durante essa jornada. “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados; Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e mentindo, falarem todo mal contra vós por minha causa.’’ Mateus 5:3-11 RESUMO Visto que a deterioração das vias públicas é um dos maiores problemas das cidades brasileiras, exponha-se um estudo de caso na cidade de Açailândia- MA, apresentando uma análise das técnicas que as gerências de pavimentação utilizam na recuperação e manutenção das vias urbanas. O objetivo foi procurar alternativas para os problemas de desempenho da pavimentação causadas por essas intervenções, levantando todos os tipos de patologias dos pavimentos e classificando quanto aos níveis de severidade. A elaboração da estrutura que compõem as bases da pavimentação junto com a metodologia de aplicação, execução e os procedimentos estabelecidos pelas normas, são organizados pelos órgãos federais, assim integraram-se os manuais para facilitação de identificação de técnicas econômicas e de qualidade. O estudo de caso mostrou a dificuldade de recuperação de pavimentos, a defasagem da gestão de obras mesmo com profissionais qualificados, à falta de pesquisa de campo para levantamento de dados por parte da secretaria do município foram um dos maiores problemas encontrados, sem deixar de destacar a relação climática na época com chuvas agressivas na região elevando ainda mais as erosões que afetam o desempenho de qualquer pavimento. Com isso conclui-se inúmeras vantagens de se ter informações e dados, para maior amplitude de conhecimento técnico nas tomadas de decisões. Palavras-chave: manutenção, pavimentação, vias públicas. ABSTRACT Since the deterioration of public roads is one of the biggest problems of Brazilian cities, expose a case study in the city of Açailândia-MA, presenting an analysis of the techniques that pavement managers use in the recovery and maintenance of urban roads. The objective was to look for alternatives to the paving performance problems caused by these interventions, raising all types of pavement pathologies and classifying them in terms of severity levels. The elaboration of the structure that makes up the paving bases together with the application, execution methodology and the procedures established by the standards, are organized by Organs federal agencies, so the manuals for facilitating the identification of economic and quality techniques have been integrated. The case study showed the difficulty of recovering pavements, the lack of construction management even with qualified professionals, the lack of field research for data collection by the municipality's secretariat were one of the biggest problems encountered, without failing to highlight the climatic relationship at the time with aggressive rains in the region, further increasing the erosions that affect the performance of any pavement. This concludes numerous advantages of having information and data, for greater breadth of technical knowledge in decision making. Keywords: maintenance, paving, public roads. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1- Esquema de seção transversal do pavimento...................................3 Figura 2- Asfalto CBUQ.....................................................................................5 Figura 3- Trinca isolada – transversal...............................................................8 Figura 4- Trinca isolada – longitudinal..............................................................9 Figura 5- Trinca interligada - tipo Jacaré..........................................................10 Figura 6- Trinca interligada - tipo bloco...........................................................11 Figura 7- Afundamento da trilha de roda.........................................................11 Figura 8- Ondulação........................................................................................12 Figura 9- Escorregamento...............................................................................13 Figura 10- Exsudação........................................................................................14 Figura 11- Desnível entre a pista e acostamento não pavimentado..................15 Figura 12- Bombeamento..................................................................................16 Figura 13- Representação de usina recicladora de asfalto a frio.......................26 Figura 14- Croqui esquemático de usina de asfalto a frio..................................26 Figura 15- Relação da qualidade da infraestrutura ao desenvolvimento econômico........................................................................................32 Figura 16- Cadeia produtiva de pavimento de asfalto.......................................32 Figura 17- Mapa de localização da cidade de Açailândia – MA........................34 Figura 18- Execução de tapa buracos...............................................................37Figura 19- Lançamento de massa asfáltica no solo deteriorado.......................38 Figura 20- Compactação de área deteriorada...................................................39 Figura 21- Recuperação de buraco realizada....................................................39 Figura 22- Buracos na cidade de Açailândia.....................................................41 Figura 23- Avenida Alexandre Costa, Residencial Tropical.............................42 Figura 24- Recobrimento de asfalto com material betuminoso........................43 Figura 25- Trincas isoladas e tipo jacaré em Açailândia..................................44 Figura 26- Caminhão Piche..............................................................................44 Figura 27- Manutenção de trecho com cimento e blocos de concreto.............45 Figura 28- Blocos de concreto no asfalto.........................................................45 Figura 29- Esquema de sinalização de trecho e pontos..................................46 LISTA DE TABELAS Tabela 1- Resumo de defeitos- Codificação e classificação...............................6 Tabela 2- Condições de superfície do pavimento..............................................17 Tabela 3- Modelo de formulário de ocorrências.................................................18 Tabela 4- Modelo de formulário de formulários – continuação..........................19 Tabela 5- Frequência de ocorrência para elementos de pista de rolamento….19 Tabela 6- Nível de conservação........................................................................19 Tabela 7- Valores de acordo com a frequência relacionado à equação 2.........20 Tabela 8- Valores de acordo com a frequência relacionado à equação 3.........20 Tabela 9- ICM....................................................................................................21 Tabela 10- Vantagens e desvantagens da reciclagem de pavimentos...............22 Tabela 11- Equipamentos utilizados por item - serviço.......................................27 Tabela 12- Formulário de ocorrência condição de pavimentos em Açailândia...40 Tabela 13- Condição de conservação geral de Açailândia ................................47 Tabela 14- Condição de conservação geral de Açailândia.................................47 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS CBUQ- Concreto Betuminoso Usinado a Quente PVC - Policloreto de Vinila CNT - Confederação Nacional de Transporte. DNIT - Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte SINURB - Secretaria de Infraestrutura e Urbanismo SAAE - Serviço Autônomo de Água e Esgoto SINFRA - Secretaria de Infraestrutura ICM Índice de Condição de Pavimento EPC Equipamentos de Proteção Coletiva SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................1 2 OBJETIVOS...........................................................................................................2 2.1 OBJETIVO GERAL.............................................................................................2 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS...............................................................................2 3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..................................................................................3 3.1 PAVIMENTAÇÃO................................................................................................3 3.1.1 Revestimento asfáltico..................................................................................4 3.2 DEFICIÊNCIAS EM PAVIMENTOS FLEXÍVEIS.................................................6 3.2.1 Fendas ou trincas...........................................................................................7 3.2.1.1 Trincas...........................................................................................................8 3.2.1.1.1 Trinca isolada.............................................................................................8 3.2.1.1.2 Trincas interligadas..................................................................................10 3.2.2 Afundamentos..............................................................................................11 3.2.2.1 Afundamento plástico..................................................................................12 3.2.2.2 Afundamento de consolidação....................................................................12 3.2.3 Ondulação ou corrugação...........................................................................12 3.2.4 Escorregamento...........................................................................................13 3.2.5 Exsudação....................................................................................................13 3.2.6 Desgaste.......................................................................................................14 3.2.7 Panela ou buraco.........................................................................................14 3.2.8 Remendo.......................................................................................................15 3.3 AVALIAÇÕES DE SEVERIDADES DAS IRREGULARIDADES DOS PAVIMENTOS.........................................................................................................16 3.4 MANUTENÇÃOS DE VIAS URBANAS.............................................................21 3.4.1 Dispositivos de drenagem...........................................................................25 3.5 FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS..............................................................25 3.6 A SEGURANÇA NAS ATIVIDADES DE PAVIMENTAÇÃO..............................28 3.7 GERÊNCIAS DE PAVIMENTAÇÃO..................................................................29 3.7.1 Investimento em Infraestrutura de pavimentação.....................................31 4 MATERIAIS E MÉTODOS...................................................................................33 4.1 O MUNICÍPIO DE AÇAILÂNDIA – MA..............................................................33 4.1.1 Secretaria de Infraestrutura e urbanismo..................................................35 4.2 TÉCNICAS DE MANUTENÇÃO DE PAVIMENTOS NA CIDADE DE AÇAILÂNDIA...........................................................................................................37 5 RESULTADO E DISCUSSÃO.............................................................................58 REFERÊNCIAS......................................................................................................53 1 1 INTRODUÇÃO A história das ruas da cidade é muito antiga quase equiparada a do homem, desde quando os povos começaram a se aglomerar houve-se a necessidade de organizar-se em estrutura que facilitasse não só a convivência, mas a locomoção, distribuição de alimentos, transporte de cargas. Com isso as ruas foram desenvolvidas que facilitou e foi um grande salto para melhoria da vida das pessoas. De lá pra cá, o desenvolvimento não parou e a tecnologia foi avançando passo a passo em cada época, as ruas abertas no chão de antigamente foram aperfeiçoando-se com revestimento que melhoravam e prestavam mais qualidade aos deslocamentos de meios de transporte, e até hoje são buscadas as melhores formas de cobrir o solo das ruas e calçadas para tráfego de veículos e pessoas cada vez mais resistente, com baixo custo e menor impacto ao meio ambiente. O fato é que tudo aquilo que é utilizado e que exerce um trabalho, gera desgaste e obrigatoriamente necessita-se de manutenção. Antigamente até a segunda guerra mundial as manutenções dos equipamentos, porexemplo, eram algo corretivo, as grandes indústrias daquela época ainda não se preocupavam em um planejamento de antecipar as quebras e aguardavam até o fim da máquina para repará-la. Com isso foram surgindo várias técnicas que melhoravam o desempenho do produto usando melhores materiais e tendo um acompanhamento mais detalhado do equipamento em questão, tais melhorias revolucionaram a maneira de reorganizar no âmbito do trabalho, tendo vista que as adequações da época se aplicam em quase todos os segmentos da atualidade, se adaptando a qualquer atividade. As gerências de manutenções municipais possuem um desafio muito grande para ofertar qualidade nos serviços, a maioria das solicitações são urgentes e a demanda exorbitante muitas das vezes não condiz com o orçamento, esse talvez seja a mais pontual das dificuldades enfrentadas das médias cidades brasileiras, tendo em vista que o tráfico urbano é mais lento, várias paradas em cruzamentos e sistema de esgotos domiciliares diferem muito das solicitações interurbanas que na maioria das vezes são bem mais efetivas. Os impactos visuais principalmente dos revestimento das vias urbanas influenciam muito no direcionamento da gestão, já que algo visivelmente físico consegue exercer uma coerção maior dos usuários, entretanto existem outros fatores 2 quase abstratos que causam interferências diretamente nas vias que são menos pressionadas, os sistemas de abastecimento de água e distribuição dos esgotos ficam na parte do subsolo e suas manutenções com escavações causam uma ingerência importantíssima no processo, causando um desconforto não só visual, mas também estrutural do revestimento e na qualidade da pista de rolagem para o condutor. Este trabalho fundamentou-se em relacionar técnicas estruturais para diversos tipos de defeitos na pavimentação urbana, assim como formas de recuperação e manutenção que irão permitir um aprofundamento técnico para qualquer gerencia de pavimento. 2 OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL O trabalho consistiu em instigar soluções para os intensos problemas de desempenho da pavimentação flexível urbana, identificando os defeitos com intenção de padronizar o tratamento para fins acadêmicos e uso técnico. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS -Identificar e analisar os tipos de defeitos dos pavimentos flexíveis e níveis de severidade. -Descrever os fatores que intervêm no desempenho e na deterioração dos pavimentos. -Apresentar as técnicas desenvolvidas para a seleção de alternativas de restauração mais vantajosas sob o ponto de vista qualitativo e econômico. -Verificar as incompatibilidades das técnicas de recuperação peculiares das equipes do município com os padrões técnicos nacionais. 3 3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3.1 PAVIMENTAÇÃO A base de identificação do estudo são os pavimentos, conforme CNT (2017) as características devem se enquadrar essencialmente ao desempenho estrutural para o tráfico urbano, com condições resistentes e duráveis pelo menor custo, sustentável e ainda considerar os diversos cenários existentes em nosso país, como intempéries para otimização das manutenções corretiva, preditiva e preventiva. A segurança e o conforto devem ser alinhas com âmbitos de qualidade essenciais nas vias. Um projeto é sempre a alternativa mais técnica para implantação de uma rodovia, assegurando todos esses procedimentos informados, a alma dos pavimentos em sua execução falará sobre as deformações que o mesmo sofrerá futuramente. Mesmo que todas as exigências de normas e padrões de implantações sejam seguidas, não implicará na imunização das fadigas, sobretudo não existe pavimentos com bons desempenhos sem manutenção periódica. A falta de uma manutenção regular poderá acarretar no elevado número de trincas, afundamentos e buracos, que como consequência o aumento de acidentes de trânsitos (JACQUES, 2015). As camadas distribuem os esforços oriundos do tráfico de veículos e pedestres para as demais camadas que compõem a seção transversal do pavimento (figura1). Figura 1- Esquema de seção transversal do pavimento. Fonte: Elaborado pela CNT, 2017. 4 Segundo pesquisa da Confederação Nacional de Transporte (CNT) de 2016, as rodovias do país apresentam algum tipo de problema se tratando de pavimentação em 48,3%, condição que torna maior os custos de deslocamento no transporte de cargas, passageiros ou qualquer mobilidade urbana, além de reduzir a durabilidade das peças mecânicas que compõem o automóvel (CNT, 2017). Em 2002, pouco mais da metade dos brasileiros, 53,5% levavam para se deslocar diariamente menos de 30 minutos de suas residências para os locais de trabalho. No entanto 46,5% levavam mais de 30 minutos para completar o percurso. Diversos fatores fazem com que isso aconteça, e má qualidade das ruas também colaboram para esse volume de tempo no deslocamento (IBGE, 2016c). Conforme Filho; Rocha (2018) de forma geral, são destacados três tipos de pavimentos. Eles são classificados em pavimento semi-rígidos, flexíveis, e pavimentos rígidos, que vai da necessidade de cada obra, e características locais dos materiais e aplicações. Neste estudo será abordado especialmente os pavimentos flexíveis. 3.1.1 Revestimento asfáltico Um dos principais componentes dos pavimentos usados, o asfalto é aplicado em mais de 99% dos segmentos pavimentados no Brasil, que são de dois tipos comumentes: flexíveis e semirrígidos. Porém esse tipo de revestimento ocasionas inúmeras patologias que acabam elevando muito os gastos de locomoção comparado com o revestimento de concreto (CNT, 2019). Segundo Bernucci et al. (2010), os pavimentos asfálticos são aqueles compostos por uma mistura constituída basicamente de ligantes asfálticos e agregados, sendo formado por quatro camadas principais: revestimento asfáltico, base, sub-base e reforço do subleito. O revestimento asfáltico pode ser composto por camada de rolamento de contato direto com as rodas conhecido também como leito da pista que envolvem algumas outras camadas internas intermediárias ou de ligação, por vezes denominadas de binder. Os revestimentos asfálticos são constituídos por misturas de agregados e de materiais asfálticos, que podem ser de duas formas, por inserção ou por fusão: Inserção: A execução é feita através de uma ou mais aplicações do revestimento asfáltico de mesma quantidade e dispersando, assim gerando 5 granulometrias apropriadas, com a minimização de camadas dos segmentos englobados. Fusão: Antes do processo de compressão ser feito, o agregado é envolvido junto com o asfalto. Existem vários tipos de revestimento que são usados conforme a necessidade, viabilidade de cada lugar, cada caso e também cada região, contudo atendendo os padrões técnicos exigidos. De acordo com Nogueira (2008) hoje o revestimento mais utilizado no Brasil é o Concreto Betuminoso Usinado A Quente (CBUQ), um dos fatores é sua produção realizada em usinas dosadoras e misturadoras num processo a quente, gerando uma maior segurança da produção. O Brasil ainda possui tradição de utilização e conhecimento das propriedades deste material, gerando uma alta capacidade de fabricação e execução da camada de revestimento asfáltico conforme a figura 2: Com a coleta das misturas é necessário a escolha do melhor tipo de agregado para cada tipo de revestimento, essa junção apropriada dará maior resistência a todas as intensidades provenientes dos ambientes urbanos. O objetivo fundamental é Figura 2- Asfalto CBUQ. Fonte: Cnasfaltos, 2017. 6 atender os projetos criteriosamente para garantir a segurança dos que transitam (ARAÚJO, 2015). A execução segundo a norma do DNIT destaca-se desta forma: 5.3 d) Aplica-se, a seguir,o ligante asfáltico, na temperatura adequada, na quantidade recomendada e de maneira uniforme. A temperatura de aplicação do ligante asfáltico deve ser fixada para o tipo de ligante, em função da relação temperatura x viscosidade, escolhendo-se a temperatura que proporcione a melhor viscosidade para seu espalhamento. (DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA E TRANSPORTE, 2012, p. 3). 3.2 DEFICIÊNCIAS EM PAVIMENTOS FLEXÍVEIS Antes de analisar as condições dos pavimentos, aborda-se cada tipo de defeitos que podemos encontrar nos pavimentos, esse tópico mostrará as deficiências e classificá-las. A tabela 1 mostra cada tipo de defeitos nos pavimentos flexíveis e suas características conforme a norma DNIT 005/2003: Tabela 1- Resumo de defeitos- Codificação e classificação. FENDAS CODIFI CAÇÃ O CLASSE DAS FENDAS Fissuras FI - - - Trincas no revestiment o geradas por deformação permanente excessiva e/ou decorrentes do fenômeno de fadiga Trincas isolada s Transversais Curtas TTC FC- 1 FC- 2 FC- 3 Longas TTL FC- 1 FC- 2 FC- 3 Longitudinais Curtas TLC FC- 1 FC- 2 FC- 3 Longas TLL FC- 1 FC- 2 FC- 3 Trincas interlig adas "Jacaré" Sem erosão acentuada nas bordas das trincas J - FC- 2 - Com erosão acentuada nas bordas das trincas JE - - FC- 3 Trincas no revestiment o não atribuídas ao fenômeno de fadiga Trincas Isolada s Devido à retração térmica ou dissecação da base (solo-cimento) ou do revestimento TRR FC- 1 FC- 2 FC- 3 Trincas Interlig adas “Bloco” Sem erosão acentuada nas bordas das trincas TB - FC- 2 - Com erosão acentuada nas bordas das trincas TBE - - FC- 3 OUTROS DEFEITOS CODIFICAÇÃO 7 Afundament o Plástico Local Devido à fluência plástica de uma ou mais camadas do pavimento ou do subleito ALP Da trilha Devido à fluência plástica de uma ou mais camadas do pavimento ou do subleito ATP De consolidaçã o local Devido à consolidação diferencial ocorrente em camadas dos pavimentos ou em subleitos ALC Da trilha Devido à consolidação diferencial ocorrente em camadas dos pavimentos ou em subleitos camadas do pavimento ou do subleito ATC Ondulação/Corrugação - Ondulações transversais causadas por instabilidade da mistura betuminosa constituinte do revestimento ou da base O Escorregamento (do revestimento betuminoso) E Exsudação do ligante betuminoso no revestimento EX Desgaste acentuado na superfície do revestimento D “Panelas” ou buracos decorrentes da desagregação do revestimento e às vezes de camadas inferiores P Remendos Remendo Superficial RS Remendo Profundo RP Fonte: DNIT, 2003. Onde: FC-1: São tipos de trincas com seções maiores à das fissuras e inferiores que 1,0mm. FC-2: São tipos de trincas com seções maiores à 1,0mm e sem erosão nas bordas. FC-3: São tipos de trincas com seções maiores a 1,0mm e com erosão nas bordas. Já na classe das trincas interligadas são classificadas como FC-3 e FC-2 apresentando ou não erosões nas bordas. A seguir encontra-se o detalhamento de cada um dos defeitos: Fendas, fissuras, trincas, afundamentos, ondulação, escorregamento, exsudação, desgaste, panela ou buraco e remendos, conforme a norma DNIT 005/2003 que fala sobre as terminologias e defeitos dos pavimentos flexíveis e semi-rígidos. 3.2.1 Fendas ou trincas O DNIT (2003) diz respeito sobre as fendas como qualquer descontinuidade na superfície do pavimento, que induz as aberturas menores e maiores de diferentes 8 formas, designadas também de fissuras, são fendas principiantes que ainda são incapazes de gerar problemas funcionais ao revestimento, por isso não são tão relevantes quando se alinham para averiguar a situação da condição do pavimento. 3.2.1.1 Trincas Fenda presente no revestimento asfáltico, conseguimos ver ao alcance da vista, com abertura maior à da fissura, as trincas se apresentam na forma de trinca isolada ou trinca interligada, transversal, longitudinal e de retração. 3.2.1.1.1 Trinca isolada a) Trinca transversal A trinca isolada apresenta direção predominantemente ortogonal ao eixo da via, atravessando a mesma. Ocorre em duas situações, quando possuir tamanho de até 100 cm é denominado trinca transversal curta. Quando a extensão for superior a 100 cm denomina-se trinca transversal longa como mostra a figura 3. 9 Figura 3- Trinca isolada - transversal Fonte: Norma DNIT 005/2003 - TER (2003) b) Trinca longitudinal Trinca isolada apresenta uma direção na maioria dos casos predominantemente paralela ao eixo da via. Quando ela apresentar extensão de até 100 cm é denominado trinca longitudinal curta. Quando a extensão for superior a 100 cm denomina-se trinca longitudinal longa, figura 4. 10 Figura 4 - Trinca isolada - longitudinal Fonte: Norma DNIT 005/2003 - TER (2003) c) Trinca de retração As Trincas isoladas que não são atribuída aos fenômenos de fadiga e sim aos fenômenos de retração térmica ou do material do revestimento ou do material de base rígida ou semi-rígida subjacentes ao revestimento trincado. 3.2.1.1.2 Trincas interligadas a) Trinca tipo “Couro de Jacaré” Esse tipo de trinca interligada não possui direções preferenciais, o nome se dá assemelhando-se ao aspecto de couro de jacaré. Essas trincas podem apresentar, ou não, erosão acentuada nas bordas, figura 5. 11 Figura 5 - Trinca interligada - tipo Jacaré Fonte: Norma DNIT 005/2003 - TER (2003) b) Trinca tipo “Bloco” Um conjunto de trincas interligadas com características formadas pela configuração de blocos formados por lados bem definidos, podendo, ou não, apresentar erosão acentuada nas bordas, figura 6. 12 Figura 6 - Trinca interligada - tipo bloco Fonte: Norma DNIT 005/2003 - TER (2003) 3.2.2 Afundamentos São deformações permanentes caracterizadas por depressão da superfície do pavimento, trecho da plataforma da via pode rebaixar com relação ao todo, podendo apresentar-se sob a forma de afundamento plástico ou de consolidação. Figura 7 - Afundamento da trilha de roda Fonte: Norma DNIT 005/2003 - TER (2003) 13 3.2.2.1 Afundamento Plástico O afundamento causado pela fluência plástica de uma ou mais camadas do pavimento ou do subleito, acompanhado de solevamento, com trânsito constante das rodas dos veículos no mesmo posicionamento. Quando ocorre em extensão de até 6 m é denominado afundamento plástico local; quando a extensão for superior a 6 m e estiver localizado ao longo da trilha de roda é denominado afundamento plástico da trilha de roda. 3.2.2.2 Afundamento de Consolidação O afundamento de consolidação é causado pela consolidação diferencial de uma ou mais camadas do pavimento ou subleito sem estar acompanhado de solevamento. A ótima execução das camadas que compõe a estrutura do revestimento é de extrema importância para minimização desse problema. Quando ocorre em extensão de até 6 m é denominado afundamento de consolidação local; quando a extensão for superior a 6m e estiver localizado ao longo da trilha de roda é denominado afundamento de consolidação da trilha de roda. 3.2.3 Ondulação ou corrugação Figura 8 - Ondulação Fonte: Norma DNIT 005/2003 - TER (2003) 14 Deformações que se caracterizam por ondulações ou corrugações transversais na superfície do pavimento, de fácil visualização por muitas das vezes em grande quantidade nos trechos, figura 8. 3.2.4 Escorregamento O escorregamento ocorre no deslocamento do revestimento asfáltico em relação à camada de subjacente ao pavimento, gerando algumas fendasno formato de meia-lua, figura 9. Figura 9 – Escorregamento Fonte: Norma DNIT 005/2003 - TER (2003) 3.2.5 Exsudação É quando há excesso de material ligante betuminoso na superfície do pavimento, a causa é pelo deslocamento do material ligante através do revestimento, figura 10. 15 Figura 10 - Exsudação Fonte: Norma DNIT 005/2003 - TER (2003) 3.2.6 Desgaste É o efeito de deterioração do agregado do pavimento, caracterizado por desigualdade superficial do revestimento e provocado por esforços tangenciais causados pelo tráfego. 3.2.7 Panela ou buraco Uma dos principais e mais comuns defeitos em pavimentos são os buracos, formam-se no revestimento uma cavidade por diversas causas (falta de aderência entre camadas superpostas, causando o desplacamento das camadas), podendo alcançar as camadas inferiores do pavimento, provocando a desagregação dessas camadas. 16 3.2.8 Remendo Processo de preenchimento com uma ou mais camadas de pavimento, em diversas localidades designadas como operação denominada de “tapa-buraco”. Existem dois tipos: os remendos profundos e os superficiais, nos profundos ocorrem à substituição do revestimento e possivelmente de uma ou mais camadas do subleito do pavimento, já no remendo superficial, ocorre somente a correção da plataforma com material betuminoso. Outros defeitos são relacionados e apresentados nesse segmento conforme o Manual de Defeitos dos EUA (FHWA, 1993) e Fernandes Jr. et al. (2003) são desníveis entre pistas e acostamento e o bombeamento. a) Desnível ou degrau é a diferença de nível entre a pista e o acostamento, geralmente a camada aplicada no acostamento é menor do que a da pista de rolamento. Em outras situações de acostamento não pavimento, ocorrem erosões intensificando a diferença de elevação entre as mesmas. A imagem 11 mostra essa diferença. Figura 11 - Desnível entre a pista e acostamento não pavimentado. Fonte: Arquivo do DER/SP, 2013. 17 b) Bombeamento ocorre quando há a injeção de água na parte inferior do revestimento, onde as trincas são caminhos para inserção de umidade. Este defeito ocorre quando se tem excesso de água nos vazios dos revestimentos, que contenha ineficiência no sistema de drenagem, figura 12. Figura 12- Bombeamento Fonte: FHWA, 1993. 3.3 AVALIAÇÕES DE SEVERIDADES DAS IRREGULARIDADES DOS PAVIMENTOS Segundo o manual do IPR (2006) as irregularidades destacadas influenciam certamente na interação dos veículos com a superfície, acelerando a deterioração do pavimento. Essas irregularidades podem ser medidas em escalas padronizadas dependendo o instrumento utilizado, assim o DNIT instituiu a escala “International Roughness Index” – IRI, que é uma escala de referência, que podem ser transferidas para outros sistemas de medição. É definido matematicamente por um perfil levantado 18 de nível ou mira nas trilhas das rodas dos veículos, este procedimento objetiva simular os movimentos verticais de um “Sistema Medidor de Superfície de Pavimento”. Continuando com o Manual do IPR (2006) o quociente de Irregularidade (QI) é similar ao IRI, assim estabelecido como QI= 13 IRI, a tabela 2 que segue, apresenta os níveis de conceitos atribuíveis e relativos ás condições de superfície do pavimento em função da Avaliação Subjetiva e as correspondentes faixas de valores pertinentes aos principais índices / Parâmetros utilizados na Avaliação Objetiva. Tabela 2 – Condições de superfície do pavimento CONCEITO IRREGULARIDADE ICPF IGG TR QI (Cont./Km) IRI (m/km) Excelente 13 - 25 1 - 1,9 5 - 4 0 - 20 0 – 2 Bom 25 - 35 1,9 - 2,7 4 – 3 20 - 40 2 - 5 Regular 35 - 45 2,7 - 3,5 3 – 2 40 - 80 5 – 10 Ruim 45 - 60 3,5 - 4,6 3 - 2 80 - 160 10 – 25 Péssimo > 60 > 4,6 1 - 0 > 160 > 25 Fonte: Manual de restauração de pavimentos asfálticos, (DNIT, 2006). Onde: QI: Quociente de Irregularidade IRI: Índice Internacional de irregularidade ICPF: Índice de Condição de Pavimento Flexível IGG: Índice de Gravidade Global TR: Trincamento (% de FC-2 + FC-3) O atendimento de otimização de custo total de transporte mostrado anteriormente, necessita-se estar adequado a atributos da natureza estrutural e funcional – tais atributos só são possíveis com a um contínuo e adequado processo de manutenção (DNIT, 2006). 19 A Instrução de serviço Nº 16, DNIT (2019) estabelece a metodologia de levantamento de campo dos índices para avaliação das rodovias pavimentadas, tal ferramenta de instrução de cálculo simples que certamente auxilia nas gestões de pavimentos, no qual o ICM (Índice de Condição de Pavimento) parametriza essa avaliação na tomada de decisão. Os levantamentos em campos são periódicos, á critério da administração, entretanto a base é listada a seguir: I- Superfície do pavimento: a) Número de Panelas; b) Número de remendos; c) Percentual de trincas; II- Conservação da rodovia: a) Roçada b) Sinalização; c) Elementos de drenagem ICM: 1.1. Número de panelas; 1.2. Número de remendos; 1.3. Percentual de área com trincas; 1.4. Altura da vegetação marginal; 1.5. Presença de dispositivos de sinalização horizontal/ Vertical; 1.6. Presença e condições de dispositivos de drenagem; A tabela 3 e 4 a seguir sugere o registro das ocorrências observadas in loco: Tabela 3- Modelo de formulário de ocorrências Km inicial Km final Extensão(m) Condição do pavimento Panela Remendo Trincamento Alta Média Baixa Alta Média Baixa Alta Média Baixa Fonte: DNIT, 2019. 20 Tabela 4- Modelo de formulário de formulários – continuação. Os níveis de severidade correspondentes das tabelas 3 e 4 seguem na tabela 5 a seguir para determinar o grau de ICM: Tabela 5- Frequência de ocorrência para elementos de pista de rolamento BAIXO MÉDIO ALTO UNIDADE PANELA Até 2 3, 4 ou 5 Maior que 5 Quantidade/km REMENDO Até 2 3, 4 ou 5 Maior que 5 Quantidade/km TRINCAMENTO Trincamento<10% 10%< Trincamento< 50% Trincamento> 50% % da área Fonte: DNIT, 2019 Tabela 6- Nível de conservação BOM REGULAR RUIM ROÇADA Vegetação rasteira com altura máxima de 30 cm. Vegetações acima de 30 cm, más que não afeta a visibilidade da sinalização vertical. Vegetação alta que afeta a visibilidade da sinalização vertical DRENAGEM Dispositivos superficiais íntegros e caiados Dispositivos superficiais com quebras localizadas e sem caiação Dispositivos quebrados ou ausentes SINALIZAÇÃO Elementos verticais e horizontais visíveis e em boas condições Elementos verticais e horizontais parcialmente faltantes e desgastados Elementos verticais e horizontais faltantes e desgastados Fonte: DNIT, 2019. Condição de Conservação Roçada Drenagem Sinalização Bom Regular Ruim Bom Regular Ruim Bom Regular Ruim Fonte: DNIT, 2019. 21 Com isso foi elaborado um cálculo que determina o ICM, o índice de Pavimentação representa 70% conforme a fórmula empírica: ICM= IP x 0,70 + IC x 0,30 (Equação 1) IP= P panelas x 50 + P remendos x 30 x P trincamentos x 20 (Equação 2) IC= P sinalização x 50 + P roçada x 30 + P drenagem x 20 (Equação 3) Onde, ICM: Índice de Condição de Manutenção IP: Índice de Pavimento IC: Índice de Conservação A tabela 7 a seguir informa os dados para os valores de (P panelas, P remendos e P trincamentos): Tabela 7- Valores de acordo com a frequência relacionado à equação 2. DEFEITOBAIXO MÉDIO ALTO REMENDO 0,25 0,50 1,00 PANELA 0,25 0,50 1,00 TRINCAMENTO 0,25 0,50 1,00 Fonte: DNIT, 2019. A tabela 8 com dados de (P sinalização, P roçada e P drenagem): Tabela 8- Valores de acordo com a frequência relacionado à equação 3. BOM REGULAR RUIM ROÇADA 0,25 0,50 1,00 DRENAGEM 0,25 0,50 1,00 SINALIZAÇÃO 0,25 0,50 1,00 Fonte: DNIT, 2019. Por fim a resolução do estado de condição dependerá exclusivamente dos valores encontrados após aplicação da fórmula, a classificação será demostrado na tabela 9 a seguir: 22 Tabela 9 - ICM FAIXA CONDIÇÃO ICM < 30 BOM 30 ≤ ICM < 50 REGULAR 50 ≤ ICM < 70 RUIM ICM ≥ 70 PÉSSIMO Fonte: DNIT, 2019. 3.4 MANUTENÇÃOS DE VIAS URBANAS DYNATEST (2017) cita que a maior resistividade e durabilidade de uma rodovia está relacionada a três elementos: primeiro a elaboração de um bom projeto, detalhando todos os segmentos e a realidade de volume de tráfego; qualidade nas obras, fiscalização de execução e dos materiais e, principalmente, manutenção preventiva e corretiva do pavimento. A ineficiência de aplicação desses métodos por parte das gerências, faz com que gera inúmeras patologias vistas comumente em quase todas as vias brasileiras como: trincamentos, fissuras, exsudação, desagregação, deformações, panelas e remendos (CNT, 2017). A restauração de uma rodovia ou de uma parcela dela que foi deteriorada, é um método de dar as características originais novamente, ou deixar ainda mais eficiente que a primeira, sendo nas propriedades de sua estrutura resistiva e também das características homogêneas para não haver imperfeiçoes físicas causando incomodo para quem vê. Para isso são utilizados os mesmos materiais que desejam recuperar, facilitando tudo o que foi relacionado. Assim, o condicionamento do pavimento está ligado diretamente ao desempenho da modalidade rodoviária e a economia do país, pois tais ineficiências levam a prejuízos altíssimos e aos impactos ambientais. Diversos fatores podem elevar o custo a manutenção de um pavimento desenvolve operações que são desenvolvidas para manter ou elevar os níveis desejáveis, como: segurança, mobilidade do tráfico de carros e pessoas com conforto e economia do pavimento. No entanto uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Transportes (CNT) 23 em 2018, 50% dos aproximados 106 mil, quilômetros de rodovias apresentam defeitos (CNT, 2018a). A revitalização, restruturação das vias de acessos, vem crescendo a cada ano no sentido sustentável, com isso os métodos consequentemente são revisados e melhorados para acompanhar os estudos sobre os recursos e energia, a tecnologia acentua-se como grande aliada ao desenvolvimento de qualquer técnica. Os Custos dessas manutenções são elevadas, por tanto é interessante definir pontos dos que realmente poderão ser executados, trechos prioritários que são indispensáveis para sua preservação (M&R. Fernandes,2017). A Asphalt Recycling and Reclaiming Association (Associação de Reciclagem e Recuperação de Asfalto – ARRA, 2019) determina tipos diferentes de técnicas e métodos de reciclagem, sendo elas 4: reciclagem a frio ou a quente, que por sua vez podem ser processadas no local próprio, ou em uma fábrica legal ou também de sua propriedade total. A seguir a tabela 2 mostra as vantagens e desvantagens na aplicação desse tipo de restauração: Tabela 10- Vantagens e desvantagens da reciclagem de pavimentos. VANTAGENS DESVANTAGENS Evita o transporte de materiais fresados para outro local. As condições locais de execução podem afetar a qualidade de trabalho. Reduz a desagregação de dos pavimentos das estradas utilizadas pela obra. Este processo está mais dependente das condições meteorológicas. Dispensa os depósitos provisórios. A hereditariedade das camadas existentes prejudica os riscos das formas de trabalho. O tempo de execução do processo é menor. Alguns equipamentos mais complexos estão sujeitos a avarias. Aproveita na íntegra todos os materiais existentes no pavimento. Dificuldade no controle de qualidade. O investimento total em equipamentos é inferior ao processo central. Elevados números de ensaios laboratoriais, tornando-os dispendioso. 24 Evita prolongada interrupção do tráfego. Promove sustentabilidade. Fonte: SANTOS, 2018. A NBR-5462 dita 3 tipos de manutenção: Manutenção Preventiva, Manutenção Corretiva e Manutenção Preditiva. O estratégia de manutenção adotada que irá definir qual tipo de manutenção que irá usar e quando usar, para manter a disponibilidade e confiabilidade dos equipamentos e acrescenta-se a mão de obra. Manutenção Corretiva é o a técnica mais conhecida. Aquela famosa expressão: se “quebrou, tem que consertar”. É uma técnica de manutenção reativa, ou seja, espera que seja detectado um problema e/ou o equipamento apresente alguma falha em seu funcionamento normal para que seja feita uma intervenção. Durante muito tempo, esse foi o conceito utilizado na indústria, porém as necessidades de redução de custos e a evolução dos processos de manutenção fizeram com que essa modalidade fosse cada vez menos utilizada. Segundo Kardec e Nassif (2012) diz que a manutenção corretiva é dividida em duas partes, a planejada e a não planejada, mesmo que as duas possuem o mesmo intuito final, mas são distintas com relação a custo, disponibilidade e segurança. Segundo a norma NBR-5462, Manutenção Preventiva é a manutenção efetuada em intervalos predeterminados, ou de acordo com critérios prescritos, destinada a reduzir a probabilidade de falha ou a degradação do funcionamento de um item, ou seja, prever e tomar ações antes do acontecimento. De maneira geral a manutenção preventiva, consegue desempenhar um modelo mais assertivo, pois possibilitada correção antes do estouro do problema, o menor número de falhas proporciona maior durabilidade e tempo de vida, intervindo o mínimo possível na área de atuação (FREITAS, 2016) Segundo Nogueira (2018) uma das vantagens também é o custo controlado dos materiais de reposição, tendo em vista uma média do determinado valor mensal do que se consumirá com as manutenções programadas, sabe-se o que se requisitará para o estoque, minimizando um orçamento inesperado diferente do que ocorre na corretiva, saber o que se irá gastar significa manejo das operações. 25 O estoque de matérias primas essenciais e a acessibilidade a eles, agilizam o suporte de atividades, saber escolher os fornecedores faz efeito quanto a custo e logística, a necessidade emergencial de um material de difícil encontro de mercado gera dois grandes impasses, que são eles: o aumento do prazo de reparo e um valor muito maior do produto, por conta de uma logística nova e exclusiva para que esse produto chegue o mais rápido para suprir a necessidade, mudando suas etapas que normalmente iria ter todo seu caminho programado, todo mundo é pego de surpresa, a equipe e até o fornecedor (NOGUEIRA, 2018). Segundo Lordelo (2019) Os serviços de prevenção têm reflexo direto na eficiência de drenagem urbana como, uma limpeza rotineira das canaletas, bueiros, desobstrução de sarjetas, resto de materiais orgânicos, como madeiras, solos acumulados e entre outros que impedem de as águas pluviais seguirem seu curso. Essa manobra possibilita prevenir que as águas procurem outro trajeto talvez por cima da base de rolamento que causa enfraquecimento da estrutura gerando uma danificação como buracos, erosões causadas pelo caminho da água inadequado. Entretanto, sabemos da falta de dispositivos de drenagem em grande número nas cidades brasileiras, um fator já de projeto que afeta muito as manutenções futuras. Todavia, para mantero funcionamento da manutenção preventiva, algumas informações de acompanhamento são imprescindíveis, gerar visitas em intervalos de tempo dos locais e monitorar com dados, pontuando pontos de observação, detalhamento dos dados é uma das etapas do processo de manutenção chamada preditiva. Fontes diz que: O objetivo da manutenção preditiva é justamente reduzir os custos de manutenção. Com ela, é possível encontrar o momento mais próximo do ideal para atuar nas máquinas, visando aumentar sua vida útil e atingir máximo desempenho. As análises permitem a detecção de imperfeições, evitando manutenções corretivas, que prejudicam a produção com interrupções não programadas. Muitas vezes, a parada repentina de uma máquina pode não apenas atrasar a produção, como também acarretar em verdadeiros desastres (FONTES, 2018). Alguns pontos vantajosos da preditiva são: Antecipar as falhas de um determinado tipo de instrumento. Dar maior durabilidade ao equipamento e material. Determinar com anteposição as interrupções do processo Eleva a confiabilidade da equipe de planejamento e execução 26 Diminui os serviços não planejados. 3.4.1 Dispositivos de drenagem CNT (2017) Compreende o projeto de drenagem do pavimento de uma rodovia o conjunto de dispositivos, tanto de natureza superficial como de natureza submersa ou profunda, destacando sua importância pelo fato dos materiais que agregam a pavimentação serem de variadas umidade. O cursor das águas das chuvas ocorrerá mesmo que não existam esses dispositivos, como é o caso de grande número de ruas do país, com isso aloja totalmente as responsabilidades nas recuperações que serão exigidos de forma ainda mais avançada, tendo vista que uma drenagem eficaz reduzirá aglomeração de água na superfície das ruas, enchentes, paralisação do tráfico e principalmente a ruina da pavimentação, as águas pluviais são as principais responsáveis quando não se dá o destino correto. Segundo Mascaró (1989), os elementos que fazem parte do sistema de drenagem de águas pluviais são: meios-fios ou guias sarjetas; sarjetões; bocas-de- lobo; galerias; poços de visitas e bacias de estocagem. 3.5 FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS A evolução do homem começou a se medir no decorrer da antiguidade e com o descobrimento de várias ferramentas de milhões de anos atrás temos uma noção do tempo que a nossa espécie se iniciou o desenvolvimento das técnicas de procura de alimento e combates pela sobrevivência. O surgimento das ferramentas nos fornece a comprovação do substancial da utilização de utensílios que auxiliaram nos métodos de resolução de uma prática, tornam as ferramentas e os equipamentos componentes conjugados do termo “homem x máquina”. A reciclagem a frio em usina se dá em um sistema fechado onde os materiais são fresados e classificados por peneiras e levados para um britador onde até 100% desses materiais estejam enquadrados nos limites de projeto. Posteriormente esse material é transportado para um classificador, onde brita e usina o revestimento asfáltico (FHWA, 2019). 27 Essa usina é muito vantajosa pela mobilidade do equipamento, podendo ser transferido de um trecho a outro ocupando pequenos espaços, onde são abastecidos por pás carregadeiras em silos de grelha. Um misturador tipo pug-mill, envolve as misturas com injeção e emulsão ou de espuma de asfalto. Equipamento descrito conforme a imagens a seguir: Figura 13- Representação de usina recicladora de asfalto a frio. Fonte: WIRTGEN, 2019. Figura 14 - Croqui esquemático de usina de asfalto a frio. Fonte: GEWEHR, 2019 Os equipamentos são máquinas que efetuam um trabalho muito maior com maior ganho de tempo, uma recuperação de um trecho de uma avenida com 28 colocação de revestimento asfalto, é muito mais viável o uso de uma máquina para inserção de material ao longo da via, aumentando assim a produtividade. Na produção de concreto para recobrimento de uma valeta, opta-se para uma betoneira que consegue fabricar maior quantidade de concreto no menor tempo. Contudo, existem atividades que serão impossíveis o uso desses equipamentos, num tapamento de buraco ou recuperação de uma fissura menor, o serviço manual será o mais adequado, assim como em locais de difícil acesso, há equipamentos de grande porte que não adentrariam ao espaço. Quando aos equipamentos que serão utilizados, o DNIT diferencia para cada etapa de serviços, pela variedade de soluções conforme a tabela 3 a seguir: Tabela 11- Equipamentos utilizados por item - serviço. Itens-serviços Equipamentos utilizados Desmatamento e limpeza Tratores de esteira com lâmina S ou A Escavação de solos Tratores de esteira com lâminas (A, S ou U) ou escavadeiras Extração de areia Escavadeiras com caçambas tipo drag-line ou clam-shell, ou bombas de sucção Extração de rocha Compressores de ar, marteletes ou perfuratrizes de carreta e tratores de esteira Cargas de materiais Carregadeiras e escavadeiras Produção de brita Britadores de mandíbulas, girosféricos, peneiras e correias transportadoras Transporte de materiais Caminhões de carroceria, caminhões basculantes, carretas prancha alta, carretas tanque para ligantes, caminhões fora-de-estrada Espalhamento de materiais terrosos Caminhões-tanques Umedecimento de solos na pista Caminhões-tanques Misturas de solos e homogeneização de umidade na pista Pulvimisturadoras Arados e grade de discos Motoniveladora Compactação propriamente dita Rolo pé de carneiro autopropelido Rolo de pneu (pressão variável) Rolo vibratório liso e/ou corrugado 29 Espalhamento/distribuição de agregados e solos usinados Distribuidor de agregados Acabadora com controle eletrônico Motoniveladora com raio laser ou ultrassom Misturas de solos em central Usina de mistura de solos e carregadeira Distribuição de materiais betuminosos Caminhão com tanque distribuidor de asfalto Limpeza e varredura de pista Vassoura mecânica e trator de pneus Estocagem de materiais betuminosos Tanques de asfalto com aquecimento a vapor Preparo de concreto betuminoso usinado a quente e mistura asfáltica usinada Usina de asfalto e carregadeira Preparo do pré-misturado a frio Usina de solos e carregadeira Espalhamento de concreto betuminoso usinado a quente Vibroacabadora de asfalto, rolos lisos tandem vibratório, rolos de pneus de pressão variável Espalhamento de pré-misturado a frio Vibroacabadora de asfalto, rolos lisos tandem vibratório, rolos de pneus de pressão variável e rolos tandem Serviços auxiliares Tratores de pneus e retroescavadeiras Preparo de concreto de cimento Central de concreto cimento, ou central dosadora, e carregadeira Transporte do concreto de cimento Caminhões dumpers ou caminhões betoneiras Espalhamento do concreto de cimento Acabadora de concreto cimento e trilhos de aço Fonte: DNIT (BRASIL, 2006a). 3.6 A SEGURANÇA NAS ATIVIDADES DE PAVIMENTAÇÃO A produtividade das frentes de trabalho reflete também no englobamento dos resultados gerenciais de toda a equipe, mesmo que a velocidade de atuações seja a principal cobrança das supervisões, temos a qualidade e principalmente a segurança. Nos tempos atuais essa última, finalmente ultrapassou em níveis de prioridades nas empresas, ao colocarmos a vida em primeiro lugar. As grandes companhias conseguem desempenhar uma fiscalização mais afunda no que tende o assunto, pois para que isso funcione, um investimento é necessário para formação de equipes especializadas, e treinamentos educacionais. A segurança no trabalho pode ser descrita como técnicas de prevenção de acidentes, visando à preocupação da integridade física dos colabores que atuam diretamente em atividades de campo. Segurança do Trabalho é definida por normas 30 e leis, no Brasil a Legislaçãode Segurança do Trabalho, é pela Portaria 3.214/78. No entanto a partir dessas obrigações, as empresas tornaram esse assunto primordial em suas demandas, o fornecimento de equipamentos de proteção por parte da empresa, e vários outros seguros aos trabalhadores de áreas remotas com manuseio de produtos químicos, explosivos, combustíveis, espaços confinados, altura e em espaços agressivos a saúde, designam-se como: periculosidade e salubridade. De acordo com Guarnieri o que é necessário para manutenção em revestimento asfáltico: “Após a identificação do tipo de patologia e sua provável causa, deve-se analisar a disponibilidade e situação dos recursos que serão necessários para finalização do serviço, como por exemplo, operários, maquinários, agregados e ligantes betuminosos, placas de sinalização e demais instrumentos, após a análise dos recursos é primordial que o local seja sinalizado, para a segurança dos trabalhadores, motoristas, pedestres e maquinários (GUARNIERI, 2016, p. 31) Outro aspecto que atinge muito os trabalhadores é a forma de manusear os materiais de esforço corporal com posicionamento de formas inadequadas, muitas das vezes a falta de conhecimento através de treinamentos das normas que tratam desse assunto. De maneira geral os equipamentos de proteção individual na maioria das vezes são utilizados apenas para cumprir a legislação, sem qualquer atenção no desempenho da ferramenta por parte dos envolvidos (Da Silva, et al, 2015). 3.7 GERÊNCIAS DE PAVIMENTAÇÃO A falta de captação de informações para a implantação de um sistema de gestão qualificada, é a grande colisão que as gerências de infraestruturas enfrentam em todo território nacional, a medida em que o planejamento avança como uma ferramenta prioritária e eficaz, os resultados surgem significativamente e muda a metodologia empírica de nossas práticas. O acesso as informações que carregamos em áreas subterrâneas dificulta as aplicações de modelos, sobretudo que a parte do leito e superestrutura são enxergadas com atenção por todos. Segundo Mirandola sobre equipe técnica na gestão: O gestor público na gestão de restauração e conservação de vias urbanas não possui informações técnicas para subsidiar suas avaliações. As considerações sobre o estado de conservação da via são feitas por meio de vistoria técnica onde visualizando em olho nu o estado de serventia do pavimento se define a necessidade de recapeamento do pavimento (MIRANDOLA, 2016, p.16) 31 Entre cadeia de ferramentas e métodos de execução, possui todo um planejamento, uma equipe responsável pela preparação e elaboração de plano de ação de todas as solicitações que o município aguarda. No entanto a falta de toda essa programação, de mapeamento e de reuniões diárias de planejamento estratégico, cria um abismo enorme, impossibilitando o funcionamento de qualquer sistema de manutenção eficiente, a capacidade de interação das frentes de serviços e distanciamento das informações o tornando uma gestão ineficaz com falhas de gerenciamento do modelo. Estratégias proativas deve ser definida e incorporada às ferramentas de planejamento, para promover a unificação de redes mais antigas e novas implantações, usando o planejamento do ciclo de vida (ZOFKA, 2018). A setorização da gestão, dispersa em autarquias e empresas públicas privadas, também dificulta o desenvolvimento de mecanismos de gestão e controle (Bobylev, 2009). O mesmo aconselha alguns pontos relacionados à gestão temática de responsabilidades no subleito: Os Planos Diretores precisam ser tridimensionais. As demandas por infraestrutura urbana devem ser identificadas e analisadas tendo em vista tipologias de soluções que levem a um uso sustentável do espaço. Os responsáveis pelas infraestruturas existentes devem ser identificados, assim como possíveis interessados em explorar o subsolo em momentos futuros. As infraestruturas em si devem ser identificadas, assim como a capacidade do subsolo em fornecer o recurso espacial. Estabelecimento de inter-relações funcionais e espaciais entre os diferentes tipos de infraestrutura, integrando o planejamento relativo aos diversos níveis espaciais urbanos. Assim também a unificação da rede de informações e de tomadas de decisões deve ser estabelecida, fazer um planejamento em uma cidade que possua duas ou mais gerências como, por exemplo: a de abastecimento de água e a de infraestrutura, em muitas regiões elas são separadas e suas decisões não são compartilhadas, haja vista que podem ser supervisões diretrizes diferentes, assim o mapeamento e cronograma de atividades podem ocorrer paralelamente sem interrupções de uma na outra, de forma que essa comunicação feita através de reuniões, e-mails e outros não venham causar a situação de num certo dia de manutenção de uma tubulação na rua 32 x da fornecedora de água, possa acontecer no mesmo tempo que a equipe de restauração da via. O retrocesso dos serviços de utilidade pública acontece quando a melhoria é feita num trecho e a outra frente vem e precisa arrebentar, desfazendo toda a mão de obra da outra equipe, gerando retrabalhos e sensação de ineficácia. Assim, a sistematização com o uso da tecnologia se torna essencial para esse tipo de falha, encontrando o erro e prevendo incompatibilidades. Os resultados esperados com esta nova política é a implantação de melhores soluções de infraestrutura, economicamente mais eficientes e espacialmente menos invasivas, cidades mais resilientes e menos suscetíveis a desastres naturais e acidentes, com a continuidade dos serviços mesmo em situações adversas e por fim garantindo o direito as futuras gerações do uso do espaço urbano (Bobylev, 2009). 3.7.1 Investimento em Infraestrutura de pavimentação Segundo uma análise feita por Gondin (2017), com vários países na relação da qualidade de infraestrutura e seus impactos econômicos. Essa correlação fica bem exposta sobre a importância da riqueza do país para o desenvolvimento urbano, com peculiaridades de cada pátria, entretanto claramente que os investimentos no setor da infraestrutura impactam exponencialmente na evolução da economia de um país conforme mostrado no gráfico 1 a seguir: De acordo com Godin (2017) “No Brasil, os investimentos em infraestrutura têm um potencial ainda muito maior com reflexo no PIB, porque nosso estoque de infraestrutura é da ordem de 45% a 50% – abaixo da média mundial.” 33 Conforme os dados da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (Paic) (IBGE, 2016b) mostrou que quase dois terços do asfalto usados pelas construtoras do país, foram direcionados para obras rodoviárias e de infraestrutura urbana. Assim concluindo os principais consumidores finais como os departamentos federais, estaduais e municipais, a figura a seguir identifica a cadeia produtiva do processo de extração até execução pavimento de asfalto. Figura 15 - Relação da qualidade da infraestrutura ao desenvolvimento econômico. Fonte: Análise do Instituto global McKinsey, 2017. Figura 16 - Cadeia produtiva de pavimento de asfalto. Fonte: Deconcic – FIESP e Ex Ante Consultoria Econômica, 2017. 34 4 MATERIAL E MÉTODOS A técnica observacional da pesquisa utilizada para se objetivar a instigação de métodos das normas analisadas de manutenção e recuperação de pavimentos flexíveis é descritas e elaboradas nos defeitos encontrados com a pesquisa de manuais disponíveis pelos órgãos federais. Com isso se fez necessário a comparação dos procedimentos empregados pela equipe da cidade. Foram examinadas e apontadas algumas incoerências que em determinados casos podem afetar a gerência de pavimentação urbana. O estudo de caso feito na Cidade de Açailândia – MA, apresenta uma comparação de dadosobtidos com representantes e engenheiros da Secretaria de Infraestrutura e Urbanismo (SINURB) com os dados levantados na pesquisa deste trabalho. Na fase de desenvolvimento foram feitas sugestões embasadas nas normas brasileiras, de forma simples e direta que podem agilizar bastante os procedimentos utilizados pela gestão de pavimentos. . O capítulo a seguir esmiúça os principais defeitos encontrados nos pavimentos da cidade, causando desconforto, insegurança e insatisfação dos que utilizam a via urbana e direcionando cada tipo de recuperação. A visita in loco juntamente com a equipe de manutenção municipal permitiu a identificação dos tipos de solicitação do pavimento e padronização de execução conforme mencionados no início do trabalho que é a priorização desse estudo. 4.1 O MUNICÍPIO DE AÇAILÂNDIA-MA A cidade de Açailândia está situada a extremo oeste no estado do Maranhão, com população estimada em 112.445 (2019), com área territorial de 5.806,439 km², no ano de 2017 seu PIB per capita era de 19.780,01 R$. 35 Apresenta 13% de esgotamento sanitário adequado, com 59,5% de território urbano de vias públicas com arborização, e apenas 6,4% dos domicílios com saneamento adequado (presença de bueiros, calçadas, pavimentação e meio-fio). Comparado com outros municípios do estado, fica na posição 75 de 217, e de nível nacional ocupa a posição de 4128 no total de 5570 (IBGE, 2019), conforme a figura 10 a seguir: A realidade da cidade de Açailândia é muito parecida com as demais cidades brasileiras, os dados que compõe a pasta administrativa da cidade é muito deficiente, por motivos muito básicos, a cada mudança de administração do município ou até mesmo da secretaria, não focam em dar continuidade ao trabalho já desenvolvido, assim como informações passadas são quase extintas para que o novo trabalho possa se apossar e dali dar novamente uma introdução. As informações ficam vagas a cada nova mudança, assim a construção de uma base de planejamento fica sempre muito complicado. Por se localizar no entroncamento das Br’s 222 e 010 umas das principais do país, a cidade na virada do século explodiu como umas das cidades mais bem vistas Fonte: Própria, 2020. Figura 17- Mapa de localização da cidade de Açailândia - MA. 36 para o futuro e com uma grande perspectiva de cidades selecionadas no território nacional. Por se tratar de uma cidade ainda nova com grande potência siderúrgico como transformação de minério de ferro em gusa sólido, deixou a fruta que carrega no nome de lado, para desenvolver atividades industriais como várias empresas se alojando nas extremidades das ferrovias, ponto muito importante para implantação das mesmas na cidade, a logística e facilidade de se escoar as matérias primas. As siderurgias elevaram bastante o PIB do município além da mineradora Vale que tem polo no local, as atividades de infraestrutura era consequência para uma cidade que crescia a cada dia. 4.1.1 Secretaria de infraestrutura e urbanismo O órgão que atua no planejamento, manutenção e na recuperação dos pavimentos das ruas deste município é a Secretaria de Infraestrutura e Urbanismo (SINURB), onde desde a preparação até a fiscalização das atividades são desenvolvidas por equipes que compõem essa pasta, como implementação de novos pavimentos, conservação das vias e arborização, limpeza das ruas e bueiros, sarjetas, dispositivos de drenagem e recuperação dos mesmo, sendo em nível de leito e subleito da via. Atualmente a situação das vias de Açailândia é crítica e com isso existe um elevado nível de insatisfação por parte da população. As manutenções são executadas corrigindo uma situação de grau avançado, no que são insuficientes para a tamanha demanda que a cidade exige, principalmente pela falta de uma manutenção periódica. No que se trata de selecionar um ponto para restauração, geralmente ocorre por parte de reclamações da população, por meio de integrantes, líderes comunitários, assessores, e vereadores que chegam à secretária. Para a secretaria, uma outra forma de seleção de pontos, e até mesmo a usual, seria a verificação dos locais através de inspeções visuais, no entanto não existe uma equipe designada para isso, com isso a observação é feita pelos próprios fiscais nos deslocamentos de uma atividade a outra, acabam indiretamente avistando trechos para viabilidade de uma reabilitação. As definições do tipo de serviço a executar são de relação da engenharia com muitas das vezes os funcionários mais antigos que conhecem bem a malha, pelo motivo de não haver um mapa mostrando onde as tubulações de abastecimento de Comentado [UdW1]: as 37 água passam em cada parte da via. O tipo de serviço mais executados são recapeamentos e o de tapa buracos, feito por terceirizadas contratadas, contudo não é feito controle tecnológico, e sem muita previsão de custos ao longo do tempo. Realmente a maioria dessas atividades são em caráter de urgência, assim minimiza bastante a questão de fiscalização rigorosa, que se deixam aceitar geralmente pelo tempo e boa visibilidade de qualidade da obra. O trabalho de coordenação entre a secretaria de infraestrutura e a concessionária de abastecimento de água da cidade, (SAAE) se alinha basicamente em diálogo verbal, a comunicação entre as mesmas para alinhamento de atividade é definida nos altos da situação, de forma informal, que acabam ficando sem uma prévia análise da criticidade dos pontos e das atividades que deverão executar. A concessionária de distribuição de água da cidade, possuem papel muito importante diretamente nas vias, pois as mesmas influenciam nos leitos e subleitos dos revestimentos das ruas, as tubulações que são as vias de passagens de água estão localizadas entre as camadas do solo das ruas. No entanto o fluxo de controle e manutenção devem estar alinhados para que a manutenção urbana das cidades possa fluir. A equipe técnica composta por assistentes e engenheiros (as) tentam organizar todas as informações que são trazidas do campo para que possa unir-se a uma informação geral, a equipe reduzida se reveza em definir pontos para atuação, melhorias, aquisições de matérias primas, e fiscalização. Assim as contratadas precisam ser mais eficazes em todas as atividades, por conta da grande demanda e a fiscalização em pequeno número, a maioria das vezes com a deficiência de acompanhamento, surgem as falhas ou até mesmo serviços de baixa qualidade que as contratadas executam para se ter um ciclo mais rápido de manutenção. As responsabilidades englobam todo o território municipal, os assentamentos e bairros mais distantes sofrem ainda mais, pois os serviços de manutenção as vezes duram 2, 3 anos, tempo muito acima do recomendado para que um revestimento deteriorado por chuvas e erosões, o impacto climático tem quer ser levado em consideração no planejamento anual para que sejam evitados desastres de tempo. 38 4.2 TÉCNICAS DE MANUTENÇÃO DE PAVIMENTOS NA CIDADE DE AÇAILÂNDIA A cidade é composta por mais de 50% revestida, entretanto as situações atuais desses pavimentos são de níveis críticos para ruim ou péssimo. As ruas na sua maioria não possuem saneamento e foram executadas com revestimentos flexíveis e rígidos. Basicamente o centro da cidade e arredores são revestidos com asfalto e blocos Inter travados, as ruas principais e avenidas tiveram a o cuidado de se realizar a terraplanagem que hoje é observada como grande responsável pelo dreno e resistência das camadas de materiais. Dentre as diversas manutenções realizadas destacam-se a de tapa buracos. A principal atividade e mais rápida das técnicas, a do “tapa buracos” destaca- se pela rapidez na resolução e agilidade na aplicação, a cidade de Açailândia inicia- se semestralmente esse tipo de manutenção para reabilitar os buracos surgidos navia por conta de erosões decorrentes das chuvas e falta de drenagem. Por mais que resolva temporariamente sem uma aferição profunda, a estética deixa a desejar conforme figura 18 a seguir: Figura 18 – Execução de tapa buracos Fonte: Prefeitura Municipal de Açailândia, 2020. O desenvolvimento da execução se dá com o mapeamento da do local feito pelos fiscais e direcionada a equipe que compõe as obras de recuperação. A 39 execução de um trecho que compõe a rua Bonaire no centro da cidade, foi acompanhada pelo autor e analisada o passo a passo descrito a seguir: 1- Foi realizado o mapeamento do local com os engenheiros e fiscais e repassado para programação da equipe. 2- Deslocamento da equipe para o local com os materiais e ferramentas 3- Identificação de pontos e regularização geométrica do buraco para inserção de massa asfáltica 4- Compactação do asfalto com compactador de solo e secagem Figura 19- Lançamento de massa asfáltica no solo deteriorado Fonte: Prefeitura municipal de Açailândia, 2020. Na imagem percebe-se o fluxo de pessoas próximas a obra, criando uma situação de risco aos mesmos, sem sinalização e isolamento do perímetro, abre espaços a esse tipo de situação. 40 Figura 20 – Compactação de área deteriorada Fonte: Prefeitura Municipal de Açailândia, 2020. Figura 21- Recuperação de buraco realizada Fonte: Prefeitura Municipal de Açailândia, 2020. 41 A estrutura desse tipo de recuperação é quase a mesma em quase todas as regiões do pais, no entanto se diferem em algumas etapas e um acabamento mais eficaz e em vários casos mais profundos. Segundo o DNIT (2003) em seu manual, podemos associar essa execução como remendo superficial, que é preenchimento somente da camada com material betuminoso, tendo vista como atividade simples, foram utilizados como ferramentas de apoio: enxadas, pás, ciscador para espalhar o material, compactador de solo á gasolina, e auxilio do basculante carregado com asfalto á quente. Esta atividade foi realizada mesmo pelo fato de ser uma área central da cidade com vários buracos num trecho de 200 m de extensão, a manutenção foi realizada com êxito na medida da exigência. O estudo de caso levantou dados realizado no período de Março á Julho desse ano, mostraram o número de buracos existentes nas ruas asfaltadas com revestimento asfáltico e seus níveis de criticidade. Tabela 12 – Níveis de criticidade de pavimentação A tabela mostrou que 44% do pavimento da Cidade ainda sim está em boas condições, entretanto o fato é que esse índice por mais que seja alto não se sobressai na parcela ruim ou péssima, que causa muita interferência nas vias. A manutenção preventiva na cidade é muito crítica, na maioria das vezes a equipe é locada por ciclos e com isso a ação contra o avanço de uma deterioração acaba sendo falha com a Condição do Pavimento % Estratégia Muito boa 25 Não executar Boa 19 Não executar Regular 15 Manutenção preventiva Ruim 26 Manutenção corretiva Péssima 15 Reconstrução Fonte: Autor, 2020. 42 grande velocidade em que a qualidade passa de boa para ruim ou péssima, até mesmo sendo passar pela regular. Isso ocorre por isso mesmo, o tempo de retorno da equipe de manutenção a uma estrutura já recuperada ou até mesmo sem nenhum tipo de manutenção é longo, e esse período acaba sendo agressivo com o revestimento, sem contar em períodos chuvosos que colaboram mais ainda para a degradação da camada asfáltica. Se observarmos pelo lado financeiro, ainda pior a questão de ser mais caro uma reconstrução de que a manutenção, pois uma exige em sua maioria das vezes no caso da manutenção, apenas uma limpeza de bueiro, canaleta, mudar o cursor de água, e enquanto a outra necessita-se da retirada de material de toda a seção que necessita ser reconstruída, mobilização de maquinários para transporte de material betuminoso e até mesmo outros materiais dependendo do nível crítico. Figura 22 – Buracos na cidade de Açailândia Fonte: Autor, 2020. . A defasagem e o tempo de retorno de uma recuperação pode passar até de 6 meses, com isso os próprios moradores acabam tentando amenizar as aberturas das panelas e buracos nas ruas com resto de materiais de construções, solos e entre 43 outro, criando uma heterogeneidade de materiais in loco, com o passar do tempo as erosões vão se aumentando com as atemperes e lamas virando crateras prejudicando ainda mais a o tráfego e a manutenção conforme figura 23: Figura 23 – Avenida Alexandre Costa, Residencial Tropical Fonte: Blog do Maicon Sousa, 2020. Nesses casos de grande incidência de grandes buracos, a alternativa a ser feita é a recuperação total de todo o leito do trecho, conforme foi realizado em outra parte da cidade, na Rua São Luis, centro, onde foi executado o recobrimento do antigo asfalto por outra camada pegando toda a área deteriorada como mostra a figura 24: A água acaba dificultando a recuperação, tendo vista que seu escoamento é necessário pra execução da mesma, tal imagem pode ser associada à período chuvoso que atrapalha as atividades de manutenção e é bem rigorosa em seus períodos, as chuvas agressivas podem elevar as erosões em ruas e estragar trechos. Outro perigo também assemelha-se a questões de águas em vias é quando está chovendo e há um elevada quantidade de água sobre a rua, a visibilidade dos buracos é impossível por estar coberta de água, o condutor deve-se evitar transitar nessas condições. 44 Figura 24 – Recobrimento de asfalto com material betuminoso. Fonte: Wiltonlima.com, 2020. A técnica de recobrir, é quase como se fosse uma pavimentação do zero com alguns cuidados, por exemplo com a camada base da estrutura, uma boa compactação para o adensamento do material. A compactação deve ser executada de forma uniforme, as camadas precisam estar bem ligadas umas nas outras evitando vazios na estrutura. O que mais ocorre entre as aplicações de camadas asfálticas é o recalque, que por sua vez causa desconforto nas operações de manutenção. Fato que o rebaixamento do solo ou da camada, se dá pelo esforços de cargas aplicadas em tensões de compressão dos pneus dos veículos, por isso a grande importância de se compactar bem tendo vista que a principal função da camada é absorver esse erforço. Trincas e fissuras também fazem parte da estruturas das vias da cidade, são defeitos que em sua maioria ficam em segundo plano para recuperação, pelo fato de causar pouco estrago físico no layout do asfalto. No caso de Açailândia, um trecho paralelo a BR 222 que possui fendas isoladas, trincas transversais e tipo jacaré foram executadas o lançamento de piche e camada de asfalto para recuperação conforme as imagens a seguir: 45 Figura 25 – Trincas isoladas e tipo jacaré em Açailândia. Fonte: Antonio Gonçalves, 2020. Figura 26 – Caminhão Piche Fonte: Antonio Gonçalves, 2020. Existem situações que o ajuste em campo é efetuado para se ter maior agilidade e menor custo de materiais, para liberação da área como mostra a imagem 27, contudo essa economia, mais na frente causará um ciclo menor da equipe para retornar ao local, uma suscetível facilidade de erosão e entre outras. 46 Figura 27 – Manutenção de trecho com cimento e blocos de concreto Fonte: Autor, 2020. A equipe buscou melhorar o trecho a qualquer custo e deixando uma péssima qualidade na atividade em questão, prejudicando o layout,
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