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Atos processuais - processo civil

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ATOS PROCESSUAIS
ÍNDICE
1. FORMA DOS ATOS PROCESSUAIS .................................................................................3
2. ATOS DAS PARTES ...........................................................................................................9
3. PRONUNCIAMENTOS DO JUIZ ....................................................................................10
Sentenças ............................................................................................................................................................................. 10
Decisões interlocutórias .................................................................................................................................................. 10
Despachos ............................................................................................................................................................................ 10
4. ATOS DO ESCRIVÃO OU DO CHEFE DE SECRETARIA ..............................................12
5. TEMPO E LUGAR DOS ATOS PROCESSUAIS ..............................................................15
 Tempo dos Atos Processuais ....................................................................................................................................... 15
Lugar dos atos processuais ........................................................................................................................................... 16
6. PRAZOS ...........................................................................................................................18
7. CITAÇÃO .......................................................................................................................... 28
Espécies de citação ..........................................................................................................................................................32
8. CARTAS ........................................................................................................................... 42
9. INTIMAÇÕES ................................................................................................................... 46
www.trilhante.com.br 3
1. Forma dos Atos Processuais
Estudaremos os atos processuais – sua forma, requisitos, legitimados, seu tempo, lugar 
e espécies – conforme as disposições do Código de Processo Civil de 2015. De início, 
vamos compreender nosso objeto de estudo: os atos processuais são os atos humanos 
adotados no processo. São, portanto, atos que dependem de condutas das partes, do juiz, 
de interessados, serventuários, entre outros, que terão influência no processo.
Dada esta influência, os atos devem ser praticados conforme determina a lei, que prevê sua 
sequência, forma, tempo, legitimados, entre outros requisitos. Eventualmente, a ausência do 
ato – a omissão – também pode ter relevância processual, quando a lei determinar.
A forma dos atos processuais diz respeito ao aspecto exterior pelo qual os atos se apresentam. 
Em regra, impera o princípio da liberdade das formas, com ênfase na finalidade do ato. Isto 
é: o importante é que o ato alcance sua finalidade essencial, mesmo que praticado por outra 
forma que não a determinada em lei, uma vez que o processo e seus atos são instrumentos 
do direito material.
Esta é a regra do art. 188 do Código de Processo Civil:
Art. 188: Os atos e os termos processuais independem de forma determinada, salvo quando a lei expressamente 
a exigir, considerando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial.
Assim, impera a liberdade da forma dos atos, a não ser que a lei determine formalidade 
específica. Mesmo nesses casos, importante ressaltar, se o ato praticado por modo diverso 
ainda cumprir sua finalidade essencial, será considerado válido.
A publicidade dos atos processuais é determinada pelo art. 5º, LX da Constituição Federal 
– que já prevê também a possibilidade do sigilo em casos excepcionais (para a defesa da 
intimidade ou por interesse social):
Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e 
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: [...]
LX – A lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse 
social o exigirem.
A publicidade é essencial como mecanismo de controle das decisões judiciais. Há casos, 
contudo, em que a própria proteção constitucional exige o sigilo, para preservar a intimidade 
e o interesse social. O Código de Processo Civil regulamenta estas hipóteses em seu art. 189:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm
www.trilhante.com.br 4
Art. 189.  Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os processos:
I - em que o exija o interesse público ou social;
II - que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação, alimentos e 
guarda de crianças e adolescentes;
III - em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade;
IV - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a confidencialidade 
estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo.
§ 1o O direito de consultar os autos de processo que tramite em segredo de justiça e de pedir certidões de seus 
atos é restrito às partes e aos seus procuradores.
§ 2o O terceiro que demonstrar interesse jurídico pode requerer ao juiz certidão do dispositivo da sentença, bem 
como de inventário e de partilha resultantes de divórcio ou separação.
Nos processos que correm sob sigilo (ex.: demandas de família, demandas que versem sobre 
arbitragem), o acesso é garantido apenas às partes e seus advogados.
Para além destes, também se admite o acesso do Ministério Público, quando lhe couber 
intervir e, ainda, podem ser fornecidas informações ao terceiro que demonstrar, comprovar, 
interesse jurídico justo na demanda. Assim, caso o credor de uma das partes envolvidas em 
processo de divórcio litigioso com partilha demonstrar a necessidade e interesse pela ciência 
de bens aptos à satisfação de sua dívida, o juiz pode fornecer certidão do dispositivo da 
sentença (parte da sentença de conteúdo decisório), assim como certidão da partilha.
Para entender melhor: a arbitragem trata-se de uma forma alternativa de resolução de 
conflitos que independe da intervenção do Poder Judiciário, uma vez que produz, 
entre suas partes, os mesmos efeitos da sentença judicial. O CPC também reconhe-
ce a sentença arbitral como título executivo judicial (art. 515, VII). Pela sua discrição e 
possibilidade de determinar seu sigilo – em oposição ao princípio da publicidade dos 
atos processuais do Poder Judiciário –, certos contratos e transações já preveem a 
Cláusula Compromissória, em que as partes se comprometem a submeter à arbitragem 
os litígios que possam surgir. Diante disto, o CPC prevê a manutenção do sigilo caso 
sejam discutidas pelo Poder Judiciário demandas que versem sobre arbitragem havida 
também sob sigilo.
Uma grande inovação do Novo CPC foi permitir, em nome da dinamicidade e instrumentalidade 
do processo, que as partes negociem mudanças no procedimento, no tocante aos seus ônus, 
poderes, faculdades e deveres processuais. Este acordo pode ser feito antes ou durante o 
processo, desde que as partes sejam capazes e negociem de forma paritária.
www.trilhante.com.br 5
A negociação pode ser revista pelo juiz, que observará sua nulidade, casos de inserção 
abusiva em contrato de adesão ou acordos feitos mediante manifesta vulnerabilidade de 
uma das partes. É o que determina o art. 190 do CPC:
Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes plenamente 
capazes estipular mudançasno procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre 
os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo.
Parágrafo único.  De ofício ou a requerimento, o juiz controlará a validade das convenções previstas neste artigo, 
recusando-lhes aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão ou em 
que alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade.
As partes também podem, juntamente com o juiz, estabelecer um calendário para a prática 
dos atos processuais. O CPC prevê, para determinados atos, prazos de realização por cada 
parte – inclusive para decisões e sentenças judiciais. Contudo, estes prazos podem ser 
negociados entre as partes e o juiz.
Neste caso, o calendário ajustado vincula as partes e deve ser estritamente obedecido. Os 
atos só poderão ser praticados em tempo diverso do combinado em casos excepcionais, 
devidamente justificados. Também, como já se anteveem as datas para a realização de cada 
ato, dispensam-se as intimações para sua realização, o que representa uma importante 
medida de economia processual. Esta possibilidade é prevista no art. 191 do CPC:
Art. 191. De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar um calendário processual para a prática dos atos 
processuais, quando for o caso.
§1º O calendário vincula as partes e o juiz, e os prazos nele previstos somente serão modificados em casos 
excepcionais, devidamente justificados.
§2º Dispensa-se a intimação das partes para a prática de ato processual ou a realização de audiência cujas 
datas tiverem sido designadas no calendário.
Todos os atos e documentos do processo devem ser redigidos em vernáculo (em língua 
portuguesa). Quaisquer documentos redigidos em língua estrangeira só podem ser juntados 
se acompanhados de versão em português tramitada por via diplomática ou autoridade 
central ou por tradutor juramentado
Art. 192:  Em todos os atos e termos do processo é obrigatório o uso da língua portuguesa.
Parágrafo único.  O documento redigido em língua estrangeira somente poderá ser juntado aos autos quando 
acompanhado de versão para a língua portuguesa tramitada por via diplomática ou pela autoridade central, ou 
firmada por tradutor juramentado.
https://www.trilhante.com.br/curso/teoria-geral-e-principios-do-processo/aula/economia-processual-2
www.trilhante.com.br 6
Para entender melhor – Autoridade Central – trata-se de um conceito consagrado no 
Direito Internacional e se refere a um ponto central de contato para a tramitação dos 
pedidos de cooperação jurídica internacional. No Brasil, essa função é exercida mor-
mente pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.
A informatização do processo já começou a ser regulamentada a partir de 2006, com a Lei nº 
11.419/2006, que definiu critérios de assinatura eletrônica, transmissão eletrônica e produção 
de atos pelo meio eletrônico, e pela Lei nº 11.280/20006, que acrescentou ao CPC/73, em seu 
art. 154, a autorização para a prática e comunicação oficial dos atos processuais por meios 
eletrônicos.
Esta autorização repete-se no art. 193 do CPC, estendida ainda a atos notariais e de registro, 
com a ressalva de que se aplicam, aos atos produzidos no meio eletrônico, as mesmas regras 
e ritos aplicáveis aos atos físicos:
Art. 193. Os atos processuais podem ser total ou parcialmente digitais, de forma a permitir que sejam produzidos, 
comunicados, armazenados e validados por meio eletrônico, na forma da lei.
Parágrafo único. O disposto nesta Seção aplica-se, no que for cabível, à prática de atos notariais e de registro.
O CPC de 2015 também busca regular expressamente a publicidade dos atos processuais em 
meio eletrônico e, do mesmo modo, o sigilo nos casos estabelecidos em lei. Nestas hipóteses, 
garante-se o acesso eletrônico apenas às partes e seus advogados cadastrados.
Assim, determina questões de ordem técnica para garantir, aos atos eletrônicos, a 
acessibilidade, autenticidade e conservação, bem como a proteção aos atos produzidos sob 
sigilo, conforme a infraestrutura de chaves públicas unificada nacionalmente:
Art. 194. Os sistemas de automação processual respeitarão a publicidade dos atos, o acesso e a participação 
das partes e de seus procuradores, inclusive nas audiências e sessões de julgamento, observadas as garantias 
da disponibilidade, independência da plataforma computacional, acessibilidade e interoperabilidade dos 
sistemas, serviços, dados e informações que o Poder Judiciário administre no exercício de suas funções.
Art. 195.  O registro de ato processual eletrônico deverá ser feito em padrões abertos, que atenderão aos 
requisitos de autenticidade, integridade, temporalidade, não repúdio, conservação e, nos casos que tramitem em 
segredo de justiça, confidencialidade, observada a infraestrutura de chaves públicas unificada nacionalmente, 
nos termos da lei.
Por dinamicidade, o CPC atribui competência ao Conselho Nacional de Justiça e aos Tribunais, 
de maneira supletiva (hierarquicamente, as normas do CNJ a esse respeito têm maior força), 
para regulamentar a produção e comunicação de atos processuais no meio eletrônico. Com 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11419.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11419.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11280.htm
www.trilhante.com.br 7
isso, torna-se mais dinâmica a incorporação de avanços tecnológicos aos sistemas dos 
Tribunais, com atenção ainda para sua compatibilidade:
Art. 196. Compete ao Conselho Nacional de Justiça e, supletivamente, aos tribunais, regulamentar a prática 
e a comunicação oficial de atos processuais por meio eletrônico e velar pela compatibilidade dos sistemas, 
disciplinando a incorporação progressiva de novos avanços tecnológicos e editando, para esse fim, os atos que 
forem necessários, respeitadas as normas fundamentais deste Código.
A prática processual pode demonstrar que, mesmo facilitando enormemente a prática de 
atos, os sistemas eletrônicos dos Tribunais podem ser fontes de muitas dúvidas. Assim, o 
CPC determina que os Tribunais mantenham, em página própria da internet, informações a 
respeito dos sistemas, garantindo ainda a fé pública das informações e publicações eletrônicas 
e do processo digital.
Antevendo a possibilidade de problemas técnicos, o CPC admite a indisponibilidade do sistema 
como justa causa para praticar ou emendar o ato, se por este motivo houver transcorrido o 
prazo sem que a parte praticasse as incumbências que lhe cabiam:
Art. 197. Os tribunais divulgarão as informações constantes de seu sistema de automação em página própria 
na rede mundial de computadores, gozando a divulgação de presunção de veracidade e confiabilidade. 
Parágrafo único. Nos casos de problema técnico do sistema e de erro ou omissão do auxiliar da justiça responsável 
pelo registro dos andamentos, poderá ser configurada a justa causa prevista no art. 223, caput e §1º.
Para além da manutenção e disponibilidade dos sistemas eletrônicos, o CPC zela por sua 
acessibilidade, uma vez que é necessário dispor de equipamentos eletrônicos para seu 
acesso (computadores, laptops, tablets, entre outros).
A fim de garantir que qualquer interessado tenha acesso aos autos eletrônicos, determina-se 
que todas as unidades do Poder Judiciário deverão manter à disposição, gratuitamente, os 
equipamentos necessários à prática e consulta de atos processuais, bem como ao acesso ao 
sistema. Ou seja: as unidades do Poder Judiciário deverão manter computadores disponíveis, 
já configurados para acesso aos sistemas judiciais eletrônicos, para o uso de qualquer 
interessado – ressalvado o acesso restrito aos trâmites sob sigilo.
Nas unidades em que não forem disponibilizados estes equipamentos, os atos processuais 
podem ser praticados por meio físico, mesmo que o processo tramite de modo eletrônico, 
uma vez que a parte não pode ser prejudicada pela falta de acesso ao sistema.Do mesmo modo, deve ser assegurada a acessibilidade às pessoas com deficiência, com 
recursos compatíveis para a consulta e prática de atos processuais eletrônicos, bem como 
para a comunicação dos atos e para a assinatura eletrônica:
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Art. 198 As unidades do Poder Judiciário deverão manter gratuitamente, à disposição dos interessados, 
equipamentos necessários à prática de atos processuais e à consulta e ao acesso ao sistema e aos documentos 
dele constantes.
Parágrafo único.  Será admitida a prática de atos por meio não eletrônico no local onde não estiverem 
disponibilizados os equipamentos previstos no caput.
Art. 199. As unidades do Poder Judiciário assegurarão às pessoas com deficiência acessibilidade aos seus sítios 
na rede mundial de computadores, ao meio eletrônico de prática de atos judiciais, à comunicação eletrônica dos 
atos processuais e à assinatura eletrônica.
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2. Atos das Partes
O Código de Processo Civil define os atos das partes como consistentes em declarações 
unilaterais (praticados sem necessitar da anuência da outra parte, são por excelência os atos 
de postulação – petições, requerimentos, recursos, entre outros) ou bilaterais de vontade.
Uma vez que a parte pratica o ato processual que lhe cabe, seus efeitos são produzidos de 
imediato. Há, contudo, uma exceção: a manifestação de desistência da ação apenas produz 
efeito se homologada pelo juiz, que em determinados casos deve ouvir a parte contrária 
antes de homologar:
Art. 200.  Os atos das partes consistentes em declarações unilaterais ou bilaterais de vontade produzem 
imediatamente a constituição, modificação ou extinção de direitos processuais.
Parágrafo único. A desistência da ação só produzirá efeitos após homologação judicial.
Para se garantirem da prática dos atos que lhe cabiam, as partes podem requerer o recibo 
da entrega de petições e demais documentos que entregarem em cartório. Nos processos 
eletrônicos, também já é gerado um recibo de protocolo quando da juntada de documentos 
e petições:
Art. 201.  As partes poderão exigir recibo de petições, arrazoados, papéis e documentos que entregarem em 
cartório.
Algumas manifestações sumárias das partes podem ser feitas por cotas – manifestações 
geralmente manuscritas diretamente nas folhas do processo, sem prévio protocolo. Contudo, 
não é possível lançar cotas entre linhas e nas margens das folhas do processo, sob pena de 
multa no valor de metade do salário mínimo.
Art. 202.  É vedado lançar nos autos cotas marginais ou interlineares, as quais o juiz mandará riscar, impondo 
a quem as escrever multa correspondente à metade do salário-mínimo.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
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3. Pronunciamentos do Juiz
O Código de Processo Civil elenca e conceitua os três tipos de pronunciamentos do juiz:
Sentenças
Pronunciamento com conteúdo decisório que põe fim ao processo, seja ele de cognição ou 
de execução. Ressalta-se que, mesmo se não resolver o mérito, a sentença tem conteúdo 
decisório, conforme as hipóteses de extinção sem resolução de mérito, e extingue o processo;
Decisões interlocutórias
Pronunciamentos dados durante o trâmite com conteúdo decisório, mas que não extinguem 
o processo. São, por exemplo, as decisões que concedem ou indeferem a gratuidade da 
justiça ou a tutela de urgência.
Despachos
Todos os demais pronunciamentos do juiz, dados de ofício ou a requerimento das partes, que 
normalmente têm o escopo de dar andamento ao feito.
Os critérios para a classificação dos pronunciamentos judiciais, portanto, são o conteúdo 
decisório e o condão de extinguir o feito.
Mesmo que os despachos tenham o condão de dar andamento ao feito, atos meramente 
ordinatórios, como juntada e vista obrigatória, podem ser realizados pelos serventuários sem 
a necessidade de despacho judicial, podendo apenas ser revistos pelo juiz se necessário.
Art. 203.  Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.
§1º Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio 
do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem 
como extingue a execução.
§2º Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no § 1o.
§3º São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento 
da parte.
§4º Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo 
ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessário.
Nos Tribunais (2ª instância e superiores), as decisões são tomadas por um colegiado. Apesar de 
haver hipóteses em que o relator ou presidente tome decisões monocráticas, os julgamentos 
são feitos de modo colegiado entre os desembargadores ou ministros. Assim, a decisão se dá 
pelo conjunto dos votos dos julgadores, que forma o Acórdão:
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Art. 204.  Acórdão é o julgamento colegiado proferido pelos tribunais.
Há requisitos específicos para a forma dos pronunciamentos judiciais: despachos, sentenças, 
decisões e acórdãos devem ser redigidos (forma escrita), datados e assinados pelos juízes 
– em caso de atos eletrônicos, os pronunciamentos podem ser assinados eletronicamente 
pelos juízes.
Mesmo se o pronunciamento for produzido de forma oral, deverá ser documentado pelo 
serventuário e revisado, datado e assinado pelo juiz responsável.
O conteúdo dos pronunciamentos também deve ser divulgado no Diário de Justiça Eletrônico 
– íntegra de despachos e decisões, dispositivos de sentenças (parte da sentença com 
conteúdo decisório, lembrando que a sentença é composta por relatório, fundamentação e 
dispositivo) e ementas de acórdãos:
Art. 205.  Os despachos, as decisões, as sentenças e os acórdãos serão redigidos, datados e assinados pelos 
juízes.
§1º Quando os pronunciamentos previstos no caput forem proferidos oralmente, o servidor os documentará, 
submetendo-os aos juízes para revisão e assinatura.
§2º A assinatura dos juízes, em todos os graus de jurisdição, pode ser feita eletronicamente, na forma da lei.
§3º Os despachos, as decisões interlocutórias, o dispositivo das sentenças e a ementa dos acórdãos serão 
publicados no Diário de Justiça Eletrônico.
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4. Atos do Escrivão ou do Chefe de Secretaria
O escrivão ou chefe de secretaria é responsável por catalogar as petições iniciais, a fim de 
determinar as características do processo a se formar. Assim, ao receber uma petição inicial, 
deverá identificar:
1. O Juízo em que tramitará;
2. A natureza do processo (cível, criminal, trabalhista, entre outros);
3. O número de registro do processo – considerando que já foi distribuído;
4. Os nomes das partes;
5. Data de início.
Nos processos físicos, estas informações deverão constar em cada volume do processo:
Art. 206.  Ao receber a petição inicial de processo, o escrivão ou o chefe de secretaria a autuará, mencionando o 
juízo, a natureza do processo, o número de seu registro, os nomes das partes e a data de seu início, e procederá 
do mesmo modo em relação aos volumes em formação.
Para dar autenticidade à organização e juntada de folhas aos autos, o escrivão ou chefe de 
secretaria é responsável por numerar e rubricar todas as folhas do processo, o que ajuda a 
averiguar também eventuais extravios de documentos.
Nos atos em que as partes intervierem, é facultado que estes assinem as folhas 
correspondentes. Apesar de ser obrigatório que o advogado assine suas petições, por 
exemplo, não é necessário que assine todas as folhas da petição:
Art. 207.  O escrivão ou o chefe de secretaria numerará e rubricará todas as folhas dos autos.
Parágrafo único.  À parte, ao procurador, ao membro do Ministério Público, ao defensor público e aos auxiliares 
da justiça é facultado rubricar as folhas correspondentesaos atos em que intervierem.
Responsável por atos ordinatórios do processo, o escrivão ou chefe de secretaria tem que 
certificar, com data rubrica e assinatura, toda movimentação havida no processo: termos de 
juntada, vista, conclusão, entre outros:
Art. 208.  Os termos de juntada, vista, conclusão e outros semelhantes constarão de notas datadas e rubricadas 
pelo escrivão ou pelo chefe de secretaria.
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Retomando as disposições do art. 207 do CPC, o art. 209 esclarece que atos e termos de 
pessoas intervenientes no processo devem ser assinados por elas. Em caso de recusa, o 
chefe ou escrivão deverá lavrar certidão da ocorrência.
Tomemos agora o caso de uma audiência de um processo que tramita no meio eletrônico. Neste 
caso, os atos processuais das partes – postulações, depoimentos pessoais, testemunhos – 
praticados oralmente e na presença do juiz devem também ser assinados, por força do art. 
209, caput do CPC. Nestes casos, é possível que os atos sejam arquivados de maneira digital 
– gravados ou reduzidos a termo – e assinados digitalmente pelo juiz, escrivão ou chefe de 
secretaria e pelos advogados das partes.
Durante a transcrição, qualquer dúvida ou contradição deve ser alegada imediatamente, 
na presença do juiz. Uma vez lavrado e assinado o termo, ao final da audiência, não é mais 
possível argumentar que determinado ato restou registrado de maneira equivocada. Quando 
apontadas inconsistências, o termo deverá conter a solicitação da parte e a decisão do juiz a 
esse respeito:
Art. 209.  Os atos e os termos do processo serão assinados pelas pessoas que neles intervierem, todavia, quando 
essas não puderem ou não quiserem firmá-los, o escrivão ou o chefe de secretaria certificará a ocorrência.
§1º Quando se tratar de processo total ou parcialmente documentado em autos eletrônicos, os atos processuais 
praticados na presença do juiz poderão ser produzidos e armazenados de modo integralmente digital em arquivo 
eletrônico inviolável, na forma da lei, mediante registro em termo, que será assinado digitalmente pelo juiz e pelo 
escrivão ou chefe de secretaria, bem como pelos advogados das partes.
§2º Na hipótese do §1º, eventuais contradições na transcrição deverão ser suscitadas oralmente no momento 
de realização do ato, sob pena de preclusão, devendo o juiz decidir de plano e ordenar o registro, no termo, da 
alegação e da decisão.
Para garantir a celeridade dos registros de audiência, por exemplo, os atos judiciais podem 
ser realizados por taquigrafia (uso de símbolos e abreviações reconhecidos), estenotipia 
(modo de registro por códigos em um aparelho específico, posteriormente traduzidos por um 
software) ou outro meio idôneo. Esta possibilidade se restringe aos atos judiciais, e não se 
aplica aos atos das partes:
Art. 210.  É lícito o uso da taquigrafia, da estenotipia ou de outro método idôneo em qualquer juízo ou tribunal.
A fim de zelar pela segurança dos atos processuais e do próprio trâmite, não se admitem 
espaços em branco, redações entre as linhas, emendas ou rasuras nos atos processuais. 
Normalmente, o escrivão carimba os espaços em branco do processo:
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Art. 211.  Não se admitem nos atos e termos processuais espaços em branco, salvo os que forem inutilizados, 
assim como entrelinhas, emendas ou rasuras, exceto quando expressamente ressalvadas.
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5. Tempo e Lugar dos Atos Processuais
 Tempo dos Atos Processuais
Em geral, os atos processuais devem ser praticados em determinado tempo, sob pena de 
preclusão. Para tanto Código de Processo Civil determina o horário das 6:00 às 20:00 horas, 
em dias úteis.
Admite-se, contudo, a prática de atos após as 20:00 horas quando tenham se iniciado antes 
ou se for prejudicial ou danoso seu adiamento – a emergência, portanto, autoriza a exceção 
à regra.
Há atos que também podem ser praticados em férias forenses, feriados ou fora do horário 
estabelecido pelo CPC: citações, intimações e penhoras. Nestes casos, não é necessária 
autorização judicial, mas deve ser respeitada a inviolabilidade da residência e, mesmo com 
autorização judicial, só se pode adentrar em domicílio durante o dia.
Para o protocolo de atos em processo físico, o horário disponível deverá ser o de funcionamento 
do fórum ou tribunal, de acordo com a lei de organização judiciária local. Assim, não é possível 
exigir que se aceite o protocolo de uma petição às 19:00, já encerrado o expediente do Fórum, 
com base no art. 212 do CPC.
Por sua vez, os atos processuais em processo eletrônico não estão adstritos a horários 
de funcionamento do fórum, e podem ser praticados até as 24:00 do último dia do prazo 
estabelecido.
Determina-se como parâmetro de horário o vigente na localidade do juízo perante o qual o 
ato será realizado. Ou seja: por razões de fuso horário, considera-se o horário conforme o 
local do juízo responsável pelo processo, e não o horário de Brasília, por exemplo:
Art. 212.  Os atos processuais serão realizados em dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) horas.
§1º Serão concluídos após as 20 (vinte) horas os atos iniciados antes, quando o adiamento prejudicar a diligência 
ou causar grave dano.
§2º Independentemente de autorização judicial, as citações, intimações e penhoras poderão realizar-se no 
período de férias forenses, onde as houver, e nos feriados ou dias úteis fora do horário estabelecido neste artigo, 
observado o disposto no art. 5o, inciso XI, da Constituição Federal.
§3º Quando o ato tiver de ser praticado por meio de petição em autos não eletrônicos, essa deverá ser protocolada 
no horário de funcionamento do fórum ou tribunal, conforme o disposto na lei de organização judiciária local.
Art. 213.  A prática eletrônica de ato processual pode ocorrer em qualquer horário até as 24 (vinte e quatro) 
horas do último dia do prazo.
Parágrafo único.  O horário vigente no juízo perante o qual o ato deve ser praticado será considerado para fins 
de atendimento do prazo.
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Desde a Emenda Constitucional nº 45, não são mais possíveis as férias coletivas nos juízos 
e tribunais de primeiro e segundo graus (art. 93, XII da Constituição Federal). Contudo, pode 
haver férias forenses nos Tribunais superiores, caso em que não se praticarão atos processuais 
– exceto citações, intimações, penhoras e atos concedidos por tutela de urgência. O mesmo 
ocorre em feriados.
Para efeitos forenses – contagem de prazos, possibilidade de prática de atos processuais, 
entre outros – são considerados feriados, além dos previstos em lei, os sábados, domingos e 
os dias em que não houver expediente forense.
Há ainda outras exceções, de atos que serão praticados durante as férias forenses, 
normalmente em razão de urgência ou prejudicialidade de seu adiamento:
• procedimentos de jurisdição voluntária – apreciação e resolução, pelo Poder Judiciário, de 
causas que demandam sua intervenção sem que haja conflito de interesse entre as partes, como 
divórcio consensual de pessoas com filhos incapazes, notificação, entre outros.
• procedimentos necessários à conservação de direitos, quando puderem ser prejudicados pelo 
adiamento;
• ação de alimentos e processos de nomeação ou remoção de tutor e curador;
• demais casos previstos em lei.
Art. 214.  Durante as férias forenses e nos feriados, não se praticarão atos processuais, excetuando-se:
I - os atos previstos no art. 212, § 2o;
II - a tutela de urgência.
Art. 215.  Processam-se durante as férias forenses, onde as houver, e não se suspendem pela superveniência 
delas:
I - os procedimentos de jurisdição voluntária e os necessários à conservação de direitos, quando puderem ser 
prejudicados pelo adiamento;
II - a ação de alimentos e os processos de nomeação ou remoção de tutor e curador;
III - os processos que a lei determinar.
Art. 216.  Além dos declarados em lei, são feriados, para efeito forense, os sábados, os domingos e os dias em 
que não haja expediente forense.
Lugar dos atos processuaisEm regra, os atos processuais deverão realizar-se na sede do juízo, com muitas exceções:
• por deferência: pessoas que, em homenagem ao cargo que ocupam, podem ser ouvidas em sua 
residência ou no local onde exercem suas funções. O art. 454 do CPC estabelece esta possibilidade 
para diversos agentes públicos, como Presidente e Vice-Presidente da República, Ministros de Esta-
do, Governadores, Prefeitos, entre outros;
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• por interesse da justiça;
• pela natureza do ato: atos que tiverem de ser realizados por carta, por exemplo;
• por obstáculo arguido pelo interessado e acolhido pelo juiz: situação de testemunha que, em 
razão de dificuldades de movimento ou locomoção, tem de ser ouvida em seu domicílio.
As exceções, contudo, são lógicas e basta lembrarmos dos requisitos para a exceção: 
deferência (em razão do cargo ou função), interesse da justiça, natureza do ato e obstáculo 
arguido pelo interessado e acolhido pelo juiz:
Art. 217: Os atos processuais realizar-se-ão ordinariamente na sede do juízo, ou, excepcionalmente, em 
outro lugar em razão de deferência, de interesse da justiça, da natureza do ato ou de obstáculo arguido pelo 
interessado e acolhido pelo juiz.
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6. Prazos
O próprio Código de Processo Civil ou a legislação específica determina o prazo a ser obedecido 
para a prática dos atos processuais.
Quando a lei não determina prazo, o juiz pode estipulá-lo, conforme a complexidade do ato a 
ser praticado.
Quando nem a lei nem o juiz estabelecem o prazo, tem-se a determinação residual do CPC 
– considera-se o prazo de 5 (cinco) dias para a prática do ato a cargo da parte. No caso de 
intimação para comparecimento em juízo, se não houver prazo legal ou determinado pelo 
juiz, a pessoa não é obrigada a comparecer antes de decorridas 48 horas da intimação.
O CPC/2015 também traz uma inovação ao determinar a validade e tempestividade (considera-
se praticado no tempo correto) do ato praticado antes mesmo do início da contagem de prazo. 
Exemplo: caso a parte seja citada para comparecimento à audiência de conciliação, a partir 
da qual flui o prazo para contestação, mas, antes mesmo da audiência, junta a contestação 
aos autos, considera-se que a contestação é tempestiva (praticada em tempo correto).
Art. 218.  Os atos processuais serão realizados nos prazos prescritos em lei.
§1º Quando a lei for omissa, o juiz determinará os prazos em consideração à complexidade do ato.
§2º Quando a lei ou o juiz não determinar prazo, as intimações somente obrigarão a comparecimento após 
decorridas 48 (quarenta e oito) horas.
§3º Inexistindo preceito legal ou prazo determinado pelo juiz, será de 5 (cinco) dias o prazo para a prática de ato 
processual a cargo da parte.
§4º Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo.
Outra novidade do CPC/2015 que ajuda a desafogar a prática dos atos processuais é a 
determinação pela contagem de prazo apenas em dias úteis. Esta regra aplica-se apenas 
aos atos processuais previstos em lei ou determinados pelo juiz.
Para entender melhor: prazos processuais: são aqueles prazos determinados para a prática 
de atos processuais, que produzem efeitos e interferem no processo. São contados em 
dias úteis, enquanto os prazos materiais são contados em dias corridos. Há discussão 
sobre esta natureza do prazo em alguns casos, como o prazo de 15 dias para pagamento 
voluntário (art. 523 do CPC), uma vez que se interpreta que o pagamento pode interferir 
e produzir efeitos no processo, e não só no mundo material. Nas citações por edital, por 
exemplo, o prazo determinado para espera não se refere a nenhum ato processual – é 
apenas a partir do prazo de espera que se considera a contagem do prazo para a apre-
sentação de contestação – e, portanto, não deve ser contado em dias úteis.
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Art. 219.  Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os dias 
úteis.
Parágrafo único.  O disposto neste artigo aplica-se somente aos prazos processuais.
O CPC determina um período específico – de 20 de dezembro a 20 de janeiro – em que se 
suspendem os prazos processuais. A suspensão de prazos não interrompe sua contagem: 
ao final da suspensão, a contagem de prazo é retomada a partir do ponto em que foi suspensa, 
e não desde o início. Ou seja: dado um prazo de cinco dias, suspenso ao seu terceiro dia, com 
o fim da suspensão o prazo continuará a ser contado pelos dois dias remanescentes.
Este período, contudo, não se confunde com férias forenses e nem suspende o expediente 
do fórum, apenas não se contam os prazos e também não são realizadas audiências ou 
sessões de julgamento, desobrigando partes e advogados de comparecimento.
Art. 220.  Suspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de 
janeiro, inclusive.
§1º Ressalvadas as férias individuais e os feriados instituídos por lei, os juízes, os membros do Ministério Público, 
da Defensoria Pública e da Advocacia Pública e os auxiliares da Justiça exercerão suas atribuições durante o 
período previsto no caput.
§2º Durante a suspensão do prazo, não se realizarão audiências nem sessões de julgamento.
Para além deste período determinado, os prazos podem ser suspensos em variadas hipóteses:
• Por obstáculo criado em detrimento da parte – para não prejudicar a parte responsável pela prá-
tica do ato, se houver obstáculos, interrompe-se o prazo. Como se verifica no próprio CPC, a indispo-
nibilidade do sistema de peticionamento eletrônico, por exemplo, suspende o prazo enquanto durar a 
ocorrência;
• Pela morte ou perda da capacidade processual de qualquer das partes, de seu representante 
legal ou de seu procurador;
• Por convenção das partes – o CPC permite que as partes convencionem também sobre o proce-
dimento, para além dos acordos de direito material;
• Pela arguição de impedimento ou de suspensão e pela admissão de incidente de resolução de 
demandas repetitivas – fatos que devem ser julgados antes de se prosseguir com o processo;
• Quando a sentença de mérito depender do julgamento de outra causa ou da declaração de 
existência ou de inexistência de relação jurídica que constitua o objeto principal de outro processo 
pendente; ou quando a sentença tiver de ser proferida somente após a verificação de determinado 
fato ou a produção de certa prova, requisitada a outro juízo;
• Por motivo de força maior
https://draflaviaortega.jusbrasil.com.br/noticias/490644453/ncpc-entenda-o-incidente-de-resolucao-de-demandas-repetitivas-irdr
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• Quando se discutir em juízo questão decorrente de acidentes e fatos da navegação de competên-
cia do tribunal marítimo;
• Pelo parto ou pela concessão de adoção à advogada se esta, responsável pelo processo, consti-
tuir a única patrona da causa e também se o advogado responsável pelo processo constituir o único 
patrono da causa e tornar-se pai;
• Para que as partes tentem meios de autocomposição, por prazo especificado com antecedência 
pelo tribunal.
Os prazos também são suspensos, obviamente, nos demais casos previstos em lei:
Art. 221.  Suspende-se o curso do prazo por obstáculo criado em detrimento da parte ou ocorrendo qualquer das 
hipóteses do art. 313, devendo o prazo ser restituído por tempo igual ao que faltava para sua complementação.
Parágrafo único.  Suspendem-se os prazos durante a execução de programa instituído pelo Poder Judiciário 
para promover a autocomposição, incumbindo aos tribunais especificar, com antecedência, a duração dos 
trabalhos.
O juiz pode prorrogar o prazo para a prática do ato por até 2 meses nas comarcas, seções 
ou subseções judiciárias onde for difícil o transporte e o acesso. Este prazo ainda pode 
ultrapassar o limite de 2 meses em caso de calamidade pública – enchentes, acidentes 
naturais, entre outros.Apesar de poder prorrogar os prazos nestes casos, o juiz não tem a possibilidade de reduzir 
prazos peremptórios, a não ser com a anuência das partes – vejamos que o CPC privilegia a 
flexibilização do processo e a negociação processual, permitindo às partes, conjuntamente 
com o juiz, negociar sobre o próprio procedimento.
Art. 222.  Na comarca, seção ou subseção judiciária onde for difícil o transporte, o juiz poderá prorrogar os 
prazos por até 2 (dois) meses.
§1º Ao juiz é vedado reduzir prazos peremptórios sem anuência das partes.
§2º Havendo calamidade pública, o limite previsto no caput para prorrogação de prazos poderá ser excedido.
O prazo representa o período possível para a prática do ato processual. Uma vez decorrido 
o prazo, não é mais possível a prática do ato ou sua emenda – tal possibilidade fica preclusa 
sem a necessidade de declaração judicial.
A exceção a esta regra decorre da justa causa: evento, alheio à vontade da parte, que impediu 
a prática do ato por si ou por procurador. Como já vimos, a indisponibilidade do sistema 
eletrônico, se demonstrada, configura justa causa para este fim. Reconhecida a justa causa 
pelo juiz, a parte tem a oportunidade de praticar o ato no prazo que lhe for determinado:
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Art. 223.  Decorrido o prazo, extingue-se o direito de praticar ou de emendar o ato processual, independentemente 
de declaração judicial, ficando assegurado, porém, à parte provar que não o realizou por justa causa.
§1º Considera-se justa causa o evento alheio à vontade da parte e que a impediu de praticar o ato por si ou por 
mandatário.
§2º Verificada a justa causa, o juiz permitirá à parte a prática do ato no prazo que lhe assinar.
O Novo CPC mantém as disposições sobre a contagem dos prazos processuais: são contados 
excluindo-se o dia do começo e incluindo o dia do vencimento. Caso o dia do início ou do 
vencimento coincidam com feriado ou outro dia sem expediente forense, serão prorrogados 
para o primeiro dia útil seguinte.
Consideremos a seguinte situação: prazo de 15 dias para a contestação, contados da data 
de audiência de conciliação realizada dia 2 de determinado mês sem feriados, em uma sexta 
feira. O dia de início do prazo é a data da audiência, ou seja, dia 2. Contudo, o prazo começa 
a ser contado no dia seguinte (“os prazos serão contados excluindo o dia do começo), dia 3. 
Nesta situação, o dia seguinte coincide com um sábado e, portanto, o início da contagem do 
prazo deve ser prorrogada para o dia útil imediato: segunda-feira, dia 5. Contado o prazo de 
15 dias em dias úteis, considera-se o dia 23, uma sexta-feira como o último dia do prazo:
 
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Também há algumas regras específicas para o início da contagem de prazo: em caso de 
publicação, o prazo começa a fluir a partir do primeiro dia útil seguinte ao dia da publicação. 
Por sua vez, considera-se como dia de publicação o primeiro dia útil seguinte à data de 
disponibilização no Diário de Justiça Eletrônico:
Art. 224.  Salvo disposição em contrário, os prazos serão contados excluindo o dia do começo e incluindo o dia 
do vencimento.
§1º Os dias do começo e do vencimento do prazo serão protraídos para o primeiro dia útil seguinte, se 
coincidirem com dia em que o expediente forense for encerrado antes ou iniciado depois da hora normal ou 
houver indisponibilidade da comunicação eletrônica.
2º Considera-se como data de publicação o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da informação no 
Diário da Justiça eletrônico.
§3º A contagem do prazo terá início no primeiro dia útil que seguir ao da publicação.
A parte pode renunciar ao prazo estabelecido exclusivamente a seu favor, desde que o faça 
expressamente.
Há ainda previsão de prazos para os pronunciamentos judiciais, conforme suas espécies:
• 5 dias para proferir despachos;
• 10 dias para proferir decisões interlocutórias
• 30 dias para proferir sentenças.
Estes prazos para os atos do juiz podem ser prorrogados por igual período, se houver motivo 
justificado – com isso, diz-se que os prazos para a prática dos pronunciamentos judiciais são 
impróprios, pois podem ser excedidos.
Art. 225.  A parte poderá renunciar ao prazo estabelecido exclusivamente em seu favor, desde que o faça de 
maneira expressa.
Art. 226.  O juiz proferirá:
I - os despachos no prazo de 5 (cinco) dias;
II - as decisões interlocutórias no prazo de 10 (dez) dias;
III - as sentenças no prazo de 30 (trinta) dias.
Art. 227.  Em qualquer grau de jurisdição, havendo motivo justificado, pode o juiz exceder, por igual tempo, os 
prazos a que está submetido.
Também há prazos para os atos dos serventuários:
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• 1 dia para remeter os autos conclusos;
• 5 dias para executar os atos processuais que lhe couberem.
Estes prazos são contados da data de finalização do ato processual anterior, se determinado 
em lei, ou da data em que tiver ciência da ordem determinada pelo juiz. Justamente por isso, 
ao tomar ciência de ordens, o serventuário deve certificar data e hora da ciência.
Nos processos eletrônicos, a juntada de petições e manifestações independe de atos dos 
serventuários e ocorre de maneira automática, de modo que, nestes casos, não se aplica o 
prazo de 5 dias para a juntada.
Art. 228.  Incumbirá ao serventuário remeter os autos conclusos no prazo de 1 (um) dia e executar os atos 
processuais no prazo de 5 (cinco) dias, contado da data em que:
I - houver concluído o ato processual anterior, se lhe foi imposto pela lei;
II - tiver ciência da ordem, quando determinada pelo juiz.
§1º Ao receber os autos, o serventuário certificará o dia e a hora em que teve ciência da ordem referida no inciso 
II.
§2º Nos processos em autos eletrônicos, a juntada de petições ou de manifestações em geral ocorrerá de forma 
automática, independentemente de ato de serventuário da justiça.
Em processos físicos com litisconsortes (mais de uma parte) patrocinados por diferentes 
advogados, de escritórios de advocacia distintos, haverá prazos em dobro para todas as 
manifestações, em qualquer instância, independentemente de requerimento.
Isto porque normalmente a manifestação depende da consulta aos autos físicos, que é 
dificultada se há demanda de diversos envolvidos. Justamente por isso, esta disposição não 
se aplica aos processos eletrônicos, uma vez que o acesso aos autos pode se dar de maneira 
simultânea e a qualquer tempo pelas partes, sem qualquer prejuízo à manifestação de cada 
uma.
Art. 229.  Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, terão 
prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, independentemente 
de requerimento.
§1º Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois) réus, é oferecida defesa por apenas um 
deles.
§2º Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos eletrônicos.
Os prazos para a prática de atos processuais contam-se a partir de sua comunicação. Isto vale 
para todos: partes, Procuradoria, Advocacia Pública, Defensoria Pública e Ministério Público.
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Há, contudo, diversos modos de comunicação dos atos processuais: por carta, por oficial de 
justiça, por meio eletrônico, por edital, entre outros. Considerando todas estas possibilidades, 
para a o início da contagem de prazos, o Código de Processo Civil prevê o termo inicial mais 
especificamente em seu art. 231.
Estas previsões, apesar de extensas, são lógicas: consideram a ciência do ato a ser praticado 
pelo destinatário e, mais especificamente, a data do registro desta ciência nos autos. Assim, 
os prazos variam conforme o meio pelo qual se dá ciência do ato: por correios, por mandado, 
por edital, pela via eletrônica, por carta (de ordem, precatória, ou de ordem), pelo Diário de 
Justiça Eletrônico, ou pela retirada dos autos de secretaria:
Art. 230.  O prazo para a parte, o procurador, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública e o Ministério Público 
serácontado da citação, da intimação ou da notificação.
Art. 231.  Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do prazo:
I - a data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a citação ou a intimação for pelo correio;
II - a data de juntada aos autos do mandado cumprido, quando a citação ou a intimação for por oficial de justiça;
III - a data de ocorrência da citação ou da intimação, quando ela se der por ato do escrivão ou do chefe de 
secretaria;
IV - o dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz, quando a citação ou a intimação for por edital;
V - o dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou da intimação ou ao término do prazo para que a consulta 
se dê, quando a citação ou a intimação for eletrônica;
VI - a data de juntada do comunicado de que trata o art. 232 ou, não havendo esse, a data de juntada da carta 
aos autos de origem devidamente cumprida, quando a citação ou a intimação se realizar em cumprimento de 
carta;
VII - a data de publicação, quando a intimação se der pelo Diário da Justiça impresso ou eletrônico;
VIII - o dia da carga, quando a intimação se der por meio da retirada dos autos, em carga, do cartório ou da 
secretaria.
§1º Quando houver mais de um réu, o dia do começo do prazo para contestar corresponderá à última das datas 
a que se referem os incisos I a VI do caput.
§2º Havendo mais de um intimado, o prazo para cada um é contado individualmente.
§3º Quando o ato tiver de ser praticado diretamente pela parte ou por quem, de qualquer forma, participe do 
processo, sem a intermediação de representante judicial, o dia do começo do prazo para cumprimento da 
determinação judicial corresponderá à data em que se der a comunicação.
§4º Aplica-se o disposto no inciso II do caput à citação com hora certa.
A hipótese do inciso VI do art. 231 se refere à intimação por carta (precatória, rogatória ou 
de ordem) – o juiz deprecado (que recebe a carta) deve comunicar imediatamente ao juiz 
deprecante (juiz que expede a carta), por via eletrônica, a realização da citação ou intimação:
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Art. 232.  Nos atos de comunicação por carta precatória, rogatória ou de ordem, a realização da citação ou da 
intimação será imediatamente informada, por meio eletrônico, pelo juiz deprecado ao juiz deprecante.
O juiz é incumbido de verificar os prazos do serventuário (art. 228 do CPC). Caso se constate 
que o serventuário excedeu o prazo que lhe cabia sem justo motivo, será instaurado processo 
administrativo – o serventuário não pode ser punido com a simples constatação do juiz; deve 
ter a oportunidade de se defender e de ter a falta analisada por um processo administrativo.
Caso a falta do serventuário seja constatada por alguma das partes, pelo Ministério Público 
ou Defensoria pública, deverá ser representada ao juiz – a quem incumbe tal verificação –, 
para a instauração do processo administrativo.
Art. 233.  Incumbe ao juiz verificar se o serventuário excedeu, sem motivo legítimo, os prazos estabelecidos 
em lei.
§ 1o Constatada a falta, o juiz ordenará a instauração de processo administrativo, na forma da lei.
§ 2o Qualquer das partes, o Ministério Público ou a Defensoria Pública poderá representar ao juiz contra o 
serventuário que injustificadamente exceder os prazos previstos em lei.
Em caso de retirada dos autos de secretaria, o prazo para devolução deve ser estritamente 
observado pelos advogados (públicos ou privados), defensor público e membros do Ministério 
Público. Excedido o prazo, o responsável será intimado para a devolução dos autos em três 
dias e, caso não o faça, perde o direito à vista fora do cartório e ainda deve pagar multa no 
valor de metade do salário mínimo vigente.
Repare que neste caso a lei se refere pessoalmente aos advogados e aos funcionários 
públicos, e não às respectivas instituições (Ministério Público, Defensoria Pública, etc.). Isto 
porque a punição estabelecida no art. 234, §2º do CPC é aplicada diretamente ao responsável 
pela retirada dos autos, e independentemente de processo administrativo ou disciplinar.
Para além desta punição, o fato ainda será comunicado à OAB, ao Ministério Público, 
à Defensoria Pública ou à Advocacia Pública, conforme o caso, para a instauração do 
procedimento disciplinar competente.
Art. 234.  Os advogados públicos ou privados, o defensor público e o membro do Ministério Público devem 
restituir os autos no prazo do ato a ser praticado.
§1º É lícito a qualquer interessado exigir os autos do advogado que exceder prazo legal.
§2º Se, intimado, o advogado não devolver os autos no prazo de 3 (três) dias, perderá o direito à vista fora de 
cartório e incorrerá em multa correspondente à metade do salário-mínimo.
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§3º Verificada a falta, o juiz comunicará o fato à seção local da Ordem dos Advogados do Brasil para procedimento 
disciplinar e imposição de multa.
§4º Se a situação envolver membro do Ministério Público, da Defensoria Pública ou da Advocacia Pública, a 
multa, se for o caso, será aplicada ao agente público responsável pelo ato.
§5º Verificada a falta, o juiz comunicará o fato ao órgão competente responsável pela instauração de procedimento 
disciplinar contra o membro que atuou no feito.
O juiz também pode ser responsabilizado caso ultrapasse os prazos para o cumprimento dos 
atos que lhe cabem. Neste caso, qualquer parte, o Ministério Público ou a Defensoria Pública 
poderá representar, junto à Corregedoria ou ao Conselho Nacional de Justiça, a falta do juiz.
Instaurado o procedimento disciplinar, o juiz ou relator representado pode apresentar 
justificativa em 15 dias. A partir disto, a Corregedoria ou o CNJ tem o prazo de 48 horas para 
determinar que o juiz ou relator pratique, em 10 dias, o ato que deu causa à representação.
Assim, o procedimento disciplinar, neste caso, ocorre segundo o seguinte esquema:
 
Art. 235.  Qualquer parte, o Ministério Público ou a Defensoria Pública poderá representar ao corregedor do 
tribunal ou ao Conselho Nacional de Justiça contra juiz ou relator que injustificadamente exceder os prazos 
previstos em lei, regulamento ou regimento interno.
§1º Distribuída a representação ao órgão competente e ouvido previamente o juiz, não sendo caso de 
arquivamento liminar, será instaurado procedimento para apuração da responsabilidade, com intimação do 
representado por meio eletrônico para, querendo, apresentar justificativa no prazo de 15 (quinze) dias.
§2º Sem prejuízo das sanções administrativas cabíveis, em até 48 (quarenta e oito) horas após a apresentação 
ou não da justificativa de que trata o § 1o, se for o caso, o corregedor do tribunal ou o relator no Conselho 
Nacional de Justiça determinará a intimação do representado por meio eletrônico para que, em 10 (dez) dias, 
pratique o ato.
§3º Mantida a inércia, os autos serão remetidos ao substituto legal do juiz ou do relator contra o qual se 
representou para decisão em 10 (dez) dias.
A menos que a lei não proíba ou não determine outra forma para a prática dos atos processuais, 
os atos fora dos limites territoriais do tribunal serão realizados por carta.
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Do mesmo modo como um juízo pode determinar que algum ato seja cumprido fora de seu 
limite territorial por outro juízo, por carta precatória, um Tribunal também pode expedir carta 
para juízo a ele vinculado (hierarquicamente inferior) para a prática de atos fora do limite 
territorial de sua sede – trata-se da carta de ordem.
Caso algum juízo federal expeça carta precatória para localidade onde não haja vara federal, 
esta pode ser cumprida por juiz estadual.
Por sua vez, o cumprimento de ato processual por órgão jurisdicional estrangeiro, por 
cooperação jurídica internacional, dá-se por carta rogatória.
Também é possível que um juiz arbitral requeira o cumprimento de algum ato processual por 
órgão do Poder Judiciário, por cooperação judicial, por carta arbitral.
O CPC também privilegia a dinâmica da prática de atos forados limites territoriais das 
Comarcas por meios que a tecnologia permitir:
Art. 236.  Os atos processuais serão cumpridos por ordem judicial.
§1º Será expedida carta para a prática de atos fora dos limites territoriais do tribunal, da comarca, da seção ou 
da subseção judiciárias, ressalvadas as hipóteses previstas em lei.
§2º O tribunal poderá expedir carta para juízo a ele vinculado, se o ato houver de se realizar fora dos limites 
territoriais do local de sua sede.
§3º Admite-se a prática de atos processuais por meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de 
transmissão de sons e imagens em tempo real.
Art. 237.  Será expedida carta:
I - de ordem, pelo tribunal, na hipótese do § 2o do art. 236;
II - rogatória, para que órgão jurisdicional estrangeiro pratique ato de cooperação jurídica internacional, relativo 
a processo em curso perante órgão jurisdicional brasileiro;
III - precatória, para que órgão jurisdicional brasileiro pratique ou determine o cumprimento, na área de sua 
competência territorial, de ato relativo a pedido de cooperação judiciária formulado por órgão jurisdicional de 
competência territorial diversa;
IV - arbitral, para que órgão do Poder Judiciário pratique ou determine o cumprimento, na área de sua 
competência territorial, de ato objeto de pedido de cooperação judiciária formulado por juízo arbitral, inclusive 
os que importem efetivação de tutela provisória.
Parágrafo único.  Se o ato relativo a processo em curso na justiça federal ou em tribunal superior houver de 
ser praticado em local onde não haja vara federal, a carta poderá ser dirigida ao juízo estadual da respectiva 
comarca.
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7. Citação
A citação é o ato de comunicação fundamental que dá conhecimento da existência do 
processo e chama o réu, executado ou interessado para integrar a relação processual, 
dando oportunidade para se manifestar e se defender, passando assim a integrar a relação 
processual:
Art. 238.  Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado para integrar a relação 
processual.
Sem a citação do réu ou do executado, o processo perde a validade, a não ser em caso 
de indeferimento da petição inicial -quando o processamento sequer prossegue- ou de 
indeferimento liminar (sem a necessidade de comunicação à outra parte) do pedido.
Repare que, no art. 238, o CPC determina a citação ao réu, executado ou interessado, 
enquanto o art. 239 prevê a nulidade do processo apenas caso não sejam citados o réu ou o 
executado. A inteligência do art. 239 determina que o processo não tem validade se a parte 
contrária não tem ciência do que é requerido contra si. Justamente por isto, o processo pode 
ser válido se o pedido for liminarmente julgado improcedente mas não caso seja procedente, 
caso em que produziria efeitos contra a parte contrária que sequer foi citada.
No caso, a ausência de citação dos interessados não necessariamente prejudica seus 
interesses. É o caso, por exemplo, de recente julgamento pelo Superior Tribunal de Justiça 
da citação de confinantes em ação de usucapião – caso de citação de interessados, e não de 
réus. Neste caso, a citação dos confinantes (vizinhos do imóvel) presta-se apenas a definir os 
limites do imóvel usucapiendo, e pode gerar apenas nulidade relativa, quando se comprova 
prejuízo sofrido por algum desses vizinhos quanto aos limites territoriais do imóvel que sofreu 
usucapião.
De qualquer modo, a falta ou nulidade da citação é suprida com o comparecimento espontâneo 
do réu ou do executado, ato que marca, também, o início do prazo para sua defesa.
Se, mesmo citado o réu não se manifesta, o processo prossegue, com o réu considerado 
revel. No caso do processo de execução, se o executado citado não se manifesta, o processo 
continua normalmente.
http://www.stj.jus.br/sites/STJ/default/pt_BR/Comunica%C3%A7%C3%A3o/noticias/Not%C3%ADcias/Falta-de-cita%C3%A7%C3%A3o-de-vizinhos-n%C3%A3o-gera-nulidade-absoluta-em-processo-de-usucapi%C3%A3o
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Para entender melhor – revelia: prevista no art. 344 do CPC, tem o efeito de se presumirem 
verdadeiras as alegações formuladas pelo autor (não funciona assim no Direito Penal), 
quando o réu, citado, não contesta a ação. Estes efeitos não se aplicam se, havendo 
mais de um réu, um deles contestar a ação; se o litígio versar sobre direitos indisponí-
veis; se a petição inicial não estiver instruída por documentos indispensáveis à prova do 
ato, na forma da lei, e se as alegações do autor forem inverossímeis (art. 345 do CPC). 
De qualquer modo, o réu revel pode intervir no processo em qualquer fase, recebendo-
-o no estado em que se encontrar.
Art. 239.  Para a validade do processo é indispensável a citação do réu ou do executado, ressalvadas as 
hipóteses de indeferimento da petição inicial ou de improcedência liminar do pedido.
§1º O comparecimento espontâneo do réu ou do executado supre a falta ou a nulidade da citação, fluindo a 
partir desta data o prazo para apresentação de contestação ou de embargos à execução.
§2º Rejeitada a alegação de nulidade, tratando-se de processo de:
I - conhecimento, o réu será considerado revel;
II - execução, o feito terá seguimento.
O art. 240 do CPC elenca os efeitos da citação válida, mesmo quando ordenada por juízo 
incompetente (a incompetência do juízo pode ser apreciada posteriormente, de ofício ou se 
o réu arguir em preliminar):
1. Induz litispendência: faz com que ações idênticas, com as mesmas partes e pedi-
dos, perante outros juízos, sejam extintas sem resolução de mérito. Persiste a ação em 
que se deu a citação válida primeiro, e extinguem-se as demais ações litispendentes.
2. Torna litigiosa a coisa: o bem discutido na ação não pode ser vendido ou cedido. É 
configurada fraude a credores a venda de patrimônio pelo devedor já citado.
3. Constitui o devedor em mora: a citação apenas não constitui o devedor em mora 
se ele já não estiver em mora anteriormente. Isto porque a mora segue as regras do 
Código Civil:
Art. 397. O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de pleno direito em mora 
o devedor.
Parágrafo único. Não havendo termo, a mora se constitui mediante interpelação judicial ou extrajudicial.
Art. 398. Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor em mora, desde que o praticou.
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O simples inadimplemento da dívida a partir do dia em que deveria estar quitada a obrigação 
já constitui o devedor em mora. Se, contudo, não houver data estipulada para a quitação da 
obrigação, a mora se constitui a partir da interpelação judicial ou extrajudicial (protesto, por 
exemplo).
O despacho que determina a citação ainda suspende o prazo prescricional da ação proposta, 
e retroage à data da propositura da ação. Ou seja: não é a propositura da ação, em si, que 
suspende o prazo prescricional. Caso a petição inicial seja indeferida, por exemplo, não se 
opera a suspensão do prazo prescricional, o que ocorre apenas com o despacho que ordena 
a citação. Neste caso, a suspensão retroage à data da propositura da ação (suspende-se o 
prazo prescricional desde a data da propositura, e não desde a data do despacho) – isto se 
aplica também aos prazos decadenciais:
Art. 240.  A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente, induz litispendência, torna litigiosa a 
coisa e constitui em mora o devedor, ressalvado o disposto nos arts. 397 e 398 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro 
de 2002 (Código Civil).
§1º A interrupção da prescrição, operada pelo despacho que ordena a citação, ainda que proferido por juízo 
incompetente, retroagirá à data de propositura da ação.
§2º Incumbe ao autor adotar, no prazo de 10 (dez) dias, as providências necessárias para viabilizar a citação, sob 
pena de não se aplicar o disposto no §1º.
§3º A parte não será prejudicada pela demora imputável exclusivamente ao serviço judiciário.
§4º O efeito retroativo a que se refere o §1º aplica-se à decadência e aosdemais prazos extintivos previstos em 
lei.
Há casos em que pode haver sentença de mérito antes mesmo da citação do réu – antes 
mesmo de o réu ter conhecimento da ação para se manifestar. É o caso, por exemplo, do 
indeferimento da petição inicial. Nestas hipóteses, mesmo não tendo sido citado, o réu deve 
ser notificado pelo escrivão ou chefe de secretaria da sentença que lhe aproveita:
Art. 241.  Transitada em julgado a sentença de mérito proferida em favor do réu antes da citação, incumbe ao 
escrivão ou ao chefe de secretaria comunicar-lhe o resultado do julgamento.
A regra da citação pessoal inscrita no CPC não é estrita: pode ser feita também na pessoa do 
representante legal ou do advogado do réu. Há ainda hipóteses específicas em que a citação 
pode se dar a outra pessoa:
• Administrador, preposto ou gerente do citando – geralmente Pessoa Jurídica –, quando a ação 
se originar de atos por eles praticados;
• No caso do locador que se ausenta do Brasil sem cientificar o locatário, a citação pode ser feita na 
pessoa do encarregado pelo recebimento dos alugueis;
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• A citação da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de suas respectivas autar-
quias e fundações de direito público se dá ao órgão de Advocacia Pública responsável por sua repre-
sentação (por exemplo, no caso da União, se dá pela Advocacia Geral da União; para os Estados, se dá 
pela Procuradoria Geral do Estado).
Art. 242.  A citação será pessoal, podendo, no entanto, ser feita na pessoa do representante legal ou do 
procurador do réu, do executado ou do interessado.
§1º Na ausência do citando, a citação será feita na pessoa de seu mandatário, administrador, preposto ou 
gerente, quando a ação se originar de atos por eles praticados.
§2º O locador que se ausentar do Brasil sem cientificar o locatário de que deixou, na localidade onde estiver 
situado o imóvel, procurador com poderes para receber citação será citado na pessoa do administrador do 
imóvel encarregado do recebimento dos aluguéis, que será considerado habilitado para representar o locador 
em juízo.
§3º A citação da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de suas respectivas autarquias e 
fundações de direito público será realizada perante o órgão de Advocacia Pública responsável por sua 
representação judicial.
O lugar da citação é o lugar em que se encontre o citando (réu, executado ou interessado) – 
lugar de seu domicílio. O CPC antevê ainda a situação de militar em serviço ativo, que pode 
ser citado na unidade em que estiver servindo, se não for encontrado em sua residência ou 
se esta for desconhecida.
Há, contudo, situações em que deve ser preservada a intimidade e cultura do citando, e em 
que não pode ser praticada a citação:
1. Durante ato de culto religioso;
2. Por sete dias do falecimento de cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo;
3. Nos três primeiros dias seguintes ao casamento, caso o citando seja um dos nuben-
tes;
4. Durante doença de estado grave:
Art. 243.  A citação poderá ser feita em qualquer lugar em que se encontre o réu, o executado ou o interessado.
Parágrafo único.  O militar em serviço ativo será citado na unidade em que estiver servindo, se não for conhecida 
sua residência ou nela não for encontrado.
Art. 244. Não se fará a citação, salvo para evitar o perecimento do direito:
I - de quem estiver participando de ato de culto religioso;
II - de cônjuge, de companheiro ou de qualquer parente do morto, consanguíneo ou afim, em linha reta ou na 
linha colateral em segundo grau, no dia do falecimento e nos 7 (sete) dias seguintes;
III - de noivos, nos 3 (três) primeiros dias seguintes ao casamento;
IV - de doente, enquanto grave o seu estado.
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A citação também não pode ser feita caso se verifique a incapacidade mental do citando, 
ou se este estiver impossibilitado de recebê-la. Trata-se também de uma decorrência da 
prevalência da finalidade dos atos processuais: a finalidade da citação é comunicar a existência 
do processo ao réu e chamá-lo a se defender. Se a pessoa for mentalmente incapaz, não terá 
condições de tomar este conhecimento, pelo que a citação, ainda que formalmente válida, 
será infrutífera.
Não basta que o oficial de justiça certifique a ocorrência, é necessário ainda laudo médico 
que comprove a incapacidade mental ou impossibilidade de o citando receber a citação.
Uma vez constatada a impossibilidade do citando, deve ser nomeado curador para agir em 
seu interesse, e na pessoa de quem poderá ser realizada a citação:
Art. 245.  Não se fará citação quando se verificar que o citando é mentalmente incapaz ou está impossibilitado 
de recebê-la.
§1º O oficial de justiça descreverá e certificará minuciosamente a ocorrência.
§2º Para examinar o citando, o juiz nomeará médico, que apresentará laudo no prazo de 5 (cinco) dias.
§3º Dispensa-se a nomeação de que trata o § 2o se pessoa da família apresentar declaração do médico do 
citando que ateste a incapacidade deste.
§4º Reconhecida a impossibilidade, o juiz nomeará curador ao citando, observando, quanto à sua escolha, a 
preferência estabelecida em lei e restringindo a nomeação à causa.
§5º A citação será feita na pessoa do curador, a quem incumbirá a defesa dos interesses do citando.
Espécies de citação
A citação pode dar-se de diversas formas.
Prioritariamente, é realizada por correio, com aviso de recebimento, quando o citando for 
pessoa física, microempresa ou empresa de pequeno porte, embora o autor possa requerer 
que seja realizada por outra forma.
A forma prioritária de citação de pessoas jurídicas públicas ou privadas (ressalvadas as 
microempresas e empresas de pequeno porte) é o meio eletrônico, sendo determinado a 
estes entes que mantenham cadastro de sistema eletrônico para recebimento de intimações 
e citações. Esta diferenciação decorre do volume intenso de demandas que envolvem estes 
entes, de modo a facilitar a comunicação e prática dos atos processuais.
A citação ainda pode se dar pelo oficial de justiça, em cumprimento a mandado, nos casos 
em que a citação por correio não se realiza – ou quando o autor, justificadamente, requeira a 
citação pelo correio.
Se a pessoa a ser citada comparecer em cartório, a citação pode ser efetivada de pronto pelo 
escrivão ou pelo chefe de secretaria.
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Ainda, em hipóteses específicas, a citação pode ser feita por edital ou por hora certa.
Art. 246.  A citação será feita:
I - pelo correio;
II - por oficial de justiça;
III - pelo escrivão ou chefe de secretaria, se o citando comparecer em cartório;
IV - por edital;
V - por meio eletrônico, conforme regulado em lei.
§1º Com exceção das microempresas e das empresas de pequeno porte, as empresas públicas e privadas são 
obrigadas a manter cadastro nos sistemas de processo em autos eletrônicos, para efeito de recebimento de 
citações e intimações, as quais serão efetuadas preferencialmente por esse meio.
§2º O disposto no § 1o aplica-se à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios e às entidades da 
administração indireta.
§3º Na ação de usucapião de imóvel, os confinantes serão citados pessoalmente, exceto quando tiver por objeto 
unidade autônoma de prédio em condomínio, caso em que tal citação é dispensada.
Ainda que seja o modo prioritário de citação, esta não pode se dar pelo correio em determinadas 
hipóteses, pela situação da ação ou do citando, a citação deve ser feita pessoalmente, por 
oficial de justiça:
• Em ações de família, a fim de melhor assegurar o sigilo da demanda;
• Quando o citando for incapaz ou pessoa de direito público;
• Quando o serviço de correspondência não atender o local de domicílio do citando;
     - O autor também pode requerer que a citação seja feita de outra forma, desde que justifique 
adequadamente.
Art. 247.  A citação será feita pelo correio para qualquer comarca do país, exceto:
I - nas ações de estado, observado o disposto no art. 695, §3º;
II - quandoo citando for incapaz;
III - quando o citando for pessoa de direito público;
IV - quando o citando residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência;
V - quando o autor, justificadamente, a requerer de outra forma.
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O procedimento da citação pelo correio define atos que, em geral, aplicam-se às demais 
espécies de citação.
Devem ser remetidos ao citando os documentos que lhe permitam tomar conhecimento dos 
fatos arguidos na ação e saber os procedimentos para sua defesa:
1. petição inicial,
2. despacho do juiz,
3. prazo para resposta,
4. endereço do juízo e respectivo cartório (Vara e natureza – Ex.: 2ª Vara Cível).
Com isto, e para além de se acompanhar de cópia da petição inicial e do despacho ou 
decisão, a citação por carta deve conter as mesmas informações de um mandado de citação 
(cumprido por oficial de justiça):
1. nomes das partes,
2. finalidade da citação,
3. prazo para resposta,
4. sanção em caso de descumprimento da ordem,
5. intimação para comparecimento à audiência de conciliação (se houver), e
6. assinatura do escrivão ou chefe de secretaria, declarando a subscrição por 
ordem do juiz.
A carta deve ter Aviso de Recebimento e, nos casos de pessoa jurídica, pode ser recebida 
pela pessoa com poderes de gerência geral, administração, ou mesmo pelo funcionário 
encarregado de receber a correspondência. Do mesmo modo, em condomínios ou loteamentos 
com controle de acesso, será válida a citação quando a carta for recebida pelo funcionário 
da portaria, a não ser que este se recuse e afirme, sob sua responsabilidade, a ausência da 
pessoa citada.
Art. 248.  Deferida a citação pelo correio, o escrivão ou o chefe de secretaria remeterá ao citando cópias da 
petição inicial e do despacho do juiz e comunicará o prazo para resposta, o endereço do juízo e o respectivo 
cartório.
§1º A carta será registrada para entrega ao citando, exigindo-lhe o carteiro, ao fazer a entrega, que assine o 
recibo.
§2º Sendo o citando pessoa jurídica, será válida a entrega do mandado a pessoa com poderes de gerência geral 
ou de administração ou, ainda, a funcionário responsável pelo recebimento de correspondências.
§3º Da carta de citação no processo de conhecimento constarão os requisitos do art. 250.
§4º Nos condomínios edilícios ou nos loteamentos com controle de acesso, será válida a entrega do mandado 
a funcionário da portaria responsável pelo recebimento de correspondência, que, entretanto, poderá recusar o 
recebimento, se declarar, por escrito, sob as penas da lei, que o destinatário da correspondência está ausente.
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Uma vez que a citação por carta é a prioritária, a citação por oficial de justiça apenas se dá nos 
casos em que não puder ser feita por correio (hipóteses do art. 247 do CPC e demais casos 
previstos em lei).
Do mesmo modo como pela citação por carta, o mandado de citação deve conter todas 
as informações necessárias para que o citando tenha conhecimento da demanda e dos 
procedimentos que lhe cabem para defesa ou manifestação: nomes das partes, finalidade da 
citação e prazo para resposta, a sanção por descumprimento da ordem, sanção em caso de 
descumprimento da ordem, intimação para comparecimento a audiência de conciliação (se 
houver), e assinatura do escrivão ou chefe de secretaria, declarando a subscrição por ordem 
do juiz.
Ainda, o mandado de citação deve estar acompanhado de cópia da petição inicial e do 
despacho ou decisão do juiz.
Ao proceder à citação, o oficial deverá ler o mandado ao citando, oferecendo-lhe a contrafé 
(cópia autêntica) para assinatura. Caso a pessoa se recuse a receber a contrafé ou assiná-
la, o oficial deverá certificar a ocorrência – a recusa à assinatura da contrafé não impede a 
validade da citação.
Art. 249.  A citação será feita por meio de oficial de justiça nas hipóteses previstas neste Código ou em lei, ou 
quando frustrada a citação pelo correio.
Art. 250.  O mandado que o oficial de justiça tiver de cumprir conterá:
I - os nomes do autor e do citando e seus respectivos domicílios ou residências;
II - a finalidade da citação, com todas as especificações constantes da petição inicial, bem como a menção do 
prazo para contestar, sob pena de revelia, ou para embargar a execução;
III - a aplicação de sanção para o caso de descumprimento da ordem, se houver;
IV - se for o caso, a intimação do citando para comparecer, acompanhado de advogado ou de defensor público, 
à audiência de conciliação ou de mediação, com a menção do dia, da hora e do lugar do comparecimento;
V - a cópia da petição inicial, do despacho ou da decisão que deferir tutela provisória;
VI - a assinatura do escrivão ou do chefe de secretaria e a declaração de que o subscreve por ordem do juiz.
Art. 251.  Incumbe ao oficial de justiça procurar o citando e, onde o encontrar, citá-lo:
I - lendo-lhe o mandado e entregando-lhe a contrafé;
II - portando por fé se recebeu ou recusou a contrafé;
III - obtendo a nota de ciente ou certificando que o citando não a apôs no mandado.
Se o oficial de justiça suspeitar que o citando se oculta, no caso de comparecer a sua residência 
por duas vezes sem conseguir encontrá-lo, poderá proceder à citação por hora certa. Para 
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tanto, devemos frisar que é necessário haver suspeita de que o citando está se ocultando 
– não é possível esta modalidade de citação se ficar claro que a pessoa não foi encontrada 
simplesmente por estar trabalhando ou viajando, sem intenção de se ocultar.
Para proceder à citação por hora certa, o oficial não precisa de autorização judicial. Uma vez 
que o oficial certificou a ausência reiterada do citando e a fundada suspeita de sua ocultação, 
pode proceder à citação por hora certa.
Para tanto, deverá informar a algum familiar ou vizinho – ou, no caso de condomínios ou 
loteamentos com controle de acesso, ao funcionário da portaria – que retornará no dia útil 
seguinte, em determinada hora, para realizar a citação. Se, no momento determinado, o 
citando ainda não estiver presente, o oficial buscará esclarecer as razões de sua ausência e 
procederá à citação, mesmo se não estiver presente qualquer de seus familiares ou vizinhos.
Se, contudo, a pessoa intimada da citação por hora certa estiver presente, o oficial lhe entregará 
a contrafé do mandado de citação, que constará, para além dos requisitos do art. 250 do 
CPC, a advertência de que será nomeado curador especial para intervir pelos interesses do 
citando caso este não compareça ao processo – uma vez que, com a citação por hora certa, 
considera-se formalizada a relação processual.
Art. 252.  Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver procurado o citando em seu domicílio ou 
residência sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar qualquer pessoa da família ou, em 
sua falta, qualquer vizinho de que, no dia útil imediato, voltará a fim de efetuar a citação, na hora que designar.
Parágrafo único.  Nos condomínios edilícios ou nos loteamentos com controle de acesso, será válida a intimação 
a que se refere o caput feita a funcionário da portaria responsável pelo recebimento de correspondência.
Art. 253.  No dia e na hora designados, o oficial de justiça, independentemente de novo despacho, comparecerá 
ao domicílio ou à residência do citando a fim de realizar a diligência.
§1º Se o citando não estiver presente, o oficial de justiça procurará informar-se das razões da ausência, dando 
por feita a citação, ainda que o citando se tenha ocultado em outra comarca, seção ou subseção judiciárias.
§2º A citação com hora certa será efetivada mesmo que a pessoa da família ou o vizinho que houver sido intimado 
esteja ausente, ou se, embora presente, a pessoa da família ou o vizinho se recusar a receber o mandado.
§3º Da certidão da ocorrência, o oficial de justiça deixará contrafé com qualquer pessoa da família ou vizinho, 
conforme o caso, declarando-lhe o nome.
§4º O oficial de justiça fará constar do mandado

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