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• Estatuto da Metrópole: o que esperar? Avanços, limites e desafios Em 2015, depois de vários anos sem diretrizes, o Estatuto da Metrópole foi aprovado e sancionado. O Estatuto é uma ferramenta essencial direcionada para o planejamento e gestão das funções públicas relacionadas as regiões metropolitanas existentes e aglomerados urbanos. Contudo ainda inexistem instituições políticas em condições de dotá-lo de capacidade de governabilidade. Dessa forma, se avançamos nas diretrizes para as funções públicas, por outro lado, perde-se em referência territorial do que é verdadeiramente o metropolitano. • Legitimidade Funcional: como definir uma metrópole? Uma metrópole não pode ser definida pelos interesses políticos como ocorre hoje, já que isso implicaria em assumir que o Brasil não contaria com as atuais 78 unidades urbanas institucionalizadas através de leis federais ou estaduais, observando-se um parcial avanço na Lei na medida em que legisladores buscam criar as novas bases da legitimação funcional. De acordo com um estudo do IBGE sobre a Região de Influência das Cidades 2008, o Brasil conta com 12 metrópoles, compostas por aproximadamente 172 municípios e trata- se um quadro totalmente distinto daquele que é definido das leis estaduais. Neste quadro ao mesmo tempo que há São Paulo com seus 19,6 milhões de pessoas ou 10% da população do Brasil, e a região metropolitana Sul do estado de Roraima, com população de pouco mais de 21 mil habitantes. O adequado realmente seria definir os aglomerados metropolitanos com funções metropolitanas através dos critérios nacionais, que os diferenciariam assim das regiões metropolitanas institucionalizadas pelos Estados, conforme competência estabelecida pela Constituição Federal, de forma a subsidiar uma política federal de gestão metropolitana. • Legitimidade política: como transformar o território funcional em territórios políticos? Fazer com que venha acontecer o encaixe do território metropolitano funcionalmente definido com o território metropolitano com representação política é um desafio crucial na construção da autoridade pública imperativa à governabilidade destes territórios. Contudo, os instrumentos de participação ativa da sociedade não são eficientes na medida em que se fazem pouco efetivos e acessíveis para consultas, e se reduz em debates e audiências publicas que a sociedade não tem conhecimento sobre seu poder ativo como cidadão. A maioria das leis complementares estaduais já contam com muitas exigências do Estatuto, a exemplo do Plano de Desenvolvimento Integrado, e mesmo assim não houve garantia de nenhuma experiência de êxito de planejamento metropolitano. • A Dificuldade na Estruturação de Sistemas de Governança Metropolitana Entre os diversos elementos problemáticos para a estruturação do sistema de governança das regiões metropolitanas do Brasil, pode-se destacar dois: o primeiro nos diz respeito ao localismo que decorre da autonomia municipal que impõe barreiras para gestão dos territórios mais conurbados. E em segundo, é ressaltado a transferência aos estados no ano de 1988, a competência para que fosse criado as regiões metropolitanas o que resultou em dificuldades na elaboração de uma política nacional voltada para essas novas áreas. Dessa forma, o futuro das gestões voltadas as regiões metropolitanas permanecem muito incerto, já que as áreas e município institucionalizados não terem funções metropolitanas, ou seja: não serem aglomerados metropolitanos verdadeiramente. Sem o reconhecimento da especificidade das metrópoles nas políticas e instrumentos para o enfrentamento dos dilemas das regiões metropolitanos, o futuro das metrópoles continuara marcado por diversas incertezas e sem as políticas ideais.
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