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DIREITOS HUMANOS Conceitos Inatos aos seres humanos Proteção precipuamente no âmbito internacional Direitos Humanos DIREITOS HUMANOS Conceitos Aqueles que o Estado reconhece como tal (positivados) Proteção precipuamente no âmbito interno Direitos Fundamentais DIREITOS HUMANOS Conceitos DIREITOS HUMANOS Conceitos Foca na proteção do ser humano inserido em conflitos armados Direito Humanitário DIREITOS HUMANOS Conceitos Age na proteção do refugiado, desde a saída do seu local de residência, concessão do refúgio e seu eventual término Direito dos Refugiados DIREITOS HUMANOS Características a) Universais: são para todos. OBS: Relativismo Cultural DIREITOS HUMANOS Características b) Imprescritíveis: não se perdem após um determinado lapso temporal. c) Inalienáveis: são bens fora do comércio; não podem ser vendidos ou doados. d) Irrenunciáveis/indisponíveis: não se pode abrir mão de direitos humanos, de forma voluntária ou forçada, a ponto de sacrificar a dignidade da pessoa humana. DIREITOS HUMANOS Características DIREITOS HUMANOS Características e) Indivisíveis: não há hierarquia entre os direitos humanos. f) Interdependentes: os direitos humanos dependem uns dos outros para que a dignidade da pessoa humana se realize. em sua plenitude. g) Relativos: não são absolutos h) Históricos: afirmam-se num lento processo histórico. DIREITOS HUMANOS Gerações Estado Liberal (Séc. XVIII) Não intervenção Direitos civis e políticos Não-agir/Direitos Negativos Liberdade Primeira geração DIREITOS HUMANOS Gerações Estado Social (Séc. XX) Intervenção Direitos econômicos, sociais e culturais Agir/Direitos positivos Igualdade Segunda geração DIREITOS HUMANOS Gerações Estado Democrático de Direito – Estado Neoliberal (?) (Séc. XXI) Direitos difusos e coletivos Fraternidade/Solidariedade Terceira geração DIREITOS HUMANOS Evolução Histórica Antecedentes remotos Antecedentes modernos Proteção interna Proteção internacional Tratados Internacionais de Direitos Humanos DIREITOS HUMANOS Antecedentes remotos Cristianismo Magna Carta Libertatum (1215 – Inglaterra) Restrições tributárias Proporcionalidade entre o delito e a sanção Devido processo legal Livre acesso à justiça Liberdade de locomoção DIREITOS HUMANOS Antecedentes remotos Habeas Corpus Act (1679 – Inglaterra) Bill of rights – Declaração de Direitos (1689 – Inglaterra) Direito de petição Institui a soberania do Parlamento e lança as bases da separação de poderes. Fortalece a instituição do Tribunal do Júri Reforça a proibição de penas cruéis ou degradantes DIREITOS HUMANOS Antecedentes remotos Declaração de Virgínia (1776 – EUA) Consagra a liberdade de imprensa como um dos mais fortes baluartes da liberdade, restringível apenas por governos despóticos Restrição à prisão Proibição de penas cruéis, desumanas ou degradantes Direito de ampla defesa Irretroatividade da lei penal Separação dos poderes Todo o poder emana do povo DIREITOS HUMANOS Antecedentes remotos Reconhece pela primeira vez que os homens nascem livres e iguais e independentes, têm direitos certos, essenciais e naturais dos quais não pode, por nenhum contrato, privar. Reconhece que os direitos não podem ser alienados DIREITOS HUMANOS Antecedentes remotos Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão (1789 – França – Fruto da Revolução) Defende liberdades individuais. Consagra os princípios da legalidade e da anterioridade penal. Garante a propriedade Garante a legalidade tributária Reforça a soberania popular DIREITOS HUMANOS Antecedentes remotos No artigo 16 da DDHC consta que a “sociedade em que não esteja assegurada a garantia dos direitos nem estabelecida a separação dos poderes não tem Constituição”. DIREITOS HUMANOS Antecedentes remotos Bill of Rights – Declaração de Direitos Americana (Criada em 1789, Ratificada em 1791) Dez emendas ao texto promulgado em 1787 Liberdade de religião Porte de armas Propriedade Devido processo legal DIREITOS HUMANOS Antecedentes remotos OBS: Todos esses documentos têm em comum o fato de preverem direitos de primeira geração, apenas. DIREITOS HUMANOS Antecedentes modernos Surgimento do direito humanitário Convenção de Genebra (1864) Batalha de Solferino (1859) Cruz Vermelha Liga das Nações Unidas (1919) Tratado de Versalhes Organização Internacional do Trabalho (1919) DIREITOS HUMANOS Antecedentes modernos Internacionalização de Direitos Humanos Tratados Internacionais Relativização de soberania DIREITOS HUMANOS Sistema Global de Proteção Organização das Nações Unidas DIREITOS HUMANOS Evolução Histórica Conjunto Normativo Órgãos de Proteção DIREITOS HUMANOS Sistema global de proteção – conjunto normativo Carta das Nações Unidas (24/10/1945) Formalizou a criação da ONU Objetivos (Art. 1º Carta das Nações Unidas) Manter a paz e a segurança internacionais. Desenvolver as relações de amizade entre as nações. Realizar a cooperação internacional. DIREITOS HUMANOS Sistema global de proteção – conjunto normativo Ser um centro destinado a harmonizar a ação das nações para a consecução desses objetivos comuns Princípios que regem a ONU (Art. 2º da Carta das Nações Unidas) Igualdade entre os Estados. Boa-fé (essencial para o cumprimento das obrigações internacionais) Solução pacífica dos conflitos Não utilização da força DIREITOS HUMANOS Sistema global de proteção – conjunto normativo Vai dispor sobre os principais órgãos da ONU: AGONU, Conselho de Segurança, Conselho Econômico e Social, Conselho de Tutela, Tribunal Internacional de Justiça (ou Corte, como se fala no Brasil) e um Secretariado. DIREITOS HUMANOS Sistema global de proteção – conjunto normativo Declaração Universal de Direitos Humanos Criada pela Assembleia Geral da ONU em 10/12/1948 na Terceira Assembleia Geral. Aborda apenas direitos de primeira e de segunda geração Formalmente, é uma resolução (217-A III AGONU) Logo, não é um tratado Logo, nenhum Estado assinou! DIREITOS HUMANOS Sistema global de proteção – conjunto normativo DUDH Tem força normativa “Boa fé” Não tem força normativa “Recomendação” DIREITOS HUMANOS Sistema global de proteção – conjunto normativo Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos (1966) Direitos de primeira geração Aplicação imediata 1966 DIREITOS HUMANOS Sistema global de proteção – conjunto normativo Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais Direitos de segunda geração Aplicação progressiva 1966 DIREITOS HUMANOS Sistema global de proteção – conjunto normativo PIDCP PIDESC 1 Geração Liberdade Capitalismo 2 Geração Igualdade Socialismo DIREITOS HUMANOS Sistema global de proteção – órgãos de proteção ONU Assembleia Geral da ONU Conselho de Segurança Conselho Econômico e Social Conselho de Tutela Corte Internacional de Justiça Secretariado DIREITOS HUMANOS Sistema global de proteção – ONU Formalizada pela Carta das Nações Unidas. Propósitos das Nações Unidas Artigo 1. Os propósitos das Nações unidas são: 1. Manter a paz e a segurança internacionais e, para esse fim: tomar, coletivamente, medidas efetivas para evitar ameaças à paz e reprimir os atos de agressão ou outra qualquer ruptura da paz e chegar, por meios pacíficos e de conformidade com os princípios da justiça e do direito internacional, a um ajuste ou soluçãodas controvérsias ou situações que possam levar a uma perturbação da paz; DIREITOS HUMANOS Sistema global de proteção – ONU 2. Desenvolver relações amistosas entre as nações, baseadas no respeito ao princípio de igualdade de direitos e de autodeterminação dos povos, e tomar outras medidas apropriadas ao fortalecimento da paz universal; 3. Conseguir uma cooperação internacional para resolver os problemas internacionais de caráter econômico, social, cultural ou humanitário, e para promover e estimular o respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais para todos, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião; e DIREITOS HUMANOS Sistema global de proteção – ONU 4. Ser um centro destinado a harmonizar a ação das nações para a consecução desses objetivos comuns. DIREITOS HUMANOS Sistema global de proteção – ONU Princípios das Nações Unidas: Artigo 2. A Organização e seus Membros, para a realização dos propósitos mencionados no Artigo 1, agirão de acordo com os seguintes Princípios: 1. A Organização é baseada no princípio da igualdade de todos os seus Membros. 2. Todos os Membros, a fim de assegurarem para todos em geral os direitos e vantagens resultantes de sua qualidade de Membros, deverão cumprir de boa fé as obrigações por eles assumidas de acordo com a presente Carta. DIREITOS HUMANOS Sistema global de proteção – ONU 3. Todos os Membros deverão resolver suas controvérsias internacionais por meios pacíficos, de modo que não sejam ameaçadas a paz, a segurança e a justiça internacionais. 4. Todos os Membros deverão evitar em suas relações internacionais a ameaça ou o uso da força contra a integridade territorial ou a dependência política de qualquer Estado, ou qualquer outra ação incompatível com os Propósitos das Nações Unidas. DIREITOS HUMANOS Sistema global de proteção – ONU 5. Todos os Membros darão às Nações toda assistência em qualquer ação a que elas recorrerem de acordo com a presente Carta e se absterão de dar auxílio a qual Estado contra o qual as Nações Unidas agirem de modo preventivo ou coercitivo. 6. A Organização fará com que os Estados que não são Membros das Nações Unidas ajam de acordo com esses Princípios em tudo quanto for necessário à manutenção da paz e da segurança internacionais. DIREITOS HUMANOS Sistema global de proteção – ONU 7. Nenhum dispositivo da presente Carta autorizará as Nações Unidas a intervirem em assuntos que dependam essencialmente da jurisdição de qualquer Estado ou obrigará os Membros a submeterem tais assuntos a uma solução, nos termos da presente Carta; este princípio, porém, não prejudicará a aplicação das medidas coercitivas constantes do Capitulo VII. DIREITOS HUMANOS Sistema global de proteção – ONU Membros: aqueles que assinaram, previamente, a Declaração das Nações Unidas, de 1 de janeiro de 1942, e os que assinaram a Carta das Nações Unidas. A declaração das Nações Unidas foi assinada durante a Segunda Guerra Mundial para formalizar a aliança entre as quatro grandes potências (Estados Unidos, Reino Unido, União Soviética e China) e mais 22 Estados. DIREITOS HUMANOS Sistema global de proteção – ONU DIREITOS HUMANOS Sistema global de proteção – ONU A adesão dos membros é feita mediante aprovação da AGONU, mediante recomendação do Conselho de Segurança (Art. 4.1 e 4.2 – CNU). Da mesma forma, a suspensão ou exclusão de Estados da ONU somente pode ser feita pela AGONU a partir de manifestação do Conselho de Segurança (Art. 5 e 6 da CNU). DIREITOS HUMANOS Sistema global de proteção – AGONU DIREITOS HUMANOS Sistema global de proteção – AGONU Órgão deliberativo (natureza parlamentar) e colegiado da ONU. É uma espécie de parlamento mundial que se reúne ordinariamente uma vez por ano ou extraordinariamente a pedido do Secretário Geral, do Conselho de Segurança ou da maioria dos membros da ONU (Art. 20 – CNU) Cada Estado tem um assento na AGONU e direito de um voto (o direito de voto fica suspenso caso os Estados atrasem as contribuições financeiras que devem fazer ao Organismo, salvo motivo de força maior). DIREITOS HUMANOS Sistema global de proteção – AGONU Funções: pode (i) discutir qualquer assunto relacionado a ONU, além de fazer (ii) recomendações aos seus membros ou ao Conselho de Segurança e (iii) expedir atos normativos (Art. 10 – CNU). Pode discutir também assuntos apresentados por países que não sejam integrantes da ONU, desde que relacionados à manutenção da paz e da segurança internacionais (Art. 11.2 – CNU). DIREITOS HUMANOS Sistema global de proteção – AGONU Ainda, pode a AGONU iniciar estudos e fazer recomendações destinados a (Art. 13.1 – CNU): a) promover cooperação internacional no terreno político e incentivar o desenvolvimento progressivo do direito internacional e a sua codificação; b) promover cooperação internacional nos terrenos econômico, social, cultural, educacional e sanitário e favorecer o pleno gozo dos direitos humanos e das liberdades fundamentais, por parte de todos os povos, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião. DIREITOS HUMANOS Sistema global de proteção – AGONU Também a AGONU se encarrega das questões orçamentárias da ONU. DIREITOS HUMANOS Sistema global de proteção – CS DIREITOS HUMANOS Sistema global de proteção – CS Sua função e manter a paz e a segurança internacional (art. 24, Carta das Nações Unidas). Formado por 15 membros (5 permanentes e 10 eleitos). Os membros permanentes são: Estados Unidos. Rússia. Reino Unido. China França DIREITOS HUMANOS Sistema global de proteção – CS Os outros dez são eleitos pela AGONU para um período de 2 anos (Art. 23.1, Carta das Nações Unidas), sendo que estes devem atender uma proporcionalidade equitativa territorial . DIREITOS HUMANOS Sistema global de proteção – CS Qualquer país membro da ONU pode provocar o Conselho de Segurança (Art. 35, Carta das Nações Unidas). Os países que não sejam parte da ONU poderão provocar o Conselho ou a própria AGONU desde que aceitem previamente as obrigações que eventualmente lhe sejam impostas para sanar a controvérsia (Art. 35.2, Carta das Nações Unidas). DIREITOS HUMANOS Sistema global de proteção – CS Os países que não sejam parte do Conselho de Segurança da ONU ou que não sejam parte da própria ONU poderão ser chamados a participar das reuniões que lhe digam respeito, sem direito a voto, contudo (Art, 23, Carta das Nações Unidas). DIREITOS HUMANOS Sistema global de proteção – CS O Conselho de Segurança é pautado pelo princípio da solução pacífica dos conflitos (tem que fazer negociações, inquéritos, mediação, conciliação, arbitragem, etc.). DIREITOS HUMANOS Sistema global de proteção – CS Em caso de ameaça a paz, o Conselho poderá determinar providências a serem tomadas. Estas inicialmente passam por embargos econômicos, de telecomunicações e relações diplomáticas (Art. 41, CNU) e, se forem as mesmas ineficazes, podem ser determinadas intervenções aéreas, navais ou terrestres (Art. 42, CNU), as quais são realizadas por países que se disponham a colaborar (Arts. 43.1 e 44 CNU). DIREITOS HUMANOS Sistema global de proteção – CS O Conselho de Segurança emite um parecer antes de a Assembleia Geral da ONU suspender ou expulsar algum país da ONU. DIREITOS HUMANOS Sistema global de proteção – CES DIREITOS HUMANOS Sistema global de proteção – CES O Conselho Econômico e Social será composto de cinquenta e quatro Membros das Nações Unidas eleitos pela Assembleia Geral (Art. 61.1 – CNU) DIREITOS HUMANOS Sistema global de proteção – CES Artigo 62. 1 . O Conselho Econômico e Social fará ou iniciará estudose relatórios a respeito de assuntos internacionais de caráter econômico, social, cultural,educacional, sanitário e conexos e poderá fazer recomendações a respeito de tais assuntos à Assembléia Geral, aos Membros das Nações Unidas e às entidades especializadas interessadas. 2. Poderá, igualmente, fazer recomendações destinadas a promover o respeito e a observância dos direitos humanos e das liberdades fundamentais para todos. DIREITOS HUMANOS Sistema global de proteção – CES 3. Poderá preparar projetos de convenções a serem submetidos à Assembléia Geral, sobre assuntos de sua competência. 4. Poderá convocar, de acordo com as regras estipuladas pelas Nações Unidas, conferências internacionais sobre assuntos de sua competência. DIREITOS HUMANOS Sistema global de proteção – CT DIREITOS HUMANOS Sistema global de proteção – CT Sistema internacional de tutela Artigo 75. As nações Unidas estabelecerão sob sua autoridade um sistema internacional de tutela para a administração e fiscalização dos territórios que possam ser colocados sob tal sistema em consequência de futuros acordos individuais. Esses territórios serão, daqui em diante, mencionados como territórios tutelados. DIREITOS HUMANOS Sistema global de proteção – CT Artigo 76. Os objetivos básicos do sistema de tutela, de acordo com os Propósitos das Nações Unidas enumerados no Artigo 1 da presente Carta serão: a) favorecer a paz e a segurança internacionais; b) fomentar o progresso político, econômico, social e educacional dos habitantes dos territórios tutelados e o seu desenvolvimento progressivo para alcançar governo próprio ou independência, como mais convenha às circunstâncias particulares de cada território e de seus habitantes e aos desejos DIREITOS HUMANOS Sistema global de proteção – CT livremente expressos dos povos interessados e como for previsto nos termos de cada acordo de tutela; c) estimular o respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais para todos, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião e favorecer o reconhecimento da interdependência de todos os povos; e DIREITOS HUMANOS Sistema global de proteção – CT d) assegurar igualdade de tratamento nos domínios social, econômico e comercial para todos os Membros das nações Unidas e seus nacionais e, para estes últimos, igual tratamento na administração da justiça, sem prejuízo dos objetivos acima expostos e sob reserva das disposições do Artigo 80. DIREITOS HUMANOS Sistema global de proteção – CT Artigo 77. 1. O sistema de tutela será aplicado aos territórios das categorias seguintes, que venham a ser colocados sob tal sistema por meio de acordos de tutela: a) territórios atualmente sob mandato; b) territórios que possam ser separados de Estados inimigos em conseqüência da Segunda Guerra Mundial; e c) territórios voluntariamente colocados sob tal sistema por Estados responsáveis pela sua administração. DIREITOS HUMANOS Sistema global de proteção – CT Composição Artigo 86. 1. O Conselho de Tutela será composto dos seguintes Membros das Nações Unidas: a) os Membros que administrem territórios tutelados; b) aqueles dentre os Membros mencionados nominalmente no Artigo 23, que não estiverem administrando territórios tutelados; e DIREITOS HUMANOS Sistema global de proteção – CT c) quantos outros Membros eleitos por um período de três anos, pela Assembléia Geral, sejam necessários para assegurar que o número total de Membros do Conselho de Tutela fique igualmente dividido entre os Membros das Nações Unidas que administrem territórios tutelados e aqueles que o não fazem. DIREITOS HUMANOS Sistema global de proteção – CIJ DIREITOS HUMANOS Sistema global de proteção – CIJ DIREITOS HUMANOS Sistema global de proteção – CIJ Sua principal função é de resolver conflitos jurídicos a ele submetidos pelos Estados e emitir pareceres sobre questões jurídicas apresentadas pela Assembleia Geral das Nações Unidas, pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas ou por órgãos e agências especializadas acreditadas pela Assembleia da ONU, de acordo com a Carta das Nações Unidas. DIREITOS HUMANOS Sistema global de proteção – CIJ A Corte será composta de quinze membros, não podendo configurar entre eles dois nacionais do mesmo Estado. Os membros da Corte serão eleitos pela Assembleia Geral e pelo Conselho de Segurança de uma lista de pessoas apresentadas pelos grupos nacionais da Corte Permanente de Arbitragem. DIREITOS HUMANOS Tribunal Penal Internacional DIREITOS HUMANOS Tribunal Penal Internacional Antecedentes históricos Tribunal de Nuremberg (1945) e Tribunal de Tóquio (1946): Críticas: post factum + ad hoc + composto pelos vencedores Méritos: afirmaram a responsabilização pessoal do indivíduo DIREITOS HUMANOS Tribunal Penal Internacional Tribunal para a antiga Iugoslávia (1993) e Tribunal para Ruanda (1994) Críticas: post factum + ad hoc Méritos: formado pelo Conselho de Segurança da ONU e afirmação definitiva da responsabilização individual dos violadores. DIREITOS HUMANOS Tribunal Penal Internacional Tribunal Penal Internacional: instituição permanente, com jurisdição sobre as pessoas responsáveis pelos crimes de maior gravidade com alcance internacional e complementar às jurisdições penais nacionais (Art. 1 , Estatuto de Roma). DIREITOS HUMANOS Tribunal Penal Internacional Tribunal Penal Internacional: instituição permanente, com jurisdição sobre as pessoas responsáveis pelos crimes de maior gravidade com alcance internacional e complementar às jurisdições penais nacionais (Art. 1 , Estatuto de Roma). DIREITOS HUMANOS Tribunal Penal Internacional Tribunal Penal Internacional: instituição permanente, com jurisdição sobre as pessoas responsáveis pelos crimes de maior gravidade com alcance internacional e complementar às jurisdições penais nacionais (Art. 1 , Estatuto de Roma). DIREITOS HUMANOS Tribunal Penal Internacional Tribunal Penal Internacional: instituição permanente, com jurisdição sobre as pessoas responsáveis pelos crimes de maior gravidade com alcance internacional e complementar às jurisdições penais nacionais (Art. 1 , Estatuto de Roma). DIREITOS HUMANOS Tribunal Penal Internacional Sede em Haia Criação pelo Estatuto de Roma (1998) Criado em 1998, mas condicionado a ratificação de 60 países. Instituição em julho de 2002 (somente os crimes praticados após esta data podem ser processados e julgados pelo TPI, em razão do princípio do Juiz Natural e da proibição de Tribunais de Exceção). Internalizado no Brasil através do Decreto 4388/2002 Não admite reserva! DIREITOS HUMANOS Tribunal Penal Internacional Competências a) Crimes de genocídio (Art. 6 ): atos praticados com intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso, enquanto tal. b) Crimes contra a humanidade (Art. 7 ): atos praticados no quadro de um ataque, generalizado ou sistemática, contra qualquer população civil (homicídio, extermínio, escravidão, deportação ou transferência forçada de uma população, prisão ou outra DIREITOS HUMANOS Tribunal Penal Internacional forma de privação da liberdade física grave, tortura, agressão sexual, escravatura sexual, prostituição forçada, gravidez forçada, esterilização forçada ou qualquer outra forma de violência no campo sexual de gravidade comparável, perseguição de um grupo ou coletividade que possa ser identificado, por motivos políticos, raciais, nacionais, étnicos, culturais, religiosos ou de gênero, tal como definido no parágrafo 3o, ou em função de DIREITOS HUMANOS Tribunal Penal Internacional outros critérios universalmente reconhecidos como inaceitáveis no direito internacional, relacionados com qualquer ato referido neste parágrafo ou com qualquer crime da competência doTribunal;, desaparecimento forçado de pessoas; crime de apartheid; outros atos desumanos de caráter semelhante, que causem intencionalmente grande sofrimento, ou afetem gravemente a integridade física ou a saúde física ou mental. DIREITOS HUMANOS Tribunal Penal Internacional c) Crimes de guerra: violações ao direito humanitário internacional, conforme previsto nas Convenções de Genebra de 1949, ou as violações ao direito internacional da guerra, assim compreendido como a forma adequada da condução das hostilidades (não se permite a tortura do prisioneiro de guerra, nem o ataque contra as instalações de entidades humanitárias, como a cruz vermelha, proibição de determinados tipos de armas, projetos, DIREITOS HUMANOS Tribunal Penal Internacional mísseis, minas terrestres com finalidade de mutilação). d) Crimes de agressão: ataque sem conhecimento do país invadido Os crime são todos imprescritíveis (Art. 29) DIREITOS HUMANOS Tribunal Penal Internacional Penas a) Pena de prisão por um número determinado de anos, até ao limite máximo de 30 anos; ou b) Pena de prisão perpétua, se o elevado grau de ilicitude do fato e as condições pessoais do condenado o justificarem, c) Multa, de acordo com os critérios previstos no Regulamento Processual; DIREITOS HUMANOS Tribunal Penal Internacional d) Perda de produtos, bens e haveres provenientes, direta ou indiretamente, do crime, sem prejuízo dos direitos de terceiros que tenham agido de boa fé. OBS: Nunca há pena de morte! OBS2: Idade mínima 18 anos OBS3: Prisão cumprida em Estado designado pelo Tribunal a partir de uma lista de Estados que manifestem o interesse em receber o acusado. DIREITOS HUMANOS Tribunal Penal Internacional OBS4: Pode ser criado um Fundo a favor das vítimas (Art. 79) DIREITOS HUMANOS Tribunal Penal Internacional Atuação do TPI: quem pode provocar o TPI? O (i) Estado parte ou o (ii) Conselho de Segurança podem provocar o Procurador informando uma violação contra os direitos humanos. Este procurador atua junto ao TPI e é uma espécie de Ministério Público, responsável por conduzir os processos!. Da mesma forma, (iii) de ofício é permitido que o Procurador inicie uma investigação. Provocado ou de ofício, o Procurador pede autorização para o TPI para investigar o ocorrido. Se for dada a autorização, ele inicia a investigação! DIREITOS HUMANOS Tribunal Penal Internacional Em regra, as investigações recaem sobre os particulares de países que ratificaram o Estatuto de Roma, mas é consenso que o Conselho de Segurança pode solicitar a investigação de qualquer pessoa, ainda que esta não seja nacional de um Estado parte. É o exemplo do Muamar Kadafi. O ex- ditador pode ser investigado e processado em razão de ter sido ele denunciado pelo Conselho de Segurança. DIREITOS HUMANOS Tribunal Penal Internacional Ne bis in idem Art. 20. 1. Salvo disposição contrária do presente Estatuto, nenhuma pessoa poderá ser julgada pelo Tribunal por atos constitutivos de crimes pelos quais este já a tenha condenado ou absolvido. 2. Nenhuma pessoa poderá ser julgada por outro tribunal por um crime mencionado no artigo 5 , relativamente ao qual já tenha sido condenada ou absolvida pelo Tribunal. DIREITOS HUMANOS Tribunal Penal Internacional 3. O Tribunal não poderá julgar uma pessoa que já tenha sido julgada por outro tribunal, por atos também punidos pelos artigos 6o, 7o ou 8o, a menos que o processo nesse outro tribunal: a) Tenha tido por objetivo subtrair o acusado à sua responsabilidade criminal por crimes da competência do Tribunal; ou DIREITOS HUMANOS Tribunal Penal Internacional b) Não tenha sido conduzido de forma independente ou imparcial, em conformidade com as garantias de um processo eqüitativo reconhecidas pelo direito internacional, ou tenha sido conduzido de uma maneira que, no caso concreto, se revele incompatível com a intenção de submeter a pessoa à ação da justiça. DIREITOS HUMANOS Tribunal Penal Internacional Princípios aplicáveis ao TPI (Art. 22 ao 33) Ninguém será responsabilizado por conduta que não configure crime, à luz do Estatuto. Não será aplicada nenhuma pena diferente das previstas no Estatuto. A lei penal não retroagirá, a não ser para beneficiar o réu. A responsabilização é individual e pessoal. Menores de 18 anos são inimputáveis perante o Tribunal. DIREITOS HUMANOS Tribunal Penal Internacional Não são há preferências relacionadas à cargos ou funções. Ou seja, todos são julgados de maneira idêntica. DIREITOS HUMANOS Sistemas regionais de proteção Além de um sistema global, há sistemas regionais de proteção aos direitos humanos. Não há hierarquia entre os sistemas regionais e o sistema global. DIREITOS HUMANOS Sistemas regionais de proteção Sistemas Regionais de Proteção Sistema Europeu Sistema Americano Sistema Africano Sistema Asiático DIREITOS HUMANOS Sistema americano de proteção Organização dos Estados Americanos DIREITOS HUMANOS Sistema americano de proteção Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem (conferência de Bogotá – Declaração de Bogotá) (1948) Não é tratado. Criada pela OEA. Comissão Interamericana de Direitos Humanos (1959): esta tem como finalidade a promoção, proteção, conciliação e monitoramento dos direitos humanos estabelecidos na Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem. DIREITOS HUMANOS Sistema americano de proteção Convenção Americana sobre Direitos Humanos, ou Pacto de São José da Costa Rica (1969). DIREITOS HUMANOS Sistema americano de proteção – conj. normativo Pacto de São José da Costa Rica – Convenção Americana de Direitos Humanos Influenciado pelo PIDCP. Logo, trata de direitos de primeira geração. OBS: Protocolo de San Salvador (1988). Trata-se de um protocolo adicional ao PSJCR que versa sobre direitos sociais. DIREITOS HUMANOS Direitos assegurados • Personalidade jurídica (Art. 3 ) • Vida (Art. 4 ): em geral, assegurada desde a concepção . OBS: Pena de morte apenas para crimes gravíssimos. Ainda, não pode ser restabelecida nos países que a aboliram e nem aplicada a crimes políticos, conexos com direitos políticos ou a mulher grávida. Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS Da mesma, não pode ser aplicada para os menor de 18 anos ou para aqueles que, na data do cometimento do delito, eram maiores de 70 anos. • Integridade pessoal (Art. 5 ) • Proibição de escravidão (Art. 6 ) Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS • Direito à liberdade pessoal (Art. 7 ) OBS: Acabou com a prisão civil do depositário infiel na medida em que autorizou somente a prisão do devedor de alimentos no artigo 7.7 (7. Ninguém deve ser detido por dívidas. Este princípio não limita os mandados de autoridade judiciária competente expedidos em virtude de inadimplemento de obrigação alimentar). Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS • Garantias judiciais (Art. 8) OBS: Duplo grau de jurisdição está assegurado. • Princípio da legalidade ou da retroatividade (Art. 9 ) • Direito a indenização (Art. 10 ) • Proteção da honra e da dignidade (Art. 11) Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS • Liberdade de consciência e de religião (Art. 12) • Liberdade de pensamento e de expressão (Art. 13) • Direito de retificação ou de resposta (Art. 14) • Direito de reunião (Art. 15) • Liberdade de associação (Art. 16) • Proteção da família (Art. 17) Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS • Direito ao nome (Art. 18) • Direito da criança (Art. 19). • Direito à nacionalidade(Art. 20) • Direito à propriedade privada (Art. 21). • Direito de circulação e de residência (Art. 22) • Direitos políticos (Art. 23). • Igualdade perante a lei (Art. 24). Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS • Proteção judicial (Art. 25) OBS: Suspensão de garantias: o Pacto admite a suspensão das garantias durante guerra, perigo público ou outra emergência, mas desde que por tempo determinado (Art. 27) Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS OBS: Não podem ser suspensos os direitos previstos no artigo 3 (direito ao reconhecimento da personalidade jurídica), 4 (direito à vida), 5 (direito à integridade pessoal), 6 (proibição da escravidão e da servidão), 9 (princípio da legalidade e da retroatividade), 12 (liberdade de consciência e religião), 17 (proteção da família), 18 (direito ao nome), 19 (direitos da criança), 20 (direito à nacionalidade) e Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS 23 (direitos políticos), nem das garantias indispensáveis para a proteção de tais direitos. OBS: Em caso de suspensão devem ser comunicados os outros Estados parte (Art. 27.3). Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS Sistema americano de proteção – órgãos de proteção Comissão Interamericana de Direitos Humanos Corte Interamericana de Direitos Humanos Complementaridade DIREITOS HUMANOS Comissão Interamericana de Direitos Humanos Composição • Sete membros (e não juízes) escolhidos dentre pessoas que tenham alta autoridade moral e reconhecido saber em matéria de direitos humanos. • Os membros são eleitos pela Assembleia Geral da OEA para um mandato de quatro anos, admitida uma recondução. Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS • Segundo o Estatuto, a votação é secreta. Ainda, considera-se eleito o candidato que obtiver maior número de votos e maioria absoluta dos votos dos Estados Membros. Se para eleger os membros for necessário realizar vários escrutíneos, assim será feito, mesmo que seja necessário excluir os com menos votos em cada votação (Art. 5 , Estatuto da Comissão). Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS • Segundo o PSJCR, quando vagar um dos cargos antes do fim do mandato, a AGOEA escolhe o substituto de acordo com as regras do Estatuto. Este, por sua vez, afirma que o Presidente da Comissão notificará a AGOEA que levará o caso aos Estados da OEA. Estes poderão apresentar 1 candidato no prazo de 30 dias. O Secretário Geral da OEA elabora uma lista e quem escolhe o nome do próximo é o Conselho da OEA. Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS • Não podem fazer parte da Comissão dois Membros da mesma nacionalidade. • Ainda, não pode haver incompatibilidade que afete a função exercida. Caso estas existam, caberá a AGOEA decidir a respeito por decisão de 2/3 dos seus membros (Art. 8 , Estatuto da Comissão). Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS • Os membros têm alguns deveres relacionados no Estatuto da Comissão (Art. 9 ). São elas: (i) Assistir, salvo impedimento justificado, às reuniões ordinárias e extraordinárias da Comissão, que se realizarem em sua sede permanente ou na sede à qual houver acordado trasladar-se provisoriamente Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS (i) Fazer parte, salvo impedimento justificado, das comissões especiais que a Comissão decidir constituir para a realização de observações in loco ou para cumprir quaisquer outros deveres de que forem incumbidos. (ii) Guardar absoluta reserva sobre os assuntos que a Comissão considerar confidenciais. Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS (i) Manter, nas atividades de sua vida pública e privada, comportamento acorde com a elevada autoridade moral de seu cargo e a importância da missão confiada à Comissão Interamericana de Direitos Humanos Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS • Os membros da Comissão gozam, a partir do momento de sua eleição e enquanto durar seu mandato, das imunidades reconhecidas pelo direito internacional aos agentes diplomáticos (tais garantias se fazem presentes apenas nos Estados da OEA). Gozam também, no exercício de seus cargos, dos privilégios diplomáticos necessários ao desempenho de suas Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS funções (Art. 12 do Estatuto). Nos Estados em que não são parte, os membros gozam de certos privilégios e imunidades pertinentes ao caso. • A função dos membros da Comissão é remunerada com honorários e despesas de viagem (Art. 13, Estatuto da Comissão). Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS Organização da Comissão • Haverá um Presidente, um Primeiro Vice- Presidente e um Segundo Vice-Presidente, que serão eleitos por maioria absoluta dos seus membros por um ano e poderão ser reeleitos somente uma vez em cada período de quatro anos (Art. 14, Estatuto). • Haverá também uma Diretoria e uma Secretaria Executiva. Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS • A Comissão tem sede em Washington (DC) (Art. 16, Estatuto). • Pode reunir-se em outro local quando houver manifestação favorável de maioria absoluta dos membros e com a anuência ou convite do Estado que a receberá. • Funciona de maneira ordinária (duas por ano, na forma do artigo 14 do Regulamento da Comissão) e extraordinária Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS • As decisões são feitas, como regra, com maioria absoluta. • Os idiomas utilizados na Comissão são o espanhol, o francês, o inglês e o português (Art. 22 do Regulamento) Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS Função: promover a observância e a defesa dos direitos humanos (Art. 41, PSJCR), especialmente: a) Estimular a consciência dos direitos humanos nos povos da América; Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS b) Formular recomendações aos governos dos Estados-membros, quando considerar conveniente, no sentido de que adotem medidas progressivas em prol dos direitos humanos no âmbito de suas leis internas e seus preceitos constitucionais, bem como disposições apropriadas para promover o devido respeito a esses direitos; Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS c) Preparar estudos ou relatórios que considerar convenientes para o desempenho de suas funções; d) Solicitar aos governos dos Estados- membros que lhe proporcionem informações sobre as medidas que adotarem em matéria de direitos humanos; Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS e) Atender às consultas que, por meio da Secretaria Geral da Organização dos Estados Americanos, lhe formularem os Estados- membros sobre questões relacionadas com os direitos humanos e, dentro de suas possibilidades, prestar-lhes o assessoramento que lhes solicitarem; Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS f) Atuar com respeito às petições e outras comunicações, no exercício de sua autoridade, de conformidade com o disposto nos artigos 44 a 51 desta Convenção; e g) Apresentar um relatório anual à Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos. OBS: Com base nesta competência, a Comissão pode responsabilizar Estados . Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS O Estatuto ainda acrescenta outras funções. São elas (Art. 18, Estatuto): (i) atender às consultas que, por meio da Secretaria-Geral da Organização, lhe formularem os Estadosmembros sobre questões relacionadas com os direitos humanos e, dentro de suas possibilidades, prestar assessoramento que eles lhe solicitarem; Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS (ii) fazer observações in loco em um Estado, com a anuência ou a convite do Governo respectivo; e (iii) apresentar ao Secretário-Geral o orçamento-programa da Comissão, para que o submeta à Assembléia Geral. Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS Além destas, outras são estabelecidas no artigo 19 do Estatuto: (i) atuar com respeito às petições e outras comunicações de conformidade com os artigos 44 a 51 da Convenção; (ii) comparecer perante a Corte Interamericana de Direitos Humanos nos casos previstos na Convenção; Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS (iii) solicitar à Corte Interamericana de Direitos Humanos que tome as medidas provisórias que considerar pertinente sobre assuntos graves e urgentes que ainda não tenham sido submetidos a seu conhecimento, quando se tornar necessário a fim de evitar danos irreparáveis às pessoas; Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS (iv) consultar a Corte a respeito da interpretação da Convenção Americana sobre Direitos Humanos ou de outros tratados concernentes à proteção dos direitos humanos dos Estados americanos; Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS (v) submeter à Assembléia Geral projetos de protocolos adicionais à Convenção Americana sobre Direitos Humanos, com a finalidade de incluir progressivamente no regime de proteção da referida Convenção outros direitos e liberdades; e (vi) submeter à Assembléia Geral para o que considerar conveniente, por intermédio do Secretário-Geral, propostas de emenda à Convenção Americana sobre Direitos Humanos. Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS De certo modo pode ser dito que a Comissão tem a função de promoção, proteção (inclusive com medidas cautelares), conciliação e monitoramento dos direitos humanos: pode expedir recomendações (Ex: determinada localidade está com excesso de presos. Diante disso, pode a Comissão expedir uma recomendação para que o Estado tome uma providência). Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS Também pode a Comissão solicitar ao Estado medidas de natureza cautelar (em 2009 são Paulo verificou-se numa instituição de prisão de jovens a tortura. Cautelarmente a Comissão solicitou providências). Também pode fazer visitações in loco. Pode investigar um fato específico, como a violação de direitos das mulheres ou fatos genéricos. Após, pode ele elaborar um relatório que serve de embasamento para uma recomendação, por exemplo . Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS Competência para receber petições que contenham denúncias ou queixas de violação a direitos humanos (Art. 44). Legitimados: (i) Indivíduos; (ii) Grupos de indivíduos; (iii) Entidade Não-Governamental reconhecida em pelo menos um dos Estados da OEA. Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS OBS: Estados também podem declarar que reconhecem a competência da Comissão para apreciar denúncias contra si formuladas por outros Estados. Mas isso é facultativo e será manifestado no momento de adesão ao Pacto ou em outro momento (Art. 45) OBS2: As petições podem versar sobre direitos dos próprios denunciantes ou de terceiros (Art. 23, Regulamento) Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS OBS3: A legislação brasileira reconhece o direito de a Defensoria Pública o direito de pleitear junto a esses órgãos. Assim, a DPE pode defender um indivíduo nessa instância. Trata-se da Lei Complementar 132/2009 . Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS Requisitos para o processamento das petições: (i) que hajam sido interpostos e esgotados os recursos da jurisdição interna, de acordo com os princípios de Direito Internacional geralmente reconhecidos. (ii) que seja apresentada dentro do prazo de seis meses, a partir da data em que o presumido prejudicado em seus direitos tenha sido notificado da decisão definitiva; Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS (i) que a matéria da petição ou comunicação não esteja pendente de outro processo de solução internacional; e (iv) que, no caso do artigo 44, a petição contenha o nome, a nacionalidade, a profissão, o domicílio e a assinatura da pessoa ou pessoas ou do representante legal da entidade que submeter a petição. Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS OBS: A regra do esgotamento da jurisdição interna não se aplica quando (i) não houver na legislação nacional devido processo legal para instrumentalizar a proteção reclamada; (ii) não for o interessado autorizado a acionar o Judiciário e (iii) houver demora injustificada na decisão sobre o mencionado recurso. Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS Procedimento (Art. 48): 1) Recebimento da reclamação. Quem fará uma análise da petição será a Secretaria Executiva (Art. 26 do Regulamento). Ainda, as petições são analisadas na ordem de entrada, mas podem ser analisadas com prioridade quando, por exemplo, o interessado é idoso ou criança, padece de doença terminal, há risco de morte, dentre outros (Art. 29, Regulamento) . Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS Se a petição não atender aos requisitos, pode ser oportunizada a emenda (Art. 29.3). 2) Em caso de admissibilidade, solicitará informações ao Estado acusado de violar os direitos humanos. 3) O Estado deverá prestar informações num prazo razoável (não há menção de prazo no Estatuto, mas o Regulamento fala em 3 meses, podendo ser prorrogado ou pode ser solicitada uma urgência quando o caso assim exigir). Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS 4) Após as informações poderá arquivar a denúncia ou dar seguimento a ela. Neste caso, poderá iniciar uma investigação, solicitar mais informações pelo Estado ou aos próprios interessados. 5) A Comissão se coloca a disposição para tentar conciliar. Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS 6) Em caso de conciliação, a Comissão fará um relatório que será encaminhado ao peticionário e ao Estado indicando a solução alcançada. 7) Em caso de não conciliação, a Comissão fará um relatório expondo as providências que julgar necessário, podendo encaminhar a questão para a Corte Interamericana de Direitos Humanos. Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS OBS: A Comissão pode fazer visitas in loco mediante consentimento prévio do Estado em cujo território tiver sido identificada a violação (Art. 39, Regulamento). OBS2: É possível a desistência da parte interessada. No entanto, se a Comissão entender que a tramitação é o melhor a se fazer, pode assim determinar. Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS Particularidades • Medidas Cautelares: a Comissão pode determinar medidas cautelares no que toca a apreciação de casos que ainda não estejam sobre sua apreciação (Art. 25 do Regulamento). Essas medidas são concedidas em casos urgentes e graves nos quais haja risco de danos irreparáveis às pessoas. Em regra são concedidas após as informações dos Estados, mas podem ser dadas sem a oitiva destes. Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS Podem proteger pessoas ou grupo de pessoas, sempre que identificáveis por sua localização geográfica, pertencimento ou vínculo a um grupo,povo, comunidade ou organização. Os pedidos devem conter (i) os dados das pessoas propostas como beneficiárias, (ii) descrição detalhada e cronológica dos fatos que sustentem a solicitação, (iii) descrição as medidas de proteção solicitadas. Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS OBS: Note-se que não é necessário esgotar a via jurisdicional interna. As medidas podem ser ampliadas, modificadas ou suspensas. Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS • O Brasil fez uma reserva: as inspeções (visitas in loco) feitas pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos depende de anuência expressa do Estado brasileiro . Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS Corte Interamericana de Direitos Humanos Natureza: tem função jurisdicional, ao contrário da Comissão (Art. 1, Estatuto) Sede: San José da Costa Rica (Art. 2, Estatuto). Pode haver a mudança da sede, no entanto. Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS Composição (Art. 52, PSJCR) • 7 juízes escolhidos dentre pessoas com alta autoridade moral, de reconhecida competência em matéria de direitos humanos. Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS • São eleitos pela AGOEA por maioria absoluta em votação secreta. Não podem os juízes ser (i) membros ou altos funcionários do Poder Executivo, com exceção dos cargos que não impliquem subordinação hierárquica ordinária, bem como agentes diplomáticos que não sejam Chefes de Missão junto à OEA ou junto a qualquer dos seus Estados membros; (ii) funcionários de organismos internacionais ou Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS (iii) possuírem quaisquer outros cargos ou atividades que impeçam os juízes de cumprir suas obrigações ou que afetem sua independência ou imparcialidade, ou a dignidade ou o prestígio do seu cargo. • Não pode haver mais de um juiz da mesma nacionalidade. Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS • Cada Estado pode nomear até três juízes, sendo que ao menos um deles tem que ser nacional do Estado que está fazendo a indicação. • O mandato será de seis anos admitida uma reeleição. Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS • Os juízes permanecem em suas funções até o fim do mandato. Contudo, mesmo após podem continuar a atuando nos casos em que tenham se manifestado e que já estejam em julgamento. • Não há problema em o Juiz de um Estado conhecer casos relacionados ao próprio Estado. Contudo, os juízes não podem figurar em casos nos quais seus parentes tenham interesse direito. Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS • Os membros da Corte gozam, a partir do momento de sua eleição e enquanto durar seu mandato, das imunidades reconhecidas pelo direito internacional aos agentes diplomáticos (tais garantias se fazem presentes apenas nos Estados da OEA). Gozam também, no exercício de seus cargos, dos privilégios diplomáticos necessários ao desempenho de suas funções (Art. 15 do Estatuto). Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS Nos Estados em que não são parte, os membros gozam de certos privilégios e imunidades pertinentes ao caso. • Pode haver juízes ad hoc. Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS Organização • Há um Presidente e um Vice-Presidente na Corte, eleitos para um mandato de dois anos pelos próprios Juízes da Corte, admitida reeleição (Art. 3, Regulamento). Considera- se eleito o juiz que tenha recebido 4 votos. Se houver empate, ganha o que tiver precedência. Se o Presidente for nacional do Estado Parte em que estiver atuando, Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS poderá ceder a presidência em relação a esse caso (Art. 4.1, Regulamento). • Há também uma Secretaria. • A Corte funciona em sessões ordinárias e extraordinárias. • O quórum para deliberação é de cinco juízes, ou seja, o julgamento somente começa com cinco juízes. Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS • O idioma é o espanhol, o inglês, o francês e o português (Art. 20 do Regulamento). Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS Função de contencioso (jurisdicional) e de consulta (sendo que na consulta pode considerar qualquer tratado internacional aplicado aos Estados Americanos ). Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS Legitimados (i) Estados. (ii) Comissão. • Requisitos para o processamento pela Corte (Art. 61.2): tem que ter esgotado o caso na Comissão. Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS Procedimento • Há a participação do Estado a quem se imputa a violação ao direito humano, da Comissão e das vítimas (ou seus familiares ou representantes). • A petição é apresentada pela Comissão ou pelo Estado perante a Secretaria da Corte (deve conter o pedido, as provas, a indicação das vítimas, do denunciante Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS original, endereços, indicar peritos e testemunhas, etc – Art. 33, Regulamento). • A petição inicial será analisada pelo Presidente que poderá solicitar que se sanem as lacunas no prazo de vinte dias (Art. 34, Regulamento). Contudo, pode após consulta a Comissão Permanente da Corte, rejeitar o caso (Art. 26.3, Regulamento). Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS • Se for o caso de prosseguimento, serão notificadas as vítimas e o Estado, que poderá contestar no prazo de 4 meses (Art. 37 e 38 do Regulamento). • Pode haver pedido de desistência, mas a Corte pode rejeitar e prosseguir no caso (Art. 53, Regulamento). Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS Condenações: segundo o artigo 63, 1, a Corte (i) determinará que se assegure ao prejudicado o gozo do seu direito ou liberdade violado e (ii) determinará que sejam reparadas as consequências da medida ou situação que haja configurado a violação desses direitos, além de (iii) indenização justa à parte lesada Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS Condenação executada conforme os procedimentos próprios de cada país (Art. 68.1). No Brasil, é executada pela Vara Federal de primeiro grau . • Decisão é irrecorrível (Art. 67, PSJCR). Contudo, cabe um pedido de interpretação pela Corte no prazo de 90 dias Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS • Não precisa ser homologada pelo STJ (Art. 105, Inciso I, “i”, CF): não precisa porque não é uma sentença estrangeira, mas sim uma sentença internacional (entendimento majoritário sem precedente jurisprudencial). Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS Particularidades • A Corte pode determinar medidas provisórias em casos de extrema gravidade ou urgência nos casos em que está conhecendo. Nos casos em que ainda não estão sob o seu conhecimento, pode atuar junto com a Comissão (Art. 63.2, PSJCR). Estas medidas provisórias podem ser apresentadas pelas próprias pessoas. Sistema americano de proteção – conj. normativo DIREITOS HUMANOS • O quórum para as decisões é de cinco juízes (Art. 23.1, Estatuto). • As decisões são tomadas por maioria dos juízes presentes (Art. 23.2, Estatuto) • Em caso de empate, o Presidente tem o voto de qualidade/minerva (Art. 23.3, Estatuto). • As decisões são públicas, salvo deliberação da própria Corte (Art. 24, Estatuto). Sistema americano de proteção – conj. normativo
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