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RESUMO PNAISC - MICAELA A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (Pnaisc) foi instituída em 5 de agosto de 2015 pela Portaria GM/MS n.º 1.130. A atenção integral pressupõe que é necessário vínculo entre a criança, família/cuidador e o profissional, além disso, o cuidado com a criança precisa ser completo e acolhedor, com escuta atenta e qualificada. Para oferecer a atenção integral é importante que todos os serviços como a Atenção Básica, a atenção especializada ambulatorial e hospitalar, atenção à urgência e emergência, os serviços especializados e internação hospitalar sejam capazes de prover e responder resolutivamente às demandas específicas de saúde da criança. A Pnaisc é organizada em princípios, diretrizes e eixos estratégicos. Tem o objetivo de promover e proteger a saúde da criança e o aleitamento materno, com uma atenção e cuidados integrais e integrados, desde a gestação até aos nove anos de vida, com um atenção especial à primeira infância e as populações de maior vulnerabilidade, visando a redução da morbimortalidade e uma ambiência facilitador à vida com condições dignas de existência e pleno desenvolvimento. Os princípios que orientam a política são o direito à vida e à saúde; a prioridade absoluta à criança; o acesso universal à saúde; integralidade do cuidado; à equidade à saúde; ambiente facilitador à vida; humanização da atenção; gestão participativa e controle social. Além disso, o Pnaisc propõe diretrizes para a elaboração dos planos, programas, projetos e das ações voltadas às crianças, como a gestão interfederativa, a organização das ações e dos serviços na rede de atenção; promoção da saúde; o fomento à autonomia do cuidado e da corresponsabilidade da família; a qualificação da força de trabalho do SUS; o planejamento e desenvolvimento de ações; incentivo à pesquisa e à produção de conhecimento; monitoramento e avaliação e a intersetorialidade. A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança possui sete eixos estratégicos que têm a finalidade de orientar e qualificar as ações e os serviços de saúde da criança, a partir dos determinantes sociais e condicionantes para garantir o direito à vida e à saúde visando à efetivação de medidas que permitam o nascimento e o pleno desenvolvimento na infância, de forma saudável e harmoniosa, bem como a redução das vulnerabilidades e dos riscos para o adoecimento e outros agravos, à prevenção das doenças crônicas na vida adulta e da morte prematura de crianças. O primeiro eixo da Pnaisc refere-se a atenção humanizada e qualificação à gestação, ao parto, ao nascimento e ao recém-nascido que consiste na melhoria do acesso, cobertura, qualidade e humanização da atenção obstétrica e neonatal, integrando as ações do pré-natal e acompanhamento da criança na Atenção Básica com aquelas desenvolvidas nas maternidades. Além disso, esse eixo possui algumas ações estratégicas como a prevenção da transmissão vertical do HIV e da sífilis, atenção humanizada e qualificada ao parto e ao recém-nascido no momento do nascimento, atenção humanizada ao recém-nascido de baixo peso, com a utilização do “Método Canguru”, a qualificação da atenção neonatal na rede de saúde materna, neonatal e infantil, com atenção especial aos recém-nascidos graves ou potencialmente graves, a alta qualificada do recém-nascido da maternidade, com vinculação da dupla mãe-bebê à Atenção Básica para continuidade do cuidado, seguimento do recém-nascido de risco, após a alta da maternidade, de forma compartilhada entre a Atenção Especializada e a Atenção Básica e as triagens neonatais universais que são os testes do pezinho, da orelhinha, do olhinho e do coraçãozinho. O segundo eixo é sobre o aleitamento Materno e alimentação complementar saudável, que envolve a promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno, iniciando na gestação, considerando-se as vantagens da amamentação para a criança, a mãe, a família e a sociedade, bem como a importância de estabelecimento de hábitos alimentares saudáveis. As ações estratégicas do eixo são a iniciativa Hospital Amigo da Criança (Ihac), estratégia nacional para promoção do aleitamento materno e alimentação complementar saudável no SUS - Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil (EAAB), ação de apoio à Mulher Trabalhadora que Amamenta (MTA), a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (rBLH), a implementação da Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes, para Crianças de Primeira Infância, Bicos Chupetas e Mamadeiras (Nbcal) e por fim a mobilização social em aleitamento materno. Aborda também sobre o papel da Atenção Básica e das maternidades sobre o estímulo ao aleitamento materno no nascimento e no pré-natal, o estímulo ao aleitamento em situações especiais como recém-nascidos pré-termo e de baixo peso e o papel do método canguru e dos bancos de leite humano, a proteção legal ao aleitamento materno e a mobilização social alimentação complementar saudável. O terceiro eixo aborda sobre a promoção e acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento integral significa na vigilância e estímulo do pleno crescimento e desenvolvimento da criança, principalmente do “Desenvolvimento na Primeira Infância (DPI)”, pela Atenção Básica à saúde, de acordo com as orientações da Caderneta de Saúde da Criança, incluindo ações de apoio às famílias para o fortalecimento de vínculos familiares. Esse eixo apresenta ações estratégicas de disponibilização da caderneta de saúde da criança, acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da primeira infância pela Atenção Básica, o comitê de especialistas e de mobilização social para o desenvolvimento integral da primeira infância, no Sistema Único de Saúde (SUS) e o apoio à implementação do Plano Nacional pela Primeira Infância. Ademais, aborda também sobre o acompanhamento e a promoção do crescimento, o Acompanhamento e Promoção do Desenvolvimento Neuropsicomotor, Cognitivo e Emocional, a organização da atenção para o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento e a utilização da caderneta de saúde da criança como sua ferramenta de avaliação, situações de risco para um pleno DPI e a qualificação da promoção do Desenvolvimento na Primeira Infância (DPI) pela Atenção Básica à Saúde. O quarto eixo é refere-se a atenção integral a crianças com agravos prevalentes na infância e com doenças crônicas, com estratégia para o diagnóstico precoce, qualificação do manejo de doenças prevalentes na infância, ações de prevenção de doenças crônicas e de cuidado dos casos diagnosticados, com o incremento da atenção e internação domiciliar sempre que possível. As ações estratégicas desse eixo são a Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância (Aidpi), a construção de diretrizes de atenção e linhas de cuidado, o fomento da atenção e internação domiciliar, além disso, discute sobre os cuidados paliativos, problemas nutricionais na prevalentes na infância. O eixo quinto discute sobre a atenção integral à criança em situação de violências, prevenção de acidentes e promoção da cultura de paz, que visa articular um conjunto de ações e estratégias da rede de saúde para a prevenção de violência, acidentes e promoção da cultura e paz e, para isso, ocorre a organização de metodologias de apoio aos serviços especializados e processos formativos para a qualificação da atenção à criança em situação de violência seja ela física, psicológica, negligência ou abandono, para que haja implementação de linhas de cuidado na Rede de Atenção à Saúde e na rede de proteção social no território. Nesse contexto, o eixo apresenta ações estratégicas como a organização organização e qualificação dos serviços especializados para atenção integral a crianças e suas famílias em situação de violência sexual, implementação da “Linha de Cuidado para a Atenção Integral à Saúde de Crianças, Adolescentes e suas Famílias em Situação de Violências”, articulação de ações intrassetoriais e intersetoriais de prevenção de acidentes, violências e promoção da cultura de paz e o apoio à implementação de protocolos,planos e outros compromissos sobre o enfrentamento às violações de direitos da criança, fala também sobre a organização do cuidado de crianças e suas camílias em situação de violências, prevenção de acidentes e rganização de ações de prevenção e cuidado da segurança da criança. O eixo seis aborda a atenção à saúde de crianças com deficiência ou em situações específicas e de vulnerabilidade que consiste na articulação de estratégias intrasetoriais e intersetoriais, para inclusão de crianças em redes temáticas de atenção à saúde, através da identificação de situação de vulnerabilidade, risco de agravos e adoecimento. O eixo dispõe de estratégias como a articulação e a intensificação de ações para inclusão de crianças com deficiências, indígenas, negras, quilombolas, do campo, das águas e da floresta, e crianças em situação de rua, nas redes temáticas, apoio à implementação do protocolo nacional para a proteção integral de crianças e adolescentes em situação de risco e desastres e o apoio à implementação das diretrizes para atenção integral à saúde de crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil. Trata sobre a definição da natureza das deficiências (intelectual, transtornos do espectro do autismo, transtornos mentais e do comportamento, deficiência física, plegias ou paralisia, paresias, amputação ou ausência de membro, nanismo, membros com deformidade congênita, ostomia, eficiência auditiva, visual, e múltipla, e também fala sobre a organização dos serviços para a prevenção de novos casos de crianças em situação de rua atenção à saúde de arianças de famílias privadas de liberdade, atenção à saúde de crianças negras, quilombolas, do campo e residentes nas águas e nas florestas, atenção à saúde de criança e suas famílias em situação de desastres e trabalho infantil. O sétimo eixo refere-se a vigilância e prevenção do óbito infantil, fetal e materno que consiste na contribuição para o monitoramento e investigação da mortalidade infantil e fetal e possibilita a avaliação das medidas necessárias para a prevenção de óbitos evitáveis, no qual de ser realizado a identificação, o levantamento dos dados da atenção ambulatorial, urgência e hospitalar, a entrevista domiciliar e análise dos óbitos de mulheres em idade fértil e óbitos maternos, fetais e infantis e a análise da evitabilidade dos óbitos maternos fetais e infantis, em reuniões locais, e identificação das medidas necessárias para prevenção de novas ocorrências. Em relação à faixa etária jovem, o Ministério da Saúde propôs a Diretriz Nacionais para a Atenção Integral à Saúde de Adolescentes e de Jovens na Promoção, Proteção e Recuperação da Saúde para que os gestores tenham uma visão holística para as necessidades dessa população. No que concerne à situação sociodemográfica dos adolescentes e jovens de 10 a 24 anos de idade, foi observado que é a mais numerosa representando cerca de 30,3% da população, e cerca de 84% vivem em áreas urbanas enquanto que 16% vivem em áreas rurais. É importante ressaltar o nível de escolaridade que é baixo e desigual, onde se evidencia principalmente nas regiões norte e nordeste, o analfabetismo funcional chega a 30 milhões de pessoas acima de 15 anos de idade, no qual foi observado um baixo desempenho do ensino fundamental e redução na oferta de educação de jovens e adultos (EJA), com cerca de 50% da evasão dos cursos de alfabetização. Em relação ao trabalho, a Diretriz ressalta a proibição de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos de idade conforme o artigo 60 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Os jovens enfrentam problemas acerca da inserção ao trabalho devido ao requisito da experiência prévia, com isso as expectativas do jovem são frustradas por não alcançarem a inserção profissional. As situações de saúde dessa faixa etária evidenciam uma vulnerabilidade frente às diferentes formas de violência e mortalidade por causas externas. Sobre a violência pode-se citar a intrafamiliar e a sexual que as mulheres são as principais vítimas com cerca de 74% dos casos de violência doméstica, sexual, entre outras. A mortalidade por causas externas ocupa o primeiro lugar na mortalidade em adolescentes de 10 a 19, com 70,7%. A saúde sexual e reprodutiva, DST/Aids é uma preocupação nos serviços de saúde, visto que foi registrado 19.793 casos de Aids na faixa etária de 13 a 24 anos, além disso, tem o álcool e outras drogas que é uma problemática nesse grupo etário. A participação juvenil na diretriz é uma forma de ajudar adolescentes e jovens a construírem a sua autonomia, por meio da geração de espaços e situações que proporcionem sua participação criativa, construtiva na solução de problemas seja na escola, na comunidade e na vida social mais ampla. A equidade de gêneros, a diretriz informa ainda a desigualdade e opressão na relação entre homens e mulheres. Sobre os direitos sexuais e reprodutivos em que as desigualdades sociais e a pobreza também são fatores importantes nas iniquidades de gênero. Nesse contexto, as diferenças entre os papéis sociais são incorporadas e internalizadas por crianças e adolescentes, refletindo-se em seus comportamentos atuais e futuros. Ademais, também é destacado o projeto de vida envolve a construção do ser, o conhecer-se a si mesmo, o resgate de sua história de vida familiar e comunitária, suas raízes culturais e étnicas, nem que o adolescente se descobre autor de sua própria vida durante esse processo. A cultura de paz é quando o jovem tem a oportunidade de desenvolver as suas potencialidades individuais e habilidades sociais, tornando-o capaz de desempenhar um papel protagônico na promoção de uma cultura de paz. Além disso, têm a ética e cidadania no que se refere a preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral e também a igualdade racial e étnica que repercute na adolescência e na juventude e que enfrentam dificuldades, principalmente na saúde. Nesse sentindo, é abordado que o principal grupo de riscoda mortalidade por homicídio é composto por adolescentes e jovens do sexo masculino, afrodescendentes, que residem em bairros pobres ou nas periferias das metrópoles, com baixa escolaridade e pouca qualificação profissiona. Essa diretriz apresenta três marco legais que é o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069, de 13/07/1990), que se fundamenta na Doutrina da Proteção Integral, e reconhece que todas as crianças e adolescentes de 12 a 18 anos de idade como sujeitos de direitos nas diversas condições sociais e individuais. Além disso, as Leis Orgânicas de Saúde (Lei Nº 8.080 de 19/09/90 e Lei Nº 8.142, de 28/12/90) que regulamentar o comando constitucional que instituiu o modelo descentralizado e universal de atenção à saúde, reconhecendo-a como um direito de todos, e por fim, a lei Orgânica da Assistência Social (Lei Nº 8.742, de 07/12/93) que entre seus objetivos, está o amparo às crianças, adolescentes e jovens carentes, no qual garante um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência que comprove não possuir meios de prover. Essa diretriz apresenta objetivos importantes como sensibilizar e mobilizar gestores e profissionais do Sistema Único de Saúde para integrar nas ações, programas e políticas do SUS; Fomentar o debate com gestores e profissionais de saúde sobre a importância do cuidado integral, do direito à saúde de adolescentes e jovens; Fortalecer junto às três esferas de gestão do SUS o processo de elaboração, de execução e de avaliação das estratégias norteadas pelas Diretrizes para Atenção Integral à Saúde de Adolescentes e de Jovens; Promover e fortalecer a articulação com outras políticas setoriais que potencializam estratégias integradas de atenção à saúde de adolescentes e jovens. A diretriz trata também de outros pontos importantes como o acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento que inclui em investigar o crescimento físico com a identificação das variáveis pubertárias fisiológicas normais ou patológicas e suas repercussões no indivíduo; complementar o esquemavacinal; contribuir com um padrão alimentar saudável e para identificar possíveis distúrbios nutricionais; investigar e trabalhar com fatores de risco atuais e potenciais presentes nos modos de vida para o uso abusivo de drogas lícitas e ilícitas e desenvolver ações preventivas com a família, escola, comunidade e com a própria criança e adolescente. Por fim, além desses, também têm atenção integral à saúde sexual e à saúde reprodutiva que abarca as questões como trazer aportes reflexivos e críticos que contribuam para as tomadas de decisões de adolescentes e de jovens relacionadas à sexualidade e à vida reprodutiva; analisar que as diferenças nas experiências de homens e mulheres jovens mostram que a primeira relação sexual raramente é planejada; refletir sobre a vivência do aprendizado da sexualidade, por adolescentes e jovens, que ocorre em diversas condições trazidas pelas desigualdades de gênero e abordar as concepções que refletem atitudes moralistas e preconceituosas e sua contribuição para o sentimento de confusão e vergonha.
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