Buscar

TCC FINAL com Banner (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 65 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 65 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 65 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

61
UNIVERSIDADE MiNAS GERAIS
VIVIANE BOTELHO
	
SUZANA FERREIRA SANTOS N291GD-0
O TRABALHO COM PROJETOS NA APRENDIZAGEM
	
TEÓFILO OTONE
2020
ViViANE BOTELHO
SUZANA FERREIRA SANTOS N291GD-0
O TRABALHO COM PROJETOS NA APRENDIZAGEM
Trabalho de conclusão de curso para obtenção do título de graduação em Pedagogia apresentado à Universidade MiNAS – UNIP.
Orientadora: Prof.ª. Dra. Eveline Ignácio da Silva Marques
TEÓFILO OTONE
2020
CIP - Catalogação na Publicação
O trabalho com projetos na aprendizagem / Carla Cristiane Ortiz da; Rocha...[et al.]. - 2020.
6500 f.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) apresentado ao Instituto de Ciência Humanas da Universidade Paulista, Bauru -SP, 2020.
Área de Concentração: Projetos Pedagógicos. Orientadora: Profª. Dra. Eveline Ignácio da Silva Marques.
1. APRENDIZAGEM. 2. PROJETOS. 3. METODOLOGIAS ATIVAS . 4. FORMAÇÃO DE PROFESSORES. I. Rocha, Carla Cristiane Ortiz da; . II. Marques, Eveline Ignácio da Silva (orientadora).
Elaborada pelo Sistema de Geração Automática de Ficha Catalográfica da Universidade Paulista com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).
VIVIANE BOTELHO
SUZANA FERREIRA SANTOS
O TRABALHO COM PROJETOS NA APRENDIZAGEM
Trabalho de conclusão de curso para obtenção do título de graduação em Pedagogia apresentado à Universidade Minas– UNIP.
	
Aprovado em: 
BANCA EXAMINADORA
 _______________________/__/___ 
Prof.ª Dr.ª Eveline Ignácio da Silva Marques
Universidade Paulista – UNIP 
_______________________/__/___ 
Prof. Nome do Professor
 Universidade Paulista – UNIP
 _______________________/__/___ 
Prof. Nome do Professor 
Universidade Paulista UNIP
DEDICATÓRIA
Dedicamos esse trabalho a todos os professores e futuros pedagogos que comprometidos com a formação de um aluno integral estão dispostos a conhecerem o trabalho com projetos, dedicamos também a todos os professores que nos acompanharam durante essa jornada, em especial a nossa querida Coordenadora Ana Maria Louzar Brosco e a nossa Orientadora querida Eveline Ignácio da Silva Marques pela dedicação em suas orientações na elaboração desse trabalho, nos incentivando e colaborando no desenvolvimento de nossas ideias. 
AGRADECIMENTOS
Eu Carla agradeço primeiramente à Deus por ser a base das minhas conquistas. Ao meu pai Luiz, minha mãe Carmem (in memoriam), ao meu amado esposo Marcelo, aos meus três filhos: Gabriel, Leonardo e Victor por acreditarem, e terem interesse em minhas escolhas, apoiando-me e esforçando-se junto a mim tornando-se parte das minhas conquistas. 
Eu Geisiane agradeço primeiramente a Deus por ser a base das minhas conquistas. Agradeço a minha família em especial ao meu Pai Israel e minha mãe Geni, as minhas irmãs Gislaine e Genilsa e ao meu futuro noivo e esposo Vinicius por acreditarem em mim, me apoiando, incentivando e se esforçando junto a mim para que esse meu sonho fosse realizado. 
Eu Patrícia agradeço primeiramente a Deus e a Nossa Senhora Aparecida por serem a base das minhas conquistas. Agradeço aos meus pais: Gerson e Marisa, ao meu irmão Guilherme, meu avô José Godoi (in memoriam) a minha avó Vera e em especial a minha querida filha Sophia e aos meus amigos que foram eles que me incentivaram e inspiraram através de gestos e palavras a superar todas as dificuldades.
Eu Suzana agradeço primeiramente a Deus por ser a base das minhas conquistas. Agradeço a minha mãe Telma que batalhou muito para oferecer uma educação de qualidade, aos meus irmãos Mateus, Bianca e Miguel e ao meu namorado Paulo Henrique que foi compreensivo com os momentos em que permaneci distante, foram eles que me deram forças para vencer essa etapa de minha vida.
 
“Nossa função, como educadores, é voltar todos os esforços para que a práxis esteja norteada para a excelência e não para a simplificação. É necessário (re) pensar os projetos dentro de uma concepção mais ampla, da qual surge então a pedagogia de projetos, que visa ampliar a visão em função de uma prática”.
 (Nilbo Fernando Nogueira)
 RESUMO
Responsável por uma aprendizagem significativa e pelo desenvolvimento e aprendizagem de crianças e adolescentes nos dias atuais, as metodologias ativas são cada vez mais utilizadas nas escolas públicas e privadas. Dentre essas metodologias está o trabalho com projetos presente na Base Nacional Comum Curricular e no Projeto Político Pedagógico da maioria das Escolas. A seguinte pesquisa se pauta em verificar a importância do trabalho com projetos na aprendizagem visando às dificuldades encontradas pelo caminho, tentando compreender por que nem sempre são realizados da maneira correta. No decorrer da pesquisa foi utilizado o método de abordagem qualitativo, a pesquisa exploratória, descritiva e explicativa, o método dialético e como instrumento a pesquisa bibliográfica e documental. A pesquisa nos mostrou as diversas dificuldades enfrentadas pelos professores na execução dos projetos. Com essa pesquisa, espera-se que os professores que enfrentam essa dificuldade entendam que o trabalho com projetos tem o seu valor, e traz a sua contribuição para a aprendizagem dos alunos.
Palavras-chave: Aprendizagem. Metodologias Ativas. Projetos. Formação de Professores.
ABSTRACT
Responsible for a meaningful learning process and the development and learning of children and teenagers, active learning methods are increasingly used at private and public schools nowdays. Among these methodologies, we can quote the projects, which are present in the Common National Curricular Base and in the Political Pedagogical Plan from most schools. The present research has the aim of verifying the importance of working with projects in learning, focusing on the difficulties that can emerge during the process, in an attempt to understand why they are not always carried out in the correct way. In the course of the research the qualitative approach method was used, the exploratory, descriptive and explanatory research, the dialectic method and as an instrument the bibliographic and documental research. The research revealed a number of difficulties faced by teachers while executing the projects. With this research, it is expected that teachers who face this difficulty understand that working with projects has its value, and brings its contribution to students' learning.
Key words: Learning. Active learning methods. Projects. Formation teachers.
Sumário
INTRODUÇÃO	11
1.	CAPÍTULO I - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA	14
1.1	Conceitos de Projetos	14
1.2	Importância do trabalho com projetos na aprendizagem	18
1.3 O papel do professor no trabalho com projetos	25
2.	CAPÍTULO II - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS	35
2.1 O método de pesquisa	35
2.2 Método de abordagem da pesquisa	35
2.3 Tipo de Pesquisa	37
2.4 Procedimento técnico de pesquisa	39
3.	CAPÍTULO III - ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS	42
3.1	Relato de experiência	53
CONSIDERAÇÕES FINAIS	57
REFERÊNCIAS	62
INTRODUÇÃO
Tendo em vista o atual cenário da educação no Brasil e a necessidade de formar alunos críticos com diferentes habilidades e competências, as escolas vêm adotando diferentes metodologias ativas para trabalharem com os alunos em sala de aula e dentro dessas possibilidades temos o trabalho com projetos que vem sendo muito utilizados por proporcionar uma aprendizagem significativa que considera o aluno como sujeito ativo, produtor e construtor do conhecimento, desenvolvendo a autonomia, a criatividade, despertando o interesse pela pesquisa e investigação, possibilitando os alunos adquirirem diferentes saberes e conhecimentos através da interação com os colegas e troca de experiências. 
O tema deste trabalho foi escolhido a partir da disciplina de Orientações e Práticas Pedagógicas na Educação Infantil que tivemos no terceiro semestre do curso de Pedagogia, que despertou no grupo a curiosidade e desejo por pesquisar sobre os projetos, se aprofundarno tema, compreender o trabalho com projetos nas escolas como uma metodologia significativa de fundamental importância que visa trabalhar de forma interdisciplinar, abordando diversos eixos do conhecimento em um único tema. O trabalho por projetos é um processo amplo e deve partir das necessidades do aluno, onde este é protagonista da sua aprendizagem, sujeito ativo no processo de ensino-aprendizagem. Nossa curiosidade surgiu em tentar descobrir o que pode acontecer durante o percurso de um projeto e o que pode fazer com que ele não alcance os objetivos esperados. 
O objetivo geral deste trabalho é apresentar a importância do trabalho com projetos na educação. Sendo assim, os objetivos específicos foram pesquisar e conceituar o significado de projetos, apresentar a importância do trabalho com projetos na aprendizagem e verificar qual o papel do professor no trabalho com projetos.
O problema abordado nessa pesquisa partiu de uma dúvida, que se o trabalho com projetos é tão significativo e importante por que muitas vezes não conseguem alcançar os objetivos esperados? 
A hipótese encontrada para responder o problema em questão, é que muitas vezes os projetos não têm seus objetivos alcançados pelo fato de os professores desconhecerem a importância de trabalhar com temas significativos para resolução de problemas do contexto e partirem de temas irrelevantes.
Alguns dos autores que deram embasamento teórico para que essa pesquisa fosse concluída foi NOGUEIRA (2010), BARBOSA E HORN (2008), HERNANDEZ (1998), KLEIMAN E MORAES (1999). Sem a contribuição deles não seria possível a realização dessa pesquisa.
Para o desenvolvimento desse trabalho foi utilizado o método de abordagem qualitativo, a pesquisa exploratória, descritiva e explicativa. Foi utilizado também o método dialético e como instrumento a pesquisa bibliográfica e documental.
No capítulo I desse trabalho foi desenvolvido a fundamentação teórica onde foram apresentados os autores e teorias que fundamentam esse trabalho e foi dividida em três tópicos que se referem aos três objetivos específicos dessa pesquisa.
Apresentamos o conceito de projetos, e a teoria dos principais autores que deixaram sua marca trazendo sua contribuição para o tema em questão, mostrando como esse tema surgiu e como ele é visto nos dias de hoje.
Demonstramos a importância do trabalho com projetos para uma aprendizagem significativa através da contribuição de diversos autores e da própria Base Nacional Comum Curricular que ressaltam a necessidade de se trabalhar com os projetos para desenvolver no aluno a criatividade, criticidade, autonomia e diferentes competências e habilidades.
Apresentamos ainda a opinião de diferentes autores da área do trabalho com projetos, cujo objeto de estudo é o papel do professor no trabalho com projetos, considerando o ponto de vista desde onde surgiu o trabalho com projetos até os dias atuais, levando em conta as transformações pelo qual a educação passou, e os avanços no papel do professor na pedagogia dos projetos serão apresentados por diferentes perspectivas. 
No capítulo 2 buscamos esclarecer quais os procedimentos metodológicos foram utilizados para a realização deste trabalho, e para a escolha desses procedimentos metodológicos utilizamos a teoria de diversos autores. 
No capítulo 3, foi feita uma análise onde discutimos sobre o que os autores falaram dos projetos na fundamentação teórica e procuramos responder ao questionamento de o porquê um projeto não atinge os seus objetivos, o que fazer para que ele tenha seus resultados obtidos. Para isso, utilizamos o nosso posicionamento com o dos autores, onde esclarecemos o que entendemos e compreendemos através dos estágios, das leituras teóricas sobre o trabalho com projetos na aprendizagem.
1. CAPÍTULO I - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
1.1 Conceitos de Projetos 
A palavra projeto origina-se do latim projectu, ‘lançado para diante’, e que se refere à:
Ideia que se forma de executar ou realizar algo, no futuro; plano, intento, desígnio. Empreendimento a ser realizado dentro de determinado esquema. Esboço ou risco de obra a se realizar; plano. (AURÉLIO, apud NOGUEIRA 2010, p. 30)
De acordo com o Dicionário Aurélio (1995), a palavra projeto significa atirar longe, arremessar, planejar, pensar em uma ação diferenciada para o futuro, com isso, podemos entender que o projeto deve partir de um desejo, uma necessidade real, que a escola ou alunos estejam enfrentando e deve haver significado para os envolvidos. A partir desse projeto, os alunos podem tentar solucionar problemas futuros.
 
A riqueza dos valores propostos e dos projectos vigentes indica a saúde de uma cultura. Boa parte da juventude padece de indolência de projectar, que é mais um tipo de impotência induzida. (MARINA, 2006 apud MACHADO, 2020, p. 1).
De acordo com Nogueira (2008), o projeto parte de uma ideia abstrata, que ao longo do tempo vai se concretizando, se aprimorando até chegar ao seu objetivo final. 
Um projeto na verdade é o princípio uma irrealidade que vai se tornando real conforme começa a ganhar corpo a partir da realização de ações e consequentemente, as articulações destas. (NOGUEIRA, 2010, p.30)
Queiroz, Braga e Leick (2012), afirmam que o projeto significa um plano geral na construção de qualquer ato, fazer alguma coisa, baseado na interação, na participação. Para ela, os projetos são iniciativas que surgem através do conhecimento, no questionamento da realidade, trazendo conhecimentos agregados de valores. 
As autoras afirmam ainda que os projetos devem ter diagnósticos, objetivos, planejamento, estratégias, levantamento de dados e hipóteses, práticas e avaliação.
 Para Machado (2000) projeto é como um esboço, uma antecipação ao futuro, então para se criar um projeto é necessário organizar as ideias, para depois colocar em prática, deve haver um planejamento para saber aonde se quer chegar. 
 
A palavra projeto tem duas dimensões, futuro, ou antecipação, e abertura, ou não-determinação. O projeto sempre implica realização dos atores; ou seja, um projeto está ligado a vontade de fazer algo, à ação. Projetar é lançar para frente, é antever sua realização no futuro. A capacidade de elaborar projetos é própria do homem, pois somente ele é capaz não só de projetar como também de viver sua própria vida como um projeto. (KLEIMAN e MORAIS, 1999, p.39).
Segundo Barbier, apud Machado (2000), entende-se o projeto como uma ideia relacionada ao futuro, em que de acordo com os problemas apresentados tentemos resolvê-los para suprir uma necessidade que estejamos passando no momento. Não podendo ver o projeto como algo passageiro, devemos enxergá-lo como algo para uma vida toda, portanto deve haver sempre um significado. 
O projeto não é uma simples representação do futuro, do amanhã, do possível, de uma ideia; é o futuro a se fazer, um amanhã a concretizar, um possível a transformar em real, uma ideia a transformar em ato. (BARBIER apud Machado, 2000 p. 6)
Para Freire e Prado (1999) o processo de projetar implica analisar o presente como fonte de possibilidades futuras, isso significa que o projeto é uma antecipação do que está por vir, é a realidade que ainda não aconteceu. 
O projeto carrega, portanto, certa ambivalência pois segundo Nogueira (2010) ele deixa de ser um projeto a partir do momento que ganha forma, sai do imaginário e deixa de ser apenas um sonho. Nos dias de hoje, os projetos pedagógicos servem como proposta para mediar as competências e o desenvolvimento das habilidades dos alunos. 
Para Almeida e Fonseca Júnior, (2000) é preciso ter coragem para romper com as limitações do cotidiano e as ideias já impostas, por isso é preciso criar projetos que tenham significado para os alunos.
Trabalhar com projetos é uma das formas de organizar as práticas educativas, é uma ação intencional que foi planejada coletivamente e que deve ser valorizada no contexto escolar, como uma ótima estratégia para se obter uma aprendizagem significativa e um ensino de qualidade. (BARBOSA e HORN, 2008)
Umprojeto é uma abertura para possibilidades amplas de encaminhamento e de resolução, envolvendo uma vasta gama de variáveis, de percursos imprevisíveis, imaginativos, ativos e inteligentes, acompanhados de uma grande flexibilidade de organização. (BARBOSA e HORN, 2008, p. 31)
Ao se trabalhar com projetos, instigamos a participação dos alunos, onde passam a serem sujeitos ativos dos seus próprios conhecimentos. Para se trabalhar com projetos, deve haver uma organização ante de tudo, pensar no tema, como será feita, qual matéria pertence aquele projeto etc. 
Segundo Nogueira (2010), Pedagogia de Projetos pode ser definida como o ensino através da experiência, onde o aluno é sujeito ativo na construção do seu conhecimento, e o professor é apenas o mediador, ajudando o aluno a chegar onde deseja, valorizando sempre as necessidades dos alunos. Ao se trabalhar com projetos, o professor torna o ambiente um lugar vivo de novas experiências a serem vividas, com isso, aprender não é mais um ato de memorização, mas o aluno faz parte das novas descobertas.
Segundo Queiroz (2001), de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s), o projeto é uma prática educacional, onde os alunos participam ativamente na construção do seu próprio conhecimento e enfrentando novos desafios. 
Queiroz (2001) define o projeto como algo que propicia a melhoria da qualidade do processo de ensino-aprendizagem, a valorização dos professores e alunos, e devem ser coerentes com o diagnóstico e os objetivos. Segundo Queiroz (2001), ela afirma ainda que os projetos devem ter diagnósticos, objetivos, planejamento, estratégias, levantamento de dados e hipóteses, práticas, avaliação, depuração e apresentação. 
Nogueira (2010) afirma ainda que a Pedagogia de Projetos, visa ampliar a visão em função de uma prática, onde os alunos podem auxiliar desde o princípio na criação de um projeto, dando ideias para o tema, decidindo como e onde será feito etc. Diz ainda, que os projetos são fundamentais para ajudar na autonomia dos alunos.
O projeto pedagógico precisa partir de um sonho, uma necessidade que os alunos tenham não se pode simplesmente chegar e dar um projeto pronto deve haver uma interação entre professor e aluno para saber quais são as lacunas que devem ser preenchidas, para que aqueles alunos sintam-se interessados em participar e contribuir. Para que o projeto seja feito, devemos enxergar o projeto como um sonho, desejos e necessidades que é o que vai fazer o projeto ir para frente. (NOGUEIRA, 2010)
Para Nogueira (2010), o projeto deve ser algo pensado pelos alunos, não pode vir pré-definido pela secretaria, pois se trata dos sonhos e necessidades de cada um deles. Com isso, entendemos que o projeto deve ser feito coletivamente, para que todos possam opinar.
Machado (2000) ressalta que os projetos no contexto escolar significa lançar-se para o futuro, buscar o que se pretende conhecer, é ir à busca de respostas para o que lhes incomoda e acredita que o destino dos alunos depende da capacidade deles de criar interrogações e expectativas no que os interessam. 
Para o autor, na escola os projetos pedagógicos devem estar ligados a cidadania, onde devem existir metas individuais que sejam alcançadas coletivamente, onde todos os envolvidos tenham metas comuns a serem alcançadas. 
Machado (2000) defende ainda que a criação do projeto deve ser feita coletivamente, com a participação de todos, para saber quais são seus interesses e todos opinarem no tema do projeto, para ele, ninguém cria uma meta para o outro, cada um sabe quais lacunas precisam ser preenchidas dentro de si. 
O autor reforça que o tema do projeto não precisa ser algo extravagante, mas algo que motive os alunos e cause interesse, para que se interessem e vá à busca de respostas. Portanto, o projeto deve envolver uma dúvida sincera, e o foco deve estar ligado na criação deste projeto, que são um complemento para determinado assunto vivido em sala de aula. 
Os projetos não podem ser vividos pelos outros, e conforme Machado (2000) o projeto que o professor propõe não deve ser executado só pelo aluno, o professor irá ajudar os alunos a fazerem seus próprios projetos. Para o autor não se faz projetos já tendo uma certeza, ou somente quando se tem dúvidas, portanto o problema parte de uma problemática e quando se conhece todo o passo para solucionar o problema. 
Hernandéz (1998) considera os projetos como uma prática educativa, onde os problemas devem ser resolvidos de forma voluntária. Para ele, os projetos devem ser organizados baseados nos interesses de todos, com uma preocupação em favorecer a aprendizagem a partir da diversidade.
Um projeto pode organizar-se seguindo um determinado eixo: a definição de um conceito, um problema geral ou particular, um conjunto de perguntas inter-relacionadas, uma temática que valha a pena ser tratada por si mesma. (HERNANDÉZ 1998 p.61)
Os projetos pedagógicos segundo Zen (2009) é uma porta aberta que questionam as mudanças sociais, favorece a construção de identidade dos alunos, assim como também o diálogo crítico valorizando sempre a diversidade cultural.
1.2 Importância do trabalho com projetos na aprendizagem
As escolas atualmente, segundo Nogueira (2010), estão buscando diferentes metodologias para auxiliar a formação de um sujeito com diversas competências e habilidades para que consigam exercer sua cidadania e se inserir no mercado de trabalho. Para formar esses alunos críticos com múltiplas habilidades a escola deve estar atenta para o que está sendo exigido pelo mercado de trabalho.
Se nossa missão é formar o cidadão integral, parece coerente que também olhemos para as exigências das habilidades e competências que esse segmento tem cobrado dos cidadãos e nos moldemos, planejando diferentes estratégicas educacionais para auxiliar nesse processo de formação. (NOGUEIRA, 2010, p. 14.)
Segundo a Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2017) umas das competências que precisam ser desenvolvidas nos alunos durante a educação básica é considerar os diferentes saberes e experiências dos alunos para que ele consiga se inserir no mundo do trabalho e exercer sua cidadania. 
Valorizar diversidade de saberes e vivencias culturais apropriar se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade. (BRASIL, 2017, p.9.)
Uma das estratégias segundo Nogueira (2010) para formar um cidadão integral com o maior número de competências e habilidades, é preciso entender que somente os conteúdos conceituais não suficientes. Por mais que sejam importantes os conteúdos conceituais e devem ser considerados como parte do processo educativo, existem, outras formas de se trabalhar com os alunos que devem ser utilizados na prática docente, como os trabalhos procedimentais e atitudinais. 
Trabalhar com os conteúdos de forma procedimental parece ser uma das alternativas de auxiliar os alunos no desenvolvimento das múltiplas competências, que hoje são exigidas pela sociedade, além, é claro de ser uma forma de desenvolver atitudes e mudanças nos comportamentos dos alunos. (NOGUEIRA, 2010, p. 20.)
Ao analisar as diferentes formas e atividades procedimentais, temos o trabalho com projetos que é uma boa alternativa porque envolvem atividades, atitudes, diversos procedimentos, possibilitando uma aprendizagem significativa.
Os projetos segundo Barbosa e Horn (2008) foram criados com o objetivo de mudar o ensino tradicional que estava inserido na escola por muito tempo. Os criadores dos projetos tinham um desejo de uma mudança, uma transformação no ensino e para isso seria preciso adotar novas práticas educacionais. 
Através dos projetos de trabalho pretende-se fazer as crianças pensarem em temas importantes do seu ambiente, refletirem sobre a atualidade e considerarem a vida fora da escola. Eles são elaborados e executados para as crianças aprenderem a estudar,a pesquisar, a procurar informações, a exercer a crítica, a duvidar, a argumentar, a opinar, a pensar, a gerir as aprendizagens, a refletir coletivamente e, o mais importante, são elaborados e executados com as crianças e não para as crianças. (BARBORSA E HORN 2008, p. 34).
O trabalho com projetos é citado pela Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2017) em todas as áreas do conhecimento como um mecanismo rico para desenvolver diferentes competências e habilidades matemáticas, de linguagem e escrita, ciências, arte entre outras. Segundo BRASIL (2017) trabalhar com projetos é uma forma de aprender, explorar, analisar e pesquisar conhecimentos que coloca o aluno como centro do processo educativo.
Temas, assuntos ou habilidades afins de diferentes componentes pode compor projetos nos quais saberes se integrem gerando experiências de aprendizagens amplas e complexas. (BRASIL, 2017, p.196.)
Atualmente os projetos devem ser planejados considerando o contexto, a realidade social e histórica que se vive assim como os conhecimentos prévios dos alunos trabalhando com temas relevantes para a formação dos sujeitos. (BARBOSA E HORN, 2008).
BRASIL (2017) também ressalta a importância de o professor ao trabalhar com projetos considerar quem são os alunos, qual o contexto que eles vivem, quais os seus conhecimentos prévios e suas necessidades. 
(...) devem ser adequados a realidade de cada sistema ou rede de ensino e cada instituição escolar, considerando o contexto e as características dos seus alunos. (BRASIL, 2017, p. 30).
Para Nogueira (2010) é importante o trabalho com projetos, pois coloca o aluno diante de situações problematizadoras em que ele tenha que pensar criar, solucionar diferentes problemas que surgem durante a aprendizagem ou contexto da sala de aula. Os projetos é uma forma de desenvolver as diferentes habilidades e competências dos alunos, o que apenas com conteúdo simplificados, fragmentados e sem significado não seria possível.
Um trabalho com foco em procedimentos pode ser um primeiro passo para auxiliar no desenvolvimento das capacidades de resolver problemas, de se comunicar, de ser criativo, de expressar-se por diferentes linguagens, de aprender a trabalhar de forma cooperativa e em equipe de aceitar desafios (...). (NOGUEIRA, 2010, p. 28).
Segundo a BRASIL (2017) a escola deve através de conhecimentos das diferentes áreas construídos historicamente, despertar nos alunos a curiosidade, o espírito de investigação, a reflexão, a criticidade, criatividade, assim como também incentivá-los a elaborar hipóteses, criar e resolver problemas. 
Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer a abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas. (BRASIL, 2017, p.9).
O trabalho com projetos é importante porque considera o aluno como um sujeito com potencial, ativo e produtor do seu próprio conhecimento, e que tem uma vontade grande em aprender e crescer na vida. Considera o aluno como sujeito da sua aprendizagem, um ser que questiona, se interessa, traz dúvidas, cria soluções e quer participar, conhecer a realidade que se vive. 
Para as crianças a metodologia de projetos oferece o papel de protagonistas das suas aprendizagens, de aprender em sala de aula, para além dos conteúdos, os diversos procedimentos de pesquisa, organização e expressão dos conhecimentos. (BARBOSA e HORN, 2008, p. 88).
Para Kleiman e Morais (1999) os trabalhos com projetos são essenciais na aprendizagem, pois possibilita uma construção coletiva do conhecimento e a sala de aula se torna inovadora, pois há ali uma interação e troca de conhecimentos entre professor e aluno.
Segundo Zen (2009) um dos pontos importantes de se trabalhar com projetos é que a interação e o envolvimento dos alunos e professores na busca pela coleta de dados, de informações e materiais, por proporcionar momentos onde eles fazem sugestões de passos a seguir dentro do projeto.
 A interação faz com que a sala de aula deixa de ser um ambiente tradicional, hierárquico onde o professor fala e o aluno apenas escuta, onde há somente a repetição e conteúdo sem significados e somente o professor é o detentor do conhecimento e os alunos apenas um mero receptor passivo. Abre, portanto possibilidades de o aluno ser participativo, criativo, crítico e ele é visto com um sujeito com imenso potencial e produtor do seu conhecimento. (KLEIMAN e MORAIS, 1999)
O projeto interdisciplinar colaborativo oferece uma via para significar essa subversão pois permite a construção conjunta de novas significações nos vários domínios do saber, tornando os papeis de professor e aluno mais flexíveis e encurtando a distância que os separa em função de um objetivo comum já negociado. (KLEIMAN E MORAES, 1999, p. 49).
Segundo Barbosa e Horn (2008) os projetos proporcionam a construção coletiva do conhecimento onde são compartilhados os diferentes significados, possibilitando uma aprendizagem através do diálogo, da discussão, troca de ideias entre alunos e professores onde eles aprendem a aceitar a opinião e ponto de vista dos colegas, cooperando para a construção do conhecimento de forma democrática. 
A construção de um grupo de aprendizagem que colabora, que se envolve com as tarefas que, que é co-responsável pelo empreendimento coletivo, define uma efetiva participação no grupo. (BARBOSA e HORN 2008, p. 87). 
Segundo Zen (2009) o trabalho em grupo é importante pois possibilita a troca de experiências, ideias, debates que são necessário para que ocorra uma aprendizagem significativa. Compreendendo sempre que as crianças aprendem não somente com os professores mais também com os colegas, brincando, conversando através da interação.
Os alunos, para Nogueira (2010), ao discutir no final do projeto oque descobriram é capaz de que todos aprendem sobre um determinado tema pelas diferentes descobertas que cada grupo vai apresentar e que se complementam.
Segundo Barbosa e Horn (2008) os projetos devem fazer parte do currículo das escolas e este deve ser revisto porque é necessário que o currículo tenha significado tanto para os professores como para os alunos. O currículo não pode ser dado de maneira fragmentada, onde somente são repetidos os conteúdos e não se leva em consideração quem é o aluno, o que ele traz de bagagem a escola, como ele aprende e suas necessidades e diferenças. 
Barbosa e Horn (2008) ressaltam que o conhecimento não é algo pronto e terminado, mais sim algo se constrói nas relações entre professor e aluno no dia a dia da sala de aula e o trabalho com projetos possibilita uma aprendizagem dos conteúdos de forma interdisciplinar e que faça sentido. 
Os projetos abrem para a possibilidade de aprender os diferentes conhecimentos construídos na história da humanidade de modo relacional e não linear propiciando as crianças aprender através de múltiplas linguagens ao mesmo tempo em que lhes proporciona a reconstrução do que já foi aprendido. (BARBOSA e HORN, 2008, p. 35).
Na trajetória da educação conforme afirma Nogueira (2010) sempre o conhecimento foi trabalhado como uma cadeia onde já tem uma sequência lógica a ser seguida e não considera os interesses e diálogo entre um conhecimento e outro e isso pode ser um dos motivos da desmotivação e desinteresse dos alunos. E isso pode ser mudado com a implantação do trabalho com projetos nas escolas, pois faz com que eles criem sua rede de significados.
 É preciso a escola segundo o autor trabalhar com o conhecimento como rede de significados e ao fazer o planejamento dos conteúdos o professor deve sempre considerar o contexto, os interesses dos alunos e seus conhecimentos prévios, assim como suas necessidades.
 O conhecimento como rede de significados forma se uma conexão entre os conteúdos, ligando uns aos outros e dando significado na aprendizagem. Não existe um caminho prontoa ser seguido, ou uma sequência a ser seguida tudo vai depender dos centros de interesses. Os conhecimentos não são vistos de forma linear ou fragmentada, mais um conhecimento depende do outro e ambos se complementam e se comunicam. (NOGUEIRA, 2010)
Na concepção de conhecimento como rede de significados não se pensa em linearidade, já que a palavra-chave é a ramificação, bem como não se concebe uma sequência cartesiana de pré-requisitos e simplicidade/complexidade. (NOGUEIRA, 2010, p. 43)
É importante trabalhar diferentes temáticas de maneira interdisciplinar, que tenha sentido, ligando uma disciplina a outra, construindo uma rede de significados, um trabalho globalizado e integrado. (ZEN, 2009)
Ainda segundo Zen (2009) é preciso um trabalho interdisciplinar respeitando a forma de as crianças verem o mundo ao seu redor, respeitando suas hipóteses, considerando que elas têm potencial para desenvolver diferentes explicações para tudo o que observa. 
 Para que o trabalho com projetos proporcione uma aprendizagem significativa para Barbosa e Horn (2008) eles precisam partir de um problema real, de uma interrogação dos alunos, da curiosidade ou uma questão que incomoda o grupo. Sendo assim, o planejamento das aprendizagens a ser desenvolvidas durante o projeto deve ser construído coletivamente, a partir de situações que acontecem na realidade do ambiente escolar. 
Nesse entendimento, se afirma, se constrói e desconstrói, se faz na incerteza, com flexibilidade aceitando-se novas dúvidas, acolhendo a curiosidade a criatividade que perturba e que levanta conflitos (BARBOSA E HORN, 2008, p. 42)
Sendo assim, os conteúdos, os temas que serão trabalhados na sala de aula nos projetos, sua ordem, o grau de profundidade que será trabalhado, serão decididos através da contribuição, discussão dos alunos e professores. Quais os conhecimentos que serão adquiridos e como eles serão construídos somente saberão durante o desenvolvimento do projeto, sendo assim o planejamento deve ser feito juntamente com a junção das atividades que serão realizadas no percurso. (BARBOSA e HORN, 2008)
Sobre a escolha do tema Zen (2009) diz que ela é essencial para definir um projeto e não ocorre sempre da mesma forma, não tem um modelo pronto a ser seguido.
Ela pode advir de uma necessidade das crianças, de um desejo da professora, do currículo oficial, de uma história, da leitura de uma matéria de jornal, enfim, aceita-se qualquer tema, desde que tragam o sentido da novidade, perguntas ou dúvidas a serem respondidas e que conduza a uma busca em comum da informação. (ZEN, 2009, p. 67)
		
Os projetos precisam ser trabalhados na sala de aula pelos professores de diferentes áreas porque essa pratica com projetos desenvolvem nos alunos a autonomia, a capacidade de criar, pensar, dando oportunidades para que no futuro eles consigam continuar aprendendo e buscando novos conhecimentos, sendo proativo de maneira que não precise de respostas prontas para solucionar um problema que surgir mais que ele mesmo busque uma solução de maneira autônoma, pesquisando, criando, refletindo. (NOGUEIRA, 2010)
Os projetos possuem em seu escopro estratégias que podem gerar no aluno, a autonomia e por consequência uma independência libertadora, a qual permitirá o pensar e agir sobre ações intencionais (...). (NOGUEIRA, 2010, p. 48).
1.3 O papel do professor no trabalho com projetos
Segundo Nogueira (2010) durante muito tempo o professor, foi o grande responsável por todo o contexto escolar, sendo ele o único responsável pelos projetos desenvolvidos durante o ano letivo, a ele cabia todas as responsabilidades, inclusive o da escolha dos temas dos projetos.
Até o presente momento o professor atuou como construtor e analista dos cenários em que estão inseridos os alunos, como articulador da tomada de decisão e de tema do projeto (NOGUEIRA, 2010, p.66).
De acordo com Nogueira (2010) por muito tempo o professor era o centro dos projetos e cabia somente a ele, pensar e analisar os temas que deveriam ser trabalhados com projetos. Ele pensava, planejava, ele decidia qual seria o assunto a ser realizado em um projeto de maneira que, o que prevalecia era sua vontade ou sua conveniência, dessa forma o trabalho com projetos acabava perdendo seu principal foco. “É função do professor realizar um planejamento para fazer acontecer o projeto de trabalho ou temática em questão”. (NOGUEIRA, 2010, p. 66)
De acordo com o autor, é papel do professor sim planejar o projeto, mas não cabe a ele a escolha do tema sua participação na escolha é imprescindível já que o projeto trata se de uma metodologia ativa e uma ferramenta de aprendizagem significativa, então.
O professor deve fazer acompanhamento constante auxiliando os alunos com os recursos humanos, materiais com orientação da parte procedimental e inclusão de conteúdos conceituais. (NOGUEIRA, 2010, p. 69).
Para usar da melhor maneira possível essa ferramenta, cabe a ele fazer uma avaliação diagnostica de sua turma ou dos seus alunos não impondo o tema, mas ele pode e deve sim criar situações que faça com que os alunos pensem onde estão os problemas verdadeiros situações onde possam refletir pensar debater e assim chegarem a escolha do tema do projeto, tema esse que deverá nascer dos alunos de um problema um desejo um objetivo ou até um sonho por parte dos alunos.
Para Nogueira (2010) o trabalho com projetos é construído por várias etapas, das quais em todas elas o papel do professor é de extrema importância mesmo que não seja ele o centro dos projetos.
Mas apesar dos alunos serem o centro dos projetos, é papel do professor orientar e nortear os alunos mediando sempre que for preciso.
 Para Nogueira (2010) o professor tem a função de incentivar despertar a curiosidade, despertar o desejo pela solução do problema, função essa de estrema importância na construção da autonomia dos alunos.
Já as questões operacionais, gerenciais e estratégias para concluir e medir a realização de um projeto isso sim compete ao professor, pois esse é seu papel gerenciar e criar estratégias para que esse projeto seja feito.
Ele se torna um facilitador do processo, ou seja, como ele não é mais o banco de dados, possuidor único de informações, outros “bancos” devem ser acessados, e ser facilitador é exatamente auxiliar os alunos a acessarem novas fontes. (NOGUEIRA, 2010, p. 99)
Diante disso, segundo o autor, é papel do professor tirar o aluno da passividade de ficar sentado esperando receber informações e soluções de tudo, por parte do professor aí é que entra o professor mediador, onde esse papel se inverte o aluno quem irá fazer na pratica e o professor será o mediador do processo todo é necessário que professor coloque o aluno em contato direto com o problema envolvido no determinado projeto em questão.
Segundo Zen (2009) as respostas das perguntas feitas nos projetos não são dadas pelo professor respostas prontas para o aluno mais devem ser construídas por eles no percurso do projeto, e o professor deve considerar durante o processo a individualidade de cada aluno , pois o conhecimento não acontece da mesma forma para todos, mais cada um aprende no seu tempo e de forma diferente para cada um. 
De acordo com Nogueira (2010) ao se deparar com o problema de perto será a melhor maneira de o aluno entender o que se busca resolver, coisas que jamais poderiam ser transmitidas por uma foto, uma imagem a leitura de um texto conceitual, bem como com isso é possível que o professor consiga fazer com que os alunos se interessem pelo tema e debatam entre si sobre o assunto e através dessa interação que acontece entre eles também seja uma forma de aprendizagem muito construtiva.
Para Nogueira (2010) os alunos aprendem significantemente quando compartilham de linguagem parecida com a deles como a de um coleguinha que compartilha com ele o que aprendeu. Desta forma muitas vezes o aluno compreende algo de forma mais clara do que havia compreendido anteriormente ao ouvir por parte do professor ou outro adulto envolvido no projeto.
De acordo comNogueira (2010) o planejamento é a primeira etapa de um projeto.
Para fazer acontecer, o professor precisa fazer com que o aluno se planeje, para que possa assim trabalhar com situações que exigem mais complexidade para que com isso o aluno desenvolva habilidades e competências que foram planejadas dentro do objetivo do projeto.
Para Nogueira (2010) é necessário que o professor aguarde, para que assim possa sonhar junto com os alunos, sem se precipitar e sair resolvendo tudo por si só cabe ainda ao professor, estimular seus alunos ao trabalho em grupo para a tomada de decisões que favoreça ao grupo como a escolha dos temas.
Para Nogueira (2010) para que o papel do professor seja bem desempenhado é necessário que este permita que os seus alunos planejem, sonhem é preciso que seja um sonho coletivo, que todos queiram alcançar aquele objetivo, uma necessidade da classe.
Ainda segundo Nogueira (2010) também não cabe ao professor a realização das ações que serão desenvolvidas durante esse projeto essas são da responsabilidade dos alunos.
O planejamento do professor não deve se prender a ações que serão realizadas pelos alunos, pois estas é função deles, no pleno exercício da autonomia. (NOGUEIRA, 2010, p. 65)
A partir disso o professor assume o papel de instigar, provocar o planejar dos alunos, com perguntas que induzam os alunos a pensar e a se planejar e executar o projeto esta é a segunda etapa de um projeto, onde o aluno se torna mais ativo, e realizar tudo o que foi planejado, isso tudo com a mediação do professor.
O acompanhamento é fundamental para a correção de rotas, depuração, orientação, inclusão de conceitos, ajustes de hipóteses e até para o ato da investigação, pois o professor é um dos membros desse processo e como tal ele também investiga, descobre busca soluções para o problema. (NOGUEIRA, 2010, p.71)
Para Nogueira (2010) a terceira etapa de um projeto é chamada de depuração, essa fase serve para melhorar a qualidade do projeto quando o professor precisa provocar seu aluno com perguntas e orienta-los, se não gostaram, a mudar, a complementar isso tudo em função da melhoria do projeto, porem segundo ele são poucas escolas que realizam esta etapa.
Segundo Nogueira (2010) a quarta etapa é a da apresentação, que o autor acredita que do seu ponto de vista seja a mais importante delas, pois é a hora do reconhecimento.
Chegado ao resultado cabe ao professor, não deixar esse trabalho esquecido, guardado para não frustrar seus alunos, o professor precisa planejar uma forma de expor esse projeto, pois, ao apresentar seus alunos aprendem, ainda mais e é também uma forma de um reconhecimento pelo trabalho que desempenharam, também de se sentiram realizados pelos resultados alcançados por eles, por sua autonomia, de frente para uma plateia um público. Seja para os pais ou para a comunidade em questão isso, é muito importante é parte essencial do trabalho do professor segundo o autor.
O professor medeia uma sessão de autoavaliação e autocriticas com os alunos, questiona sobre o processo e suas aquisições.
Avaliar um projeto é ter em mente que tínhamos objetivos traçados inicialmente e agora devemos verificar se eles foram atingidos. (NOGUEIRA, 2010, p. 71)
Segundo Nogueira (2010) avaliação é essencial ao final desse projeto, pois essa é a forma de se saber se os objetivos foram alcançados, se conseguiram resolver ou minimizar o problema, se isso era o esperado quando foi planejado também é parte do papel do professor.
Chegado ao resultado cabe ao professor, não deixar esse trabalho esquecido, guardado para não frustrar seus alunos, o professor precisa planejar uma forma de expor esse projeto, pois, ao apresentar seus alunos aprendem, ainda mais e é também uma forma de um reconhecimento pelo trabalho que desempenharam, também de se sentiram realizados pelos resultados alcançados por eles, por sua autonomia, de frente para uma plateia um público. Seja para os pais ou para a comunidade em questão isso, é muito importante é parte essencial do trabalho do professor segundo o autor.
O professor medeia uma sessão de autoavaliação e autocriticas com os alunos, questiona sobre o processo e suas aquisições. “Avaliar um projeto é ter em mente que tínhamos objetivos traçados inicialmente e agora devemos verificar se eles foram atingidos”. (NOGUEIRA, 2010, p. 71)
E então chegamos a última etapa, a da avaliação nessa o papel do professor é o de mediar um grande debate, onde ele provocara auto avaliações, autocríticas, bem como provocar para que esses, também avaliem o desempenho de seus colegas não de maneira a gerar conflitos, mas sempre com o foco de formar cidadãos, cada vez mais integrais, críticos e reflexivos e isso só é possível, pois para atingir esses objetivos, como o de desenvolver a criticidade por parte dos alunos, quando ele assume essa postura ativo, participativo, trabalhando com a pratica ,tendo que tomar atitudes.
Mesmo que durante o projeto o professor tenha feito interferências, é sempre bom que ao final alinhave e costure, tudo, ou seja, um fechamento, lembrando qual era o problema inicial, quais eram as dúvidas, os interesses, as propostas de ações, os resultados obtidos e a finalização das conclusões. (NOGUEIRA, 2010, p.70)
Depois disso, então chega a hora do professor avaliar o projeto para isso, é preciso voltar ao início do projeto. E verificar quais eram todos os objetivos, mas para que os resultados alcançados sejam satisfatórios, o professor precisa tomar o cuidado, de traçar um objetivo subjetivo demais. O qual o resultado seja impossível de se alcançar apenas durante o tempo do projeto, por se tratar de algo que só seja possível no decorrer dos anos, como por exemplo, uma determinada competência que se busca desenvolver nos alunos, então cabe ao professor, colocar esse objetivo de maneira mensurável como ao final desse projeto os alunos deveram ter realizado tais atividades.
O foco é a vida em e a resolução de problemas emergentes na mesma. Nesse contexto, a sala de aula funciona como uma comunidade em miniatura, preparando seus participantes para a vida adulta. (Dewey, apud Barbosa e Horn, 2008, p.17)
Desta forma o papel do professor é o ajudar a criança a compreender o mundo, por meio de pesquisa, e resolver problemas, debates, e tudo isso sempre levando em conta o interesse das crianças, bem como suas necessidades o trabalho do professor deve sempre ser intencional e partir da realidade do aluno, estimulando o raciocínio deixando de lado a memorização, preparando o aluno para a vida proporcionando a ele condições de projetar.
O principal mérito, o valor do programa e das matérias é para o professor e não para o aluno. Eles estão aí para mostrar os caminhos. (Dewey apud Barbosa e Horn, 2008, p.36)
Para DEWEY apud BARBOSA E HORN (2008) melhor maneira de aprender é através de experiências, por isso para que isso aconteça é necessário que o professor apresente o conteúdo a ser aprendido, de forma que estimule o interesse pessoal do aluno proporcionando aos alunos a possibilidades de solucionar problemas, o despertando para a curiosidade, o professor deve exercer o papel de estimular os alunos, estimular a chamada inteligência criativa.
Para DEWEY apud BARBOSA E HORN (2008) reforça que os professores não devem preparar as crianças para o mundo passado, mas para o mundo futuro delas, afinal é lá que elas viverão. E desta forma papel do professor é um orientador, um guia e não o de uma figura autoritária, e eles devem trabalhar com as ideais, impulsos e interesses das crianças.
Para DEWEY apud BARBOSA E HORN (2008) quando o aluno não se sentir motivado no processo de aprendizagem não será atingido. Então o professor tem que levar em conta a necessidade das crianças as inclinações naturais e as formas de aprendizagem o professor, como um guia orienta seus alunos é sempre um facilitador, propondo atividades desafiadoras.
 O professor segundo Barbosa e Horn (2008) precisa estar sempre estimulando os alunos a pesquisar, e renovando os pensamentos as investigações, para queos alunos possam interagir com outros alunos, e desta forma aprender uns com os outros, e não só com os professores, cabe ao professor trabalhar com textos, matérias, atividades que propiciem a construção do conhecimento e que este tenha significado para o aluno a sua vida social.
Dando ao aluno oportunidade de trabalhar de forma cooperativa, criativa, e participativa o papel do professor é prioritariamente o de alguém que crie um ambiente onde a curiosidade dos alunos tenha lugar assim as dúvidas e as hipóteses é necessário que o professor ouça tudo isso, e trabalhe com isso respeitando o espaço de descobertas e invenção de todas as partes. (BARBOSA E HORN 2008)
Cabe ao professor, independentemente do seu trabalho junto as crianças, articular esse tema com os objetivos gerais previstos para o ano letivo. (BARBOSA E HORN, 2008, p.56)
Segundo Barbosa (2008) o tema deve estar de acordo com os objetivos que se pretenda alcançar durante o ano letivo e até realizar uma previsão do que pode ser a vir trabalhado e também atualizar-se sobre o tema escolhido.
O planejamento necessita ser retomado continuamente. Surgem imprevistos que precisam ser solucionados, e o acompanhamento do professor é fundamental. (Barbosa e Horn, 2008, p. 60).
Para Barboza e Horn (2008) o papel do professor é fundamental, durante o desenvolvimento do projeto, pois o planejamento pode precisar de alterações constantemente. E cabe ao professor intervir sempre que for necessário, quando surgir qualquer necessidade de que o planejamento seja revisto ou refeito, o professor pode sempre repensar sua pratica, se atualizar, para que seja possível mudar sua maneira de ver o mundo sempre estudando sobre qualquer que seja o tema junto com os alunos.
Para Barboza e Horn (2008) o professor precisa se certificar que os alunos saibam e conheçam o tema que será desenvolvido durante o projeto pois dessa forma o professor poderá sair da fragmentação e trabalhar com os alunos de uma forma a abrange a multidisciplinaridade, o que Facilita a execução das tarefas e atividades planejadas para a aprendizagem com projetos.
É preciso ainda conhecer e registrar os modos como a criança se envolve e participa na construção dos conhecimentos propostos em um projeto. Essa observação é permeada pela subjetividade do educador, pois observar não é perceber a realidade, mais sim construir uma realidade. A análise dos registros ajuda a interpretar as mensagens que estão dando sentido para as crianças e significado para a vida do grupo. (Barbosa e Horn, 2008, p. 86)
Para que o projeto tenha sucesso é necessário que o professor faça registros para que com isso seja possível medir o desempenho e participação dos alunos de modo a intervir sempre que seja necessário quando essas metas e objetivos não estiverem sendo alcançadas e repensar em novas estratégias e maneiras que tragam mais significado para o aluno e o grupo.
O papel do professor como facilitador (problematizador) da relação dos alunos com o conhecimento, processo no qual também o docente atua como aprendiz. A importância da atitude da escuta; o professor como base para construir com os alunos experiências substantivas de aprendizagem. (Hernandez, 1998, p.90)
Para Hernandez (1998) o professor é um facilitador porque é dele a função de problematizar os conteúdos mais de forma participativa em que ele também esteja envolvido no processo pois ao ensinar, o professor também aprende de forma substantiva onde não existe um único caminho a ser seguido, proporcionando aos alunos, proporcionando aos alunos trabalhar com investigação e fazendo com que isso de sentido a suas vidas ,ou seja que aprendam com eles mesmos e com o mundo em que vivem .
É papel do professor segundo Hernandez (1998) selecionar os conteúdos a serem trabalhados dentro do projeto quais materiais e recursos serão necessários passar todas as informações necessárias aos alunos sobre o tema ou problema do projeto para que ele possa ser bem desenvolvido despertando no grupo um interesse e envolvimento pelo assunto tanto individual como o coletivo, bem como sempre atualizar o grupo sobre o funcionamento do projeto e sempre avaliando os resultados conquistados com os esperados.
As vezes uma boa vontade globalizadora nos faz pensar que temos que encontrar um tema que nos permita relacionar todos os conteúdos de todas as matérias. Força-se então, que todas as áreas do conhecimento sejam privilegiadas. Aí o docente se transforma em alquimista da realidade: transforma a paixão por descobrir, aprender e seguir um fio trançado de surpresas e passa a reduzir sua atividade de exploração e criação em um marco de conteúdos pré-fixados. (Hernández, 1998, p.112)
Ressalta ainda Hernández (1998) que o papel do professor é o de um pesquisar alguém que busca sempre evoluir se aprimorar e aprofundar que relacione os conteúdos de maneira a trazer isso para a vida real dos alunos, de forma a relacionar tudo isso com os conteúdos a serem estudados, para ele é fundamental que o professor deixe de trabalhar com temas e ideias pré-definidas seja por ele ou pela própria escola no início do ano letivo.
Para RINALDI apud BARBOSA E HORN (2008) o professor ao trabalhar com os projetos:
O professor passa a ocupar o papel de co-criador de saber e de cultura, aceitando com plena consciência a “vulnerabilidade” do papel junto a dúvida, ao erro ao estupor e à curiosidade. (Rinaldi apud Barbosa e Horn 2008 p.85)
Para RINALDI apud BARBOSA E HORN (2008) o papel do professor é de construir juntamente com os alunos o conhecimento construindo o saber e a sua cultura trabalhando sempre com a dúvida a curiosidade por parte dos alunos tendo o erro como algo positivo algo que é útil para estimular a curiosidade a pesquisa ao desenvolver atividades.
2. CAPÍTULO II - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 
2.1 O método de pesquisa 
O método de pesquisa utilizado na concepção teórica desse trabalho foi o Método Dialético. 
O Método Dialético, segundo Gil (2002) é a concepção moderna de dialética que se fundamenta em Hegel, que acredita que a lógica da humanidade segue uma trajetória dialética, nas quais as contradições se transcendem, mas dão origem a novas contradições que passam a requerer solução. Essa concepção é idealista, pois admite a ideia da hegemonia sobre as matérias. 
 O materialismo dialético de acordo com GIL (2008) pode ser dividido em três princípios: a unidade dos opostos; quantidade e qualidade e negação da negação. A unidade de opostos é aquela em que os objetos apresentam contradições, onde não se apresentam lado a lado, mas numa constante luta entre si. A quantidade e qualidade são características imanentes a todos os objetos e fenômenos que estão inter-relacionados. Nesse processo as mudanças quantitativas graduais geram mudanças qualitativas. Na negação da negação, a mudança nega o que é mudado e o resultado é negado, mas esta segunda negação conduz a um desenvolvimento e não a um retorno ao que era antes.
 Segundo Gil (2008) o Método Dialético fornece base para uma interpretação dinâmica e total da realidade, já que a Dialética estabelece que os fatos sociais não podem ser entendidos quando considerados isoladamente, abstraídos de sua influência política, histórica, cultural etc. 
2.2 Método de abordagem da pesquisa 
O método de abordagem adotado durante essa pesquisa foi utilizado com a intenção de torná-la mais clara e significativa.
Procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa desenvolve- se por um processo contínuo de várias fases, desde a formulação do problema até a apresentação e discussão dos resultados. (GIL, 2008, p.17).
Aborda-se nesse trabalho o método qualitativo de pesquisa. A abordagem qualitativa é responsável por estudar os aspectos dos fenômenos sociais e do comportamento humano. Essa abordagem não estuda dados estatísticos, mas as crenças e os valores de determinado grupo social, que exige um estudo amplo considerando o contexto em que está inserido e as característicasda sociedade a que pertence.
Tendo em vista os objetivos propostos no presente trabalho, e a necessidade de qualificar o problema, diante das possíveis hipóteses, a abordagem que foi utilizada nesta pesquisa foi a qualitativa. A pesquisa qualitativa tem como prioridade a busca pela qualidade. Para suprir uma necessidade de explicar o porquê das coisas, analisando dados não métricos, e nessa abordagem o pesquisador é o sujeito e também o objeto de sua pesquisa.
A pesquisa qualitativa trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, esse conjunto de fenômenos humanos é entendido aqui como parte da realidade social, pois o ser humano se distingue não só por agir, mas por pensar sobre o que faz por interpretar suas ações dentre e a partir da realidade vivida e partilhada com seus semelhantes. (MINAYO, 1996, p. 22) 
De acordo com MINAYO (1996) alguns dados podem ser observados por abordagem qualitativa, podendo se destacar análise de sentimentos, intenções, ou percepções, e até comportamentos de natureza subjetiva.
Segundo a autora a pesquisa qualitativa mostra os resultados através de relatórios que enfocam de diferentes pontos de vista, feita de forma objetiva o que se enquadra perfeitamente em nossa pesquisa, que busca por informações mais aprofundadas.
Portanto para a autora a pesquisa qualitativa tem como preocupação em seu foco principal aspectos da realidade a ser pesquisada, que não podem ser quantificadas. Proporciona identificar e analisar dados que não podem ser numericamente expressados
Utilizamos a pesquisa qualitativa quando queremos descrever nosso objetivo de estudo com mais profundidade. Por isso ela é muito comum em estudos sobre comportamento de um indivíduo ou grupo social. (Mascarenhas, 2012, p.58)
Para o autor esse tipo de abordagem é muito significativa, para quando a uma necessidade de levantar e analisar dados de uma forma descritiva, facilitando então a compreensão que se busca ter sobre o objeto de estudo, ainda segundo ele nessa abordagem a influência do pesquisador é inevitável e também fundamental, o pesquisador se sente à vontade para planejar o estudo da maneira que julgar mais adequada desde que está seja de estrutura solida e coerente.
2.3 Tipo de Pesquisa 
Para desenvolver esse presente trabalho utilizamos a pesquisa exploratória, descritiva e explicativa.
Para sempre abordar um tipo de pesquisa é necessário saber o significado de pesquisa. Por si pesquisar é um conjunto de atividades que tem a finalidade da descoberta de novos conhecimentos no domínio científico, literário e artístico. 
A pesquisa descritiva segundo Gil (2008) tem a função investigatória ou uma indagação minuciosa. A pesquisa são pilares da atividade do trabalho em questão, com o objetivo de produzir conhecimento para debater sobre o tema em questão. Contribuindo assim para o avanço da ciência e para o desenvolvimento social e pedagógico. 
Dentre as pesquisas descritivas salientam-se aquelas que têm por objetivo estudar as características de um grupo: sua distribuição por idade, sexo, procedência, nível de escolaridade, nível de renda, estado de saúde física e mental etc. Outras pesquisas deste tipo são as que se propõem estudar o nível de atendimento dos órgãos públicos de uma comunidade, as condições de habitações de seus habitantes, o índice de criminalidade que aí se registra etc. São incluídas neste grupo as pesquisas que tem por objetivo levantar as opiniões, atitudes e crenças de uma população. (GIL, 2008, p.28)
Conforme Gil (2008) a pesquisa tem alguns critérios a seguir e algumas etapas com objetivos. Quando fazemos uma pesquisa precisamos de objetivo de fazer o acréscimo de dados auxiliado a técnicas de padrões. Na pesquisa descritiva, ela coleta e opina uma realidade de forma neutra. Esse tipo de pesquisa faz junção com a pesquisa explicativa. Na realidade a pesquisa explicativa, ela fica sendo uma agregação um acolhimento de informações. 
A pesquisa descritiva ela tem a função de nos dar uma visão geral do tema que está em questão. Essa pesquisa ela é muito usada para o público ou para a humanidade em geral. Nesse tipo de pesquisa leva-se a uma hipótese e amplia o pensamento da investigação de um fenômeno, desenvolve e faz o levantamento de ideias e correlaciona-as com o resultado. 
A pesquisa exploratória também foi utilizada nesse trabalho e segundo GIL (2002) ela tem como principal objetivo a obtenção de ideias. No início dos estudos depois de feita a pesquisa descritiva é feita a exploratória com o intuito de explorar mais antes de colorar os resultados a mostra. 
Estas pesquisas têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito, ou construir hipóteses. Pode-se dizer que esta pesquisa tem como objetivo principal o aprimoramento de ideias ou de descoberta de intuições. Seu planejamento é, portanto, bastante flexível, de modo que possibilite a consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado. (GIL, 2002, p.41)
Para Gil (2002) ela tem a função então de preencher lacunas que ainda estão vazias e indefinidas. Nessa pesquisa possuem métodos mais flexíveis, sem o uso de questionários ou gráficos, o objetivo então é de esclarecer informações mais sem obter conclusões estáticas.
A pesquisa explicativa que também utilizamos nos procedimentos metodológicos desse trabalho ela correlaciona com a pesquisa descritiva.
As pesquisas explicativas nas ciências naturais valem-se quase exclusivamente do método experimental. Nas ciências sociais, a aplicação deste método reveste-se de muitas dificuldades, razão pela qual se recorre também a outros métodos, sobretudo ao observacional. Nem sempre se torna possível a realização de pesquisas rigidamente explicativas em ciências sociais, mas em algumas áreas, sobretudo da psicologia, as pesquisas revestem-se de elevado grau de controle, chegando mesmo a ser chamadas “quase experimentais. (GIL,2002, p.43)
Para o autor, a pesquisa explicativa tenta explicar os fatos que são os resultados da descritiva. Aqui ela explica o porquê do resultado dado. Ela é realizada como o intuito de somar ideias para entender as causas e resultados em determinadas pesquisas. Sendo assim ela é mais complexa porque dá ênfase e explica o porquê do resultado.
Para Gil (2002) a pesquisa explicativa examina os dados da descritiva para comprovar a outra pesquisa. Tirando a prova de que a descritiva está correta ou não, para sim chegar ao um resultado concreto e final, sendo assim a função dela é comprovar o resultado.
2.4 Procedimento técnico de pesquisa 
Os procedimentos técnicos de pesquisa utilizados nesse presente trabalho são classificados como Pesquisa Bibliográfica e Pesquisa Documental. 
Segundo Lakatos e Marconi (2003) a pesquisa bibliográfica também chamada de fontes secundaria, abrangem todos os livros, artigos, pesquisas e revistas já tornados públicos sobre o tema a ser estudado e tem como finalidade colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que já foi escrito, dito e gravado de um determinado assunto.
A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho desta natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. (GIL, 2008, p. 69)
A bibliografia nos permite definir e resolver problemas, assim como explorar novos problemas que ainda não foram definidos, tendo como objetivo reforçar a análise de quem pesquisa ou compor novas informações e alterações para a pesquisa. 
Desta forma, a pesquisa bibliográfica não é mera repetição do que já foi dito e escrito sobre certo assunto, mais propicia o exame de um tema sob novo enfoque de abordagem, chegando a conclusões inovadoras (Lakatos e Marconi, 2003, p.183)
	
Conforme Gil (2008), a pesquisa bibliográfica permite ao pesquisador uma base maior de conhecimentos e uma visão mais ampla sobre o tema de estudo escolhidopor meio das diferentes fontes bibliográficas, facilitando a busca e acesso pelas informações que se fosse diretamente buscá-las teria maior dificuldade. 
A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente. (Gil, 2008, p.69)
É necessário, portanto, para que não seja comprometida a qualidade da pesquisa que o pesquisador busque informações e conteúdo de fontes seguras e confiáveis que não apresentem dados equivocados, procurando sempre identificar de onde foram tiradas aquelas informações, analisá-las detalhadamente e procurar em diversas fontes. (GIL 2008)
A pesquisa documental que também utilizamos nesse presente trabalho segundo GIL (2008) se parece com a pesquisa bibliográfica e o que as difere uma da outra é que a pesquisa bibliográfica envolve diferentes contribuições de autores sobre determinado assunto enquanto a pesquisa documental se refere a documentos que não sofreram alterações cientificas e que podem ser analisados de acordo com o objetivo do estudo.
No caso da pesquisa documental, tem-se como fonte documentos no sentido amplo, ou seja, não só documentos impressos, mais sobretudo de outros tipos de documentos, tais como jornais, fotos, filmes, gravações, documentos legais. Nesses casos, os conteúdos dos textos não tiveram nenhum tratamento analítico, são ainda matéria prima, a partir da qual o pesquisador vai desenvolver sua investigação e análise. (SEVERINO, 2007, p. 122 e 123)
A pesquisa documental segundo GIL (2008) se devolve da mesma forma que pesquisa bibliográfica, sendo necessário explorar diferentes e diversas fontes de documentos. Para o autor, há dois tipos de documentos, os de primeira mão que são aqueles que não sofreram nenhuma alteração como documentos oficiais, cartas, contratos, reportagens de jornal e os de segunda mão que são aqueles que já foram analisados como os relatórios de pesquisas, tabelas estatísticas, etc.
A pesquisa documental apresenta uma série de vantagens. Primeiramente, há que se considerar que os documentos constituem fonte rica e estável de dados. Como os documentos subsistem ao longo do tempo, tornam-se a mais importante fonte de dados em qualquer pesquisa de natureza histórica. (GIL, 2008, p. 46)
Ainda segundo Gil (2002) a pesquisa documental leva vantagem sobre as demais pesquisas por somente exigir tempo e menos recursos financeiros e por não exigir contato direto com o pesquisador o que é bem dificultoso no desenvolvimento de uma pesquisa.
Nesse presente trabalho utilizaremos a pesquisa documental porque iremos citar um documento oficial referente à educação que é a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) da Educação Básica.
Ainda como procedimento técnico de pesquisa, contamos com o relato de experiência de uma professora, que fez um termo de consentimento para participar com seu relato em nossa pesquisa.
3. CAPÍTULO III - ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 
O trabalho com projetos é importante para uma aprendizagem significativa porque contribui para formação integral dos sujeitos, visto que desenvolvem autonomia, criticidade, possibilitando o trabalho em grupo onde os alunos adquirem a facilidade de se comunicar em um ambiente interativo. 
Esse trabalho coloca o aluno ativo onde ele é o protagonista, ele cria, interage com os colegas e professores através de debates, construções coletivas, que auxiliam no desenvolvimento da criatividade, de suas múltiplas competências e saberes. 
O trabalho com projetos envolve entusiasmo, compreensão pelos professores de que eles aprendem juntos com os alunos ali na construção do conhecimento, acreditando sempre nas potencialidades das crianças sendo desenvolvidas através de um ensino que as faça produtoras de conhecimento e não somente consumidoras. 
Segundo Nogueira (2010) a importância de se trabalhar com projetos parece não ser mais motivo de tantos questionamentos, pois a maioria das escolas já aceitaram esse trabalho e incluíram os projetos em seu Projeto Politico Pedagógico pois concordam com o fato de ele ser essencial para desenvolver um aluno critico, ativo e participativo e com diferentes habilidades e competências. 
Entretanto os nossos maiores questionamentos nesse trabalho são referentes a pratica dos projetos, onde com as pesquisas, com os estágios foi possível identificar algumas práticas equivocadas, uma simplificação, situações e crenças que fazem com que o projeto não alcance os seus objetivos esperados, com que não tenham total eficiência, ou que seja executado e finalizado e isso envolvem diferentes fatores que iremos apresentar adiante.
Para formar alunos com as competências e habilidades necessárias para que ele exerça sua cidadania, que esteja apto para o mercado de trabalho (visto que segundo a BNCC (2008) é umas das dez competências esperadas das escolas) é necessário não trabalhar somente com os conteúdos conceituais mais com conteúdos que coloque o aluno em ação, que envolva os alunos na construção dos conhecimentos, onde ele pesquise, questione e saia da passividade do ensino tradicional. 
Quando os professores são questionados do motivo de não trabalharem com projetos, com conteúdos procedimentais e atitudinais, muitos deles argumentam ser por causa do currículo fixo e pronto com atividades em sequências que devem ser trabalhadas durante aquele semestre ou ano e que fazem com que não sobre tempo para fazer um trabalho que envolve procedimentos, atividades, atitudes.
(..) Uma das dificuldades mais evidentes e presentes na fala de grande parte dos professores é que o trabalho procedimental exige tempo e dedicação, e como a carga de conteúdos acadêmicos a ser cumprida é muito grande, não sobra tempo para trabalhar de forma procedimental. (Nogueira 2010, p. 21) 
Sendo assim, identificamos que uma das causas de não se trabalhar com os projetos pode estar no ensino tradicional, no currículo fragmentado com atividades já prontas que precisam ser trabalhados durante o ano letivo.
Mediante essas dificuldades apresentadas pelos muitos professores quanto a não realização de um projeto pela falta de tempo e por conta da quantidade de conteúdos nos currículos Nogueira (2010) nos propõe uma reflexão: todos os conteúdos que estão na ementa da escola para serem trabalhados são realmente necessários e significativos para os alunos e professores? Sobre isso, podemos concordar que existem muitos conteúdos que estão organizados na grade curricular, e que permanecem ali por muitos anos não sendo questionados quanto a sua relevância e necessidade para a formação dos alunos. 
Para Barbosa e Horn (2008) o currículo das escolas precisa ser revistos, eles não podem conter somente repetição de conteúdos conceituais que se repetem todos os anos e sim trabalhar conteúdos com significados, que façam sentido para os alunos, levando em consideração o contexto em que eles estão inseridos, tanto sociais como intelectual, seus conhecimentos prévios, seus interesses e suas vontades.
A aprendizagem só será significativa se houver a elaboração de sentido e se essa atividade acontecer em um contexto histórico e cultural, pois é na vida social que os sujeitos adquirem marcos de referência para interpretar as experiências e aprender a negociar os significados de modo congruentes com as demandas da cultura.
(Barbosa e Horn, 2008, p.26)
Segundo Barbosa e Horn (2008) os conhecimentos que são ministrados atualmente nas escolas repetem uma tradição de longos anos anteriores, são uma listagem de conteúdos prontos adequados que define oque é de interesse das crianças de por exemplo. 
Muitas vezes as propostas e programações curriculares são enormes, extremamente detalhadas e contem minúcias dos conteúdos a serem desenvolvidos. Porem quando perguntamos o que consta naquela proposta pedagógica, os professores não tem a menor noção, pois foi feita somente para constar na documentação da escola.
(Barbosa e Horn, 2008, p.26)
Entretanto compreendemos que estudartem que ter significado para o aluno, sendo assim é preciso compreender e estabelecer relações do conteúdo com a vivência das crianças, o conhecimento deve estar inseridos de uma forma contextualizada e relacionados no tempo e no espaço em que se vive. 
É necessário então definir de maneira clara os objetivos que nós professores temos para com a formação dos nossos alunos. Qual aluno quer se formar? Quais são os conhecimentos essenciais para que ele possa exercer sua cidadania? E partir para a realização desses objetivos.
Segundo Nogueira (2010) os conteúdos que são ensinados em sala de aula devem ser questionados pelos professores quanto a sua eficácia e necessidades e se não forem uteis e com significado para os alunos devem ser excluídos dando um espaço e um tempo maior para se trabalhar com os projetos que como vimos é uma aprendizagem significativa. 
De uma coisa estamos certos, deve se trabalhar com projetos, isso está claro com essa pesquisa, mais quem irá organizar esse projeto? Quem vai planejar as ações, escolher o tema a ser trabalhado? Serão os professores? Somente os alunos? Ou os coordenadores pedagógicos? 
(...) Por não ser uma prática ainda bem trabalhada e contextualizada pelos professores, a coordenação pedagógica se vê no papel e com o direito de realizar tudo sozinha todo o planejamento, inclusive das ações dos projetos, cujo tema também foi decidido por ela. 
(NOGUEIRA, 2010, p 32).
Se como vimos no capítulo 1 deste trabalho no tópico 1.1, projetar vem de um sonho de uma necessidade como podemos dizer que a coordenação pedagógica por exemplo, sabe oque os alunos sonham? Como a coordenação pedagógica vai planejar sozinha aquilo que será feito no projeto, qual o tema sem saber qual são os interesses daqueles alunos? Qual a necessidade presente naquele contexto escolar? Em específico a sala de aula? 
Ressaltamos aqui, a importância do coletivo no planejamento das atividades, na elaboração do tema, desde o início e em todo o percurso do projeto deve se ter uma participação de todos, não pode ser somente uma única pessoa quem decide o que fazer pra que fazer e como fazer, pois se assim feito somente essa pessoa poderá executa-lo, é preciso que o projeto seja construído coletivamente.
Todos devem estar envolvidos nos processos de aprendizagem por projetos, tanto os professores, como os alunos, gestão, pais e comunidade. Todos com os mesmo objetivos e propósitos: solucionar o problema apresentado, o tema a ser discutido. 
Sendo assim, vimos e concordamos com a importância do coletivo e da cooperação de todos para que um projeto obtenha os resultados esperados, e acreditamos ser necessário que o tema do projeto também seja de interesse e necessidades do coletivo. 
Como vimos no tópico 1.1 que fala sobre o conceito de projetos, projetar é planejar, sonhar, pensar para o futuro, isso nos faz entender que o tema de projeto deve sempre partir de uma necessidade dos alunos ou do contexto escolar, de um problema real que precisa ser resolvido e deve ser sempre intencional, pensando nas habilidades e competências que precisam ser desenvolvidas nos alunos, preparando-os para o futuro. 
 Temos observado com as pesquisas e experiências dos estágios durante nossa formação que muitos projetos estão sendo realizados somente por estar na moda trabalhar com projetos sem nenhuma intensão ou necessidade, ou para se trabalhar um tema que esta em alta, para cumprir com a grade curricular com o PPP da escola e nesses casos são elaborados projetos com temas simplificados que não representa a necessidade, interesse coletivo. “Os projetos temáticos ou de trabalho estão entre o modismo descabido, e sem fundamentos conceituais (...)” (NOGUEIRA, 2010, p.33) 
Quando se questiona os professores sobre o porquê trabalhar com projetos muitos dizem que trabalham com projetos porque seus colegas trabalham com essa prática e que não pode ficar de fora. Outros ainda afirmam que trabalham com projetos porque esta na moda ou porque a direção ou Secretaria de educação mandou. Dessa forma muitos projetos são simplificados à elaboração de uma coleção de cartazes que são colocados nos corredores da escola sem nenhum significado aos alunos, sem nenhuma intenção. (NOGUEIRA 2010)
Achamos relevantes nos posicionar a isso e citar uma experiência em nosso estágio, onde uma escola pública fez um projeto sobre os índios, inicialmente suspeitamos ser um ótimo tema visto que precisamos trabalhar com temas culturais, que mostrem para os alunos as características das diferentes culturas, ensinando os a respeitar e enaltecendo a importância dessas culturas. 
Mais ao participar de algumas aulas com esse tema, percebemos que as crianças não ficavam em grupos mais sim enfileiradas uma atrás da outra, ficavam repetindo nomes em alto som para professora escutar, e escutava a professora contar um trecho do livro sobre os índios e esta perguntava se gostaram ou não, e isso se repetia em todas as aulas, ou seja, um projeto que poderia conter diferentes atividades, uma aula dinâmica, com os alunos trabalhando em grupos foi simplificado a uma professora lendo alguns trechos sobre índios e fazendo atividades repetitivas com os alunos; e quando questionado do que motivou a decisão desse tema para o projeto a professora disse que ele era feitos todos os anos.
Diante dessa problemática em questão, é necessário que sempre se faça um planejamento antes de iniciar um projeto e que nele estejam claras e explicitas quais as intenções que queremos obter ao final desse trabalho, qual é o resultado e propósitos esperados, quais as habilidades e competências que queremos que os alunos desenvolvam durante o percurso do projeto e qual é o nosso papel, o que se espera que façamos enquanto professores para que o objetivo seja alcançado. 
O planejamento deve conter o período de realização do projeto (previsão), as turmas envolvidas, os professores e disciplinas que vão participar, a previsão dos recursos humanos e materiais e principalmente os objetivos. (NOGUEIRA, 2010, p.67)
Temos claro assim que se não houver o planejamento onde estejam claras as intenções, objetivos de nada adianta começar um projeto.
Após fazer o planejamento, ter claro os objetivos e o propósito de construir aquele determinado projeto é o momento de escolher o tema que é um grande desafio para os professores, visto que o tema é uma parte essencial e fundamental para alcançar os objetivos esperados.
 Segundo Barbosa e Horn (2008) muitos temas de projetos são simplificados e empobrecidos e segundo ela isso acontece muito principalmente na educação infantil onde os professores partem da ideia de que as crianças são pequenas, não precisa de atenção, ampliação em suas aprendizagens e saberes.
Os resultados são vários e vistosos, porém os processos são pobres, parciais, fragmentados e duram apenas o tempo da realização. Com frequência essas atividades são repetitivas e o processo parece um carrossel, em que se faz muito, um trabalho após o outro, sem sentido definido. (BARBOSA E HORN, 2008, p.35)
Compreendemos ser preciso muito cuidado ao se escolher o tema do projeto, para que não sejam feitos projetos que não representam nenhuma necessidade, sonho ou vontade dos alunos. Não se deve trabalhar com temas que estão na moda e que varias escolas estão desenvolvendo, mais sim perguntar aos alunos da turma quais seus interesses e suas dificuldades para então decidir junto o tema que será trabalhado. 
O trabalho com projetos para que seja uma aprendizagem significativa deve partir de um problema real, de uma situação desafiadora, uma interrogação dos alunos, uma questão que afete os alunos tanto do ponto de vista cognitivo como emocional, partir de uma situação problema em que diferentes campos do conhecimento possam se relacionar contribuindo para a aprendizagem dos alunos,
Nesse contexto é importante ponderar que trabalhar com projetos de trabalho implica considerar o que as crianças já sabem sobre o tema em discussão. Essa forma de estruturar o ensino leva em conta possibilidades, necessidades

Outros materiais