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P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Introdução: É imprescindível que o profissional conheça detalhadamente a cavidade bucal, sua anatomia e as possíveis variações antes de estabelecer qualquer diagnóstico e realizar qualquer procedimento. Quando o paciente apresenta um quadro patológico, o cirurgião- dentista precisa formular corretamente as hipóteses diagnósticas e, consequentemente, chegar a um diagnóstico final. • O exame físico intrabucal deve ter seu início pelos lábios, na parede anterior da cavidade bucal. Nesta região, deve- se inspecionar o vermelhão dos lábios e as comissuras labiais (direita e esquerda), observando a coloração e a integridade das mucosas. • Prosseguindo com a inspeção, passa-se para as mucosas labiais internas inferiores e superiores – não existe uma sequência obrigatória no exame físico intrabucal, porém é importante ter uma rotina na sistemática clínica para que nenhuma estrutura bucal seja esquecida. • Nas mucosas jugais, pode-se encontrar um nódulo ou pápula de cada lado, geralmente simétricos, pouco consistentes à palpação, que podem ser planos ou proeminentes, fibrosos e de mesma coloração da mucosa jugal. Localizado na face vestibular do segundo molar superior, observa-se um orifício de exteriorização do ducto parotídeo (canal de Stenon ou Stensen), denominado carúncula parotídea. • Bilateralmente ao frênulo da língua, no assoalho bucal, encontram-se carúnculas sublinguais (papilas sublinguais), por onde deságua a saliva proveniente das glândulas salivares submandibular e sublingual. • O palato pode ser dividido em duas porções: anterior – que corresponde ao palato duro, e posterior – que corresponde ao palato mole. Carúncula parotídea. • O tracionamento da língua não pode ser esquecido pelo cirurgião dentista durante a inspeção da cavidade intrabucal, manobra imprescindível para a visualização de toda a extensão da borda lateral, realizada bilateralmente com uma gaze. Esta manobra é importante pois, somente assim, consegue-se visualizar a porção posterior desta estrutura, que pode revelar algumas alterações. Depois de uma inspeção minuciosa, deve-se anotar as possíveis lesões e alterações que foram identificadas. Em seguida, o cirurgião-dentista deve continuar avaliando toda a anatomia dentária. Variações de normalidade da cavidade bucal: 1. Pigmentação melânica fisiológica: Alteração genética caracterizada pelo excesso de deposição de melanina na mucosa bucal e clinicamente apresenta-se como manchas bilaterais de coloração variável do castanho ao enegrecido. Prevalente em indivíduos de etnia negra, mas não é incomum em pessoas de outras etnias. Geralmente, no exame físico intrabucal rotineiro, observa- se que as estruturas da cavidade bucal são simétricas quando bilaterais, de mesma coloração e assintomáticas. P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto • É uma alteração endógena. • É difusa: existe em mais de um local (podendo também aparecer de forma localizada). • Etiologia: genético-hereditária. • Manobras de semiotécnica: inspeção, palpação e diascopia (consiste na pressão da lesão com os dedos para verificar se há alteração de cor). Nesse caso, não deve haver alteração de cor, pois não há envolvimento de vasos sanguíneos na pigmentação melânica. • Lesão fundamental: mancha/mácula. • Coloração: variação do castanho ao enegrecido. • Ocorrência anatômica: frequentemente na gengiva inserida. Contudo, podem acometer mucosa jugal, língua (dorso e ventre) e lábios (pele e mucosa) • Tratamento: não é necessário • A intensidade desta coloração varia de indivíduo para indivíduo. • Na dúvida para diagnósticar, realiza-se uma biópsia. . 2. Leucoedema: Alteração genético-hereditária esbranquiçada difusa que acomete a mucosa jugal de ambos os lados. Pode ser visualizado por meio de relaxamento e distensão da mucosa jugal de ambos os lados em exame físico de rotina. A coloração varia do branco opaco até o acinzentado. É indolor e não necessita tratamento. Mais comum em pacientes de etnia negra. • Etiologia: genético-hereditária. • Manobras de semiotécnica: inspeção, relaxamento e distensão da mucosa jugal de ambos os lados. É importante que o clínico geral saiba que as manchas da pigmentação racial melânica não ultrapassam a gengiva marginal, sendo este um indício bastante relevante para o diagnóstico diferencial. Por ser uma variação de normalidade, a pigmentação racial melânica não demanda nenhum tipo de tratamento; porém, em casos estéticos em que o paciente relata estar incomodado com as manchas, é possível realizar uma manobra chamada melanoplastia, que consiste na raspagem do epitélio, deixando-o cruento, com cicatrização por segunda intenção, sendo necessário proteger a ferida cirúrgica com cimento cirúrgico e medicar o paciente para evitar infecção secundária. Esta manobra cirúrgica costuma apresentar um período pós-operatório muito doloroso relatado pelo paciente, por isso somente é realizada em casos extremos, em que o paciente sinta-se realmente incomodado com sua estética. Essa alternativa de tratamento inicialmente é satisfatória, pois o epitélio se regenera em uma coloração mais clara. Porém, depois de algum tempo, o epitélio retorna a cor naturalmente (possui tendência recidiva). Para diferenciar das colorações presentes em pacientes fumantes, deve-se observar a presença de pigmentações nos dentes (nesses casos não é comum na mucosa). Além disso, também pode-se observar o cheiro. A técnica do relaxamento e distensão permite confirmar o leucoedema. Pois, ao realizar a distensão, se ocorrer um clareamento ou desaparecimento da lesão, significa que trata-se de um leucoedema. P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto • Lesão fundamental: mácula/mancha. • Coloração: variação do branco opaco até o acinzentado. • Ocorrência anatômica: mucosa jugal bilateral. • Tratamento: não é necessário. Até o momento sua etiologia não é esclarecida. Por definição, é considerado um edema intraepitelial, porém Regezi (2000) e Martin (1992) relacionam o aparecimento do leucoedema a irritações locais, principalmente ao traumatismo. Segundo relatos de Neville (1998), alguns estudos têm indicado ser mais comum e mais acentuado em tabagistas, e sua lesão tem maior prevalência em negros. Clinicamente apresenta-se como mancha branco-acinzentada, difusa, assintomática, em geral localizada na mucosa jugal. Em alguns casos, este aspecto clínico pode apresentar-se mais intenso, passando de uma superfície lisa para uma superfície “pregueada”. Espessamento do epitélio durante relaxamento da mucosa jugal caracterizando leucoedema . Diminuição de áreas branco-acinzentadas durante distensão da mucosa jugal. Leucoedema. Notar o esfumaçamento da mucosa (A e B), que desaparece quando ela é tracionada (C e D). 3. Nevo branco esponjoso: Alteração genético-hereditária rara caracterizada como placas brancas rugosas na mucosa jugal de ambos os lados, opacas, indolores, que variam de espessura em função da maior quantidade de queratina local. Mais comum em mulheres. • Etiologia: genético-hereditária (é transmitida através de uma herança autossômica dominante). • Pacientes da mesma família vão apresentar a mesma alteração. • Manobras de semiotécnica: inspeção e palpação. • Lesão fundamental: placa. • Coloração: branca. • Ocorrência anatômica: frequentemente na mucosa jugal bilateral. Contudo, podem acometer lábio, língua, gengiva e assoalho de boca. Também pode ser observado nas mucosas anogenital, esofágica e nasal. • Tratamento: não é necessário.• É bastante raro. Por apresentar-se clinicamente com coloração esbranquiçada, é possível considerar como diagnóstico diferencial algumas lesões brancas, como leucoplasia, nevo branco esponjoso e candidíase. P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto 4. Linha alba: Placa branca que acomete a mucosa jugal, podendo ser uni ou bilateral. Por vezes pode ser mais espessa em função de traumatismos mecânicos mais acentuados, e, nesses casos, faz- se necessário o afastamento do traumatismo local, como bruxismo ou apertamento dental. Apresenta-se como uma linha branca retilínea na altura da oclusão na região mediana da mucosa jugal. O diagnóstico é clínico e a proservação é constante em função de possíveis alterações celulares. • É uma placa esbranquiçada retilínea, que não cede à raspagem. • Etiologia: traumática. • Manobras de semiotécnica: inspeção e palpação. • Coloração: branca. • Ocorrência anatômica: mucosa jugal uni ou bilateral. • Pode variar de discreta a bem evidente. • Tratamento: acompanhamento. 5. Grânulos de Fordyce (glândulas sebáceas ectópicas): Apresentam-se como múltiplas pápulas agrupadas, indolores, submucosas, brilhantes, geralmente na mucosa jugal bilateral. São variáveis em extensão e não necessitam de tratamento. Em alguns casos, podem ser removidas por caráter estético. • São considerados glândulas sebáceas ectópicas por serem órgãos anexos da pele e, neste caso, localizados na mucosa. • Etiologia: genético-hereditária. • Manobras de semiotécnica: inspeção e palpação. • Lesão fundamental: pápula. • Coloração: amarelada. • Ocorrência anatômica: mucosa jugal bilateral. Podem surgir em lábios, ângulo de boca e mucosa labial inferior e superior, próximo à linha úmida. Pode-se realizar uma raspagem (se for apenas em mucosa jugal, pois pode-se confundir com a candidíase pseudomembranosa) para concluir o diagnóstico. Nesse caso, ao fazer a raspagem, a lesão não deve destacar (se for candidíase, a lesão se destaca). Isso pode ajudar no diagnóstico diferencial. Se a lesão se apresentar hiper queratinizada (coloração branca) por conta de um trauma de maior intensidade, deve-se realizar uma biópsia para verificar alterações (verificar se está evoluindo ou está estável e se há formação de úlceras). Ou quando está causando algum incômodo para o paciente. P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto 6. Língua geográfica/Glossite migratória benigna: Recebe esta denominação porque seu aspecto clínico varia dependendo do período. As alterações são evidentes pela despapilação da região do dorso lingual. Caracteriza-se por áreas erodidas entremeadas com áreas esbranquiçadas correspondentes ao epitélio normal. Há alteração de sintomatologia dependendo da extensão e profundidade das erosões. • Etiologia: desconhecida (acredita-se em uma possível interação com fatores ambientais). • Ocorre uma perda do epitélio. • Manobras de semiotécnica: inspeção e palpação. • Lesão fundamental: erosão. • Coloração: erosões eritematosas (avermelhadas), circunvaladas por um halo (bordas) esbranquiçado e ligeiramente elevado. • Ocorrência anatômica: dorso da língua. • Tratamento: não é necessário. • As papilas fungiformes permanecem intactas e proeminentes e as filiformes se descamam. • O aspecto migratório da afecção predomina, evidenciando erosões eritematosas que desaparecem em um intervalo de 1 a 2 semanas de um local da língua e reaparecem em outro. Glossite migratória benigna em diferentes períodos na mesma paciente. 7. Glossite romboide mediana: Erosão na região mediana do dorso lingual de etiologia desconhecida, podendo estar relacionada a uma imperfeição durante o desenvolvimento da região central da língua, por esse motivo a denominação romboide – de orifício. • Etiologia: desconhecida (acredita-se que seja por conta da persistência do tubérculo ímpar). Em alguns pacientes, o desconforto é aumentado pela alimentação cítrica. Nesses casos, recomenda-se a substituição de alimentos mais neutros durante a fase agudizada, que está relacionada a fatores emocionais, hormonais e até alimentares. São lesões eritematosas (avermelhadas) – pois o epitélio fica mais fino e deixa transparecer o tecido conjuntivo. Não adianta prescrever medicamentos para tratar a língua geográfica (diminuindo desconfortos do paciente). É necessário apenas orientar o paciente para não consumir alimentos que sensibilizam as lesões. P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto • Tubérculo ímpar – uma estrutura que emerge entre o primeiro e o segundo arco branquial que normalmente cresce pelos tubérculos laterais da língua. • Manobras de semiotécnica: inspeção e palpação. • Lesão fundamental: erosão. • Coloração: avermelhada. • Ocorrência anatômica: região mediana e posterior da língua. • Pode ser associada à infecções fúngicas. • Tratamento: não é necessário. • Como é uma variação de normalidade, a glossite romboide mediana não requer tratamento; quando o paciente relata algum sintoma, deve-se investigar candidíase e prescrever medicação específica (uso de antifúngicos). 8. Língua fissurada: Consiste em erosões retilíneas que formam sulcos no dorso lingual. Tais erosões são indolores, variáveis em extensão e forma. Podem estar associadas a glossite migratória benigna. Frequentemente essas caracterizações são acentuadas com a senilidade (envelhecimento). • Etiologia: genético-hereditária. • Manobras de semiotécnica: inspeção. • Lesão fundamental: fissura. • Coloração: da mucosa. • Ocorrência anatômica: dorso da língua. • Tratamento: não é necessário. A língua fissurada não requer tratamento, porém pode passar de um quadro assintomático para sintomático quando o paciente deixa de fazer a higienização da língua com frequência, acumulando nas fissuras e sulcos restos alimentares que promoverão um processo inflamatório local. Nesse caso, o paciente deverá ser orientado a fazer a higienização do local, descontaminando-o com uma gaze embebida em digluconato de clorexidina, raspadores linguais e escovação da língua. Durante o desenvolvimento da língua, o tubérculo ímpar está fixado ao forame cego, e ocorre crescimento tecidual por todos os lados. Consequentemente, o tubérculo ímpar não é visível na língua normal; porém, quando persiste, teria origem a glossite romboide mediana. No caso de confundir essa lesão com a candidíase, pode- se prescrever nistatina, se a lesão não regredir, trata-se de glossite rombóide mediana. Se houver falha no desenvolvimento anatômico, a erosão central não regridirá. P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto 9. Língua pilosa: Por apresentar uma variação anatômica muito rica, a língua é sede de muitas variações de normalidade. Na superfície do seu dorso encontram-se as papilas linguais (papilas gustativas), que são formações anatômicas que têm a função de transmitir ao córtex cerebral informações relacionadas ao paladar e sinergicamente à olfação. As papilas filiformes são as mais numerosas, de coloração vermelho-escura, e recobrem o dorso da língua. Existem variações anatômicas nas quais as papilas filiformes podem estar tão pronunciadas que promovem um acúmulo maior de queratina, resultando em um aspecto semelhante ao de cabelos. As papilas filiformes alongadas agem como um absorvente de toda a dieta ingerida pelo paciente, principalmente as ricas em corantes, tais como refrigerante do tipo cola, café, chá,entre outras, além das substâncias do cigarro, assumindo uma pigmentação muitas vezes enegrecida pelos corantes. • A língua pilosa é uma variação de normalidade assintomática, porém durante a anamnese o paciente poderá relatar sensação de gosto amargo na boca ou mau hálito. • Etiologia: desconhecida (mas é associada ao uso de antibióticos de largo espectro e higiene oral deficiente). • Manobras de semiotécnica: inspeção. • Lesão fundamental: placa. • Coloração: variação do branco, amarelo ao negro. • Ocorrência anatômica: dorso de língua (anterior às papilas circunvaladas). • Tratamento: não é necessário (mas é indicado evitar alimentos com corantes e orientar quanto à higienização). 10. Língua crenada: A língua crenada recebe esta denominação pelo aspecto morfológico que apresenta, decorrente da pressão da língua sobre a superfície lingual dos dentes, demarcando-a. Esta pressão pode ocorrer devido a vários fatores, principalmente em pacientes que apresentam um quadro clínico de estresse e comprimem a língua inconscientemente sobre os dentes. Porém, outros fatores também podem estar associados, tais como macroglossia e dentes ectópicos. • Etiologia: pressão da língua sobre a superfície lingual dos dentes. • Manobras de semiotécnica: inspeção e palpação. • Lesão fundamental: erosão. • Coloração: eritematosa (avermelhada). • Ocorrência anatômica: superfície lateral da língua. • Tratamento: não é necessário. P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto 11. Varicosidades/varizes linguais: Caracterizam-se por vesículas ou bolhas variáveis em coloração do vermelho ao arroxeado que ocorrem na superfície ventral da língua na grande maioria dos casos, podendo também acometer a mucosa labial. Têm prevalência por adultos e associam-se ao processo de senilidade. Têm correlação direta com varizes nos membros inferiores. • Na realidade são ectasias vasculares, uma veia dilatada e tortuosa. • Etiologia: associado ao processo de senilidade (envelhecimento) e tendência a genética hereditária. • Manobras de semiotécnica: inspeção e palpação. • Lesão fundamental: vesículas ou bolhas. • Coloração: vermelhas ou arroxeadas. • Ocorrência anatômica: superfícies lateral e inferior da língua. • Não tem relação com alterações sistêmicas. • Tratamento: não é necessário. 12. Nódulos de Bohn/cisto do recém nascido/cisto da lâmina dentária: Alguns pequenos cistos de desenvolvimento são achados comuns em crianças recém-nascidas e acabam apresentando involução espontânea. Clinicamente, o cisto gengival apresenta-se como um nódulo branco, de base larga, medindo aproximadamente 2 mm de diâmetro. Os cistos da linha média do palato aparecem ao longo da rafe palatina na junção do palato duro com o palato mole. • São restos de lâmina dentária que desenvolvem pápulas amareladas e esbranquiçadas que se rompem e desaparecem espontâneamente. • Etiologia: congênita ou genética (pode nascer com ela ou desenvolver depois). • Manobras de semiotécnica: inspeção e palpação. • Lesão fundamental: pápula. • Coloração: esbranquiçada/amarelada. • Ocorrência anatômica: cristas ósseas alveolares e/ou linha média do palato. • Tratamento: não é necessário (sofre rompimento espontâneo). P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto 13. Exostoses ósseas: São crescimentos ósseos benignos localizados na superfície cortical de um osso, e podem ser formadas de osso lamelar ou osso esponjoso. Apresentam-se como fileiras bilaterais de osso exofítico ao longo da superfície vestibular das cristas alveolares. Tórus (toro) Palatino: é uma das formas mais comuns de exostoses ósseas que afetam os maxilares. Localiza-se no terço médio do palato duro e é constituído de osso denso cortical, como nódulos de consistência pétrea, sésseis, lisos, indolores e únicos, ou pode ter variáveis como lobulados ou bilobulados; eventualmente, são múltiplos. Ocorre mais no gênero feminino e está relacionado a fatores genéticos. Tórus (toro) Mandibular: exostose óssea que acomete a mandíbula e se apresenta como um crescimento da superfície lingual localizado na região adjacente aos pré-molares bilateralmente. Em raros casos é unilateral. Consiste em nódulos sésseis de consistência pétrea, lisos, indolores, que podem ter variáveis morfológicas sob o aspecto clínico, como lobulados, bilobulados ou múltiplos. • Etiologia: genético-hereditária (pode estar associada a distúrbios nutricionais e hiperfunção mastigatória). • Manobras de semiotécnica: inspeção e palpação. • Lesão fundamental: nódulo. • Coloração: da mucosa. • Ocorrência anatômica: maxila (porção média da apófise palatina) e na mandíbula (tábua óssea alveolar lingual). • Consistência óssea – dura. • Tratamento: cirúrgico, quando necessário. Para Neville (1998), os toros mandibulares não são tão comuns como os maxilares, e sua prevalência varia de 5 a 40%. • Geralmente são assintomáticos e, por isso, são achados clínicos. • Existe indicação cirúrgica nos casos em que há necessidade de reabilitação protética e quando estes crescimentos estiverem interferindo no planejamento das próteses, sejam parciais, totais ou fixas. • Outra indicação para remoção destes crescimentos ósseos está relacionada a regiões de traumatismos (quaisquer que sejam estes), onde se note úlcera no lugar da superfície íntegra da região. 14. Hipertrofia: Desenvolvimento exagerado de um tecido ou de um órgão pelo aumento de volume de suas células, aqui descritas apenas pelo exame físico dos pacientes. É considerada uma alteração dentro dos padrões de normalidade se não estiver comprometendo funções orgânicas ou associada a outros processos patológicos. Tonsilas Palatinas: volume acentuado das tonsilas visualizado por meio de exame físico intrabucal. Alteração morfológica sem conotação patológica se não houver sintomatologia. Entretanto, se estiver comprometendo funções orgânicas ou com quadros recorrentes de infecções, nesses casos, o encaminhamento ao especialista é obrigatório. Tonsilas – órgãos linfóides. P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Tonsilas Linguais: volume acentuado da tonsila lingual dentro dos padrões de normalidade, uni ou bilateralmente. Papilas Circunvaladas: volume acentuado das papilas situadas no terço posterior do dorso lingual na região do “V” ou vale lingual. Frequentemente, essa hipertrofia confere à inspeção modificação na cor, textura e tamanho. Massetérica: volume acentuado do músculo masseter inspecionado e palpado durante o exame físico do paciente. Pode ser uni ou bilateral e estar associado ao fenótipo do paciente. 15. Assoalho bucal protruído: Em pacientes que apresentam perda parcial ou total dos dentes, geralmente se constata reabsorção do rebordo alveolar, que pode ser observada ao exame do assoalho bucal. As hipertrofias, isoladamente, estarão dentro dos padrões de normalidade se não houver quadro clínico sintomatológico. Na existência de sintomas ou sinais relacionados, a investigação diagnóstica torna-se obrigatória para a identificação do agente etiológico na busca do diagnóstico da doença e na remissão ou diminuição da sintomatologia pelas formas de tratamento indicadas. É importante fazer a distinção entre a parótida e masseter. Identificar qual que está hipertrofiado. Verificar se existe dor, se é unilateral ou bilateral. É importante fazer essa distinção, pois pode caracterizar também uma alteração de glândula salivar e não a hipertrofiado masseter. Se o paciente relatar que foi sempre assim, é bilateral, simétrica, pode ser normal. Mas quando interfere na função ou causa alguma sintomatologia, é necessário investigar melhor. Essa hipertrofia também pode ocorrer quando a pessoa exercita mais um lado do que o outro durante a mastigação. Pacientes com quadros de cancerofobia mostram-se em pânico quando fazem o autoexame bucal e identificam as hipertrofias de tonsilas linguais e papilas circunvaladas. O papel do profissional na orientação e explanação dessas alterações consideradas dentro dos padrões de normalidade é fundamental para diminuir a ansiedade. P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Esta reabsorção ocorre devido a forças mastigatórias locais (diretamente sobre o rebordo alveolar) que provocam sua reabsorção fisiológica. Com esta reabsorção, o assoalho bucal protrai e invade o espaço onde há ausência do elemento dental. Referências: KIGNEL, Sergio. Estomatologia: bases do diagnóstico para o clínico geral. 3. ed. Rio de Janeiro: Santos Editora, 2020. PASSARELLI, Dulce Helena Cabelho. Atlas de Estomatologia: casos clínicos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017. Aula teórica de Diagnóstico em Odontologia. Faculdade Maurício de Nassau, odontologia, 2020.
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