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Lesões sem implicação patológica (resumo)

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P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto 
 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução: 
É imprescindível que o profissional conheça detalhadamente a 
cavidade bucal, sua anatomia e as possíveis variações antes de 
estabelecer qualquer diagnóstico e realizar qualquer procedimento. 
Quando o paciente apresenta um quadro patológico, o cirurgião-
dentista precisa formular corretamente as hipóteses diagnósticas 
e, consequentemente, chegar a um diagnóstico final. 
• O exame físico intrabucal deve ter seu início pelos lábios, 
na parede anterior da cavidade bucal. Nesta região, deve-
se inspecionar o vermelhão dos lábios e as comissuras 
labiais (direita e esquerda), observando a coloração e a 
integridade das mucosas. 
• Prosseguindo com a inspeção, passa-se para as mucosas 
labiais internas inferiores e superiores – não existe uma 
sequência obrigatória no exame físico intrabucal, porém 
é importante ter uma rotina na sistemática clínica para 
que nenhuma estrutura bucal seja esquecida. 
 
 
 
 
• Nas mucosas jugais, pode-se encontrar um nódulo ou 
pápula de cada lado, geralmente simétricos, pouco 
consistentes à palpação, que podem ser planos ou 
proeminentes, fibrosos e de mesma coloração da mucosa 
jugal. Localizado na face vestibular do segundo molar 
superior, observa-se um orifício de exteriorização do 
ducto parotídeo (canal de Stenon ou Stensen), 
denominado carúncula parotídea. 
• Bilateralmente ao frênulo da língua, no assoalho bucal, 
encontram-se carúnculas sublinguais (papilas sublinguais), 
por onde deságua a saliva proveniente das glândulas 
salivares submandibular e sublingual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• O palato pode ser dividido em duas porções: anterior – 
que corresponde ao palato duro, e posterior – que 
corresponde ao palato mole. 
 
 
 
 
 
 
 
Carúncula parotídea. 
• O tracionamento da língua não pode ser esquecido pelo 
cirurgião dentista durante a inspeção da cavidade 
intrabucal, manobra imprescindível para a visualização de 
toda a extensão da borda lateral, realizada bilateralmente 
com uma gaze. Esta manobra é importante pois, somente 
assim, consegue-se visualizar a porção posterior desta 
estrutura, que pode revelar algumas alterações. 
Depois de uma inspeção minuciosa, deve-se anotar as possíveis 
lesões e alterações que foram identificadas. Em seguida, o 
cirurgião-dentista deve continuar avaliando toda a anatomia 
dentária. 
Variações de normalidade da 
cavidade bucal: 
1. Pigmentação melânica fisiológica: 
Alteração genética caracterizada pelo excesso de deposição de 
melanina na mucosa bucal e clinicamente apresenta-se como 
manchas bilaterais de coloração variável do castanho ao 
enegrecido. Prevalente em indivíduos de etnia negra, mas não é 
incomum em pessoas de outras etnias. 
 
Geralmente, no exame físico intrabucal rotineiro, observa-
se que as estruturas da cavidade bucal são simétricas 
quando bilaterais, de mesma coloração e assintomáticas. 
 P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto 
 
• É uma alteração endógena. 
• É difusa: existe em mais de um local (podendo também 
aparecer de forma localizada). 
• Etiologia: genético-hereditária. 
• Manobras de semiotécnica: inspeção, palpação e 
diascopia (consiste na pressão da lesão com os dedos 
para verificar se há alteração de cor). Nesse caso, não 
deve haver alteração de cor, pois não há envolvimento 
de vasos sanguíneos na pigmentação melânica. 
• Lesão fundamental: mancha/mácula. 
• Coloração: variação do castanho ao enegrecido. 
• Ocorrência anatômica: frequentemente na gengiva 
inserida. Contudo, podem acometer mucosa jugal, língua 
(dorso e ventre) e lábios (pele e mucosa) 
• Tratamento: não é necessário 
• A intensidade desta coloração varia de indivíduo para 
indivíduo. 
• Na dúvida para diagnósticar, realiza-se uma biópsia. 
 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. Leucoedema: 
Alteração genético-hereditária esbranquiçada difusa que acomete 
a mucosa jugal de ambos os lados. Pode ser visualizado por meio de 
relaxamento e distensão da mucosa jugal de ambos os lados em 
exame físico de rotina. A coloração varia do branco opaco até o 
acinzentado. É indolor e não necessita tratamento. Mais comum em 
pacientes de etnia negra. 
• Etiologia: genético-hereditária. 
• Manobras de semiotécnica: inspeção, relaxamento e 
distensão da mucosa jugal de ambos os lados. 
 
 
 
 
É importante que o clínico geral saiba que as manchas da 
pigmentação racial melânica não ultrapassam a gengiva 
marginal, sendo este um indício bastante relevante para o 
diagnóstico diferencial. 
Por ser uma variação de normalidade, a pigmentação racial 
melânica não demanda nenhum tipo de tratamento; porém, 
em casos estéticos em que o paciente relata estar 
incomodado com as manchas, é possível realizar uma 
manobra chamada melanoplastia, que consiste na raspagem 
do epitélio, deixando-o cruento, com cicatrização por 
segunda intenção, sendo necessário proteger a ferida 
cirúrgica com cimento cirúrgico e medicar o paciente para 
evitar infecção secundária. Esta manobra cirúrgica costuma 
apresentar um período pós-operatório muito doloroso 
relatado pelo paciente, por isso somente é realizada em 
casos extremos, em que o paciente sinta-se realmente 
incomodado com sua estética. 
Essa alternativa de tratamento inicialmente é satisfatória, 
pois o epitélio se regenera em uma coloração mais clara. 
Porém, depois de algum tempo, o epitélio retorna a cor 
naturalmente (possui tendência recidiva). 
Para diferenciar das colorações presentes em pacientes 
fumantes, deve-se observar a presença de pigmentações 
nos dentes (nesses casos não é comum na mucosa). Além 
disso, também pode-se observar o cheiro. 
A técnica do relaxamento e distensão permite confirmar o 
leucoedema. Pois, ao realizar a distensão, se ocorrer um 
clareamento ou desaparecimento da lesão, significa que 
trata-se de um leucoedema. 
 P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto 
 
• Lesão fundamental: mácula/mancha. 
• Coloração: variação do branco opaco até o acinzentado. 
• Ocorrência anatômica: mucosa jugal bilateral. 
• Tratamento: não é necessário. 
Até o momento sua etiologia não é esclarecida. Por definição, é 
considerado um edema intraepitelial, porém Regezi (2000) e 
Martin (1992) relacionam o aparecimento do leucoedema a 
irritações locais, principalmente ao traumatismo. Segundo relatos 
de Neville (1998), alguns estudos têm indicado ser mais comum e 
mais acentuado em tabagistas, e sua lesão tem maior prevalência 
em negros. 
Clinicamente apresenta-se como mancha branco-acinzentada, 
difusa, assintomática, em geral localizada na mucosa jugal. Em 
alguns casos, este aspecto clínico pode apresentar-se mais 
intenso, passando de uma superfície lisa para uma superfície 
“pregueada”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Espessamento do epitélio durante relaxamento da mucosa jugal 
caracterizando leucoedema 
. 
 
 
 
 
 
 
Diminuição de áreas branco-acinzentadas durante distensão da 
mucosa jugal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Leucoedema. Notar o esfumaçamento da mucosa (A e B), que 
desaparece quando ela é tracionada (C e D). 
3. Nevo branco esponjoso: 
Alteração genético-hereditária rara caracterizada como placas 
brancas rugosas na mucosa jugal de ambos os lados, opacas, 
indolores, que variam de espessura em função da maior quantidade 
de queratina local. Mais comum em mulheres. 
• Etiologia: genético-hereditária (é transmitida através de 
uma herança autossômica dominante). 
• Pacientes da mesma família vão apresentar a mesma 
alteração. 
• Manobras de semiotécnica: inspeção e palpação. 
• Lesão fundamental: placa. 
• Coloração: branca. 
• Ocorrência anatômica: frequentemente na mucosa jugal 
bilateral. Contudo, podem acometer lábio, língua, gengiva 
e assoalho de boca. Também pode ser observado nas 
mucosas anogenital, esofágica e nasal. 
• Tratamento: não é necessário.• É bastante raro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Por apresentar-se clinicamente com coloração esbranquiçada, 
é possível considerar como diagnóstico diferencial algumas 
lesões brancas, como leucoplasia, nevo branco esponjoso e 
candidíase. 
 P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. Linha alba: 
Placa branca que acomete a mucosa jugal, podendo ser uni ou 
bilateral. Por vezes pode ser mais espessa em função de 
traumatismos mecânicos mais acentuados, e, nesses casos, faz-
se necessário o afastamento do traumatismo local, como bruxismo 
ou apertamento dental. Apresenta-se como uma linha branca 
retilínea na altura da oclusão na região mediana da mucosa jugal. O 
diagnóstico é clínico e a proservação é constante em função de 
possíveis alterações celulares. 
• É uma placa esbranquiçada retilínea, que não cede à 
raspagem. 
• Etiologia: traumática. 
• Manobras de semiotécnica: inspeção e palpação. 
• Coloração: branca. 
• Ocorrência anatômica: mucosa jugal uni ou bilateral. 
• Pode variar de discreta a bem evidente. 
• Tratamento: acompanhamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5. Grânulos de Fordyce (glândulas sebáceas 
ectópicas): 
Apresentam-se como múltiplas pápulas agrupadas, indolores, 
submucosas, brilhantes, geralmente na mucosa jugal bilateral. São 
variáveis em extensão e não necessitam de tratamento. Em alguns 
casos, podem ser removidas por caráter estético. 
• São considerados glândulas sebáceas ectópicas por 
serem órgãos anexos da pele e, neste caso, localizados 
na mucosa. 
• Etiologia: genético-hereditária. 
• Manobras de semiotécnica: inspeção e palpação. 
• Lesão fundamental: pápula. 
• Coloração: amarelada. 
• Ocorrência anatômica: mucosa jugal bilateral. Podem 
surgir em lábios, ângulo de boca e mucosa labial inferior 
e superior, próximo à linha úmida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pode-se realizar uma raspagem (se for apenas em mucosa 
jugal, pois pode-se confundir com a candidíase 
pseudomembranosa) para concluir o diagnóstico. Nesse caso, ao 
fazer a raspagem, a lesão não deve destacar (se for 
candidíase, a lesão se destaca). Isso pode ajudar no diagnóstico 
diferencial. 
Se a lesão se apresentar hiper queratinizada (coloração branca) 
por conta de um trauma de maior intensidade, deve-se realizar 
uma biópsia para verificar alterações (verificar se está 
evoluindo ou está estável e se há formação de úlceras). Ou 
quando está causando algum incômodo para o paciente. 
 P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto 
 
 
 
 
 
 
 
 
6. Língua geográfica/Glossite migratória 
benigna: 
Recebe esta denominação porque seu aspecto clínico varia 
dependendo do período. As alterações são evidentes pela 
despapilação da região do dorso lingual. Caracteriza-se por áreas 
erodidas entremeadas com áreas esbranquiçadas 
correspondentes ao epitélio normal. Há alteração de sintomatologia 
dependendo da extensão e profundidade das erosões. 
 
 
 
 
• Etiologia: desconhecida (acredita-se em uma possível 
interação com fatores ambientais). 
• Ocorre uma perda do epitélio. 
• Manobras de semiotécnica: inspeção e palpação. 
• Lesão fundamental: erosão. 
• Coloração: erosões eritematosas (avermelhadas), 
circunvaladas por um halo (bordas) esbranquiçado e 
ligeiramente elevado. 
• Ocorrência anatômica: dorso da língua. 
• Tratamento: não é necessário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• As papilas fungiformes permanecem intactas e 
proeminentes e as filiformes se descamam. 
• O aspecto migratório da afecção predomina, 
evidenciando erosões eritematosas que desaparecem 
em um intervalo de 1 a 2 semanas de um local da língua 
e reaparecem em outro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Glossite migratória benigna em diferentes períodos na mesma 
paciente. 
7. Glossite romboide mediana: 
Erosão na região mediana do dorso lingual de etiologia desconhecida, 
podendo estar relacionada a uma imperfeição durante o 
desenvolvimento da região central da língua, por esse motivo a 
denominação romboide – de orifício. 
• Etiologia: desconhecida (acredita-se que seja por conta 
da persistência do tubérculo ímpar). 
 
Em alguns pacientes, o desconforto é aumentado pela 
alimentação cítrica. Nesses casos, recomenda-se a substituição 
de alimentos mais neutros durante a fase agudizada, que está 
relacionada a fatores emocionais, hormonais e até alimentares. 
São lesões eritematosas (avermelhadas) – pois o epitélio fica 
mais fino e deixa transparecer o tecido conjuntivo. 
Não adianta prescrever medicamentos para tratar a língua 
geográfica (diminuindo desconfortos do paciente). É 
necessário apenas orientar o paciente para não consumir 
alimentos que sensibilizam as lesões. 
 P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto 
 
 
• Tubérculo ímpar – uma estrutura que emerge entre o 
primeiro e o segundo arco branquial que normalmente 
cresce pelos tubérculos laterais da língua. 
 
 
 
 
 
• Manobras de semiotécnica: inspeção e palpação. 
• Lesão fundamental: erosão. 
• Coloração: avermelhada. 
• Ocorrência anatômica: região mediana e posterior da 
língua. 
• Pode ser associada à infecções fúngicas. 
• Tratamento: não é necessário. 
• Como é uma variação de normalidade, a glossite romboide 
mediana não requer tratamento; quando o paciente 
relata algum sintoma, deve-se investigar candidíase e 
prescrever medicação específica (uso de antifúngicos). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8. Língua fissurada: 
Consiste em erosões retilíneas que formam sulcos no dorso lingual. 
Tais erosões são indolores, variáveis em extensão e forma. Podem 
estar associadas a glossite migratória benigna. Frequentemente 
essas caracterizações são acentuadas com a senilidade 
(envelhecimento). 
• Etiologia: genético-hereditária. 
• Manobras de semiotécnica: inspeção. 
• Lesão fundamental: fissura. 
• Coloração: da mucosa. 
• Ocorrência anatômica: dorso da língua. 
• Tratamento: não é necessário. 
A língua fissurada não requer tratamento, porém pode passar de 
um quadro assintomático para sintomático quando o paciente deixa 
de fazer a higienização da língua com frequência, acumulando nas 
fissuras e sulcos restos alimentares que promoverão um processo 
inflamatório local. Nesse caso, o paciente deverá ser orientado a 
fazer a higienização do local, descontaminando-o com uma gaze 
embebida em digluconato de clorexidina, raspadores linguais e 
escovação da língua. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Durante o desenvolvimento da língua, o tubérculo ímpar 
está fixado ao forame cego, e ocorre crescimento tecidual 
por todos os lados. Consequentemente, o tubérculo ímpar 
não é visível na língua normal; porém, quando persiste, teria 
origem a glossite romboide mediana. 
No caso de confundir essa lesão com a candidíase, pode-
se prescrever nistatina, se a lesão não regredir, trata-se 
de glossite rombóide mediana. 
Se houver falha no desenvolvimento anatômico, a erosão 
central não regridirá. 
 P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9. Língua pilosa: 
Por apresentar uma variação anatômica muito rica, a língua é sede 
de muitas variações de normalidade. Na superfície do seu dorso 
encontram-se as papilas linguais (papilas gustativas), que são 
formações anatômicas que têm a função de transmitir ao córtex 
cerebral informações relacionadas ao paladar e sinergicamente à 
olfação. As papilas filiformes são as mais numerosas, de coloração 
vermelho-escura, e recobrem o dorso da língua. 
Existem variações anatômicas nas quais as papilas filiformes 
podem estar tão pronunciadas que promovem um acúmulo maior 
de queratina, resultando em um aspecto semelhante ao de cabelos. 
As papilas filiformes alongadas agem como um absorvente de toda 
a dieta ingerida pelo paciente, principalmente as ricas em corantes, 
tais como refrigerante do tipo cola, café, chá,entre outras, além 
das substâncias do cigarro, assumindo uma pigmentação muitas 
vezes enegrecida pelos corantes. 
• A língua pilosa é uma variação de normalidade 
assintomática, porém durante a anamnese o paciente 
poderá relatar sensação de gosto amargo na boca ou 
mau hálito. 
• Etiologia: desconhecida (mas é associada ao uso de 
antibióticos de largo espectro e higiene oral deficiente). 
• Manobras de semiotécnica: inspeção. 
• Lesão fundamental: placa. 
• Coloração: variação do branco, amarelo ao negro. 
• Ocorrência anatômica: dorso de língua (anterior às 
papilas circunvaladas). 
• Tratamento: não é necessário (mas é indicado evitar 
alimentos com corantes e orientar quanto à higienização). 
 
 
 
 
 
 
 
10. Língua crenada: 
A língua crenada recebe esta denominação pelo aspecto 
morfológico que apresenta, decorrente da pressão da língua sobre 
a superfície lingual dos dentes, demarcando-a. 
Esta pressão pode ocorrer devido a vários fatores, principalmente 
em pacientes que apresentam um quadro clínico de estresse e 
comprimem a língua inconscientemente sobre os dentes. Porém, 
outros fatores também podem estar associados, tais como 
macroglossia e dentes ectópicos. 
• Etiologia: pressão da língua sobre a superfície lingual dos 
dentes. 
• Manobras de semiotécnica: inspeção e palpação. 
• Lesão fundamental: erosão. 
• Coloração: eritematosa (avermelhada). 
• Ocorrência anatômica: superfície lateral da língua. 
• Tratamento: não é necessário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto 
 
 
11. Varicosidades/varizes linguais: 
Caracterizam-se por vesículas ou bolhas variáveis em coloração do 
vermelho ao arroxeado que ocorrem na superfície ventral da língua 
na grande maioria dos casos, podendo também acometer a mucosa 
labial. Têm prevalência por adultos e associam-se ao processo de 
senilidade. Têm correlação direta com varizes nos membros 
inferiores. 
• Na realidade são ectasias vasculares, uma veia dilatada e 
tortuosa. 
• Etiologia: associado ao processo de senilidade 
(envelhecimento) e tendência a genética hereditária. 
• Manobras de semiotécnica: inspeção e palpação. 
• Lesão fundamental: vesículas ou bolhas. 
• Coloração: vermelhas ou arroxeadas. 
• Ocorrência anatômica: superfícies lateral e inferior da 
língua. 
• Não tem relação com alterações sistêmicas. 
• Tratamento: não é necessário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12. Nódulos de Bohn/cisto do recém 
nascido/cisto da lâmina dentária: 
Alguns pequenos cistos de desenvolvimento são achados comuns 
em crianças recém-nascidas e acabam apresentando involução 
espontânea. Clinicamente, o cisto gengival apresenta-se como um 
nódulo branco, de base larga, medindo aproximadamente 2 mm de 
diâmetro. Os cistos da linha média do palato aparecem ao longo da 
rafe palatina na junção do palato duro com o palato mole. 
• São restos de lâmina dentária que desenvolvem pápulas 
amareladas e esbranquiçadas que se rompem e 
desaparecem espontâneamente. 
• Etiologia: congênita ou genética (pode nascer com ela ou 
desenvolver depois). 
• Manobras de semiotécnica: inspeção e palpação. 
• Lesão fundamental: pápula. 
• Coloração: esbranquiçada/amarelada. 
• Ocorrência anatômica: cristas ósseas alveolares e/ou 
linha média do palato. 
• Tratamento: não é necessário (sofre rompimento 
espontâneo). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto 
 
 
13. Exostoses ósseas: 
São crescimentos ósseos benignos localizados na superfície 
cortical de um osso, e podem ser formadas de osso lamelar ou 
osso esponjoso. Apresentam-se como fileiras bilaterais de osso 
exofítico ao longo da superfície vestibular das cristas alveolares. 
Tórus (toro) Palatino: é uma das formas mais comuns de exostoses 
ósseas que afetam os maxilares. Localiza-se no terço médio do 
palato duro e é constituído de osso denso cortical, como nódulos de 
consistência pétrea, sésseis, lisos, indolores e únicos, ou pode ter 
variáveis como lobulados ou bilobulados; eventualmente, são 
múltiplos. Ocorre mais no gênero feminino e está relacionado a 
fatores genéticos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tórus (toro) Mandibular: exostose óssea que acomete a mandíbula 
e se apresenta como um crescimento da superfície lingual 
localizado na região adjacente aos pré-molares bilateralmente. Em 
raros casos é unilateral. Consiste em nódulos sésseis de 
consistência pétrea, lisos, indolores, que podem ter variáveis 
morfológicas sob o aspecto clínico, como lobulados, bilobulados ou 
múltiplos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Etiologia: genético-hereditária (pode estar associada a 
distúrbios nutricionais e hiperfunção mastigatória). 
• Manobras de semiotécnica: inspeção e palpação. 
• Lesão fundamental: nódulo. 
• Coloração: da mucosa. 
• Ocorrência anatômica: maxila (porção média da apófise 
palatina) e na mandíbula (tábua óssea alveolar lingual). 
• Consistência óssea – dura. 
• Tratamento: cirúrgico, quando necessário. 
Para Neville (1998), os toros mandibulares não são tão comuns 
como os maxilares, e sua prevalência varia de 5 a 40%. 
• Geralmente são assintomáticos e, por isso, são achados 
clínicos. 
• Existe indicação cirúrgica nos casos em que há 
necessidade de reabilitação protética e quando estes 
crescimentos estiverem interferindo no planejamento 
das próteses, sejam parciais, totais ou fixas. 
• Outra indicação para remoção destes crescimentos 
ósseos está relacionada a regiões de traumatismos 
(quaisquer que sejam estes), onde se note úlcera no lugar 
da superfície íntegra da região. 
 
 
 
 
 
14. Hipertrofia: 
Desenvolvimento exagerado de um tecido ou de um órgão pelo 
aumento de volume de suas células, aqui descritas apenas pelo 
exame físico dos pacientes. É considerada uma alteração dentro 
dos padrões de normalidade se não estiver comprometendo 
funções orgânicas ou associada a outros processos patológicos. 
Tonsilas Palatinas: volume acentuado das tonsilas visualizado por 
meio de exame físico intrabucal. Alteração morfológica sem 
conotação patológica se não houver sintomatologia. Entretanto, se 
estiver comprometendo funções orgânicas ou com quadros 
recorrentes de infecções, nesses casos, o encaminhamento ao 
especialista é obrigatório. 
 
 
 
Tonsilas – órgãos linfóides. 
 P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tonsilas Linguais: volume acentuado da tonsila lingual dentro dos 
padrões de normalidade, uni ou bilateralmente. 
 
 
 
 
 
 
 
Papilas Circunvaladas: volume acentuado das papilas situadas no 
terço posterior do dorso lingual na região do “V” ou vale lingual. 
Frequentemente, essa hipertrofia confere à inspeção modificação 
na cor, textura e tamanho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Massetérica: volume acentuado do músculo masseter inspecionado 
e palpado durante o exame físico do paciente. Pode ser uni ou 
bilateral e estar associado ao fenótipo do paciente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15. Assoalho bucal protruído: 
Em pacientes que apresentam perda parcial ou total dos dentes, 
geralmente se constata reabsorção do rebordo alveolar, que pode 
ser observada ao exame do assoalho bucal. 
 
As hipertrofias, isoladamente, estarão dentro dos padrões 
de normalidade se não houver quadro clínico 
sintomatológico. Na existência de sintomas ou sinais 
relacionados, a investigação diagnóstica torna-se 
obrigatória para a identificação do agente etiológico na 
busca do diagnóstico da doença e na remissão ou diminuição 
da sintomatologia pelas formas de tratamento indicadas. 
É importante fazer a distinção entre a parótida e 
masseter. Identificar qual que está hipertrofiado. Verificar 
se existe dor, se é unilateral ou bilateral. É importante 
fazer essa distinção, pois pode caracterizar também uma 
alteração de glândula salivar e não a hipertrofiado 
masseter. Se o paciente relatar que foi sempre assim, é 
bilateral, simétrica, pode ser normal. Mas quando 
interfere na função ou causa alguma sintomatologia, é 
necessário investigar melhor. 
Essa hipertrofia também pode ocorrer quando a pessoa 
exercita mais um lado do que o outro durante a mastigação. 
Pacientes com quadros de cancerofobia mostram-se em 
pânico quando fazem o autoexame bucal e identificam as 
hipertrofias de tonsilas linguais e papilas circunvaladas. O 
papel do profissional na orientação e explanação dessas 
alterações consideradas dentro dos padrões de 
normalidade é fundamental para diminuir a ansiedade. 
 P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto 
 
Esta reabsorção ocorre devido a forças mastigatórias locais 
(diretamente sobre o rebordo alveolar) que provocam sua 
reabsorção fisiológica. Com esta reabsorção, o assoalho bucal 
protrai e invade o espaço onde há ausência do elemento dental. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências: 
KIGNEL, Sergio. Estomatologia: bases do diagnóstico 
para o clínico geral. 3. ed. Rio de Janeiro: Santos 
Editora, 2020. 
PASSARELLI, Dulce Helena Cabelho. Atlas de 
Estomatologia: casos clínicos. Rio de Janeiro: 
Elsevier, 2017. 
Aula teórica de Diagnóstico em Odontologia. Faculdade 
Maurício de Nassau, odontologia, 2020.

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