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Nathália Machado – MED FTC Ciclo menstrual ➜ Dicionário de termos ▸Menarca: 1ª menstruação. Ocorre devido ao amadurecimento do eixo hipotálamo-hipófise- ovariano. ▸Menstruação: sangramento periódico e temporário. ▸Menacme: período reprodutivo da mulher que inicia com a menarca. ▸Climatério: período de transição entre o menacme e a senilidade. Inicia, mais ou menos, 10 anos antes da menopausa. ▸Menopausa: data da última menstruação. Para dizer que a mulher está na menopausa, é necessário que ela tenha pelo menos 12 meses de amenorréia. Ciclo Mentrual O ciclo mentrual é dividido em: - Dura cerca de 21 a 35 dias. - Duração de fluxo: 2 a 8 dias (perda de 20 a 80 mL). - Primeiro dia da menstruação = primeiro dia do ciclo menstrual (DUM) Sistema hormonal feminino: Regulação e interação O hipotálamo libera o GnRH, que atua a nível do Sistema Porta Hipotalâmico- Hipofisário, que vai atuar estimulando a hipófise a liberar FSH e LH. O FSH e LH vão agir nos ovários estimulando a produção hormonal, cujo efeito serão alterações morfológicas em órgãos alvo, ou seja, ovulação e preparação do útero para a gravidez. Ciclo Menstrual Ciclo Ovariano Ciclo Uterino Nathália Machado – MED FTC Controle Neuroendócrino GNRH/LHRH O GNRH tem uma liberação basal durante a infância, mas na puberdade, passa a ter uma liberação pulsátil (pulso a cada 1h- 2h), que desencadeará a primeira menstruação. As células alvo desse hormônio são as células gonadotrópicas da adenohipófise, cuja ação é estimular o aumento da síntese e secreção de LH e FSH. LH e FSH São hormônios peptídicos, cujo órgão alvo são os ovários e atuam tanto no desenvolvimento folicular quanto promovendo a síntese e secreção de estrógeno e progesterona. Embriologia Folicular - Em torno do 6º/7º mês de vida intrautrerina é o momento em que se tem a maior quantidade de folículos primordinais, devido a 1º divisão meiótica, cerca de 7 milhões. - Ao nascer, essa quantidade já está reduzida para cerca de 2 milhões de folículos. - Na fase da menarca, a mulher possui ainda cerca de 400 mil folículos. - No entanto, durante a vida reprodutiva, usará apenas cerca de 400 folículos. Mais importante que a redução da quantidade de folículos, é a redução da qualidade desses folículos ao longo da vida. Sistema das duas células Temos dois tipos de células durante o processo de desenvolvimento: as células da TECA (mais externas) e as células da Granulosa (mais internas). As células da teca possuem receptores de LH, enquanto as células da granulosa possuem receptores de FSH. O colesterol é convertido, sob ação do LH, a nível das células da teca, em androgênios. Esses são aromatizados em estrogênio nas células da granulosa, devido à ação do FSH. Nathália Machado – MED FTC Ciclo Ovariano Composto por três fases: ▸Fase Folicular: desenvolvimento dos folículos. ▸Fase Ovulatória: liberação dos óvulos. ▸Fase Lútea: preparação para o desenvolvimento embrionário, imaginando-se que houve fecundação. Fase folicular Quando começa: a fase folicular inicia com o primeiro dia da menstruação, que é o primeiro dia do ciclo. No primeiro dia do ciclo, o objetivo é formar um novo folículo dominante. Para isso, é preciso do auxílio do FSH. Esse é o momento em que o FSH está em seu valor mais alto no ciclo, até o terceiro dia da menstruação. O FSH vai atuar estimulando os folículos disponíveis, e a cada ciclo são recrutados cerca de 15 ou mais folículos. Aquele que tiver a maior quantidade de receptores, será o folículo com maior grau de desenvolvimento e, consequentemente, será o folículo dominante. No primeiro dia da menstruação, os níveis de estrógeno ainda estão baixos. Porém, quando o FSH estimula o amadurecimento folicular, esse folículo começa a produzir estrogênio de modo progressivo. Isto é, quanto mais desenvolvido, mais estrógeno é produzido. RESUMO Curiosidade: para mensurar a fertilidade da mulher, é necessário dosar o FSH até o 3º dia da menstruação. Quanto maior a taxa de FSH, significa que maior é o esforço da hipófise para fazer com que os ovários respondam ao estímulo. Folículo primário O crescimento folicular ocorre independente de gonadotrofinas, mesmo que não haja estímulo do FSH. Nathália Machado – MED FTC Esse folículo é composto por uma única camada de células granulosas. Folículo Secundário ou Folículo Multilaminar Nessa etapa ocorre a proliferação das células da granulosa, já é possível observar duas ou mais camadas desse tipo de célula. O crescimento folicular ocorre independente das gonadotrofinas. O oócito encontra-se envolvido pela zona pelúcida. Folículo Antral O crescimento agora depende da ação das gonadotrofinas produzidas pela hipófise. É o momento em que há formação das tecas interna e externa e início da formação do antro. Folículo Maduro ou de Graaf Possui grande quantidade de líquido antral (rico em estrógeno). O oócito está ligado às células da granulosa através do Cumulus oophorus. O folículo possui a corona radiata, que envolve o oócito. Fase Pré-Ovulatória Folículo dominante será aquele com: - Secreção maior de estradiol - Mais receptor de FSH e LD - Maior vascularização Os demais folículos sofrem atresia, não produzem mais estrógeno, a estimulação hipotalâmica é diminuida, assim como os níveis de FSH. Assim, ocorre o bloqueio do desenvolvimento da maioria dos folículos. Nathália Machado – MED FTC Fase Ovulatória O pico do estradiol, causa o pico de LH, estimulando a ovulação. O primeiro pico pré-ovulatório é o pico de estradiol. Fase ovulatória Ocorre em torno do 11º -14º dia, mas pacientes com ciclos mais curtos podem ovular antes. O pico de LH causa: - Formação do estigma - Vazamento de liquido - Rompimento do estigma - Saída do ovócito II + coroa radiada Imagem laparoscópica do momento da ovulação, esse líquido saindo do ovário contém o óvulo, que não é visível a olho nu. Curiosidade: mulheres em uso de anticoncepcional continuam produzindo folículos, porém ele desenvolve até a fase multilaminar, uma vez que, a partir do folículo antral, há dependência de gonadotrofinas para continuar desenvolvendo e o ACO diminui substancialmente os níveis de FSH. Fase lútea Ocorre a formação do corpo lúteo através das células granulosas e tecais internas. Duração aproximada: 14 dias O corpo lúteo secreta progesterona e estrógeno, mas principalmente progesterona que é o hormônio que prepara o organismo para a gestação. Após a degeneração, quando não há fecundação, ele se denomina corpo albicans. Aumento do estrogênio e progesterona: feedback negativo com a adenohipófise, para não produzir mais FSH e LH. Mas quando não ocorre a fecundação, esses níveis caem, removendo o feedback negativo, FSH e LH voltam a aumentar e inicia um novo ciclo. Nathália Machado – MED FTC Ciclo Uterino Dividido em: ▸Fase proliferativa ▸Fase secretora ▸Fase menstrual Fase proliferativa Antecede a ovulação, é a primeira fase do ciclo. Tem-se uma alta secreção de estrógeno pelas células granulosas foliculares. Ocorre a hiperplasia e hipertrofia das células endometriais, além do aumento da vasculogênese (vascularização). Fase secretora Ocorre após a ovulação. Nessa fase temos a atuação tanto do estrógeno quanto da progesterona, sendo a progesterona em maior proporção. Ocorre uma proliferação endometrial adicional promovida pelo estrógeno. A progesterona promove o acúmulo de lipídios e glicogênio no citoplasma das células endometriais e odesenvolvimento de glândulas endometriais para que forme o endométrio secretor. O endométrio secretor é o endométrio necessário para promover a implantação embrionária. Fase menstrual Involução do corpo lúteo na ausência de fecundação. Ocorre uma queda do estrógeno e da progesterona. Ocorre um vasoespasmo, necrose da camada funcional e descamação do endométrio, formando áreas hemorrágicas. Nathália Machado – MED FTC Fluxo menstrual O fluxo ocorre devido ao vasoespasmo e a queda do estímulo hormonal, que causa a necrose do endométrio. Contrações ocorrem para ajudar a expelir o conteúdo. Prostaglandinas ajudam também no momento de expelir o conteúdo descamado. Tem, em média, 40mL de sangue + 20mL de líquido seroso. Esse sangue não costuma coagular pois contém fibrolisina, que é anticoagulante. No fluxo menstrual há presença de leucócitos, deixando o útero resistente à infecções, já que o sangue é um meio de cultura de bactérias. É necessário cerca de 4 a 7 dias para reepitalização.
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