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MODIFICAÇÕES LOCAIS DO ORGANISMO MATERNO Modificações Sistêmicas ou Gerais: diversos aparelhos Modificações Locais: sistema genital ÚTERO O que vai acontecer com a consistência do útero é que ele fica amolecido como um todo. Durante a gravidez é preciso que o útero fique permissivo à gestação. Há um crescimento muito grande para conseguir aguentar o período da gestação. Alguns quadros podem aumentar ainda mais o volume uterino, como feto GIG, miomatoses etc. ➔ Volume do útero não gravídico: capacidade de 10ml, comprimento 7cm, largura 4,5 cm e espessura 2,5 cm ➔ Volume do útero gravídico: termo capacidade 5000 ml, até 10000 ml Para o útero começar a crescer, é preciso que toda a musculatura se hipertrofia. A partir da segunda metade da gestação, com o útero mais fortalecido, já ocorre uma diminuição da espessura da musculatura, para que ela possa se alongar. Há 3 camadas no útero, a camada interna (endométrio), a camada intermediária (hipertrofiada - miométrio) a camada externa (serosa). Endométrio: é feita para receber o bebê, nutre o embrião, caso não ocorra a fecundação ele descama, é a menstruação. ➔ Decídua basal - nidação ovular ➔ Decídua capsular - ao redor do ovo ➔ Decídua parietal - restante da cavidade uterina ➔ Por volta da 10 semana de gestação a capsular e parietal se unem ao trofoblasto e dão origem ao cório (placenta e bolsa d'água Miométrio: estiramento, hipertrofia, permitindo crescimento do útero. Fibras de forma longitudinal e paralela (assim como os vasos). Na cesárea normal a incisão é segmentar transversa. O corte da pele pode ser diferente da incisão no útero. Existem casos em que o corte no útero é na vertical, ainda que o da pele seja transversal. Perimétrio: peritônio visceral, fica em torno do útero. O útero tem um peso inicial em torno de 70g. Tem a forma de pêra e intrapélvico. Um dos sinais clínicos que chamam atenção no exame físico é o do crescimento assimétrico do útero (sinal de Piskacek). Até a 12a semana, ele cresce em todas as direções, de forma globosa, até a parada por isquemia, preenchendo todo o fundo de saco vaginal - deixa de ser uma forma cônica (ao exame de toque) - sinal de Noble-Budin. A partir da 20a semana, há uma modificação do formato uterino, para a forma cilíndrica - com a melhora do fluxo sanguíneo e crescimento fetal. Depois, começa a crescer longitudinalmente, com desenvolvimento da região ístmica, que é onde haverá a apresentação fetal. No trabalho de parto ocorrem contrações efetivas que levam a modificação do colo uterino para nascimento, ocorre esvaecimento cervical, ou seja o colo fica mais fino e dilatado formando o canal de parto. A posição do útero não gravídico dentro da pelve, geralmente, fica em ante-verso-flexão, algumas mulheres apresentam o útero retrovertido. Na gestação, o colo fica mais amolecido (Sinal de Hegar). À medida que o útero vai crescendo, ele tomba mais para a direita (destrovertido) devido à presença do sigmóide no flanco E, isso comprime mais o ureter à direita. A região comprimida no ureter chama-se linha inominada. Consequentemente, por essa compressão, há uma estase urinária maior, esperando-se uma hidronefrose à direita. Além disso, comprime-se os grandes vasos, como a aorta e V. cava inferior, e isso pode causar hipotensão supina - recomenda-se a gestante deitar sempre do lado esquerdo, para descomprimir os grandes vasos e não comprometer a oxigenação do bebê. Sinais clínicos: Sinal de Piskacek: crescimento assimétrico; Sinal de Nobile-Budin: ausência do espaço lateral no colo do útero devido crescimento; Sinal de Hegar: amolecimento do colo uterino nas primeiras semanas de gestação. A medição do fundo do útero é feita através da medida da sínfise púbica até o fundo uterino. Até, mais ou menos, a 34a semana, essa medida é compatível (número de cm e semana). ● Se há uma discrepância muito grande entre altura uterina e idade gestacional, deve-se investigar o motivo. ● Até 2 cm a mais ou a menos, pode ser considerado normal. Com a mudança de posição da coluna, o centro de gravidade também se modifica, e por isso a gestante passa a ter uma marcha anserina. Coloração do útero passa a ser vinhosa devido aumento da vascularização COLO Coloração: arroxeada Consistência: amolecida - Sinal de Goodell Há diversas glândulas na porção interior do colo, à medida que as glândulas aumentam, há uma eversão - causando uma ectopia (comum nas gestantes). Quando a ectopia estiver intensa, é importante evitar relação sexual para evitar sangramento e consequentemente, uma situação de ansiedade na gestante. Essa hipertrofia glandular ocorre para aumentar a secreção de muco e proteger o feto (rolha de Schroeder - muco exteriorizado). É posteriorizado e alongado - ao tocar, ele se localiza para trás e longo. À medida que o trabalho de parto começa a ser preparado, o colo se anterioriza, se dilata e se encurta: formação do canal de parto. OVÁRIOS Aumento da vascularização, maturação do corpo lúteo, o que mantém a gestação até a 11a/12a semana. Se fizer ultrassom neste momento pode ver um cisto no ovário, o que é normal, indica apenas a maturação do corpo lúteo. Quando não há maturação adequada do corpo lúteo há risco de abortamento devido a dificuldade de manter o nível de progesterona adequado (Síndrome de Insuficiência do Corpo Lúteo). OVIDUTOS Aumento da vascularização, aumento das fímbrias, hipertrofia do ligamento redondo. VAGINA Deve estar preparada, portanto há aumento da musculatura lisa e afrouxamento do tecido conjuntivo (muito tecido conjuntivo dificulta a elasticidade), com isso, suas paredes ficam aumentadas e as paredes perdem a rugosidade, facilitando o canal de parto. Ocorre também aumento da vascularização mudando a coloração de avermelhado para arroxeado (Sinal de Kluge) e no toque vaginal há percepção ao toque da pulsação da artéria vaginal (Sinal de Osiander) “Por que grávida tem mais corrimento?” Pois aumenta o fluxo de secreção vaginal, com reprodução maior de bacilos Doderlein, com maior glicogenólise, que aumentará a concentração de ácido láctico o que pode aumentar a acidez vaginal - maior risco de candidíase: recomenda-se usar calcinhas de algodão. Sempre que houver queixa de corrimento vaginal, é preciso ver se há indicação de tratamento, pois infecções podem aumentar a concentração de prostaglandinas que induz o trabalho de parto prematuro. VULVA Hipertrofia, podendo manter pequenos lábios entreabertos. Aumento da vascularização, tendo tom violáceo. (Sinal de Jacquemier). A região externa tem hiperpigmentação, até o períneo fica mais escurecido. MAMAS Hipersensibilidade: há um aumento de sensibilidade mamária que diminui até a 10a semana. Hipertrofia do tecido alveolar: ocorre hipertrofia de tecido alveolar, com um crescimento mamário. Aumento da vascularização: rede venosa de Haller - Para ter aumento de qualquer estrutura, é preciso ter aumento de vascularização. No mamilo, há aumento do número de pigmento, além de aparecimento de aréola externa (sinal de hunter) - a amamentação precisa acompanhar a aréola, não só o bico, pois isso é o que previne o machucado. À medida que essa aréola aumenta, aumentam também as glândulas sebáceas que ficam hipertróficas e salientes - Tubérculos de Montgomery. Depois da amamentação, recomenda-se passar o próprio leite para proteger a mama. Pode-se usar casca de banana ou de mamão, pois elas são ricas em papaína que é cicatrizante. Secreção mamária incolor ocorre a partir da 20a semana - colostro. Indicar que as pacientes não estimulem as mamas, pois este estímulo pode liberar ocitocina, que também conduz contração uterina, podendo levar a um parto prematuro. Aparecem estrias avermelhadas pelo aumento de vascularização do tecido conjuntivo subdérmico. No pós parto ocorre a apojadura: descida brusca do leite.
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