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1) Como se dá o controle do poder discricionário pelo Judiciário? * Os atos discricionários são passíveis de sofrer controle judicial. Entretanto, devem ser observados alguns limites para essa atuação, uma vez que não poderia o Judiciário invadir o espaço que foi assegurado por lei ao administrador para agir de acordo com a conveniência e a oportunidade do caso concreto. O que deve ser exercido é um controle de conformidade do ato com os princípios da proporcionalidade, razoabilidade e moralidade. Verificando-se desconformidade, o ato administrativo poderá ser anulado. Um exemplo de desconformidade seria a hipótese do desvio de poder, ou desvio de finalidade, em que a autoridade se utiliza da discricionariedade para atingir escopo diverso do pregado pela lei. 2) Um determinado fiscal de vigilância sanitária do Estado, ao cumprir disposição contida em portaria da vigilância sanitária, executou uma operação de fiscalização em alguns restaurantes situados no centro da cidade do Rio de Janeiro, onde acabou por destruir todo o estoque de gêneros alimentícios perecíveis que se encontravam na câmara frigorífica de um dos estabelecimentos fiscalizados. A destruição do estoque, alegou o fiscal posteriormente, deveu-se à impossibilidade de separar os produtos que já estavam com o prazo de validade vencido, daqueles que, ainda, se encontravam dentro da validade. O dono do estabelecimento fiscalizado, um restaurante, procura um advogado com o objetivo de se consultar acerca de possíveis medidas judiciais em face do Estado, em virtude dos prejuízos de ordem material sofrido. Na qualidade de advogado do dono do estabelecimento comercial, indique quais poderes administrativos você consegue verificar na questão e se foram exercidos de forma regular ou não * Pode-se verificar, neste caso, o exercício do poder de polícia administrativa. Entretanto, ao meu ver, não foram observados os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, tendo em vista que o ato praticado foi exagerado diante do caso concreto e excessivamente oneroso para o particular. 3) Por intermédio de que atos o Estado exerce seu poder normativo? * O Estado exerce seu poder normativo através de atos normativos tais como a edição de portarias, resoluções, instruções normativas, deliberações, entre outros. Dentro do poder normativo existe o poder regulamentar, que confere ao Chefe do Poder Executivo a prerrogativa de editar atos complementares à lei, através de regulamentos. 4) Defina os elementos do poder de polícia (ou “ciclos”, como referido no artigo de Floriano de Azevedo Marques) e exemplifique cada um deles * Segundo Floriano Azevedo Marques, o poder de polícia tem 3 funções, que se manifestam em momentos diferentes. São elas: No primeiro momento, a função regulamentar, que se exerce através de atos como regulamentos, decretos, portarias e instruções. No segundo momento, a função preventiva, que se exerce através da fiscalização e do monitoramento das atividades do particular. São exemplos ordens, alvarás, notificações, inspeções, licenças e autorizações. No terceiro momento, a função repressiva, que nada mais é do que a atividade reativa da administração em face do desregramento da conduta dos administrados diante do comando ordenador. São exemplos, entre outros, as sanções, as medidas coercitivas, os embargos e as apreensões. 5) Conceitue delegação e avocação, e explique em que casos são admitidas e vedada(s) no Di. Adm. brasileiro * Delegação é quando um órgão administrativo delega parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. Enquanto a delegação transfere o exercício da competência de órgão superior para órgão inferior na cadeia hierárquica, a avocação transfere o exercício da competência de órgão inferior para órgão superior. Não podem ser objeto de delegação a edição de atos de caráter normativo, a decisão de recursos administrativos e as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade. A avocação somente é permitida em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados. 6) A lei federal 1234 estabeleceu novas diretrizes pra o ensino médio no país, determinando a inclusão de Di. Constitucional como disciplina obrigatória. Para regulamentar a aplicação da lei, o Presidente da República editou o Decreto 101 que, a fim de atender à nova exigência legal, impõe às escolas públicas e particulares, a instituição de aulas de Di. Constitucional, de Di. Administrativo e noções de Direito do Consumidor, no mínimo, de uma hora semanal por disciplina, com professores diferentes para cada uma. Com base na hipótese apresentada, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir 6.1) considerando o poder regulamentar, conferido à Administração Pública, de editar atos normativos gerias para complementar os comentados legislativos e sua paliação, é válido o Decreto expedido pelo Chefe do Poder Executivo? Que poder ele exerceu? Qual dispositivo constitucional aplicável? * O Poder Regulamentar, previsto no art. 84, IV da Constituição Federal é conferido ao Chefe do Poder Executivo para sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução. Entretanto, o decreto extrapolou o que havia sido previsto pela lei 1234 ao impor também a instituição de aulas de Direito Administrativo e de direito do Consumidor e, dessa forma, feriu o princípio da legalidade consagrado pelo art. 37 da Constituição. 6.2) O ato expedido pelo chefe do Poder Executivo está sujeito a controle pelo Poder Legislativo? Qual dispositivo constitucional trata do assunto? * Nesse caso, o Congresso Nacional poderia sustar o ato praticado pelo chefe do Poder Executivo, uma vez tendo exorbitado do poder regulamentar, conforme previsto pelo art. 49, IV da Constituição Federal. 7) Em que julgamento o STF entendeu que a verdade sabida violava direitos constitucionais? Quais direitos fundamentais foram considerados desrespeitados pela decisão para assim considerar? O STF entendeu que a verdade sabida violava direitos constitucionais na ADI 2.120/AM, que considerou que o critério da verdade sabida era uma afronta ao direito à ampla defesa e ao devido processo legal.
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