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PAPA CONCURSOS | DIREITO ADMINISTRATIVO “DO ZERO”: PODERES E DEVERES ADMINISTRATIVOS 
| PROF. MARCELO SOBRAL 
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Disciplina: Direito Administrativo 
Professor: Marcelo Sobral 
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PAPA CONCURSOS | DIREITO ADMINISTRATIVO “DO ZERO”: PODERES E DEVERES ADMINISTRATIVOS 
| PROF. MARCELO SOBRAL 
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PODERES E DEVERES ADMINISTRATIVOS 
 
 Deveres Administrativos 
 - Poder-dever de AGIR: no Direito Privado, o poder de agir é mera faculdade. Já no Direito 
Administrativo é uma IMPOSIÇÃO pois o interesse público deve ser alcançado. Duas principais 
consequências: 
 a) Irrenunciabilidade dos poderes administrativos. 
 b) A omissão do agente, quando a lei exige sua atuação, caracteriza abuso de poder. 
 - Dever de EFICIÊNCIA: confunde-se com o princípio da eficiência, trazido ao Texto 
Constitucional através da EC 19/98. Duas principais consequências: 
 a) Exigência de elevado padrão de qualidade na atividade administrativa. 
 b) Imposição que a atuação administrativa seja pautada por celeridade, perfeição técnica, 
economicidade, coordenação, controle, entre outros. 
 - Dever de PROBIDADE: agente público deve atuar com ética, honestidade e boa-fé, em 
sintonia com o princípio da moralidade. Este dever tem como principal consequência a Lei 8.429/92 
(Improbidade Administrativa). 
 - Dever de PRESTAR CONTAS: decorre do princípio da indisponibilidade do interesse público, 
alcança qualquer agente que, de alguma maneira, seja responsável pela gestão ou conservação de bens 
públicos. 
Já caiu em concurso!!! 
Assim como o administrador de empresas privadas, o administrador público tem o poder de agir, o que lhe 
faculta a escolha de agir ou não no exercício de sua função. ERRADO 
 
 Poderes Administrativos 
 Todas as citações feitas abaixo foram extraídas do livro do Professor Hely Lopes Meirelles. 
 - Poder VINCULADO: o poder vinculado “ou regrado é aquele que o direito positivo confere à 
Administração Pública para a prática de ato de sua competência, determinando os elementos e requisitos 
necessários à sua formalização. Nesses atos a norma legal condiciona a sua expedição aos dados constantes 
de seu texto. Daí se dizer que tais atos são vinculados ou regrados, significando que, na sua prática, o agente 
público fica inteiramente preso ao enunciado da lei, em todas as suas especificações. Nessa categoria de 
atos administrativos, a liberdade de ação do administrador é mínima, pois terá que se ater à enumeração 
minuciosa do direito positivo para realizá-los eficazmente”. 
 - Poder DISCRICIONÁRIO: “poder discricionário é o que o direito concede à Administração, 
de modo explícito ou implícito, para a prática de atos administrativos com liberdade na escolha de sua 
conveniência, oportunidade e conteúdo”. A discricionariedade, quando presente, aparece nos elementos 
motivo e/ou objeto do ato administrativo, traduzindo o chamado mérito administrativo. Como limites desse 
poder temos os princípios jurídicos, sobretudo os da razoabilidade e da proporcionalidade. 
***Maria Sylvia Zanella Di Pietro entende que discricionariedade e vinculação não são poderes 
administrativos, mas sim atributos de outros poderes e competências da Administração Pública. Entretanto, 
nas provas do CESPE/UNB e da FCC é comum a presença das expressões “poder vinculado” e “poder 
discricionário”, conforme anotado por Hely Lopes Meirelles. 
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PAPA CONCURSOS | DIREITO ADMINISTRATIVO “DO ZERO”: PODERES E DEVERES ADMINISTRATIVOS 
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 - Poder HIERÁRQUICO: “Poder hierárquico é o de que dispõe o Executivo para distribuir e 
escalonar as funções de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo a relação 
de subordinação entre os servidores do seu quadro de pessoal. Poder hierárquico e poder disciplinar não se 
confundem, mas andam juntos por serem os sustentáculos de toda organização administrativa como 
manifestação da hierarquia”. Neste ponto, importante salientar que encontramos níveis de subordinação 
entre órgãos e agentes públicos sempre no âmbito de uma mesma pessoa jurídica. 
Ou seja, não há subordinação entre a Administração Direta e as entidades da Administração 
Indireta (Autarquias – ex: INSS, Fundações Públicas – ex: FIOCRUZ, Empresas Públicas – ex: BNDES e 
Sociedades de Economia Mista – ex: Petrobras). 
Do poder hierárquico decorrem, ainda, a possibilidade de avocação (art. 15, Lei 9.784/99) e 
delegação (art. 12, Lei 9.784/99) de competências. Vejamos os artigos: 
Lei 9.784/99 
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da 
sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente 
subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, 
jurídica ou territorial. 
Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a 
avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior. 
 Importante aqui o ensinamento de Hely Lopes Meirelles: “Pela avocação substitui-se a 
competência do inferior pela do superior hierárquico, com todas as consequências dessa substituição, 
notadamente a deslocação do juízo ou da instância para ajustá-lo ao da autoridade avocante em caso de 
demanda”. Ou seja, é o mesmo raciocínio que foi utilizado pelo STF na edição da súmula 510, a qual fala 
sobre delegação: 
Súmula 510/STF: PRATICADO O ATO POR AUTORIDADE, NO EXERCÍCIO DE COMPETÊNCIA DELEGADA, 
CONTRA ELA CABE O MANDADO DE SEGURANÇA OU A MEDIDA JUDICIAL. 
 Toda distribuição de competências resulta numa estrutura hierárquica? Nas palavras de Di 
Pietro, “Há de se observar que a relação hierárquica é acessória da organização administrativa. Pode haver 
distribuição de competências dentro da organização administrativa, excluindo-se a relação hierárquica 
com relação a DETERMINADAS ATIVIDADES. É o que acontece, por exemplo, nos órgãos consultivos que, 
embora incluídos na hierarquia administrativa para fins disciplinares, por exemplo, fogem à relação 
hierárquica no que diz respeito ao exercício de suas funções. Trata-se de determinadas atividades que, por 
sua própria natureza, são incompatíveis com uma determinação de comportamento por parte do superior 
hierárquico. Outras vezes, acontece o mesmo porque a própria lei atribui uma competência, com 
exclusividade, a determinados órgãos administrativos, em especial os colegiados, excluindo, também, a 
interferência de órgãos superiores”. 
Existe poder hierárquico no Judiciário e no Legislativo? Conforme ensina Di Pietro, “Nos 
Poderes Judiciário e Legislativo não existe hierarquia no sentido de relação de coordenação e 
subordinação, no que diz respeito às suas funções institucionais. No primeiro, há uma distribuição de 
competências entre instâncias, mas uma funcionando com independência em relação à outra; o juiz da 
instância superior não pode substituir-se ao da instância inferior, nem dar ordens ou revogar e anular os atos 
por este praticados. Com a aprovação da Reforma do Judiciário pela Emenda Constitucional nº 45/2004, cria-
se uma hierarquia parcial entre o STF e todos os demais órgãos do Poder Judiciário, uma vez que suas decisões 
sobre matéria constitucional, quando aprovadas como súmulas, nos termos do artigo 103-A, introduzido na 
Constituição, terão efeito vinculante para todos . O mesmo ocorrerá com as decisões definitivas proferidas 
em ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratóriasde constitucionalidade de lei ou ato 
normativo federal ou estadual (art. 102, § 2º) . No Legislativo, a distribuição de competências entre Câmara 
e Senado também se faz de forma que haja absoluta independência funcional entre uma e outra Casa do 
Congresso”. 
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- Os servidores públicos estão sujeitos à hierarquia no exercício de suas atividades funcionais. Considerando 
esse aspecto, o poder disciplinar a que estão sujeitos é decorrente dessa hierarquia, visto que guarda relação 
com o vínculo funcional existente e observa a estrutura organizacional da Administração pública para 
identificação da autoridade competente para apuração e punição por infrações disciplinares. 
- Decorre do poder hierárquico o poder de revisão, por superior, dos atos praticados por subordinado. 
- A avocação se verifica quando o superior chama para si a competência de um órgão ou agente público que 
lhe seja subordinado. Esse movimento, que é excepcional e temporário, decorre do poder administrativo 
hierárquico. 
- Os poderes hierárquicos do Chefe do Poder Executivo compreendem a possibilidade de dar ordens aos 
gestores que lhe estejam hierarquicamente subordinados, desde que compatíveis com o Direito. 
- Maurício, chefe imediato de João (ambos servidores públicos distritais), determinou que este participasse 
de reunião de trabalho em Fortaleza – CE nos dias nove e dez de janeiro. João recebeu o valor das diárias. No 
dia oito de janeiro, João sofreu um acidente de carro e, conforme atestado médico apresentado para 
Maurício, teve de ficar de repouso por três dias, razão pela qual não pôde viajar. Essa foi a primeira vez no 
bimestre que João teve de se afastar do serviço por motivo de saúde. 
Acerca dessa situação hipotética e de aspectos legais e doutrinários a ela relacionados, julgue o item a seguir. 
A competência de Maurício para determinar que João participasse da reunião de trabalho decorre do poder 
hierárquico. 
2.2.4 Poder DISCIPLINAR: cabe à Administração Pública apurar infrações e aplicar 
penalidades. Este poder se manifesta em duas esferas: 
 a) punição interna de infrações funcionais cometidas por agentes públicos. 
 b) punição de infrações administrativas cometidas por particulares ligados à Administração 
Pública por algum vínculo jurídico específico. Por exemplo, vínculo funcional ou contratual. Exemplos: 
empresas contratadas pelo Estado para executar obras públicas ou prestar serviços públicos; estudantes de 
escola pública. 
 Percebemos que, na hipótese “a”, o poder disciplinar decorre do poder hierárquico. O 
mesmo não ocorre na hipótese “b”. 
 Poder disciplinar não se confunde com a punição criminal. “Não se deve confundir o poder 
disciplinar da Administração com o poder punitivo do Estado, realizado através da Justiça Penal. 0 poder 
disciplinar é exercido como faculdade punitiva interna da Administração, e, por isso mesmo, só abrange as 
infrações relacionadas com o serviço; a punição criminal é aplicada com finalidade social, visando a repressão 
de crimes e contravenções definidas nas leis penais e por esse motivo é realizada fora da Administração ativa, 
pelo Poder Judiciário”. 
 O poder disciplinar é DISCRICIONÁRIO – as leis administrativas, normalmente, estabelecem 
alguma margem de escolha na aplicação das sanções e no preenchimento dos tipos das infrações 
administrativas. Vejamos um exemplo extraído do Estatuto dos Servidores Públicos Civis da União: 
Lei 8.112/90 
Art. 117. Ao servidor é proibido: (Vide Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) 
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função 
pública; 
Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos: 
XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2225-45.htm
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 Perceba que, uma vez violado o art. 117, IX, o servidor será demitido. Entretanto, quais 
condutas do servidor configuram “valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em 
detrimento da dignidade da função pública”? É um conceito aberto, que vai ser preenchido com 
DISCRICIONARIEDADE pelo superior hierárquico competente para aplicação da punição. 
 Entretanto, cumpre ressaltar que, cometida a falta, é DEVER da Administração apurá-la, e 
não apenas uma faculdade! 
 Contraditório e ampla defesa devem ser observados SEMPRE no processo administrativo 
punitivo! Importante lembrar que, nos termos da súmula vinculante n. 5/STF, a presença do advogado não é 
obrigatória no processo administrativo disciplinar. Vejamos: 
Súmula Vinculante 05/STF: A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não 
ofende a Constituição. 
 Duas observações importantes trazidas por Hely Lopes Meirelles: 
a) Não se aplica ao poder disciplinar o princípio da pena específica que domina 
inteiramente o Direito Criminal comum, ao afirmar a inexistência da infração penal sem prévia lei que a 
defina e apene: "nullum crimen, nulla poena sine lege". Esse princípio não vigora em matéria disciplinar. O 
administrador, no seu prudente critério, tendo em vista os deveres do infrator em relação ao serviço e 
verificando a falta, aplicará a sanção que julgar cabível, oportuna e conveniente, dentre as que estiverem 
enumeradas em lei ou regulamento para a generalidade das infrações administrativas. 
b) A motivação da punição disciplinar é sempre imprescindível para a validade da pena. O 
discricionarismo disciplinar circunscreve-se à escolha da penalidade dentre as várias possíveis, à graduação 
da pena, à oportunidade e conveniência de sua imposição. Mas, quanto à existência da falta e aos motivos 
em que a Administração embasa a punição, não podem ser omitidos ou olvidados no ato punitivo. 
SÚMULA VINCULANTE 05 STF A falta de defesa técnica por advogado no processo 
administrativo disciplinar não ofende a Constituição. 
Súmula 591 STJ É permitida a prova emprestada no processo administrativo disciplinar, 
desde que devidamente autorizada pelo juízo competente e respeitados o contraditório e a ampla defesa. 
Súmula 611 STJ: Desde que devidamente motivada e com amparo em investigação ou 
sindicância, é permitida a instauração de processo administrativo disciplinar com base em denúncia anônima, 
em face do poder-dever de autotutela imposto à Administração. 
Já caiu em concurso!!! 
- Considere as seguintes assertivas concernentes ao poder disciplinar: 
I. A Administração pública, ao tomar conhecimento de infração praticada por servidor, deve instaurar o 
procedimento adequado para sua apuração. 
II. A Administração pública pode levar em consideração, na aplicação da pena, a natureza e a gravidade da 
infração e os danos que dela provierem para o serviço público. 
III. No procedimento administrativo destinado a apurar eventual infração praticada por servidor, devem ser 
assegurados o contraditório e a ampla defesa com os meios e recursos a ela inerentes. 
IV. A falta grave é punível com a pena de suspensão e caberá à Administração pública enquadrar ou não um 
caso concreto em tal infração. 
O poder disciplinar, em algumas circunstâncias, é considerado discricionário. Há discricionariedade APENAS 
nos itens 
 a) I e IV. 
 b) I e II. 
 c) I e III. 
 d) III e IV. 
 e) II e IV. 
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 - Poder regulamentar: “é a faculdade de que dispõem os Chefes de Executivo (Presidente da 
República, Governadores e Prefeitos) de explicitar a lei para sua correta execução, ou de expedir decretos 
autônomos sobre matéria de sua competência ainda não disciplinada por lei” - entendimento daDi Pietro + 
Hely Lopes - HÁ DIVEGERGÊNCIA com Carvalho Filho! 
Primeiro, vamos estudar com fundamento na Di Pietro. 
 O poder regulamentar configura espécie do gênero poder normativo da Administração! 
Vejamos Maria Sylvia Zanella Di Pietro: “Normalmente, fala-se em poder regulamentar; preferimos falar 
em poder normativo, já que aquele não esgota toda a competência normativa da Administração Pública; 
é apenas uma de suas formas de expressão, coexistindo com outras, conforme se verá. Além do decreto 
regulamentar, o poder normativo da Administração ainda se expressa por meio de resoluções, portarias, 
deliberações, instruções, editadas por autoridades que não o Chefe do Executivo. Note-se que o artigo 87, 
parágrafo único, inciso II, outorga aos Ministros de Estado competência para “expedir instruções para a 
execução das leis, decretos e regulamentos”. Há, ainda, os regimentos, pelos quais os órgãos colegiados 
estabelecem normas sobre o seu funcionamento interno. Todos esses atos estabelecem normas que têm 
alcance limitado ao âmbito de atuação do órgão expedidor. Não têm o mesmo alcance nem a mesma 
natureza que os regulamentos baixados pelo Chefe do Executivo”. 
 Pela leitura do primeiro parágrafo percebemos dois tipos de manifestação do poder 
regulamentar: um ocorre quando o Chefe do Executivo, ao editar o decreto, busca elucidar o texto legal, de 
maneira a facilitar sua execução. É o chamado decreto REGULAMENTAR ou regulamento de execução. Segue 
um exemplo: 
Lei 7.418/1985 – Lei do vale transporte 
Art. 8º - Asseguram-se os benefícios desta Lei ao empregador que proporcionar, por meios próprios ou 
contratados, em veículos adequados ao transporte coletivo, o deslocamento integral de seus trabalhadores. 
 O Decreto 95.247/1987 complementou o artigo supracitado. Veja: 
Art. 4° Está exonerado da obrigatoriedade do Vale-Transporte o empregador que proporcionar, por meios 
próprios ou contratados, em veículos adequados ao transporte coletivo, o deslocamento, residência-trabalho 
e vice-versa, de seus trabalhadores. 
Parágrafo único. Caso o empregador forneça ao beneficiário transporte próprio ou fretado que não cubra 
integralmente os deslocamentos deste, o Vale-Transporte deverá ser aplicado para os segmentos da viagem 
não abrangidos pelo referido transporte. 
 Se o decreto ultrapassar seus limites e invadir matéria que esteja reservada ao Poder 
Legislativo, cabe ao Congresso Nacional suspender essa atuação. Vejamos: 
CRFB/88 
O Congresso Nacional tem competência para sustar atos normativos do Executivo que exorbitem do poder 
regulamentar (CF, art. 49, V). 
Outro tipo se apresenta na edição de decreto não com fundamento na lei, mas sim 
diretamente na Constituição. É o chamado decreto AUTÔNOMO ou regulamento autônomo. Vejamos: 
CRFB/88 
Art. 84 Compete privativamente ao Presidente da República: 
VI - dispor, mediante decreto, sobre:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem 
criação ou extinção de órgãos públicos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;(Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 
2001) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc32.htm
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 Abaixo, exemplo de um decreto com fundamento direto no art. 84, VI, “b”: 
DECRETO Nº 7.164, DE 29 DE ABRIL DE 2010. 
 
Dispõe sobre a extinção de cargos efetivos vagos nos 
quadros de pessoal do Ministério da Agricultura, Pecuária 
e Abastecimento e do Departamento de Polícia Federal do 
Ministério da Justiça. 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VI, alínea “b”, da 
Constituição, 
DECRETA: 
Art. 1o Ficam extintos, no âmbito do Poder Executivo Federal, cargos efetivos vagos nos quantitativos 
relacionados no Anexo I, integrantes dos quadros de pessoal do Ministério da Agricultura, Pecuária e 
Abastecimento e do Departamento de Polícia Federal do Ministério da Justiça. 
 Perceba que, no caso acima, o Presidente da República, diretamente através de Decreto, 
extinguiu cargos públicos, os quais em regra são criados e extintos por lei! 
 Deslegalização – Conforme José dos Santos Carvalho Filho, “Modernamente, contudo, em 
virtude da crescente complexidade das atividades técnicas da Administração, aceitar-se o fenômeno da 
deslegalização, pelo qual a competência para regular certas matérias se transfere da lei (ou ato análogo) 
para outras fontes normativas por autorização do próprio legislador: a normatização sai do domínio da lei 
(domaine de la loi) para o domínio de ato regulamentar (domaine de l’ordonnance). 
 (...) 
 Não obstante, é importante ressaltar que referida delegação não é completa e integral. Ao 
contrário, sujeita-se a limites. Ao exercê-la, o legislador reserva para si a competência para o regramento 
básico, calcado nos critérios políticos e administrativos, transferindo tão somente a competência para a 
regulamentação técnica mediante parâmetros previamente enunciados na lei. É o que no Direito americano 
se denomina ‘delegação com parâmetros’. Daí poder afirmar-se que a delegação só pode conter a 
discricionariedade técnica. 
 (...) 
 Exemplos dessa forma especial do poder regulamentar têm sido encontrados na instituição 
de algumas agências reguladoras, entidades autárquicas às quais o legislador tem delegado a função de criar 
as normas técnicas relativas a seus objetivos institucionais. É o caso da Agência Nacional de Energia Elétrica 
– ANEEL e da Agência Nacional de Telecomunicações – ANATEL, em cuja competência se insere a produção 
de normas técnicas para os setores de energia elétrica e telecomunicações, objeto de sua atuação 
controladora”. 
Agora, com fundamento em Carvalho Filho. Vejamos: 
"Sob o enfoque de que os atos podem ser originários e derivados, o poder regulamentar é de 
natureza derivada (ou secundária): somente é exercido à luz de lei preexistente. Já as leis constituem atos 
de natureza originária (ou primária), emanando diretamente da Constituição. 
 Nesse aspecto, é importante observar que só se considera poder regulamentar típico a 
atuação administrativa de complementação de leis, ou atos análogos a elas. Daí seu caráter derivado. Há 
alguns casos, todavia, que a Constituição autoriza determinados órgãos a produzirem atos que, tanto como 
as leis, emanam diretamente da Carta e têm natureza primária; inexiste qualquer ato de natureza legislativa 
que se situe em patamar entre a Constituição e o ato de regulamentação, como ocorre com o poder 
regulamentar. Serve como exemplo o art. 103-B, da CF, inserido pela EC nº45/2004, que, instituindo o 
Conselho Nacional de Justiça, conferiu a esse órgão atribuição para “expedir atos regulamentares no âmbito 
de sua competência, ou recomendar providências”. A despeito dos termos da expressão (“atos 
regulamentares”), tais atos não se enquadram no âmbito do verdadeiro poder regulamentar; como terão por 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%207.164-2010?OpenDocument
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escopo regulamentar a própria Constituição, serão eles autônomos e de natureza primária, situando-se no 
mesmo patamar em que se alojam as leis dentro do sistema de hierarquia normativa." 
Conclusão: Carvalho Filho admite poder regulamentar com fundamento na CF? NÃO! 
Outro ponto a ser destacado do mesmo autor: "A formalização do poder regulamentar se 
processa, basicamente, por decretos e regulamentos. Nesse sentido é que o art. 84, IV, da Constituição 
Federal dispõe que ao Presidente da República compete expedir decretos e regulamentos para a fiel execução 
das leis. Pelo princípio da simetria constitucional, o mesmo poder é conferido a outros Chefes do Poder 
Executivo (governadores, prefeitos, interventores) para os mesmos objetivos. 
Há também atos normativos que, editados por outras autoridades administrativas, podem 
caracterizar-se como inseridos no poder regulamentar. É o caso de instruções normativas, resoluções, 
portarias etc. Tais atos têm frequentemente um círculo de aplicação mais restrito, mas, veiculando normas 
gerais e abstratas para a explicitação das leis, não deixam de ser, a seu modo, meios de formalização do 
poder regulamentar." 
 Conclusão: para Carvalho Filho, o Poder Regulamentar é privativo do Chefe do Poder 
Executivo? Não!! - Entendimento já adotado no CESPE! 
 O Poder Regulamentar depende de expressa autorização legal? NÃO!! Conforme Hely Lopes 
Meirelles, “No poder de chefiar a Administração está implícito o de regulamentar a lei e suprir, com normas 
próprias, as omissões do Legislativo que estiverem na alçada do Executivo. Nem toda lei depende de 
regulamento para ser executada, mas toda e qualquer lei pode ser regulamentada se o Executivo julgar 
conveniente fazê-lo”. 
 Qual é a diferença entre atos regulamentares de primeiro grau e de segundo grau? Para José 
dos Santos Carvalho Filho. “Por esse motivo é que, considerando nosso sistema de hierarquia normativa, 
podemos dizer que existem graus diversos de regulamentação conforme o patamar em que se aloje o ato 
regulamentador. Os decretos e regulamentos podem ser considerados como atos de regulamentação de 
primeiro grau; outros atos que a eles se subordinem e que, por sua vez, os regulamentem, evidentemente 
com maior detalhamento, podem ser qualificados como atos de regulamentação de segundo grau, e assim 
por diante. Como exemplo de atos de regulamentação de segundo grau, podemos citar as instruções 
expedidas pelos Ministros de Estado, que têm por objetivo regulamentar as leis, decretos e regulamentos, 
possibilitando sua execução”. 
Três hipóteses interessantes citadas por Hely Lopes Meirelles: “As leis que trazem a 
recomendação de serem regulamentadas não são exeqüíveis antes da expedição do decreto regulamentar, 
porque esse ato é conditio juris da atuação normativa da lei. Em tal caso, o regulamento opera como condição 
suspensiva da execução da norma legal, deixando seus efeitos pendentes até a expedição do ato do Executivo. 
Mas, quando a própria lei fixa o prazo para sua regulamentação, decorrido este sem a publicação do decreto 
regulamentar, os destinatários da norma legislativa podem invocar utilmente seus preceitos e auferir todas 
as vantagens dela decorrentes, desde que possa prescindir do regulamento, porque a omissão do Executivo 
não tem o condão de invalidar os mandamentos legais do Legislativo. Todavia, se o regulamento for 
imprescindível para a execução da lei, o beneficiário poderá utilizar-se do mandado de injunção para obter 
a norma regulamentadora (CF, art. 5.º, LXXI)”. 
Sobre o abuso de poder regulamentar vejamos o Carvalho Filho: “Poder regulamentar, 
portanto, é a prerrogativa conferida à Administração Pública de editar atos gerais para complementar a lei e 
permitir a sua efetiva aplicação. A prerrogativa, registre-se, é apenas para complementar a lei; não pode, 
pois, a Administração alterá-la a pretexto de estar regulamentando. Se o fizer, cometerá abuso de poder 
regulamentar, invadindo a competência do Legislativo”. 
 
 
 
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Já caiu em concurso!!! 
- O exercício do poder regulamentar é privativo do chefe do Poder Executivo da União, dos estados, do DF e 
dos municípios. 
- José, chefe do setor de recursos humanos de determinado órgão público, editou ato disciplinando as regras 
para a participação de servidores em concurso de promoção. 
A respeito dessa situação hipotética, julgue o item seguinte. 
A edição do referido ato é exemplo de exercício do poder regulamentar. 
- Determinada agência reguladora, atuando em sua esfera de atribuições, editou ato normativo de apurada 
complexidade técnica com vistas a elucidar conceitos legais e regular determinado segmento de atividades 
consideradas estratégicas e de interesse público. 
Nessa situação hipotética, a atuação da agência configurou exercício do poder 
a) de polícia. 
b) regulamentar. 
c) discricionário. 
d) disciplinar. 
e) hierárquico. 
 - Poder de polícia: é o poder que mais cai em provas. Muito importante o seu estudo! 
 “Poder de polícia é a faculdade discricionária de que dispõe a Administração Pública em 
geral, para condicionar e restringir o uso e gozo de bens ou direitos individuais, em benefício da coletividade 
ou do próprio Estado”. 
 Veremos os principais pontos acerca do poder de polícia. 
 a) Como saber qual ente deve exercer? Nas palavras de Hely Lopes Meirelles: “Para esse 
policiamento há competências exclusivas e concorrentes das três esferas estatais, dada a descentralização 
político-administrativa decorrente do nosso sistema constitucional. Em princípio, tem competência para 
policiar a entidade que dispõe do poder de regular a matéria. Assim sendo, os assuntos de interesse nacional 
ficam sujeitos a regulamentação e policiamento da União; as matérias de interesse regional sujeitam-se às 
normas e à polícia estadual, e os assuntos de interesse local subordinam-se aos regulamentos edilícios e ao 
policiamento administrativo municipal. Todavia, como certas atividades interessam simultaneamente às três 
entidades estatais, pela sua extensão a todo o território nacional (v. g., saúde pública, trânsito, transportes 
etc.), o poder de regular e de policiar se difunde entre todas as Administrações interessadas, provendo cada 
qual nos limites de sua competência territorial. A regra, entretanto, é a exclusividade do policiamento 
administrativo; a exceção é a concorrência desse policiamento”. 
 b) Poder de polícia X serviço público. O primeiro restringe a esfera individual do administrado, 
enquanto o segundo amplia esta mesma esfera. 
 c) Poder de polícia em sentido amplo X poder de polícia em sentido estrito. Essa distinção é 
trazida pela professora Di Pietro: “Em razão dessa bipartição do exercício do poder de polícia, Celso Antônio 
Bandeira de Mello dá dois conceitos de poder de polícia: 1. em sentido amplo, corresponde à “atividade 
estatal de condicionar a liberdade e a propriedade ajustando-as aos interesses coletivos”; abrange atos do 
Legislativo e do Executivo; 2. em sentido restrito, abrange “as intervenções, quer gerais e abstratas, como 
os regulamentos, quer concretas e específicas (tais como as autorizações, as licenças, as injunções) do Poder 
Executivo, destinadas a alcançar o mesmo fim de prevenir e obstar ao desenvolvimento de atividades 
particulares contrastantes com os interesses sociais”; compreende apenas atos do Poder Executivo”. 
 
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 d) Polícia administrativa X polícia judiciária. 
A primeira é 1) preventiva; 2) incide sobre atividades, bens ou direitos; 3) exercida por toda 
a Administração Pública. 
A segunda é 1) repressiva; 2) incide sobre pessoas; 3) privativa dos órgãos auxiliares da Justiça 
(Ministério Público e Polícia em geral). 
Melhor critério de distinção: a primeira atua na área da infração administrativa, enquanto a 
segunda atua na área do ilícito penal! 
 e) Poder de polícia originário X poder de polícia derivado. O primeiro é aquele exercido pela 
administração direta, ou seja, diretamente pelos entes políticos. O segundo é aquele exercido por entidades 
de direito público integrantes da administração indireta (STF, ADI 1.717/DF). Ou seja, EM REGRA, pessoa 
jurídica de direito privado não pode exercer poder de polícia! OBS: ler tópico “h”, logo abaixo! 
 Conforme Hely Lopes Meirelles, “O poder de polícia originário é pleno no seu exercício e 
consectário, ao passo que o delegado é limitado aos termos da delegação e se caracteriza por atos de 
execução. Por isso mesmo, no poder de polícia delegado não se compreende a imposição de taxas, porque o 
poder de tributar é intransferível da entidade estatal que o recebeu constitucionalmente. Só esta pode 
taxar e transferir recursos para o delegado realizar o policiamento que lhe foi atribuído. Mas no poder de 
polícia delegado está implícita a faculdade de aplicar sanções aos infratores, na forma regulamentar, pois 
que isto é atributo de seu exercício”. 
 f) Poder de polícia preventivo X poder de polícia repressivo. O primeiro se consubstancia, por 
exemplo, através de medidas como fiscalização, vistoria, ordem, notificação, autorização e licença. 1) 
licença: ato administrativo vinculado, no qual a Administração reconhece um direito subjetivo ao particular. 
2) autorização: ato administrativo discricionário, precário, no qual a Administração autoriza atividade 
privada no interesse do particular ou uso de bem público. 
O segundo se manifesta através das seguintes medidas: dissolução de reunião, interdição 
de atividade, apreensão de mercadorias deterioradas, internação de pessoa com doença contagiosa – 
finalidade de COAGIR o infrator ao cumprimento da lei 
 g) Atributos do poder de polícia. 
 g.1) Discricionariedade: razoável liberdade de atuação do agente público na 
valoração da oportunidade e conveniência da prática do ato, no estabelecimento do motivo e na escolha do 
conteúdo. De acordo com Hely Lopes Meirelles, “Para efetiv ar essas restrições individuais em favor da 
coletividade o Estado utiliza-se desse poder discricionário, que é o poder de polícia administrativa. Tratando-
se de um poder discricionário, a norma legal que o confere não minudeia o modo e as condições da prática 
do ato de polícia”. 
 Poder de polícia é sempre discricionário? Não! Por vezes a atuação de polícia é 
vinculada, quando a lei já houver estabelecido a única solução possível para o caso concreto. 
 g.2) Autoexecutoriedade: “...possibilidade que certos atos administrativos ensejam 
de imediata e direta execução pela própria Administração, independentemente de ordem judicial”. 
 Todas as medidas de polícia são autoexecutórias? Não! Ex: aplicação de multa – 
autoexecutória. Isto porque, por exemplo, para o guarda de trânsito aplicar uma multa a quem avança o sinal 
vermelho, não é necessária a autorização judicial. 
 Entretanto, a cobrança da multa NÃO É autoexecutória! Se o indivíduo que recebeu 
uma multa não pagá-la, o Poder Público deverá buscar a cobrança do valor através do Poder Judiciário – 
execução fiscal. 
 Se a questão de concurso mencionar apenas a palavra “multa”, aplique-se o 
entendimento de Hely Lopes Meirelles: “Excluem-se da autoexecutoriedade as multas, ainda que 
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decorrentes do poder de polícia, que só podem ser executadas por via judicial, como as demais prestações 
pecuniárias devidas pelos administrados à Administração”. 
Este atributo pode ser desmembrado em dois: 
1) exigibilidade: prerrogativa de a administração pública utilizar MEIOS INDIRETOS de coação. 
2) executoriedade: possibilidade de a administração realizar diretamente a execução forçada da medida que 
ela impôs ao administrado – ou seja, MEIOS DIRETOS de coação. 
Di Pietro traz dois exemplos: “Pelo atributo da exigibilidade, a Administração se vale 
de meios indiretos de coação. Cite-se, como exemplo, a multa; ou a impossibilidade de licenciamento do 
veículo enquanto não pagas as multas de trânsito. Pelo atributo da autoexecutoriedade, a Administração 
compele materialmente o administrado, usando meios diretos de coação. Por exemplo, ela dissolve uma 
reunião, apreende mercadorias, interdita uma fábrica”. 
Em quais hipóteses o poder de polícia estará coberto pelo atributo da 
autoexecutoriedade? a) quando a lei expressamente autorizar; b) quando se tratar de medida urgente, sem 
a qual poderá ocasionar prejuízo maior para o interesse público. 
 g.3) Coercibilidade: significa que os atos do poder de polícia podem ser impostos aos 
particulares, mesmo que, para isso, seja necessário o uso da força para cumpri-los. Di Pietro elucida que não 
existe uma distinção precisa entre coercibilidade e autoexecutoriedade: “A coercibilidade é indissociável da 
autoexecutoriedade. O ato de polícia só é autoexecutório porque dotado de força coercitiva. Aliás, a 
autoexecutoriedade, tal como a conceituamos não se distingue da coercibilidade, definida por Hely Lopes 
Meirelles (1989:117) como ‘a imposição coativa das medidas adotadas pela Administração’.”. 
 h) Delegação do poder de polícia. De acordo com o STJ, devem ser consideradas as quatro 
atividades relativas ao poder de polícia: legislação, consentimento, fiscalização e sanção. Neste sentido, 
legislação e sanção constituem atividades típicas da Administração Pública e, portanto, indelegáveis. 
Consentimento e fiscalização, por outro lado, não realizam poder coercitivo e, por isso podem ser delegados. 
Veja trecho dos Embargos de Declaração no Resp 817.534/MG, Segunda Turma do STJ, DJe 16.06.2010: 
“16. Tanto no voto condutor, como no voto-vista do Min. Herman Benjamin, ficou claro que as atividades de 
consentimento e fiscalização podem ser delegadas, pois compatíveis com a personalidade privadas das 
sociedades de economia mista. (...) 
18. Mas, ao contrário, permanece o teor da fundamentação e, para sanar a contradição, é necessária a 
reforma do provimento final do recurso, para lhe dar parcial provimento, permitindo os atos de fiscalização 
(policiamento), mas não a imposição de sanções.” 
 i) Exercício como fato gerador de taxa. Art. 77 CTN 
CTN 
Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de 
suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, 
efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua 
disposição. 
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando 
direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de intêresse público 
concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao 
exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à 
tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. 
 
 
 
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 j) Prazo para punição em âmbito federal – 5 ANOS! Lei 9.873/99: 
Art. 1o Prescreve em cinco anos a ação punitiva da Administração Pública Federal, direta e indireta, no 
exercício do poder de polícia, objetivando apurar infração à legislação em vigor, contados da data da prática 
do ato ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado. 
§ 1o Incide a prescrição no procedimento administrativo paralisado por mais de três anos, pendente de 
julgamento ou despacho, cujos autos serão arquivados de ofício ou mediante requerimento da parte 
interessada, sem prejuízo da apuração da responsabilidade funcional decorrente da paralisação, se for o caso. 
§ 2o Quando o fato objeto da ação punitiva da Administração também constituir crime, a prescrição reger-
se-á pelo prazo previsto na lei penal. 
 k) Exemplos de poder de polícia recorrentes em provas: 
- concessão de licença para construir em imóveis. 
- fiscalização sanitária em estabelecimentos 
- interdição de restaurante em face de risco à saúde pública 
- controle do trânsito de veículos automotores e concessão de alvarás de funcionamento. 
- apreensão de mesas de cadeiras de estabelecimento comercial que usava indevidamente a calçada. 
- embargo de obra e consequente demolição, quando a edificação é irregular ou quando oferece perigo à 
coletividade. 
 Exemplos trazidos por Hely Lopes Meirelles: “As sanções do poder de polícia, como elemento 
de coação e intimidação, principiam, geralmente, com a multa e se escalonam em penalidades mais graves 
como a interdição de atividade, o fechamento de estabelecimento, a demolição de construção, o embargo 
administrativo de obra, a destruição de objetos, a inutilização de gêneros, a proibição de fabricação ou 
comércio de certos produtos; a vedação de localização de indústrias ou de comércio em determinadas zonas 
e tudo o mais que houver de ser impedido em defesa da moral, da saúde e da segurança pública, bem como 
da segurança nacional, desde que estabelecido em lei ou regulamento”. 
 l) Requisitos específicos do poder de polícia: “A proporcionalidade entre a restrição imposta 
pela Administração e o benefício social que se tem em vista, sim, constitui requisito específico para validade 
do ato de polícia, como, também, a correspondência entre a infração cometida e a sanção aplicada, quando 
se tratar de medida punitiva”. 
 m) Meios de atuação do poder de polícia. Para Di Pietro, “Considerando o poder de polícia 
em sentido amplo, de modo a abranger as atividades do Legislativo e do Executivo, os meios de que se utiliza 
o Estado para o seu exercício são: 
1 . atos normativos em geral, a saber: pela lei, criam-se as limitações administrativas ao exercício dos direitos 
e das atividades individuais, estabelecendo-se normas gerais e abstratas dirigidas indistintamente às pessoas 
que estejam em idêntica situação; disciplinando a aplicação da lei aos casos concretos, pode o Executivo 
baixar decretos, resoluções, portarias, instruções. 
2. atos administrativos e operações materiais de aplicação da lei ao caso concreto, compreendendo medidas 
preventivas (fiscalização, vistoria, ordem, notificação, autorização, licença), com o objetivo de adequar o 
comportamento individual à lei, e medidas repressivas (dissolução de reunião, interdição de atividade. 
Apreensão de mercadorias deterioradas, internação de pessoa com doença contagiosa), com a finalidade de 
coagir o infrator a cumprir a lei”. 
 n) Súmula Vinculante 21 STF: É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento 
prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo. 
 
 
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Já caiu em concurso!!! 
- De acordo com a legislação e a doutrina pertinentes, o poder de polícia administrativa 
a) pode manifestar-se com a edição de atos normativos como decretos do chefe do Poder Executivo para a 
fiel regulamentação de leis. 
b) é poder de natureza vinculada, uma vez que o administrador não pode valorar a oportunidade e 
conveniência de sua prática, estabelecer o motivo e escolher seu conteúdo. 
c) pode ser exercido por órgão que também exerça o poder de polícia judiciária. 
d) é de natureza preventiva, não se prestando o seu exercício, portanto, à esfera repressiva. 
e) é poder administrativo que consiste na possibilidade de a administração aplicar punições a agentes 
públicos que cometam infrações funcionais. 
 - A coercibilidade, uma característica do poder de polícia, evidencia-se no fato de a administração não 
depender da intervenção de outro poder para torná-lo efetivo. 
- No que se refere aos poderes administrativos, aos atos administrativos e ao controle da administração, 
julgue o item seguinte. 
O fato de a administração pública internamente aplicar uma sanção a um servidor público que tenha 
praticado uma infração funcional caracteriza o exercício do poder de polícia administrativo. 
 - Abuso de Poder 
 Ocorre quando os poderes administrativos são utilizados ilegitimamente pelos agentes públicos. 
Importante ressaltar que pode assumir tanto a forma comissiva (por ação) ou omissiva (por omissão). São 
duas categorias de abuso de poder: 
 A) Excesso de poder: aqui o agente atua fora dos limites da sua competência. Por exemplo, quando 
a autoridade, competente para aplicar a pena de suspensão, impõe penalidade mais grave, que não é de sua 
atribuição. Outro exemplo seria quando a autoridade policial se excede no uso da força para praticar ato de 
sua competência 
 B) Desvio de poder ou desvio de finalidade: aqui o agente, apesar de atuar dentro de sua 
competência, afasta-se do interesse público que deve nortear a atuação administrativa. Marcelo 
Alexandrino e Vicente Paulo trazem o exemplo clássico dado pela Doutrina: “...remoção de ofício de um 
servidor, a fim de puni-lo por indisciplina; será desvio de finalidade, ainda que a localidade para a qual ele foi 
removido necessite realmente de pessoal; isso porque o ato de remoção, nos termos da lei, não pode ter o 
fim de punir um servidor, mas, unicamente, o de adequar o número de agentes de determinado cargo às 
necessidades de pessoal das diferentes unidades administrativas em que esses agentes sejam lotados”. 
Já caiu em concurso!!! 
- Situação hipotética: Um secretário municipal removeu determinado assessor em razão de 
desentendimentos pessoais motivados por ideologia partidária. Assertiva: Nessa situação, o secretário agiu 
com abuso de poder, na modalidade excesso de poder, já que atos de remoção de servidor não podem ter 
caráter punitivo. 
- Mauro editou portaria disciplinando regras de remoção no serviço público que beneficiaram, diretamente, 
amigos seus. A competência para a edição do referido ato normativo seria de Pedro, superior hierárquico de 
Mauro. Os servidores que se sentiram prejudicados com o resultado do concurso de remoção apresentaram 
recurso quinze dias após a data da publicação do resultado. 
Nessa situação hipotética, 
Mauro não agiu com abuso de poder.

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