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CEFALEIA E DOR FACIAL A cefaleia é uma das manifestações clínicas mais comum no mundo como um todo, afetando homens e mulheres e possuindo uma variedade de significados para o médico. É relevante, a princípio, distinguir as cefaleias quanto a sua classificação: • CEFALEIAS PRIMÁRIAS: são aquelas em que a cefaleia é a própria doença, não havendo uma comorbidade específica desencadeadora da dor. Alguns exemplos são: a enxaqueca (migrânea), cefaleia do tipo tensional, cefaleia em salva etc. • CEFALEIAS SECUNDÁRIAS: são aquelas derivadas de uma outra doença, condição ou síndrome específica que venha a causar o incômodo. As principais condições desencadeadoras são trauma, doença vascular craniana, transtorno intracraniano não vascular, substâncias químicas, infecção, transtorno psiquiátrico etc. • CEFALEIAS CRÔNICAS DIÁRIAS: muito comuns no dia a dia, possuem uma frequência de mais de 15 dias por mês. Aspectos gerais do diagnóstico das cefaleias O raciocínio clinico para avaliar o paciente que se queixa de dor de cabeça é pautado principalmente nas informações trazidas pela anamnese: • Início e frequência dos sintomas; • Localização e irradiação; • Caráter da dor; • Período do dia predominante; • Grau de intensidade; • Fenômenos precedentes (sintomas prodrômicos) e fenômenos acompanhantes; • Fatores de melhora e/ou piora; • Fatores desencadeantes; • Fatores de risco em crianças (cinetose, dor abdominal, pseudoangina, vertigens, dores do crescimento, distúrbio do sono, vômitos cíclicos, hiperatividade etc.); • Uso de medicações. Além disso, quando se avalia uma cefaleia, é importante se atentar aos sinais de alerta (red flags) que podem surgir na investigação. Os principais são: • Idade: cefaleias secundárias em idosos; • Evolução: mudança de padrão e caráter da dor em relação às crises anteriores; início subido ou recente; primeira apresentação de cefaleia do paciente; desencadeamento por atividade sexual ou atividade/esforço físico; piora progressiva; piora com postura; pior cefaleia que já teve; • Sintomas associados: febre; náuseas e vômitos; sintomas neurológicos focais; distúrbios de consciência; descarga nasal purulenta; quebras visuais; • Antecedentes: AIDS, câncer, trauma, glaucoma etc; • Exame físico: PA elevada (mais de 25%); febre; pontos dolorosos (seios da face, globo ocular, artérias carotida e temporal). • Exame físico neurológico: alteração de consciência, edema de papila, distúrbios da motricidade ocular, anisocoria e paralisia facial; alterações de motricidade, sensibilidade e coordenação; assimetria de reflexos e babinski positivo; rigidez de nuca e presença de outros sinais meníngeos. A avaliação da intensidade da dor é um ponto importante para que se possa encaminhar o paciente para um tratamento mais geral ou mais específico. Essa graduação é feita por meio da escala analógica visual durante a consulta e, em algumas instituições, o emprego do diário da dor é muito utilizado para tornar essa avaliação ainda mais precisa. Esse diário inclui a hora do dia, a intensidade e se foi utilizado algum medicamento para a dor; é também avaliado o alívio da dor após o uso do analgésico, se teve associação com período menstrual e qual o fator desencadeante (estresse, alteração do sono, jejum, bebida alcoólica, estímulos visuais ou olfativos, alimentos etc.) A escala se baseia em: Grau 1 (leve): não atrapalha atividades diárias e passa com analgésicos básicos; Grau 2 (moderado): atrapalha as atividades diárias; Grau 3 (incapacitante): é incapacitante, impedindo atividades diárias e exige tratamento específico; Grau 4 (excruciante): muito forte, leva a alterações comportamentais. CEFALEIA MIGRÂNEA Mais comumente chamada de enxaqueta, esse tipo de cefaleia é caracterizada por crises de dor intensa e sinais e/ou sintomas clínicos e neurológicos. Algumas informações importantes são: • Possui vários tipos e subtipos, mas o destaque vai para as duas mais frequentes: migrânea sem aura e migrânea com aura. • Mais comum em mulheres. • Mais comum na faixa etária de 25 a 55 anos. • Geralmente duram de 4 a 72 horas. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DA MIGRÂNEA SEM AURA: A. Pelo menis 5 ataques que preenchem os critérios B a D: B. Cefaleia que dura de 4 a 72 horas; C. Cefaleia com pelo menos 2 das seguintes manifestações: - Localização unilateral; - Caráter pulsátil; - Intensidade moderada ou forte; - Exacerbada por exercícios; D. Durante a cefaleia, pelo menos um dos seguintes: - Náuseas e/ou vômitos. - Fotofobia e fonofobia (os dois necessariamente). E. Excluídas possibilidades de cefaleia secundária. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DA MIGRÂNEA COM AURA: A. pelo menos 2 crises que preenchem os critérios B a D: B. Aura que consiste em pelo menos um dos criterios: - Sintomas visuais completamente reversíveis (luzes tremulantes, manchas ou linhas, perda de visão); - Sintomas sensitivos completamente reversíveis (parestesia e dormência); - Disfasia completamente reversível. C. Pelo menos dois dos seguintes: - Sintomas visuais homônimos e/ou sintomas sensitivos unilaterais; - Sintomas de auras se desenvolvendo em 5 min ou mais; - Cada sintoma dura de 5 a 60 min (aura típica); D. Cefaleia começa durante a aura ou a sucede com intervalo de até 60 min. E. Excluídas possibilidades de cefaleia secundária. FISIOPATOGENIA Trata-se de uma doença com prevalência hereditária, sendo que 60 a 90% de parentes próximos também desenvolveram ou desenvolverão a doença; relacionada a uma série de genes em diferentes cromossomos (poligênica) e supostamente de herança autossômica dominante. • Fenômeno da depressão alastrante de Leão: está relacionado a diversos fenômenos da migrânea, principalmente a aura. Ocorre uma vasodilatação, com aumento do fluxo sanguíneo cerebral; há uma sequência de envolvimentos parenquimatosos cerebral e dos territórios das artérias cerebrais. • Inflamação neurogênica no sistema trigêmino-vascular: relacionada com a dor latejante/pulsátil de localização unilateral. • Vômitos e náuseas: relacionados com a estase gástrica, maior sensibilidade dopaminérgica e estar associados à proximidade do núcleo do trigêmeo ao trato solitário. TRATAMENTO AGUDO OBJETIVOS DO TRATAMENTO AGUDO: tratar a crise rapidamente e com eficácia; recuperar a capacidade funcional do paciente; minimizar as necessidades de visitas hospitalares de emergência. • Tratamento não farmacológico: utilização de repouso, horas de sono adequadas, relaxamento físico e mental, massagens e compressas, acupunturas, técnicas de biofeedback e psicoterapia cognitivo-comportamental. • Tratamento farmacológico: LEVE: nesses casos, é possível utilizar analgésicos e antieméticos apenas. A dipirona, por exemplo, é muito abordada e deve ser utilizadas em até 2 doses/semanas. MODERADA: podem ser utilizados AINES para controle da dor, como naproxeno, ácido tolfenâmico e rofecoxibe. Triptanos também podem ser incluídos. INCAPACITANTE: - Triptanos: sumatriptano, naratriptano, zolmitriptano etc. - Ergotamina e di-hidroergotamina - Clorpromazina ou haloperidol EV. - Dexametasona ou dipirona EV. OBS: é importante alertar os pacientes sobre o uso abusivo de analgésicos para o controle da dor, sobretudo dipirona. Essa terapêutica pode ocasionar a chamada “cefaleia de rebote”, em que a dor aparece em decorrência do abuso desses medicamentos. TRATAMENTO PROFILÁTICO QUANDO USAR: crises em > 3 dias/mês; crises que interferem na rotina do paciente; falha ou contraindicação da terapia aguda etc. Necessário avaliação em 2 a 3 meses após o início para verificar a eficácia do tratamento e prolongá-la por até 1 ano. CLASSE DE FÁRMACOS UTILIZADOS: • BETABLOQUEADORES: propanolol (40 a 240 mg, 2 a 3 tomadas/dia), atenolol (25 a 150 mg 1 a 2 tomadas/dia) e metoprolol (100 a 200 mg, 1 a 2 tomadas/dia);contraindicados em pacientes hipotensos, com IC ou asma. • ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS: amitriptilina (12,5 a 75 mg a noite) ou nortriptilina (10 a 75 mg a noite) • ANTIDEPRESSIVOS DUAIS: venlafaxina (75-225 mg, 1 a 2 tomadas por dia); duloxetina (30 a 90 mg, 1 a 2 tomadas/dia) • ANTICONVULSIONANTES: ácido valpróico (250 a 1500 mg, 2 a 4 tomadas por dia), divalproato e topiramato ( 25-200 mg 2 tomadas por dia) . • AGONISTAS DE CANAL DE CÁLCIO: flunarizina , 5 a 10 mg a noite(reduz a síntese e liberação de NO, interfere na liberação de substância P e de peptídeo relacionado ao gene da calcitonina CGRP e aumenta o limiar para deflagração da depressão alastrante de Leão. • TOXINA BOTULÍNICA A • ERENUMABE: anticorpo monoclonal IgG antagonista de CGRP; tratamento direcionado à fisiopatogenia da doença. CEFALEIA DO TIPO TENSIONAL Cefaleia primária que possui prevalência variável na população. Há indício de que possui uma fisiopatogenia muito semelhante à da enxaqueca. DIAGNÓSTICO DA CEFALEIA TENSIONAL: A. → Episódica infrequente: pelo menos 10 crises que ocorre em menos de 1 dia/mês; → Episódica frequente: 10 crises que ocorrem em 1 dia ou mais, porém <15 dias/mês durante pelo menos 3 meses. B. Cefaleia que dura de 30 minutos a 7 dias. C. Tem pelo menos 2 das seguintes característias: - Localização bilateral; - Dor em pressão/aperto (não pulsátil); - Intensidade fraca ou moderada; - Não é agravada por atividade física rotineira, como caminhar ou subir escadas. D. Ambos os seguintes critérios: - Ausência de náuseas e/ou vômit; - Fotofobia ou fonofobia (os dois não podem aparecer juntos). E. Descartadas possibilidades de cefaleias secundárias. TRATAMENTO • Tratamento agudo: para aliviar crises leves, deve-se utilizar paracetamol ou dipironas. Em crises episódicas moderadas, os mais indicados são aspirina, paracetamol, ibuprofeno, naproxeno e cetropofeno. É importante orientar o paciente a não exagerar no uso desses analgésicos, dada a chance de desenvolver cefaleia por abuso de analgésicos, principalmente a dipirona. • Tratamento crônico: os mais indicados são os antidepressivos tricíclicos, como amitroptilina e nortriptilina, e os antidepressivos de neuromodulação dual, como venlafaxina e duloxetina. CEFALEIA EM SALVAS • Cefaleia primária; • Preferencialmente homens; • Idade média entre 20 e 40 anos. • É uma das formas mais intensas de cefaleia, podendo atingir a classificação de intensidade excruciante. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS A sua principal característica é a periodicidade do aparecimento das cefaleias. Entre esses momentos, destaca-se o período de salva (bout), época em que o paciente tem crises de dor e períodos de remissão, o que caracterizará a forma episódica, que cursa com remissão igual ou maior que 1 mês/ano, e a forma crônica, com remissão menos que 1 mês/ano. CARACTERÍSTICAS DAS CRISES: • Frequência das crises varia de 1 a 8/dia; • Dor súbita e unilateral nas regiões orbital, supraorbital e temporal; • Pode irradiar para a mandíbula e para a região cervical; • Associada ipsilateralmente a pelo menos um sinal autonômico: - hiperemia conjuntival; - lacrimejamento, - congestão nasal e rinorreia; - sudorese facial ou frontal; - miose, ptose e edema palpebral. • Dor de intensidade incapacitante a excruciante, de caráter agudo e ardente, por vezes latejante e penetrante; • Causa inquietude (o contrário da enxaqueca migrânea, em que o paciente tende a ficar relaxado e quieto, pois isso é fator de melhora); • Pode ser desencadeada por álcool, histamina ou nitroglicerina. FISIOPATOGENIA Ainda desconhecida, mas há hipóteses que a associam a algumas situações: • Possível envolvimento da primeira divisão do nervo trigêmeo (oftálmica), sobretudo devido às manifestações autonômicas associadas. • Processo inflamatório ou vasculítico ao redor do seio cavernoso (porém refutado pela existência da periodicidade, fator que marca a cefaleia em salva). • Envolvimento do hipotálamo devido ao caráter de periodicidade circadiana. TRATAMENTO AGUDO DAS CRISES Uso de medicamentos que causam alívio rápido e eficaz são os mais recomendados. Dessa forma, analgésicos como dipirona e os ergotamínicos, por agirem em 30 a 60 minutos, são pouco utilizados. O tratamento mais eficaz e seguro é a inalação de oxigênio em másscara facial a 7 a 10 L/min, durante 10 minutos O sumatriptano administrado logo no início da crise na forma de spray nasal também é um bom método de alivio. TRATAMENTO PROFILÁTICO É extramente necessário para a terapêutica da cefaleia em salva, devendo ser feito diariamente, durante os períodos de salvas na forma episódica e continuamente (mesmo fora dos períodos de salva) na forma crônica. PRINCÍPIOS: • Introduzir logo no início do período de salva; • Utilizar os medicamentos diariamente até atingir período de ausência de sintomas por pelo menos 2 semanas; • Ajustar a classe ideal de medicamento de acordo com a indicação individual de cada paciente. PRINCIPAIS FÁRMACOS: • Verapamil (principal escolha); • Carbonato de lítio; • Corticosteróides; • Valproato de sódio; • Ergotamina; • Tratamento transicional; • Tratamento cirúrgico (em pacientes refratários ao tratamento profilático medicamentoso). HEMICRANIA PAROXÍSTICA CRÔNICA Mais presente em mulheres, diferencia-se da cefaleia em salva por possuir maior frequência diária de crises, com menor duração, e tem um resposta rápida e absoluta à indometacina no controle das crises. O tempo da dor é de 3 a 3o minutos. SUNCT Sigla em inglês que significa: cefaleia breve, unilateral, neuralgiforme com hiperemia conjuntival e lacrimejamento. É extremamente rara, causa crises fortes de dor, de duração de 2 a 4 minutos, podendo correr até 200 vezes por dia. OUTRAS CEFALEIAS PRIMÁRIAS São indomectacina-responsivas! • CEFALEIA PRIMÁRIA EM FACADA; • CEFALEIA PRIMÁRIA DA TOSSE; • CEFALEIA PRIMÁRIA DO ESFORÇO FÍSICO; • CEFALEIA PRIMÁRIA ASSOCIADA À ATIVIDADE SEXUAL; • CEFALEIA HÍPNICA; • CEFALEIA EM TROVOADA PRIMÁRIA; • HEMICRANIA CONTÍNUA; • CEFALEIA PERSISTENTE E DIÁRIA DESDE O INÍCIO. CEFALEIAS SECUNDÁRIAS Como dito anteriormente, as cefaleias secundárias são parte de uma série de sintomas que se manifestam em síndromes e doenças específicas. Elas são importante, pois essas doenças podem ser potencialmente fatais e muitas vezes exigem um diagnóstico e uma intervenção rápidos. SINAIS DE ALARME O clínico, durante a anamnese e o exame físico deve-se atentar a algumas informações que direcionam seu raciocínio para a possibilidade de uma cefaleia secundárias. Esses alertas são: • Início súbito de cefaleia ou alteração das características da dor; • Piora da intensidade e frequência da cefaleia; • Persistência da cefaleia mesmo com analgesia adequada; • Sinais sistêmicos de outras doenças (febre e consumpção) ou história pregressa de neoplasia; • Alterações nos exames físico geral ou neurológico. Diante desses quadros sugestivos para uma cefaleia secundária, a investigação da doença de base é fundamental para resolver o problema. Por isso, exames complementarem são necessários: tomografia computadorizada (TC) de crânio com e sem contraste; avaliação do líquido cefalorraquidiano com manometria; ressonância magnética (RM), angiografia de vasos cerebrais etc. Cada caso específico demanda um exame complementar específico. PRINCIPAIS ETIOLOGIAS DAS CEFALEIAS SECUNDÁRIAS • Cefaleia atribuída a trauma cefálico e/ou cervical: pós-traumática aguda ou crônica; lesão em chicotada; hematoma intracraniano traumático; pós- craniotomia; outros traumas encefálicos. • Cefaleia atribuída à doença vascular craniana ou cervical: AVE, AIT, hemorragia intracraniana; malformação vascular não rota; arterite (temporal principalmente); dor da artéria carótida ou vertebral; trombosevenosa cerebral; outros transtornos. • Cefaleia atribuída a transtornos intracranianos não vasculares: hipertensão liquórica; hipotensão liquórica; doença inflamatória não infecciosa; neoplasia intracraniana; injeção intratecal; crise epilética; malformação de Chiari tipo I. • Cefaleia atribuída a substâncias: abuso de analgésicos; álcool; componentes alimentares e aditivos; cocaína; maconha; histamina; peptídeo relacionado ao gene de calcitonina; hormonio exógeno etc. • Cefaleia atribuída a infecção: infecção intracraniana (meningite, encefalite, abscesso cerebral e empiema subdural; infecção sistêmica; HIV/aids; pós- infecciosa. • Cefaleia atribuída a transtornos da homeostase: hipóxia e/ou hipercapnia; diálise; HA; hipotireoidismo; jejum; eventos cardíacos; outros distúrbios. • Distúrbios de estruturas da cabeça: osso craniano; pescoço; olhos; ouvidos; rinossinusite; dentes, mandíbula ou estruturas relacionadas, articulação têmporo- mandibular (ATM) etc. • Distúrbios e transtornos psiquiátricos: transtornos de somatização e psicótico. ARTERITE TEMPORAL (DE CÉLULAS GIGANTES) Caracterizada por: dor intensa, pulsátil e na região temporal. O fator de melhora é a compressão da artéria carótida e o fator de piora é a compressão da artéria temporal. Está presente geralmente em mulheres com mais de 50 anos de idade e sua principal manifestação clínica é a turvação visual da artéria temporal, a qual se apresenta rígida e hipopulsátil (“traqueia de passarinho”), com amento de VHS e que pode evoluir para uma perda total da visão. NEURALGIAS E DORES FACIAIS São dores que se localizam acima do pescoço, abaixo da linha orbitomedial e anterior aos pavilhões auditivos; são oriundas de qualquer distúrbio dos órgãos do crânio ou do pescoço. As duas principais neuralgias são: • NEURALGIA DO NERVO TRIGÊMIO: dor paroxística unilateral de curta duração (1 segundo a 2 minutos), muito forte, semelhante à choques elétricos. E desencadeada, geralmente, por estímulos táteis, mas pode ser espontânea. Pode necessitar de exames complementares, como RM, para descartar outras hipóteses diagnósticas, como neoplasias compressivas. O Tratamento indicado é: carbamazepina (200 a 1200 mg/dia); oxcarbazepina (600 a 1800 mg/dia); baclofeno (40 a 80 mg/dia). • DISFUNÇÃO DA ARTICULAÇÃO TÊMPOROMANDIBULAR: dor atribuída à ATM ou à musculatura da mastigação (dor miofascial); pode ser derivada de traumas articulares, bruxismo, hábitos parafuncionais, estrógeno, ansiedade e stress; a dor na mandícula pode, ocasionalmente, ser irradiada para orelha, ombro e face.
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