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Lança de Seth I (8) Fevereiro de 2004 E.V. 8 preparando para o efeito do vendaval que isso acarretará na consciência. A taxa da adaptação da consciência neste processo é a chave da sobrevivência e da sanidade do Mago e seu sucesso, como sempre, é o pivô de uma evolução contínua como ser humano. Abraçando a Tradição Tifoniana nós abraçamos nosso destino com uma energia criativa e ígnea que nos levará a novos mundos antes imperceptíveis para nós. Alegria e equilíbrio harmonioso formarão a parte essencial de nosso sublime sonho escolhido quando subirmos e bebermos no Cálice brindando o sucesso de nosso verdadeiro testamento alinhado a nossa Verdadeira Vontade. Eu agora deixo o leitor pois me aprofundar mais neste tema é tentar ensinar aquilo que não se ensina por meio da escrita e faze-lo, seria profanar a tumba do silêncio que ronda a verdadeira Iniciação. Contanto, eu gostaria de dizer que este processo, pelo menos para aqueles que atingiram o 3° Ciclo da Iniciação do IX° O.T.O., é a própria vida em constante revolução, a Magick na Ação! A Grande Mãe Tifon agora me chama, Seth tem de dormir, afinal, é no Grande Abismo da faixa vibratória do inconsciente profundo que a convulução precede a criação! Amor é a lei, amor sob vontade. FERNANDO LIGUORI O.H.O. da O.T.O. Loja Shaitan-Aiwaz, 01 de Fevereiro de 2004 e.v. Cartas Olá, eu gostaria de saber algo sobre as Invocações Demoníacas e o processo da Goécia? (Elcio Zaghetto, por e-mail). Oi Elcio, Faz o que tu queres há de ser tudo da Lei. A Goécia e seus derivados eu chamo de Sistema Salomônico em seu conjunto, já que Goécia também se chama Legemeton ou “A Pequena Chave de Salomão” um complemento da "Chave de Salomão" segundo alguns especialistas. É sem dúvida um sistema perigoso se praticado indevidamente. O que ocorre é que os caras tentam evocar demônios antes mesmo de Evocar elementais, anjos e deuses aí se lascam todos. Primeiro de tudo ainda é a Invocação depois a Evocação. A Invocação deve preceder a evocação mágicka, devemos invocar as Inteligências Superiores de Deuses, Anjos etc. que saturam a personalidade de influxos divinos e o aproximam de seu Sagrado Anjo Guardião. Depois pode-se ensaiar a Evocação primeiro de Elementais, seguindo de Arcanjos ou Deuses e por último dedica-se a Goécia, que é o contato com aspectos caóticos da psiquê. É assim que eu fiz e recomendo. Acho que qualquer um que saiba pensar um pouco não deseja que o esgoto dos complexos reprimidos e antigos atavismos pré-humanos que pertencem a sua sombra ascendam a consciência de vigília sem estar devidamente preparado para lidar com isso. E é exatamente isso que esses aventureiros fazem quando mexem com o que desconhecem. Os caras acreditam que estão mexendo com diabinhos e no final descobrem,dolorosamente, que seus maiores pesadelos tomam vida. Mesmo a Invocação de Inteligências superiores pode resultar em experiências desagradáveis se não for precedida de treinamento mental e construção consciente da personalidade mágicka. Já vi pessoas abandonarem a Magick depois de uma simples operação arcangêlica. O fato é que a maioria resolve de uma hora para outra “mexer” com Magick desconhecendo as mais simples regras de ocultismo. Eles Ignoram ou não levam em conta que tudo no Universo tem seu oposto e que se existe algo chamado S.A.G. ou Augoeides também existe Choronzon - o Demônio do Abismo - e que não existe como atingir o S.A.G. sem passar pelo Demônio Guardião. Ainda mais, ignoram que as raízes dos devas ou deuses estão nos esquecidos ou assuras também conhecidos como demônios. Infelizmente, existem autores de livros mágickos que dizem que seus rituais são totalmente sem risco. Sinceramente acender uma simples vela e proferir um encantamento verbal repercute no Astral e mesmo que a maioria dos leigos em Magick não tenha condições de acessar poder algum uma série de operações repetidas pode precipitar acontecimentos nefastos e o resultado disso pode fugir totalmente ao controle. Não digo que Magick é perigosa, mas como no trânsito tem que se conhecer os sinais e regulamentos. Enviarei textos meus sobre Theurgia e da Escola Arcana, bem como da O.T.O. que represento e veja se algo lhe interessa. Se desejar compre o livro Magia Hermética de Regardie, pois até que me provem o contrário foi ele que falou de Theurgia seriamente e com maior profundidade até hoje. O meu sistema de Theurgia se chama Abraxas e remonta a antiga Theurgia Egípcia o melhor livro para compreender esse sistema que busco reavivar é "Giordano Bruno e a Tradição Hermética ”, embora muitos achem ser um livro maçante considero fundamental para todo Magista que deseja conhecer as bases do Hermetismo, e da Magick por ocasião, ler essa obra. Amor é a lei, amor sob vontade. HÉLIO M. OLIVEIRA COLÉGIO DE THELEMA (Núcleo de Estudos Externos da O.T.O. O Curso de Magick já está sendo ministrado pelo Colégio de Thelema e uma nova turma será aberta para sanar a grande procura. Interessados escrevam para o editorial do Jornal ‘A Lança de Seth’. A Lança de Seth – I (8) Fevereiro de 2004 E.V. Publicado por SATVRNVS PUBLICAÇÕES Órgão Oficial de Divulgação da Ordo Templi Orientis (O.T.O.) Copyright © 2004 SATVRNVS PUBLICAÇÕES. Editores: Fernando Liguori & Karen K. Lima Editorial: Interessados favor escrever para: SATVRNVS PUBLICAÇÕES|A Lança de Seth – Caixa Postal 666, centro, Juiz de Fora – Minas Gerais. Cep: 36001 970. satvrnvspublishing@yahoo.com.br Foto de capa: Seth lutando por Bruno do Amaral Menon Lança de Seth I (8) Fevereiro de 2004 E.V. 1 R$ 1,50 A Lança de Seth O JORNAL DA ORDO TEMPLI ORIENTIS N° I (8) FEVEREIRO DE 2004 E.V. 93 U 697 U Lança de Seth I (8) Fevereiro de 2004 E.V. 2 Faz o que tu queres há de ser tudo da Lei. CONTEÚDO Fernando Liguori A Tradição Tifoniana.......................................................02 Hélio M. Oliveira Cartas..............................................................................08 _________________________________________________ Fernando Liguori A TRADIÇÃO TIFONIANA INTRODUÇÃO Faz o que tu queres há de ser tudo da Lei. O tema deste texto é a Tradição Tifoniana e eu a apresento com um iniciado no IX° da O.T.O. Tifoniana. A escolha para este tema surgiu pelo fato de que muitas pessoas me escrevem pedindo uma definição definitiva do termo “Tifoniano”. O Braço direito de Kenneth Grant, Michael Staley assim me pediu para que eu fizesse um texto em resposta a estas pessoas ansiosas por um maior esclarecimento. Deve, primeiro, ficar claro que a palavra “Tifoniano” tem vários significados e aplicações que representam facetas diferentes de uma única corrente. Minha esperança é que este texto sirva de esclarecimento. Eu tentarei explicar o termo “Tifoniano” primeiramente em seu contexto histórico original e depois tentarei abranger sobre seu poder de relevância para nós hoje. Ainda, este texto faz parte dos ‘Arquivos Draconianos’. Uma série de textos publicados na Lança de Seth sobre as experiências ocorridas na Loja Shaitan-Aiwaz bem como seus resultados. Ainda, tais documentos visão uma maior abordagem sobre a Tradição Draconiana e Tifoniana. DEFINIÇÃO DA TRADIÇÃO TIFONIANA O termo “Tifoniana” já fora usado extensivamente no século XIX pelo brilhante Gerald Massey ao longo de suas obras de religião antiga, como uma descrição para àquelas pessoas que adoraram a deusa primordial, identificada nos céus como a grande constelação da Ursa Maior. A adoração desta deusa precedeu todas as formas de adorações masculinas e sua essência ainda hoje é refletida como a ‘Mãe Natureza’. Já fora provado que nesta fase primordial da civilização o papel do macho na procriação não era compreendido. Nesta concepção, gravidez e nascimento eram processos misteriosos que envolviam a fêmea que parecia se dividir enquanto dava aluz. Nesta fase a deusa Tifon e seu Filho eram tidos como ‘uma entidade comum’ na concepção teogônica desta Tradição. A civilização evoluiu ocorrendo assim uma mudança gradual de percepção, a adoração moveu-se de uma fase matriarcal lunar (a deusa) para uma fase patriarcal solar (macho-deus). Antes dessa mudança de percepção, o papel do macho na procriação era incompreendido e o resultado desta incompreensão significou uma balanço dramático no pêndulo universal e o princípio masculino cresceu em maior ênfase que o princípio feminino. As deidades não escaparam deste mar de revisionismo e a guerra outorgou ao Deus masculino a supremacia instaurando assim uma nova ortodoxia. Àqueles que não se renderam ao novo culto e continuaram sua adoração a deusa primordial, foram taxados como antiquados, depois como estranhos e perversos, e finalmente como uma ameaça. A visão solar foi consolidada em uma política de estrutura patriarcal de sociedade e isso conduziu na instauração generalizada de uma adoração solarita que mais tarde seria a concretização de um conflito político gerando perseguições aos adoradores da deusa. Os Adeptos da “Velha Tradição Tifoniana” sofreram com o resultado. Os Tifonianos então passaram a serem vistos como opositores, àqueles que iam contra as tradições contemporâneas. Ao longo das dinastias egípcias, Seth, Seth-Tifon ou só Tifon recebia uma descrição mitológica como “opositor”, tendo Seth preso em uma batalha perpétua contra Horus. Deve ser levado em consideração pelo leitor que a mitologia sempre acompanha a mudança de paradigma que envolve os povos. Assim, as lendas mitológicas sempre descrevem essa mudança de paradigma se contradizendo com descrições mais antigas. P.e., nas dinastias solaritas, Tifon é descrita junto com Seth como “o tormento perpétuo” de Horus, ao contrário de Deusa Primordial de tempos mais remotos. No mundo Juidaico-Cristão, cuja tradição fora influenciada pela civilização egípcia, o opositor foi identificado como Satanás (Satã), Lúcifer, o Diabo. O termo “Satã” é derivado de uma conjunção entre o Deus ‘Seth’ e a Deusa Lunar Egípcia ‘An’. Nestas tradições, a mulher é retratada como a ‘sedutora’ que, com o uso do sexo, sensualidade e desejos corporais é considerada imoral e suja. No Judaísmo ortodoxo p.e., que tem a autoridade patriarcal calcada no Velho Testamento, a mulher, durante seu período menstrual é segregada porque é considerada impura. Em tempos modernos, o extremo horror da misoginia está arraigada na religião patriarcal onde milhares de mulheres são torturadas como Bruxas hereges por causa de seu culto a Deusa Primordial. Este medo irracional do ‘feminino’ desde a Idade Média diminuiu, embora ainda haja essa ignorância em tempos recentes, veja p.e. os movimentos de propriedade feminina dos anos sessenta. A Tradição Tifoniana deveria ser encarada sob a luz do ‘reparar’ o equilíbrio entre os sexos, encorajando o princípio feminino em uma nova idade de esclarecimento. Isso não significa uma restauração da adoração a Deusa Primal, mas um equilíbrio entre os princípios femininos e masculinos. Outra derivação do termo “Tifon” é a sua afinidade com a palavra “Tufão”1. O Tufão é uma poderosa força de destruição centrípeta. É a “Força & Fogo” caracterizada pela descrição do advento do Æon de Horus que desde 1904 e.v. instaurou catástrofes e destruições no mundo. O Tufão entra em uma área previamente tranqüila e instaura o Caos pela destruição que causa. Contudo, essa destruição é a mudança cíclica tão compreendida pela Magick, i.e. há a necessidade de se colocar sobre o solo as antigas estruturas para que o novo possa ser erguido. Assim, ainda hoje o termo “Tifon” causa pânico, isso se dá pelo fato de que pessoas não preparadas para mudanças repentinas sofrem com os ‘venenos’ emanados pela fórmula mágicka da Tradição Tifoniana, i.e. a mudança brusca e repentina causada pela força do Tufão. Seu impacto na consciência causa mudanças bruscas, tanto internas quanto externas e isso pode levar ao que chamamos de ‘efeito dominó’. Em curto prazo isso pode representar enormes dificuldades, e nós, Adeptos desta Tradição, devemos estar preparados pare este desafio. Isso me faz lembrar de um fato registrado nos anais da Loja Shaitan-Aiwaz. Em certa ocasião, nós recebemos sob a Abobada de Tifon2 no Soberano Santuário da Gnosis, um irmão da cidade 1 “Typhon”=Tifon e “Typhoon”=Tufão. 2 Ta-Urt. Lança de Seth I (8) Fevereiro de 2004 E.V. 7 Voltando ao tema de nosso estudo, o Sagrado Anjo Guardião é uma entidade que efetivamente é encontrada por aqueles que verdadeiramente percorrem o caminho da iniciação. Ele não é uma entidade extática ou objetiva, mas um rápido olhar para Eternidade. A consciência é protoplasmática, troca seus fluídos constantemente, se expande e se contrai. Como a consciência pode ser refinadamente expandida, em virtude das experiências mágickas e místicas, essa consciência cósmica crescentemente entra em um estado de ruptura da mesma maneira que nubla o brilho do sol. Nestas etapas, a qualidade da experiência do Magista é aumentada pelo tipo de iniciação que está a percorrer porque por mais cobiçoso que possa ser, a mente não pode saltar e agarrar o infinito e eterno por sua perspectiva passageira, entretanto a consciência pode ser transportada para fora dos Círculos do Tempo e Espaço por um momento, sofrendo assim as infinidades do divino, se objetivando com o Anjo. A inércia do grande oceano da consciência assimila os redemoinhos do êxtase espiritual, dos menores para os maiores. É assim que o Anjo se ‘move’ para o aspirante de tempos em tempos e na ocasião certa. O aspirante sente quando é chegada a hora e se ‘abre’ para a conjunção suprema. Como mencionei antes, o Real Guru é interno e em condições Thelêmicas isso representa a Verdadeira Vontade que é mais uma ‘faceta’ da Vontade Universal ou Consciência Cósmica. Uma vez que o Adepto descubra sua Verdadeira Natureza, o alinhamento com ela deveria ser automático, embora não seja tão fácil, ele possui o impulso do Universo atrás dele. Ele deve chegar ao ponto de compreender que todos os Instrutores e Gurus espirituais externos são exteriorizações do Real Guru – a Verdadeira Vontade. Para alguns de vocês que neste momento lêem este artigo, tudo isso pode soar abstrato ou confuso, mas realmente é muito simples. Existe em nossa Iniciação uma direção e um impulso, uma força gravitacional que nos puxa. Através de práticas constantes e de muita disciplina a consciência é refinadamente expandida. A constante disciplina para o progresso apressa nossa forma evolutiva e com certeza pode nos ‘salvar’ das dores de diversas encarnações ao caminho do nirvana. Dedicação, persistência e disciplina são absolutamente essenciais para a ampliação permanente da consciência para que o Adepto colha as recompensas da transcendência espiritual. Alguns dos leitores já ouviram falar nas entidades Præter- Humanas. Este termo denomina entidades que estão ‘além’ dos seres humanos. Nas tradições ocultas tais entidades são consideradas fora do alcance geral de manifestação humana e não estão sujeitas as mesmas leis de tempo e espaço que operam nossa dimensão. As histórias mitológicas estão repletas de contos do tráfego destas entidades com o ser humano. P.e., Moisés recebendo os Dez Mandamentos; a conversação de Saul na estrada para Damasco, as sessões de John Dee e Edward Kelly com os Anjos Enochianos e o contato de Aleister Crowley com Aiwass, Amalantrah e Abuldiz. O contato com tais forças normalmente é considerado benéfico e resultado desta comunicação é um elixir de novos conhecimentos e um entendimento mais amplo do Universo externo e interno. Existem muitas especulações que deste 1947 (com a crise nuclear) inúmeros contatos com U.F.O.s foram travados. Mas esse tema foge ao nosso estudo. Embora seja de meu conhecimento que tais seressempre travam contato com Iniciados, na maioria dos casos o Magista ou aspirante deve possuir um trabalho interno (mágicko) bem feito e elaborado, talvez por muitos anos, antes de poder contactar e manter tráfego com estas entidades. O propósito e benefício deste trabalho está claro para àqueles que assim o fazem. O corpo humano deve estar preparado para o impacto das vibrações energéticas Præter-Humanas. Ainda, deve haver um refinamento na percepção e na sensibilidade de forma que tais contatos sejam verdadeiramente efetivados. Com a devida preparação, um Magista treinado e disciplinado não é enganado por entidades hostis do plano espiritual. É comum vermos aspirantes achando que em prévias vidas foram Hitler, Jesus, Crowley e etc. Na maioria das vezes sua descoberta veio por meio de uma revelação espiritual, fruto do contato com entidades espirituais. Enquanto o aspirante não for bem preparado, tentará de todas as maneiras travar contatos com tais entidades, contudo, ele parecerá um rádio velho ou desajustado onde somente extática e ruídos desconexos são sintonizados. Não podemos nos esquecer que nossa consciência é contínua e que somos cercados por entidades que, como uma multidão de agregados passageiros, lutam pela nossa atenção. Existe uma Inteligência Præter-Humana que é, modernamente dizendo, associada a Tradição Tifoniana. Ela é conhecida como Lam. A primeira publicação oficial da A∴A∴ ao apresentar o retrato de Lam foi o The Blue Equinox de 1919. O primeiro contato de Crowley com esta Inteligência foi no curso da Operação de Amalantrah, no mesmo período. Sua imagem hipnótica traz uma forte semelhança com os E.T.s que vemos nos filmes modernos, embora sua pintura houvesse sido efetivada anos antes deste arquétipo ser estilizado no inconsciente coletivo. Pode ser dito que os atuais cultos ufológicos têm mitificado de certa maneira as condições destas entidades e a incursão externa extraterrestre poderia ser considerada como um efeito consciente. Ao recorrer a Lam, esta Inteligência Præter-Humana, geralmente, uma pergunta é feita: “Ele é uma entidade ou uma energia?” O problema surge quando há uma tentativa de ver algo não-humano do ponto de vista de uma perspectiva humana, assim categorizações tendem a desmanchar todo o trabalho prático contido nesta Inteligência. Os físicos nucleares enfrentam um dilema semelhante no nível subatômico pois seria inseguro definir o quantum como uma partícula ou como uma onda de energia. Quem sabe, talvez, Lam deveria ser considerado como uma máscara, ocultando assim áreas de nossa consciência além de nossa consciência normal. O Tráfego com Lam pode levar o Adepto a experimentar e desfrutar de um nível de percepção mais profundo de nossa consciência. Esta é a essência dos contatos com tais entidades. Desta maneira o homem se esquece “de pequenos homens verdes em ternos engraçados” que é a maneira humana de se observar o desconhecido, e começa a experimentar um oceano vasto que é a consciência colocando as faltas humanas e as dificuldades em uma perspectiva mais equilibrada. Esta é a colheita do humano para com o Præter- Humano. Como este é um assunto que nos interessa bastante, uma Célula desenvolvendo o Culto de Lam está agora em operação dentro da O.T.O. e seus resultados serão logo publicados, com a possibilidade no futuro, da participação externa para os interessados. A Tradição Tifoniana deve ser observada como o efeito de transformação através do contato com essas forças que estão além da consciência humana. O propósito disto é ampliar a consciência humana, tanto externa quanto interna enriquecendo as infinitas possibilidades espirituais. Existe um grande espaço interno que atravessa uma faixa de freqüência muito larga da qual nós formamos uma fração. Entendendo isso, o Adepto anseia pelo contato externo através dos Portais do Exterior se Lança de Seth I (8) Fevereiro de 2004 E.V. 6 em maior contato com o Universo. Um exemplo clássico de uma discrepância espiritual entre indivíduos é a aproximação e apego ortodoxo a um texto mágicko-religioso como p.e. O Livro da Lei. Essa transmissão espiritual, i.e. o ‘AL vel Legis’, tem, no passado quanto no presente, recebido inúmeros comentários ilustres, mas seu valor mais precioso é o que ele significa ‘pessoalmente’ para nós mesmos, i.e. a experiência espiritual direta que nós ganhamos com sua utilização pessoal, permitindo que seu Fogo ilumine os íntimos intervalos cíclicos de nosso Verdadeiro Ser. Desta maneira o Iniciado transcende as especulações filosóficas e entra em contato com seu verdadeiro espírito. Fazendo isso Iniciado pode tecer seus próprios rituais e meditações em relação aos versículos mais particulares e especiais para ele. A Iniciação é um Caminho Interno, solitário, embora paradoxalmente isto nos conduza sempre para o exterior. A idéia é simples e afeta cada instante de nossas vidas, p.e. o fato não é você ouvir qual é a sensação de ser beber um copo d’água, mas sim bebê-lo, experimenta-lo. É uma viagem a fonte do Nilo em busca de um manancial interno. Quando o Iniciado descobre isso realmente, ele encontra seu Real Guru, aquele que deveria ser a principal fonte de sua preocupação e busca espiritual, sua projeção interna mais sublime, o Sagrado Anjo Guardião. A Consciência é um continuum. Subconsciente, inconsciente, supra-consciência e etc., são meras classificações que dão definições a certos aspectos deste continuum. Nós podemos falar: ‘nossa consciência’, mas isto é uma ilusão. Nós não possuímos consciência, não obstante, é ela que nos possui e opera por nós. Ainda, nossa consciência é um fluxo constante e não um paralelo fixo para ‘trocas’ de consciência de um momento para outro. Este é um processo que classificamos como ‘Obscura Consciência’. A Iniciação deveria ser considerada o processo da dissolução dos véus dessa Obscura Consciência. Às vezes pode demorar algum tempo para que o Iniciado conclua que tudo o que existe é consciência em transição, agregações inconstantes e instáveis que aparecem diante dele como uma forma estável. As práticas místicas de várias tradições possibilitou os antigos Iniciados a perceberem estes processos. O ser humano não consegue perceber todos os processos da consciência, sua faixa de consciência é bastante estreita e está acostumada a evoluir por convulsões em detrimento da realidade de sobrevivência e tudo àquilo que se vincula a este processo instintivo. Entretanto, é vasto o campo de progressão da consciência e práticas mágickas ou místicas podem, efetivamente, expandir a consciência além da percepção cotidiana do homem profano. Meditações regulares e exercícios respiratórios como pranayama têm efeitos drásticos, embora seus efeitos sejam na maioria das vezes externos no decorrer das práticas. Contudo, o impulso habitual, a prática contínua, disciplina a mente e o corpo tendo um efeito permanente tornando a Iniciação um modo de vida irresistível. Isso significa que a ampliação da consciência foi contínua e permanente. Quando isso ocorre nós nos damos conta de nossa crescente individualidade (identidade) e nos afastamos cada vez mais da máscara de nossa humana encarnação. Essa é uma aspiração gloriosa da Flama Interna de Hadit e o Iniciado deveria se esforçar por obter estes resultados como os Magos, Feiticeiros, Xamãs e Bruxas... O ser humano está em sua existência cotidiana completamente adormecido: sonhado. A Iniciação é um processo onde o homem, sofrendo as convulsões do Poderoso Tufão pode acordar. Isso é simples assim! Tradições diferentes com terminologias diferentes, essencialmente, chegam a este mesmo ponto: a sublime divisão entre o sonho do profano e o despertar do Adepto. O Iniciado pode escolher o processo que quer para seu trabalho com a Kundalini saltando de um sistema para o outro ou adentrarem neste Grande Colegiado Espiritual que é a Tradição Tifoniana e desfrutar do Conhecimento e Conversaçãocom o Sagrado Anjo Guardião. Embora os sistemas sejam em grande parte diferentes entre si, eles compartilham de um único objetivo: o transcender das humanas limitações em busca de uma maior ampliação da consciência em níveis perceptuais. Anteriormente eu mencionei o fato de que o Coração da Tradição Tifoniana é a Força e o Fogo. Mitológicamente esse processo é demonstrado pela Serpende ou o Dragão das Profundezas (Tanith)13, uma poderosa entidade que emerge das profundezas da consciência repentina e silenciosamente causando sua grande devastação. O que é devastado é a restrição da consciência humana. “Eu não trago a paz mas a espada.” Essa é uma intrusão da consciência humana por poderosas forças internas, atávicas. Essa mesma idéia está inserida na Gnosis Lovercraftiana como no Culto de Cthulhu, o deus que salta das profundezas do ‘Mar’ após estar adormecidos pelas idades. Me vem a mente agora uma outra ocasião em que um membro da Loja Shaitan-Aiwaz, Frater AKA Tau Perdurabo (Hugo E.S. Reis) em um rito da O.T.O. fora possuído por Cthulhu. O Rito era uma prática de procedimento de Umbanda-Thelêmica dentro da Zona Malva. O Templo da Loja Shaitan-Aiwaz fora decorado com um Círculo Mágicko com uma Estrela de Onze pontas. Oito colunas suportavam a Coroa de Defesa Planetária (Exus Indiferenciados) e seus elementos. O Altar do Sagrado Anjo Guardião nesta fórmula ficava no centro do Círculo Mágicko, mais alto que nossas cabeças. Dentro dele, nos pés do Altar, um outro Altar fora erguido para o Senhor do Plano Astral e Mestre de Magick, o Exu pessoal que acompanha o presente autor em seus trabalhos mágickos. Um Altar a Estela da Revelação como Portal para Zona Malva pelas influências dos Kalas emanados pela Estela fora colocado no alto da parede no Noroeste. Logo abaixo dele um Altar com um Espelho Mágicko fora erguido a Thoth e a Lam. Na outra extremidade, no canto Nordeste do Templo, três Altares foram erguidos, respectivamente de baixo para cima: o Altar dos Sete Exus Cabeça de Legião, mais encima um Altar aos Sete Senhores da Luz e acima deste um Altar para os Sete Orixás Virginais. Frater AKA Tau Perdurabo suportara bem até a abertura dos Portais da Zona Malva em que após a invocação de Yog- Sothoth e Cthulhu ele caíra no chão do Templo. Neste trabalho só estávamos nós dois. Ao se olhar para ele via-se as emanações astrais de Cthulhu. Ele parecia um ‘polvo’ e a possessão foi tão intensa que ele ficara completamente inconsciente. Se arrastava pelo chão do Templo em volta do Circulo Mágicko de maneira animalesca. Após inúmeras tentativas de obter respostas de como Cthulhu houvera possuído este Frater, já não havia mais nada a fazer senão traze-lo de volta. A comprovação de que era realmente Cthulhu que o possuíra vinha das estranhas frases em que dizia incessantemente que sua mãe e companheira iriam morrer. Cthulhu devastava a restrição que havia em seu interior. Eu decidi tira-lo do Templo para terminar o ritual para tentar consertar seu rumo. Assim ele saiu do Templo e foi embora após inúmeras tentativas de desobsessão. Dias mais tarde eu vim a descobrir que naquela manha ele fora internado como louco. 13 Idem nota 5. Lança de Seth I (8) Fevereiro de 2004 E.V. 3 de Belo Horizonte. Este irmão, Frater Albrith Nehru (Josemar B. Vidigal), veio até nós para pedir-nos um rito de cura pois ao se ligar a O.T.O. sua vida entrou em catástrofe. O Templo da Loja fora decorado de maneira a reviver o Culto de Ptah. No solo havia um Círculo Mágicko com um Pentagrama inserido no coração do Hexagrama. Ao redor o zodíaco fora desenhado, bem como os nomes de Proteção e os nomes de nossa Verdadeira Vontade. Os quadrantes elementais eram simbolizados por quatro colunas que sustentavam o elemento do quadrante, assim como seu Guardião, respectivamente Horus Behedet (Ar), Seth (Fogo), Sobek-Ra (Água) e Anúbis (Terra). O Templo fora pintado de negro. O Altar dedicado ao Sagrado Anjo Guardião, nesta fórmula mágicka, ficara ao Norte. O Altar dedicado a Ptah-Tatenem fora colocado ao Sul. No Sudoeste fora erguido um Altar a Lam, um Portal para Zona Malva e contato com os Poderosos Antigos. Os elementais de cada quadrante eram invocados pelo Sistema Enochiano onde as Tábuas Elementais foram colocadas nos seus respectivos quadrantes. Naquela época nós havíamos terminado nossas pesquisas elementais enochianas onde achamos mais elementais nas Tábuas antes não enxergados por Dee, Kelly, Mathers ou Crowley. Nós os chamamos de Elemental Puro (constituído por um só elemento), Elemental Dual (constituído de dois elementos), Elemental Encantado (constituído de três elementos) e Elemental Natural (constituído de quatro elementos). A seguir insiro a invocação elemental do quadrante do Fogo para demonstrar o material de pesquisa. Note que existem mais elementais invocados do que nas chamadas enochianas de Crowley, Mathers, Dee e Kelly. SUL: INVOCAÇÕES: Abre-se o Véu. Trace o Hexagrama do Fogo: Fazer Sinal de Puer: IBI-SEMA-TAUI Traçar o Pentagrama de Invocação do Fogo: Invoco o Deus do Fogo. Em Sinal de Thoum-aesh-neith, entoar: OIP TEAAP DOCE Traçar a Aspiral de Invocação do Rei: Eu Invoco o Rei do Fogo. Em Sinal de Ptha entoar: EDLPRNAA Traçar a Cruz de Invocação dos Nomes: Eu Invoco os Deuses que obrigam os Espíritos a virem e obedecerem. No Sinal de Osíris Morto entoar: SIODA od UOLXDO od OBAUA od VADALI od OLOAG od NOALMR od NRZFM od RZIONR. EVOCAÇÃO: Apresentar a Baqueta Mágicka. PRONUNCIAR A SEXTA CHAVE ENOCHIANA: [...] PRONUNCIE A CONJURAÇÃO ENOCHIANA: Ol vinu od zodakame, Ilasa, Gahe de PEREJALA od elanisahe vaoresagi Iaida, gohusa pujo ilasa, darebesa! Do – o – i – ape SIODA od UOLXDO od OBAUA od VADALI od OLOAG od NOALMR od NRZFM od RZIONR. Ol vinu-ta od zodameta, Ilasa, gahe de PEREJALA. CONSAGRAÇÃO: [...] Esta Cerimônia Mágicka fora constituída apenas por três Adeptos. Eu assumi o papel de Sacerdote e usava o Robe do X° O.T.O.; o Acólito era Frater de Alto Grau da Ordem, Ankh-f-n- Ammon-Ra (Alex B. Elias) que usava um Robe do IX° O.T.O. Frater Albrith Nehru usava um Robe de Ciclo Intermediário do IX° O.T.O. Este rito apresentava algumas características e elementos do Culto da Cobra Negra3 desenvolvido pela O.T.O., cujo foco central de ritualística é a Umbanda-Thelêmica. Nesta Cerimônia, o Portal da Zona Malva fora aberto no início dos trabalhos, fato que deu maior ímpeto a conclusão, visto que desde o princípio o tráfego com seres Transplutonianos era possível. Após a abertura do Templo a Cerimônia tomou novos rumos e o que fora previsto para o rito não aconteceu. Frater Albrith Nehru fora tomado por uma força ‘estranha’ no Templo. Os elementos do Culto da Cobra Negra inseridos neste rito foram os responsáveis por esta possessão. Ao contrário de outros ritos desenvolvidos pela O.T.O. em conjunção com a Zona Malva, essa possessão partira dos elementos contidos no Culto da Umbanda-Thelêmica. Ele começara a falar uma língua estranha e vez ou outra se debater no chão. Seu transe fora extenso e levou a maior parte do rito. Era possível ver as emanações astrais do emparelhamento da entidade. Nos dias que se seguram ao rito, fora comprovado que um tantrum tangencial4 acontecera. O irmão de Frater Albrith Nehru morrera de leucemia e ele perdera a casa em que morava. Tentando desesperadamente compreender o que tivera ocorrido, ele solicitou orientação espiritual em uma Choupana de Umbanda. Lá ele descobrira que fora possuído por um Exu que era conhecido como ‘Exu Capa Preta’. Ele descobrira que este ser espiritual viera até ele para ‘destruir a sua vida’. Aqui há um comentário a se fazer como via de esclarecimento porque assim como Frater Albrith Nehru estava enganado quanto a natureza desta entidade, também existem outros enganados. Deve ser observado que ‘Exu’ é um ‘cargo espiritual’. Na Umbanda, Exu é um Orixá Telúrico.Ele é o Mago do Astral, o Agente Cósmico necessário e equilibrador entre as coisas passivas e ativas, intermediário entre a Luz e as Sombras do Astral, o Guardião que intercede, ‘Senhor dos Intercruzamentos Vibracionais’ e seu conceito mais claro é ‘Executor da Justiça’, i.e. do Karma. Esse ‘Exu Capa Preta’ é um Chefe de Legião e trabalha na linha vibratória do Exu Indiferenciado Issoxô. Então após essa simples dissertação fica claro que este ser não veio ‘destruir a sua vida’, posto que ele é um ‘Ajustador Cósmico’. Agora note que Issoxô soma 670. Esse número contém os mistérios de 13, 60, 67 e 70. 13 é AChD, a Unidade e AHBH, o Amor; uma escala de unidade: 13x1=13; 26=13x2; 91=13x7=7; com o que encontramos que em 26 e 91 operam a Díada e o Septenário respectivamente. Agora, 60 é Samekh, que em sua completa soletração é 60x2=120, igual a Yod, que em sua completa soletração é 10x2=20. Em geral, as dezenas são as “solidificações” das idéias e das unidades que se multiplicam. Assim, 50 é a Morte, a força da transformação em seu aspecto mais terrestre. Samekh é a Temperança do Tarot: o 6 não pode ser tão “mal”; o pior nome que se possa dar a 60 é “restrição”. Agora temos 67 que é BINH, a Grande Mãe. Observe que 6+7=13, a união das idéias de Binah e Kether. Um número de aspiração. Mas Binah, a Terceira Zona de Poder Cósmico é a Cidade das Pirâmides.5 Note que 670 é um a menos que 671, ThORA a Lei, ThROA, a Porta, AThOR, a dama do Caminho de Daleth, ROThA, a Roda. Também é ALPH, DLTh, NUN, IVD, Adonai (65), completamente 3 Este é um Culto desenvolvido pela O.T.O. Draconiana para aqueles membros que atingiram o IX° O.T.O., 3º Ciclo. O Culto da Cobra Negra emprega elementos da Umbanda em conjunto com Thelema. Ele possui Sete Graus a parte dos Graus da O.T.O. Entretanto, este Culto não contém nenhuma relação com o Culto desenvolvido por Michael Bertiaux para sua O.T.O. Antiqua. 4 Veja ‘A Lança de Seth’ I(6). 5 Veja ‘A Lança de Seth’ I(7). Lança de Seth I (8) Fevereiro de 2004 E.V. 4 soletrado. 65 é ADNI, em caracteres romanos LXV=LVX, a Luz Redentora. Veja Ritual de 5°=6� e “Konx om Pax”6. Note que 65=13x5, a forma mais espiritual da força, assim como 50=10x5 é a forma mais material dela. Observe, HS, “Mantenha Silencio!”, e HIKL, o Palácio. Com isso interpreta-se “Mantenha Silêncio na Casa de Adonai”. Finalizando, 70 é o ‘Sanhedrim’ e os Preceptores da Lei. O divino 7 em seu aspecto mais material. É o ‘Olho de Seth’.7 Agora Issoxô trabalha na linha de vibração de Oxossi o Orixá relacionado a Vênus (Netzach) que é o “Catequizador das Almas”. Aquele que leva a “compreensão” (Binah)8 das Leis Espirituais. Estas considerações foram necessárias para que fique claro o ‘porque’ deste ser estar em estrito contato com Frater Albrith Nehru. Considerações mais detalhadas foram descritas nos anais da Loja Shaitan-Aiwaz. Esse episódio está estritamente relacionado a ‘mudança’ relatada parágrafos acima. Frater Albrith Nehru ao adentrar para O.T.O. sofrera com as mudanças ocorridas em sua vida em detrimento da natureza dos ‘venenos’ expelidos por nossa Mágicka Tradição. O tema da Umbanda-Thelêmica é demasiado extenso e não se aplica a natureza do presente artigo, assim voltemos ao tema original de nosso estudo. A perspectiva Tifoniana, entretanto, é muito mais ampla do que a consciência humana é capaz de perceber. Essa perspectiva Tifoniana é uma consciência cósmica. O que nós fazemos em nosso trabalho mágicko é ampliar nossa consciência humana além dos Círculos do Tempo e do Espaço para conseguirmos captar as emanações estelares desta Corrente Mágicka. Para isso, a O.T.O. se vale de técnicas psico-sexuais para abertura de portais Transplutonianos afim de canalizarmos essa Corrente. Existem inúmeras interpretações para o termo “Tifoniano”. A implicação, porém, é sempre a expansão de consciência além dos níveis normais de percepção. Assim, nós somos interpretados como opositores por sermos Tifonianos, todavia, hoje em dia, essa oposição está relacionada com a aceitação de uma visão limitada de nós mesmos. O poder do Tufão destrói essa falsa percepção de ‘si mesmo’ de maneira a podermos ‘perceber’ um Universo além dos Círculos do Tempo e Espaço. O APARECIMENTO DA TRADIÇÃO DE TIFONIANA O ‘AL vel Legis’ I:56 declara que “Todas as palavras são sagradas e todos os profetas verdadeiros; salvo unicamente que eles entendem um pouco; resolvem a primeira metade da equação, deixam a segunda inatacada.”. Os últimos 100 anos viram o nascimento de uma nova eternidade, um esclarecimento que traz a luz de uma nova liberdade escolar livre da falsa supertição. Isso aumentou nossa consciência histórica e derramou abundante luz na supressão violenta do pensamento humano e da espiritualidade que estavam sob o domínio dos líderes da Cristandade. As cruéis perseguições patriarcais ameaçavam o livre-pensador que tinha de se proclamar Cristão para se salvar das torturas e da selvageria. Surpreendentemente, a Igreja Católica era sempre o culpado maior. Era essa uma das predominantes razões para o segredo da tradição oculta: proteger os Iniciados das escolas de mistérios, bem como seus segredos de Iniciação dos espreitos olhos da autoridade religiosa Cristã. A palavra “oculto” inserida no nome ‘ocultismo’ reflete esses mistérios escondidos. Contudo, não era somente a Igreja 6 Já disponível em português, tradução de Fernando Liguori. 7 Idem nota 5. 8 Qabalísticamente, Netzach (Vênus) é exaltado em Binah (Saturno). Veja diagrama na ‘Lança de Seth’ I(7). Cristã, em seus vários disfarces, que suprimiam as informações dos julgados heréticos. No Antigo Egito cujas dinastias atravessaram mil anos, a batalha espiritual sob a luz do domínio político-religioso levaram a perseguição dos adoradores da Deusa Primordial. Historicamente, o mito de Seth e Horus, os dois irmãos que se digladiavam pela supremacia é uma representação mítica da luta dos Solaritas contra os Tifonianos. O Deus Seth que é simbolicamente representado pelo Planeta Saturno (Binah), ‘o Planeta por trás do Planeta’ Vênus, é representado pela Estrela Sírius, o ‘Sol por trás do Sol’. Efetivamente isso simboliza Seth como o Iniciador, a Verdadeira Fonte Criativa da Influência Vibrante que cria a expansão da consciência. Mas Seth fora taxado como maligno após o crescimento de lendas que expressavam um simbolismo de falsa- moral, p.e. o mito de Caim e Abel. Contudo, em contra partida, o mito da Besta Selvagem e da Mulher Escarlate expressa a natureza da expansão da consciência promovida pela vibração astral de Seth. Mas tais mitos servem como um teste de iniciação que podemos chamar de ‘teste de intenção’, mantendo o profano afastado dos mistérios. Assim o poder do Tufão (Seth) como mudança que a Iniciação traz, corresponde àquela batalha eterna na natureza entre a ordem e o caos. Psicologicamente, a Iniciação no Deserto de Seth (Tufão) causa caos porque desafia e destrói os modos condicionados de pensar e da falsa-percepção. Portanto, é uma ameaça ao estado condicionado e ortodoxo daqueles que “entendem um pouco”.9 Claramente, a Tradição Tifoniana é uma Tradição de Iniciação e Iniciação é Realização. Aqueles que souberam interpretar os espetáculos dos mitos durante a história da humanidade compreenderam os sistema de Iniciação promovido por esta egrégora. Na Árvore da Vida, o glifo do Planeta Saturno e do Deus Seth é a Sephira Binah (Compreensão). Esta Tradição durante a história das civilizações se mascarou sob numerosas formas, mas seu espírito visionário continuou intacto. É importante reconhecer este fato como mágicko, assim aplicamos a ele um termo conhecido como Parampara. Isso significa que a Tradição se expandiu externamente, extraterrestremente iluminando a consciência do homem em fases distintas da evolução. Estas reverberações,quando efetivamente canalizadas, agem como um manancial criativo de vibração. Esse manancial está oculto para a maioria dos cientistas e religiões fundamentalistas. A O.T.O. funciona como uma rede cósmica, porque seus membros não estão — em um sentido mágicko — centrados sobre a Terra. Suas zonas de atividade oculta estão localizadas nos espaços os quais incluem e transcendem simultaneamente níveis astrais de consciência. A O.T.O. é controlada por contatos dos planos interiores focados hoje através de um punhado de correntes individuais canalizadas fora dos Círculos do Tempo e Espaço. Algumas personalidades como Austin Osman Spare, Salvador Dali, Leonardo De Vinci, Isaac Newton e etc., eram ocultistas e descreviam a ciência como uma prosperidade mágicka. Com o advento do Novo Æon, Aleister Crowley deu início ao renascimento da Tradição Egípcia pré-dinástica de Seth-Tifon em oposição a Trindade Osiriana. A diferença essencial entre os dois Cultos é a ênfase que se coloca sobre o princípio do gênero de Seth-Tifon, a Mãe Virgem e seu Filho em oposição ao Culto Osiriano representado pela paternidade individualizada. Neste contexto, este renascimento deveria ser notado pois O Livro da Lei é uma poderosa transmissão Tifoniana para ema nova era de veneração e reconhecimento do principio feminino. 9 Este parágrafo então explica fielmente o fato descrito na Loja Shaitan- Aiwaz. Lança de Seth I (8) Fevereiro de 2004 E.V. 5 Este princípio no Livro é chamado de Nuit, o Círculo em Expansão Infinita. Entretanto, distinto da dourada era Tifoniana Egípcia, o principio masculino também tem seu lugar reconhecido. Ele é o ponto onipresente conhecido como Hadit. Em Magick em Teoria e Prática10 Crowley enfatiza: “O Espaço infinito é chamado a Deusa NUIT, e o ponto infinitamente pequeno e atômico, no entanto, Onipresente, é chamado de HADIT. Estes são imanifestos. Uma conjunção destes dois infinitos é chamada RA-HOOR-KHUIT11, uma Unidade que inclui e dirige todas as coisas.”12 Essa Tradição não tem nenhuma semelhança a obscura idade dos deuses agonizantes cujo paternalismo desequilibrado causou sofrimento desnecessário. Contudo, o Culto revivido pelo Livro da Lei está completamente em comunhão com o Equilíbrio de Energia Criativa Ígnea de Maat combinando harmoniosamente a qualidade feminina de intuição delicadamente conjugada a receptividade. Seth é o Deus da Iniciação e Saturno é o Planeta do Karma. A Iniciação se dá desobstruindo, i.e. destruindo bloqueios indesejados para o progresso iniciático. O caos causado pelas conseqüências do Karma é uma parte essencial do processo de Iniciação sendo percebido em um estado cíclico uniforme. Todavia, para aqueles que absorvem a essência da Tradição Tifoniana, os véus opacos são rasgados de maneira que a verdadeira luz dá o brilho necessário a este tema porque Karma é o que chamamos de “consciência de pecado”. Crowley lutou muito por suas descobertas e deu início a modernas compreensões. Isso criou um caos porque amedrontou os ocultistas ortodoxos que não conseguiam perceber a visão de Crowley e chafurdados em seu ‘sono’ de consciência, se apegavam a velhos conceitos já revogados do Velho Æon. Crowley por toda sua vida foi perseguido por aqueles que não lhe compreendiam, assim como os Osirianos e Cristãos “endiabraram” a Criativa Força do diabo Seth ou Satã. Crowley ensinava àqueles indivíduos que buscando a verdade, adotavam o título ou a posição de Tifonianos e é curioso notar que Crowley declarava que seu Sagrado Anjo Guardião era Shaitan Aiwass, uma forma de Seth, o Iniciador. Felizmente as atitudes estão mudando! Crowley suportou, ainda que com todas as suas faltas pessoais, inúmeras dificuldades para colocar em funcionamento as fundações espirituais de nosso Novo Æon. Invocando Seth-Horus ele nos deu a verdadeira noção de nossa divindade interna e nos ensinou o modus operandi para a ativação e realização deste potencial criativo ilimitado. O trabalho de Crowley foi continuado e perpetuado até hoje por alguns ícones da Filosofia Thelêmica. O primeiro a dar ‘verdadeiramente’ continuidade ao seu trabalho foi Frater Achad que descobriu a Chave para O Livro da Lei e anunciou as premissas do Æon de Maat pela primeira vez em 1948, quarenta e quatro anos após do Equinócio dos Deuses que Crowley denominou como o Æon de Horus. Os estudos qabalísticos de Achad derramaram muita luz para nosso crescimento espiritual e nos fez compreender o conceito de Espaço e Tempo calcando a base e o fundamento científico da Tradição Tifoniana. Ele também descobriu o verdadeiro significado da Trindade 10 Já a disposição em português. Tradução de Fernando Liguori. 11 Mais corretamente, HERU-RA-HA, para incluir HOOR-PAAR-KRAAT. 12 A base desta Teologia é dada em Liber CCXX, AL vel Legis. Assim, só passarei para o leitor o assunto de uma forma muito generalizada. Um tratado aparte seria necessário apenas para discutirmos o verdadeiro significado dos termos empregados, e para mostrarmos como o Livro da lei antecipa as recentes descobertas de Frege, Cantor, Poincaré, Russell, Whitehead, Einstein e outros. Veja “O Equinócio dos Deuses” [Tradução de Fernando Liguori] e “Os Comentários Mágickos & Filosóficos do Livro da Lei” [Tradução de Fernando Liguori]. Thelêmica (93). Outro ícone de importância no atual contexto é Kenneth Grant que assumiu o controle do ramo Inglês da O.T.O. em 1955, fundando uma Loja chamada Nu-Isis para canalização vibracional de forças além de nosso Sistema Solar. Os frutos de seu trabalho foram registrados nas suas três Trilogias Tifonianas que expõem suas descobertas desenvolvendo o processo que Crowley havia iniciado muitos anos antes. Estas descobertas foram cientificamente comprovadas sob a luz de uma nova perspectiva. Tais descobertas formaram a Ponta da Lança do Sistema Tifoniano durante os últimos vinte e cinco anos atraindo inúmeras pessoas sob uma nova Gnosis para o caminho da Iniciação. Em 2003 eu assumi o ramo Italiano da O.T.O. como O.H.O. diretamente de Roberto Delanza. Esse ramo nós chamamos de Tradição Draconiana. Uma Loja chamada Shaitan-Aiwaz foi fundada para canalizações e pesquisas com seres Transplutonianos, i.e. além de Kether (Yuggoth), e os resultados destas pesquisas estão sendo publicados periodicamente em um órgão de divulgação da O.T.O. chamado A Lança de Seth. A Tradição Tifoniana em efeito é um Tufão, um Vendaval, uma Vibração Fundamental de expansão da consciência que tem um papel importante evolução da humanidade. A TRADIÇÃO TIFONIANA HOJE Eu já esclareci a história da Tradição Tifoniana, o que representa e o aparecimento de seu espírito. Deveria ser prontamente notado que quando nós dizemos “Tifoniano”, queremos dizer muito mais do que a Deusa Tifon e seu Filho Seth. Assim, como nós aprofundamos na questão histórica, está na hora de adentrarmos na questão mais importantes deste tema: a relevância desta Tradição hoje, seus benefícios e o que ela pode trazer ao moderno Iniciado. Daqui em diante alguns véus serão levantados para que o ‘verdadeiro’ processo iniciático formulado por esta Tradição Tifoniana sejam rasgados e a luz sobre o tema seja um foco ou brilho que afete os níveis de percepção espiritual do leitor. A Tradição Tifoniana representa a Força e o Fogo e sua aplicação representa uma aspiração e devoção no coração de cada Iniciado. Esta é a Flama de Hadit que queima no coração de cada Homem. Da mesma maneira, a shakti que é a Kundalini-Shakti que dá a cada Iniciado o poder de suportar a manifestação vibracional da Tradição Tifoniana que se manifesta como existência Una. Não obstante, para a maioria das pessoas uma individualidade desordenada aparece ao se iniciarem nesta Tradição. Mas este é o Poder do Tufão no qual temos de aprender a trabalhar para o desenvolvimento de nosso processoiniciático até que o senso de individualidade possa ser dissolvido. Isto acontece porque tudo em todo Universo está conectado ao seu duplo. Eis aí a importância de se saber trabalhar nos dois lados da Árvore da Vida. Entretanto o trabalho parte sempre de um princípio. Embora a consciência seja um princípio contínuo, o ser humano possui um senso egóico o qual necessita trabalhar e purificar. A Iniciação, compreensão e purificação que este processo requer variará a cada pessoa. É uma falácia da mente crer que há uma fórmula prescrita ou uma ‘apostila’ passo a passo para este processo. Isso não existe, da mesma maneira que não existe uma fórmula para felicidade absoluta. Mas o que nós podemos fazer é aplicar princípios mágickos ao nosso Dharma ou padrão de ser, nossa Verdadeira Natureza. Cada pessoa se desenvolverá de maneira diferente no caminho iniciático e na descoberta de seus próprios egos e essência, o que o levará a um caminho onde possa estar
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