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O T O Draconiana - Lan+ºa de Seth I (08)

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Lança de Seth I (8) Fevereiro de 2004 E.V. 8
preparando para o efeito do vendaval que isso acarretará na 
consciência. A taxa da adaptação da consciência neste processo é 
a chave da sobrevivência e da sanidade do Mago e seu sucesso, 
como sempre, é o pivô de uma evolução contínua como ser 
humano. 
Abraçando a Tradição Tifoniana nós abraçamos nosso destino 
com uma energia criativa e ígnea que nos levará a novos mundos 
antes imperceptíveis para nós. Alegria e equilíbrio harmonioso 
formarão a parte essencial de nosso sublime sonho escolhido 
quando subirmos e bebermos no Cálice brindando o sucesso de 
nosso verdadeiro testamento alinhado a nossa Verdadeira 
Vontade. 
Eu agora deixo o leitor pois me aprofundar mais neste tema é 
tentar ensinar aquilo que não se ensina por meio da escrita e 
faze-lo, seria profanar a tumba do silêncio que ronda a 
verdadeira Iniciação. Contanto, eu gostaria de dizer que este 
processo, pelo menos para aqueles que atingiram o 3° Ciclo da 
Iniciação do IX° O.T.O., é a própria vida em constante 
revolução, a Magick na Ação! 
A Grande Mãe Tifon agora me chama, Seth tem de dormir, 
afinal, é no Grande Abismo da faixa vibratória do inconsciente 
profundo que a convulução precede a criação! 
 
Amor é a lei, amor sob vontade. 
 
FERNANDO LIGUORI 
O.H.O. da O.T.O. 
Loja Shaitan-Aiwaz, 01 de Fevereiro de 2004 e.v. 
 
 
 
Cartas 
 
Olá, eu gostaria de saber algo sobre as Invocações Demoníacas e 
o processo da Goécia? (Elcio Zaghetto, por e-mail). 
 
Oi Elcio, 
 
Faz o que tu queres há de ser tudo da Lei. 
 
A Goécia e seus derivados eu chamo de Sistema Salomônico em 
seu conjunto, já que Goécia também se chama Legemeton ou “A 
Pequena Chave de Salomão” um complemento da "Chave de 
Salomão" segundo alguns especialistas. 
É sem dúvida um sistema perigoso se praticado indevidamente. 
O que ocorre é que os caras tentam evocar demônios antes 
mesmo de Evocar elementais, anjos e deuses aí se lascam todos. 
Primeiro de tudo ainda é a Invocação depois a Evocação. A 
Invocação deve preceder a evocação mágicka, devemos invocar as 
Inteligências Superiores de Deuses, Anjos etc. que saturam a 
personalidade de influxos divinos e o aproximam de seu Sagrado 
Anjo Guardião. Depois pode-se ensaiar a Evocação primeiro de 
Elementais, seguindo de Arcanjos ou Deuses e por último 
dedica-se a Goécia, que é o contato com aspectos caóticos da 
psiquê. É assim que eu fiz e recomendo. Acho que qualquer um 
que saiba pensar um pouco não deseja que o esgoto dos 
complexos reprimidos e antigos atavismos pré-humanos que 
pertencem a sua sombra ascendam a consciência de vigília sem 
estar devidamente preparado para lidar com isso. E é exatamente 
isso que esses aventureiros fazem quando mexem com o que 
desconhecem. Os caras acreditam que estão mexendo com 
diabinhos e no final descobrem,dolorosamente, que seus maiores 
pesadelos tomam vida. 
Mesmo a Invocação de Inteligências superiores pode resultar em 
experiências desagradáveis se não for precedida de treinamento 
mental e construção consciente da personalidade mágicka. Já vi 
pessoas abandonarem a Magick depois de uma simples operação 
arcangêlica. O fato é que a maioria resolve de uma hora para 
outra “mexer” com Magick desconhecendo as mais simples 
regras de ocultismo. Eles Ignoram ou não levam em conta que 
tudo no Universo tem seu oposto e que se existe algo chamado 
S.A.G. ou Augoeides também existe Choronzon - o Demônio 
do Abismo - e que não existe como atingir o S.A.G. sem passar 
pelo Demônio Guardião. Ainda mais, ignoram que as raízes dos 
devas ou deuses estão nos esquecidos ou assuras também 
conhecidos como demônios. Infelizmente, existem autores de 
livros mágickos que dizem que seus rituais são totalmente sem 
risco. Sinceramente acender uma simples vela e proferir um 
encantamento verbal repercute no Astral e mesmo que a 
maioria dos leigos em Magick não tenha condições de acessar 
poder algum uma série de operações repetidas pode precipitar 
acontecimentos nefastos e o resultado disso pode fugir 
totalmente ao controle. Não digo que Magick é perigosa, mas 
como no trânsito tem que se conhecer os sinais e regulamentos. 
Enviarei textos meus sobre Theurgia e da Escola Arcana, bem 
como da O.T.O. que represento e veja se algo lhe interessa. Se 
desejar compre o livro Magia Hermética de Regardie, pois até 
que me provem o contrário foi ele que falou de Theurgia 
seriamente e com maior profundidade até hoje. O meu sistema 
de Theurgia se chama Abraxas e remonta a antiga Theurgia 
Egípcia o melhor livro para compreender esse sistema que busco 
reavivar é "Giordano Bruno e a Tradição Hermética ”, embora 
muitos achem ser um livro maçante considero fundamental para 
todo Magista que deseja conhecer as bases do Hermetismo, e da 
Magick por ocasião, ler essa obra. 
 
Amor é a lei, amor sob vontade. 
 
HÉLIO M. OLIVEIRA 
 
 
 
COLÉGIO DE THELEMA 
(Núcleo de Estudos Externos da O.T.O. 
 
O Curso de Magick já está sendo ministrado pelo Colégio de 
Thelema e uma nova turma será aberta para sanar a grande 
procura. Interessados escrevam para o editorial do Jornal ‘A 
Lança de Seth’. 
 
A Lança de Seth – I (8) Fevereiro de 2004 E.V. 
Publicado por SATVRNVS PUBLICAÇÕES 
Órgão Oficial de Divulgação da 
Ordo Templi Orientis (O.T.O.) 
Copyright © 2004 SATVRNVS PUBLICAÇÕES. 
Editores: Fernando Liguori & Karen K. Lima 
Editorial: Interessados favor escrever para: SATVRNVS 
PUBLICAÇÕES|A Lança de Seth – Caixa Postal 666, centro, Juiz de Fora 
– Minas Gerais. Cep: 36001 970. satvrnvspublishing@yahoo.com.br 
Foto de capa: Seth lutando por Bruno do Amaral Menon 
 Lança de Seth I (8) Fevereiro de 2004 E.V. 1
R$ 1,50 
A Lança de Seth 
 
O JORNAL DA ORDO TEMPLI ORIENTIS N° I (8) 
FEVEREIRO DE 2004 E.V. 
93 U 697 U 
 
 
 
 
 
 
 
 Lança de Seth I (8) Fevereiro de 2004 E.V. 2 
Faz o que tu queres há de ser tudo da Lei. 
 
CONTEÚDO 
Fernando Liguori 
 A Tradição Tifoniana.......................................................02 
Hélio M. Oliveira 
 Cartas..............................................................................08 
_________________________________________________ 
 
Fernando Liguori 
 
A TRADIÇÃO TIFONIANA 
 
INTRODUÇÃO 
 
Faz o que tu queres há de ser tudo da Lei. 
 
O tema deste texto é a Tradição Tifoniana e eu a apresento com 
um iniciado no IX° da O.T.O. Tifoniana. A escolha para este 
tema surgiu pelo fato de que muitas pessoas me escrevem 
pedindo uma definição definitiva do termo “Tifoniano”. O Braço 
direito de Kenneth Grant, Michael Staley assim me pediu para 
que eu fizesse um texto em resposta a estas pessoas ansiosas por 
um maior esclarecimento. Deve, primeiro, ficar claro que a 
palavra “Tifoniano” tem vários significados e aplicações que 
representam facetas diferentes de uma única corrente. Minha 
esperança é que este texto sirva de esclarecimento. Eu tentarei 
explicar o termo “Tifoniano” primeiramente em seu contexto 
histórico original e depois tentarei abranger sobre seu poder de 
relevância para nós hoje. 
Ainda, este texto faz parte dos ‘Arquivos Draconianos’. Uma 
série de textos publicados na Lança de Seth sobre as experiências 
ocorridas na Loja Shaitan-Aiwaz bem como seus resultados. 
Ainda, tais documentos visão uma maior abordagem sobre a 
Tradição Draconiana e Tifoniana. 
 
DEFINIÇÃO DA TRADIÇÃO TIFONIANA 
 
O termo “Tifoniana” já fora usado extensivamente no século 
XIX pelo brilhante Gerald Massey ao longo de suas obras de 
religião antiga, como uma descrição para àquelas pessoas que 
adoraram a deusa primordial, identificada nos céus como a 
grande constelação da Ursa Maior. A adoração desta deusa 
precedeu todas as formas de adorações masculinas e sua essência 
ainda hoje é refletida como a ‘Mãe Natureza’. 
Já fora provado que nesta fase primordial da civilização o papel 
do macho na procriação não era compreendido. Nesta 
concepção, gravidez e nascimento eram processos misteriosos 
que envolviam a fêmea que parecia se dividir enquanto dava aluz. Nesta fase a deusa Tifon e seu Filho eram tidos como ‘uma 
entidade comum’ na concepção teogônica desta Tradição. 
A civilização evoluiu ocorrendo assim uma mudança gradual de 
percepção, a adoração moveu-se de uma fase matriarcal lunar (a 
deusa) para uma fase patriarcal solar (macho-deus). Antes dessa 
mudança de percepção, o papel do macho na procriação era 
incompreendido e o resultado desta incompreensão significou 
uma balanço dramático no pêndulo universal e o princípio 
masculino cresceu em maior ênfase que o princípio feminino. As 
deidades não escaparam deste mar de revisionismo e a guerra 
outorgou ao Deus masculino a supremacia instaurando assim 
uma nova ortodoxia. Àqueles que não se renderam ao novo culto 
e continuaram sua adoração a deusa primordial, foram taxados 
como antiquados, depois como estranhos e perversos, e 
finalmente como uma ameaça. A visão solar foi consolidada em 
uma política de estrutura patriarcal de sociedade e isso conduziu 
na instauração generalizada de uma adoração solarita que mais 
tarde seria a concretização de um conflito político gerando 
perseguições aos adoradores da deusa. Os Adeptos da “Velha 
Tradição Tifoniana” sofreram com o resultado. 
Os Tifonianos então passaram a serem vistos como opositores, 
àqueles que iam contra as tradições contemporâneas. Ao longo 
das dinastias egípcias, Seth, Seth-Tifon ou só Tifon recebia uma 
descrição mitológica como “opositor”, tendo Seth preso em uma 
batalha perpétua contra Horus. Deve ser levado em 
consideração pelo leitor que a mitologia sempre acompanha a 
mudança de paradigma que envolve os povos. Assim, as lendas 
mitológicas sempre descrevem essa mudança de paradigma se 
contradizendo com descrições mais antigas. P.e., nas dinastias 
solaritas, Tifon é descrita junto com Seth como “o tormento 
perpétuo” de Horus, ao contrário de Deusa Primordial de 
tempos mais remotos. No mundo Juidaico-Cristão, cuja 
tradição fora influenciada pela civilização egípcia, o opositor foi 
identificado como Satanás (Satã), Lúcifer, o Diabo. O termo 
“Satã” é derivado de uma conjunção entre o Deus ‘Seth’ e a 
Deusa Lunar Egípcia ‘An’. Nestas tradições, a mulher é 
retratada como a ‘sedutora’ que, com o uso do sexo, 
sensualidade e desejos corporais é considerada imoral e suja. No 
Judaísmo ortodoxo p.e., que tem a autoridade patriarcal calcada 
no Velho Testamento, a mulher, durante seu período menstrual 
é segregada porque é considerada impura. Em tempos 
modernos, o extremo horror da misoginia está arraigada na 
religião patriarcal onde milhares de mulheres são torturadas 
como Bruxas hereges por causa de seu culto a Deusa 
Primordial. Este medo irracional do ‘feminino’ desde a Idade 
Média diminuiu, embora ainda haja essa ignorância em tempos 
recentes, veja p.e. os movimentos de propriedade feminina dos 
anos sessenta. 
A Tradição Tifoniana deveria ser encarada sob a luz do ‘reparar’ 
o equilíbrio entre os sexos, encorajando o princípio feminino em 
uma nova idade de esclarecimento. Isso não significa uma 
restauração da adoração a Deusa Primal, mas um equilíbrio 
entre os princípios femininos e masculinos. 
Outra derivação do termo “Tifon” é a sua afinidade com a 
palavra “Tufão”1. O Tufão é uma poderosa força de destruição 
centrípeta. É a “Força & Fogo” caracterizada pela descrição do 
advento do Æon de Horus que desde 1904 e.v. instaurou 
catástrofes e destruições no mundo. O Tufão entra em uma área 
previamente tranqüila e instaura o Caos pela destruição que 
causa. Contudo, essa destruição é a mudança cíclica tão 
compreendida pela Magick, i.e. há a necessidade de se colocar 
sobre o solo as antigas estruturas para que o novo possa ser 
erguido. Assim, ainda hoje o termo “Tifon” causa pânico, isso se 
dá pelo fato de que pessoas não preparadas para mudanças 
repentinas sofrem com os ‘venenos’ emanados pela fórmula 
mágicka da Tradição Tifoniana, i.e. a mudança brusca e 
repentina causada pela força do Tufão. Seu impacto na 
consciência causa mudanças bruscas, tanto internas quanto 
externas e isso pode levar ao que chamamos de ‘efeito dominó’. 
Em curto prazo isso pode representar enormes dificuldades, e 
nós, Adeptos desta Tradição, devemos estar preparados pare 
este desafio. 
Isso me faz lembrar de um fato registrado nos anais da Loja 
Shaitan-Aiwaz. Em certa ocasião, nós recebemos sob a Abobada 
de Tifon2 no Soberano Santuário da Gnosis, um irmão da cidade 
 
1 “Typhon”=Tifon e “Typhoon”=Tufão. 
2 Ta-Urt. 
 Lança de Seth I (8) Fevereiro de 2004 E.V. 7
Voltando ao tema de nosso estudo, o Sagrado Anjo Guardião é 
uma entidade que efetivamente é encontrada por aqueles que 
verdadeiramente percorrem o caminho da iniciação. Ele não é 
uma entidade extática ou objetiva, mas um rápido olhar para 
Eternidade. A consciência é protoplasmática, troca seus fluídos 
constantemente, se expande e se contrai. Como a consciência 
pode ser refinadamente expandida, em virtude das experiências 
mágickas e místicas, essa consciência cósmica crescentemente 
entra em um estado de ruptura da mesma maneira que nubla o 
brilho do sol. Nestas etapas, a qualidade da experiência do 
Magista é aumentada pelo tipo de iniciação que está a percorrer 
porque por mais cobiçoso que possa ser, a mente não pode saltar 
e agarrar o infinito e eterno por sua perspectiva passageira, 
entretanto a consciência pode ser transportada para fora dos 
Círculos do Tempo e Espaço por um momento, sofrendo assim 
as infinidades do divino, se objetivando com o Anjo. A inércia do 
grande oceano da consciência assimila os redemoinhos do êxtase 
espiritual, dos menores para os maiores. É assim que o Anjo se 
‘move’ para o aspirante de tempos em tempos e na ocasião certa. 
O aspirante sente quando é chegada a hora e se ‘abre’ para a 
conjunção suprema. 
Como mencionei antes, o Real Guru é interno e em condições 
Thelêmicas isso representa a Verdadeira Vontade que é mais 
uma ‘faceta’ da Vontade Universal ou Consciência Cósmica. 
Uma vez que o Adepto descubra sua Verdadeira Natureza, o 
alinhamento com ela deveria ser automático, embora não seja 
tão fácil, ele possui o impulso do Universo atrás dele. Ele deve 
chegar ao ponto de compreender que todos os Instrutores e 
Gurus espirituais externos são exteriorizações do Real Guru – a 
Verdadeira Vontade. 
Para alguns de vocês que neste momento lêem este artigo, tudo 
isso pode soar abstrato ou confuso, mas realmente é muito 
simples. Existe em nossa Iniciação uma direção e um impulso, 
uma força gravitacional que nos puxa. Através de práticas 
constantes e de muita disciplina a consciência é refinadamente 
expandida. A constante disciplina para o progresso apressa nossa 
forma evolutiva e com certeza pode nos ‘salvar’ das dores de 
diversas encarnações ao caminho do nirvana. Dedicação, 
persistência e disciplina são absolutamente essenciais para a 
ampliação permanente da consciência para que o Adepto colha 
as recompensas da transcendência espiritual. 
Alguns dos leitores já ouviram falar nas entidades Præter-
Humanas. Este termo denomina entidades que estão ‘além’ dos 
seres humanos. Nas tradições ocultas tais entidades são 
consideradas fora do alcance geral de manifestação humana e não 
estão sujeitas as mesmas leis de tempo e espaço que operam 
nossa dimensão. As histórias mitológicas estão repletas de contos 
do tráfego destas entidades com o ser humano. P.e., Moisés 
recebendo os Dez Mandamentos; a conversação de Saul na 
estrada para Damasco, as sessões de John Dee e Edward Kelly 
com os Anjos Enochianos e o contato de Aleister Crowley com 
Aiwass, Amalantrah e Abuldiz. O contato com tais forças 
normalmente é considerado benéfico e resultado desta 
comunicação é um elixir de novos conhecimentos e um 
entendimento mais amplo do Universo externo e interno. 
Existem muitas especulações que deste 1947 (com a crise 
nuclear) inúmeros contatos com U.F.O.s foram travados. Mas 
esse tema foge ao nosso estudo. 
Embora seja de meu conhecimento que tais seressempre travam 
contato com Iniciados, na maioria dos casos o Magista ou 
aspirante deve possuir um trabalho interno (mágicko) bem feito 
e elaborado, talvez por muitos anos, antes de poder contactar e 
manter tráfego com estas entidades. O propósito e benefício 
deste trabalho está claro para àqueles que assim o fazem. O 
corpo humano deve estar preparado para o impacto das 
vibrações energéticas Præter-Humanas. Ainda, deve haver um 
refinamento na percepção e na sensibilidade de forma que tais 
contatos sejam verdadeiramente efetivados. Com a devida 
preparação, um Magista treinado e disciplinado não é enganado 
por entidades hostis do plano espiritual. É comum vermos 
aspirantes achando que em prévias vidas foram Hitler, Jesus, 
Crowley e etc. Na maioria das vezes sua descoberta veio por 
meio de uma revelação espiritual, fruto do contato com 
entidades espirituais. Enquanto o aspirante não for bem 
preparado, tentará de todas as maneiras travar contatos com tais 
entidades, contudo, ele parecerá um rádio velho ou desajustado 
onde somente extática e ruídos desconexos são sintonizados. 
Não podemos nos esquecer que nossa consciência é contínua e 
que somos cercados por entidades que, como uma multidão de 
agregados passageiros, lutam pela nossa atenção. 
Existe uma Inteligência Præter-Humana que é, modernamente 
dizendo, associada a Tradição Tifoniana. Ela é conhecida como 
Lam. A primeira publicação oficial da A∴A∴ ao apresentar o 
retrato de Lam foi o The Blue Equinox de 1919. O primeiro 
contato de Crowley com esta Inteligência foi no curso da 
Operação de Amalantrah, no mesmo período. Sua imagem 
hipnótica traz uma forte semelhança com os E.T.s que vemos 
nos filmes modernos, embora sua pintura houvesse sido 
efetivada anos antes deste arquétipo ser estilizado no 
inconsciente coletivo. Pode ser dito que os atuais cultos 
ufológicos têm mitificado de certa maneira as condições destas 
entidades e a incursão externa extraterrestre poderia ser 
considerada como um efeito consciente. 
Ao recorrer a Lam, esta Inteligência Præter-Humana, 
geralmente, uma pergunta é feita: “Ele é uma entidade ou uma 
energia?” O problema surge quando há uma tentativa de ver 
algo não-humano do ponto de vista de uma perspectiva 
humana, assim categorizações tendem a desmanchar todo o 
trabalho prático contido nesta Inteligência. Os físicos nucleares 
enfrentam um dilema semelhante no nível subatômico pois seria 
inseguro definir o quantum como uma partícula ou como uma 
onda de energia. 
Quem sabe, talvez, Lam deveria ser considerado como uma 
máscara, ocultando assim áreas de nossa consciência além de 
nossa consciência normal. O Tráfego com Lam pode levar o 
Adepto a experimentar e desfrutar de um nível de percepção 
mais profundo de nossa consciência. Esta é a essência dos 
contatos com tais entidades. Desta maneira o homem se esquece 
“de pequenos homens verdes em ternos engraçados” que é a 
maneira humana de se observar o desconhecido, e começa a 
experimentar um oceano vasto que é a consciência colocando as 
faltas humanas e as dificuldades em uma perspectiva mais 
equilibrada. Esta é a colheita do humano para com o Præter-
Humano. Como este é um assunto que nos interessa bastante, 
uma Célula desenvolvendo o Culto de Lam está agora em 
operação dentro da O.T.O. e seus resultados serão logo 
publicados, com a possibilidade no futuro, da participação 
externa para os interessados. 
A Tradição Tifoniana deve ser observada como o efeito de 
transformação através do contato com essas forças que estão 
além da consciência humana. O propósito disto é ampliar a 
consciência humana, tanto externa quanto interna enriquecendo 
as infinitas possibilidades espirituais. Existe um grande espaço 
interno que atravessa uma faixa de freqüência muito larga da 
qual nós formamos uma fração. Entendendo isso, o Adepto 
anseia pelo contato externo através dos Portais do Exterior se 
 Lança de Seth I (8) Fevereiro de 2004 E.V. 6
em maior contato com o Universo. Um exemplo clássico de uma 
discrepância espiritual entre indivíduos é a aproximação e apego 
ortodoxo a um texto mágicko-religioso como p.e. O Livro da Lei. 
Essa transmissão espiritual, i.e. o ‘AL vel Legis’, tem, no passado 
quanto no presente, recebido inúmeros comentários ilustres, mas 
seu valor mais precioso é o que ele significa ‘pessoalmente’ para 
nós mesmos, i.e. a experiência espiritual direta que nós 
ganhamos com sua utilização pessoal, permitindo que seu Fogo 
ilumine os íntimos intervalos cíclicos de nosso Verdadeiro Ser. 
Desta maneira o Iniciado transcende as especulações filosóficas e 
entra em contato com seu verdadeiro espírito. Fazendo isso 
Iniciado pode tecer seus próprios rituais e meditações em relação 
aos versículos mais particulares e especiais para ele. 
A Iniciação é um Caminho Interno, solitário, embora 
paradoxalmente isto nos conduza sempre para o exterior. A idéia 
é simples e afeta cada instante de nossas vidas, p.e. o fato não é 
você ouvir qual é a sensação de ser beber um copo d’água, mas 
sim bebê-lo, experimenta-lo. É uma viagem a fonte do Nilo em 
busca de um manancial interno. Quando o Iniciado descobre isso 
realmente, ele encontra seu Real Guru, aquele que deveria ser a 
principal fonte de sua preocupação e busca espiritual, sua 
projeção interna mais sublime, o Sagrado Anjo Guardião. 
A Consciência é um continuum. Subconsciente, inconsciente, 
supra-consciência e etc., são meras classificações que dão 
definições a certos aspectos deste continuum. Nós podemos falar: 
‘nossa consciência’, mas isto é uma ilusão. Nós não possuímos 
consciência, não obstante, é ela que nos possui e opera por nós. 
Ainda, nossa consciência é um fluxo constante e não um paralelo 
fixo para ‘trocas’ de consciência de um momento para outro. Este 
é um processo que classificamos como ‘Obscura Consciência’. A 
Iniciação deveria ser considerada o processo da dissolução dos 
véus dessa Obscura Consciência. 
Às vezes pode demorar algum tempo para que o Iniciado 
conclua que tudo o que existe é consciência em transição, 
agregações inconstantes e instáveis que aparecem diante dele 
como uma forma estável. As práticas místicas de várias tradições 
possibilitou os antigos Iniciados a perceberem estes processos. O 
ser humano não consegue perceber todos os processos da 
consciência, sua faixa de consciência é bastante estreita e está 
acostumada a evoluir por convulsões em detrimento da realidade 
de sobrevivência e tudo àquilo que se vincula a este processo 
instintivo. Entretanto, é vasto o campo de progressão da 
consciência e práticas mágickas ou místicas podem, 
efetivamente, expandir a consciência além da percepção 
cotidiana do homem profano. Meditações regulares e exercícios 
respiratórios como pranayama têm efeitos drásticos, embora seus 
efeitos sejam na maioria das vezes externos no decorrer das 
práticas. Contudo, o impulso habitual, a prática contínua, 
disciplina a mente e o corpo tendo um efeito permanente 
tornando a Iniciação um modo de vida irresistível. Isso significa 
que a ampliação da consciência foi contínua e permanente. 
Quando isso ocorre nós nos damos conta de nossa crescente 
individualidade (identidade) e nos afastamos cada vez mais da 
máscara de nossa humana encarnação. Essa é uma aspiração 
gloriosa da Flama Interna de Hadit e o Iniciado deveria se 
esforçar por obter estes resultados como os Magos, Feiticeiros, 
Xamãs e Bruxas... 
O ser humano está em sua existência cotidiana completamente 
adormecido: sonhado. A Iniciação é um processo onde o homem, 
sofrendo as convulsões do Poderoso Tufão pode acordar. Isso é 
simples assim! Tradições diferentes com terminologias diferentes, 
essencialmente, chegam a este mesmo ponto: a sublime divisão 
entre o sonho do profano e o despertar do Adepto. O Iniciado 
pode escolher o processo que quer para seu trabalho com a 
Kundalini saltando de um sistema para o outro ou adentrarem 
neste Grande Colegiado Espiritual que é a Tradição Tifoniana e 
desfrutar do Conhecimento e Conversaçãocom o Sagrado Anjo 
Guardião. Embora os sistemas sejam em grande parte diferentes 
entre si, eles compartilham de um único objetivo: o transcender 
das humanas limitações em busca de uma maior ampliação da 
consciência em níveis perceptuais. 
Anteriormente eu mencionei o fato de que o Coração da 
Tradição Tifoniana é a Força e o Fogo. Mitológicamente esse 
processo é demonstrado pela Serpende ou o Dragão das 
Profundezas (Tanith)13, uma poderosa entidade que emerge das 
profundezas da consciência repentina e silenciosamente 
causando sua grande devastação. O que é devastado é a 
restrição da consciência humana. “Eu não trago a paz mas a 
espada.” Essa é uma intrusão da consciência humana por 
poderosas forças internas, atávicas. Essa mesma idéia está 
inserida na Gnosis Lovercraftiana como no Culto de Cthulhu, o 
deus que salta das profundezas do ‘Mar’ após estar adormecidos 
pelas idades. 
Me vem a mente agora uma outra ocasião em que um membro 
da Loja Shaitan-Aiwaz, Frater AKA Tau Perdurabo (Hugo E.S. 
Reis) em um rito da O.T.O. fora possuído por Cthulhu. O Rito 
era uma prática de procedimento de Umbanda-Thelêmica 
dentro da Zona Malva. 
O Templo da Loja Shaitan-Aiwaz fora decorado com um 
Círculo Mágicko com uma Estrela de Onze pontas. Oito 
colunas suportavam a Coroa de Defesa Planetária (Exus 
Indiferenciados) e seus elementos. O Altar do Sagrado Anjo 
Guardião nesta fórmula ficava no centro do Círculo Mágicko, 
mais alto que nossas cabeças. Dentro dele, nos pés do Altar, um 
outro Altar fora erguido para o Senhor do Plano Astral e Mestre 
de Magick, o Exu pessoal que acompanha o presente autor em 
seus trabalhos mágickos. 
Um Altar a Estela da Revelação como Portal para Zona Malva 
pelas influências dos Kalas emanados pela Estela fora colocado 
no alto da parede no Noroeste. Logo abaixo dele um Altar com 
um Espelho Mágicko fora erguido a Thoth e a Lam. Na outra 
extremidade, no canto Nordeste do Templo, três Altares foram 
erguidos, respectivamente de baixo para cima: o Altar dos Sete 
Exus Cabeça de Legião, mais encima um Altar aos Sete 
Senhores da Luz e acima deste um Altar para os Sete Orixás 
Virginais. 
Frater AKA Tau Perdurabo suportara bem até a abertura dos 
Portais da Zona Malva em que após a invocação de Yog-
Sothoth e Cthulhu ele caíra no chão do Templo. Neste trabalho 
só estávamos nós dois. Ao se olhar para ele via-se as emanações 
astrais de Cthulhu. Ele parecia um ‘polvo’ e a possessão foi tão 
intensa que ele ficara completamente inconsciente. Se arrastava 
pelo chão do Templo em volta do Circulo Mágicko de maneira 
animalesca. 
Após inúmeras tentativas de obter respostas de como Cthulhu 
houvera possuído este Frater, já não havia mais nada a fazer 
senão traze-lo de volta. A comprovação de que era realmente 
Cthulhu que o possuíra vinha das estranhas frases em que dizia 
incessantemente que sua mãe e companheira iriam morrer. 
Cthulhu devastava a restrição que havia em seu interior. 
Eu decidi tira-lo do Templo para terminar o ritual para tentar 
consertar seu rumo. Assim ele saiu do Templo e foi embora após 
inúmeras tentativas de desobsessão. Dias mais tarde eu vim a 
descobrir que naquela manha ele fora internado como louco. 
 
13 Idem nota 5. 
 Lança de Seth I (8) Fevereiro de 2004 E.V. 3 
de Belo Horizonte. Este irmão, Frater Albrith Nehru (Josemar 
B. Vidigal), veio até nós para pedir-nos um rito de cura pois ao 
se ligar a O.T.O. sua vida entrou em catástrofe. 
O Templo da Loja fora decorado de maneira a reviver o Culto de 
Ptah. No solo havia um Círculo Mágicko com um Pentagrama 
inserido no coração do Hexagrama. Ao redor o zodíaco fora 
desenhado, bem como os nomes de Proteção e os nomes de nossa 
Verdadeira Vontade. Os quadrantes elementais eram 
simbolizados por quatro colunas que sustentavam o elemento do 
quadrante, assim como seu Guardião, respectivamente Horus 
Behedet (Ar), Seth (Fogo), Sobek-Ra (Água) e Anúbis (Terra). O 
Templo fora pintado de negro. O Altar dedicado ao Sagrado 
Anjo Guardião, nesta fórmula mágicka, ficara ao Norte. O Altar 
dedicado a Ptah-Tatenem fora colocado ao Sul. No Sudoeste fora 
erguido um Altar a Lam, um Portal para Zona Malva e contato 
com os Poderosos Antigos. Os elementais de cada quadrante 
eram invocados pelo Sistema Enochiano onde as Tábuas 
Elementais foram colocadas nos seus respectivos quadrantes. 
Naquela época nós havíamos terminado nossas pesquisas 
elementais enochianas onde achamos mais elementais nas 
Tábuas antes não enxergados por Dee, Kelly, Mathers ou 
Crowley. Nós os chamamos de Elemental Puro (constituído por 
um só elemento), Elemental Dual (constituído de dois 
elementos), Elemental Encantado (constituído de três elementos) 
e Elemental Natural (constituído de quatro elementos). A seguir 
insiro a invocação elemental do quadrante do Fogo para 
demonstrar o material de pesquisa. Note que existem mais 
elementais invocados do que nas chamadas enochianas de 
Crowley, Mathers, Dee e Kelly. 
 
SUL: 
INVOCAÇÕES: 
Abre-se o Véu. 
Trace o Hexagrama do Fogo: 
Fazer Sinal de Puer: IBI-SEMA-TAUI 
Traçar o Pentagrama de Invocação do Fogo: Invoco o Deus do 
Fogo. 
Em Sinal de Thoum-aesh-neith, entoar: OIP TEAAP DOCE 
Traçar a Aspiral de Invocação do Rei: Eu Invoco o Rei do 
Fogo. 
Em Sinal de Ptha entoar: EDLPRNAA 
Traçar a Cruz de Invocação dos Nomes: Eu Invoco os Deuses 
que obrigam os Espíritos a virem e obedecerem. 
No Sinal de Osíris Morto entoar: SIODA od UOLXDO od 
OBAUA od VADALI od OLOAG od NOALMR od NRZFM 
od RZIONR. 
EVOCAÇÃO: 
Apresentar a Baqueta Mágicka. 
PRONUNCIAR A SEXTA CHAVE ENOCHIANA: [...] 
PRONUNCIE A CONJURAÇÃO ENOCHIANA: 
Ol vinu od zodakame, Ilasa, Gahe de PEREJALA 
od elanisahe vaoresagi Iaida, 
gohusa pujo ilasa, darebesa! 
Do – o – i – ape SIODA od UOLXDO od OBAUA od 
VADALI od OLOAG od NOALMR od NRZFM od RZIONR. 
Ol vinu-ta od zodameta, 
Ilasa, gahe de PEREJALA. 
CONSAGRAÇÃO: [...] 
 
Esta Cerimônia Mágicka fora constituída apenas por três 
Adeptos. Eu assumi o papel de Sacerdote e usava o Robe do X° 
O.T.O.; o Acólito era Frater de Alto Grau da Ordem, Ankh-f-n-
Ammon-Ra (Alex B. Elias) que usava um Robe do IX° O.T.O. 
Frater Albrith Nehru usava um Robe de Ciclo Intermediário do 
IX° O.T.O. 
Este rito apresentava algumas características e elementos do 
Culto da Cobra Negra3 desenvolvido pela O.T.O., cujo foco 
central de ritualística é a Umbanda-Thelêmica. Nesta 
Cerimônia, o Portal da Zona Malva fora aberto no início dos 
trabalhos, fato que deu maior ímpeto a conclusão, visto que 
desde o princípio o tráfego com seres Transplutonianos era 
possível. Após a abertura do Templo a Cerimônia tomou novos 
rumos e o que fora previsto para o rito não aconteceu. Frater 
Albrith Nehru fora tomado por uma força ‘estranha’ no 
Templo. Os elementos do Culto da Cobra Negra inseridos neste 
rito foram os responsáveis por esta possessão. Ao contrário de 
outros ritos desenvolvidos pela O.T.O. em conjunção com a 
Zona Malva, essa possessão partira dos elementos contidos no 
Culto da Umbanda-Thelêmica. Ele começara a falar uma língua 
estranha e vez ou outra se debater no chão. Seu transe fora 
extenso e levou a maior parte do rito. Era possível ver as 
emanações astrais do emparelhamento da entidade. 
Nos dias que se seguram ao rito, fora comprovado que um 
tantrum tangencial4 acontecera. O irmão de Frater Albrith 
Nehru morrera de leucemia e ele perdera a casa em que morava. 
Tentando desesperadamente compreender o que tivera ocorrido, 
ele solicitou orientação espiritual em uma Choupana de 
Umbanda. Lá ele descobrira que fora possuído por um Exu que 
era conhecido como ‘Exu Capa Preta’. Ele descobrira que este 
ser espiritual viera até ele para ‘destruir a sua vida’. Aqui há um 
comentário a se fazer como via de esclarecimento porque assim 
como Frater Albrith Nehru estava enganado quanto a natureza 
desta entidade, também existem outros enganados. Deve ser 
observado que ‘Exu’ é um ‘cargo espiritual’. Na Umbanda, Exu 
é um Orixá Telúrico.Ele é o Mago do Astral, o Agente Cósmico 
necessário e equilibrador entre as coisas passivas e ativas, 
intermediário entre a Luz e as Sombras do Astral, o Guardião 
que intercede, ‘Senhor dos Intercruzamentos Vibracionais’ e seu 
conceito mais claro é ‘Executor da Justiça’, i.e. do Karma. Esse 
‘Exu Capa Preta’ é um Chefe de Legião e trabalha na linha 
vibratória do Exu Indiferenciado Issoxô. Então após essa simples 
dissertação fica claro que este ser não veio ‘destruir a sua vida’, 
posto que ele é um ‘Ajustador Cósmico’. 
Agora note que Issoxô soma 670. Esse número contém os 
mistérios de 13, 60, 67 e 70. 13 é AChD, a Unidade e AHBH, 
o Amor; uma escala de unidade: 13x1=13; 26=13x2; 
91=13x7=7; com o que encontramos que em 26 e 91 operam 
a Díada e o Septenário respectivamente. Agora, 60 é Samekh, 
que em sua completa soletração é 60x2=120, igual a Yod, que 
em sua completa soletração é 10x2=20. Em geral, as dezenas 
são as “solidificações” das idéias e das unidades que se 
multiplicam. Assim, 50 é a Morte, a força da transformação em 
seu aspecto mais terrestre. Samekh é a Temperança do Tarot: o 
6 não pode ser tão “mal”; o pior nome que se possa dar a 60 é 
“restrição”. Agora temos 67 que é BINH, a Grande Mãe. 
Observe que 6+7=13, a união das idéias de Binah e Kether. 
Um número de aspiração. Mas Binah, a Terceira Zona de Poder 
Cósmico é a Cidade das Pirâmides.5 Note que 670 é um a 
menos que 671, ThORA a Lei, ThROA, a Porta, AThOR, a 
dama do Caminho de Daleth, ROThA, a Roda. Também é 
ALPH, DLTh, NUN, IVD, Adonai (65), completamente 
 
3 Este é um Culto desenvolvido pela O.T.O. Draconiana para aqueles 
membros que atingiram o IX° O.T.O., 3º Ciclo. O Culto da Cobra Negra 
emprega elementos da Umbanda em conjunto com Thelema. Ele possui 
Sete Graus a parte dos Graus da O.T.O. Entretanto, este Culto não 
contém nenhuma relação com o Culto desenvolvido por Michael Bertiaux 
para sua O.T.O. Antiqua. 
4 Veja ‘A Lança de Seth’ I(6). 
5 Veja ‘A Lança de Seth’ I(7). 
 Lança de Seth I (8) Fevereiro de 2004 E.V. 4
soletrado. 65 é ADNI, em caracteres romanos LXV=LVX, a 
Luz Redentora. Veja Ritual de 5°=6� e “Konx om Pax”6. Note 
que 65=13x5, a forma mais espiritual da força, assim como 
50=10x5 é a forma mais material dela. Observe, HS, 
“Mantenha Silencio!”, e HIKL, o Palácio. Com isso interpreta-se 
“Mantenha Silêncio na Casa de Adonai”. Finalizando, 70 é o 
‘Sanhedrim’ e os Preceptores da Lei. O divino 7 em seu aspecto 
mais material. É o ‘Olho de Seth’.7 Agora Issoxô trabalha na 
linha de vibração de Oxossi o Orixá relacionado a Vênus 
(Netzach) que é o “Catequizador das Almas”. Aquele que leva a 
“compreensão” (Binah)8 das Leis Espirituais. 
Estas considerações foram necessárias para que fique claro o 
‘porque’ deste ser estar em estrito contato com Frater Albrith 
Nehru. Considerações mais detalhadas foram descritas nos anais 
da Loja Shaitan-Aiwaz. 
Esse episódio está estritamente relacionado a ‘mudança’ relatada 
parágrafos acima. Frater Albrith Nehru ao adentrar para O.T.O. 
sofrera com as mudanças ocorridas em sua vida em detrimento 
da natureza dos ‘venenos’ expelidos por nossa Mágicka Tradição. 
O tema da Umbanda-Thelêmica é demasiado extenso e não se 
aplica a natureza do presente artigo, assim voltemos ao tema 
original de nosso estudo. 
A perspectiva Tifoniana, entretanto, é muito mais ampla do que 
a consciência humana é capaz de perceber. Essa perspectiva 
Tifoniana é uma consciência cósmica. O que nós fazemos em 
nosso trabalho mágicko é ampliar nossa consciência humana 
além dos Círculos do Tempo e do Espaço para conseguirmos 
captar as emanações estelares desta Corrente Mágicka. Para isso, 
a O.T.O. se vale de técnicas psico-sexuais para abertura de 
portais Transplutonianos afim de canalizarmos essa Corrente. 
Existem inúmeras interpretações para o termo “Tifoniano”. A 
implicação, porém, é sempre a expansão de consciência além dos 
níveis normais de percepção. Assim, nós somos interpretados 
como opositores por sermos Tifonianos, todavia, hoje em dia, 
essa oposição está relacionada com a aceitação de uma visão 
limitada de nós mesmos. O poder do Tufão destrói essa falsa 
percepção de ‘si mesmo’ de maneira a podermos ‘perceber’ um 
Universo além dos Círculos do Tempo e Espaço. 
 
O APARECIMENTO DA TRADIÇÃO DE TIFONIANA 
 
O ‘AL vel Legis’ I:56 declara que “Todas as palavras são sagradas 
e todos os profetas verdadeiros; salvo unicamente que eles 
entendem um pouco; resolvem a primeira metade da equação, 
deixam a segunda inatacada.”. Os últimos 100 anos viram o 
nascimento de uma nova eternidade, um esclarecimento que traz 
a luz de uma nova liberdade escolar livre da falsa supertição. Isso 
aumentou nossa consciência histórica e derramou abundante luz 
na supressão violenta do pensamento humano e da 
espiritualidade que estavam sob o domínio dos líderes da 
Cristandade. As cruéis perseguições patriarcais ameaçavam o 
livre-pensador que tinha de se proclamar Cristão para se salvar 
das torturas e da selvageria. Surpreendentemente, a Igreja 
Católica era sempre o culpado maior. Era essa uma das 
predominantes razões para o segredo da tradição oculta: 
proteger os Iniciados das escolas de mistérios, bem como seus 
segredos de Iniciação dos espreitos olhos da autoridade religiosa 
Cristã. A palavra “oculto” inserida no nome ‘ocultismo’ reflete 
esses mistérios escondidos. Contudo, não era somente a Igreja 
 
6 Já disponível em português, tradução de Fernando Liguori. 
7 Idem nota 5. 
8 Qabalísticamente, Netzach (Vênus) é exaltado em Binah (Saturno). Veja 
diagrama na ‘Lança de Seth’ I(7). 
Cristã, em seus vários disfarces, que suprimiam as informações 
dos julgados heréticos. No Antigo Egito cujas dinastias 
atravessaram mil anos, a batalha espiritual sob a luz do domínio 
político-religioso levaram a perseguição dos adoradores da 
Deusa Primordial. Historicamente, o mito de Seth e Horus, os 
dois irmãos que se digladiavam pela supremacia é uma 
representação mítica da luta dos Solaritas contra os Tifonianos. 
O Deus Seth que é simbolicamente representado pelo Planeta 
Saturno (Binah), ‘o Planeta por trás do Planeta’ Vênus, é 
representado pela Estrela Sírius, o ‘Sol por trás do Sol’. 
Efetivamente isso simboliza Seth como o Iniciador, a Verdadeira 
Fonte Criativa da Influência Vibrante que cria a expansão da 
consciência. Mas Seth fora taxado como maligno após o 
crescimento de lendas que expressavam um simbolismo de falsa-
moral, p.e. o mito de Caim e Abel. Contudo, em contra partida, 
o mito da Besta Selvagem e da Mulher Escarlate expressa a 
natureza da expansão da consciência promovida pela vibração 
astral de Seth. Mas tais mitos servem como um teste de 
iniciação que podemos chamar de ‘teste de intenção’, mantendo 
o profano afastado dos mistérios. Assim o poder do Tufão (Seth) 
como mudança que a Iniciação traz, corresponde àquela batalha 
eterna na natureza entre a ordem e o caos. Psicologicamente, a 
Iniciação no Deserto de Seth (Tufão) causa caos porque desafia e 
destrói os modos condicionados de pensar e da falsa-percepção. 
Portanto, é uma ameaça ao estado condicionado e ortodoxo 
daqueles que “entendem um pouco”.9 
Claramente, a Tradição Tifoniana é uma Tradição de Iniciação e 
Iniciação é Realização. Aqueles que souberam interpretar os 
espetáculos dos mitos durante a história da humanidade 
compreenderam os sistema de Iniciação promovido por esta 
egrégora. Na Árvore da Vida, o glifo do Planeta Saturno e do 
Deus Seth é a Sephira Binah (Compreensão). Esta Tradição 
durante a história das civilizações se mascarou sob numerosas 
formas, mas seu espírito visionário continuou intacto. É 
importante reconhecer este fato como mágicko, assim aplicamos 
a ele um termo conhecido como Parampara. Isso significa que a 
Tradição se expandiu externamente, extraterrestremente 
iluminando a consciência do homem em fases distintas da 
evolução. Estas reverberações,quando efetivamente canalizadas, 
agem como um manancial criativo de vibração. Esse manancial 
está oculto para a maioria dos cientistas e religiões 
fundamentalistas. A O.T.O. funciona como uma rede cósmica, 
porque seus membros não estão — em um sentido mágicko — 
centrados sobre a Terra. Suas zonas de atividade oculta estão 
localizadas nos espaços os quais incluem e transcendem 
simultaneamente níveis astrais de consciência. A O.T.O. é 
controlada por contatos dos planos interiores focados hoje 
através de um punhado de correntes individuais canalizadas fora 
dos Círculos do Tempo e Espaço. Algumas personalidades como 
Austin Osman Spare, Salvador Dali, Leonardo De Vinci, Isaac 
Newton e etc., eram ocultistas e descreviam a ciência como uma 
prosperidade mágicka. 
Com o advento do Novo Æon, Aleister Crowley deu início ao 
renascimento da Tradição Egípcia pré-dinástica de Seth-Tifon 
em oposição a Trindade Osiriana. A diferença essencial entre os 
dois Cultos é a ênfase que se coloca sobre o princípio do gênero 
de Seth-Tifon, a Mãe Virgem e seu Filho em oposição ao Culto 
Osiriano representado pela paternidade individualizada. 
Neste contexto, este renascimento deveria ser notado pois O 
Livro da Lei é uma poderosa transmissão Tifoniana para ema 
nova era de veneração e reconhecimento do principio feminino. 
 
9 Este parágrafo então explica fielmente o fato descrito na Loja Shaitan-
Aiwaz. 
 Lança de Seth I (8) Fevereiro de 2004 E.V. 5
Este princípio no Livro é chamado de Nuit, o Círculo em 
Expansão Infinita. Entretanto, distinto da dourada era Tifoniana 
Egípcia, o principio masculino também tem seu lugar 
reconhecido. Ele é o ponto onipresente conhecido como Hadit. 
Em Magick em Teoria e Prática10 Crowley enfatiza: “O Espaço 
infinito é chamado a Deusa NUIT, e o ponto infinitamente 
pequeno e atômico, no entanto, Onipresente, é chamado de 
HADIT. Estes são imanifestos. Uma conjunção destes dois 
infinitos é chamada RA-HOOR-KHUIT11, uma Unidade que 
inclui e dirige todas as coisas.”12 Essa Tradição não tem nenhuma 
semelhança a obscura idade dos deuses agonizantes cujo 
paternalismo desequilibrado causou sofrimento desnecessário. 
Contudo, o Culto revivido pelo Livro da Lei está completamente 
em comunhão com o Equilíbrio de Energia Criativa Ígnea de 
Maat combinando harmoniosamente a qualidade feminina de 
intuição delicadamente conjugada a receptividade. Seth é o Deus 
da Iniciação e Saturno é o Planeta do Karma. A Iniciação se dá 
desobstruindo, i.e. destruindo bloqueios indesejados para o 
progresso iniciático. O caos causado pelas conseqüências do 
Karma é uma parte essencial do processo de Iniciação sendo 
percebido em um estado cíclico uniforme. Todavia, para aqueles 
que absorvem a essência da Tradição Tifoniana, os véus opacos 
são rasgados de maneira que a verdadeira luz dá o brilho 
necessário a este tema porque Karma é o que chamamos de 
“consciência de pecado”. 
Crowley lutou muito por suas descobertas e deu início a 
modernas compreensões. Isso criou um caos porque amedrontou 
os ocultistas ortodoxos que não conseguiam perceber a visão de 
Crowley e chafurdados em seu ‘sono’ de consciência, se 
apegavam a velhos conceitos já revogados do Velho Æon. 
Crowley por toda sua vida foi perseguido por aqueles que não lhe 
compreendiam, assim como os Osirianos e Cristãos 
“endiabraram” a Criativa Força do diabo Seth ou Satã. Crowley 
ensinava àqueles indivíduos que buscando a verdade, adotavam o 
título ou a posição de Tifonianos e é curioso notar que Crowley 
declarava que seu Sagrado Anjo Guardião era Shaitan Aiwass, 
uma forma de Seth, o Iniciador. 
Felizmente as atitudes estão mudando! Crowley suportou, ainda 
que com todas as suas faltas pessoais, inúmeras dificuldades para 
colocar em funcionamento as fundações espirituais de nosso 
Novo Æon. Invocando Seth-Horus ele nos deu a verdadeira 
noção de nossa divindade interna e nos ensinou o modus 
operandi para a ativação e realização deste potencial criativo 
ilimitado. 
O trabalho de Crowley foi continuado e perpetuado até hoje por 
alguns ícones da Filosofia Thelêmica. O primeiro a dar 
‘verdadeiramente’ continuidade ao seu trabalho foi Frater Achad 
que descobriu a Chave para O Livro da Lei e anunciou as 
premissas do Æon de Maat pela primeira vez em 1948, quarenta 
e quatro anos após do Equinócio dos Deuses que Crowley 
denominou como o Æon de Horus. Os estudos qabalísticos de 
Achad derramaram muita luz para nosso crescimento espiritual e 
nos fez compreender o conceito de Espaço e Tempo calcando a 
base e o fundamento científico da Tradição Tifoniana. Ele 
também descobriu o verdadeiro significado da Trindade 
 
10 Já a disposição em português. Tradução de Fernando Liguori. 
11 Mais corretamente, HERU-RA-HA, para incluir HOOR-PAAR-KRAAT. 
12 A base desta Teologia é dada em Liber CCXX, AL vel Legis. Assim, só 
passarei para o leitor o assunto de uma forma muito generalizada. Um 
tratado aparte seria necessário apenas para discutirmos o verdadeiro 
significado dos termos empregados, e para mostrarmos como o Livro da lei 
antecipa as recentes descobertas de Frege, Cantor, Poincaré, Russell, 
Whitehead, Einstein e outros. Veja “O Equinócio dos Deuses” [Tradução de 
Fernando Liguori] e “Os Comentários Mágickos & Filosóficos do Livro da 
Lei” [Tradução de Fernando Liguori]. 
Thelêmica (93). Outro ícone de importância no atual contexto é 
Kenneth Grant que assumiu o controle do ramo Inglês da 
O.T.O. em 1955, fundando uma Loja chamada Nu-Isis para 
canalização vibracional de forças além de nosso Sistema Solar. 
Os frutos de seu trabalho foram registrados nas suas três 
Trilogias Tifonianas que expõem suas descobertas 
desenvolvendo o processo que Crowley havia iniciado muitos 
anos antes. Estas descobertas foram cientificamente 
comprovadas sob a luz de uma nova perspectiva. Tais 
descobertas formaram a Ponta da Lança do Sistema Tifoniano 
durante os últimos vinte e cinco anos atraindo inúmeras pessoas 
sob uma nova Gnosis para o caminho da Iniciação. Em 2003 eu 
assumi o ramo Italiano da O.T.O. como O.H.O. diretamente 
de Roberto Delanza. Esse ramo nós chamamos de Tradição 
Draconiana. Uma Loja chamada Shaitan-Aiwaz foi fundada 
para canalizações e pesquisas com seres Transplutonianos, i.e. 
além de Kether (Yuggoth), e os resultados destas pesquisas 
estão sendo publicados periodicamente em um órgão de 
divulgação da O.T.O. chamado A Lança de Seth. A Tradição 
Tifoniana em efeito é um Tufão, um Vendaval, uma Vibração 
Fundamental de expansão da consciência que tem um papel 
importante evolução da humanidade. 
 
A TRADIÇÃO TIFONIANA HOJE 
 
Eu já esclareci a história da Tradição Tifoniana, o que representa 
e o aparecimento de seu espírito. Deveria ser prontamente 
notado que quando nós dizemos “Tifoniano”, queremos dizer 
muito mais do que a Deusa Tifon e seu Filho Seth. Assim, como 
nós aprofundamos na questão histórica, está na hora de 
adentrarmos na questão mais importantes deste tema: a 
relevância desta Tradição hoje, seus benefícios e o que ela pode 
trazer ao moderno Iniciado. 
Daqui em diante alguns véus serão levantados para que o 
‘verdadeiro’ processo iniciático formulado por esta Tradição 
Tifoniana sejam rasgados e a luz sobre o tema seja um foco ou 
brilho que afete os níveis de percepção espiritual do leitor. 
A Tradição Tifoniana representa a Força e o Fogo e sua 
aplicação representa uma aspiração e devoção no coração de 
cada Iniciado. Esta é a Flama de Hadit que queima no coração 
de cada Homem. Da mesma maneira, a shakti que é a 
Kundalini-Shakti que dá a cada Iniciado o poder de suportar a 
manifestação vibracional da Tradição Tifoniana que se 
manifesta como existência Una. Não obstante, para a maioria 
das pessoas uma individualidade desordenada aparece ao se 
iniciarem nesta Tradição. Mas este é o Poder do Tufão no qual 
temos de aprender a trabalhar para o desenvolvimento de nosso 
processoiniciático até que o senso de individualidade possa ser 
dissolvido. Isto acontece porque tudo em todo Universo está 
conectado ao seu duplo. Eis aí a importância de se saber 
trabalhar nos dois lados da Árvore da Vida. 
Entretanto o trabalho parte sempre de um princípio. Embora a 
consciência seja um princípio contínuo, o ser humano possui um 
senso egóico o qual necessita trabalhar e purificar. A Iniciação, 
compreensão e purificação que este processo requer variará a 
cada pessoa. É uma falácia da mente crer que há uma fórmula 
prescrita ou uma ‘apostila’ passo a passo para este processo. Isso 
não existe, da mesma maneira que não existe uma fórmula para 
felicidade absoluta. Mas o que nós podemos fazer é aplicar 
princípios mágickos ao nosso Dharma ou padrão de ser, nossa 
Verdadeira Natureza. Cada pessoa se desenvolverá de maneira 
diferente no caminho iniciático e na descoberta de seus próprios 
egos e essência, o que o levará a um caminho onde possa estar

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