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Organização do Estado | Constitucional

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Maria Fernanda Portela 
Disciplina: Direito Constitucional 
 
ORGANIZAÇÃO DO ESTADO 
 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e 
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado democrático de direito e tem como 
fundamentos: 
 I - a soberania; 
 II - a cidadania; 
 III - a dignidade da pessoa humana; 
 IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
 V - o pluralismo político. 
 Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes 
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. 
 Forma de estado: É entendida como a distribuição do poder político em função do 
território. 
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende 
a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta 
Constituição. 
§ 1º Brasília é a Capital Federal. 
 § 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou 
reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar. 
 § 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se 
anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação 
da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por 
lei complementar. 
 § 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei 
estadual, dentro do período determinado por lei complementar federal, e dependerão de 
consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação 
dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. 
 
 
FORMAS DE GOVERNO: 
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Disciplina: Direito Constitucional 
 
 
A) Monarquia: - Absoluta: Poder concentrado nas mãos de um só governante. –Relativa: 
Limitação do governante por meio de um documento constitucional. Existente na Espanha, 
Grã-Bretanha e já existiu no Brasil. 
B) República: É a verdadeira expressão do governo do povo, pelo povo e para o povo, 
sendo caracterizado pela eletividade dos seus governantes. 
 
SISTEMAS DE GOVERNO 
 
São os regimes estabelecidos para o relacionamento entre os 3 poderes existentes, podendo 
ser o presidencialismo ou o parlamentarismo. 
01-Presidencialismo: Os 3 poderes são independentes. O presidente eleito é o chefe do estado 
e também o chefe do governo. 
02-Parlamentarismo:Interdependência dos poderes legislativo e executivo, sendo que a chefia 
do estado é exercida pelo presidente (presidencialismo) ou pelo monarca (monarquia) a chefia 
do governo pelo ministro. 
Obs.: No parlamentarismo, o chefe do Poder Executivo é o primeiro-ministro, que é escolhido 
pelos membros do Poder Legislativo federal. No entanto, quem elege o parlamento são os 
cidadãos. 
 PRESIDENCIALISMO PARLAMENTARISMO 
 
 
 
Definição 
 
 
O presidencialismo é um 
sistema de governo em que o 
presidente é o Chefe de 
Estado e Chefe de Governo. 
Este presidente é o 
responsável pela escolha dos 
ministros e deve submeter 
seus projetos de lei ao 
parlamento. 
Parlamentarismo é um 
sistema de governo em que o 
Poder Legislativo 
(parlamento) define o 
representante do Poder 
Executivo. Todos os projetos, 
leis e outras decisões do 
governo são submetidos a 
votação do parlamento. 
 Poder executivo 
 
 
Exercido pelo Presidente da 
República. 
Primeiro-Ministro (em alguns 
países é chamado de 
Chanceler, Presidente do 
Conselho de Ministro, 
Presidente do Governo). 
 Escolha do representante 
 
 
Por meio de voto direto do 
povo. Nos Estados Unidos, o 
presidente é eleito por um 
colegiado. 
O primeiro-ministro é 
escolhido pelo parlamento, 
por meio da maioria de votos 
internos. Ele também pode 
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ser escolhido pelo Chefe de 
Estado através de uma lista 
fornecida pelo parlamento. 
 
Por sua parte, o parlamento 
é escolhido pelos cidadãos. 
 Tempo de mandato 
 
 
Depende do país. No Brasil, 
o mandato é de 4 anos, já na 
França é de cinco anos. 
A possibilidade de reeleição 
também depende das leis de 
cada país. 
Indefinido. 
Em certos países há eleições a 
cada quatro ou cinco anos. 
 Onde surgiu Estados Unidos Inglaterra Medieval 
 
 Função do parlamento 
Fiscalizar, debater leis que 
sejam sugeridas pelo 
Executivo e ser um contrapeso 
aos atos do mesmo. 
Todas as decisões do 
governo passam pelo 
parlamento. Ele também é 
responsável pela escolha do 
Chefe de Governo. 
Chefia de Estado Está concentrado na mesma 
pessoa que exerce a chefia 
de governo. 
O chefe de Estado (rei ou 
presidente) é exercido por 
outra pessoa e esta não 
possui responsabilidades 
políticas. 
 
 
 Interrupção do governo 
Em caso de falecimento ou 
por meio do Impeachment. 
Este só acontece apenas em 
casos de crimes de 
responsabilidade, cassação 
por crime eleitoral ou crime 
comum durante o mandato. 
O parlamento tem o poder 
de substituir o Chefe de 
Governo. Em caso de suspeita 
de corrupção, pode ser 
aprovado o voto de censura. 
 
 Exemplos Brasil, Estados Unidos, 
Argentina, Uruguai 
Canadá, Inglaterra, Suécia, 
Itália, Alemanha, Portugal 
 
 
 Divisão de Poderes 
 
No presidencialismo, o 
presidente exerce o Poder 
Executivo, enquanto os outros 
dois poderes (Legislativo e 
Judiciário) possuem 
autonomia. 
O Poder Executivo necessita 
da aprovação do 
parlamento para ser 
formado. 
 
No entanto, há 
independência entre os 
poderes Executivo, Judiciário 
e Legislativo. 
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Em qual regime de governo 
pode ser aplicado? 
República Monarquia e república 
 
 
 
BRASIL 
 
Forma de Governo Forma de Estado 
República Federação 
Sistema de Governo Regime de Governo 
Presidencialismo Democrático 
 
O ESTADO FEDERAL 
 
- Há distribuição do poder político em função do território. 
- Um ente é dotado de soberania (Republica Federativa do Brasil) e os outros de autonomia 
(União, estados-membros, municípios e d.f). 
-Marcado pela indissolubilidade do pacto federativo. 
- Constituição rígida com um núcleo imodificável que não permita a secessão (modificar a 
essência federativa) 
-Existência de um órgão que externalize a vontade dos membros da federação de forma 
isonômica 
- Autonomia financeira dos entes expressa pela constituição do ente soberano. 
- Existência de um órgão de cúpula do p.j que resolva os conflitos da federação, impedindo 
o desrespeito a constituição. 
- Auto-organização político-administrativa dos entes federativos autônomos com a 
possibilidade de autonormatização, autogoverno e autoadministração. 
Quanto a formação (origem): 
- Por agregação: Reunião de vários estados soberanos. Ex: Norte-americano (Centrípeto) 
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-Por segregação: Divisão de um estado unitário. Ex: Brasil (Centrífugo) 
Quanto a concentração de poder: 
- Centrípeto: Maior concentração de poder no polo central. 
-Centrífugo: Descentralização do poder com diminuição do poder central e um incremento dos 
poderes regionais 
Quanto a repartição de competências: 
- Dual: Repartção de competências privativas; Os entes federativos vão atuar em esferas 
distintas, não havendo cooperação. 
- Cooperativo: Busca de colaboração recíproca entre os entes 
Quanto o equacionamento das desigualdades: 
-Simétrico: Divisão igualitária de competências, atribuições e receias entre os entes. ( Como os 
eua) 
- Assimétrico: Devido as diferenças exacerbadas entre os entes o almejados será a resolução 
dos problemas, e portanto os entes vão possuir competências distintas. 
Obs.: Quanto ao Brasil entende-se que existe um federalismo simétrico jáque há distribuição 
igualitária de atribuições e competências entre os entes que estão na mesma estrutura. Apesar 
disso, há exeções. 
Confederação: 
 
Em ciência política, a confederação é uma associação de Estados soberanos, usualmente criada 
por meio de tratados, mas que pode eventualmente adotar uma constituição comum. A principal 
distinção entre uma confederação e uma federação é que, na Confederação, os Estados 
constituintes não abandonam a sua soberania, enquanto que, na Federação, a soberania é 
transferida para o estado federal. As confederações costumam ser instituídas para lidar com 
assuntos cruciais como defesa, relações exteriores, comércio internacional e união monetária. 
Em termos políticos modernos, uma confederação é normalmente limitada a uma união 
permanente de Estados soberanos para o propósito de adotar uma ação comum frente a 
outros Estados. A natureza da relação entre os Estados confederados e entre estes e a união 
confederativa varia de caso a caso. Algumas confederações mais frouxas assemelham-se a 
organizações internacionais (alguns diriam que, hoje em dia, confederações são organismos 
internacionais), enquanto que confederações mais estreitas parecem com federações. Na 
maioria dos casos, a confederação é governada por uma assembleia dos Estados 
confederados, que têm direitos e deveres idênticos. As decisões desta assembleia são, em 
princípio, tomadas por unanimidade. A confederação tem em regra personalidade jurídica, 
mas a sua capacidade internacional é limitada. Do ponto de vista histórico, a confederação 
costuma ser uma fase de um processo que leva à federação, como nos casos dos Estados Unidos 
e da Suíça. Por vezes a confederação pode desfazer-se em Estados soberanos, a exemplo da 
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República Árabe Unida. Os indivíduos súditos de uma confederação guardam a nacionalidade 
dos seus respectivos Estados. 
•Diferença: 
 
Na federação, os entes federados não podem se dissociar livremente do poder central, 
embora mantenham certa liberdade relativa à distribuição de poderes e encargos. Já as 
unidades da confederação são soberanas e podem se dissociar do todo com maior facilidade. 
A diferença entre federação e confederação se deve à natureza dos liames estabelecidos 
para sua formação. As confederações são estabelecidas por alianças e as federações por 
constituições. Como consequência, o laço estabelecido em uma federação são 
significativamente mais rígidos que os estabelecidos em uma confederação. 
 Análise do federalismo presente em nossa constituição. 
 Const de 1824: Forma de estado: Unitário 
 15 de novembro 1889: Proclamação de uma república federativa com as devidas 
províncias transformadas em estados federados. (Era existente via decreto) 
 24 de Fevereiro 1891: Primeira constituição a adotar o estado federal. 
-o federalismo brasileiro surge através da segregação. A sua origem centrífuga os leva a 
um federalismo muito centralizado com muitas competências para união. 
- A constituição de 88 é delineada por um federalismo cooperativo, no qual os entes 
possuem competências privadas enumeradas mas também compartilham competências 
comuns, visando o desenvolvimento e a integração nacional. 
- Dessa forma, temos os estados-membros, municípios, a união e o distrito federal como 
entes federativos autônomos, ou seja desenvolvem suas atividades dentro dos limites 
circunscritos pelo ente soberano que é a República Federativa do Brasil. 
República Federativa do Brasil 
- É o ente soberano. Constitui-se como o estado federal brasileiro, é pessoa jurídica de 
direito público internacional. 
União 
Internamente: É p.j de direito público interno componente da federação e autônoma. 
Externamente: É a representante da RFBR ou seja representa todos os entes federativos em 
âmbito externo. 
- Competências Materiais da União: 
Art. 21. Compete à União: 
 I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais; 
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 II - declarar a guerra e celebrar a paz; 
 III - assegurar a defesa nacional; 
 IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem 
pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente; 
 V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal; 
 VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico; 
 VII - emitir moeda; 
 VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza 
financeira, especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de 
previdência privada; 
 IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de 
desenvolvimento econômico e social; 
 X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; 
 XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços 
de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a 
criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais; 
 XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: 
 a) os serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens; 
 b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos 
cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos; 
 c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária; 
 d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e 
fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território; 
 e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros; 
 f) os portos marítimos, fluviais e lacustres; 
 XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e 
dos Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios; 
 XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar 
do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a 
execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio; 
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 XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e 
cartografia de âmbito nacional; 
 XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de 
programas de rádio e televisão; 
 XVII - conceder anistia; 
 XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, 
especialmente as secas e as inundações; 
 XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios 
de outorga de direitos de seu uso; 
 XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento 
básico e transportes urbanos; 
 XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação; 
 XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; 
 XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer 
monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a 
industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes 
princípios e condições: 
 a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins 
pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional; 
 b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de 
radioisótopos para a pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais; 
 c) sob regime de permissão, são autorizadasa produção, comercialização e 
utilização de radioisótopos de meia-vida igual ou inferior a duas horas; 
 d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa; 
 XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho; 
 XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de 
garimpagem, em forma associativa. 
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: 
 I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar 
o patrimônio público; 
 II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas 
portadoras de deficiência; 
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 III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, 
os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; 
 IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros 
bens de valor histórico, artístico ou cultural; 
 V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à tecnologia, à 
pesquisa e à inovação; 
 VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; 
 VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; 
 VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar; 
 IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições 
habitacionais e de saneamento básico; 
 X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a 
integração social dos setores desfavorecidos; 
 XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e 
exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios; 
 XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito. 
 Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e 
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento 
e do bem-estar em âmbito nacional. 
 
- Competências Legislativas da União 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
 I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, 
espacial e do trabalho; 
 II - desapropriação; 
 III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra; 
 IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão; 
 V - serviço postal; 
 VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais; 
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 VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores; 
 VIII - comércio exterior e interestadual; 
 IX - diretrizes da política nacional de transportes; 
 X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial; 
 XI - trânsito e transporte; 
 XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia; 
 XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização; 
 XIV - populações indígenas; 
 XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros; 
 XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de 
profissões; 
 XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios 
e da Defensoria Pública dos Territórios, bem como organização administrativa destes; 
 XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais; 
 XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular; 
 XX - sistemas de consórcios e sorteios; 
 XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação e 
mobilização das polícias militares e corpos de bombeiros militares; 
 XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária federais; 
 XXIII - seguridade social; 
 XXIV - diretrizes e bases da educação nacional; 
 XXV - registros públicos; 
 XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza; 
 XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as 
administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal 
e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades 
de economia mista, nos termos do art. 173, § 1º, III; 
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 XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e 
mobilização nacional; 
 XXIX - propaganda comercial. 
 Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões 
específicas das matérias relacionadas neste artigo. 
 Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: 
 I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; 
 II - orçamento; 
 III - juntas comerciais; 
 IV - custas dos serviços forenses; 
 V - produção e consumo; 
 VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos 
recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição; 
 VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico; 
 VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de 
valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; 
 IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento 
e inovação; 
 X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas; 
 XI - procedimentos em matéria processual; 
 XII - previdência social, proteção e defesa da saúde; 
 XIII - assistência jurídica e defensoria pública; 
 XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência; 
 XV - proteção à infância e à juventude; 
 XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis. 
 § 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a 
estabelecer normas gerais. 
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 § 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência 
suplementar dos Estados. 
 § 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência 
legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. 
 § 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei 
estadual, no que lhe for contrário. 
 A União é pessoa jurídica de direito público interno, entidade federativa autônoma em 
relação aos Estados-membros, Municípios e Distrito Federal, possuindo competências 
administrativas e legislativas determinadas constitucionalmente. Há de se compreender que 
a União não se confunde com a República Federativa do Brasil (Estado Federal), uma vez 
que a integra. Nessa linha de raciocínio, a República Federativa é o todo, o Estado Federal 
brasileiro, pessoa jurídica de direito público internacional, integrada pela União, Estados, 
Distrito Federal e Municípios. Note-se que, é por meio da União que a República Federativa 
do Brasil se apresenta nas suas relações internacionais, vale dizer, é a União que 
representa o nosso Estado Federal perante os outros Estados soberanos. O Estado Federal 
(República Federativa do Brasil) é que é a pessoa jurídica de direito público internacional. A 
União, pessoa jurídica de direito público interno, somente é uma das entidades que forma 
esse todo, o Estado Federal, e que, por determinaçãoconstitucional (art. 21 , I , CF) tem a 
competência exclusiva de representá-lo nas suas relações internacionais. 
-Como se resolve a questão de conflitos entre os entes acerca das competências 
legislativas:?  Não existe hierarquia entre as competências legislativas estaduais, federais 
e municipais. Portanto, será resolvida pela distribuição explicitada pela RFBR. 
- A autonomia dos entes federativos é a capacidade de desenvolver atividades dentro de 
limites previamente circunscritos (condicionado pelo ente soberano). Na prática, a autonomia 
se divida na capacidade de auto-organização (normatização própria), auto-governo e 
auto-administração. 
 
 Auto-organização Auto-Governo Auto- 
Administração 
 
União 
- Constituição RFBR e 
por sua legislação 
federal. 
-Poderes 
independentes e 
harmônicos: 
Legislativo ,executivo 
e judiciário. 
Desenvolver a auto-
organização e o 
autogoverno. Nada 
mais é que ao 
exercício de 
competências 
legislativas, 
administrativas e 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10639099/artigo-21-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10721390/inciso-i-do-artigo-21-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
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tributárias pelos 
entes. 
 
Estados 
-Constituições 
estaduais e 
legislação estadual. 
Poder legislativo 
exercido pela 
Assembleia 
legislativa. Poder 
Executivo com o 
governador e vice. 
Poder Judiciário 
Estadual. 
Desenvolver a auto-
organização e o 
autogoverno. Nada 
mais é que ao 
exercício de 
competências 
legislativas, 
administrativas e 
tributárias pelos 
entes 
 
 
Municípios 
- Leis orgânicas que 
cada município 
possui e uma 
legislação municipal 
Poder Executivo com 
prefeito e vice e 
Poder Legislativo 
próprio com a função 
exercida pela 
câmara dos 
vereadores. Não 
possui p.j próprio, 
nesse caso há 
prestação 
jurisdicional estatal, 
federal. 
Desenvolver a auto-
organização e o 
autogoverno. Nada 
mais é que ao 
exercício de 
competências 
legislativas, 
administrativas e 
tributárias pelos 
entes 
 
 Técnicas de Repartição de Competências 
01-Repartição Horizontal 
- Distribuição fechada de competências entre os entes (definidas e específicas). 
- Presente na CF 1988 
-As competências são enumeradas p/ união e p/ os municípios, sendo as remanescentes ( 
restantes) para os estados membros. 
02- Repartição Vertical 
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- 2 ou mais entes vão atuar em conjunto em uma mesma matéria. 
- Surge na constituição de Weimar em 1919. No Brasil aparece pela 1 vez em 1934 e ainda 
existe na de 88. 
- Advém do modelo de federalismo cooperativo. 
- A repartição vertical cumulativa: não há limites previamente definidos para atuação 
concorrente entre os entes. // Repartição vertical não-cumulativa: Existem limites p/ a 
atuação concorrente (possui uma definição). 
- O Brasil adota as duas formas p/ construir um federalismo de equilíbrio. 
- Além do princípio da indissolubilidade do vínculo federativo, temos o princípio da 
predominância de interesses. 
União; Interesse geral// Estados-membros: Interesse regional//Município= Interesse 
local// DF: Interesse regional ou local 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências Bibliográficas: 
 
FERNANDES, Bernardo Gonçalves. Curso De Direito Constitucional. 13 ed. Juspodivm, f. 
864, 2021. 1728 p. 
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado 2020 - 24ª Edição. Saraiva Educação 
S.A., v. 3, 2020.

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