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Mitos e Verdades sobre os Direitos Humanos

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MITOS E VERDADES SOBRE DIREITOS HUMANOS:
Apesar de o senso comum acreditar que Direitos Humanos são uma espécie de entidade que dá suporte a algumas pessoas ou que são uma invenção para proteger alguns tipos de pessoas, eles, na verdade, são muito mais do que isso. Informação é o primeiro passo para a garantia de direitos e por isso é tão importante entender o que é verdade e o que é mentira, especialmente no que diz respeito aos seus direitos.
A seguir vamos analisar alguns mitos e verdades sobre Direitos Humanos.
1. Direitos humanos são para humanos direitos – MITO.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos é aplicável a todos os seres humanos. O segundo artigo do documento fala exatamente sobre isso: “todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição”, ressaltando ainda que não será feita “nenhuma distinção fundada na condição política, jurídica ou internacional do país ou território a que pertença uma pessoa”. Logo, não há, de forma alguma, maneiras de excluir um grupo social ou outro de ser beneficiário destes direitos. Ou seja, direitos humanos são para todos e todas, justamente por sermos humanos.
2. Direitos humanos são de esquerda – MITO.
Os direitos humanos são para todos e todas, independente do viés político. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, principal instrumento que norteia legislações nacionais e tratados internacionais, abarca tanto direitos sociais coletivos, como liberdade de reunião e associação, e também direitos ligados a liberdades individuais, como os direitos à propriedade privada, à vida e a segurança pessoal.
3. Onde cabem 30, cabem 50 (sobre presídios) – MITO.
O artigo 5º da DUDH prevê tratamento humanizado de pessoas encarceradas, ao dizer que “ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante”. É preciso garantir que toda pessoa privada de liberdade tenha o direito de cumprir sua pena de uma forma digna, com todos seus demais direitos garantidos, conforme determina a Constituição e reforça a Lei de Execuções Penais. 
No caso do Brasil, hoje somos o terceiro país que mais encarcera no mundo. A população carcerária brasileira ultrapassa 726 mil pessoas — se fosse a população de uma cidade, seria a 25ª cidade mais populosa entre os 5.570 municípios brasileiros. Desse total, 40% das pessoas ainda não foi julgada, o que só contribui para a superlotação em centros de detenção, agravando a atual crise no sistema prisional. Segundo o Infopen 2016, para cada vaga disponível há duas pessoas presas.
4. Os Direitos Humanos não foram criados por alguém – VERDADE.
Em primeiro lugar, os Direitos Humanos não são uma invenção, e sim o reconhecimento de que, apesar de todas as diferenças, existem aspectos básicos da vida humana que devem ser respeitados e garantidos.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi redigida a fim de resguardar os direitos já existentes desde que houve qualquer indício de racionalidade nos seres humanos. Assim sendo, ela não criou ou inventou direitos em seus artigos, mas se limitou a escrever oficialmente aquilo que, de algum modo, já existia anteriormente à sua redação. Portanto, quando o senso comum fala que “os Direitos Humanos foram criados para...”, já podemos identificar algo de errado no comentário.
5. Os Direitos Humanos são universais – VERDADE.
Em segundo lugar, a extensão dos Direitos Humanos é universal, aplicando-se a todo e qualquer tipo de pessoa. Portanto, eles não servem para proteger ou beneficiar alguém e condenar outros, mas têm aplicação geral. Então, frases repetidas pelo senso comum, como “Direitos Humanos servem para proteger bandidos”, não estão corretas, visto que os Direitos Humanos são uma proteção a todos os humanos.
Alegações com base na Declaração Universal dos Direitos Humanos podem ser feitas para evitar ações que violem os direitos de réus ou criminosos, como o cárcere injustificado, a tortura ou o assassinato.
6. Os Direitos Humanos não são uma pessoa – VERDADE. 
Por último, os Direitos Humanos não são uma entidade, uma ONG ou uma pessoa que se apresenta fisicamente e tem vontade própria. Portanto, a frase repetida pelo senso comum “Mas quando morre um policial, os Direitos Humanos não vão dar apoio à família.” está duplamente incorreta, visto que os Direitos Humanos não são entidade ou pessoas e que eles se estendem a todos, inclusive policiais.
7. Não há pré-requisitos para se beneficiar dos direitos humanos – VERDADE.
Os direitos humanos não são condicionados ou específicos como, por exemplo, o direito ao voto no Brasil, que exige que a pessoa tenha 16 anos ou mais e possua nacionalidade brasileira. 
Quando falamos em direitos humanos, estamos abordando em direitos compartilhados com toda a humanidade, sem exigência ou especificidade.
8. Os direitos humanos só servem para proteger criminosos – MITO
A aplicação dos direitos humanos serve para qualquer tipo de pessoa e para manter o mínimo de ordem e civilidade em qualquer coletivo. Eles não foram criados para proteger ou beneficiar alguém, nem condenar outros. 
O documento envolve garantias bem variadas, como o direito à vida, tratamento igualitário de gênero, liberdade de expressão e de religião, entre outros. Em termos de crimes, a cartilha também assegura o direito de ser considerado inocente até que se prove o contrário; a proibição da prisão arbitrária; o direito a ser julgado por um tribunal imparcial; e a proibição da tortura e de qualquer tratamento cruel, desumano ou degradante.
Ou seja, todos são protegidos por essas garantias básicas, não só criminosos. São elas que determinam a diferença entre justiça e vingança e que protegem, principalmente, inocentes de forças arbitrárias. 
Se alguém te perguntar se os direitos humanos são coisa de bandido, você já sabe o que responder.
9. Migrantes vêm para o Brasil roubar nossos empregos – MITO.
A História de constantes fluxos migratórios de italianos, alemães, portugueses, espanhóis e japoneses mostra A economia local é dinâmica e pode incluir a todas as pessoas. Os refugiados contribuem com a capacidade empreendedora, as experiências profissionais prévias, capacidade inovadora e riquezas culturais, trazidas de seus países. Vale lembrar que há um grande número de refugiados e migrantes que se tornaram empreendedores no Brasil, contratando mão de obra brasileira, contribuindo com a arrecadação de impostos e comprando bens e serviços de produtores nacionais, diversificando ainda mais a economia.
10. O Brasil não tem a obrigação de receber migrantes – MITO.
O Brasil é signatário de diversos tratados de migração, que garantem a recepção de migrantes e a garantia do princípio de não-devolução, ou seja, o Brasil não pode expulsar migrantes – a não ser em caso de cometimento de crimes. O país também aprovou recentemente a Lei de Migração (Lei n.13.445/2017), vista como uma das mais avançadas do mundo, que passa a tratar os migrantes sob a perspectiva dos direitos humanos e não mais de segurança nacional, como a legislação anterior.
11. Direitos humanos não servem para vítimas de violência – MITO.
Os direitos humanos são para todos, buscando garantir a segurança individual e coletiva das pessoas, ao acesso de recursos básicos que garantam o desenvolvimento social, mas também visam a garantir que pessoas encarceradas não sejam torturadas ou tratadas de forma desumana e degradante. Direitos humanos são para seres humanos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
“Conheça alguns mitos e verdades sobre direitos humanos”; CONECTAS. Disponível em: https://www.conectas.org/noticias/conheca-alguns-mitos-e-verdades-sobre-direitos-humanos/. Acesso em 03 de agosto de 2021.
“Conheça alguns mitos e verdades sobre Direitos Humanos”; INDEPENDENTE JORNALISMO ALTERNATIVO. Disponível em: http://www.independente.jor.br/conheca-alguns-mitos-e-verdades-sobre-direitos-humanos/.Acesso em 03 de agosto de 2021.
“Direitos humanos: mitos e verdades”; INSTITUTO RAMACRISNA. Disponível em: https://ramacrisna.org.br/noticias/direitos-humanos-mitos-e-verdades/. Acesso em 03 de agosto de 2021.
PORFÍRIO, Francisco. "Direitos Humanos"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/direitos-humanos.htm. Acesso em 03 de agosto de 2021.

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