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Choque - Era descrito como Síndrome Vascular Periférica Aguda (Hershley, 1964); - Falta sangue na periferia e na tentativa de tentar aumentar o fluxo sanguíneo nessas regiões, há uma vasodilatação sistêmica. Introdução Definição - “O choquee é caracterizado por uma hipotensão sistêmica, devido à redução do débito cardíaco ou pela redução efetiva do volume sanguíneo circulante, o que leva a uma diminuição da perfusão tecidual e hipóxia celular”. Etiopatogênese - Colapso circulatório; - Colapso cardiovascular; - Deficiência circulatória aguda. Choque (diminuição do débito cardíaco) > Hipotensão Sistêmica > Perfusão deficiente > Hipóxia. Manutenção da pressão arterial e perfusão tecidual - Bomba cardíaca; - Volume de sangue circulante; - Compartimento vascular. Situações que levam ao choque - Redução do débito cardíaco (infarto do miocárdio, embolia pulmonar, septicemia); - Perda de sangue ou líquidos (hemorragias, traumatismo extenso, queimadura grave); - Perda do controle vasomotor periférico (lesão medular). Classificação do choque Falência cardíaca: - Choque cardiogênico. Redução da volemia (sangue circulante): - Choque hipovolêmico. Má distribuição sanguínea (alterações vasculares): - Choque séptico; - Choque neurogênico; - Choque anafilático. Choque cardiogênico - Deficiência do bombeamento de sangue pelo miocárdio; Causas: - Infarto do miocárdio (40% do tecido lesionado); - Taquicardia; - Arritmias; - Dilatação ou hipertrofia cardíaca (cardiomiopatias); - Compressão extrínseca (tamponamento cardíaco) – coração não consegue bombear, tem algo pressionando-o. - 80% de perda de ejeção ventricular. - Mecanismo central do choque de alteração no organismo é igual para todos os choques; - O que muda é a causa, mas caem na mesma alteração central; Redução do volume cardíaco circulante > diminuição do débito cardíaco > hiperperfusão tecidual > hipóxia > aumento de ácido lático (lesão tecidual – tentativa de conseguir oxigênio por via anaeróbica) > vasodilatação arteriolar, abertura dos capilares na periferia dos órgãos > sequestro de sangue na circulação periférica > redução do retorno venoso > diminuição do débito cardíaco. - Ácido lático liberado causa lesão na parede sanguínea ativa sistema de coagulação/processo de hemostasia (patológico) > formação de múltiplos trombos dentro da microcirculação > quadro de CID (coagulação intravascular disseminada) > coagulação de consumo > quadro hemorrágico agudo/diátese hemorrágica; - No choque cardiogênico, a principal alteração é a diminuição do débito cardíaco. Desencadeando todo o ciclo. Coração de cão com cardiomiopatia dilatada – todas as câmaras cardíacas estão dilatadas. Coração globoso. Diminuição da câmara cardíaca. Espessamento das paredes. Volume sanguíneo que entra é muito pequeno. Cardiomiopatia hipertrófica. Choque hipovolêmico - Redução aguda e intensa do volume cardíaco. Causas: - Hemorragia grave; - Diarreia e vômito; - Perda cutânea (queimadura). Mecanismos compensatórios: - Vasoconstrição periférica; - Movimento de fluidos para o plasma > perda de água; - Perdas acima de 10% podem ocorrer sem que haja uma diminuição da pressão sanguínea; - Perdas de 35 – 45%: diminuição da pressão sanguínea e retorno venoso diminui podendo levar a morte do indivíduo. perda de plasma ou líquido ou hemorragia > redução do volume sanguíneo > diminuição do débito cardíaco > hiperperfusão tecidual > hipóxia > aumento de ácido lático (lesão tecidual – tentativa de conseguir oxigênio por via anaeróbica) > vasodilatação arteriolar, abertura dos capilares na periferia dos órgãos > sequestro de sangue na circulação periférica > redução do retorno venoso > diminuição do débito cardíaco. Lesões parasitárias extensas por vermes hematófagos. Perda de sangue pelo intestino – sangue avermelhado. Hematoquezia. Traumatismo que lesionou baço. Choque por má distribuição Dilatação arteriolar periférica > diminuição da resistência periférica > dilatação de capilares > diminuição do retorno venoso. - Dilatação dos capilares > sangue fica acumulado na periferia, ou seja, há a diminuição do retorno venoso, consequentemente tendo a diminuição do débito cardíaco. Choque séptico - Choque séptico (LPS) ou endotóxico (toxinas liberadas por bactérias gram-negativas); - Situações em que acontece o choque séptico: resposta inflamatória sistêmica; - Mediadores químicos da inflamação > fazem vasodilatação. - Endotoxinas (gram-negativas): lipopolissacarídeo; - Gram-positivas e fungos: moléculas análogas. Liberação de LPS ou endotoxinas na corrente sanguínea > resposta inflamatória através das citocinas > vasodilatação arteriolar, abertura de capilares > sequestro de sangue na circulação periférica > redução do retorno venoso > diminuição do débito cardíaco > diminuição da perfusão tecidual > hipóxia tecidual > aumento do ácido lático (lesão tecidual) > vasodilatação arteriolar. - Além da diminuição da perfusão dos tecidos, as moléculas liberadas na corrente sanguínea, também levam a lesão endotelial; - Ativam a cascata de coagulação > CID > coagulopatia de consumo > quadro hemorrágico; - Quadro grave, de difícil recuperação. Áreas de hemorragia, necrose e infarto no intestino de equino. Áreas de infarto/necrose no rim de bovino. Áreas de hemorragia no pulmão. Adrenal de choque. Áreas de hemorragia e necrose. Áreas avermelhadas das extremidades do corpo de suínos. Adrenal de choque. Choque neurogênico - Organismo perde a capacidade de fazer o controle vasomotor, ou seja, de fazer vasodilatação e vasoconstrição; - Acontece quando há lesão na medula espinhal (gânglios e nervos) que fazem as ramificações levando as informações até o vaso para que este faça vasodilatação e vasoconstrição; - Lesões na região lombar e sacral da medula espinhal. Perda de controle vasomotor > vasodilatação arteriolar, abertura de capilares > sequestro de sangue na circulação periférica > redução do retorno venoso > diminuição do débito cardíaco > diminuição da perfusão tecidual > hipóxia tecidual > aumento do ácido lático (lesão tecidual) > vasodilatação arteriolar. - Choque neurogênico: · Trauma no sistema nervoso central; · Estresse, medo. Lesão na medula espinhal. Hemorragia subdural. Choque anafilático - Promove vasodilatação sistêmica > libera histamina; Hipersensibilidade do tipo I generalizada: - Alérgenos > imunoglobulina E, mastócitos > degranulação mastócitos – liberação de histamina e mediadores vasoativos > vasodilatação sistêmica, aumento da permeabilidade vascular > hipotensão e hipoperfusão tecidual > choque. Causas: - Transfusões inadequadas; - Medicamentos; - Vacinas; - Plantas; - Picadas de insetos. Sinais clínicos: - Apatia; - Mucosas pálidas; - Diminuição da temperatura corporal (exceto no choque séptico); - Taquicardia; - Taquipneia; - Alteração da função renal (oligúria/anúria). Anafilaxia > liberação de citocinas (estaminas) > vasodilatação arteriolar, abertura de capilares > sequestro de sangue na circulação periférica > redução do retorno venoso > diminuição do débito cardíaco > diminuição da perfusão tecidual > hipóxia tecidual > aumento do ácido lático (lesão tecidual) > vasodilatação arteriolar. Estágios e progressão do choque: - Estágio não progressivo; - Estágio progressivo; - Estágio irreversível. Estágio não progressivo: - Ativação de reflexos compensatórios; - Reflexos barorreceptores, liberação de catecolaminas, renina-angiotensina-aldosterona, liberação de ADH, estimulação simpática; - Taquicardia, vasoconstrição periférica, conservação do fluido renal. Estágio progressivo: - Hipoperfusão tecidual; - Hipóxia generalizada; - Glicólise anaeróbica (produção de ácido lático); - Dilatação arteríolas; - Déficit cardíaco – anóxia. Estágio irreversível: - Lesão celular e tecidual intensa que não há possibilidade de recuperação; - Contração miocárdio deficiente; - Isquemia intestino; - Necrose tubular renal aguda; - Morte.