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0221 - Controle Interno e Externo no Serviço Público

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Núcleo de Educação a Distância
UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS
Controle Interno e Externo no Serviço Público
SEMESTRE 4
Créditos e Copyright.
OLIVEIRA, Reynaldo Martinez.
Controle Interno e Externo no Serviço Público. Reynaldo Martinez de Oliveira [Atualizado por Me. Paulo Roberto Duarte Bonavides]. Santos: Núcleo de Educação a Distância da UNIMES, 2015. 91p. (Material didático. Curso de Tecnologia em Gestão Pública).
Modo de acesso: www.unimes.br
1. Ensino a distância. 2. Tecnologia em Gestão Pública. 3. Controle Interno e Externo no Serviço Público.
CDD 350					ID 221
UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS
FACULDADE DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, COMERCIAIS, CONTÁBEIS E ECONÔMICAS
PLANO DE ENSINO
CURSO: Tecnológico em Gestão Pública
COMPONENTE CURRICULAR: Controle Interno e Externo no Serviço Público
SEMESTRE: 4º
CARGA HORÁRIA TOTAL:  100 horas
 
EMENTA
Sistema, requisitos e funções relevantes da unidade central de Controle Interno, e, as rotinas para auditoria e fiscalização, revisão e validação de ciclos operacionais e as contas anuais. Controle Externo e as suas normas legais, o Tribunal de Contas e o controle externo. Relação do Tribunal de Contas e esse controle.
OBJETIVO GERAL:
Fornecer aos alunos o conhecimento básico e bases técnicas e práticas fundamentais para que possam aplicar metodologias e princípios que regem a função e as atividades da Auditoria Interna como Instrumento de Avaliação e Controle de Riscos Organizacionais, todos ligados ao Tribunal de Contas.
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
 UNIDADE I – Controle Interno
Dar ao aluno um conhecimento técnico e teórico do Controle Interno da Administração Pública, bem como, os desacertos e consequências que podem trazer ao gestor público. Além disso, nesta unidade I, conheceremos a Auditoria com suas fases e riscos, procurando aliar a teoria ao conhecimento prático.
UNIDADE II  – Procedimentos
Nesta unidade, estudaremos as formas do procedimento da Auditoria, o parecer e o respectivo relatório elaborado pela Controlador/Auditor. Estudaremos ainda, a composição e definições da Controladoria Geral, Tribunal de Contas, a lei SOX, finalizando a unidade II com Governança Corporativa.
UNIDADE III – Corrupção e Politicas de Combate
Nesta unidade, estudaremos a Lei anticorrupção, os atos lesivos à Administração Pública, Acordo de Leniência, Lei da transparência e acesso à informação, Controle da Administração Pública pelo Legislativo e Judiciário, Compliance e Compliance e Lei Anticorrupção.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
· O controle interno da Administração Pública
· Razões normativas e eficientes do sistema de controle interno
· Lei da Ficha Limpa
· Desacertos que poderiam ser evitados pelo controle interno
· Sistema de controle interno
· Funções do sistema de controle interno
· O controle interno
· Os fundamentos legais do controle interno e seu panorama no Brasil
· O controle interno na Constituição Federal e os princípios fundamentais e instrumentos básicos para o seu exercício
· Espécies de controle interno na Administração Pública
· Objetivos do controle interno e sua organização
· Classificação do controle interno. Limitações e formas de controle.
· Planejamento de auditoria interna
· Formas de auditoria
· Fases da auditoria
· Riscos da auditoria
· Procedimentos de auditoria
· Parecer do auditor
· O relatório da auditoria
· A nova contabilidade na Administração Pública
· A lei do orçamento e a lei de responsabilidade fiscal
· O Controle externo e a Controladoria Geral da União
· O Tribunal de Contas da União.
· A Lei SOX
· Governança Corporativa
· Lei Anticorrupção
BIBLIOGRAFIA BÁSICA:
MACEDO, Joel de Jesus e CORBARI, Ely Célia. Controle Interno e Externo na Administração Pública. Curitiba:Editora Intersaberes, 2012 (Série Gestão Pública) (Pearson-19-02-19)
MADEIRA, José Maria Pinheiro. Administração Pública: tomo II. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2017. (Pearson-19-02-19)
PETER, Maria da Glória Arrais; MACHADO, Marcus Vinícius Veras. Manual de auditoria governamental. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2014. ISBN 9788522491803. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788522491803>. Acesso em: 19 fev. 2019. 
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:  
BERGUE, Sandro Trescastro. Modelos de gestão em organizações públicas: teorias e tecnologias. Caxias do Sul, RS: Educs, 2011. (Pearson-19-02-19) 
CARDOSO, Afonso. Auditoria de sistema de gestão integrada. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015. (Pearson-19-02-19)
CHIAVENATO, Idalberto. Administração geral e pública. Barueri, SP: Manole, 2016. (Pearson-19-02-19)
FRANCISCO FILHO, Valter Pereira. Planejamento e controladoria financeira. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015. (Pearson-19-02-19)
MADEIRA, José Maria Pinheiro. Administração Pública: tomo I. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2014. (Pearson-19-02-19) 
METODOLOGIA:
A disciplina está dividida em unidades temáticas que serão desenvolvidas por meio de recursos didáticos, como: material em formato de texto, vídeo aulas, fóruns e atividades individuais. O trabalho educativo se dará por sugestão de leitura de textos, indicação de pensadores, de sites, de atividades diversificadas, reflexivas, envolvendo o universo da relação dos estudantes, do professor e do processo ensino/aprendizagem.
 
AVALIAÇÃO:
A avaliação dos alunos é contínua, considerando-se o conteúdo desenvolvido e apoiado nos trabalhos e exercícios práticos propostos ao longo do curso, como forma de reflexão e aquisição de conhecimento dos conceitos trabalhados na parte teórica e prática e habilidades. Prevê ainda a realização de atividades em momentos específicos como fóruns, chats, tarefas, avaliações a distância e prova presencial, de acordo com a Portaria de Avaliação vigente.
Sumário
Aula: 02_Razões normativas e eficientes do sistema de controle interno	14
Aula: 03_Razões normativas e eficientes do sistema de controle interno	17
Aula 04_Lei da ficha limpa	21
Aula 05_Desacertos que poderiam ser evitados pelo Controle Interno	25
AULA 06_Sistema de Controle Interno	28
AULA 07_ Funções do sistema de Controle Interno	33
AULA 08_O controle interno	39
AULA 09_Os fundamentos legais do Controle Interno e seu panorama no Brasil	43
AULA 10_O controle interno na Constituição Federal e os princípios fundamentais e instrumentos básicos para o seu exercício.	47
AULA 11_Espécies de Controle interno na Administração Pública	51
AULA 12_ Objetivos do controle interno e sua organização	54
AULA 13_Classificação do controle interno. Limitações e formas de controle.	58
AULA 14_Planejamento de Auditoria Interna	61
AULA 15_Formas de Auditoria	65
AULA 16_Fases da Auditoria	69
AULA 17_Riscos da Auditoria	72
AULA 18_Procedimentos de Auditoria	75
AULA 19_Parecer do Auditor	79
AULA 20_ O relatório da auditoria	84
AULA 21_A nova contabilidade na Administração Pública	88
AULA 22_A Lei do Orçamento e a Lei de Responsabilidade Fiscal	93
AULA 23_O Controle externo e a Controladoria Geral da União	99
AULA 24_Tribunal de Contas da União	106
AULA 25_A Lei SOX	112
AULA 26_Governança Corporativa	116
AULA 27_Lei Anticorrupção	121
AULA 28_Lei Anticorrupção (Continuação)	124
AULA 29_Atos Lesivos à Administração Pública	127
AULA 30_Acordo de Leniência	130
AULA 31_A Lei da Transparência e Acesso a Informação	133
AULA 32_Controle da Administração Pública pelo Legislativo e Judiciário	136
AULA 33_Compliance	139
AULA 34_O Compliance e a Lei Anticorrupção	142
 
Aula: 01_O controle interno da administração pública
Todo ser humano administra sua vida em seus diversos aspectos: pessoal, financeiro, profissional e outras, então não poderiam ser diferentes a atitudes do empresário diante dos seus empreendimentos.
Se o empresário que emprega o seu capital, administra e gerencia o seu patrimônio então devemos concluir que o administrador público deverá administrar o erário empregado nos diversos bens e serviços públicos, com muito critério e controle. Antes de tratarmos especificamente do controle, faz-se necessário, abordarmos os conceitos de administrar e gerenciar.Conforme dicionário Houassis:
Administrar – Gerir, Governar, dirigir (negócios próprios, públicos ou de outrem) e
Gerenciar – Dirigir (empresa, negócio, serviço) na condição de gerente; administrar; gerir.
Conforme podemos observar no sentido lato das palavras, o Gerente é o administrador (dirigente) de um negócio, seja da iniciativa privada ou da administração pública. Entretanto, na Administração pública é costumeiro utilizar o termo “Gestor Público”.
A função de todo administrador é assegurar a eficiência e a eficácia das organizações, sejam públicas ou privadas, ou seja, gerir os recursos para atendimento das necessidades dos clientes, usuários, acionistas, governo e a sociedade de uma forma geral.
Assim, enquanto eficácia determina o quanto uma organização realiza os seus objetivos, a eficiência determina o quanto uma organização utiliza corretamente os seus recursos na realização de tarefas de maneira mais inteligente e com o aproveitamento máximo dos recursos.
Na Administração Pública é ainda mais forte do que na iniciativa privada o conceito de prestação de contas sobre a gestão, já que sempre são geridos recursos de terceiros, nunca próprios. O dever de prestar contas é inerente a toda atividade pública (Constituição da República, art. 70) e, sendo assim, é de extrema importância os meios postos à disposição ou a serviço da sociedade, para o exercício do controle do poder. Daí surge o conceito de accountability, que se aplica à gestão governamental.
Para Nakagawa, “accountability” é a obrigação de prestar contas dos resultados obtidos, em função das responsabilidades que decorrem de uma delegação de poder.
Já a palavra controle apareceu por volta de 1600, como significado de “cópia de uma relação de contas”, um paralelo ao seu original. Deriva do latim contrarotulus, que significa “cópia do registro de dados”. Taylor, o grande contribuinte da Administração Científica, doutrinava que existiam quatro princípios da administração, sendo um deles o princípio do controle, consistindo em:
 “controlar o trabalho para se certificar de que o mesmo está sendo executado de acordo com as normas estabelecidas e segundo o plano previsto. A gerência deve cooperar com os trabalhadores, para que a execução seja a melhor possível”
Controlar significa fiscalizar pessoas, físicas e jurídicas, evitando que a objetivada entidade se desvie das finalidades para as quais foi instituída na sociedade.
E o adjetivo interno  quer dizer que na Administração Pública, o controle será exercido por servidores da própria entidade auditada, conforme as normas, regulamentos e procedimentos por ela própria determinados, em consonância, óbvio, como os preceitos gerais da Constituição e das leis que regem o setor público.
Na Administração Pública, o controle é a faculdade, e, em determinados casos, a competência legal de avaliação, orientação e correção que um Poder, órgão ou autoridade exerce sobre a conduta funcional (JUND, 2007).
O Controle é uma atividade fundamental em qualquer organização, de caráter permanente e contínuo, que pode ser observada em todos os ciclos, processos e níveis de gestão, sejam eles orçamentários, patrimoniais ou financeiros, atendo-se à eficiência, à eficácia e à efetividade na obtenção do resultado desejado. Assim, o controle interno, em essência, deve ser realizado por servidor público, em especial os que ocupam postos de chefia. Já, o instituído sistema de controle interno, checa, de forma articulada, a eficiência de todos aqueles controles setoriais, sob estruturação apresentada em lei local.
Então, controle interno não é a mesma coisa que sistema de controle interno.
Em síntese, o tesoureiro controla a adequação dos saldos bancários, o chefe do posto de saúde controla a eficiência do atendimento médico, o almoxarife controla a exatidão entre os saldos registrados e os estoques físicos, a diretora da escola controla o desenvolvimento de um bom nível de ensino. Por outro lado, o sistema de controle interno verifica a pertinência e a eficiência de todos esses controles setoriais.
À vista do Controle Externo, o nível internalizado fiscaliza basicamente as mesmas atividades financeiras e operacionais, devendo sempre apoiar aquele controle a cargo dos Tribunais de Contas (art. 74, § 1º da CF).
Assim sendo, e, após a necessária regulamentação, o responsável pelo sistema de controle interno afigura-se interlocutor privilegiado da Corte de Contas, função esta, nos dias atuais, somente exercida por Contador ou Diretor Financeiro, os quais, como bem se sabe, estão às voltas com inúmeros outros afazeres, e, por isso, não tem como prestar informações mais detalhadas, aprofundadas e comparadas.
Entretanto, não possui o sistema interno as prerrogativas de decisão do controle externo, ou seja, não julga contas anuais, nem registra admissões e aposentadorias, tampouco, aplica multas ou susta atos tidos irregulares.
REFERÊNCIAS
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amauri. Introdução a Administração. Editora Atlas, 2010.
NAKAGAWA, Masayuki. Introdução à controladoria: conceitos, sistemas, implementação. São Paulo: Atlas, 1993. P.17.
Aula: 02_Razões normativas e eficientes do sistema de controle interno
Antes da Carta Magna de 1988, o controle interno era somente exercido pelo poder Executivo.
Depois da Constituição Federal de 1988, cada poder estatal dispõe de sua própria vigilância interna, integrada à existente nos outros Poderes (art. 74 da CF).
No poder Executivo, cada pessoa jurídica conta com particular unidade de controle interno, então há uma unidade para a Prefeitura, outra para Autarquia, mais uma para a Fundação ou empresa estatal.
Como qualquer atividade administrativa, o controle precisa ser planejado considerando as peculiaridades da entidade, tais como: objetivos; forma e origem jurídica; dimensão; volume e natureza das operações.
O controle planejado permite responder questões, tais como: o que controlar; como; por que e onde.
A Lei Orgânica do Tribunal de Contas de São Paulo (L.C. nº 709/1993) deixa evidente que, na esfera do Poder Executivo, cada entidade dispõe de particular setor de controle interno, articulado com o das demais pessoas jurídicas do município.
Tratando-se de uma função administrativa, o controle deverá ser exercido em todas as atividades, visando atingir as metas com a máxima eficiência, eficácia e economicidade.
De acordo com as normas brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), editou regra específica para o sistema de controle interno governamental, a NBCT 16.8, segundo a qual se desdobra em três categorias:
a)  Operacional – relacionada às ações que propiciam o alcance dos objetivos da entidade governamental;
b)  Contábil – relacionada à veracidade e à fidedignidade dos registros e das demonstrações contábeis
c)  Normativa – relacionada à observância da regulamentação pertinente.
A INTOSAI (International Organization of Supreme Audit Institutions) define o sistema controle interno como todo sistema de controles financeiros e de qualquer outra natureza da entidade, [...] incluindo a estrutura organizacional, os métodos, os procedimentos e a auditoria interna, estabelecidos pelos administradores segundo os objetivos da entidade, que contribuem para que ela seja regularmente administrada de forma econômica, eficiente e eficaz, garantindo, assim, a observância das políticas.
O sistema de controle interno da Administração Pública propõe uma enorme gama de orientações normativas e técnicas voltadas à verificação da legalidade do ato e da conformação da conduta do agente com os princípios ordenadores da sociedade.
Cleiton Vieira define sistema como sendo "conjunto de partes coordenadas (articuladas entre si) com vistas à consecução de objetivos bem determinados", donde o sistema de controle interno seria "o conjunto de unidades técnicas, articuladas a partir de um órgão central de coordenação, orientada para o desempenho das atribuições de controle interno indicados na Constituição e normatizados em cada nívelde governo”.
Significa dizer que o sistema de controle interno é o conjunto de setores em atuação, que no decorrer de seus trabalhos normais, fiscalizam-se uns aos outros. Essa fiscalização recíproca deve ser orientada a partir de um órgão central de controle.
Assim, unindo os posicionamentos mencionados, nota-se que o sistema de controle interno versado no artigo 70 da Constituição da República é, pois, o conjunto de órgãos descentralizados de controle interligados por mecanismos específicos de comunicação e vinculados a uma unidade central de controle, com vistas à fiscalização e avaliação da execução orçamentária, contábil, financeira, patrimonial e operacional da entidade controlada, no que tange, principalmente, à legalidade e eficiência de seus atos.
O controle interno, por sua vez, é parte integrante do sistema de controle interno, tem, pois, atuação técnica limitada ante a gama de procedimentos possíveis dentro desse sistema. Constitui, pois, uma responsabilidade do administrador da coisa pública e deriva do dever-poder que a Administração detém de rever seus próprios atos e a conduta de seus agentes.
REFERÊNCIAS
CASTRO, Rodrigo Pironti Aguirre. Sistema de Controle Interno. Disponível em : http://www.cge.mg.gov.brimagesdocumentosApostila_Sistema_de_Controle_Interno.pdf.Acesso em: 01 março 2016. P.6 e 7.
VIEIRA, Cleiton. O controle interno nas câmaras municipais, segundo a lei de responsabilidade fiscal. Disponível em:  http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/Arquivos/bf_bancos/e0001565.pdf. Acesso em: 01 março 2016. p.2.
Aula: 03_Razões normativas e eficientes do sistema de controle interno
 Como vimos na última aula, o controle interno é parte integrante do sistema de controle interno, que comporta (minimamente) além dos órgãos de controle interno, uma estrutura central orientadora das regras de controle e outras estruturas necessárias ao complexo controle de um ente. É o sistema de controle interno gênero, do qual o controle interno (representado pelo respectivo órgão de controle que o engendra) é espécie.
Embasados no artigo 74 da Constituição Federal e a consequente interpretação da extensão de sua aplicação a todos os entes da federação, decorrente da norma do artigo 75 da mesma Lei, é possível determinar os principais objetivos do sistema de controle interno.
Senão vejamos:
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União;
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da União;
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária.
§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.
Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber, à organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios.
Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre os Tribunais de Contas respectivos, que serão integrados por sete Conselheiros.
Para a realização destes objetivos, a International Organization of Supreme Audit Institutions – INTOSAI preocupou-se em estabelecer um marco de normas gerais minimamente exigidas e que seriam aplicadas a todos os níveis de governo para criação de um sistema de controle interno apropriado:
1) O estabelecimento de uma norma geral que se preocupe com a segurança do sistema de controle, ou seja, a formatação jurídica no sentido de que as estruturas de controle interno devem oferecer uma razoável segurança de que os objetivos institucionais estampados na norma serão cumpridos;
2) A fixação de uma regra geral de cooperação entre os envolvidos no controle, no sentido de que todos da cadeia de controle adotem atitudes positivas e de cooperação na efetivação do controle interno;
3) A estipulação de uma norma que privilegie critérios de moralidade e competência para fazer parte integrante do quadro de controle interno;
4) regramento dos objetivos buscados pelo sistema de controle interno, que devem ser identificados e razoáveis no contexto geral dos objetivos da instituição de que faz parte;
5) uma norma que permita o acompanhamento constante do sistema de controle e sua independência frente a determinação de irregularidades encontradas no decorrer de sua atividade.
Assim, para o sistema de controle interno de um ente funcionar é necessário que se estabeleça e se mantenha uma estrutura eficaz, com regras bem definidas de controle e um quadro de pessoal comprometido e imparcial.
Com essa concepção de imparcialidade e eficácia, o sistema de controle não será visto como instrumento perturbador das ações administrativas, mas sim, como função de extrema relevância na gestão da coisa pública e garantidor da realização do interesse público pretendido pela Administração.
A noção de um sistema de controle na Administração Pública, portanto, deve ser exaltada, uma vez que o que se busca é a conformação da conduta do agente com regras predeterminadas de gestão razoável e eficiente da coisa pública, constituindo um excelente mecanismo gerencial e de transparência na atuação administrativa, dificultando a adoção de práticas clientelistas e vinculando o gestor à prestação de contas constante à população.
 
 
REFERÊNCIAS
CASTRO, Rodrigo Pironti Aguirre. Sistema de Controle Interno. Disponível em :
http://www.cge.mg.gov.br/images/documentos/Apostila_Sistema_de_Controle_Interno.pdf. Acesso em: 01 março 2016. P.12, 13 e 14.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 7° edição. Editora Manole, 2015.
INTERNATIONAL ORGANIZATION OF SUPREME AUDIT INSTITUTIONS – INTOSAI. Normas de auditoria. Brasília: Revista do Tribunal de Contas da União,1991. v.22.
Aula 04_Lei da ficha limpa
No dia 04 de junho de 2010, foi editada a Lei da Ficha Limpa[1], incluindo a inelegibilidade com o objetivo de assegurar a probidade e moralidade no exercício dos mandatos políticos.
A lei em linhas gerais trata sobre o direito à elegibilidade para cargos políticos, delimitando o “perfil” dos candidatos que venham a possuir um mandato de representação da sociedade, preservando a política de quem se enquadre em uma das hipóteses de inelegibilidade tratada na lei, ou seja, que ponha em risco os valores jurídicos da moralidade e da probidade administrativa, impedindo a prática da improbidade administrativa, bem como protegendo a normalidade e a legitimidade dos pleitos.
Para melhor entendermos a importância de tais valores, faz-se necessário tratar dos princípios da moralidade e da probidade administrativa, bem como entender o significado de improbidade administrativa.
Wallace Paiva define moralidade administrativa:
“O princípio da moralidade administrativa prega a observância de regras éticas na atividade administrativa, informadas por valores como boa-fé, diretivas de boa administração, honestidade, lealdade, interesse púbico, imparcialidade etc., que devem estar presentes na conduta do agente público e no ato praticado (objeto, motivo e finalidade).”
A probidade administrativa, segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, não se confunde com o princípio da moralidade administrativa, não obstante existam pontos de conexão. Desta forma, a autora juntamente com outros administrativistas prefere não distinguirmoralidade de probidade administrativa, entendendo ser as expressões sinônimas.
Segundo José Afonso da Silva, probidade administrativa consiste no “dever de o funcionário servir a Administração com honestidade, procedendo no exercício das suas funções, sem aproveitar os poderes ou facilidades delas decorrentes em proveito pessoal ou de outrem a quem queira favorecer”.
Por fim, a improbidade administrativa seria o designativo técnico para a chamada corrupção administrativa, que, sob diversas formas, promove o desvirtuamento da Administração Pública e afronta os princípios nucleares da ordem jurídica (Estado de Direito, democrático e Republicano), revelando-se pela obtenção de vantagens patrimoniais indevidas a expensas do erário, pelo exercício nocivo das funções e empregos públicos, pelo 'tráfico de influência' nas esferas da Administração Pública e pelo favorecimento de poucos em detrimento dos interesses da sociedade, mediante a concessão de obséquios e privilégios ilícitos.
Quanto ao uso do dinheiro público, a inelegibilidade é decretada quando na conta rejeitada, tipifica-se irregularidade insanável que configure ato doloso de improbidade administrativa, conforme posição das Cortes Eleitorais[2].
Nessa mesma linha, a Ficha Limpa objetivou o que também já era jurisprudência, há de haver expressa manifestação do judiciário, por meio de medida liminar, tutela antecipada ou sentença.
Mas o que é irregularidade insanável e dolosa na gestão dos recursos coletados da sociedade para o mundo jurídico?
Os Tribunais Eleitorais têm entendido que o déficit orçamentário, o aumento da dívida pública, o mau planejamento orçamentário, a insuficiente despesa anual na Educação e Saúde, problemas com precatórios, a falta de recolhimentos previdenciários, o não cumprimento dos limites e condições da Lei de Responsabilidade Fiscal, o repasse excessivo à Câmara dos Vereadores, a falta de fidedignidade das peças contábeis, todos esses desacertos são insanáveis, conduzindo o dirigente à inelegibilidade, acarretando danos a sua carreira política.
Fica evidente, portanto, que as Cortes Eleitorais vêm confirmando os julgados dos Tribunais de Contas, sobretudo quando estes alertam, previamente, os gestores públicos sobre possível desvio de boa conduta fazendária.
Em recente decisão, o TSE no julgamento do Recurso Especial Eleitoral nº 8502, considerou que a inobservância aos alertas emitidos pelo Tribunal de Contas do Estado de SP configura dolo a ensejar a declaração de inelegibilidade de candidato à prefeitura municipal por improbidade administrativa, nos termos do art. 1º, inciso I, alínea g, da LC. nº 64/90.
Desta feita, os alertas das Cortes de Contas ganham especial significado.
Se o Prefeito for notificado que, sob a atual marcha orçamentária, os 15% da saúde e os 25% da educação não serão cumpridos, e, mesmo assim, o gestor se omite a corrigir a rota, estará desrespeitando a Constituição e à lei, passando a ter feição intencional, premeditada e dolosa.
Resta claro que o gestor deve muito se acautelar ante as várias e muitas exigências legais que norteiam o emprego do dinheiro público.
Por esses motivos, razões não faltam para o administrador público regulamentar, mediante lei, o controle interno, valendo-se de funcionários efetivos, honestos, de bom relacionamento com os demais.
Com isso, evitará que ocorram desacertos e danos para a sua carreira política.
[1] L.C. nº135/2010.
[2] Art. 1º , I, “g”” da L.C. 64/1990
REFÊRENCIAS:
BRANDÃO. Alberto. A Lei da Ficha Limpa, suas críticas e sua constitucionalidade. Disponível em: http://albertobrandao.jusbrasil.com.br/artigos/134891070/a-lei-da-ficha-limpa-suas-criticas-e-sua-constitucionalidade. Acesso em 01 março 2016.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 25. ed. São Paulo: Atlas, 2012. p. 879
SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 35. ed. São Paulo: Malheiros, 2012. p. 671
MARTINS JUNIOR, Wallace Paiva. Probidade administrativa. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. p. 101.
PAZZAGLINI FILHO, Mario. Improbidade administrativa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1999, p. 39.
Aula 05_Desacertos que poderiam ser evitados pelo Controle Interno
O Tribunal de Contas vem apontado muitas falhas na gestão financeira, que poderiam ser impedidas tivesse o dirigente municipal normatizado, de forma eficaz, o sistema de controle interno.
Abaixo, algumas irregularidades apontadas constantemente pelos Relatores dos balanços anuais, que poderiam ser obstadas por uma eficiente estrutura de controle interno.
Quanto ao planejamento da Gestão Pública:
a) Plano plurianual não indica as metas físicas e os custos dos projetos anunciados;
b) A LDO não se orienta pelos conteúdos exigidos na CF e na Lei de Responsabilidade Fiscal (falta do anexo de metas e prioridades e de critérios para limitação de empenhos e subvenção de entidade do Terceiro Setor);
c) A LOA não se detalha até o elemento despesa, além de permitir, de forma genérica, alteração pelos mecanismos da transposição, remanejamento e transferência;
d) A LOA superdimensionou a arrecadação, vindo a enseja o déficit da execução do orçamento; 
e) Insuficiente planejamento orçamentário, visto que na execução houve exagerado nível de alteração por créditos adicionais;
f) Não realização de audiências públicas para discutir os três instrumentos orçamentários (PPA, LOA e LDO).
Quanto a gestão de receitas:
a) Cadastro de contribuintes desatualizados e monetariamente defasados;
b) Falta de segregação entre as funções de lançadoria, arrecadação, fiscalização e contabilidade;
c) Renúncia irregular de receita sem os rigores da Lei de Responsabilidade Fiscal.
Já quanto a Dívida Ativa:
a) Baixo percentual de recebimento em virtude de cobrança ineficiente;
b) Prescrição ou decadência de créditos;
c) Baixas indevidas;
d) Diferença relevante entre o valor analítico do Setor de Dívida Ativa e o número sintético da Contabilidade.
Multa de trânsito, CIDE e Royalties:
Utilização em despesas não previstas na legislação de regência.
Aplicação na Educação:
a) Receitas do setor empregadas em despesas vedadas pela LDB;
b) Não pagamento de restos a pagar até 31 de janeiro do ano seguinte;
c) Compensação da insuficiente despesa do FUNDEB com eventual excesso ante os 25% constitucionais;
d) Não aplicação do saldo residual do extinto fundo do Ensino Fundamental, o FUNDEF.
Aplicação na Saúde:
a) Receitas do setor utilizadas em despesas vedadas pela L.C. 141/2012;
b) Não pagamento, até 31 de janeiro do ano seguinte, dos restos a pagar liquidados;
c) Não aplicação no ano seguinte, do valor cancelado de restos a pagar não liquidados;
d) Os dinheiros da saúde não são todos movimentados pelo respectivo fundo municipal.
Precatórios:
a) Insuficiente pagamento frente ao regramento constitucional;
b) Falta de evidência contábil da dívida judicial, quer no passivo financeiro (precatórios já vencidos), quer no passivo consolidado (precatórios com vencimento superior a 12 meses).
Subsídio dos Agentes Públicos:
a) Superação dos limites constitucionais opostos à remuneração do Prefeito e do Vereador;
b) Pagamento irregular como forma de escapar daquelas barreiras remuneratórias (concessão de verbas e auxílios de gabinete);
c) Revisão Geral Anual somente para agentes políticos;
d) Acumulação remuneratória por parte do Vice-Prefeito;
e) Fixação remuneratória antes do pleito eleitoral.
Licitações:
a) Editais com cláusulas restritivas, que afastam possíveis concorrentes;
b) Editais que não priorizam o micro e a pequena empresa;
c) Expedição de convites sempre para os mesmos proponentes;
d) Fracionamento licitatório;
e) Contratação direta por emergência não caracterizada.
Pessoal:
a) Contratação temporária sem processo seletivo;
b) Cargos em comissão sem os requisitos de chefia, direção e assessoramento;
c) Excesso de cargos em comissão relativamente aos de natureza permanente;
d) Admissões em momento de superação do limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal (95% do teto de cada Poder).
AULA 06_Sistema de Controle InternoO sistema de controle interno é um processo integrado efetuado pela direção e corpo de funcionários e é estruturado para enfrentar os riscos e fornecer razoável segurança de que na consecução da missão da entidade os seguintes objetivos gerais serão alcançados: (INTOSAI, TCE-BA, 2007)
- Execução ordenada, ética, econômica, eficiente e eficaz das operações;
- Cumprimento das obrigações de accountability;
- Cumprimento das leis e regulamentos aplicáveis;
- Salvaguarda dos recursos para evitar perdas, mau uso e dano.
Hely Lopes Meirelles, por sua vez, define controle interno como “todo aquele realizado pela entidade ou órgão responsável pela atividade controlada, no âmbito da própria administração”.
Assim, resta claro que o controle interno é parte integrante do sistema de controle interno, que comporta (minimamente) além dos órgãos de controle interno, uma estrutura central orientadora das regras de controle e outras estruturas necessárias ao complexo de controle de um ente. É o sistema de controle interno gênero, do qual o controle interno (representado pelo respectivo órgão de controle que o engendra) é espécie.
A noção de um sistema de controle na Administração Pública, portanto, deve ser exaltada, uma vez que o que se busca é a conformação da conduta do agente com regras predeterminadas de gestão razoável e eficiente da coisa pública. Portanto, quando se ressalta a importância do sistema de controle interno, Mário Pacini afirma:
Não se trata de desprestígio do administrador, mas de obediência a uma regra já consagrada, de fidelidade a um sistema que vem sendo adotado em países mais adiantados. Com efeito, o princípio geral que suporta a forma e a estrutura jurídica e administrativa do governo de um Estado bem organizado é o de que a nenhuma pessoa ou grupo de pessoas, em nenhuma hipótese, pode ser confiado um poder ilimitado.
Já para Rodrigo Pironti:
O sistema de controle interno, pois, possibilita à manutenção de um procedimento célere e atualizado de informações gerenciais que torna eficiente e segura a tomada de decisões e proporciona maior tranquilidade ao gestor público em relação aos atos praticados por seus subordinados.
Para que seja possível um melhor entendimento quanto aos sistemas de controle interno, segue abaixo gráfico proposto por Fernando Augusto Mello Guimarães, Conselheiro Corregedor do Tribunal de Contas do Estado do Paraná.
Vale consignar, o quadro resumo abaixo:
Assim, estão sujeitos à atuação do Sistema de Controle Interno, quaisquer pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, que utilizem, arrecadem, guardem, gerenciem ou administrem dinheiro, bens e valores públicos ou pelos quais a União, Estado ou Município respondam, ou que, em nome destes entes, assumam obrigações de natureza pecuniária. 
A estruturação do sistema de controle
O sistema de controle interno deve ser estabelecido por meio de diversas etapas reordenadas e que respeitem o objetivo central do sistema, qual seja, a eficiência do controle. 
A regência do sistema de controle e o implemento efetivo de seus instrumentos envolve a pormenorização de todas as competências do ente controlado, detalhando as inúmeras atribuições contábeis, fiscais, operacionais, orçamentárias e patrimoniais, por meio de: 
a) fluxograma completo e check lilst da organização estrutural da instituição com suas respectivas competências e atividades; 
b) a delimitação de atribuições de cada órgão responsável pelo controle e sua colaboração com o órgão central; 
c) levantamento e planejamento dos gastos com pessoal da equipe técnica de controle e a disponibilidade de recursos; 
d) determinação da independência de cada órgão controle interno e seu relacionamento com o órgão central do sistema. 
- Estudo do potencial de risco da Instituição, ou seja, verificação do "grau de vulnerabilidade" da Administração no que diz respeito ao desperdício e malversação do recurso público. Nesta análise, ao mínimo três aspectos devem ser considerados
a) o contexto local do controle, ou seja, o ambiente em que o controle está inserido e influências ambientais no resultado almejado; 
b) risco da atividade, considerado aquele risco decorrente de desperdícios, fraudes ou irregularidades e o estudo do impacto desta perda inerente à atividade de controle; 
c) verificação prévia dos controles e métodos internos de repressão de ilegalidades e fraudes e sua adequação estrutural com o implemento do sistema de controle. 
- Deve haver também, conforme o caso, uma revisão detalhada do sistema de controle interno, com vistas à verificação de se atende aos requisitos de eficácia e eficiência. É esta revisão que determinará se o sistema funciona de acordo com os objetivos predeterminados, considerado o potencial de risco da Instituição. 
- Deve haver também uma cultura à elaboração de relatórios gerenciais de controle que permitam a análise das deficiências do controle, ou ainda, a segurança e o benefício que proporcionou ao ente controlado.
REFERÊNCIAS:
GUERRA, Evandro Martins. Os controles externos e internos da administração pública. 2.ed. rev. e ampl. Belo Horizonte: Fórum, 2005.
LARRATÉA, Luiz Carlos Martins. Curso de especialização em gestão pública e controle externo. Porto Alegre, 2008. 
MEIRELLES, Hely Lopes. Direto administrativo brasileiro. São Paulo: Malheiros, 1990.
PACINI, Mário. O sistema de controle. Revista do Tribunal de Contas da União, Brasília. Edição Comemorativa 25 anos, 1995. p.127.
CASTRO, Rodrigo Pironti Aguirre. Sistema de Controle Interno. Disponível em :
http://www.cge.mg.gov.br/images/documentos/Apostila_Sistema_de_Controle_Interno.pdf. Acesso em: 01 março 2016. P.14.
AULA 07_ Funções do sistema de Controle Interno 
As funções do sistema de Controle Interno estão determinadas no art. 74 da Constituição Federal e art. 59 da lei de Responsabilidade Fiscal, sendo as seguintes atribuições:
a.    Avaliar o cumprimento de metas propostas nos três instrumentos que compõem o processo orçamentário: o PPA, LDO e LOA.
b.    Comprovar a legalidade da gestão orçamentária, financeira e patrimonial. Essa verificação deve ser prévia (antes do ato financeiro produzir efeitos), concomitante (ao longo da execução do ato financeiro) e subsequente (após a realização do ato financeiro em certo período de tempo. Ex. Havia suficiência de dotação na abertura do procedimento licitatório? O pagamento da despesa aconteceu após o efetivo recebimento do material ou serviço? O empenho do gasto onerou a adequada verba de orçamento? A Câmara Municipal está adimplindo os limites constitucionais da despesa total, remuneração dos Vereadores e folha de pagamento?;
c.    Comprovar a eficácia e a eficiência da gestão orçamentária, financeira e patrimonial. Ex.: A construção do posto de saúde está de acordo com o cronograma físico-financeiro? Tal projeto era a solução mais econômica para enfrentar o problema de saúde naquela região do município?;
d.    Comprovar a adequada aplicação dos recursos entregues a entidades do Terceiro Setor. Ex.: As instituições subvencionadas vêm empregando o dinheiro tal qual dito nos planos de trabalho? A prestação de contas é composta por confiável documentação fiscal? O atendimento terceirizado está cumprindo as metas físicas e qualitativas? O salário dos dirigentes não está acima da realidade do mercado?
Unidade Central do Sistema de Controle Interno
Unidade Central do Sistema de Controle Interno é a unidade administrativa legalmente criada como responsável pela direção, coordenação dos trabalhos, orientação e acompanhamento do Sistema de Controle Interno, atuando com caráter orientador e preventivo no auxílio a gestão e atendendo a todos os níveis hierárquicos da Administração. 
Responsabilidades
- coordenar as atividades do Sistema de Controle Interno;
- apoiar o Controle Externo;
- assessorar a Administração;
- comprovar a legalidade e avaliar os resultados quanto à economicidade, eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira, operacional e patrimonial das unidadesque compõem a estrutura do órgão;
- realizar auditorias internas;
- avaliar o cumprimento e a execução das metas previstas no Plano Plurianual, na Lei de Diretrizes Orçamentárias e na Lei Orçamentária Anual;
- avaliar as providências adotadas pelo gestor diante de danos causados ao erário, especificando, quando for o caso, as sindicâncias, inquéritos, processos administrativos ou tomados de contas especiais, instaurados no período e os respectivos resultados. 
- acompanhar os limites constitucionais e legais;
- avaliar a observância, pelas unidades componentes do Sistema, dos procedimentos, normas e regras estabelecidas pela legislação pertinente;
- elaborar parecer conclusivo sobre as contas anuais;
- revisar e emitir parecer acerca de processos de Tomadas de Contas Especiais;
- representar ao Tribunal de Contas sobre irregularidades e ilegalidades;
- zelar pela qualidade e pela independência do Sistema de Controle Interno.
Responsáveis pela Unidade Central do Sistema de Controle Interno
Os responsáveis pela Unidade Central de Controle Interno em cada Poder ou órgão devem estar diretamente vinculados à direção superior do órgão ou entidade, não sendo recomendada a sua subordinação hierárquica a qualquer outro nível da estrutura organizacional.
Ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas, sob pena de responsabilidade solidária, nos termos do art. 74 da Constituição Federal.
Os Membros integrantes da Unidade Central do Sistema de Controle Interno:
- devem adotar comportamento ético, cautela e zelo profissional no exercício de suas atividades;
- devem manter uma atitude de independência (em relação ao agente controlado) que assegure a imparcialidade de seu julgamento, nas fases de planejamento, execução e emissão de sua opinião;
- devem ter capacidade profissional inerente às funções a serem desempenhadas e conhecimentos técnicos atualizados, acompanhando a evolução das normas, procedimentos e técnicas aplicáveis ao Sistema de Controle Interno - SCI;
- devem ter cortesia (verbal e escrita) com pessoas e instituições, respeitando superiores, subordinados e pares;
- devem ser servidores titulares de cargo de provimento efetivo e estáveis, designados pelo dirigente máximo do órgão ou entidade correspondente, conforme seja o caso, para exercerem exclusivamente as atividades de controlador interno. 
Esta medida visa garantir a segurança, a continuidade dos controles e bom andamento dos processos ao próprio chefe do Poder, ao Legislativo e ao Tribunal de Contas, pois a rotatividade de pessoas nas funções, ainda que os procedimentos estejam disciplinados por escrito, é prejudicial e causa transtornos à eficiência das operações.
PRINCÍPIOS E REGRAS PARA A ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA DE CONTROLE INTERNO
a) Segurança razoável: O sistema de controle interno deve oferecer a segurança razoável de que os objetivos gerais da organização serão cumpridos (missão). Equivale a um nível satisfatório de confiança por meio da garantia da independência profissional dos integrantes e dos departamentos.
b) Integridade e competência: Chefes, diretores e colaboradores devem caracterizar-se por sua integridade pessoal e profissional, possuir um nível de competência que lhes permita entender a importância de desenvolver, implantar e manter controles internos apropriados.
c) Acompanhamento dos controles: Os sistemas de controle modificam-se com o passar dos tempos. Procedimentos antes eficazes tornam-se obsoletos devido ao ingresso de novas tecnologias, alterações e inclusões de pessoas, assim como modificações nos processos. É importante que haja rotinas de verificação e acompanhamento constante do sistema de controle interno.
d) Organização: A estrutura do controle interno, todas as transações e os fatos significativos devem estar claramente documentados, e a documentação deve estar sempre disponível para exame.
e) Registro oportuno: As transações e os fatos significativos devem ser prontamente registrados e adequadamente classificados.
f) Sistemas de autorização e execução: As transações e fatos relevantes devem ser autorizados e executados somente por pessoas que atuem no âmbito de sua competência. As permissões de acesso a softwares ou a determinados documentos e informações devem ser claras e obedecidas.
g) Segregação das funções: As tarefas e responsabilidades essenciais ligadas à autorização, ao processamento, ao registro e à revisão das transações e fatos devem ser distribuídas entre diferentes pessoas e/ou unidades administrativas, com o fim de reduzir os riscos de erros, fraudes e desperdícios.
h) Acesso restrito: O acesso a recursos, registros e determinados locais deve ser limitado a pessoas autorizadas, responsáveis por custódia ou uso, como as do almoxarifado e as da tesouraria.
i) Determinação das responsabilidades: Todos devem conhecer os direitos e deveres das pessoas e das unidades administrativas, bem como as atribuições de seus cargos com a linha hierárquica claramente definida.
j) Normatização: Todos os procedimentos, processos e documentos devem ser alvo de normatização ou mediante instruções de controle ou manual de organização do sistema de controle interno.
k) Comunicação interna: Sistemas de comunicação interna e acesso aos meios de comunicação devem ser regulamentados
l) Cumprimento da legislação: O conhecimento sobre a legislação que envolve a entidade é essencial para os controles internos. As pessoas envolvidas com a instituição devem dominar a legislação em que estão inseridas.
m) Proteção dos ativos: Proteger os ativos significa proteger não apenas o caixa, mas os bens e os direitos de qualquer natureza. Determinar as responsabilidades sobre a guarda e proteção dos ativos é item de controle interno.
REFERÊNCIAS:
CAVALHEIRO, Jader Branco. FLORES, Paulo Cesar. A organização dos sistemas de controle interno municipal. Associação dos membros dos Tribunais de Contas do Brasil – ATRICON. Porto Alegre, 2007.
LARRATÉA, Luiz Carlos Martins. Curso de especialização em gestão pública e controle externo. Porto Alegre, 2008. 
CASTRO, Rodrigo Pironti Aguirre. Sistema de Controle Interno. Disponível em :
http://www.cge.mg.gov.br/images/documentos/Apostila_Sistema_de_Controle_Interno.pdf. Acesso em: 01 março, 2016. 
AULA 08_O controle interno
Vamos definir Controle Interno?
“É o processo de produzir informações para tomar decisões sobre a realização de objetivos”, conforme definição contida às pgs. 245 no livro “Introdução a Administração” do professor e pesquisador do Departamento de Administração da FEA-USP: Antônio César Amaru Maximiano.
“Compreende o plano de organização e o conjunto ordenado de métodos e medidas, adaptados pela empresa, para proteger seu patrimônio, verificar a exatidão e a fidedignidade de seus dados contabilísticos, promoverem a eficiência operacional e encorajar a adesão à política traçada pela administração”, conforme adaptação da definição contida no livro “Auditoria Interna” do prof. Willian Attie.
 Como podemos observar o conceito de Controle Interno é abrangente e não existe uma única definição que abranja todo o seu escopo.
 Em seu sentido lato, a palavra Controle também tem vários significados para as diversas áreas de conhecimento, conforme descrito no dicionário Houassis:
Controle – monitoração, fiscalização ou exame minucioso, que obedece a determinadas expectativas, normas, convenções, etc.
Na área de informática tem-se: “função que estabelece o curso das operações ou de um programa sendo executado em um computador”, na biologia é conceituado: “controle artificial da população de uma espécie considerada nociva, pela introdução de uma espécie predadora, parasita, ou patógena; biocontrole”
 “Para a área de controle qualidade define-se como: “um processo que permite uma empresa verificar, por meios estatísticos, a qualidade de seus produtos”, e no setor cambial é” intervenção estatal que regulariza as operações de câmbio com divisas estrangeiras”.
Na área pública, como já citada em aulas anteriores, faz-se mençãoao sistema de controle, bem como ao controle interno no artigo 74 da Constituição Federal. 
Entretanto, o controle interno da entidade pública não pode ser confundido com o disposto na Constituição. Segundo o professor Daniel Gerhard Batista em seu livro “Manual de Controle e Auditoria”, o controle interno é exercido pelos entes públicos da seguinte maneira: “O controle Interno tem como finalidade assegurar que os recursos públicos obtidos pelas instituições públicas sejam aplicados de forma econômica, eficiente e eficaz para a realização das diretrizes de entidade pública, mediante adoção de medidas que, na verdade, constituem-se nos próprios princípios de controle interno”.
Assim, no Órgão Público, o controle interno exerce a fiscalização dos atos da administração, visando comprovar a legalidade e avaliar os resultados da gestão dos recursos públicos.
A função do controle exige a atenção da Administração voltada para a execução de planos e programas, para que metas e objetivos previamente delineados sejam atingidos, consoante Reis (2003). 
Como qualquer atividade administrativa, o controle precisa ser planejado considerando as peculiaridades da entidade, tais como: objetivos; forma e origem jurídica; dimensão; volume e natureza das operações.
Segundo Di Pietro (2015), a finalidade do controle é assegurar que a Administração atue em consonância com os princípios que lhe são impostos pelo ordenamento jurídico, como os da legalidade, moralidade, finalidade pública, publicidade, motivação de impessoalidade. Em determinadas circunstâncias, abrange também o controle chamado de mérito e que diz respeito aos aspectos discricionários da atuação administrativa.
Já, Segundo Meirelles (1993), os deveres do administrador são:
• dever de eficiência - representa a necessidade de atuação administrativa com qualidade, celeridade, economicidade, atuação técnica, controle, entre outros. O dever de eficiência vai além da exigência de produtividade, abrange também a perfeição do trabalho, ou seja, a adequação técnica aos fins desejados pela Administração. Dessa forma, a atuação eficiente envolve aspectos quantitativos e qualitativos.
• dever de probidade – Pelo dever de probidade, exige-se dos agentes públicos a observância de padrões éticos de comportamento. Assim, o dever de probidade se pauta na exigência da atuação segundo o princípio constitucional da moralidade. Os agentes públicos, além de observarem a lei, devem ser probos, honestos, leais ao interesse público.
Buscando dar efetividade ao mencionado dever constitucional, a Lei 8.429/1992 estabelece os atos de improbidade administrativa, classificando-os em três grupos (arts. 9º, 10 e 11): 
a) que importam enriquecimento ilícito; 
b) que causam prejuízo ao erário; e 
c) que atentam contra os princípios da Administração Pública. 
• dever de prestar contas - O exercício da atividade administrativa pressupõe a administração, gestão e aplicação de bens públicos. Os agentes públicos administram o patrimônio público em nome da sociedade e, portanto, devem prestar constas de sua atuação. O dever de prestar contas é tão importante que alguns autores entendem que ele faz a inversão do ônus da prova, ou seja, não é necessário que o órgão de controle comprove que o recurso foi mal aplicado para punir o gestor, pois a obrigação é contrária, isto é, quem utilizou o recurso é que deve comprovar a sua boa aplicação. 
Bibliografia
CASTRO, Domingos Poubel de. Auditoria, Contabilidade e Controle Interno no Setor Público. Editora Atlas, 2011.
DIAS, Sergio Vidal dos. Manual de Controles Internos: Desenvolvimento e Implantação – Exemplos de Processos organizacionais. Editora Atlas 2010.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 28. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
MEIRELLES, Hely L. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 40. Ed., 2014.
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amauri. Introdução a Administração. Editora Atlas, 2010.
REIS, Heraldo da Costa; MACHADO JR. J. Teixeira. A lei 4.320 comentada. Rio de Janeiro, Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAN), 2003.
AULA 09_Os fundamentos legais do Controle Interno e seu panorama no Brasil
Historicamente, segundo Ronald Balbe da Controladoria Geral da União, o controle evoluiu a partir de três grandes perspectivas:
•Transição socioeconômica (1921–1966), marcada pela evolução da Contadoria Geral da República e dos estados e pela criação da Auditoria Geral do Estado da BA em 1966.
•Instabilidade democrática (1967–1993) — unificação das inspetorias na Secretaria Central de Controle Interno em 1979 — transformando-se em Secretaria do Tesouro Nacional em 1985 e criação de órgãos de controle interno em alguns estados (RJ, PB, AP, MS, MT, RO, ES).
•Consolidação democrática e institucional (1994–hoje) — período de criação da Secretaria Federal de Controle Interno e da Controladoria Geral da União. Estabelecimento dos controles internos nos demais estados, em algumas capitais e também em outros municípios.
Hoje, encontramos previsão quanto ao controle interno, na Constituição Federal e Estadual, na lei de Responsabilidade Fiscal, na lei Orgânica do Tribunal de Contas da União e dos estados, em Instruções do Tribunal de Contas, bem como, em normas do Conselho Federal de Contabilidade, bem como do Conselho Nacional de Controle Interno (CONACI) aplicado ao setor público.
Reportando-se à Constituição Federal para o entendimento do Controle Interno no Brasil, tem-se como principais pontos o art. 31 que fala da fiscalização em âmbito municipal, o art. 70 que trata do controle interno de cada poder, e o art. 74 que versa sobre o Sistema de Controle Interno e seu dever de avaliar o cumprimento de metas, comprovação da legalidade, controle das operações financeiras da União e o apoio ao Controle Externo.
Vale consignar, a Proposta de Emenda à constituição (PEC) nº 45/2009 que acrescentaria o inciso XXIII ao artigo 37 da Constituição Federal de 1988, especificando as funções do Sistema de Controle Interno: ouvidoria, controladoria, auditoria governamental e correição. Tratando, assim, de quatro funções principais (que podem não abranger todas as atividades), porém representam o que de mais relevante é desempenhado no âmbito do Controle Interno. 
No que se refere à legislação relevante sobre o tema, após a Constituição Federal de 1988 (tida como marco legal de representação) destacam-se as leis 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa), lei nº 8.666/1993 (Lei de Licitações e Contratos), Lei nº 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal — LRF), evidenciando aqui que o desenvolvimento da legislação sobre Controle Interno também se relaciona com o avanço da contabilidade e do orçamento.
Mais recentemente, a lei nº 131/2009 — Lei da Transparência, a Lei nº 12.527/2011, conhecida como Lei de Acesso à Informação de Acesso (LAI) e a Lei nº 12.846/2013 — Lei da Anticorrupção vêm interligar a importância do Controle Interno à transparência, participação popular e ao combate à corrupção. Porém, tais dispositivos ainda carecem de uma ampliação de sua regulamentação, e, especificamente, a Lei Anticorrupção, está em processo de concretização, não estando regulamentada.
Apesar da legislação e órgãos atuantes no Controle Interno, existem novas perspectivas e desafios no desenvolvimento e consolidação do controle interno no Brasil. 
Gustavo Húngaro, presidente do CONACI, em seminário intitulado “O Controle Interno Governamental no Brasil — Velhos Desafios, Novas Perspectivas” organizado pelo Banco Mundial em parceria com o Conselho Nacional do Controle Interno, enumera tais desafios: 
- Conscientizar os agentes públicos sobre a função de controle interno e sobre o papel de cada área de governo nessa questão;
- Instituir uma cooperação sólida (trabalho do dia-a-dia) entre as instituições com funções relacionadas/similares;
- Alcançar o equilíbrio necessário entre os aspectos legais/formais das atividades de controle, controle por resultado (descobrir formas de envolver o servidor), bem como o equilíbrio necessárioentre medidas preventivas e repressivas;
- Superar a resistência à troca de informações;
- Disseminar a ideia de que transparência vale a pena apesar do preço político;
- Explorar ao máximo as possibilidades da tecnologia;
- Maximizar possibilidades legais das sanções administrativas;
- Estabelecer uma parceria sólida e adequada com a mídia;
- Obter maior apoio, respeito e credibilidade junto à sociedade;
- Esclarecer para o público as atribuições e escopo da atuação das instituições e poderes;
- Estimular a participação e o controle social;
- Convencer o setor privado que “jogar limpo é um bom negócio” e não uma desvantagem competitiva;
- Superar interpretações legais sedimentadas que impedem ações anticorrupção (sigilo bancário);
- Estimular o Congresso Nacional a aprovar relevantes projetos de lei de combate à corrupção.
Bibliografia
INSTRUÇÃO NORMATIVA N.º 01, DE 06 DE ABRIL DE 2001. Ministério da Fazenda. Secretaria Federal de controle interno.
MARTINS, Larissa de Jesus. O controle interno governamental no Brasil: Velhos desafios, novas perspectivas. Paraná, 2014
AULA 10_O controle interno na Constituição Federal e os princípios fundamentais e instrumentos básicos para o seu exercício.
Embora cada Poder tenha seu próprio controle interno, a Carta Constitucional de 1988 dispôs claramente que todos os Poderes governamentais manterão, de forma integrada, o Sistema de Controle Interno.
O controle tornou-se universal, abrangendo todos os atos da administração, quer se trate da receita ou da despesa.
A Constituição previu, também, que os responsáveis pelo controle interno ao tomarem ciência de irregularidades devem denunciá-las junto ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária. Do mesmo modo, registrava-se o avanço da Constituição, no sentido do controle social, ao prever que qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades perante o Tribunal.
Em termos gerais, são evidentes os avanços do controle na Constituição Federal de 1988 por meio da ampliação da abrangência do controle, inclusão do controle social e avaliação do cumprimento das metas do governo segundo o artigo 74 da CF citados em aulas anteriores.
Princípios fundamentais para o exercício do controle interno
Segundo Ely C. Corbari e Joel de J. Macedo, os princípios à serem respeitados para o pleno exercício do controle interno, são:
Manualização das Rotinas Internas – Todas as rotinas internas dos diversos setores devem estar definidas, descritas e disponibilizadas, a fim de que os procedimentos internos possam ser assimilados e executados de forma correta por qualquer empregado/servidor.
Fixação de Responsabilidade – As responsabilidades devem estar claras e previamente definidas. Os manuais internos devem descrever as atribuições dos setores e dos empregados de forma a permitir a apuração de responsabilidade.
Segregação de Função – Esse é um dos mais importantes princípios do controle interno, pois define que uma mesma pessoa não pode ocupar mais de uma função dentro do sistema, quando essas forem incompatíveis, tais como as funções de acesso aos ativos e aos registros contábeis.
Rodízio de Pessoal – A circulação dos empregados/servidores dentro das organizações visa eliminar ou amenizar a formação de conluio e a detecção de erros e fraudes.
Custo do Controle X Benefícios – Quando da implementação dos controles internos, deve haver uma proporcionalidade entre custos versus benefícios. Os custos do controle interno não devem exceder seus benefícios. Devem-se implantar controles mais sofisticados para transações relevantes e controles menos rígidos para as menos importantes.
Confronto dos Ativos com os Registros – Devem-se estabelecer procedimentos de forma que os ativos sejam periodicamente confrontados com os registros contábeis, de forma a prevenir possíveis desfalques e registros incorretos.
Restrição de acesso aos Ativos – A entidade deve restringir o acesso de empregados aos seus ativos. Essa restrição pode ser física, ou mediante documentos de autorização.
Auditoria Interna – Quando aplicável certificação de que os controles internos (normas internas) estão sendo seguidos na prática; avaliar a necessidade de novas normas internas e sugerir mudanças, caso haja necessidade.
Integração do Sistema – Um sistema de controle interno integrado permite que uma área controle a outra, dificultando a ocorrência de fraudes e permitindo o registro apenas das transações autorizadas, por seus valores corretos e dentro do período de competência.
Instrumentos básicos para o exercício do controle
O controle interno tem como uma de suas principais atribuições, avaliar o cumprimento de metas dos três instrumentos abaixo:
1) Plano Plurianual (PPA).
2) Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
3) Orçamento Anual e suas alterações. (LOA)
Mas além dos instrumentos básicos supracitados também são considerados instrumentos para o exercício do controle:
• Plano de Ação Anual (PAA) – parcela do PPA a ser executada no Exercício Financeiro correspondente, de acordo com a LDO e os limites contidos no Orçamento e suas alterações.
• Programação Orçamentária, Financeira e Física.
• Programas de trabalho dos órgãos e das entidades da administração estadual.
• Regimentos e regulamentos dos órgãos e das entidades da administração, tendo em vista as suas missões e finalidades.
• Convênios, contratos, acordos e documentos similares lavrados pelo Estado.
• Normas de Planejamento, de Orçamento, de Administração Financeira, de Contabilidade, de Controle Interno, de Administração Tributária, de administração de Pessoal, de Administração de Bens, de Administração de Material, de Administração de Serviços, de Administração de Órgãos e Entidades da Administração, Normas dos Órgãos Centrais dos Sistemas de Atividades Finalísticas e outras relacionadas com os Processos de Gestão.
• Planos de Contas.
• Padrões e Indicadores de Desempenho.
• Prestações e Tomadas de Contas.
• Relatórios, Demonstrações e Análises Contábeis.
• Relatórios, Demonstrações e Análises sobre a execução do Plano Plurianual, Programas, Empreendimentos, Projetos e Atividades.
• Relatórios de Inspeções.
• Relatórios de Auditoria.
Bibliografia
CORBARI, Ely Célia; MACEDO, Joel de Jesus. Controle Interno e externo da Administração Publica. Ed. Intersaberes. Curitiba, 2012.
FILHO. José Alceu de Oliveira. Controle Interno e externo da Gestão Pública. Brasília, 2010.
AULA 11_Espécies de Controle interno na Administração Pública 
Nessa aula veremos as espécies de controle interno tendo em vista o controle em seu aspecto amplo na Administração Pública.
Segundo Di Pietro, a Administração Pública se sujeita a controle por parte dos Poderes Legislativo e Judiciário, além de exercer, ela mesma, o controle sobre os próprios atos. Tal controle abrange não só os órgãos do Poder Executivo, mas também os dos demais poderes, quando exerçam função tipicamente administrativa; em outras palavras, abrange a Administração Pública considerada em sentido amplo.
Neste diapasão, José Alceu de Oliveira Filho (2010) afirma:
Quando o agente controlador integra a própria Administração – controle interno –, exerce ela mesma o controle sobre seus órgãos e suas entidades da Administração Indireta. Se o controle é efetuado por órgão, ente ou instituição exterior à estrutura da Administração – controle externo – situando-se nessa espécie o controle realizado por instituições políticas (Poder Legislativo), por instituições técnicas (Tribunais de Contas) e por instituições precipuamente jurídicas (Judiciário).
Apesar de o controle externo ter poder para corrigir, impor decisões e implementar as mesmas com fim de galgar uma alteração de atitudes, o Controle interno é útil e imprescindível, pois está mais próximo da realidade do órgão público. 
Em decorrência do disposto acima os tipos de controles existentes na doutrina relativa à administração pública apontam para a existência do controle administrativo, legislativo e judicial.Assim, faz-se necessária a apresentação das distinções entre cada um desses controles.
O controle administrativo é o poder de fiscalização e correção que a Administração Pública (em sentido amplo) exerce sobre a sua própria atuação, sob os aspectos de legalidade e mérito, por iniciativa própria ou mediante provocação.
Quanto ao controle legislativo, a autora Di Pietro (2006), esclarece:
O controle legislativo é o controle que o Poder Legislativo exerce sobre a Administração Pública, limitado às hipóteses previstas na Constituição Federal, uma vez que implica interferência de um Poder nas atribuições dos outros dois; alcança os órgãos do Poder Executivo, as entidades da Administração Indireta e o próprio Poder Judiciário, quando executa função administrativa. O controle legislativo se subdivide em dois tipos de controle: o político e o financeiro.
• Controle político: abrange aspectos, ora de legalidade, ora de mérito, apresentando-se, por isso mesmo, como de natureza política, já que aprecia as decisões administrativas, sob o aspecto inclusive da discricionariedade, ou seja, da oportunidade e conveniência diante do interesse público.
• Controle financeiro: a Constituição Federal disciplina, em seus arts. 70 a 75, a fiscalização contábil, financeira e orçamentária, determinando, no último dispositivo, que essas normas se aplicam, no que couber à organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios.
Já o controle judiciário, visto sob o enfoque do princípio da legalidade, garante o Estado democrático de Direito, sujeitando a Administração Pública à lei, garantindo que seus atos possam ser controlados por um órgão dotado de imparcialidade, que permita apreciar e invalidar os atos ilícitos por ela praticados.
 Tal distinção, vista acima é imprescindível para que o aluno conheça a divisão dos poderes, bem como suas distinções. Entretanto, vale consignar que o estudo está focado no controle interno e externo dos serviços públicos. 
Nessa aula, vimos as espécies de controle interno em sentido amplo. Na próxima aula continuaremos os estudos aprofundando os conhecimentos em controle interno.
REFERÊNCIAS
CORBARI, Ely Célia; MACEDO, Joel de Jesus. Controle Interno e externo da Administração Publica. Ed. Intersaberes. Curitiba, 2012.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2006.
FILHO. José Alceu de Oliveira. Controle Interno e externo da Gestão Pública. Brasília, 2010.
AULA 12_ Objetivos do controle interno e sua organização
Nessa aula veremos os objetivos do controle interno segundo o Comitê das organizações patrocinadoras – COSO, garantindo que os objetivos estratégicos, operacionais, de comunicação e de conformidade sejam alcançados, assegurando à sociedade que os recursos públicos serão bem empregados. Abordaremos ainda, a organização mínima para que o controle interno funcione, seja no setor privado, seja na Administração Pública.
Conforme Attie (2010), o controle interno tem quatro objetivos básicos:
1) Salvaguardar os interesses da empresa - refere-se à proteção do patrimônio contra quaisquer perdas e riscos devidos a erros ou irregularidades. Os principais meios para atingir tal fim, podem ser; segregação de funções; sistema de autorização e aprovação; determinação de funções e responsabilidades; rotação de funcionários; carta fiança; manutenção de contas de controle; seguros; legislação; diminuição de erros e desperdícios; contagens físicas independentes e alçadas progressivas.
2) Precisão e confiabilidade de informes e relatórios contábeis, financeiros e operacionais – Compreende gerar informações adequadas e oportunas, imprescindíveis para administrar e compreender os eventos realizados na empresa, pois a informação só será válida, caso seja exata, confiável, e oportuna. Para tanto, os dados devem ser verídicos e informados tempestivamente. Os suportes à precisão e confiabilidade dos informes e relatórios contábeis financeiros e operacionais são documentação confiável; conciliação; análise; plano de contas; tempo hábil e equipamento mecânico.
3) Estimulo à eficiência operacional - promove os meios necessários à condução das tarefas, de forma a obter entendimento, aplicação e ação tempestiva e uniforme. Apesar das particularidades de cada setor ou departamento, o conjunto das ações deve ensejar que a empresa se mova como um todo. Estimulam a eficiência operacional; a seleção; treinamento; plano de carreira; relatório de desempenho; relatório de horas trabalhadas; tempos e métodos; custo-padrão; manuais internos e as instruções formais.
4) Aderência às políticas existentes - Está relacionado com a maneira pela qual a empresa busca assegurar que os desejos da administração, definidos por suas políticas e indicados através de seus procedimentos, sejam adequadamente seguidos pelo pessoal, utilizando para tanto, a supervisão; sistema de revisão e aprovação e a auditoria interna.
Controle Interno: Organização
A organização dentro do controle interno pode ser dividida em dois blocos: 
1. Organização e controle
2. Procedimentos de controle da organização administrativo/contábil
· O primeiro bloco é composto dos seguintes elementos:
· Estrutura organizacional – todo e qualquer ente administrativo deve apresentá-la para que possamos conhecer a forma e figura adquirida.
· Organograma – define aspectos importantes do controle interno, tais como: segregação de função, registro, autorização das operações, coordenação, uniformidade e estabelecimento de relação de tarefas e atividades, clareza em tais tarefas, bem como na hierarquia.
· Desenho da organização – Os elementos chaves devem ser apresentados, tais com: descrição das funções, designação de responsabilidades e definição de hierarquias.
· Funções de autorização e supervisão – O trabalho realizado em uma função deve ser revisado sistematicamente por outra e todos os controles operacionais também devem ser revisados.
O segundo bloco é composto por manual de procedimentos com as normas da instituição em cada setor específico.
Fatores que influenciam a importância dos controles internos
Tamanho e complexidade da organização
 
Responsabilidade
Caráter preventivo
Quanto maiores forem o tamanho e a complexidade da organização, mais complexas suas operações. Assim, faz-se necessária a implementação de relatórios e métodos de análise e avaliação com critérios bem definidos.
Quanto à responsabilidade, a administração deve zelar pelos ativos, patrimônio e preservação contra erros e fraudes, mesmo que as responsabilidades tenham sido delegadas aos gestores.
E por fim, a prevenção deve ser considerada como um dos principais objetivos do controle interno, protegendo a organização, reduzindo os erros e fornecendo mais confiança às informações e dados gerados pelos sistemas.
Nessa aula vimos os objetivos e a organização básica do controle interno. Na próxima aula continuaremos os estudos com a classificação e as limitações do controle interno, bem como as formas de controles.
REFERÊNCIAS
ATTIE, Willian. Auditoria: conceitos e aplicações. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1998.
CORBARI, Ely Célia; MACEDO, Joel de Jesus. Controle Interno e externo da Administração Publica. Ed. Inter saberes. Curitiba, 2012.
DIAS, Sergio Vidal dos Santos. Manual de Controles internos. 1ªed. São Paulo: Atlas, 2010.
FILHO. José Alceu de Oliveira. Controle Interno e externo da Gestão Pública. Brasília, 2010.
AULA 13_Classificação do controle interno. Limitações e formas de controle.
Nessa aula veremos a classificação do controle interno. Abordaremos ainda, as formas e limitações ao controle interno.
O Controle Interno pode ser classificado em controle contábil ou administrativo.
Controle Contábil – são métodos e controles instituídos com a finalidade de assegurar proteção dos ativos, bem como a confiabilidade, fidedignidade dos registros e sistema de informações contábeis. 
São exemplos decontroles contábeis: sistema de autorização e aprovação; separação das funções de escrituração e elaboração dos relatórios contábeis daquelas ligadas às operações ou custódia dos valores; e controle físico sobre estes valores.
Controle Administrativo – são os procedimentos existentes na empresa para garantir a eficiência das operações e o cumprimento das metas e diretrizes definidas pela alta administração.
Normalmente, se relacionam de forma indireta aos registros financeiros. Com frequência abrangem análises estatísticas, estudos de tempo e movimentos, relatórios de desempenho, programas de treinamento e controle de qualidade.
Limitações do controle
Conforme Almeida (2003) as limitações ao controle interno ocorrem principalmente com relação a: 
- conluio de funcionários na apropriação de bens da empresa ou instituição da administração pública;
- os funcionários ou servidores não são adequadamente instruídos com relação às normas internas; 
- funcionários ou servidores são negligentes na execução de suas tarefas diárias.
Tais atitudes ensejam o desvio da finalidade do controle interno, tornando o mesmo ineficaz.
Formas de Controle
Existem três formas de controles:
a) prévio – controle exercido a partir da projeção dos dados reais e a comparação dos resultados prováveis contra aquele que pretendemos atingir;
b) durante o fato - é o controle exercido no momento da ocorrência de desvios, fraudes ou conluios e falhas; e
c) após o fato - o máximo que podemos fazer é tomar medidas para que o fato semelhante não venha a ocorrer.
Nessa aula vimos a classificação, limitação e formas do controle interno. Na próxima aula continuaremos os estudos com o tema auditoria.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: um curso moderno e completo. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
CORBARI, Ely Célia; MACEDO, Joel de Jesus. Controle Interno e externo da Administração Publica. Ed. Inter saberes. Curitiba, 2012.
FILHO. José Alceu de Oliveira. Controle Interno e externo da Gestão Pública. Brasília, 2010.
AULA 14_Planejamento de Auditoria Interna
Nessa aula veremos os aspectos principais da auditoria interna e seu planejamento.
A Auditoria é uma das áreas de conhecimento das Ciências Contábeis. Ela tem como enfoques: a fidedignidade das informações contábeis que compõem as demonstrações financeiras, atividade esta exercida pela auditoria independente e o outro enfoque está calcado na confiabilidade dos controles emanados pela administração para a salvaguarda dos seus ativos, função está de responsabilidade da auditoria interna.
AUDITORIA: DEFINIÇÃO
O dicionário Aurélio define Auditoria sendo o “exame de operações financeiras ou registros contábeis, visando determinar a sua correção ou legalidade”.
Uma das várias definições de auditoria “é o exame cuidadoso e sistemático das demonstrações financeiras efetuadas com o objetivo de expressar uma opinião sobre a exatidão com que elas apresentam a situação patrimonial e financeira da empresa e o resultado das operações no período do exame”.
Depois de termos definido o conceito de Auditoria, iremos a seguir dar dois conceitos de Auditoria Interna, que nos interessa, pois estaremos estudando-a no serviço público.   
O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) conceitua em sua norma NBC TI 01 – Auditoria Interna “compreende os exames, análises, avaliações, levantamentos e comprovações metodologicamente estruturados para a avaliação da integridade, adequação, eficácia, eficiência e economicidade dos processos, dos sistemas de informações e de controles internos integrados ao ambiente, e de gerenciamento de riscos, com vistas a assistir à administração da entidade no cumprimento de seus objetivos”.
O Instituto dos Auditores Internos do Brasil conceitua a Auditoria Interna como sendo “uma atividade de avaliação independente e de assessoramento da administração, voltada para o exame e avaliação da adequação, eficiência e eficácia dos sistemas de controle, bem como da qualidade do desempenho das áreas em relação às atribuições e aos planos, metas, objetivos e políticas definidos para as mesmas”.
A auditoria interna governamental pode ser considerada o ápice da pirâmide do sistema de controle interno, uma vez que a mesma supervisiona, normatiza, fiscaliza e avalia o grau de confiabilidade dos controles internos, buscando garantir a eficiência e eficácia dos mesmos, sem com eles se confundir. 
É uma parte especializada da auditoria que se dedica à fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial dos órgãos e das entidades da administração pública, quanto à legalidade, à legitimidade, à economicidade, bem como à fiscalização dos recursos repassados pelo Estado a título de Convênio, Subvenções Sociais e Econômicas e demais formas de antecipações de recursos legalmente admitidas, que têm como beneficiários os Municípios, Entidades Públicas ou Entidades Privadas sem fins lucrativos. 
Cruz (1997) considera que a evolução da auditoria pode ser classificada em três etapas. Este autor destaca para cada uma destas etapas o principal resultado a alcançar, conforme segue: 
• Auditoria Fiscalizadora – principal resultado a alcançar: certificar a adequação dos controles internos e apontar irregularidades, truques e fraudes detectados;
• Auditoria de Gestão – principal resultado a alcançar: identificar desvios relevantes e apontar atividades e/ou departamentos fora do padrão de desempenho esperado; 
• Auditoria Operacional – principal resultado a alcançar: certificar a efetividade e oportunidade dos controles internos e apontar soluções alternativas para melhoria do desempenho operacional. Acompanhar, mediante indicadores do nível de eficiência e eficácia, o desvio em relação ao desafio padrão.
PLANEJAMENTO DE AUDITORIA INTERNA
Segundo o portal de auditoria, o planejamento do trabalho da Auditoria Interna compreende    os exames preliminares das áreas, atividades, produtos e processos, para definir a amplitude e a época do trabalho a ser realizado, de acordo com as diretrizes estabelecidas pela administração da entidade seja ela pública ou privada.
Assim, deve considerar os fatores relevantes na execução dos trabalhos, especialmente os seguintes:
a) O conhecimento detalhado da política e dos instrumentos de gestão de riscos da entidade;
b) O conhecimento detalhado das atividades operacionais e dos sistemas contábil e de controles internos e seu grau de confiabilidade da entidade;
c) A natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos de auditoria interna a serem aplicados, alinhados com a política de gestão de riscos da entidade;
d) A existência de entidades associadas, filiais e partes relacionadas que estejam no âmbito dos trabalhos da Auditoria Interna;
e) O uso do trabalho de especialistas;
f) Os riscos de auditoria, quer pelo volume ou pela  complexidade das transações e operações;
g) O conhecimento do resultado e das providências tomadas em relação a trabalhos anteriores, semelhantes ou relacionados;
h) As orientações e as expectativas externadas pela administração aos auditores internos;
i) O conhecimento da missão e objetivos estratégicos da entidade.
Nessa aula vimos a definição, evolução e planejamento da auditoria interna. Na próxima aula continuaremos os estudos aprofundando os conhecimentos em Auditoria.
REFERÊNCIAS
CRUZ, Flávio da. Auditoria Governamental. São Paulo: Atlas, 2008. 
Manual de Auditoria Interna. Brasília: Instituto Federal de Brasília e Núcleo de Auditoria Interna, 2014.
OLIVEIRA, Adelino Fernandes de...[et al.]. Auditoria interna e controle Governamental. Brasília: Tribunal de Contas da União, 2011.
AULA 15_Formas de Auditoria
Nessa aula veremos as formas de Auditoria.
Auditoria Independente ou Externa – tem no seu campo de atuação, o propósito de suprir as dúvidas da administração, além da necessidade de terceiros (órgãos governamentais, investidores, acionistas e sistema financeiro) quanto a fidedignidade dos fatos e atos contábeis, financeiros, administrativos e patrimoniais.
Auditoria

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